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Dr. Antônio Orfeu Braúnas e Dra. Ivete Melo Braúnas

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Dr. Kid Moreira

Dr. Kid Moreira

DR. ANTÔNIO ORFEU BRAÚNA E DRA. IVETE MELO BRAÚNA

DOIS DELEGADOS A MESMA PAIXÃO PELA VIDA

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“Tenho orgulho de ser policial. Não preciso de carteira policial. Eu tenho cheiro de polícia. O verdadeiro policial é vaidoso por ser policial e eu sou assim.”

Ele é Delegado de Polícia. E ela, também. Ela tem 69 anos. E ele, também. Os dois já estão aposentados. Agora, ela toca piano e ele, bandolim. Casados há 31 anos, Dr. Antônio Orfeu Braúna e Ivete Melo Braúna dividem um apartamento em Belo Horizonte e ainda conservam a gentileza, os bons hábitos e o prazer de receber velhos amigos. Além disso, ele também mantém o sotaque cearense de Limoeiro do Norte, onde nasceu. Ela, mineira de Beagá, só sente falta dos colegas e nunca voltou aos locais por onde passou. Já o Dr. Braúna precisou de um lenço para as lágrimas ao se lembrar dos tempos da ativa. Ele começou como perito em Uberaba. Depois, como delegado, trabalhou em Aimorés e, mais tarde, no Departamento de Investigações, Delegacia de Furtos e Roubos, Especializada de Homicídios, Delegacia de Vigilância Geral, Vadiagem, Crimes contra a Fazenda Pública, DETEL, Superintendência de Organização Penitenciária (Secretaria Estadual de Justiça) e Corregedoria Geral da Polícia Civil. “Tenho orgulho de ser policial. Não preciso de carteira policial. Eu tenho cheiro de polícia. O verdadeiro policial é vaidoso por ser policial e eu sou assim.” Dra. Ivete foi uma das primeiras mulheres delegadas concursadas da PCMG. Sua primeira delegacia foi em Carmo do Cajuru, depois, Falsificações e Defraudações, 11º Distrito, CEPOLC, Delegacia de Acidentes de Veículos, Superintendência Administrativa e, por fim, Diretora do Instituto de Identificação. Para Dra. Ivete, o fato de ser casada com um delegado traz segurança, mas também trouxe preocupações. “Como conhecia o ofício, ficava muito preocupada com as missões mais longas do Braúna e eu tinha que me virar, grávida, dos meus filhos.” Mas ele se defende: “eu ligava vinte vezes durante o dia para dizer que estava vivo.” A filha é casada e mora no exterior. O filho casa em breve. E, para o futuro, quais os planos? “Estamos aguardando os netos para cuidar deles”, respondem em coro. Enquanto isso, ele toca bandolim e ela, piano. Ele aprendeu o instrumento com um presidiário, nos anos 80, no Depósito de Presos. Virou músico. Montou grupo e tudo. Cinco delegados e um ex-presidiário. Banda boa. “Algemas de Ouro” era o nome. Centenas de apresentações em restaurantes e casas noturnas da capital. Os músicos eram os delegados José Dionê de Oliveira Fernandes, Gumercindo Lage, Jane Maluf, Braúna, Sandoval e o... Valtinho Sete cordas. De vez em quando, o casal toca junto, em casa, mas só para os privilegiados. Dr. Braúna continua firme no bandolim e toca em três clubes de chorinho. Nas horas de folga, ele advoga, escreve artigos para os jornais e faz poesia. Ela se exercita no Pilates e está cada dia mais “craque na internet”. Assim, levando a vida. Ela sorrindo. E ele também.

A entrevista com o Dr. Antônio Orfeu Braúna e a Dra. Ivete Melo Braúna foi publicada na edição número 3 da Revista dos Delegados, em 2013.

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