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Dr. Alexandre Carrão Mesquita Machado
SIMPLICIDADE E SABEDORIA
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Esse carioca de nascença, mas de alma mineira veio com os pais aos dois anos para a cidade de Senador Firmino e concluiu seus estudos em Juiz de Fora, Brasília e Sete Lagoas. Na juventude, o desejo de Alexandre Carrão era ser engenheiro eletrônico, mas desistiu do sonho porque não havia a oferta desse curso superior em Belo Horizonte, naquela época. Além disso, outro fator influiu diretamente na escolha profissional. Ele é filho do expromotor de justiça e Delegado de Polícia Civil, Raul Mesquita Machado, (com 89 anos e ainda bastante lúcido). “Não havia como deixar de trabalhar com segurança pública, tendo um profissional e uma pessoa tão exemplar dentro de casa.” (Alexandre também é irmão da Delegada de Polícia Civil de Minas Gerais, Rosane Cláudio Machado.) Ele foi aprovado na primeira vez em que prestou um concurso público, tornandose agente da Polícia Federal. “Foi uma experiência muito boa. Eu era muito jovem, mas já tinha muita responsabilidade e sempre levei muito a sério o trabalho”. Mas havia outros sonhos. E um deles era ter o próprio negócio. Pediu exoneração do cargo de agente federal e montou uma empresa de moagem de talco industrial, com outros dois sócios. Anos mais tarde, em 1978, Alexandre resolveu fazer dois concursos públicos: para Delegado de Polícia Federal e para Delegado de Polícia Civil de Minas Gerais. “Era uma oportunidade para eu colocar em prática os meus conhecimentos, pois havia acabado de concluir a faculdade de direito”. Foi aprovado nos dois. “Decidi ser Delegado de Polícia Civil porque havia a garantia de permanecer em Minas Gerais. No outro cargo, eu deveria estar disponível para trabalhar em qualquer lugar do país e eu não queria isso.” Iniciava ali uma carreira proporcional ao brilhantismo do doutor Alexandre Carrão. O início do “grande ciclo” se deu na Delegacia Regional de Divinópolis e, em seguida, na Delegacia de Lavras. Já, na Capital, Alexandre Carrão foi delegado na Delegacia Especializada de Falsificação e Defraudações e atuou como assessor técnico da Corregedoria Geral de Polícia, coordenador da antiga Superintendência Administrativa da PCMG, coordenador de operações da Superintendência de Polícia, delegado assistente do Conselho Superior de Polícia, sub-chefe do Detran-MG, coordenador geral de segurança, superintendente regional de Segurança Pública, assessor de Gabinete do Secretário de Segurança Pública, chefe do DEOESP, chefe do Departamento de Investigações, delegado assistente do Chefe da Polícia e, finalmente, delegado do Departamento de Polícia Civil de Divinópolis. “Modéstia a parte, fui um delegado muito aplicado e dedicado à carreira e ao desenvolvimento da Polícia Civil em Minas Gerais. Quase não tirei férias na minha vida. A polícia civil sempre esteve no meu sangue”. Nem todo mundo sabe, mas praticamente todo o conteúdo relacionado à Polícia Civil na Constituição Estadual foi escrito por Alexandre Carrão. Da mesma forma, ele redigiu a segunda versão da Lei Orgânica da Polícia Civil, que não chegou a ser editada. Em ambos os casos, além do árduo trabalho de pesquisa e redação, também foi dele a responsabilidade por viabilizar a implantação desses projetos, a partir de “incontáveis reuniões” com o poder executivo e com os deputados
estaduais e federais mineiros. “A despeito de me ocuparem de forma extraordinária, tenho muito orgulho desses trabalhos, pelos quais nunca recebi nem um provento extra. Eu nunca pedi. Fiz porque sempre acreditei que poderíamos e deveríamos melhorar e valorizar a Polícia Civil”. Foi também com esse espírito que Alexandre Carrão se dedicou a formatar o atual modelo de Chefia de Polícia, substituindo pelo antigo, quando a instituição era comandada pelo Secretário de Segurança Pública, gerida quase sempre por autoridades sem relação com as forças de segurança e, muito menos, por Delegados de Polícia. Alexandre Carrão também se dedicou à luta de classe e foi vice-presidente administrativo e membro do Conselho Consultivo da Associação dos Delegados, antes da criação do Sindepominas. Na sua análise, o que mais prejudicou a Polícia Civil, ao longo da sua história, foi a falta de investimentos materiais e de recursos humanos, tanto por parte da esfera estadual, quanto federal. Tem saudades dos colegas que marcaram sua vida, dentre os quais ele destaca os delegados Wanderley Andrade, José Rezende de Andrade, João Fonseca Perfeito, Márcio Barroso Domingues, Joaquim Francisco Neto, Inácio Luiz de Barros, Merle Gleice Campolina, Jairo Lellis Filho, o investigador Rozalino Fernandes e o juiz Sérgio Antônio de Resende. “Para mim, a palavra mais importante na vida é ‘gratidão’. A todos esses, a muitos outros colegas
“NÃO HAVIA e, principalmente, aos meus filhos sou
COMO DEIXAR eternamente grato
DE TRABALHAR pelo que fizeram e fazem pela minha COM SEGURANÇA felicidade.” Hoje, aos 65 anos PÚBLICA, TENDO e aposentado, o UM PROFISSIONAL delegado mora em Divinópolis, sede E UMA PESSOA TÃO da sua primeira e última designação. EXEMPLAR DENTRO Alexandre Carrão é
DE CASA.” casado, tem quatro filhos e dois netos (e mais dois a caminho até o final do ano). Morando sozinho, leva uma vida tranquila e simples, cuidando da Naná, Piquitita e o Marrom, os três cachorros companheiros. “A vida é para ser vivida com sabedoria e simplicidade. É por isso que sou verdadeiramente muito feliz!”