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Dr. Danilo dos Santos Pereira
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE DANILO
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Danilo dos Santos Pereira é um delegado cuja carreira sempre foi marcada pela singeleza do trato, sem prescindir da respeitabilidade, conciliando alegria e firmeza, flexibilidade e maturidade. Ele é de Belo Horizonte, tem 66 anos e, desde sempre, quis estudar Direito. Advogou por 5 anos, até que foi aprovado no concurso para Delegado
em 1983. Trabalhou em Conselheiro Pena, Jaboticatubas, Santa Luzia e também prestou serviços temporários em várias unidades e comarcas. Na Capital, foi Chefe da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes e Delegado da Corregedoria-Geral, das Seccionais Norte e de Betim, da CEPOLC e da COSEG, encerrando a carreira em 2010. “Eu nunca tive ambição para ocupar cargos, em face de não dar importância a isso. Fui convidado duas vezes pelo Dr. Otto Teixeira, Chefe de Polícia à época, para ocupar uma cadeira no Conselho Superior de Polícia Civil (primeiro como Chefe da COSEG, depois como Diretor da Acadepol) e, embora grato e honrado, declinei. Naqueles dois momentos, optei pela permanência à frente do Sindicato e continuar lutando pela Classe que me havia depositado confiança através das urnas. Um colega mais velho, com incredulidade, disse
‘Danilo, isso não é coisa de se recusar não’. Ao término do expediente fui para casa pensando em como as pessoas se apegam às coisas efêmeras.”
Danilo dos Santos Pereira foi um dos fundadores do Sindepominas. Assim que foi criada a entidade, ele foi o
Tesoureiro, compondo a primeira diretoria provisória com o presidente
José Lúcio Campos Gentil e o secretário
Antônio Alves.
Tempos depois, Danilo, como
Secretário-Geral, assumiu a presidência da entidade em um mandato “tampão” quando o Presidente, tão logo tomou posse para um novo mandato, aceitou o convite para ser Corregedor-Geral de Polícia. Ao término desse mandato, Danilo concorreu e foi eleito, de fato e de direito, para a presidência do Sindicato. Foi um firme defensor do resgate da carreira jurídica, finalmente conquistada em 2010, no início da gestão de Edson José Pereira. “Para mim, servir à PC foi uma espécie de

missão. Tenho certeza absoluta de que prestei um ótimo trabalho à sociedade e, no meu espírito de cidadania, sempre fui um homem fiel a meus princípios, solidário e solícito. Contudo, não posso deixar de registrar que sofri com a falta de valorização da categoria policial civil, tanto por parte da instituição, quanto pela sociedade. É triste constatar isso, porque é um quadro ainda atual. Independentemente disso, não guardo mágoa ou frustração por eventuais objetivos profissionais não alcançados. Eu faria tudo de novo, em todos os campos da minha vida.” “Se pudesse dar um conselho como colega mais velho para o mais novo, lhe diria para que nunca abra mão de valorizar o nosso cargo; que, temos um bom emprego, imprescindível à sociedade, mesmo que passemos por insatisfações pessoais ou coletivas; que, é necessário não nos esquecermos jamais que o nosso ‘patrão’ é o povo e não o delegado chefe ou membros de outros órgãos públicos; que, por isso, a população precisa ser sempre bem atendida e tratada com respeito, em qualquer situação. Ressalto que só assim se torna possível a população ficar do nosso lado em nossas reinvindicações.” Ao próximo presidente do Sindepominas, ele diz: “com humildade, recomendo que tenha paciência, especialmente com os colegas, nos seus diferentes estágios de vida e de carreira”. A veia artística sempre o acompanhou, especialmente a literatura. Ele é autor de quatro livros, sendo dois de poesia moderna, um de glosas de trovas e um de cordel. Ele também é compositor letrista e já teve algumas de suas canções tocadas nas rádios. A forte ligação com a música, especialmente a brasileira, não escondeu uma frustração: “infelizmente não consegui aprender a tocar um instrumento. Tentei, mas não deu”. Danilo gosta de dançar, ler, escrever e viajar. É casado há trinta e nove anos com Zeneida, namorada e companheira com quem trouxe ao mundo três filhas e um filho. A união ainda foi coroada, até agora, com quatro netas e três netos. E os planos para o futuro? “Ah, os planos para o futuro... quero me dedicar a escrever mais livros. Estou envolvido agora na produção de um ensaio de nuances autobiográficas (já tem nome: Livro das Inquietudes e Algumas Aflições).” Sobre a vida, ele diz: “na vida, tudo é muito transitório e a gente precisa ter clareza do que isso significa...”.

A entrevista com o Dr. Danilo dos Santos Pereira foi publicada na edição número 16 da Revista dos Delegados, em 2016.