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Dr. José Rezende Andrade
LUCIDEZ & INTELIGÊNCIA
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Aos 88 anos e gozando de plena saúde, o Delegado de Polícia José Rezende Andrade diz que 90% do seu êxito pessoal e profissional se deu “graças à sorte”. Ele já foi um dos mais respeitados Delegados de Polícia e agora é um fazendeiro de hábitos simples e assumido noveleiro. Este mineiro de Araponga, na Zona da Mata, é casado, tem duas filhas, sete netos e três bisnetos. Seu primeiro emprego foi na área administrativa do 1º Distrito, localizado na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, em 1946. Fez concurso para escrivão. Foi aprovado, mas não assumiu porque estava finalizando o curso de Direito. Após a formatura foi nomeado Delegado comissionado para a Delegacia de Vadiagem. Mais tarde, por concurso interno, tornouse Delegado em 3ª Classe e, daí, Delegado Assistente e Delegado Geral. Trabalhou na Furtos e Roubos, dirigiu a Penitenciária Dutra Ladeira, a Guarda Civil, o Departamento de Investigações e o Detran. Rezende também foi secretário adjunto e secretário de Segurança Pública em Minas
Gerais, deputado federal por dois mandatos e também Secretário de Segurança Pública no Estado do Espírito Santo. Hoje, aposentado, deixou a polícia e a política e virou fazendeiro em Caetanópolis e Jaíba tratando de gado de corte e leiteiro. Nem todo mundo sabe, mas Dr. José Rezende foi conselheiro do Hospital Felício “NA MINHA Roxo na Capital e é o atual presidente AVALIAÇÃO, O do Conselho Diretor daquele Hospital. CHEFE DE POLÍCIA Para ele, “naqueles PRECISA ESTAR tempos antigos, por incrível que pareça, MAIS NA LINHA DE os bandidos me respeitavam. E os FRENTE NOS CASOS colegas também. MAIS GRAVES, Em parte, porque eu fui o primeiro NÃO APENAS delegado nomeado Secretário Estadual APARECENDO, de Segurança Pública MAS APOIANDO e também porque sempre mantive E FORTALECENDO uma postura de respeitabilidade e O TRABALHO DA austeridade como POLÍCIA CIVIL.” Autoridade Policial. É preciso considerar também que os tempos eram outros porque eu andava na frente com a minha equipe e, depois, como secretário, tinha total independência e cobertura do governo. Naquele tempo, a estrutura de combate era pequena se comparada em termos de logística com a de hoje, mas, em compensação, eu
despachava diretamente com o Governador e não havia a burocracia protocolar dos tempos atuais. Na minha avaliação, o Chefe de Polícia precisa estar mais na linha de frente nos casos mais graves, não apenas aparecendo, mas apoiando e fortalecendo o trabalho da Polícia Civil”. Quando perguntado sobre a análise atual que faz da entidade, ele diz: “vejo com muita tristeza a situação de lamúria, de descaso com a Polícia Civil e pelo que passam os colegas e a população atualmente. Percebo que os colegas sabem perfeitamente o que fazer, mas o governo não dá a devida cobertura para a Polícia, tanto no combate, quanto na investigação da criminalidade. De forma genérica, o Delegado tem medo de agir porque não dispõe da retaguarda de suas chefias.” José Rezende diz que é a favor da prisão perpétua nos casos de crimes bárbaros e é também favorável à redução da menoridade penal, desde que haja uma revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente e da estrutura prisional do País. Com a lucidez de sempre, Dr. José Rezende afirma que, no momento, está em busca de paz e tranquilidade. Contudo, perguntamos: o senhor voltaria para exercer um cargo de comando? Com a mesma astúcia do experiente policial e do bom mineiro, ele responde perguntando: “quem sabe?”