


O sistema de ensino pode ser considerado um dos pilares que estrutura uma instituição de ensino. Esse importante conjunto de ferramentas, que se apresenta como um sistema, está presente não só na coordenação pedagógica, como também é trabalhado na gestão escolar e na comunicação/marketing de uma escola. Nas salas de aula observamos as soluções pedagógicas ofertadas pelo sistema de ensino na prática, com a utilização de componentes diversificados e integrados às necessidades dos/as estudantes, bem como pautados por uma metodologia efetiva para cada faixa etária.
Na gestão, a adoção de um sistema auxilia na construção da cultura escolar, na sua filosofia, assim como em seus propósitos. E, na terceira característica observada, implementar um determinado sistema reflete diretamente na comunicação/
marketing da escola, ou seja, adotar uma marca com um histórico sólido e positivo acarretará tanto na sensação de segurança de pais e/ou responsáveis com relação ao ensino, como na alimentação de uma imagem positiva na comunidade, aumentando, inclusive, os números de novas matrículas e na retenção de rematrículas. O oposto também pode ocorrer, ao adotar uma marca pouco conhecida ou com um histórico negativo na área educacional.
A escolha de um sistema de ensino – ou a sua atualização – deve ser analisada com cautela. Se partirmos do pressuposto de que a educação é, também, e sobretudo, um canal de movimento e formação, o sistema de ensino deve ser analisado à luz das transformações socioculturais contemporâneas, assim como adequada às demandas que emergem dos/as alunos/ as em sala de aula.
Com isso, diante de tantas mudanças que surgem no/através do processo de ensino-aprendizado como um todo, quais são as principais características que devem ser observadas na hora de escolher um sistema de ensino para as escolas? A partir desse questionamento, elaboramos um especial nesta edição da Direcional Escolas com apontamentos e sugestões de profissionais que atuam em variadas áreas da educação sobre essa temática.
Boa leitura!
Rafa Ella Pinheiro Jornalista Responsável
Diretor: Alex Santos
Público: Diretores e Compradores
Periodicidade: Mensal
exceto Junho / Julho e Dezembro / Janeiro
Jornalista Responsável: Rafa Ella Pinheiro | MTB 0076782/SP
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Coluna - Christian Coelho
A importância dos mantenedores, diretores e coordenadores para o crescimento de uma escola
Uma suspensão capaz de trazer muitos benefícios para sua escola
Coluna - Eliza Flauzino e Renan Abranches
A importância do “conteúdo analógico”
Coluna - Eric Amorim
Setembro amarelo: o papel das escolas
Coluna - Roberta e Taís Bento 16 27 26 28 30
Especial: Diálogos com a Gestão
Como escolher um sistema de ensino?
Dica: Intercâmbio
Vivência enriquecedora
Bett Brasil
Como práticas de gestão internacional podem impactar a educação brasileira
Dica: Saúde Mental
Cuidado e acolhimento
Dica: Alimentação
Qual o papel da escola na construção de hábitos saudáveis?
Aimportância da liderança no desenvolvimento estratégico de uma instituição escolar reside em promover um clima motivador, assim como utilizar ferramentas e práticas de gestão que visem alcançar bons resultados acadêmicos e financeiros, em busca de um crescimento sustentável.
A seguir, elencarei 12 práticas essenciais para que a liderança ocorra de forma natural e eficaz:
1 - Direcionamento baseado em metas - Um bom líder estabelece uma visão clara e com metas para a escola orientar todos os envolvidos em direção a um objetivo comum, que neste momento são os resultados das rematrículas e captação de novos alunos (leads e vendas), sem esquecer dos resultados acadêmicos. Isso proporciona um senso de propósito e motivação.
2 - Mostrar seu lado educador - Deixar clara a paixão pela educação e o incentivo à excelência serve de inspiração para professores e alunos. Esse contexto cria um ambiente positivo que estimula o aprendizado e o desenvolvimento pessoal.
3 - Agir quando necessário - Um bom líder é capaz de tomar decisões, mesmo que duras, em benefício das necessidades da comunidade escolar e para o bem maior.
4 - Formar times - Líderes competentes promovem o trabalho em equipe ao incentivar a colaboração entre professores,
colaboradores e alunos, o que melhora a comunicação e a eficácia organizacional.
5 - Gerir conflitos - Bons diretores e coordenadores possuem habilidades para resolver conflitos rapidamente sem favorecimentos. Essa conduta mantém um ambiente harmonioso e produtivo, onde todos se sentem ouvidos e respeitados.
6 - Olho no futuro - Promover novas abordagens pedagógicas e o uso da tecnologia para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, utilizando a proposta pedagógica como base para as inovações.
7 - O principal papel do líder é ensinar - Investir tempo e recursos no desenvolvimento profissional de seu corpo docente e demais colaboradores. Oferecer oportunidades de formação e crescimento resulta em uma equipe mais qualificada e motivada.
8 - Construção de relacionamentos - Desenvolver relacionamentos sólidos com alunos, pais e a comunidade, com o objetivo de criar uma rede de apoio que beneficia a escola em diversas iniciativas.
9 - Avaliação continuada - Buscar maneiras de avaliar e melhorar os processos educacionais e administrativos para garantir que a escola evolua e se adapte às necessidades dos alunos e do mercado educacional em constante evolução.
10 - Cultura escolar positiva - Bons líderes moldam a cultura da escola ao promover valores de respeito, inclusão e
excelência, impactando diretamente o clima e o bem-estar de todos.
11 - Dar o exemplo - A cultura de uma escola nasce de cima para baixo. Por isso, é importante que os líderes deem o exemplo nos pequenos detalhes, como cumprir os combinados e horários.
12 - Não compactuar com a cultura das faltas - Embora as pessoas adoeçam, seja física ou psicologicamente, e precisem de um tempo em casa para se recuperar, o aumento desenfreado dos pedidos de atestados, muitas vezes com períodos mais longos que o necessário, tem gerado transtornos. Como as escolas não possuem colaboradores reservas, uma falta pode causar desequilíbrio na estrutura organizacional e sobrecarregar os demais colaboradores.
Que esse texto sirva de reflexão. Analise os 12 temas apresentados, identifique em quais você está se saindo bem, em quais está no caminho certo e se desenvolvendo, e aqueles que precisam de melhorias. Este é um momento importante de autorreflexão.
CHRISTIAN ROCHA COELHO
Formado em comunicação, especialista em andragogia e neuropsicologia. Diretor do Grupo Rabbit Educação. www.rabbitmkt.com.br
Nos últimos anos, questões como ansiedade, depressão e dificuldades de relacionamento social estão cada vez mais presentes no dia a dia, afetando não apenas a vida pessoal dos estudantes, mas também seu desempenho acadêmico e o ambiente escolar como um todo. Esse contexto explica uma frequência maior de conflitos entre colegas e com os professores, além de uma crescente dificuldade para assumir a responsabilidade sobre o que cabe ao estudante no processo de aprendizagem.
Um dos fatores que comprovadamente intensificam esses problemas é o uso exacerbado das redes sociais e dos smartphones por parte das crianças e dos adolescentes. A maior possibilidade de acesso e popularização dos telefones inteligentes, especialmente após 2010, trouxeram impactos significativos para a saúde mental dos jovens. Pesquisas indicam que, a partir desse período, houve um aumento nos índices de ansiedade, depressão e automutilação entre adolescentes. Como o acesso ao mundo digital e excesso de tempo na exposição acontece cada vez mais cedo e por maior período de tempo, a faixa etária que sofre as consequências negativas desse processo é cada vez mais baixa.
Esse quadro de saúde mental fragilizada dos alunos não impacta apenas a eles, mas também aos professores, que enfrentam cada vez mais dificuldades para conseguir envolver os alunos em sala de aula. A falta de concentração dos estudantes, aliada a cada vez mais baixa capacidade para assumir responsabilidades, gera estresse e frustração entre os educadores. Muitos professores relatam esgotamento emocional e, em casos extremos, começam um processo de abandono da
profissão. Em alguns países, há uma preocupação crescente com a escassez de profissionais qualificados na educação, já que muitos desistem antes mesmo de atingir o quinto ano de carreira, momento em que estudantes, escola e o próprio professor começam a colher os frutos da experiência adquirida.
Qual é o papel e o poder da escola para mitigar as consequências do excesso de tempo e uso precoce do celular? Para enfrentar os desafios que a era digital trouxe, sugerimos que as escolas adotem uma abordagem proativa, baseada em três pilares fundamentais.
1. Formação continuada dos professores, com foco nos desafios enfrentados por estudantes nascidos na era digital. Um exemplo de abordagem que trouxe resultados positivos em diversos países é a Teoria da Autodeterminação, que se baseia na busca pelo atendimento de três necessidades básicas para a motivação: autonomia, competência e pertencimento. Quando essas necessidades são atendidas, os alunos são mais propensos a desenvolver motivação intrínseca para o aprendizado e a enfrentar os desafios do dia a dia de forma mais eficaz.
2. Parceria com as famílias. É fundamental que as famílias dos estudantes enfrentem, junto com a escola, os desafios trazidos aos alunos pelo excesso de tempo no mundo digital. Quando as famílias entendem seu papel, é possível criar um ambiente mais colaborativo, que ajude os alunos a lidar com as demandas da vida moderna. Nas redes sociais do SOS Educação, fornecemos, diariamente, conteúdo gratuito que pode ser compartilhado com a comunidade escolar para ajudar nesse processo.
3. Política clara sobre o uso de tecnologia na escola. É crucial que a escola estabeleça uma política clara e abrangente sobre o uso do celular e das redes sociais em seu ambiente. Diversos estudos indicam que a presença constante dos smartphones na escola prejudica a socialização entre os alunos e impacta negativamente seu desempenho acadêmico.
O objetivo não é banir a tecnologia da educação, mas sim garantir que seu uso seja consciente, com equipamentos adequados e orientado para o aprendizado. Ensinar os alunos sobre segurança digital, os perigos do mundo online e a importância do autocuidado pode ser feito sem a necessidade de que eles utilizem seus celulares dentro da escola. Esses três pilares — formação dos professores, parceria das famílias e políticas claras sobre o uso da tecnologia — fornecem uma base sólida para que a escola enfrente os desafios do século XXI. Um ponto essencial para que você, gestor escolar, possa enfrentar o desafio de “suspender” o celular da sala de aula ou da escola sem desgaste à saúde mental da sua equipe: tenha sempre bons parceiros ao seu lado. Sua saúde física e emocional são a base para que a escola siga cumprindo sua missão. Você não precisa dar conta de tudo isso sozinho.
ROBERTA E TAÍS BENTO
Especialistas na relação Família e Escola. São educadoras e fundadoras do SOS Educação. São responsáveis pelo maior Instagram do Brasil voltado para Gestores de Escola, Professores e Famílias com filhos em idade escolar: @soseducacao Autoras do livro “Socorro, meu filho não estuda!”, e do livro “Guia para Família Parceira da Escola no Pós Pandemia”, em parceria com o Instituto Ayrton Senna. Como palestrantes, viajam o mundo ajudando escolas a melhorar a relação com as famílias.
foto cedida pelas colunistas
Para quem já atua no ramo da educação há algum tempo, não é novidade a tendência à informatização de suas estruturas. Da implementação de eficientes sistemas operacionais na administração, passando pela digitalização dos materiais dos professores, até o uso de tablets e smartphones pelos alunos.
Em algumas (quanto não em muitas) atividades, dentro e fora da sala de aula, o uso de recursos dessa natureza parece seguir uma trajetória incontornável, que o fará, em breve, deixar de ser um diferencial para tornar-se a regra nas escolas.
É evidente que a tecnologia tem seu lugar e relevância na atualidade. Negar seu uso e sua importância, inclusive na escola, seria uma impropriedade que beira a tolice.
Afinal, em um mundo cada vez mais conectado, com incontáveis recursos para o aprendizado, não incluir o elemento digital seria negar à criança muito da informação disponível.
Entretanto, em nome do bom senso, cabe aqui um questionamento: até que ponto as telas podem substituir o material físico? Será realmente saudável, para a criança, o uso recorrente de eletrônicos?
Indo mais longe: quais serão os impactos do uso prolongado das telas no desenvolvimento cognitivo do aluno?
É sabido que, até os primeiros seis anos de vida, a criança encontra-se no ápice de sua plasticidade neuronal. Esta, apesar de presente em toda
a vida, vai tornando-se menos intensa à medida em que o indivíduo avança pela adolescência e vida adulta. Portanto, a primeira infância e os anos da pré-adolescência são cruciais para a formação neurocognitiva, sensório-motora, linguística e socioemocional.
Assim, quanto melhores forem os estímulos oferecidos, melhores condições a criança terá de passar por um desenvolvimento completo e eficaz.
É o momento de “usar e abusar” dos brinquedos pedagógicos, dos jogos e das brincadeiras que permitam a interação com o outro, da leitura autônoma ou acompanhada (e devidamente ajustada à idade), enfim, práticas que envolvam a utilização de materiais físicos. Afinal, é através das coisas palpáveis que a criança estabelece sua relação com o mundo.
Por outro lado, o uso de telas na infância é apontado como um fator responsável por diversos malefícios. A Sociedade Brasileira de Pediatria, por exemplo, sustenta que as consequências nefastas do uso de telas por crianças vão desde ansiedade, depressão, distúrbios de atenção e cognição, insônia e até lesões na coluna vertebral.
Não por acaso, a Organização Mundial de Saúde recomenda que crianças de até cinco anos não sejam expostas às telas por mais do que uma hora ao dia (incluindo a televisão).
Mas, e quanto ao uso dos livros?
Ao contrário das telas, a leitura traz incontáveis benefícios a to -
das as idades, especialmente à formação dos pequenos. A mesma Sociedade Brasileira de Pediatria informa que a leitura na infância, além de aumentar a capacidade de concentração e memória, favorece o desenvolvimento da compreensão crítica da realidade, estimulando a criatividade e imaginação.
Segundo estudos recentes, uma criança que tem contato diário com a leitura (lendo ou acompanhando um adulto que lê) desenvolve melhor a fala e diversifica seu vocabulário, potencializa sua capacidade cognitiva e conhece melhor seus sentimentos e emoções.
Longe de demonizar o uso da tecnologia, dentro e fora da sala de aula, sejamos razoáveis. O livro, assim como todo e qualquer material pedagógico de natureza física, nunca deve ser preterido em benefício das telas, sob risco de essa escolha trazer danos irreversíveis para toda uma geração de crianças e adolescentes.
Então, mais livros e brinquedos, e menos telas!
ELIZA FLAUZINO
Mãe, empreendedora há mais de duas décadas, mentora de negócios, escritora, palestrante, criadora da personagem Carangolina, idealizadora do programa Carangolina de Educação Empreendedora e sócia-fundadora da Tantão Educação.
RENAN ABRANCHES
Pai, professor de História e Filosofia, pedagogo com experiência em Pedagogia de Projetos, educador patrimonial, palestrante, diretor pedagógico e sócio-fundador da Tantão Educação.
cedida pelo colunista
cedida pelo colunista
foto
Olá, sou Eric Amorim, escritor e desenvolvedor do Projeto Anjo – Lições que Salvam Vidas, e especialista em segurança escolar. Há mais de 12 anos estamos focados na redução de vulnerabilidades infantojuvenis, visando preservar a integridade física e emocional dessa geração. A prevenção do suicídio, especialmente entre os jovens, é um dos maiores desafios enfrentados atualmente, e sua responsabilidade deve ser compartilhada entre família, escola e sociedade.
Ao tratar da saúde mental dos jovens, surge uma reflexão importante: qual é a responsabilidade das escolas na prevenção do suicídio? Embora o tema seja frequentemente associado ao âmbito familiar ou a cuidados médicos, a escola, como principal espaço de socialização dos adolescentes, desempenha um papel crucial na identificação de sinais de risco e na promoção do bem-estar emocional. É fundamental que as escolas estejam preparadas para atuar de forma ativa na prevenção, tanto individual quanto coletivamente, promovendo um ambiente onde os jovens se sintam seguros para compartilhar seus sentimentos e dificuldades.
O suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 19 anos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que, globalmente, mais de 800 mil pessoas tiram suas próprias vidas a cada ano, com uma grande parte desses casos envolvendo adolescentes. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as taxas de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos têm aumentado de forma alarmante nos últimos anos. Esses dados ressaltam a urgência de uma abordagem preventiva que envolva todos os agentes educacionais.
O papel das escolas na prevenção ao suicídio
As escolas têm o potencial de adotar programas e práticas que promovam a saúde e o bem-estar emocional dos estudantes. Projetos que oferecem materiais didáticos e treinamentos são essenciais para reduzir os índices de suicídio entre adolescentes. A implementação de atividades que promovam a conscientização sobre as vulnerabilidades em cada faixa etária é essencial para gerar um impacto significativo na vida dos alunos.
Sinais de alerta e como identificá-los
Reconhecer precocemente os sinais de alerta é um passo fundamental na prevenção do suicídio. Entre os principais sinais de risco estão mudanças comportamentais drásticas, isolamento social, queda no desempenho escolar, automutilação e falas recorrentes sobre morte ou desesperança. Além desses, fatores como bullying, abuso emocional, conflitos familiares e pressões sociais também contribuem para o agravamento dos transtornos mentais, aumentando o risco de suicídio.
Pesquisas indicam que 90% dos casos de suicídio estão ligados a transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Assim, os educadores precisam estar preparados para identificar esses sinais e tomar medidas adequadas, encaminhando os jovens para profissionais especializados quando necessário.
O suporte emocional nas escolas
As escolas devem ser locais onde os jovens se sintam acolhidos e seguros para expressar suas emoções e buscar ajuda. Professores e coordenadores podem ser ca-
pacitados para fornecer suporte emocional básico, além de criar canais de comunicação abertos com os alunos. Incorporar projetos de educação emocional no currículo escolar pode ensinar os jovens a desenvolver resiliência emocional e a lidar com suas emoções de maneira saudável.
Paralelamente, o envolvimento da comunidade escolar em campanhas de conscientização, como o Setembro Amarelo, é essencial. Tais campanhas ajudam a quebrar o tabu em torno do suicídio e incentivam os jovens a buscar ajuda antes que os sentimentos de angústia se agravem. Ao criar um ambiente de diálogo aberto, a escola pode oferecer mais do que apenas informação, mas também um suporte emocional eficaz.
Conclusão
A prevenção do suicídio entre adolescentes é um desafio complexo, mas que pode ser enfrentado com a participação ativa de todos os envolvidos na educação e no cuidado com a saúde mental. As escolas desempenham um papel vital ao proporcionar um ambiente seguro e acolhedor, onde os alunos possam expressar suas emoções e receber o apoio necessário. A promoção de campanhas de conscientização, como o Setembro Amarelo, e a adoção de materiais didáticos focados na saúde mental são passos cruciais para assegurar que os jovens de hoje se tornem adultos emocionalmente saudáveis e equilibrados no futuro.
ERIC AMORIM
Diretor do Grupo Impacto, desenvolvedor da Metodologia Projeto Anjo – Lições que salvam Vidas. Especialista em segurança escolar e com dez anos de investigação para desenvolver um ambente escolar mais seguro. www.impactoforschool.com.br
Por Rafa Ella Pinheiro / Fotos Divulgação
O sistema de ensino pode ser considerado um dos pilares que estrutura uma escola. Com ele – e por meio dele – é possível utilizar um conjunto de ferramentas e componentes diversificados que auxiliam diariamente no denso processo de ensino-aprendizagem. Para além do desenvolvimento no aprendizado, o sistema de ensino escolhido deve entrecruzar seus objetivos com os propósitos da instituição, bem como promover interações, atualizações e diálogos, cada vez mais intensos com as demandas atuais
Oconjunto de recursos e soluções que são apresentados pelo sistema de ensino adentra diariamente nas salas de aula. Esse importante conjunto de ferramentas pedagógicas proporciona a utilização de componentes diversificados e integrados às necessidades dos/as estudantes, bem como pautados por uma metodologia efetiva para cada faixa etária.
A escolha de um sistema de ensino – ou a sua atualização – deve ser analisada com cautela. Se partirmos do pressuposto de que a educação é, também, e sobretudo, um canal de movimento e formação, o sistema de ensino deve ser escolhido à luz das transformações socioculturais contemporâneas, assim como adequado às demandas que emergem dos/as alunos/ as em sala de aula.
Nessa dinâmica em constante movimentação, o sistema de ensino escolhido por cada escola, bem como a sua implementação, deve compreender alguns elementos importantes. Diante de tantas mudanças que surgem no/através do processo de ensino-aprendizado como um todo, quais são as principais características que devem ser observadas na hora de escolher um sistema de ensino para as escolas? A partir desse questionamento, trouxemos neste especial falas, apontamentos e sugestões de profissionais que atuam em variadas áreas da educação abordando essa temática. Confira!
Bom Clima
“Diante das inúmeras demandas que emergem na educação atual, a escolha de um sistema de ensino robusto e eficaz torna-se fundamental para o sucesso acadêmico e o desenvolvimento integral dos estudantes. Uma das principais características a serem observadas é a capacidade do sistema de ensino de promover uma educação que seja ao mesmo tempo contextualizada e significativa. É essencial que o conteúdo programático esteja alinhado às necessidades do século XXI, preparando os alunos não apenas para provas e exames, mas também para os desafios do mundo contemporâneo. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, pensamento crítico, e a capacidade de resolver problemas de maneira criativa.
Outro ponto crucial é a flexibilidade do sistema em se adaptar às realidades e particularidades de cada instituição. As escolas têm suas próprias culturas e demandas específicas, e o sistema de ensino deve ser suficientemente versátil para aco-
modar essas diferenças. Essa adaptabilidade permite que as escolas mantenham sua identidade enquanto incorporam metodologias inovadoras que potencializam o aprendizado dos estudantes.
Por outro lado, é importante avaliar a qualidade e a frequência do suporte oferecido pelo sistema de ensino aos educadores. Formações continuadas e assessoria pedagógica são elementos fundamentais para garantir que os professores estejam sempre atualizados e preparados para utilizar ao máximo as ferramentas e metodologias propostas pelo sistema. Um bom sistema de ensino não se restringe apenas ao material didático, mas também fornece uma estrutura de apoio que fortalece o corpo docente e, consequentemente, melhora os resultados dos alunos.
Ademais, é imprescindível que o sistema de ensino seja coerente e consistente em todos os níveis de ensino, desde o Ensino Fundamental, nos anos iniciais e finais, até o Ensino Médio. Essa continuidade assegura uma trajetória educacional integrada, onde os conceitos e as habilidades são desenvolvidos de forma progressiva e interconectada. Um sistema que oferece essa coesão pedagógica facilita a construção de um conhecimento sólido e permite que os alunos transitem de maneira fluida entre as diferentes etapas de sua formação. Porém, é importante ressaltar que, embora o sistema de ensino desempenhe um papel crucial, o verdadeiro diferencial de um projeto pedagógico está
na maneira como esse material é trabalhado em sala de aula. O investimento em formação contínua de professores é fundamental, pois são os educadores que, ao adaptar e aplicar as propostas do sistema, realmente moldam a experiência de aprendizagem dos alunos. Isso explica porque escolas que utilizam o mesmo material podem ter resultados e projetos tão distintos. O sucesso educacional não depende apenas do material em si, mas de como ele é utilizado para inspirar, engajar e educar os alunos.”
“Quando escolhemos um sistema de ensino, é fundamental que a decisão seja baseada nos nossos próprios objetivos e posicionamento como instituição. Eu acredito que devemos ser sólidos o suficiente para não nos apoiarmos cegamente em um sistema de ensino, mas sim fazer uma leitura criteriosa do cenário educacional e optar pelo sistema que melhor se alinha com as nossas metas. Dessa forma, mantemos o controle da situação e garantimos a qualidade do serviço educacional, ao invés de simplesmente seguir as tendências do mercado.
Além disso, considero essencial escolher um sistema de ensino que tenha uma base sólida e tradicional. Inovação é crucial, mas precisamos estar atentos para não confundir novidade com inovação. Para mim, inovação deve ser tratada com seriedade, embasada em estudos e resultados empíricos. Ao optar por um sistema com tradição, garantimos que não nos deixamos levar por modismos, mas sim por práticas educacionais que já provaram sua eficácia.
Também vejo como ponto crucial a constante atualização e revisão do material didático. No cenário educacional, que está sempre em transformação, com novas abordagens de vestibulares e temas emergentes, é vital que o sistema de ensino escolhido esteja em contínua evolução.
Além disso, o suporte ao nosso corpo docente, incluindo a formação de professores e o apoio à coordenação pedagógica, é fundamental para garantir a implementação das melhores práticas educacionais. Por fim, acredito que o foco deve estar sempre nos resultados empíricos e baseados em evidências, que guiarão nossa escolha de sistema de ensino. Também é importante considerar a parceria comercial, especialmente para escolas como a nossa, que busca combinar alta qualidade com baixo custo. Dessa forma, o sistema de ensino precisa estar alinhado não apenas pedagogicamente, mas também comercialmente com os nossos objetivos institucionais.”
“Antes mesmo de escolher um novo sistema de ensino, o que reforço em meus artigos e treinamentos é a necessidade de a gestão fazer uma reflexão sobre o seu papel nos cenários de mudança e, assim, apoiar líderes educacionais na condução dessas transformações, visando atingir os propósitos da instituição. Portanto, em primeiro lugar, a escolha do sistema de ensino precisa atender aos requisitos do propósito da instituição (missão, visão, valores). Segundo, deve-se manter o olhar para os motivadores internos que levam à necessidade de mudança de material/ sistema de ensino, por exemplo: financeiro, metodologia, suporte, etc. Por fim, mas não menos importante, o novo sistema a ser escolhido precisa ser capaz de responder aos anseios da sociedade que emergem das demandas da educação atual, que enumero a seguir.
O sistema precisa dar abertura ou contemplar a formação socioemocional, além da relação da escola com as famílias. Afinal, nas duas últimas décadas houve uma absorção, pelas escolas, de parte do processo formativo de crianças e jovens, como a formação de hábitos e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Antigamente, esses atores (escola
e família) não tinham atuação compartilhada, de modo que a educação formal era papel da escola e a (con)formação de hábitos e emoções deveria ocorrer em casa. Um não participava do processo do outro. Hoje, porém, as atuações são conjuntas. A família é convidada para uma integração com a escola e acompanha em casa a evolução do que é feito em sala, isto é, ambas possuem atuação conjunta na formação integral.
Também deve ser considerado o movimento das instituições de ensino na participação das discussões da sociedade. Antes a escola era uma transmissora de conteúdo, mas há um tempo passou a ser percebida, sobretudo por alunos, igualmente como espaço para troca de opiniões e ponderações sobre as mais variadas matérias, tais como conflitos socioeconômicos ou questões climáticas. Logo, o novo material precisa dar abertura a esse novo papel da escola.
Nesse contexto, o sistema de ensino deve ser avaliado de acordo com a necessidade de cada instituição, a fim de acompanhar a evolução tecnológica nos modos de ensino, a exemplo da sala de aula invertida, sala de aula maker, gameficada, híbrida, flexível, virtual e outros modelos aplicados como alternativas complementares ou substitutas do ‘convencional’. Os fornecedores que apoiam a missão da escola, mediante estímulo ao conhecimento em seus mais diversos objetos, componentes curriculares e avaliações, hoje oferecem uma gama de alternativas que, para além de motivar e aumentar o engajamento, objetivam transmitir conhecimento de forma verdadeira e duradoura. Estou falando de aplicativos, sistemas, materiais de apoio e treinamentos que vinham sendo empregados durante o isolamento social, e agora continuam em uso de forma aprimorada, com novos contornos no pós-pandemia. Em face disso, a escola precisa avaliar se todo esse arcabouço será utilizado e como será utilizado, para não frustrar educadores, alunos e famílias.”
“A escolha de um novo material didático para uma escola envolve a consideração de vários fatores essenciais. O material deve estar em alinhamento com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), garantindo que os conteúdos estejam de acordo com os conceitos e princípios estabelecidos. Isso é crucial para asse-
Marcos Cesar Rodrigues de Miranda –Doutorando em Ecologia Aplicada na ESALQ/USP e professor colaborador do MBA em Gestão Escolar da USP gurar que os alunos recebam uma educação que atenda aos padrões nacionais e prepare-os adequadamente para os desafios acadêmicos futuros.
Além disso, é importante que o material didático seja adequado aos valores e à cultura da escola. Ele deve refletir os princípios da instituição, promovendo um ambiente educacional coeso, alinhado com a missão e visão da escola. A qualidade do conteúdo também é um ponto fundamental, pois o material precisa oferecer informações atualizadas e relevantes, que estimulem um aprendizado significativo e profundo, preparando os alunos para aplicarem o conhecimento em contextos variados. A flexibilidade do material
também deve ser considerada, permitindo adaptações que atendam diferentes contextos pedagógicos e incentivem abordagens interdisciplinares.
Outro aspecto crucial é a integração de recursos tecnológicos no material didático. A tecnologia pode tornar o aprendizado mais dinâmico e interativo, aumentando o engajamento dos alunos e facilitando o desenvolvimento de habilidades essenciais para o atual momento da sociedade. Além disso, a capacitação dos professores para utilizar essas novas abordagens pedagógicas é vital, garantindo que eles estejam preparados para aplicar o material de maneira dinâmica e eficiente. A facilidade de implementação do material e o suporte oferecido também são aspectos importantes, assegurando que a transição para o novo material ocorra de forma delicada e bem-sucedida.
Por fim, a escolha do material deve considerar a sustentabilidade financeira da escola. É necessário avaliar a viabilidade econômica da implementação do novo material, assegurando que ele não comprometa os recursos disponíveis. Também é importante incluir mecanismos de avaliação contínua e feedback, permitindo
ajustes no processo educacional conforme necessário, e garantir que o material ofereça uma diversidade de atividades para atender as demandas de aprendizagem, promovendo a inclusão e o engajamento de todos os alunos.”
Wyller Souza – Diretor Pedagógico do Colégio Magnum Cidade Nova “Para a escolha de um bom sistema de ensino, é importante observar características que atendam às demandas educacionais contemporâneas e que promovam um aprendizado eficaz. Em primeiro lugar, é fundamental haver uma adequação às diretrizes curriculares. O material didático deve estar alinhado às competências e habilidades previstas pelas normas curriculares nacionais e estaduais, além de observar as características da instituição que o adota. Um sistema que respeite essas premissas contribui para que, ao final da Educação Básica, os alunos estejam pre-
parados para os desafios da vida e para as provas do ENEM e vestibulares.
A possibilidade de trabalhar com metodologias ativas e tecnologias educacionais que coloquem o estudante no centro do processo também é uma característica indispensável a um bom material didático. Atualmente, é preciso que haja um estímulo permanente à participação ativa dos alunos em sua aprendizagem. Materiais que incorporam a utilização de recursos tecnológicos, como plataformas digitais, aplicativos educativos e gamificação, são capazes de engajar os alunos de forma mais eficaz, contribuindo para a melhoria dos resultados do estudante.
Além disso, é importante avaliar a capacidade do material didático de atender às especificidades da escola e às necessidades individuais dos alunos. Um sistema de ensino de qualidade deve oferecer recursos que possibilitem um ensino adaptativo, com atividades diferenciadas, diferentes níveis cognitivos e materiais de suporte para contemplar a grande diversidade presente nas salas de aula. Hoje, um material estruturado com atividades focadas no desenvolvimento de habilidades socioemocionais possui grande diferencial no mercado.
Por fim, outro aspecto importante é o apoio aos professores e coordenadores, os responsáveis por garantir o sucesso da utilização do material em toda sua potencialidade. A instituição de ensino deve oferecer formação permanente à sua equipe, garantindo a implementação e a utilização bem-sucedida do material. É essencial que existam programas de treinamento para que a equipe pedagógica possa entender a melhor forma de utilizar as métricas presentes nos recursos digitais, de modo a permitir um acompanhamento mais detalhado do engajamento e desempenho dos estudantes. Investir nessa formação contribui com a melhoria permanente do ensino e busca assegurar um resultado de excelência dos estudantes.”
“Os sistemas de ensino trazem a experiência acumulada de sua aplicação em diversas escolas. Por um lado, isso é ótimo porque são metodologias validadas e melhoradas a partir dessas experiências. Por outro lado, podem limitar as inovações e as oportunidades de aprendizagem dentro da escola, especialmente
Guilherme Carvalho – Diretor na Expacer Educação Empreendedora sistemas muito grandes que se propõem a abordar todas as disciplinas e assim o fazem de forma superficial. Um bom sistema de ensino deve extrapolar os limites do livro ou da sala de aula, preparando o aluno para o presente e o futuro. Essa é a premissa que todo gestor escolar deve ter em mente ao escolher o melhor sistema para sua escola. Hoje, há múltiplas possibilidades para oferecer aos seus alunos, mas nem todas vão se adequar ao perfil da instituição. Ao escolher um sistema, é essencial analisar quais valores a escola quer levar aos seus alunos, pais e comunidade escolar. Os programas inclusos no currículo revelam muito sobre o posicionamento da escola diante da formação de seus alunos.
Para as escolas, oferecer um currículo que inclua o empreendedorismo, por exemplo, pode ser o diferencial necessário para atrair pais que buscam uma educação completa e alinhada com as exigências do mercado e das tendências globais. Indica que a escola está atenta ao desenvolvimento de competências transversais, de uma mentalidade inovadora e preparação para o futuro. O programa da Expacer foca justamente em preparar alunos para lidar com as emoções, incertezas, recursos, novas tecnologias e interações com outras pessoas. Além disso, desenvolve a capacidade de criar e resolver problemas dentro e fora da sala de aula, de forma autônoma, em vez de esperar por soluções prontas, como o estímulo à participação dos projetos na OBE - Olimpíada Brasileira de Empreendedorismo.
Outro aspecto crucial é a capacidade de adaptação dos materiais ao contexto específico de cada escola. Isso faz uma grande diferença, especialmente quando se trata de programas mais inovadores, pois ter uma equipe pedagógica que já vivenciou aplicação em outros ambientes escolares e com disponibilidade para trocar ideias com seu time será definidor de sucesso.”
Odomínio de um segundo idioma, na atualidade, é um dos requisitos fundamentais para a formação integral de um/a estudante. Além de atender a demandas contemporâneas, como tornar a pessoa mais competitiva no mercado de trabalho, a fluência em uma língua estrangeira expande as interações comunicativas e o aprofundamento em outras culturas ao redor do mundo. E de certo modo, essa imersão linguística e cultural pode ser potencializada em vivências internacionais por meio de um período de intercâmbio, que propicia experiências significativas.
Heloisa Suemi Kamoi, diretora comercial de uma agência de intercâmbio, ressalta que estudantes que realizam intercâmbios experienciam não só a melhora no desenvolvimento do idioma, como também experimentam a vida local e superam barreiras culturais e de comunicação que posam surgir. “Tudo isso contribui para uma melhora na autonomia e nas habilidades de comunicação, criando uma vivência pessoal muito enriquecedora. Já no campo profissional, o intercâmbio favorece a expansão do networking, o desenvolvimento de soft skills e a vivência internacional, fatores que favorecem o crescimento profissional do estudante”, diz Kamoi.
A procura por programas de intercâmbio nos últimos anos têm crescido de modo expressivo. De acordo com a diretora comercial, esse aumento pode ser compreendido por meio de dois fatores. O primeiro é a facilidade de comunicação, ou seja, pais e/ou responsáveis conseguem ter acesso à localização dos/as filhos/as em tempo real, além da possibilidade de contato a qualquer momento via aplicativos digitais, como o WhatsApp.
O segundo fator é a maior oferta de voos e companhias aéreas low cost, que resulta em passagens mais acessíveis.
O melhor período para realizar um intercâmbio para o público jovem, conta Kamoi, são nos meses de férias, julho ou no final do ano, para que não afete o cronograma letivo. E a preparação para essa viagem deve levar em consideração a idade dos/as alunos/as. “A idade mínima para os intercâmbios de férias é de 7 anos. Porém, no Brasil, as famílias costumam esperar por volta dos 13-14 anos para que o/a estudante realize esta viagem. É necessário que os/as adolescentes dessa faixa etária desenvolvam certa autonomia antes de embarcar neste projeto, como por exemplo, aprender a acordar sozinhos, deixar seus pertences organizados, guardar seus documentos pessoais e gerenciar o dinheiro”, destaca.
Segundo a diretora comercial, os gestores e as gestoras educacionais que pretendem adotar programas de intercâmbio em suas instituições, a primeira dica é buscar uma agência e/ou uma pessoa qualificada para a organização desse tipo de programa, “focando sempre nos objetivos da escola e nas características específicas do grupo. O intercâmbio é um programa muito satisfatório, porém, se não for bem organizado pode gerar experiências ruins para os seus participantes. Portanto, ter um suporte capacitado e com expertise pode fazer toda a diferença, contribuindo para uma viagem agradável”, finaliza. (RP)
Educadores compartilham os conhecimentos adquiridos durante imersão educacional em Londres
Aeducação no Brasil e no mundo está em constante transformação, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças sociais e novas abordagens pedagógicas. Neste contexto, as experiências vivenciadas em outros países podem servir para inspirar reflexões e diálogos, além de agregar novos conhecimentos.
Por isso, a Bett Brasil, organizadora do maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, reuniu mais de 190 educadores brasileiros na ‘Delegação Bett UK’, realizada em Londres, no início deste ano. A iniciativa englobou visitas técnicas às principais instituições britânicas de ensino, como King’s College, Universidade de Cambridge e Ashcroft Technology Academy, além da participação na Bett Show UK, evento global de educação e tecnologia.
“A participação na delegação brasileira na Bett UK agregou muito para o meu desenvolvimento profissional com novos contatos. O networking na área de educação fez uma diferença significativa para surgirem novas oportunidades de trocas de conhecimentos, experiên-
Imersão educacional proporcionou aprendizados e troca de experiências em Londres
cias e expertises”, conta a head de Inovação do Colégio Bento Benedini, Bruna Calil Ciconelli.
Já a diretora-geral do Colégio Catamarã, Ilsiane Peloso, comenta que um dos pontos principais que agregaram à sua prática de gestão durante a viagem a Londres foi a oportunidade de elucidar um direcionamento da escola em relação à Inteligência Artificial.
“Durante os painéis da Bett Show UK e às visitas técnicas foi possível distinguir o papel exercido por cada colaborador e, sobretudo, compartilhar e aprender com outros gestores escolares. A temática da IA, com a dificuldade de avaliar sua extensão e alcance na área educacional, expôs a necessidade de revermos
nosso modelo de ensinar e, por consequência, do aluno aprender, considerando assegurar que o processo seja cada vez mais personalizado”, explica Ilsiane.
Outra integrante da delegação, Simone Telles, assessora Internacional da Secretaria da Educação do Estado de SP, acrescenta um exemplo prático da bagagem profissional que trouxe da capital inglesa: “As reuniões que eu realizei com a equipe do British Council, em Londres, renderam um dos parceiros mais fortes com que trabalho hoje na Secretaria de Educação, uma vez que estou direcionada ao trabalho com intercâmbio e a internacionalização na educação básica”, completa.
A próxima edição da “Delegação Bett UK” acontecerá de 20 a 24 de janeiro de 2025, em Londres. Para participar, inscreva-se em bettbrasil. com.br/delegacao2025. As vagas são limitadas.
Ocuidado com a saúde mental tem adentrado cada vez mais no cotidiano escolar, evidenciando a urgência – e a necessidade – em intensificar práticas e ações no dia a dia da escola que sejam direcionadas ao acolhimento e à atenção com a saúde mental de estudantes, docentes e funcionários. Essa temática, tão presente nas discussões atuais, trazem à tona as reverberações negativas que a ausência de cuidado emocional pode impactar em todas as pessoas que integram a comunidade de cada escola.
De acordo com Karen Scavacini, doutora em Psicologia pela USP e fundadora do Instituto Vita Alere, aponta que a ausência do cuidado com a saúde mental pode afetar o rendimento de cada estudante, como o aparecimento de sintomas ansiosos e de depressão que podem levar à dificuldade de concentração e de retenção de conteúdo. “Além disso, problemas emocionais podem aumentar o absenteísmo escolar, pois alunos em sofrimento tendem a evitar a escola”, diz.
“Outro impacto é no comportamento: alunos com questões de saúde mental podem apresentar maior irritabilidade ou desmotivação, o que pode gerar conflitos em sala de aula e afetar o clima escolar, dificultando o aprendizado não só para eles, mas também para os colegas. A questão da violência escolar, do bullying, dos casos de autolesão e de suicídio, também são sinais de que os alunos precisam de atenção nessas áreas”, complementa Scavacini.
PAPEL DA ESCOLA
O ambiente escolar é um espaço estratégico
para promover a saúde mental positiva para crianças e adolescentes, sobretudo pelo longo período que estudantes passam diariamente nas instituições. “A escola tem um papel importante no mapeamento de situações de risco, no acolhimento dos alunos e no apoio aos professores e funcionários para promover um ambiente saudável e seguro”, destaca Luiz Otávio Ciurcio Neto, coordenador do Poliedro Curso de São Paulo.
De acordo com o coordenador, a escola deve ser um espaço de apoio mútuo, oferecer recursos e treinamentos para ajudar a lidar com questões de saúde mental e promover um ambiente positivo. Na prática, “as escolas podem implementar programas de acolhimento, realizar atendimentos individuais focados no rendimento acadêmico e no bem-estar socioemocional dos estudantes, promover atividades que incentivem a integração entre os jovens e fomentar espaços para conversas sobre sentimentos”, aconselha.
“Uma escuta ativa e livre de julgamentos faz toda a diferença na relação de confiança com o estudante. Manter uma comunicação aberta e constante com famílias e estudantes, além de realizar atendimentos com flexibilidade, de acordo com as necessidades individuais de cada aluno, são ações importantes para garantir um suporte abrangente e inclusivo dentro do ecossistema educacional”, finaliza Neto. (RP)
Odesenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis no cotidiano escolar é um elemento importante que contribui de maneira significativa para a formação integral de cada estudante. Influenciando diretamente no crescimento e no bem-estar físico dos/as alunos/as, uma alimentação rica e balanceada em nutrientes e proteínas saudáveis auxilia no processo de aprendizagem. Dessa forma, a preocupação em implementar e/ ou adequar um cardápio nutricional nas escolas é uma demanda necessária – e urgente.
Betina Schmidt, gerente de nutrição do Inspired Group no Brasil (grupo líder global de escolas premium), ressalta o papel fundamental da escola em garantir que o cardápio seja pensado por meio da oferta de nutrientes, especialmente em escolas de tempo integral. “Na proposta de escolas em tempo integral, as crianças realizam cerca de três refeições dentro da escola, incluindo o almoço que, no Brasil, é a principal refeição do dia”, diz.
Refeições saudáveis e balanceadas devem ser pensadas e elaboradas a partir de cuidados especiais com a alimentação em diferentes fases da vida. Com isso, diz Schmidt, a escola em tempo integral desempenha um papel fundamental ao auxiliar as famílias a garantir uma nutrição adequada. “Esses cuidados abrangem desde o desenvolvimento da independência para se alimentar até a garantia de uma oferta equilibrada de nutrientes essenciais, como micronutrientes, ácidos graxos, aminoácidos, energia e hidratação. Devemos estar atentos a possíveis excessos, sinais de distúrbios alimentares comuns na idade escolar, bem como restrições alimentares, alergias e seletividade alimentar”, complementa.
Na prática e no cotidiano escolar, o planejamento de um cardápio saudável e diversificado
deve ser elaborado por um/a nutricionista que “tenha a responsabilidade técnica pela produção e garanta que os procedimentos de segurança alimentar estão sendo cumpridos”, reforça Schmidt. “Escutar alunos e professores é crucial para garantir que está sendo criado um menu correto para determinado público, e isso varia de acordo com a escola, as necessidades, os bairros e até a cidade”, completa.
A alimentação diária estimulada de forma sadia e diversificada na escola contribui para a formação de hábitos alimentares que serão seguidos não apenas no ambiente escolar, mas também no convívio familiar. Maria Veronica Veras Costa, coordenadora pedagógica da Creche Semeando o Saber, nos conta que em 2023 foi implementado na creche algumas ações que visavam a promoção de uma alimentação saudável.
Segundo a diretora, existem práticas eficazes que podem ser trabalhadas na formação de bons hábitos. “As crianças precisam ser estimuladas a experimentar uma variedade de alimentos, dentro de uma perspectiva que considere suas necessidades proteicas em cada fase da infância. Essa abordagem não só garante uma nutrição adequada, mas também contribui para a ampliação do paladar e a acessibilidade de diferentes alimentos, minimizando seletividades alimentares futuras”, finaliza. (RP)