

É fato que o domínio de um segundo idioma, especialmente o inglês, tornou-se um fator imprescindível nas esferas pessoais, profissionais e acadêmicas. Na contemporaneidade, permeada por diversas demandas que envolvem contextos globais, transformações socioculturais, econômicas, políticas e educacionais, o ensino bilíngue destaca-se por promover experiências e vivências múltiplas, além de contribuir de maneira positiva no desenvolvimento cognitivo e da autonomia, do senso crítico, da resolução de problemas, da autoconsciência e, sobretudo, no desenvolvimento linguístico.
Para além de atender aos objetivos profissionais e de tornar a pessoa mais competitiva no mercado de trabalho, falar outra língua com fluência é uma boa maneira de interagir com outras culturas ao redor do mundo. E é fundamental que, no processo do ensino bilíngue, não só a estrutura gramatical e o estudo do vocabulário do segundo idioma sejam privilegiados, mas que a cultura e os modos de vida do país também integrem toda a rota de aprendizagem.
Com efeitos diretos, podemos afirmar que a educação bilíngue acompanha uma tendência mundial, principalmente com o número crescente de escolas convencionais (que geralmente ofereciam cursos da segunda língua como atividade extracurricular) que se transformaram em escolas bilíngues nos últimos anos. Uma pesquisa recente encomendada pela Somos Educação identificou que existe uma alta demanda de famílias que procuram conciliar a aprendizagem bilíngue com uma alta performance direcionada ao ingresso nas melhores universidades.
Em relação ao mercado, a pesquisa demonstrou que, nos últimos cinco anos, o número de escolas bilíngues no país cresceu 10% e o número de estudantes aumentou 64% no mesmo período. Os dados também mostram que 62,9% das famílias con -
sideram muito importante o desenvolvimento da fluência do inglês ainda na escola, e 75,9% possuem uma grande expectativa em relação a preparação de seus/suas filhos/as para o ENEM e os vestibulares mais concorridos. Complementando esses dados, a Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (ABEBI) indica que o mercado de escolas bilíngues está em um momento de expansão e já movimenta R$ 250 milhões por ano no Brasil.
Com o intuito de adentrar nessa temática, trouxemos nesta edição um especial sobre bilinguismo, com falas de especialistas que atuam em diversas áreas da educação apontando caminhos de como transformar uma escola convencional em uma escola bilíngue. Para além de ressaltar a importância e as vantagens do aprendizado em duas línguas, os/as especialistas destacam algumas características que devem ser observadas para a escola se tornar bilíngue, como planejamento, escolha de metodologia, regulamentação e treinamento de professores/as e funcionários/as. Também nesta edição abordamos a Inteligência Artificial e o software de gestão nas matérias, e apresentamos um balanço geral do GEduc, considerado o principal congresso de gestão educacional do país, que ocorreu entre os dias 3 e 5 de abril, em São Paulo.
Boa leitura!
Diretor: Alex Santos
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Coluna - Christian Coelho
Escolacentrismo
Coluna - Fernanda Martins e Laila Almada
Exigências regulatórias na abertura de escolas: como construir sua identidade acadêmica em projetos perenes
Coluna - Eduardo Shinyashiki
Explorando o impacto do “contágio emocional” na educação
Coluna - Célio Müller
A responsabilidade civil da escola e seus limites
Especial Bilinguismo
Como se tornar uma escola bilíngue?
SIM Bilíngue 2024
O SIM Bilíngue como fonte de inspiração e aprendizado prático
Dica: Software de Gestão
Facilidades e otimização
Dica: Inteligência Artificial
Interação e personalização no processo educacional
GEduc 2024
Congresso de gestão educacional apontou trilhas possíveis para construir uma educação transformadora
Logo após o descobrimento do Brasil, os jesuítas iniciaram o processo de colonização dos povos indígenas com o intuito de difundir os princípios católicos e os costumes europeus da época. Com o passar do tempo, imigrantes e indígenas estabeleceram pequenas comunidades que gravitavam em torno das igrejas e escolas.
Apesar da sobreposição dos papéis da igreja e da escola, durante o período colonial brasileiro, toda a educação, do ponto de vista dos colonizadores, emanava da instituição de ensino: crianças, imigrantes e indígenas aprendiam a ler, absorviam a cultura europeia, noções de higiene e alimentação, conforme os preceitos dos colonos, além de serem catequizados.
Como é típico de civilizações invasoras, a cultura dominante suplantou a local, quase a extinguindo. A Escola desempenhava um papel central e monopolizador na educação, além de ser responsável por difundir uma nova cultura e comportamento, originando o termo “Escolacentrismo”: a escola como o ponto de referência central em sua região.
Com a monarquia, a educação mudou de rumo valorizando a rede doméstica de ensino organizada a partir de casas grandes para filhos dos senhorios. Nascem as primeiras escolas particulares do país.
Depois de passar por um período elitista, com a entrada do regime republicano o ensino tornou-se laico e público. Nesta época a escola passou a se concentrar unicamente nos alunos. A aquisição de conhecimento
era de responsabilidade da escola e a formação de valores ficava a cargo das famílias, principalmente das mães e avós.
Após a Segunda Guerra Mundial, com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, a crescente longevidade e produtividade dos avós, e a queda na qualidade do ensino público, as famílias se viram obrigadas a investir em uma educação de qualidade para seus filhos. Diante dessa necessidade e a demanda crescente, as escolas particulares passaram a ampliar suas atividades para atender de forma mais abrangente os alunos, oferecendo períodos integrais, serviços de alimentação, cursos extracurriculares e berçário.
Ao longo da história, as instituições de ensino têm se adaptado às questões políticas e mudanças sociais. Hoje, o mundo demanda que as escolas reassumam seu papel central na formação integral das pessoas, utilizando a educação como meio para instruir e influenciar indivíduos em relação à preservação do meio ambiente, à saúde física e mental, impactando não só as pessoas, mas também os ambientes que as cercam nas diversas camadas: alunos, colaboradores, ex-alunos, famílias, comunidade local, cidade, até envolver todo o mundo.
Para garantir que os conteúdos e ações alcancem todas as camadas da sociedade que orbitam a escola, torna-se essencial adotar o conceito de Marketing for a Better World (Marketing para um Mundo Melhor), uma abordagem de marketing de conteúdo que realiza dois feitos importantes.
O primeiro está ligado ao propósito do novo paradigma do “escolacentrismo”, que busca aprimorar a qualidade de vida das pessoas e o ambiente em que vivemos.
O segundo objetivo é aumentar o reconhecimento e a notoriedade da marca da escola. Essa abordagem é caracterizada por enfrentar menos barreiras do que as estratégias tradicionais de propaganda e marketing, pois a escola não está promovendo seus serviços com o objetivo direto de atrair alunos, como é comum em discursos sobre “matrículas abertas”.
Dessa forma, a escola passa a ser reconhecida por suas boas práticas em prol de um mundo melhor, resultando em um cenário em que todos saem ganhando. É o famoso jogo do ganha-ganha, em que todos levam vantagem: a escola, ao aumentar a relevância de sua marca, e as pessoas e o meio ambiente, que experimentam melhorias significativas.
CHRISTIAN ROCHA COELHO
Formado em comunicação, especialista em andragogia e neuropsicologia. Diretor do Grupo Rabbit Educação. www.rabbitmkt.com.br
Aoferta do ensino privado na Educação Básica desempenha um papel vital na diversificação e expansão de projetos educacionais com identidades específicas em nosso país. Contudo, o fato de ser uma oferta constitucionalmente facultada à iniciativa privada, isto não significa que a dinâmica ocorrerá em um ambiente desregulado; pelo contrário, é conduzida dentro de rígidas balizas regulatórias que pressupõem a conformidade da oferta em relação a uma miríade de normas e regulamentações.
A documentação regulatória que instrui a autorização para funcionamento e avaliação das condições indispensáveis para um ensino de qualidade das instituições desempenha um papel central nesse processo, fornecendo a base legal e administrativa de operacionalização daquele projeto educacional. Isso inclui desde a constituição da empresa até as licenças de funcionamento e o cumprimento das normas gerais da educação nacional e do Sistema Estadual de Ensino, entre outros documentos exigidos pelas Secretarias de Educação. Além disso, a documentação acadêmica, como o Regimento Escolar, o Projeto Político Pedagógico e a Proposta Pedagógica, estabelece as diretrizes educacionais e pedagógicas da instituição, garantindo previsibilidade, institucionalidade, qualidade e a coerência do ensino oferecido.
A equipe escolar, que comumente é composta por diretores pedagógicos, coordenadores, professores, psicopedagogos, psicólogos, secretários escolares, nutricionistas e outros profissionais, desempenha um papel fundamental na implementação da proposta educacional da escola e no suporte aos alunos. Além disso, equipes administrativas e de apoio garantem o funcionamento eficiente da instituição, além do bom relacionamento e da confiabilidade na relação entre pais e escola.
A escolha do local deve levar em conta diversos fatores, como acessibilidade, segurança, proximidade com a comunidade, demanda por educação
na região e regulamentações locais. A escolha da localidade é, sem dúvidas, o ponto de partida para tirar uma escola do papel. Invista em eleger um local o mais definitivo possível e realize os ajustes conforme a necessidade. As instalações físicas, incluindo salas de aula, laboratórios, biblioteca, áreas de recreação e espaços administrativos devem ser projetadas para atender as necessidades educacionais e proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para todos os envolvidos no processo educativo.
A definição da organização escolar envolve o estabelecimento de uma estrutura administrativa eficiente, políticas e procedimentos internos claros, definição de papéis e responsabilidades, e a gestão de recursos humanos e financeiros, visando garantir uma operação escolar eficaz e alinhada aos objetivos educacionais. Para a concepção das turmas é necessário definir critérios claros para sua formação, levando em conta a faixa etária dos alunos, número de estudantes por turma e necessidades educacionais individuais, garantindo assim um ambiente de aprendizado inclusivo e eficaz.
Os equipamentos escolares (referimo-nos de móveis e materiais didáticos a recursos tecnológicos e de laboratórios) são essenciais para apoiar o processo de ensino aprendizagem, sendo importante investir em equipamentos de qualidade que proporcionem um ambiente apropriado ao desenvolvimento integral dos alunos.
Matrícula e processos seletivos precisam ser transparentes, equitativos e parametrizados conforme as regulamentações educacionais aplicáveis. Os processos de admissão devem ser bem definidos, com critérios claros de seleção e previsibilidade quanto à documentação necessária para ingresso na escola, garantindo equidade, conformidade legal e transparência na relação com alunos e familiares.
A escolha do gestor escolar e dos profissionais educacionais é crucial para o sucesso da instituição, sendo importante recrutar e selecionar
profissionais qualificados, comprometidos e alinhados com a proposta pedagógica da escola, garantindo assim uma liderança eficaz e uma equipe educacional capacitada e motivada.
Em resumo, a oferta educacional privada em um ambiente regulado requer uma abordagem abrangente e cuidadosa, que considere não apenas os aspectos pedagógicos, mas também os aspectos legais, administrativos, físicos, e a participação ativa da comunidade na vida escolar, tal qual pressupõe a gestão democrática do ensino. A conformidade com as regulamentações vigentes pressupõe que o gestor escolar – ou a Consultoria Educacional que o assessora – saiba diferenciar, para cada variável que compõe um projeto escolar, aquilo que é desejável, obrigatório, não recomendado ou vedado.
FERNANDA MARQUES MARTINS
Consultora Educacional, advogada, mestre em Direito da Regulação pela FGV e sócia-fundadora do Instituto de Qualidade Regulatória | IQR. Atua, há 9 anos, com Direito Regulatório, sendo 5 deles dedicados à Regulação Educacional. Como compromisso social, alimenta diariamente o Instagram @cafecomregulacao, onde são interpretadas e comentadas as normativas federais em temas ligados à educação.
LAILA DA SILVA ALMADA
Consultora Educacional, advogada, mestre em Direito Público e sócia-fundadora do Instituto de Qualidade Regulatória | IQR. Atua, há mais de 10 anos, com Estratégia em Regulação Educacional, liderando processos regulatórios perante o Ministério da Educação – MEC, análise estratégica de dados regulatórios e coordenação de projetos de cooperação entre instituições de ensino.
O Instituto de Qualidade Regulatória | IQR é uma Consultoria Educacional cuja missão é ‘decifrar, estruturar & simplificar a regulação educacional, garantindo, assim, tranquilidade para que seus assessorados concentrem esforços na realização das missões de suas Instituições de Ensino’, sejam elas de Educação Básica ou Superior.
cedidas pelas colunistas
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No âmbito da educação, estamos constantemente imersos em um ambiente onde as emoções fluem livremente entre alunos, professores e demais membros da comunidade escolar. É fascinante observar como as emoções têm o poder de se espalhar de forma contagiosa entre as pessoas, influenciando nossos pensametntos, comportamentos e interações diárias
A psicóloga social americana Elaine Hatfield e outros estudiosos têm nos conduzido através do conceito intrigante do “contágio emocional”. Esse fenômeno revela como as emoções podem ser transmitidas entre indivíduos de maneira automática e inconsciente. Ao passarmos tempo com pessoas que estão experimentando determinados estados emocionais, é natural que também nos sintamos afetados por essas mesmas emoções, sejam elas positivas ou negativas.
O contágio emocional é uma força universal que transcende culturas e fronteiras. Todos já experimentamos situações em que nos vimos envolvidos pelas emoções de outras pessoas. Seja ao compartilhar o entusiasmo de um colega de trabalho ou ao sentir-se desanimado em um ambiente tenso, essas experiências moldam nossa percepção do mundo e influenciam nossas interações cotidianas.
Estudos conduzidos pelo psicólogo Martin L. Hoffman, da Universidade de Nova York, destacam que o contágio emocional é uma resposta instintiva presente desde
os primeiros momentos de nossas vidas. Mesmo os recém-nascidos, ainda incapazes de reconhecer claramente as emoções dos outros, respondem às expressões emocionais ao seu redor, demonstrando a universalidade desse fenômeno.
O “contágio emocional” é uma tendência a imitar e sincronizar automaticamente expressões, tom de voz, posturas, gestos e movimentos com os de outra pessoa e, consequentemente, convergir emocionalmente e podendo levar a pessoa a ter o mesmo comportamento observado no outro ou em um grupo.
É fundamental diferenciar o contágio emocional da empatia. Enquanto a empatia requer uma compreensão consciente das emoções alheias, o contágio emocional ocorre de forma automática, sem uma consciência clara da fonte das emoções. Por isso, é crucial desenvolver a autopercepção emocional para evitar sermos influenciados negativamente por esse processo ou influenciar o outro.
O contágio emocional tem um efeito cascata, onde acontece uma transferência de emoções e sensações que influenciam automaticamente as dinâmicas dos grupos de trabalho, de sala de aula, dos alunos, da família, etc. Ao reconhecermos isso, podemos utilizar o contágio emocional de forma construtiva, promover um ambiente emocionalmente positivo, incentivando a colaboração, a resolução de problemas, a motivação e o bem-estar geral em nossas salas de aula e grupos de trabalho. Por outro
lado, o contágio emocional negativo pode resultar em conflitos, baixo desempenho e tensões interpessoais.
Portanto, ao compreendermos e gerenciarmos o poder do contágio emocional, podemos criar ambientes de aprendizagem mais saudáveis e acolhedores. Que possamos utilizar esse conhecimento para promover o bem-estar emocional e o sucesso acadêmico de todos os envolvidos em nossas comunidades educacionais.
EDUARDO SHINYASHIKI
Palestrante internacional, consultor, escritor e presidente do Instituto Eduardo Shinyashiki. Neuropsicólogo e Mestre em Liderança Educadora, é referência em desenvolvimento das Competências Socioemocionais, de Liderança e da Performance Humana. Para mais informações, acesse www. edushin.com.br
Qualquer gestor escolar já se deparou com conflitos inesperados junto à comunidade atendida. Às vezes de forma civilizada, mas às vezes com pedras na mão, as famílias que antes eram parceiras de repente se transformam em acusadores incansáveis, disparando queixas e exigências dos mais diversos tipos, sob alegação de maus-tratos, bullying, discriminação, ferimentos, contaminação e outras ilegalidades. Isso é um reflexo da polarização ideológica em nossa sociedade, e também herança do período pandêmico, pois como fornecedora de um serviço essencial que é pago, a escola particular fica bastante exposta às insatisfações.
O tema da responsabilidade civil é complexo e em qualquer organização precisa ser gerenciado sempre com profissionalismo, mas vamos focar aqui nas especificidades da educação. O estabelecimento de ensino em funcionamento realmente tem o dever legal de zelar pelo bem-estar físico e emocional de seu alunado, pois é responsável pela saúde das crianças durante as horas do dia em que ocorrem as aulas.
Isso não significa que todas as imposições e desejos manifestados pelos alunos e seus representantes legais devam ser atendidos, nem que a escola é culpada por fatos externos ou situações comuns do cotidiano, mesmo que sejam desagradáveis ou indesejadas.
Por definição, o Código Civil Brasileiro prevê:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, vio -
lar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Com efeito, as acusações dos pais se baseiam nesse princípio, interpretando as mais diversas situações – sejam reais, inventadas ou exageradas – como se fossem ilícitas. Nas diversas ações judiciais em que defendemos as escolas, costumeiramente a queixa apresentada é de omissão, pois na condição de contratantes as famílias têm a expectativa de receber serviços de qualidade com um nível de exigência cada vez maior. Não costumam acusar a instituição de maltratar a criança de forma deliberada, mas de serem imprudentes e permitir que isso ocorra ou de serem negligentes por não agir adequadamente para combater o dano, o que já seria muito irregular e passível de condenação.
Vivemos numa sociedade altamente questionadora, onde as reclamações das famílias são inevitáveis, mas a instituição de ensino não deve ficar vulnerável, podendo se prevenir da maioria das acusações. Na análise jurídica de cada situação, o gestor precisa ficar atento a qual direito está sendo alegado para averiguar se de fato houve violação e em qual medida. Às vezes é originado do Estatuto da Criança e do Adolescente, outras vezes do Código de Defesa do Consumidor. Há cada dia mais queixas relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados e também são frequentes as acusações de descumprimento do Estatuto da Pessoa com Deficiência, tema que exploramos mais profundamente em outra coluna. Cada uma dessas normas têm condutas e formas de atendimento diferenciados, e o teor da resposta às famílias
– isso sim é obrigatório – irá auxiliar muito para evitar a judicialização.
Finalmente, é essencial observar se o ato ilegal declarado ou a sua abstenção acarretaram mesmo algum tipo de dano ao aluno. Ferimentos físicos são normalmente visíveis, mas podem ter sido provocados fora do período das aulas. Abalos psicológicos costumam ser demonstrados com laudos e atestados de profissionais de saúde, no entanto nem sempre são conclusivos. É muito fácil falar em dano moral, mas sua caracterização precisa estar bem provada pela vítima, e normalmente vemos o relato de simples divergências ou conflitos como verdadeiras tragédias. Por isso, faz toda diferença o acompanhamento jurídico das ocorrências desde seu início, permitindo à instituição comprovar que agiu dentro da legalidade na condução de situações de risco e sempre na proteção do interesse das crianças. Boas aulas e sucesso!
Advogado especializado em direito educacional, sócio-fundador do escritório Müller Martin Advogados, é autor do “Guia Jurídico do Mantenedor Educacional” e presta assessoria jurídica para instituições de todo o Brasil. contato@mullermartin.com.br
Em um mundo cada vez mais globalizado e conectado com demandas que envolvem o futuro profissional de estudantes, o ensino bilíngue contempla o desenvolvimento de competências variadas. O mercado de escolas bilíngues, em expansão no país, surge com uma proposta de imersão em um segundo idioma, que está alinhada às necessidades atuais e à compreensão da importância do bilinguismo inserido na formação integral do/a estudante
Éfato que o domínio de um segundo idioma, especialmente o inglês, tornou-se um fator imprescindível nas esferas pessoais, profissionais e acadêmicas. Na contemporaneidade, permeada por diversas demandas que envolvem contextos globais, transformações socioculturais, econômicas, políticas e educacionais, o ensino bilíngue destaca-se por promover experiências e vivências múltiplas, além de contribuir de maneira positiva no desenvolvimento cognitivo e da autonomia, do senso crítico, da resolução de problemas, da autoconsciência, no conhecimento social e cultural do país, e, sobretudo, no desenvolvimento linguístico.
Destacando a educação bilíngue como uma tendência mundial, principalmente se observarmos o número crescente de escolas que se tornaram bilíngues nos últimos anos no Brasil, trouxemos neste especial falas de especialistas que atuam em diversas áreas da educação, apontando caminhos de como transformar uma escola convencional (que geralmente oferece cursos da segunda língua como atividade extracurricular) em uma escola bilíngue. Para além de ressaltar a importância e as vantagens do aprendizado em duas línguas, os/as especialistas destacam algumas características que devem ser observadas para a escola se tornar bilíngue, como planejamento, escolha de metodologia, regulamentação e treinamento de professores/as e funcionários/as. Confira!
“Aprender um segundo idioma pode trazer uma série de benefícios para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, que vão muito além das oportunidades culturais e, futuramente, profissionais que se abrem.
Luciana Arfelli – Diretora da YOU Bilíngue, pedagoga pós-graduada em Educação Infantil e especialista em Gestão Escolar
Hoje, sabemos que aprender outra língua fortalece o desenvolvimento da flexibilidade cognitiva, do pensamento crítico e exercita a resolução de problemas, já que entre falantes bilíngues existe a necessidade de navegar por estruturas linguísticas distintas e buscar soluções criativas tanto para compreender quanto para se fazer entender. Para as escolas bilíngues ou aquelas que desejam se tornar bilíngues, é necessário ter atenção à Diretriz Nacional que está em tramitação, cujo objetivo é regulamentar esse segmento. A partir da homologação do documento, as escolas bilíngues precisarão passar por uma série de adequações quanto à integração curricular, carga horária, avaliação de aprendizagem e formação de professores”.
“A escola, para ser bilíngue ou internacional, precisa desenvolver várias práticas para que a nova língua seja incorporada, o que excede a aula convencional, mesmo sendo de línguas. É necessário investimento nos profissionais que atuam na escola, ter uma vasta biblioteca para docentes e discentes, desenvolver atividades extracurriculares na nova língua, intercâmbios culturais, trocas entre escolas, projetos colaborativos entre alunos
que utilizam a nova língua, vivenciar a interdisciplinaridade e isto não é simples, pois a maioria dos professores também não fala a língua estrangeira. Esse ambiente estimulador para línguas precisa ter uma identidade visual, auditiva e ser um ambiente inclusivo, respeitoso para que os alunos se sintam encorajados e confortáveis para se expressar na nova língua sem que haja um bloqueio. Um sistema educacional precisa oportunizar o contato com mais línguas, tornando interessante a história cultural e econômica de um local. Nós temos 17 escolas suíças pelo mundo e essa troca entre as instituições já é de uma riqueza ímpar. Ensinamos no colégio o alemão, francês, inglês e português no currículo normal para todos alunos. No extracurricular os alunos interessados podem fazer aulas de espanhol e italiano.
Em resumo, falar outras línguas não só amplia as oportunidades práticas, mas também enriquece a vida pessoal e promove a compreensão global. E um detalhe que destaco: ‘Nunca é tarde para aprender uma nova língua e acessar essa nova cultura’”.
“Com exceção do Parecer CNE/CEB nº2/2020, que trata das diretrizes para a educação plurilíngue no país, ainda não temos no Brasil uma
definição nacional de padrões e requisitos para que uma escola seja oficialmente definida como bilíngue. Transformar uma instituição de ensino convencional é uma decisão que requer diversos procedimentos específicos que podem variar de acordo com a legislação e as políticas educacionais adotadas. Sem a homologação deste documento, faz-se necessária a verificação junto às secretarias estaduais e municipais de Educação e caso não haja, diretamente ao Ministério da Educação.
Ao iniciar os procedimentos de regulamentação da escola bilíngue, deve-se ter um projeto pedagógico detalhado do que será oferecido aos futuros estudantes. É necessário que fiquem bem definidos os objetivos, as metodologias, as abordagens de ensino, a carga horária mínima, o currículo, a formação de professores, os recursos pedagógicos, e o processo e avaliação de aprendizagem. No projeto, devem constar detalhes específicos de como a segunda língua será efetivamente integrada ao currículo. Outra etapa fundamental na implantação do projeto é a contratação de professores bilíngues. A escola precisa contar com profissionais capacitados e fluentes na língua-alvo do ensino. Deve ser feita uma avaliação linguística dos professores que, geralmente é de, no mínimo, nível B2, de acordo com o Common European Framework (CEFR), padrão internacionalmente reconhecido para descrever a proficiência em um idioma. Igualmente importante é pensar na formação e capacitação linguística dos funcionários.
Transformar uma escola convencional em uma instituição bilíngue é desafiador – e, por isso mesmo, gratificante. Oferecer aos alunos a oportunidade de desenvolvimento de habilidades linguísticas e culturais parte do princípio do pleno desenvolvimento linguístico plurilíngue dos participantes. Daí a necessidade de processos contínuos de avaliação, incluindo testes de proficiência e desempenho dos alunos. Por isso mesmo, a transição exigirá uma base sólida e eficaz não apenas para os alunos, mas também para suas famílias, com metas claras e um cronograma viável de realização, o que pode exigir a realização de reuniões, workshops e outros eventos entre pais e responsá -
veis para a explicação do processo.
Do ponto de vista da aprendizagem, ser capaz de transitar entre dois ou mais idiomas traz inúmeros benefícios. Amplia as oportunidades de comunicação e interação em um mundo globalizado, melhora a empregabilidade e a competitividade no mercado de trabalho, enriquece culturalmente os estudantes, além de estimular o desenvolvimento de habilidades cognitivas. Verdade é que a implementação de um programa bilíngue traz um enorme diferencial educacional para as escolas, atraindo alunos e famílias que buscam uma educação mais abrangente e de qualidade.
“A educação bilíngue vem sendo discutida há anos e tomado conta do mercado, principalmente das escolas particulares. Na Bett Brasil deste ano, o número de soluções foi consideravelmente maior que no ano anterior. Mas ainda há muita confusão sobre o tema e como se posicionar neste mercado em expansão.
Já faz algum tempo que o documento com as diretrizes para educação plurilíngue, aprovado pelo CNE, aguarda homologação do MEC. Mas os estados estão criando suas próprias versões e está mais fácil para que as escolas entendam como e onde se posicionam no mercado. Os documentos trazem três categorias claras, onde a escola pode ter um programa de carga horária estendida, ser bilíngue e oferecer mais que 30% da instrução na língua adicional o percentual tem uma variação, ou aquelas que seguem um currículo internacional.
Indiferente do modelo que a escola decidir seguir, algo essencial é ter um acompanhamento apropriado da progressão linguística e garantir que os alunos estejam evoluindo, não apenas para validar o serviço, mas para prestar contas às famílias. O iTEP Progress Check, por exemplo, é uma ferramenta que afere todas as habilidades e oferece um relatório completo à escola, professor e família. Com ele é possível acompanhar e identificar oportunidades de melhoria e apoio ao grupo ou ao aluno, assim como mostra às famílias a evolução do aluno através de gráficos claros. E há também os testes internacionais que são obri -
gatórios nos fechamentos de ciclo para atestar o nível linguístico do aluno dentro do CEFR.
Aproveitar a valorização da educação bilíngue é sem dúvida uma oportunidade para as escolas. Mas é necessário atentar-se à regulamentação e ao tipo de serviço ofertado para garantir e alinhar os resultados que serão apresentados ao longo da jornada”.
“O aprendizado de uma língua adicional durante o desenvolvimento estudantil apresenta diversas vantagens, tanto cognitivas quanto socioemocionais e interculturais, e posteriormente econômicas e profissionais.
A transformação de escolas convencionais em instituições bilíngues começa com um cuidadoso planejamento e definição de objetivos, onde se escolhe o modelo bilíngue a ser adotado, levando em consideração o nível de proficiência desejado e o nível de integração da língua adicional ao currículo. Esse processo exige uma preparação adequada dos professores, que podem necessitar de formação específica tanto na didática específica do ensino bilíngue quanto no domínio da língua adicional. A escola também deve assegurar que dispõe dos recursos didáticos apropriados, incluindo livros, tecnologias e materiais interativos, para apoiar o aprendizado dos estudantes.
Para facilitar esse processo de transformação, é imprescindível que a escola conte com a expertise de um profissional experiente em educação bilíngue, que atuará na mentoria contínua da equipe pedagógica e das lideranças, oferecendo orientação estratégica e suporte didático. Adicionalmente, um projeto de avaliação robusto, que possa incluir exames internacionais, se torna fundamental para mensurar e validar o progresso dos estudantes, fornecendo indicadores claros para ajustes e melhorias no programa. O envolvimento da comunidade escolar — pais, professores e gestores — também é vital para o sucesso do programa, necessitando de uma comunicação eficaz e engajamento ativo. Por fim, promover a imersão cultural através de projetos culturais, eventos e outras atividades enriquece a experiência de aprendizagem dos estudantes,
imergindo-os na cultura do segundo idioma e complementando o ensino formal”.
Vanessa Codecco – Head Pedagógica da Rhyzos Educação e consultora do sistema bilíngue Twice
“O aluno, desde pequeno, quando começa a aprender um segundo idioma, encara muitas vantagens em seu desenvolvimento, como: aumento da capacidade cognitiva; melhora da comunicação, porque a criança passa a se comunicar em duas línguas e passa a ter um repertório dobrado; adquire uma consciência cultural/global, uma vez que tem sempre algo dentro da cultura daquele idioma envolvido no processo de aprendizagem; oportunidades futuras, seja de melhores estudos na universidade ou de emprego para construir e consolidar a carreira; e o desenvolvimento de senso crítico e de capacidade de concentração.
Já quando falamos em como trazer este universo para as escolas, o primeiro passo é, realmente, buscar uma metodologia de ensino; uma metodologia que tenha diferenciais, do aluno aprender o mesmo conteúdo duas vezes, ou seja, ele aprende em português e depois revisita em inglês, tendo um ganho duplo de conhecimento e um aumento de repertório. Também ter metodologias ativas, onde o aluno é protagonista do processo de aprendizagem e desenvolvimento dele. Ainda, que tenha, assim como nós, uma assessoria pedagógica, tanto online quanto presencial, para participar desde a implementação inicial e na formação continuada ao longo do ano letivo.
Além disso, é necessário criar um plano estratégico que estabeleça metas claras, ter treinamento dos professores, com recursos e tecnologias apropriadas para esse desenvolvimento, e um ambiente personalizado que promova o engajamento da comunidade escolar. Esse é um processo complexo, que requer comprometimento e planejamento cuidadosos. No entanto, os benefícios são muito significativos e podem ter um impacto positivo duradouro na vida dos alunos”.
“Ser bilíngue é mais do que saber um segundo idioma. Ao aprender outra língua, ao longo da sua vida estudantil, nossas crianças e jovens são expostos a outras culturas, enriquecendo seu repertório e visão de mundo. Abrem-se portas,
também, a outras áreas do conhecimento, como as Ciências, a Tecnologia, as Artes e a Literatura. Vale ressaltar que um bilíngue não é a soma de dois monolíngues. As duas línguas coexistem e o sujeito fará uso de uma ou de outra a depender do contexto, do interlocutor e das circunstâncias.
Cabe à escola que se propõe a formar um sujeito bilíngue um papel crucial de promover a exposição deste sujeito à língua adicional em ambientes adequados, por meio de práticas pedagógicas que permitam com que este aluno exerça seu protagonismo, sua capacidade analítica e trabalhe a comunicação e o pensamento crítico, dentre outros aspectos. Isto pode se dar através da escolha de uma solução educacional ou programa de abordagem bilíngue de qualidade, propiciando o aprendizado da língua e através da língua, uma carga horária suficiente para a utilização de forma plena dos recursos didáticos propostos pelo programa.
Valéria Cortez – Editora de bilinguismo e internacionalização/Selo StandFor Evolution da FTD Educação
Um outro caminho a ser percorrido pela escola é traçar uma estratégia para, gradativamente, se tornar uma escola bilíngue. No entanto, para isto, não basta simplesmente ampliar a carga horária o suficiente para promover para o aluno uma vivência significativa no idioma. Implica também numa proposta pedagógica oferecida para todos os alunos da escola, componentes curriculares ensinados em ambas as línguas e professores devidamente preparados, inclusive por meio de formação relacionada à Educação Bilíngue, dentre outros aspectos relevantes.
Independentemente do caminho escolhido, a escola tem um papel fundamental na formação deste aluno por meio das vivências oferecidas. Isto vai contribuir para que este aluno se empodere, mobilize conhecimentos, construa novos saberes e possa empreender conquistas significativas em um mundo plural e cada vez mais globalizado”.
O especial na íntegra está disponível em nosso site: direcionalescolas.com.br
OSimpósio de Educação Bilíngue - SIM Bilíngue é um evento presencial em São Paulo, capital, dedicado ao aprimoramento das práticas pedagógicas voltadas para profissionais da Educação.
O evento promove oportunidades de formação contínua para professores e gestores, e abrange desde discussões teóricas até workshops práticos conduzidas por especialistas renomados, que visam fortalecer as habilidades pedagógicas e de gestão.
Além do aspecto formativo, o Simpósio proporciona um ambiente propício para networking entre os participantes. A troca de experiências, ideias e recursos entre diversos profissionais que atuam na área da educação cria oportunidades valiosas de colaboração e parceria. Essa interação não apenas enriquece o aprendizado durante o evento, mas também estabelece conexões duradouras que podem beneficiar o desenvolvimento profissional de todos os envolvidos.
Palestrantes referência no cenário educacional conduzem palestras com temas pertinentes durante um dia inteiro de formação
O SIM Bilíngue de 2024 reunirá especialistas para tratar dos temas Educação Bilíngue e Ensino de Inglês, Gestão, Desenvolvimento Infantil e Educação Socioemocional.
Este ano, a plenária de abertura contará com a fala inspiradora da filósofa, cientista social e pedagoga Tais Romero, e sua palestra “O que é ser professor? Poesia no cotidiano”. A programação também terá pa -
O objetivo do evento é oferecer diferentes pontos de vista sobre questões de grande relevância, visando inspirar educadores e gestores que já atuam na área ou que desejam ingressar na Educação Bilíngue.
lestras simultâneas e eletivas, que prometem experiências enriquecedoras e reflexões profundas. O fechamento desta edição tratará do tema “A coragem de olhar para o que ainda precisa de atenção”, com a psicanalista Elisama Santos.
Um evento formativo que promete repetir o sucesso da última edição
Em 2023, o SIM Bilíngue reuniu mais de 260 participantes, de diversas regiões do país. O índice de recomendação do evento foi de 97% no NPS, uma média bastante elevada para eventos de formação no país. Os participantes tiveram mais de 8 horas de conteúdo, além dos momentos de networking durante as pausas de coffee-break e happy hour
Garanta sua participação
O evento acontecerá no dia 14 de setembro, sábado, das 9h às 18h, no Blue Tree Transatlântico Convention Center em São Paulo e os ingressos já estão disponíveis para compra.
A revista Direcional Escolas é apoiadora do evento e promove um benefício exclusivo: utilize o cupom de desconto SB-DIRECIONAL e ganhe 10% de desconto.
No site www.simbilingue.com.br você também encontrará as condições especiais para compra de ingressos de grupo: 15% para grupos de até 5 pessoas e 25% para grupos de até 10 pessoas. Todos os descontos são cumulativos com o código promocional da Direcional Escolas.
Conheça a YOU Bilíngue: realizadora do evento
A YOU Bilíngue oferece soluções para escolas formarem cidadãos bilíngues desde a primeira infância. Atuando em todo Brasil, a YOU conta com uma equipe de educadores bilíngues especializados no ensino de inglês para crianças e adolescentes. Assim, desde a Educação Infantil, a YOU oferece a seus alunos oportunidades de aprendizagem que possibilitam maior acesso à informação e à cultura, o que significa uma vida com mais oportunidades e um mundo de possibilidades no presente e no futuro.
Saiba mais sobre a YOU no Instagram, @youbilingueoficial.
Atecnologia perpassa a atualidade em variadas esferas. Conexões, aplicativos e ferramentas digitais são palavras-chave que adentraram em todos os espaços nos últimos anos, especialmente n a e ducação. A tecnologia se mostra como uma aliada em diversos processos da escola. Disponibilizando uma extensa lista de ferramentas que a u xiliam na organização do cotidiano escolar, especificamente os recursos digitais dos softwares de gestão podem ser utilizados com o intuito d e o timizar os processos da gestão educacional.
BENEFÍCIOS
Com a presença cada vez mais significativa da tecnologia no ambiente institucional, a utilização de softwares torna-se imprescindível, permitindo a organização das atividades de forma rápida e eficiente. “A grande maioria dos softwares utilizados pelas instituições acompanham as tendências de mercado. As atualizações precisas e s i stemáticas permitem a inovação e os recursos são acrescentados periodicamente”, afirma a analista de sistemas Lilian Cavalcanti Taurino.
De acordo com a analista, os aplicativos desenvolvidos para a educação acompanham a necessidade das instituições de ensino, e a cada a n o oferecem melhores ferramentas e facilidades, tanto para a gestão quanto para o processo d e aprendizagem. “Atualmente temos softwares inteligentes, que atendem as necessidades da ges tão escolar, muitos deles com relatórios bem completos e detalhados da instituição. Existe uma gama muito grande de sistemas disponíveis, e todos visando facilitar a gestão escolar. Atentos a este movimento, os gestores estão c a da vez mais buscando as melhores aplicações”, complementa.
Para os/as gestores/as que se interessam em contratar softwares para as suas instituições, a primeira dica, de acordo com Lilian, é compreender quais são as necessidades da escola e avaliar como as inovações oferecidas pelos softwares poderão ser absorvidas pela instituição. “A escola deve avaliar suas necessidades e e s tar atenta às melhorias que poderão ser feitas na sua gestão. Caso opte por novas tecnologias, o melhor período para implantação são o s recessos escolares, o gestor deve levar em consideração a necessidade de treinamento de sua equipe”, indica.
“A implementação deve ser orientada pela empresa que prestará o serviço, e que também deve ofer ecer treinamento específico para a equipe que irá atuar com o aplicativo. A empresa contratada deve oferecer suporte técnico permanente visando o sucesso da operação. O gestor d e ve acompanhar todas as etapas do processo desde a sua implementação até o treinamento da equipe. Após a implementação do sistema, a operacionalização no dia a dia requer acompanhamento”, explica Lilian.
“C om relação ao retorno esperado na utilização dos softwares de gestão, deve-se considerar que uma equipe integrada e bem organizada que maneja bem os softwares de g e stão, certamente consegue bons índices de sucesso”, finaliza. (RP)
LILIAN CAVALCANTI TAURINO atendimento@direcionalescolas.com.br
INTERAÇÃO E PERSONALIZAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL
Nos últimos anos, as discussões sobre a inserção tecnológica nas escolas cresceram de forma significativa. Desde o final de 2022, as discussões sobre a Inteligência Artificial (IA), especificamente, reascenderam em variados setores, inclusive na educação. De acordo com uma pesquisa recente do Google, realizada em parceria com o Educa Insights, 70% das/ os estudantes brasileiras/os conhecem/já ouviram falar de IA; e três em cada dez já utilizaram ferramentas de Inteligência Artificial para revisão de texto.
Jorge Silva de Andrade, CEO de uma startup que desenvolveu uma IA treinada para corrigir redações no estilo do ENEM e de vestibulares, avalia que as discussões sobre a inserção de IA no contexto educacional são demasiado simples, e não contemplam reflexões de como a IA pode ser trabalhada em sala de aula, como uma ferramenta que auxilie educadores/as no processo de ensino-aprendizagem.
“Devemos compreender que tanto a IA, quanto qualquer tecnologia, jamais será capaz de substituir o ser humano na sua completude”, destaca Andrade. “Por esse motivo, não devemos combater a tecnologia em sala de aula, mas nos apropriarmos dela através de artifícios que são essencialmente humanos, como a criatividade, proatividade, consciência, dentre outras habilidades HUMANAS”, complementa.
Estreitando o olhar sobre os benefícios da utilização da IA em sala de aula, o CEO ressalta que o principal ganho é a possibilidade de personalizar a educação a partir das necessidades de cada estudante. “A Inteligência Artificial tem o potencial de ser uma aliada poderosa na educação. A IA pode ser utilizada
para oferecer uma experiência de ensino mais rica e adaptada às necessidades individuais dos alunos, algo que os métodos tradicionais nem sempre conseguem alcançar”, reflete.
“A IA pode ser utilizada para avaliar o progresso no desempenho dos estudantes, a partir da análise das evidências de aprendizagem, geradas e registradas no dia a dia. Pode apoiar na acessibilidade e inclusão de estudantes. Pode otimizar o tempo dos docentes, proporcionando maior autonomia para o planejamento de aulas, a partir dos dados e necessidades específicas da turma, bem como pode ser um importante aliado no processo de pesquisa e desenvolvimento da autonomia discente, ao ser utilizada em trabalhos, projetos e pesquisas”, destaca o CEO.
Para uma inserção eficiente da IA e uma utilização intencional que propicie experiências enriquecedoras e interativas no cotidiano escolar, é necessário oferecer treinamentos e capacitação digital aos professores e às professoras, para que a IA seja uma ferramenta eficaz e facilitadora no processo educacional. “Nesse contexto, é fundamental compreender como uma IA processa as nossas mensagens, quais as suas possibilidades de resposta, como essas respostas podem ser problematizadas, e em quais contextos podemos aplicar a IA sem comprometer um processo cognitivo importante, isto é, não implementar a IA como uma forma de encurtar caminhos, mas de otimizar processos e possibilitar maiores reflexões”, destaca Andrade. (RP)
JORGE SILVA DE ANDRADE
atendimento@direcionalescolas.com.br
Guiado pela temática “Educação por essência: construindo trajetórias”, o GEduc, reconhecido como o principal Congresso de Gestão Educacional do país, reuniu, entre os dias 3 e 5 de abril, no Centro de Convenções Rebouças (SP), 1.366 congressistas e visitantes inscritos com o objetivo de debater as mudanças culturais, sociais e tecnológicas que vêm impulsionando a sociedade, sobretudo as transformações que perpassam todo o denso processo educacional.
“Trazemos reflexões e análises sobre as principais dores contemporâneas vividas pelos gestores em suas escolas e universidades, debatendo estratégias para solucionar problemas ou aperfeiçoar os processos, sejam pedagógicos, organizacionais, financeiros, tecnológicos ou de relacionamento com os alunos/comunidade”, destacou Sonia Colombo, diretora da HUMUS, empresa que realiza capacitações para gestores de universidades e escolas, além de possuir soluções em consultoria e seleção de profissionais – serviços também exclusivos para o segmento educacional.
Em sua 22ª edição, o evento, realizado pela HUMUS, alcançou números significativos de público: mais de 1.600 pessoas circularam ao longo dos três dias do evento, e tiveram mais de 313.900 interações no App Oficial do GEduc. Na pro -
gramação diversa dos congressos, cerca de 60 palestrantes abordaram as principais trilhas do evento – Fórum de Líderes; Inovação Acadêmica; Fórum EdTech; Gestão de Pessoas; A Nova Sala de Aula; Habilidades Socioemocionais; Jornada de Marketing Educacional; e o Congresso de Gestão Educacional, além de duas sessões paralelas com o Encontro de Secretários de Educação e mentorias exclusivas.
Um dos destaques da programação deste ano foram os palestrantes de renome, tendo keynote speakers como Miguel Falabella, Júnior Borneli, Marco Tulio Lara e Kenneth Corrêa. “Além da programação impecável que contou com assuntos instigantes que agregaram ótimos conhecimentos aos líderes educacionais, trouxemos palestrantes de notório saber que propiciaram muitos debates com os congressistas visando a inovação e novos caminhos para o aprimoramento dos serviços educacionais”, ressaltou Sonia Colombo.
Com a plateia lotada, Miguel Falabella, filho de educadores, tratou da busca da felicidade, tão almejada por todos os seres humanos. Formado em Letras, com especialização em Literatura Inglesa e Americana, pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), sua fala na Palestra Magna 1 – “Educação e protagonismo: novas atitudes
na construção de trajetórias” durante a manhã do primeiro dia do GEduc trouxe contribuições que passaram por ensinamentos de vida.
Após o seu desligamento de uma grande emissora de televisão, ele sentiu a necessidade de se reinventar, no sentido amplo. E as grandes questões que pairaram para ele foram: “Como se reinventar aos 60 anos?” e “Ainda há lugar para mim?”. “Mesmo tendo estrutura de vida, mil questões surgiram na minha cabeça”, afirmou.
Dentro desse contexto, começou a dar palestras profissionalmente. E entre as dicas de abordagens para as palestras, a primeira foi tratar de assuntos mais filosóficos. “A vida foi me propondo desafios e reestruturei a minha carreira e vida pessoal”, acrescentou o ator, diretor, produtor, dramaturgo, autor de centenas de poemas e crônicas e outros 6 livros, entre eles o “Vivendo em Voz Alta”.
“Hoje, um dos principais desafios da educação refere-se à contratação e à retenção de colaboradores e o que se tem que se observar nesse sentido são os aspectos técnicos e os valores compatíveis à instituição”, destacou André Guadalupe, Cofundador e Diretor Executivo do Colégio Planck – São José dos Campos (SP). Outros pontos importantes são equilibrar a expectativa das
famílias, as transformações da sociedade e manter a essência da escola que é pedagógica.
Com 30 anos de experiência em sala de aula, André Guadalupe abordou, durante a sua fala no painel sobre lideranças para o futuro, no segundo dia de GEduc, temas atuais, como: a necessidade de cuidar da cultura da escola, o que passa pela compreensão de propósito, de planejamento de médio e longo prazos, e pelo entendimento do mercado de trabalho em um horizonte de, pelo menos, 15 anos.
Para Antônio Carlos Kronemberger, também participante do painel, “no fim das contas, quando falamos em desafios de liderança, estamos tratando de gente”. E na educação, encontramos perfis muito diversos, portanto, os desafios de liderança e de implementação de cultura também acompanham essa diversidade”, afirmou.
O empreendedorismo é um dos temas de maior apropriação do Kronemberger, atual gerente de educação do Sebrae/RJ, responsável pela implementação de uma cultura mais empreendedora. “Educar para o empreendedorismo não significa, necessariamente, ter um negócio, mas significa que os colaboradores de uma determinada empresa tenham ‘senso de dono’, ou seja, que consigam empreender dentro da própria empresa em que atuam. Em termos práticos, significa empreender dentro de um empreendimento de alguém”, explicou Kronemberger.
Encerrando o evento do GEduc 2024, Marco Tulio, compositor, guitarrista e cofundador da banda Jota Quest realizou uma palestra show, refletindo sobre sua trajetória pessoal, profissional e como essas histórias se encontram na educação. Com 3 anos de idade, Marco conta que ganhou sua primeira guitarra. Aos 17 anos, o músico foi aprovado em diversos vestibulares para Engenharia Civil na UFMG. O cantor conta que nessa época, ele se via dividido entre a paixão pela música e a vontade de conquistar um diploma de graduação em uma Universidade Pública. Com isso, passando por uma situação de abalo psicológico, aos 21 anos foi diagnosticado com TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Após 4 anos cursando Engenharia, ele decidiu sair da faculdade e seguir seu sonho. O compositor disse que refletiu sobre seus desejos para o futuro e pensou: “Sobrevivo ao meu fracasso, mas não vou dar conta de lidar com a covardia de não ter tentado”. Ele contou que o primeiro show da banda Jota Quest tinha como público uma única pessoa. “Foram 10, 100, 1000 e 10 mil pessoas.
Depois, o primeiro disco foi lançado nacionalmente em 1996 pela gravadora Sony”, relata.
Tempo depois conheceu sua esposa, com quem está casado há 23 anos e teve seu primeiro filho, que atualmente tem 19 anos. Seis anos depois do primogênito, veio o caçula que hoje tem 13 anos e ainda durante a gravidez foi diagnosticado como portador de Síndrome de Down. A partir desse cenário, Marco Tulio propôs reflexões sobre definições como sucesso, relatando situações que viveu para ilustrar que muitas vezes a vida exige coragem para alcançar o futuro desejado.
PRÊMIO NACIONAL DE GESTÃO EDUCACIONAL
Sendo realizado desde 2006, o Prêmio Nacional de Gestão Educacional (PNGE) tem como objetivo incentivar as instituições de ensino a desenvolverem práticas eficazes em suas diversas áreas, propiciando, assim, o fomento ao aprimoramento contínuo da educação em nosso país. Cada trabalho tem a função de desempenhar um papel relevante na instituição de ensino, e o intuito do PNGE é de que as melhores práticas sejam reconhecidas pelas ações inovadoras e/ ou resultados efetivos. Os cases são avaliados em três categorias: a) Inovação AcadêmicoPedagógica; b) Responsabilidade Social; e c) Gestão de Excelência.
O PNGE é correalizado pela FENEP, ABMES, ANACEU, ANEC e pela HUMUS. A cerimônia de premiação ocorreu durante a programação do evento e os projetos vencedores podem ser acompanhados no site da HUMUS (humus.com.br/ pnge) ou no perfil do Instagram (@geducoficial).
Com mais de 60 empresas expositoras, os visitantes puderam acompanhar as soluções educacionais apresentadas nos estandes durante o intervalo da programação de palestras. Neste ano, o evento teve o patrocínio da International School (Diamond); Anthology, isaac, Pravaler e Workalove (Silver); Douk Plataforma, Foreducation Edtech, Seven e Grupo School Picture (patrocínio de sessão); além de diversos apoios.