Ed. 202 - Out/24

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Soluções tecnológicas para a educação Editorial

A atualidade é guiada por significativas e constantes transformações. Em um plano geral, podemos destacar o fator tecnológico como um forte aliado de nossas vivências pessoais, profissionais e educacionais. O ambiente digital tornou-se rapidamente um elemento central em nosso cotidiano. Nesse aspecto, aplicativos, ferramentas, soluções e facilidades digitais passaram a integrar nosso vocabulário diário em todas as esferas sociais.

Na educação, sobretudo pela intensificação de recursos digitais nos últimos anos, além das possíveis alterações no campo metodológico/pedagógico (como a utilização de tablets em sala de aula, recursos audiovisuais, lousas digitais, dinamismo, metodologias ativas, entre outros), percebemos um crescimento de inovações e soluções, proposto pelas startups e di-

recionado exclusivamente às instituições de ensino – as chamadas “edtechs”, termo criado a partir da junção das palavras em inglês education + technology

As ferramentas tecnológicas criadas pelas edtechs apresentam soluções que contemplam novas formas de compreender a relação ensino-aprendizagem em sala de aula e as possibilidades de personalização do ensino, como também propõem facilidades de processos tanto para a área pedagógica como para a gestão escolar. Presentes cada vez mais no mercado educacional, crescimento que foi potencializado pela pandemia, essas startups apresentam resoluções práticas que podem ser facilmente incorporadas nas escolas.

Tendo essa ideia em vista, nesta edição da Direcional Escolas trouxemos um especial

sobre quais os impactos que as soluções e inovações das edtechs podem gerar no cotidiano escolar. Com falas de especialistas da área e gestoras/es escolares, o especial destaca que a tecnologia pode ser uma grande aliada para o desenvolvimento educacional.

Boa leitura!

Rafa Ella Pinheiro Jornalista Responsável

A Revista do Gestor Escolar

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Diretor: Alex Santos

Público: Diretores e Compradores

Periodicidade: Mensal

exceto Junho / Julho e Dezembro / Janeiro

Jornalista Responsável: Rafa Ella Pinheiro | MTB 0076782/SP

Circulação:

São Paulo capital e Grande São Paulo

Circulação revista digital: Todos os estados brasileiros

Design Gráfico, Direção de Arte e Produção Gráfica: Polidori Estúdio

Atendimento ao cliente: financeiro@direcionalescolas.com.br

Impressão: Grass Indústria Gráfica

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Nesta Edição:

Coluna - Christian Coelho

A importância do atendimento presencial para a captação de alunos novos

Coluna - Roberta e Taís Bento 18

Lacunas na conexão de afeto em família: o impacto nos relacionamentos de nossas crianças e o papel da escola nesse contexto

Coluna - Eduardo Shinyashiki

Coluna - Ângelo Xavier

A relação profunda entre aprendizagem e motivação Indefinições no programa do livro

Especial: Diálogos com a Gestão

Edtechs: soluções tecnológicas geram impactos positivos no cotidiano escolar

Publieditorial

TRIEduc lança simulados gratuitos para o ENEM com uso de Inteligência Artificial

Dica: Bullying

Como erradicar essa prática?

Dica: ENEM

Como alcançar um bom desempenho?

COLUNA / CHRISTIAN COELHO

A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO

PRESENCIAL PARA A CAPTAÇÃO DE ALUNOS NOVOS

Oatendimento pessoal é essencial para a interação e conexão emocional do futuro cliente, sendo fundamental para a decisão de matrícula.

Para criar uma conexão eficaz com os futuros clientes, utilizamos técnicas de storytelling e design thinking. O storytelling, a arte de contar histórias de maneira envolvente, é amplamente utilizado em publicidade, marketing, educação, entretenimento e vendas.

Uma estratégia importante do storytelling é o arco narrativo, que identifica uma estrutura comum nas narrativas dramáticas. Compreender a estrutura do atendimento por meio dos arcos narrativos ajuda a escola a planejar melhor a apresentação, destacando cada ponto significativo da visita.

Usando técnicas visuais e lúdicas do design thinking, é possível criar uma imagem mental clara. Com essa abordagem, a escola poderá desenvolver uma narrativa equilibrada e lógica, identificando momentos monótonos e pontos de maior impacto, e assim garantir uma experiência fluida e atraente para os futuros clientes. Abordaremos cada etapa da apresentação:

EXPOSIÇÃO

Portaria – Você já ouviu a expressão “a primeira impressão é a que fica”? Uma boa primeira impressão favorece o início do relacionamento, enquanto uma má impressão pode deixar a pessoa insegura, influenciando suas percepções futuras.

Recepção – A segunda etapa do atendimento é delicada, pois é quando ocorrem as expressões formais e a construção dos vínculos afetivos mais profundos. Por estar em um local novo com uma pessoa desconhecida, a tendência do cliente é sentir-se inseguro. Se tudo ocorrer bem, e o cliente gostar do atendimento e da atendente, o cliente alcançará o rapport, isto

é, haverá uma conexão positiva e harmoniosa entre os envolvidos.

Sala de atendimento/matrícula – Após os protocolos sociais iniciais, encaminhe o visitante para a sala de matrículas, onde a interação multissensorial será iniciada. Neste momento, o segundo contato, a consultora comercial, será apresentada. Inicie a sondagem e a captação de dados, lembrando que, ao contrário do atendimento telefônico, ela pode ser toda preenchida nesse momento.

DESENVOLVIMENTO

Sondagem - As famílias compram pelos próprios motivos, não pelos da escola, por isso é imprescindível descobrir seus anseios. A matriz de vendas consiste em descobrir os motivos pelos quais a pessoa deseja matricular seu filho na escola.

ROTEIRIZAÇÃO

CLÍMAX - Ponto culminante da história, onde ocorre o momento de maior emoção e entendimento dos diferenciais da escola. Segundo a Andragogia, os adultos têm mais facilidade em aprender e consolidar informações na memória de longo prazo quando presenciam o fato. Por isso, a apresentação das instalações é a etapa que as famílias vivenciam e, por consequência, compreendem melhor o trabalho realizado e o posicionamento estratégico da instituição.

Interação social

• Verificar a postura dos colaboradores perante as visitas – sorriso, cumprimento, movimento corporal.

• Para manter e consolidar os vínculos afetivos, uma única pessoa atenderá a família de ponta a ponta.

Interação ambiental – Entrar com os visitantes em todos os ambientes escolhidos. Não

se esqueça de ter em mãos as chaves dos locais que possam estar fechados.

DESENLANCE

Retorne para a sala de matrícula e dê continuidade ao atendimento. Os eventos da história começam a se resolver e as consequências do clímax são reveladas. É neste momento que a narrativa caminha para a sua conclusão.

• Ofereça água e café novamente.

• Apresente o material didático.

• Faça uma rápida recapitulação dos principais pontos apresentados dos diferenciais e das qualidades.

• Apresente as informações complementares, como horários, documentos, uniformes, etc.

DESFECHO

Fechamento – É a parte final da história, onde os elementos restantes são resolvidos e a trama é encerrada. Depois dos diferenciais e das informações, é hora de completar o VALOR passando o preço de forma clara e, preferencialmente, dando a opção mais favorável para o cliente.

Lembre-se de que, geralmente, as pessoas costumam comprar o que cabe em seu orçamento mensal, não fazendo a conta final dos custos anuais. Se todo o processo de venda foi equilibrado, é provável que as bases para o fechamento do negócio estejam acertadas. Finalize com duas perguntas: Ficou alguma dúvida? E depois do esclarecimento: Vamos efetuar a matrícula?

*O texto completo desta coluna será publicado em nosso site – direcionalescolas.com.br

O Colunista

CHRISTIAN ROCHA COELHO

Formado em comunicação, especialista em andragogia e neuropsicologia. Diretor do Grupo Rabbit Educação. www.rabbitmkt.com.br

foto cedida pelo colunista

COLUNA / ROBERTA E TAÍS BENTO

LACUNAS NA CONEXÃO DE AFETO EM FAMÍLIA: O

IMPACTO NOS RELACIONAMENTOS DE NOSSAS

CRIANÇAS E O PAPEL DA ESCOLA NESSE CONTEXTO

Aagressividade, tanto física quanto verbal, entre os próprios alunos e para com os professores e colaboradores tem se tornado mais frequente nas escolas.

Pesquisas recentes relacionam esses comportamentos a uma lacuna importante: a falta da conexão de afeto entre as crianças e os adultos responsáveis por elas –pai, mãe, cuidador. E isso não significa que tenham pais ausentes ou negligentes. Ao contrário, muitos têm famílias presentes, preocupadas em dar o que há de melhor ao/à filho/a. O grande problema é que as crianças estão criando uma relação de vínculo mais forte com seus influenciadores do mundo digital ou pares de idade próxima a quem, por algum motivo, admiram.

Essa desconexão com os adultos impacta não somente as crianças e adolescentes, mas também o ambiente escolar, com reflexos diretos nos índices de bullying e na saúde mental do professor e dos profissionais da educação. Mais um desafio para a escola. E uma oportunidade para, diante da clareza sobre o real problema por trás de sintomas que vivenciamos todos os dias, reverter esse quadro, tornando mais leve a gestão escolar e o contexto em que estão inseridos professores e colaboradores.

A importância do vínculo com adultos

Estudos indicam que o comportamento agressivo e antissocial entre crianças e adolescentes aumenta quando há um distanciamento emocional entre eles e os adultos responsáveis. Segundo Gabor Maté, médico especializado na saúde da família e no desenvolvimento infantil, au-

tor de diversos livros, a ausência de uma figura de autoridade afetuosa e conectada contribui para a desorientação emocional das crianças, deixando-as vulneráveis à pressão dos pares e influências externas, como redes sociais e conteúdos de entretenimento muitas vezes inapropriados.

Em livro recentemente publicado “Hold on to your kids”, ainda sem tradução para o português, Gabor Maté e Gordon Neufelf, internacionalmente reconhecido como o maior especialista em desenvolvimento da criança, cunharam um termo para descrever o perfil de crianças nascidas na era digital que crescem com uma lacuna no vínculo de afeto com os adultos responsáveis: “crianças orientadas aos pares”. Eles descrevem crianças cuja principal referência são os pares de idade próxima, ao invés dos adultos. Isso as torna mais suscetíveis à influência negativa do mundo digital e à baixa autoestima, tornando também cada uma delas uma vítima potencial do bullying.

Diante desse cenário, a escola tem um papel fundamental na formação emocional e social das crianças. A criação de um ambiente seguro, onde a criança sinta-se acolhida e conectada com os adultos, pode fazer a diferença no desenvolvimento saudável. Professores e gestores precisam não só ensinar, mas também atuar como figuras de referência emocional para os alunos. A ideia não é que a escola cumpra o papel que é da família, nem que os professores e gestores assumam a responsabilidade pelo desenvolvimento emocional dessa criança, mas que tenham consciência de o quanto pequenos gestos de carinho, suporte e afeto, aliados a regras e limites necessários a um ambiente saudável, impactam na autoestima e capacidade dos alunos para enfrentar os desafios que estão vivenciando.

Uma estratégia que funciona é a implementação de atividades que promovam vínculos mais fortes entre alunos e professores, além de incentivar a interação saudável entre os próprios alunos. Investir tempo em dinâmicas que aproximam os alunos, e a turma como um todo, vai render benefícios para o aprendizado e a saúde mental dos estudantes e dos professores. A presença de políticas escolares que limitem o uso de celular durante o horário de aula, por exemplo, também pode ajudar a reduzir o distanciamento emocional causado pela constante distração do mundo virtual.

Um processo de comunicação constante com as famílias, compartilhando informação de qualidade, comprovadamente ajuda a reduzir conflitos entre estudantes e leva os pais e responsáveis a ajustar a rotina familiar, de modo a favorecer a formação dos vínculos que estão fazendo tanta falta para as crianças e adolescentes. O estreitamento da relação entre família e escola é um dos caminhos mais promissores para garantir o resgate do equilíbrio socioemocional de nossas crianças e adolescentes e a melhor forma para garantir que a escola permaneça como um ambiente acolhedor e seguro para todos.

As Colunistas

ROBERTA E TAÍS BENTO

Especialistas na relação Família e Escola. São educadoras e fundadoras do SOS Educação. São responsáveis pelo maior Instagram do Brasil voltado para Gestores de Escola, Professores e Famílias com filhos em idade escolar: @soseducacao Autoras do livro “Socorro, meu filho não estuda!”, e do livro “Guia para Família Parceira da Escola no Pós Pandemia”, em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Como palestrantes, viajam o mundo ajudando escolas a melhorar a relação com as famílias.

cedida pelas colunistas

foto

COLUNA / EDUARDO SHINYASHIKI

A RELAÇÃO PROFUNDA ENTRE

APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO

foto cedida pelo colunista

Arelação entre a neurociência e a educação nunca foi tão evidente quanto nos estudos recentes, que confirmam a importância dos circuitos cerebrais interconectados e seu papel na aprendizagem. Esses estudos revelam que a motivação, os processos decisórios e os estados emocionais estão profundamente entrelaçados com o processo de aprendizagem, sugerindo que a educação deve abordar esses aspectos de forma integrada para garantir uma assimilação completa e eficaz do conhecimento.

Nesse cenário, a escola se torna mais do que um espaço de aprendizado; é o palco onde os jovens enfrentam seus medos, desafios e descobrem suas paixões, confrontando-se com suas próprias motivações e capacidades. Muitas vezes lutam contra vozes interiores que dizem “não posso”, “não sou capaz” ou “não sou bom o suficiente”, reflexos de uma luta interna enfrentada diariamente por muitos estudantes. Essa batalha interna não apenas afeta seu desempenho acadêmico, mas também molda sua autoestima e visão de futuro.

Ser visto, sentir-se valorizado e acreditar na própria capacidade de superar obstáculos são ingredientes essenciais para manter a chama da motivação acesa. Quando os estudantes percebem que possuem o apoio dos adultos e as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios, eles tendem a encarar o processo educacional com confiança e otimismo. Por outro lado, a sensação de inadequação

ou desvalorização pode levar à desmotivação ou, nos casos mais extremos, ao abandono escolar.

Por isso, é vital que as escolas promovam o encorajamento e o envolvimento dos alunos e sustentem sua motivação para aprender e florescer. A motivação, esse impulso que nos leva em direção aos nossos sonhos, é crucial para o desenvolvimento de uma mentalidade voltada para o crescimento das próprias habilidades e a superação de desafios. A motivação é a chave que conduz o aluno ao sucesso, é a força para aguentar o esforço exigido nos estudos e canalizar a atenção em direção ao objetivo. Quando ela está presente, o esforço é bem tolerado, pois é acompanhado de valor, sentido, significado e propósito.

A incapacidade de despertar o interesse dos alunos pode abrir caminho para a desmotivação, a frustração e o estresse, especialmente quando as expectativas parecem inatingíveis. A motivação é complexa e multifacetada, influenciada por fatores como personalidade, emoções e contexto socioeconômico. Portanto, é essencial que a escola atue não apenas como um espaço de transmissão de conhecimento, mas também como um ambiente que cultive a confiança nas capacidades individuais e promova o desenvolvimento contínuo.

Os educadores podem, por exemplo, ouvir, acolher e validar as emoções dos alunos, evitar julgar e rotular, favorecer a autonomia, apoiar e permitir experimentações, mostrar confiança em

suas capacidades, valorizar a dedicação, o esforço e a perseverança, além de reconhecer e elogiar seus pequenos e grandes sucessos, sendo modelos de entusiasmo e motivação.

A promoção de uma mentalidade de crescimento, onde os alunos são encorajados a ver suas habilidades como qualidades em desenvolvimento, é crucial. Muitos jovens sentem-se paralisados e impotentes diante dos obstáculos, o que afeta diretamente sua motivação e sentimento de eficácia. Como afirmou Albert Bandura, “a confiança em si mesmo não garante o sucesso, mas a falta de confiança certamente origina o fracasso”. Quando os alunos veem nos olhos dos professores reconhecimento, estima, confiança, interesse e incentivo, vivenciam essas emoções, percebem-nas como possíveis e reais, fortalecendo, assim, sua própria motivação para aprender, evoluir e construir o próprio futuro de sucesso.

O Colunista

Palestrante internacional, consultor, escritor e presidente do Instituto Eduardo Shinyashiki. Neuropsicólogo e Mestre em Liderança Educadora, é referência em desenvolvimento das Competências Socioemocionais, de Liderança e da Performance Humana. Para mais informações, acesse www.edushin.com.br

Acadeia produtiva do livro tem acompanhado com preocupação os constantes atrasos nos cronogramas e as dificuldades na execução dos diversos programas que compõem o Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD). Chegamos ao final do ano sem a finalização do processo de compra, justamente no momento em que as editoras estão empenhadas na produção das novas obras para o Ensino Médio, com a expectativa de que o PNLD 2026 seja executado no próximo ano, de forma a garantir que esses materiais didáticos cheguem às salas de aula em 2026. No entanto, não é só isso.

Em 2023, o MEC realizou aquisições significativas para o PNLD, totalizando 202 milhões de livros, entregues a estudantes e professores da educação básica em todo o país. Para 2024, esperava-se que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) resolvesse os programas pendentes, incluindo os literários, efetivando as compras e permitindo que as escolas fizessem suas escolhas de livros no tempo adequado. Contudo, a realidade está sendo marcada por atrasos.

O PNLD Literário 22, por exemplo, foi negociado, mas o processo não avançou para a contratação, fabricação e distribuição dos materiais. O PNLD Literário 23, que deveria ter suas escolhas feitas pelas escolas em agosto, ainda teve definição. Além disso, não há clareza sobre quando as escolas poderão escolher as obras do PNLD 24, já avaliadas e aprovadas.

No caso da reposição de livros didáticos, o PNLD 23 para os anos iniciais e o PNLD 24 para os anos finais do Ensino Fundamental já têm quantidades e valo-

COLUNA / ÂNGELO XAVIER

INDEFINIÇÕES NO PROGRAMA

DO LIVRO

res negociados, mas os contratos ainda não foram assinados. Existem ainda os programas de reposição aguardando execução: o PNLD 21 Objeto 2 do Ensino Médio, o PNLD 22 para a Educação Infantil, e o PNLD 23 Objeto 2, todos com entrega prevista para fevereiro de 2025.

Caso as compras não sejam efetivadas nos próximos meses, enfrentaremos sérios problemas, incluindo a falta de capacidade das gráficas para realizar a impressão dos livros, uma vez que o ano eleitoral aumenta consideravelmente a demanda por material impresso. Sem a previsibilidade de um calendário claro, as editoras enfrentam dificuldades para planejar o desenvolvimento das obras, negociar contratos, e garantir a industrialização e distribuição dos materiais no prazo correto.

O setor editorial já vem sofrendo com atrasos desde 2021, acumulando pendências de programas anteriores. A boa notícia é que o programa do livro não sofreu contingenciamento, mesmo com as discussões orçamentárias em curso. No entanto, o problema está na execução dos programas e na instabilidade do calendário. Processos de contratação que antes levavam 15 a 20 dias agora se estendem por mais de 50 dias, afetando diretamente a cadeia produtiva.

Por exemplo, as reposições de livros do PNLD 23 e 24 foram negociados em junho deste ano, mas o processo de contratação ainda não foi finalizado pelo governo. O PNLD Literário para a Educação Infantil, já negociado, poderá levar até 45 dias para ser concluído pelas editoras, o que só agrava os atrasos.

De acordo com a Pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, re-

alizada pela Nielsen BookData, Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), as vendas ao governo representam 51,4% do faturamento das editoras, o que torna a regularidade dos processos de compra fundamental para a sobrevivência do setor. Os atrasos recorrentes não apenas comprometem a entrega, mas também colocam em risco a saúde financeira das editoras, que dependem disso para manter suas operações.

É fundamental a resolução dessas questões, para evitar impactos ainda maiores na cadeia do livro e garantir que os materiais cheguem às escolas a tempo. A previsibilidade no calendário de compras é fundamental para que o setor continue a desempenhar seu papel vital na educação brasileira.

O Brasil tem avançado na ampliação do acesso à educação, mas esse progresso não pode ser comprometido por indefinições e atrasos nos programas que garantem o acesso aos livros. O tempo é curto, e a necessidade de ação imediata é clara. É essencial que os órgãos responsáveis atuem para destravar esses processos e assegurar que o ciclo de distribuição dos livros ocorra conforme planejado, garantindo que milhões de estudantes recebam o material de que precisam para o sucesso em sala de aula.

O Colunista

ÂNGELO XAVIER

É Presidente da Associação Brasileira dos Editores de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros). Ângelo também é diretor da Moderna, do grupo Santillana.

foto cedida pelo colunista

EDTECHS: SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS GERAM IMPACTOS

POSITIVOS NO COTIDIANO ESCOLAR

As ferramentas tecnológicas criadas pelas edtechs apresentam soluções inovadoras e personalizadas que contemplam tanto a área pedagógica como a gestão escolar. Presentes cada vez mais no mercado educacional, crescimento que foi potencializado pela pandemia, essas startups propõem resoluções práticas que podem ser facilmente incorporadas no dia a dia das escolas

Oambiente digital – e seus aplicativos, ferramentas, soluções e facilidades – tornou-se rapidamente um elemento central em nosso cotidiano, reelaborando nossas vivências pessoais, profissionais e educacionais. Nos últimos anos, no cenário educacional, percebemos um crescimento de inovações e soluções, proposto pelas startups e direcionado exclusivamente às instituições de ensino – as chamadas “edtechs”, termo criado a partir da junção das palavras em inglês education + technology

Tendo essa ideia em vista, nesta edição da Direcional Escolas trouxemos um especial sobre quais os impactos que as soluções e inovações das edtechs podem gerar no cotidiano escolar. Com falas de especialistas da área e gestoras/ es escolares, o especial destaca que a tecnologia pode ser uma grande aliada para o desenvolvimento educacional. Confira!

“As edtechs desempenham um papel crucial na modernização e melhoria da educação básica, oferecendo soluções tecnológicas que

beneficiam alunos, professores e a comunidade escolar como um todo. Com inovações que impactam desde o planejamento pedagógico por meio da inserção do ensino híbrido, as plataformas trazem novas maneiras de personalizar o aprendizado e facilitar o trabalho dos educadores.

Essas tecnologias proporcionam apoio tanto no desenvolvimento das aulas quanto no acompanhamento do progresso dos alunos, otimizando a gestão e a análise de dados. Ferramentas como Inteligência Artificial (IA) e plataformas de ensino permitem personalizar o aprendizado e facilitar a gestão escolar, auxiliando na tomada de decisões com base em dados concretos.

Ao adotar essas soluções, as escolas podem modernizar o ensino, motivar os alunos e melhorar os resultados acadêmicos, além de otimizar processos administrativos. A integração das edtechs no cotidiano escolar oferece inúmeros benefícios, alinhando as instituições às tendências educacionais contemporâneas.

No entanto, para que essas tecnologias sejam plenamente eficazes, é essencial que tanto professores quanto alunos recebam treinamento adequado. Investir em formação e garantir o acesso igualitário a essas ferramentas é fundamental para que todos possam aproveitar os benefícios das inovações tecnológicas de forma consciente e produtiva.

No Colégio Engenheiro Salvador Arena, entre as inúmeras ferramentas que utilizamos podemos destacar o Sistema acadêmico (levantamento de dados); QliKView (levantamento

de dados); Moodle (ensino e aprendizagem); Plataformas de ensino (ensino e aprendizagem); Udemy (formação de professores e funcionários) e a IBM planning analytics (controle orçamentário), além de ferramentas importantes que auxiliam os processos de gestão escolar, facilitando a mensuração dos resultados e o controle das ações, visando alcançar os objetivos estratégicos almejados, como o Balanced Scorecard (BSC).”

“As edtechs estão revolucionando o cenário educacional, ao unir a potência da tecnologia com a sabedoria pedagógica, criando soluções que simplificam e potencializam o dia a dia nas escolas. Em 2022, o mercado global de edtechs foi avaliado em impressionantes US$ 125 bilhões, segundo a Market Research Future. Já nos primeiros seis meses de 2024, o setor celebrou 402 acordos globais, somando cerca de US$ 1,5 bilhão em investimentos, conforme o relatório da Brighteye Ventures. No Brasil, o cenário não é diferente: o país lidera o mercado latino-americano de edtechs, abrigando 70% das startups da região e atraindo 80% dos investimentos. Entre 2015 e 2024, o setor movimentou US$ 475,6 mi-

Cristina Favaron Tugas – Diretora Pedagógica do Colégio Engenheiro Salvador Arena
Gabriela Saraiva – Gerente de Inovação e Novos Negócios da FTD Educação

lhões, colocando o Brasil à frente de nações como Colômbia e Argentina.

Entre as tendências mais vibrantes, o destaque vai para a Inteligência Artificial (IA), que tem impulsionado o aprendizado adaptativo e a automação das rotinas escolares. Além disso, a fusão de sustentabilidade com inovação está cada vez mais evidente, moldando uma educação mais acessível, dinâmica e conectada a outros setores da economia. As plataformas de aprendizado adaptativo continuam a avançar, utilizando IA para personalizar o ensino, ajustando conteúdos e ritmos conforme o desempenho de cada aluno. Já as soluções de tutoria inteligente, que contam com aprendizado de máquina, detectam os pontos fortes e fracos dos estudantes, oferecendo recursos sob medida. Essa tecnologia está conquistando todas as faixas etárias, promovendo maior engajamento e acessibilidade no processo educacional.

Na administração escolar, as soluções ‘copiloto’ equipadas com IA estão se tornando essenciais, automatizando tarefas como a elaboração de horários e correção de provas. Isso libera gestores para focarem em decisões estratégicas, além de fornecer análises de dados avançadas e insights de mercado, permitindo uma gestão mais ágil e precisa. Os chatbots também estão ganhando terreno, oferecendo feedbacks instantâneos e facilitando a coleta de dados. Embora ainda existam desafios relacionados à privacidade e segurança, o futuro dos chatbots promete mais sofisticação, aprimorando a interação entre escolas e alunos. Outra tendência são os Sistemas de Gestão Educacional (EMS), que evoluíram para hubs completos, integrando uma série de ferramentas colaborativas e serviços.

As inovações promovidas pelas edtechs não só redefinem a experiência de aprendizado, mas também tornam o processo administrativo mais fluido e a tomada de decisões mais embasada. Para que esse impacto seja ainda maior, ambientes regulatórios flexíveis, chamado de ‘sandboxes’, podem acelerar o ritmo da inovação, permitindo a experimentação de novas abordagens educacionais e fomentando mais investimentos. O futuro das edtechs vislumbra um cenário de evolução constante, em que IA e big data assumem protagonismo na transformação da educação e na criação de escolas mais eficientes, acessíveis e personalizadas”.

“As edtechs trazem uma diversidade de soluções e abordagens que otimizam o cotidiano escolar, contribuindo para alocação dos alunos no centro do processo educacional. Entre

as principais inovações podemos citar as plataformas que oferecem ferramentas de diagnóstico da qualidade da aprendizagem, que geram dados importantes sobre o desenvolvimento dos estudantes e sobre a adequação da estratégia de ensino aplicada.

Há também edtechs dedicadas ao ensino personalizado, com materiais didáticos interativos e recursos multimídias, que atendem à diversidade de estilos de aprendizagem e permitem que cada aluno avance no seu ritmo. Edtechs dedicadas à disponibilização de soluções administrativas, por sua vez, facilitam a gestão escolar e tiram barreiras burocráticas, facilitando a maior participação da família.

Enfim, as soluções trazidas pelas edtechs ajudam os alunos a desenvolverem habilidades úteis para sua plena atuação como cidadãos, ao tornarem o aprendizado mais interessante e personalizado para uma geração que utiliza a tecnologia de maneira única.”

“Uma das principais inovações é a integração da Inteligência Artificial (IA) no processo educativo. Na Beacon School, desenvolvemos um documento orientador que permite aos professores utilizarem a IA de maneira ética e intencional, facilitando tarefas repetitivas e auxiliando na preparação de aulas. Essa abordagem não só melhora a eficiência dos educadores, mas também enriquece a experiência de aprendizado dos alunos, permitindo um foco maior em atividades que exigem análise crítica, responsabilidade e criatividade. A Inteligência Artificial permite a personalização, destacando, por exemplo, as dificuldades de cada aluno, permitindo ao professor adaptar

suas estratégias de ensino para garantir uma aprendizagem significativa.

Além disso, o currículo é estruturado com base em quatro pilares — Letramento Digital, Cidadania Digital, Cultura Maker e Pensamento Computacional — que garante que os alunos não apenas consumam tecnologia, mas possam ser produtores de conteúdo e que a utilizem de forma criativa e ética no seu cotidiano. As aulas de EdTech começam no Ensino Fundamental I e no Fundamental II, os alunos têm aulas de Design, disciplina do IB (International Baccalaureate) que tem como objetivo desenvolver a capacidade de resolver problemas criativamente por meio do design thinking, além de incentivar o uso de habilidades práticas e teóricas para projetar, criar e avaliar soluções inovadoras para problemas reais, levando em consideração fatores como sustentabilidade, funcionalidade e estética. Em ambas disciplinas, há a promoção de habilidades essenciais como programação, resolução de problemas, criatividade e pensamento crítico, preparando os alunos para os desafios do futuro.

Por fim, a ampliação do debate sobre tecnologia educacional é crucial. A Beacon School se empenha em estar à frente das tendências, buscando constantemente inovações que possam ser aplicadas no cotidiano escolar. Acreditamos que a tecnologia deve ser uma aliada no processo educativo, e estamos comprometidos em utilizá-la de forma que beneficie tanto alunos quanto professores, garantindo um ambiente de aprendizado dinâmico e inclusivo.”

Beatriz Zancaner – Pós-graduada em Neurociências e Comportamento pela PUC-RS, fundadora e CEO da GrãoEdu (empresa de mapeamento das potencialidades dos alunos)

“As edtechs têm o potencial de transformar o cotidiano escolar ao oferecer soluções que otimizam o aprendizado, engajamento e desenvolvimento de habilidades. A escola lida com muitas demandas e pode contar com o apoio da tecnologia para otimizar e simplificar suas rotinas.

Com a GrãoEdu, a escola consegue ter um

Cleiton Galvão – CPO da TRIEduc/Trillo
Maria Eduarda Menezes – Coordenadora de EdTech da Beacon School

olhar individualizado para seus alunos, mapeando as potencialidades e necessidades de cada um, nos seguintes pilares: Aprendizagem, Engajamento, Pensamento Crítico e Socioemocional. Entregamos relatórios individuais que viram pauta qualificada entre coordenação e professores, professores e alunos, e também com a família, de forma que todos se unam em parceria para a evolução do estudante.

Nossa metodologia é pautada em autoconhecimento e metacognição, ferramentas poderosas para aumentar o engajamento dos alunos e aprendizagem. É preciso conhecer a percepção que o aluno tem de si mesmo para fazer intervenções eficazes.

Além do mapeamento, seguimos com treinamentos personalizados dos alunos nas suas necessidades, sempre focando em seu desenvolvimento como pessoa e no aumento de sua aprendizagem. E tudo isso de forma muito rápida, com mínima interferência na rotina escolar.”

“Nos últimos anos, o mercado de educação tem passado por uma transformação acelerada, impulsionada pelo aumento do acesso à internet e à informação. Com isso, muitas instituições enfrentam desafios para se adaptar, especialmente na incorporação de tecnologias e na capacidade de analisar dados para decisões pedagógicas e administrativas. Nesse cenário, as edtechs se destacam como parceiras essenciais, trazendo inovações que não apenas introduzem novas ferramentas, mas também propõem mudanças culturais e humanas fundamentais para o avanço educacional.

Na Lize, por exemplo, identificamos nossas personas ao longo da jornada avaliativa, mapeando os pilares de dores específicos de cada grupo. Para os coordenadores, os desafios estão na gestão do Projeto Político-Pedagógico (PPP), no planejamento e na organização do calendário escolar. Já os professores enfrentam dificuldades como a falta de tempo e a busca por mais qualidade no ensino, precisando equilibrar demandas de conteúdo com oportunidades de personalização pedagó-

gica. Os alunos, por sua vez, necessitam de um direcionamento claro e uma comunicação efetiva para se engajarem no aprendizado, enquanto as famílias buscam um acompanhamento mais próximo e transparente do progresso dos seus filhos.

As edtechs buscam resolver esses problemas de forma eficiente, oferecendo soluções que impactam diretamente cada uma dessas personas e seus desafios. Na Lize, atuamos para engajar coordenadores, professores, alunos e famílias, focando em uma experiência do usuário que seja intuitiva e acessível. Acreditamos que o sucesso de qualquer tecnologia educacional depende não apenas de suas funcionalidades, mas de como ela se integra e é adotada na rotina escolar. A experiência do usuário é um fator crucial para garantir que as soluções sejam não apenas implementadas, mas efetivamente utilizadas de forma a gerar resultados concretos.

Por fim, é importante lembrar que a transformação digital na educação vai além da simples adoção de novas ferramentas; ela envolve um suporte contínuo para adaptação cultural das instituições. Edtechs bem-sucedidas oferecem bases de conhecimento, suporte dedicado e sistemas de fácil integração para facilitar essa transição. O verdadeiro diferencial está em como essas soluções se aplicam no ‘chão da escola’, ajudando a engajar os diferentes agentes envolvidos e a resolver problemas de maneira prática e humanizada.”

“ Como surge a solução que uma startup gera? Ela surge na maioria dos casos a partir do entendimento profundo de algum problema em específico. Quanto mais se entende o problema e o indivíduo afetado por aquele problema, melhor e mais impacto será gerado pela solução da startup. Na educação essa lógica se torna ainda mais relevante, afinal os problemas tendem a impactar muitos entes diferentes de uma vez só: aluno, família, time da escola…foi justamente a partir do entendimento profundo (e no seu grau mais extremo) de um problema que eu idealizei a

solução que hoje a AMentoria oferece para otimizar o cotidiano escolar.

Em março de 2015, um mês após tomar a decisão de que eu queria cursar Medicina na faculdade, eu tive um burnout enquanto estava no meu segundo ano do ensino médio. Durante meus 10 anos anteriores como estudante eu não consegui imprimir um aproveitamento pedagógico suficiente para estar no nível de alcançar a medicina. Ou melhor, como gosto de falar nas palestras que faço em escolas, fui muito vagabundo na escola até aquele momento. E ao tomar a decisão da Medicina eu não soube lidar com a pressão interna pelo nível de dificuldade envolvida para alcançar a minha meta, e principalmente, eu não soube lidar com a falta de clareza o que fazer para alcançar o resultado que eu almejava. Eu achava que eu precisava simplesmente estudar o máximo que eu pudesse .

Nesse processo, cheguei a um burnout com um mês de estudos em 2015. Me recuperei naquele ano e tentei novamente em 2016. Tive mais um ano de estudos perdido. Foi em 2017 que testei construir uma metodologia de estudos individualizada e assim alcancei minha aprovação em Medicina na UFRN.

Dessa experiência e do entendimento profundo do problema que estudantes passam ao chegar no ensino médio foi que, utilizando neurociência e um pouco de tecnologia, montamos uma plataforma que permite que alunos do ensino médio tenham mentorias individuais com acadêmicos recém aprovados em medicina, para acompanhamento estratégico individualizado. Hoje estamos focados em permitir que o máximo de escolas possam ter nossos mentores individuais a disposição da coordenação pedagógica (e dos alunos, é claro) como ferramenta para a rotina de estudos dos estudantes que precisam tanto desse atendimento individualizado e desse porto seguro que é gerado quando ele se conecta com outro jovem que chegou onde ele quer chegar.

Esse é o poder de inovação que uma startup pode gerar na rotina de uma escola. Construir rotinas de atendimento 100% individualizadas, através de mentores humanos, de forma barata e escalável para escolas que buscam performance aliada a humanização do processo de ensino.”

Luiz Gonzaga – CEO e fundador da Lize Edu
Pedro Gesteira – CEO da AMentoria
da UFRN

Oavanço da tecnologia, com o uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) e de gamificação, vem promovendo uma grande transformação no ensino. Dispor de ferramentas automatizadas que proporcionam a melhor experiência de aprendizado tornou-se um grande aliado das escolas na missão de preparar os alunos para o ENEM e os vestibulares.

Uma das áreas em que o uso da tecnologia se mostra altamente produtivo para elevar a proficiência dos estudantes é a de avaliações de testes e provas simuladas, que permitem avaliar os conhecimentos com base em questões que simulam o ENEM.

Testes aplicados junto a mais de 500 mil alunos

À frente da mais completa plataforma de avaliações eficazes do País, a TRIEduc já aplicou testes a mais de 500 mil alunos de quase 1.000 escolas, com excelentes resultados. Entre as instituições que utilizam as soluções, estão algumas classificadas como as de melhor desempenho no ENEM, como o Sesi e o Senai (para avaliações de larga escala), as redes Salesiana, Piaget, escolas La Salle e Vértice.

Exames simulados gratuitos para as escolas

Avançando nas soluções oferecidas às instituições de ensino, a TRIEduc está lançando exames

TRIEDUC LANÇA SIMULADOS

GRATUITOS PARA O ENEM COM USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

simulados de acesso gratuito, que abrangem as quatro áreas de conhecimento do ENEM. Os simulados utilizam os recursos de IA, e trazem questões geradas de forma aleatória a partir do banco de dados da TRIEduc, categorizadas a partir de uma estrutura próxima a do ENEM, com questões de diversos níveis de dificuldade e notas na mesma escala do exame.

“Nosso objetivo é colaborar com a equipe pedagógica e de gestão das instituições educacionais em favor do melhor desempenho dos alunos e da melhoria da qualidade de aprendizagem”, destaca Juliana Miranda, presidente do Conselho da TRIEduc.

A TRIEduc possui centenas de questões cadastradas, o que permite criar uma variação infinita de provas simuladas, de forma personalizada. A edtech também faz a correção das provas e disponibiliza relatórios de desempenho online dos alunos, com a pontuação em cada área do conhecimento, comparações com grupos de alunos e definição de prioridades de estudos.

Experiência similar à do ENEM

Nos simulados da TRIEduc, os estudantes passam por uma experiência similar à do exame oficial do ENEM e conseguem perceber as suas reais chances de aprovação nos processos seletivos de universidades que adotam o SISU, o Sistema de Seleção Unificada do governo federal.

“Os simulados são uma excelente oportunidade para que as instituições de ensino testem o conhecimento de seus alunos com todo o rigor metodológico que é utilizado nas provas e avaliações oficiais do ENEM, e façam uma comparação adequada com o exame e os resultados de diferentes grupos avaliados”, explica Juliana Miranda, presidente do Conselho da TRIEduc.

Ao acompanhar o modelo do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a TRIEduc segue a matriz da autarquia federal – considerando as habilidades e competências de cada uma das quatro áreas do conhecimento.

Da mesma maneira, calcula o desempenho dos alunos, por meio da metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), que considera a coerência das respostas dos candidatos dentro do conjunto de questões. Com isso, a paridade dos resultados do Simulado Nacional Aberto da TRIEduc com o ENEM fica garantida.

Com um núcleo tecnológico responsável pelo desenvolvimento de plataformas, e outro técnico-pedagógico responsável pela arquitetura de avaliações eficazes, a TRIEduc personaliza as soluções para cada instituição de ensino.

“Agora queremos avançar rumo à criação de um forte ecossistema de avaliação educacional, composto por um grupo de empresas, para ampliar ainda mais as soluções disponibilizadas para as escolas”, antecipa Juliana Miranda, sobre os próximos passos da expansão da edtech.

CONTATO

(11) 5571-8160 / contato@trieduc.com.br

Juliana Miranda, presidente do conselho da TRIEduc
Imagem:
TRIEduc
Foto: Camila Goya

COMO ERRADICAR ESSA PRÁTICA?

Otermo bullying, que tem origem do termo em inglês “bully” (“valentão”, “tirano”, “brigão”) com o sufixo “ing” (que indica uma ação contínua), é utilizado no Brasil em sua forma original, e pode ser compreendido como atos de intimidação, humilhação, insultos, apelidos jocosos, ameaças e tantas outras práticas negativas – intencionais e repetidas – provocando consequências sérias às vítimas, tanto no aspecto físico como no psicológico.

As agressões reiteradas, realizadas por um/uma estudante (ou um grupo de estudantes) contra outro/a estudante (ou um grupo), podem surgir como “chamar um colega de nomes pejorativos, impedir que um colega participe de uma atividade, inventar mentiras sobre um colega para prejudicá-lo, ou mesmo agressões físicas, como chutar, bater, com intencionalidade”, situa Beatriz Zancaner, pós-graduada em Neurociências e Comportamento pela PUC-RS.

Os dados de estudantes que relataram terem sofrido algum tipo de agressão identificada como bullying são preocupantes.

Os dados do Projeto São Paulo para o Desenvolvimento Social de Crianças e Adolescentes (SP-Proso) de 2019, em uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), realizada com 2.702 estudantes de 119 escolas públicas e privadas da capital paulista indicou que 29% desses adolescentes foram vítimas de bullying; e 23% sofreram algum tipo de violência.

A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa DataSenado realizada em maio de

2023 ouviu 2.068 estudantes de 16 anos ou mais, e teve como propósito traçar um panorama sobre a violência na escola. De acordo com o relatório, quase 7 milhões de estudantes brasileiros sofreram algum tipo de violência no ambiente escolar nos 12 meses anteriores à pesquisa, ou seja, ao longo de 2022.

De acordo com Beatriz Zancaner, fatores sociais e culturais podem influenciar ou inibir práticas de bullying. “Escolas onde não há ampla divulgação de temas como respeito, amizade, valorização da diversidade, estão bem mais suscetíveis à prática de bullying entre os estudantes”, relata. “Além da educação com relação a esses temas e ao conceito de bullying propriamente dito, é fundamental que a postura de todos os colaboradores da escola seja de atenção às atitudes dos estudantes, escuta ativa, mediação de conflitos com intervenção imediata para coibir práticas de bullying”, completa.

O/a estudante que sofre atos discriminatórios, insultos, humilhações, ameaças e ataques físicos recorrentes pode apresentar sérias consequências, tanto no progresso escolar como em seu desenvolvimento humano e social. O desinteresse pelos estudos, o desenvolvimento de uma baixa autoestima, o isolamento social, a autolesão, pedir para mudar de escola, ter sintomas de ansiedade e depressão, agressividade, enfraquecer os recursos psíquicos para se defender do/a agressor/a, e, em casos mais graves, ter ideação suicida, são algumas características apresentadas pelas vítimas. Mas é preciso destacar que, em muitos casos, o sofrimento do/a estudante pode não ser visível, por isso é de

extrema importância que cada escola tenha protocolos de prevenção e estratégias de intervenção quando ocorrer alguma prática de bullying.

PAPEL DA ESCOLA

Para romper com a realidade de agressões e violências, que atingem estudantes em todo o país – tanto presencialmente como na internet, com o cyberbullying – é preciso compreender a instituição de ensino como uma forte aliada na erradicação dessas práticas.

Fernanda King, diretora pedagógica e consultora educacional, ressalta que a gestão escolar pode criar um ambiente seguro e acolhedor por meio de ações preventivas, como “criar canais abertos para denúncias anônimas; monitorar de perto o comportamento dos alunos; realizar palestras de conscientização com as famílias; promover rodas de conversa com todos os alunos. E para quando acontecerem episódios, se possível ter um psicólogo à disposição para conversar com os envolvidos, atuando o quanto antes, para que a situação não evolua e cause problemas ainda maiores”.

Segundo a diretora, alguns valores podem ser estimulados com o intuito de erradicar práticas de bullying, como o convívio com a diversidade, o respeito às diferenças e o desenvolvimento da empatia desde a primeira infância. “Mas além da empatia, devemos trabalhar outros valores, como a resiliência e o senso de justiça. Somente com pessoas emocionalmente fortes e justas conseguiremos combater o bullying”, diz.

“Temos que ter vozes fortes e ativas nas classes, que sejam atuantes na denúncia e na defesa das injustiças. Se a turma não compactuar com o agressor, o bullying dificilmente se perpetua. E por fim, precisamos de famílias mais presentes na vida dos filhos. As instituições de ensino certamente devem exercer seu papel de prevenção. Mas isso só funciona de verdade se existir a parceria entre família e escola, tão essencial ao bom desenvolvimento das crianças e adolescentes”, indica King.

CONSCIENTIZAR E ERRADICAR O BULLYING

Beatriz Zancaner elenca algumas ações de conscientização/prevenção e intervenções que podem ser acionadas pelas es-

colas. Desenvolvimento de políticas contra o bullying com medidas corretivas claras e definidas; mapeamento individual de estudantes para saber como cada um/a se sente; e promoção de campanhas de conscientização (rodas de conversa em sala de aula, treinamento para colaboradores, palestra para os pais e/ou responsáveis, cartazes na escola, etc.) são indicações que podem ser trabalhadas para a conscientização da temática.

“Já as intervenções podem incluir: intervenção imediata de qualquer colaborador da escola para interromper uma prática de bullying que ele está presenciando; apoio psicológico para vítimas e agressores; e um sistema de denúncia anônima, assegurando que todos os casos sejam investigados”, complementa Zancaner.

PROJETO NA ESCOLA

O Colégio Santa Marcelina de São Paulo desenvolveu recentemente uma iniciativa com foco em promover um ambiente mais seguro, acolhedor e inclusivo. Intitulado “Anti-Bullying – Amizade Social”, o projeto está impactando 315 estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais e tem como propósito conscientizar sobre os diferentes tipos de bullying e seus impactos negativos na vida de estudantes, além de educá-los sobre as causas implícitas do ato e fornecer estratégias eficazes de prevenção, como incentivar a empatia e o respeito mútuo.

Silvana Aparecida Moretto Pacífico, professora do colégio, ressalta que a iniciativa busca capacitar os estudantes para que não apenas saibam como identificar o bullying, mas para que também se sintam confortáveis em relatar incidentes e saibam como intervir de forma segura e eficaz. “Queremos que todos se sintam valorizados e protegidos contra o bullying e outras formas de violência, a fim de reduzir as taxas de ocorrência, tanto em termos de frequência quanto de gravidade dos incidentes, promovendo uma cultura escolar baseada no respeito mútuo, na aceitação da diversidade e na valorização das diferenças individuais”, afirma a docente.

COMO ALCANÇAR UM BOM DESEMPENHO?

Operíodo que compreende o Ensino Médio é um importante processo de desenvolvimento de interesses profissionais de cada estudante. Ao longo dos três anos do Ensino Médio, os alunos e as alunas dedicam atenção especial à preparação de avaliações significativas para o futuro profissional, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), exame que é uma porta de acesso ao ensino superior.

Com o Enem se aproximando – as provas ocorrerão nos dias 3 e 10 de novembro – muitos estudantes buscam dicas e estratégias que possam garantir o melhor desempenho. Cleiton Galvão, CPO de uma edtech especializada em avaliação educacional, lista abaixo algumas dicas que podem auxiliar estudantes durante a prova.

• Utilizar todo o tempo da prova. Não ter pressa para sair da sala e investir eventuais minutos de “folga” para ler novamente questões que deixaram dúvida.

• Na prova de Redação, revisar o texto mais de uma vez, para solucionar errinhos de gramática ou ortografia.

• No início da prova do primeiro dia, começar lendo o tema de redação e seus textos motivadores, mesmo que o plano seja o de produzir o texto em outro momento.

• Prestar bastante atenção no que está sendo pedido e grifar os trechos mais importantes, de modo a garantir que a produção não aborde o assunto apenas de maneira tangencial.

• Na prova do primeiro dia, geralmente,

os textos das questões de Ciências Humanas são mais curtos do que os de Linguagens e Códigos. Já na prova do segundo dia, os exercícios de Matemática têm uma carga de leitura menor do que os de Ciências da Natureza. Escolher por qual área começar seguindo esse dado.

• Na prova de Linguagens e Códigos, as questões de Língua Estrangeira (inglês e espanhol) têm um peso relevante na nota final. Tentar fazer com mais calma e atenção para ganhar todos esses pontos.

• Não deixar de responder alguma pergunta. Por mais que a Teoria de Resposta ao Item – TRI tenha mecanismos que diminuem a pontuação do acerto ao acaso (o famoso “chute”), qualquer ponto é melhor do que nenhum.

• Reservar ao menos 30 minutos a fim de passar suas respostas para o gabarito. Esse é um momento muito importante do processo para ser feito com pressa, e qualquer confusão pode causar um grande prejuízo.

• Se possível, tentar preencher o gabarito primeiro das questões que tenha certeza da resposta. Em seguida, revisar os exercícios que deixaram alguma dúvida, para só então passá-los para o gabarito no final. Criar essas “quebras” na leitura da prova podem ajudar a ter novas ideias para solucionar um exercício mais complicado.

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