Ed. 186 - Mar/23

Page 1

A Revista do Gestor Escolar

Edição nº 186

ano 19 | Março de 2023 www.direcionalescolas.com.br

Sustentabilidade nas escolas

Quando pensamos na ideia de sustentabilidade – e em todas as características que englobam esse termo – algumas definições se projetam em nosso consciente de forma singular. Nas últimas décadas, em especial, a urgência de uma agenda sustentável com ações efetivas ganhou força em todos os setores sociais, inclusive na educação. Com o tempo, observamos o crescimento de ações pedagógicas, palestras, oficinas e atividades em escolas que apontam para o desenvolvimento social e a promoção de uma educação pautada pela sustentabilidade – ou para um futuro sustentável.

O aumento dos debates sobre a temática anuncia (não só) uma preocupação intensa com o futuro que nos aguarda, como também a conscientização educativa, os critérios de equilíbrio ecológico, a cons-

trução de um pensamento socioambiental e o cuidado plural que deve existir do ser humano com o espaço que ele habita e transita. Assim, nasce uma nova perspectiva de abordagem que se estabelece em sala de aula e na própria estrutura da instituição de ensino: a ecológica.

Com isso, nesta edição de março da Direcional Escolas, produzimos um especial centralizando a nossa atenção para as ações e práticas sustentáveis que podem ser realizadas no cotidiano escolar. A escolha desta temática está alinhada ao Dia Mundial da Água – instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993 – o dia 22 de março como uma data oficial para realizar ações e atividades com o intuito de ampliar a reflexão e a mobilização

social sobre o significado e a utilização da água em nosso planeta.

Além do Dia Mundial da Água, a ONU também divulgou, na mesma data, a Declaração Universal dos Direitos da Água, um documento sobre as sugestões, medidas e informações necessárias para a solução dos problemas do uso da água, considerando-a um bem perecível.

Que nesta edição da revista possamos incentivar a conscientização quanto aos usos sustentáveis dos recursos naturais nas práticas cotidianas. Boa leitura!

Direcional EscolasMarço de 2023 4
Editorial

Nesta Edição:

10

Coluna - Christian Coelho

Quem cuida dos diretores e coordenadores das escolas?

12

Coluna - Ademar Celedônio

Desafios da educação: novo governo deverá olhar para além da conjuntura política

14

Coluna - Eduardo Shinyashiki

Os sete estágios emocionais do desenvolvimento humano

16

Instituto Casagrande

Vem aí o IV Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação em Curitiba

18

Eloin Educação

Já pensou em ganhar uma viagem imersiva inspirada em práticas educacionais inovadoras?

20

Dica: ChatGPT

Implicações ou contribuições?

22

Fique de Olho

Plataformas digitais: facilidades tecnológicas para o gestor escolar

24 30

Conversa com o Gestor

Como inserir ações e práticas sustentáveis no cotidiano escolar?

Dica: Gamificação

Jogos como promotores de aprendizagens

Direcional EscolasMarço de 2023 6

Nos siga no Facebook: Acesse: fb.com/direcionalescolas

EXPEDIENTE

Diretor: Alex Santos

Público: Diretores e Compradores

Periodicidade: Mensal exceto Junho / Julho e Dezembro / Janeiro

Jornalista Responsável: Rafa Pinheiro | MTB 0076782/SP

Circulação: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais Design Gráfico, Direção de Arte e Produção Gráfica: Polidori Estúdio Atendimento ao cliente: financeiro@direcionalescolas.com.br

Para nos seguir no Instagram: Acesse: instagram.com/direcionalescolas

Receba a revista pelo WhatsApp: Entre em contato: (11) 91243-8704

ENCONTRE FORNECEDORES DE QUALIDADE PARA A SUA ESCOLA E SOLICITE ORÇAMENTOS DIRETO NESTE CANAL ACESSANDO: DIRECIONALESCOLAS.COM.BR/FORNECEDORES

Impressão: Grass Indústria Gráfica Para anunciar, entre em contato: (11) 99642-0957 (11) 91243-8704

Distribuição gratuita - Venda Proibida Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Escolas.

A revista Direcional Escolas não se responsabiliza por serviços, produtos e imagens publicados pelos anunciantes. atendimento@direcionalescolas.com.br www.direcionalescolas.com.br

FORNECEDORES

Direcional EscolasMarço de 2023 8
A Revista do Gestor Escolar www.direcionalescolas.com.br

QUEM CUIDA DOS DIRETORES E COORDENADORES DAS ESCOLAS?

Asaúde mental foi comprometida pelas consequências da pandemia e do período para a retomada da normalidade. O estresse financeiro, o distanciamento social e a sobrecarga de trabalho em ambientes de home office afetaram a psique das pessoas, causando ansiedade e doenças psicossomáticas.

Os líderes das instituições de ensino tomaram várias atitudes para minimizar esta situação e garantir a retomada do equilíbrio emocional e bem-estar de todos os envolvidos no ecossistema escolar.

Contratação de sistemas didáticos focados nas questões socioemocionais, apoio psicológico para pais, alunos e colaboradores, preocupação com o ambiente, com a comunicação e acolhimento às famílias foram algumas das iniciativas instituídas pelos diretores das escolas.

Neste ambiente, atento à saúde física e mental, os professores são responsáveis pelos alunos; os coordenadores e supervisores e demais líderes setoriais são responsáveis pelos alunos, familiares, corpo docente e determinados colaboradores; e os diretores e mantenedores são responsáveis por todos. E quem cuida dos mantenedores e diretores?

Além de Deus, para quem é adepto a alguma religião, pouca ou nenhuma atenção é direcionada à saúde mental dos líderes de qualquer empresa. Vale lembrar que, mesmo estando no topo da hierarquia, também são seres humanos

e padecem das mesmas necessidades. Portanto, quanto maior o cargo, menor é a disponibilidade de apoio.

A saúde mental dos líderes é crucial para o sucesso da instituição. O cotidiano de um mantenedor, diretor e coordenador é estressante, pois demanda muita energia mental para se inter-relacionar com grupos de pessoas tão heterogêneas, responsabilidade com o presente e futuro, o bem mais importante do mundo, os filhos dos outros, a necessidade de propiciar uma educação a contento, pagar as contas e alcançar as metas necessárias para o crescimento da empresa.

O primeiro passo para se precaver dos males que esta situação pode propiciar é prestar atenção em si. Esses desafios podem levar a problemas de saúde, como ansiedade, depressão e esgotamento. E se complica ainda mais, pois raramente as pessoas nesta posição se permitem pegar um atestado para se recuperar. Aparentemente, os líderes possuem uma dose extra de anticorpos.

É necessário que os líderes estejam conscientes desses riscos e tomem medidas para proteger sua saúde, como buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, prática regular de atividades físicas, sono saudável e nutrição adequada. Além disso, é crucial que busquem suporte profissional se precisarem, seja por meio de terapia ou outros recursos.

A saúde psicológica dos líderes afeta diretamente sua capacidade de tomar de-

cisões, lidar com desafios e conduzir as equipes de maneira eficaz. Não é possível que uma empresa tenha sucesso se os seus líderes não estejam bem.

Uma escola organizada, saudável financeiramente, com menos reclamações e colaboradores produtivos, responsáveis e motivados, reduz os riscos de ansiedade e estresse, e propicia um ambiente onde os líderes possam exercer o seu papel primordial: fazer a escola e todos que a compõem crescer de forma sustentável.

Para que isso ocorra em uma empresa com o porte e as características peculiares como uma escola, não são necessárias estratégias mirabolantes e técnicas advindas de grandes corporações e modernas startups.

Logicamente, a inovação e o aprendizado, além de conhecer outras formas de gestão, são importantes. Mas, o que realmente irá fazer com que a escola alcance os seus objetivos é focar nas premissas básicas de organização, análise de dados, gestão e capacitação. Focalize as suas energias no que é importante. O restante delegue ou postergue até que a prioridade seja resolvida.

O Colunista

CHRISTIAN ROCHA COELHO

Formado em comunicação, especialista em andragogia e neuropsicologia. Diretor do Grupo Rabbit Educação. www.rabbitmkt.com.br

Direcional EscolasMarço de 2023 10
COLUNA / CHRISTIAN COELHO
foto cedida pelo colunista

COLUNA / ADEMAR CELEDÔNIO

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO: NOVO GOVERNO DEVERÁ

OLHAR PARA ALÉM DA CONJUNTURA POLÍTICA

Em 2022, o setor de Educação foi marcado por desafios que ainda estão longe de serem completamente resolvidos. Lacunas na aprendizagem, aulas presenciais ainda sendo retomadas, evasão escolar, saúde mental dos alunos fragilizada, início da transição para o novo Ensino Médio e as discussões sobre o novo Enem são alguns dos temas que permeiam as conversas de mantenedores, gestores e professores no ambiente escolar. De acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021, os níveis de aprendizagem caíram significativamente em todas as etapas de ensino em 2021. Somado a isso, também segundo o Saeb, os alunos em etapa de alfabetização foram os mais prejudicados pela pandemia.

No entanto, esses desafios esbarram em problemas da Educação brasileira que existem há muito mais tempo, especialmente por uma falta de alinhamento entre os consecutivos governos nos últimos 25 anos em relação às prioridades deste, que é um dos setores mais importantes para o desenvolvimento do país. E, claro, os impactos de todos esses desafios têm uma profundidade diferente em escolas públicas e particulares, reflexo de uma desigualdade ainda mais intensificada na pandemia.

Na paralela, com a crescente presença da tecnologia e inovação em quase todos os setores da economia, seria natural que se fizessem cada vez mais presentes também no sistema básico de ensino. Após a pandemia, período que exigiu uma adaptação repentina das escolas para um modelo mais digital, imaginávamos que parte dessa adaptação se manteria. A proposta da Educação 5.0 é uma discussão que contempla especificamente o desenvolvimento de uma cultura digital nas escolas e o

novo Ensino Médio já convida as instituições a adotarem tecnologia no dia a dia e darem cada vez mais protagonismo aos alunos por meio de ferramentas digitais. No entanto, este cenário desafiador deixa claro que, muito antes de avançarmos nesse sentido, é fundamental pensarmos no ecossistema todo de aprendizagem. A pergunta que fica é: como?

Um dos caminhos está na possível implementação de um Sistema Nacional de Educação (SNE), projeto de governo já em tramitação e aprovado no Senado que, se avançar, poderá reger a integração, articulação e coordenação de políticas e ações educacionais da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. A partir daí, poderão ser feitas propostas mais consistentes e contínuas, que olhem para a raiz de cada problema e para a redução dos “gaps” entre o ensino particular e público, independentemente de quem esteja no poder, padronizando – a exemplo do que foi feito no SUS (Sistema Único de Saúde) – a distribuição de recursos financeiros e de responsabilidades.

Os objetivos do SNE são muitos. Dentre eles: garantir a universalização do ensino e equalização de oportunidades educacionais; erradicar o analfabetismo; garantir a total infraestrutura para as escolas públicas; incorporar tecnologias da informação e do conhecimento nas práticas pedagógicas escolares; garantir o padrão de qualidade das instituições formadoras de docentes; e promoção da valorização e capacitação permanente dos profissionais da educação.

Destaco os últimos objetivos que menciono, pois, um corpo docente valorizado e capacitado é o que permitirá que os demais sejam atingidos. Atualmente, os currículos desses profissionais são altamente padronizados e cerca de 75% deles (dado do Censo de Ensino

Superior) estão se formando via ensino à distância que, apesar de não ser novo, é um sistema ainda em desenvolvimento e pode ser relativamente falho para a exigência dessa prática curricular – por isso, inclusive, em países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), as práticas presenciais na formação de professores são parte essencial do curso. A profissão ainda está passando por uma adaptação em meio à chegada da reforma do Ensino Médio e da realidade pós-pandemia, com grandes impactos na aprendizagem dos alunos. Ou seja, antes da tecnologia, é a pedagogia pura e simples que precisa de atenção.

Por isso, acredito que, com a implementação do SNE, será possível que o novo, bem como os próximos governos, tenha prioridades e metas estruturadas para conquistarmos a equidade no acesso à educação de todas as crianças e jovens. Vale lembrar que não se faz educação da noite para o dia. Todos os pontos trazidos aqui passam por questões políticas, socioeconômicas, culturais e regionais e, num país de proporções territoriais continentais como o Brasil, leva-se muito mais tempo para solucionar qualquer questão, especialmente quando já estão enraizadas. E é justamente por isso que um pacto nacional federativo, desenvolvido por um plano de governo que considere o desenvolvimento do setor para além do período de conjuntura política, poderá transformar a educação neste país.

O Colunista

ADEMAR CELEDÔNIO

Direcional EscolasMarço de 2023 12
foto cedida pelo colunista Diretor de Ensino e Inovações Educacionais. Foi diretor do Colégio Ari de Sá por 10 anos e atua no SAS Plataforma de Educação desde 2015.

COLUNA / EDUARDO SHINYASHIKI OS SETE ESTÁGIOS EMOCIONAIS DO DESENVOLVIMENTO

HUMANO

Já é um dado consolidado que, além de oferecer uma vasta preparação ao aluno para que ele passe no vestibular e tenha conhecimentos técnicos sobre as diversas matérias ao longo dos anos, a escola se preocupe também com o desenvolvimento socioemocional dos alunos, para que eles se tornem pessoas mais seguras, com mais poder de empatia, estabelecendo seus projetos pessoais, com autoestima, capazes de serem donos dos seus próprios destinos e mais felizes.

A personalidade de um indivíduo é formada de modo geral até os seus 19 anos, e a especialista em desenvolvimento emocional, Pamela Levin, divide esse processo, em síntese, em sete estágios emocionais.

O primeiro estágio ocorre do nascimento até os 6 meses de vida da criança e nele o ser humano simplesmente existe, é o estágio do “Ser”. Nesse período é importante o contato físico, receber carinho, afeto, aceitação, proteção, nutrição e amor.

Dos 6 aos 18 meses corresponde o período do estágio “Fazer”, no qual tudo é novo para a criança que quer fazer, explorar, experimentar. A curiosidade fica aguçada e a criança quer levantar, cheirar, tocar, ver, quer explorar o mundo ao seu redor. É importante que ela se sinta reconhecida pelo que está fazendo.

O próximo estágio é o “Pensar” e acontece dos 18 meses aos 3 anos, correspondendo a uma fase de autoafirmação da criança que quer desenvolver um sentido de independência e individualidade para desenvolver um pensamento próprio e po-

der ser ela mesma. É fundamental que ela receba mensagens que transmitam permissão para crescer e ser ela mesma.

Dos 3 aos 6 anos é o momento da “Identidade”, onde a criança quer descobrir quem ela é e experimentar relacionamentos sociais. Nesta etapa é fundamental que ela receba mensagens que transmitam proteção e incentivo para ter sua própria visão de mundo e testar sua força.

O estágio da “Habilidade” é vivenciado dos 6 aos 12 anos e é o período que a criança aprende novas habilidades. Ela quer fazer coisas diferentes, quer fazer do seu jeito e começa a se relacionar com pessoas de fora do círculo familiar. É importante que ela receba mensagens de incentivo e apoio.

Dos 13 aos 18 anos o jovem experimenta mudanças corporais em todos os níveis (físico, mental e energético), é o momento da “Regeneração”, quando ele desenvolve sua filosofia pessoal, buscando encontrar o seu lugar no mundo adulto. Nesta fase, é importantíssimo que ele receba mensagens que transmitam permissão para reconhecer os próprios pensamentos, as ideias, os sentimentos e valores.

E, a partir dos 19 anos, inicia o momento de “Reciclagem”, já que o indivíduo completou seu primeiro ciclo de desenvolvimento e sua personalidade está formada. Nem sempre as pessoas passam pelos estágios de forma ideal, conseguindo ser protegidas, amadas, apoiadas e incentivadas, por isso a fase da reciclagem é uma oportunidade para rever e reavaliar

as etapas passadas, ajustá-las e transformar eventualmente sua maneira de pensar, a percepção de si mesmo e do mundo ao seu redor, suas crenças e valores.

Podemos afirmar que em quase todas essas etapas o indivíduo encontra-se no período da escola, por isso é fundamental, como educadores, estarmos atentos ao desenvolvimento humano da criança, acompanhar e incentivar a estruturação das competências socioemocionais dos alunos e os estágios emocionais do desenvolvimento ajudam nessa missão.

Conhecer e compreender esses estágios do ser humano possibilita aos educadores as condições para otimizar os processos de aprendizagem e potencializar as competências socioemocionais dos alunos para que eles tenham a possibilidade de se tornar indivíduos mais completos, íntegros, preparados, realizados e, de fato, prontos para fazerem a diferença no mundo e na própria vida.

O Colunista

EDUARDO SHINYASHIKI

Palestrante internacional, consultor, escritor e presidente do Instituto Eduardo Shinyashiki. Neuropsicólogo e Mestre em Liderança Educadora, é referência em desenvolvimento das Competências Socioemocionais, de Liderança e da Performance Humana. Para mais informações, acesse www.edushin.com.br

Direcional EscolasMarço de 2023 14
foto cedida pelo colunista

VEM AÍ O IV CONGRESSO INTERNACIONAL UM

NOVO TEMPO NA EDUCAÇÃO, EM CURITIBA

Fotos: Divulgação

Curitiba será palco, mais uma vez, de um grande evento educacional. Vem aí o IV CONGRESSO

INTERNACIONAL UM NOVO

TEMPO NA EDUCAÇÃO, um evento presencial promovido pelo Instituto Casagrande e que contará com a parceria de dezenas de instituições brasileiras. O evento será realizado entre os dias 31 de maio e 2 de junho de 2023, e contará com a presença das maiores personalidades brasileiras e convidados internacionais da educação e cultura para Curitiba respirar educação, cultura e entretenimento durante os dias do evento.

O Congresso terá diversas atividades e atrações em sua programação, como Plenárias Educacionais simultâneas em dois auditórios, um Fórum de Prefeitos e Dirigentes Municipais de Educação, Missões Técnicas em Instituições Educacionais de Curitiba, Mostra e Mini-talks de Soluções e Tecnologias Educacionais, Encontro de Arte & Cultura & Entretenimento, e lançamento de livros com grandes personalidades.

essa terra tão linda e querida um evento de tamanha magnitude”.

Na 3ª edição, que aconteceu em 2022, também em Curitiba, o Congresso contou com a participação de mais de 80 mil pessoas, somando os participantes on-line. Somente no evento presencial, houve a participação de mais de 1400 gestores educacionais de 256 cidades do Brasil. “É um grande evento que congrega gestores educacionais, tanto da área pública quanto privada, de todos os cantos do Brasil”, reflete Renato Casagrande.

O Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação teve seu início em julho de 2020, durante o auge da pandemia. “Na ocasião, em que todos nós estávamos confinados em nossas casas, o Instituto Casagrande inovou e decidiu realizar um grande Congresso on-line, com a temática do novo tempo em que estávamos vivendo. Devemos lembrar que naquele momento esse tipo de evento não era comum. E por uma grande felicidade, tivemos um número estrondoso de participantes. Superamos

Segundo Renato Casagrande, presidente do Instituto Casagrande, “esse evento se tornará tradição em nossa cidade. Na edição de 2023, serão três dias de muita aprendizagem, networking, cultura e entretenimento, em uma cidade recheada de atrações no período de pré-inverno. Curitiba ficou muito tempo de fora do radar dos grandes eventos educacionais brasileiros. O Instituto Casagrande, por ser uma instituição curitibana com forte atuação nacional, sentiu-se na obrigação de trazer para

Ronaldo Casagrande, vice-presidente do Instituto Casagrande e organizador do Congresso, reforça que o evento possibilita vivências que vão além das palestras e conteúdos técnicos. “É um momento ímpar que proporcionamos aos nossos participantes. Arte, cultura e entretenimento permeiam o Congresso durante todo o tempo. Esse talvez seja o grande diferencial de nosso Congresso, que fez com que a satisfação dos participantes fosse extremamente elevada em 2022”. Ronaldo ressalta dois grandes diferenciais do evento: “Não posso deixar de destacar as Missões Técnicas. No último dia de evento, os participantes do Congresso são recebidos por dezenas de instituições educacionais de Curitiba para compartilhar suas experiências exitosas. Outro aspecto muito importante diz respeito ao local do Congresso. Saímos do padrão de realizar o evento em hotéis ou grandes centros de exposição. Nosso evento, novamente, será realizado no Shopping Novo Batel, em Curitiba. Além de estar localizado numa região charmosa e pitoresca de nossa capital, as plenárias educacionais serão realizadas em teatros, que oportunizam uma experiência mágica aos participantes”.

Neste ano, o evento terá uma outra grande novidade. “Os participantes poderão construir a sua trilha de aprendizagem, escolhendo as sessões temáticas que desejam participar”, complementa Ronaldo.

a marca de mais de 150 mil educadores inscritos, do Brasil e de mais dez países. Foram dias de muita emoção para todos nós do Instituto Casagrande. A partir daquele momento percebemos que tínhamos uma ferramenta muito poderosa em nossas mãos para contribuir com a melhoria de nossa educação brasileira. Não paramos mais. O Congresso agora virou presencial, mas o Instituto Casagrande ainda continua realizando eventos on-line constantemente. Percebemos que as lives e eventos on-line perderam força no pós-pandemia, mas essa tendência não foi observada em nosso Instituto. Pelo contrário. No ano de 2023, deveremos ter os números mais expressivos de presença dos educadores em nossos eventos”, ressalta Renato Casagrande.

Para mais informações e inscrição para o Congresso, acesse: www.congressonovotempo.com.br

Direcional EscolasMarço de 2023 16
CASAGRANDE
INSTITUTO

Conheça a premiação “Melhores Escolas Melhores Projetos”!

Fotos: Divulgação

Mais uma vez, a Eloin — Educação Pela Experimentação, c o m seus 23 anos de história, compartilha seu “DNA” d e c riatividade e espírito inovador e abre suas portas para a transformação convidando escolas públicas e privadas a participarem da 3ª edição do prêmio Melhores Escolas Melhores Projetos .

O p rêmio, carinhosamente apelidado de MEMP, é uma iniciativa que se dá por meio dos trabalhos realizados em conjunto com educadores, estudantes, familiares e comunidade, mostrando ser possível transformar as p ráticas educativas em experiências enriquecedoras, de forma lúdica, criativa e significativa para os envolvidos.

O objetivo principal do MEMP é incentivar as instituições participantes a saírem da caixa, explorarem seu potencial criativo e principalmente difundirem novas práticas, promovendo um ambiente de aprendizado saudável e contemporâneo. Para isso, o p rojeto foca em diversos aspectos, desde a formação dos educadores até a realização de atividades socioculturais que c o ntribuam para o desenvolvimento de um cidadão mais consciente.

Co m uma visão inovadora, a instituição realiza uma série de ações e estratégias para a u mentar a qualidade do ensino e garan-

tir momentos de aprendizado para todos os e nvolvidos, fazendo assim um trabalho diferenciado e personalizado para os projetos educativos que executa.

U m a banca julgadora composta por diferentes profissionais e instituições renomadas, são convidados anualmente para a valiarem os projetos inscritos e um dos principais pilares para a avaliação é a valorização do trabalho transformador de estudantes, educadores e da gestão.

Os 10 melhores projetos transformam-se em uma publicação de edição comemorativa e o grande vencedor prepara as m alas para uma viagem de imersão para conhecer um modelo de ensino totalmente inovador em BUENOS AIRES.

Po r que Buenos Aires?

Essas ações conversam muito com a parceria que possuímos com “Las Escuelas Experimentales” de Buenos Aires, Argentina, s e ndo ao todo 38 unidades que adotam a metodologia de educação democrática. A rede segue um método de ensino personalizado e colaborativo por meio das artes plásticas e música como componentes p rincipais, seguindo os princípios da pedagogia da tolerância de Paulo Freire, onde e d ucadores e alunos aprendem juntos.

Como participar?

Para participar da premiação do MEMP é muito simples: uma ficha de pré-inscrição é automaticamente enviada assim que a instituição fecha um de seus projetos pedagógicos com a Eloin – Educação pela E x perimentação. Para concorrer, o envio dos registros comprobatórios dos desdobramentos dessa vivência pode aconte-

cer até o final do mês de outubro, prazo e stipulado no regulamento disponível no site do MEMP.

C e rimônia de Abertura

No último dia 13 de fevereiro de 2023, no Teatro Eva Herz, localizado no consagrado edifício do Conjunto Nacional, aconteceu o coquetel de abertura da 3ª edição do prêmio Melhores Escolas Melhores Projetos . Essa iniciativa é de extrema import ância para o Brasil, um país que enfrenta grandes desigualdades sociais e educacionais. Os projetos apresentados ao longo d o an o têm o potencial de inspirar outras ações semelhantes em todo o país, garantindo o acesso à educação de qualidade para todos os cidadãos.

É f undamental que sejam criadas mais iniciativas que visem a transformação do ensino brasileiro, assim como demonstraram as es co las vencedoras das edições anteriores, Maple Bear Santana e Castelo Bilingual School. A premiação reúne diversas escolas envolvidas com uma educação verdadeiramente transformadora, bem como parceiros com p rometidos com a causa.

Se a sua instituição também possui em seu “DNA” o espírito criativo e inovador, seja bem-vindo, porque a Eloin Educação está de portas abertas para a transformação.

Direcional EscolasMarço de 2023 18
Acompanhe esse e outros projetos do grupo Eloin: +55 11 2941-7255 +55 11 99655-9141 www.eloin.com www.instagram.com/eloineducacao
JÁ PENSOU EM GANHAR UMA VIAGEM IMERSIVA INSPIRADA EM PRÁTICAS EDUCACIONAIS INOVADORAS?
ELOIN EDUCAÇÃO

IMPLICAÇÕES OU CONTRIBUIÇÕES?

Lançado em novembro último, o ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI (empresa fundada em 2015 nos EUA), se tornou de forma veloz um fenômeno na internet. Disponível em quase 100 idiomas, o sistema de Inteligência Artificial alcançou a marca de 1 milhão de usuários cinco dias após o seu lançamento. E segundo dados analisados pela Similar Web, em janeiro último a plataforma registrou 100 milhões de usuários ativos, tornando-se, assim, o aplicativo com crescimento mais rápido da história.

O chatbot, disponível em versão gratuita e paga, funciona como um sistema de chat, ou seja, o usuário digita alguma pergunta e logo após uma busca em sua base de dados (ainda limitada) o sistema elabora respostas ao questionamento do usuário. Há um potencial notório nesse chatbot, porém, há alguns pontos de reflexão que devem ser debatidos. As respostas elaboradas pelo ChatGPT apresentam falhas, e a própria OpenAI advertiu que “a plataforma pode ocasionalmente gerar informações incorretas ou enganosas” nessa etapa inicial de “teste e pesquisa”. Para além desses erros, sua utilização ascende problemáticas legais, éticas e de segurança.

Fabrício Garcia, sócio-fundador de uma plataforma de gestão de avaliações de estudantes, argumenta que, especificamente sobre a área educacional, ainda não há estudos, protocolos ou pesquisas que possam afirmar de maneira efetiva que o uso do ChatGPT em sala de aula – ou em outro procedimento de aprendizado – traga algum benefício para os estudantes.

“Até porque quando falamos de Inteligência Artificial, por definição, estamos falando em processamento de informações da inteligência externa e não da inteligência humana. Então,

ela se contrapõe um pouco ao objetivo educacional que é treinar mentes humanas”, diz.

De acordo com Garcia, a utilização das tecnologias pode acarretar benefícios e/ou preocupações em relação ao processo educacional. Dessa forma, a aplicação de novas tecnologias deve ser inserida respeitando as boas práticas pedagógicas. “Em contrapartida, o mau uso delas pode gerar problemas sérios de cunho pedagógico e até de aprendizado dos estudantes. Acredito muito que o ChatGPT e outras ferramentas como essa ajudarão demais os professores em suas atividades corriqueiras, mas o uso no processo de ensino-aprendizagem é bastante limitado – pelo menos no momento –, com as ferramentas e com os estudos que temos sobre essas tecnologias sendo aplicadas à educação”, reflete.

Apesar de notória evolução da Inteligência Artificial, os recursos de sua ferramenta suscitam debates que envolvem segurança, transparência em relação a sua utilização, ética e os direitos autorais das informações. “É muito séria a questão jurídica envolvendo os direitos autorais e o referenciamento de informações, já que essas ferramentas sintetizam processos e informações que, em muitos casos, contêm direitos intelectuais de outras pessoas, pessoas físicas”, reforça Garcia. Sobre a regulação da Inteligência Artificial no Brasil, entre março e dezembro de 2022 foi produzida uma proposta por uma comissão de juristas. O documento, com cerca de 900 páginas, foi encaminhado ao Senado Federal a fim de discutir a regulamentação da Inteligência Artificial no país. (RP)

Direcional EscolasMarço de 2023 20
DICA: CHATGPT Imagem: Shutterstock
SAIBA
MAIS FABRÍCIO GARCIA fabriciomgarcia@gmail.com

FESTOU

(11) 94084-1577

www.festou.com.br

www.instagram.com/festou_br

FIQUE DE OLHO

PLATAFORMAS DIGITAIS: FACILIDADES TECNOLÓGICAS PARA O GESTOR ESCOLAR

FESTOU

“A Fe stou é uma plataforma tecnológica que realiza a gestão e a venda de ingressos para eventos e passeios escolares”, explica Walmir Fernandes, diretor da empresa. A utilização do recurso tecnológico é funcional, garantindo a facilidade na criação e no compartilhamento do evento com os pais. Por meio da plataforma, a escola cria uma página com as características do evento e envia as informações como um link para os pais (via agenda eletrônica, e-mail ou WhatsApp) e que pode ser pago via pix, boleto ou cartão de crédito. “Toda a gestão financeira do evento fica disponível em um painel, assim como informações relevantes para o sucesso do evento, relação dos participantes, dados, faturas abertas e pendentes, possibilidade de reembolso, etc.”, completa o diretor.

Para além de uma plataforma de gestão e venda de ingressos de eventos escolares, a empresa também oferece suporte no atendimento aos pais via chat e auxílio nas ações de marketing. Outro diferencial, diz Walmir, é a atuação da Festou na aproximação de espaços de entretenimento e fornecedores de atividades de entretenimento infantil, “ajudando também na organização de eventos internos e externos. A Festou possui um extenso portfólio de fornecedores, para auxiliar as escolas na realização dos eventos”. Atendimento humanizado, suporte de marketing e treinamento para utilização do sistema são as principais características que os gestores escolares perceberão ao adquirir os serviços da empresa. “A plataforma Festou não cobra taxa de adesão ou mensalidade, e sua forma de remuneração é no ‘sucesso do evento’, com um pequeno acréscimo nos valores dos ingressos comercializados”, conclui Walmir.

LAYERS

A Layers é a única empresa de tecnologia educacional do Brasil que oferece muito mais que uma Agenda Digital. A empresa, fundada pelos amigos e sócios Danilo Yoneshige e Ivan Seidel, CEO e CPO da Layers, respectivamente, oferece uma plataforma completa e integrada com soluções digitais para as escolas. Proporcionando, em um único ambiente, acesso a soluções de comunicação (agenda e envio de recados), atendimento das famílias e integração com sistemas de gestão (Sophia, Sponte, Totvs, entre outros), a plataforma unifica todas as ferramentas, acessível por apenas um login e senha. Com a Layers, a comunicação é centralizada no ambiente virtual da escola.

LAYERS

suporte@layers.education

https://link.layers.education/agendadigital

A unificação das ferramentas digitais automatiza os processos cotidianos da escola, otimizando tanto a gestão escolar como a área pedagógica. A Layers ainda abre suas portas para outras edtechs terem acesso facilitado ao mercado de educação. Por meio da Layers Store, com um estilo de loja de aplicativos, a escola pode “instalar” (contratar) a solução mais adequada. Por exemplo: Cyber Gênios (aprendizado de programação dos alunos, por meio de games); Vlupt (escolas que precisam otimizar o acesso e compra de lanches na cantina); Redação Online (solução automatizada de avaliação de redações); entre muitas outras disponíveis em www.layers.education/store

Direcional EscolasMarço de 2023 22
Imagem: Adobe Stock
Conexões, aplicativos e ferramentas digitais são palavras-chave que adentraram em todos os espaços nos últimos anos, inclusive na educação. Neste especial, apresentamos duas empresas que oferecem plataformas digitais funcionais, eficientes na otimização da gestão educacional e aliadas facilitadoras no cotidiano das instituições de ensino

CONVERSA COM O GESTOR

COMO INSERIR AÇÕES E PRÁTICAS

SUSTENTÁVEIS NO COTIDIANO ESCOLAR?

sentido, é imprescindível, para as instituições de ensino, trabalharem com educação ambiental, bem como introduzir práticas sustentáveis

IInserida como um dos 17 objetivos na resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) intitulada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável” e em vigor desde 1 de janeiro de 2016, a sustentabilidade foi colocada em um patamar de atenção e conservação mundial. O conjunto de 169 metas dos 17 objetivos contempla uma agenda ambiciosa envolvendo as áreas social, econômica e ambiental, assim como a implementação de projetos, a responsabilidade dos governos e a avaliação regular dos progressos.

Reconhecendo a escola como uma importante instituição social que atua diariamente na formação de cidadãos, é imprescindível que a gestão escolar, assim como o corpo docente e demais colaboradores, incluam as noções de educação ambiental e práticas sustentáveis no dia a dia – e não apenas em datas específicas ou em atividades pedagógicas pontuais. Dessa forma, tendo como foco ações práticas, neste especial da Conversa com o Gestor compartilhamos reflexões e projetos que são trabalhados em espaços educacionais. Confira!

“Existem muitas possibilidades para se construir uma escola mais sustentável. Tudo depende dos desejos, das possibilidades e do contexto de cada uma. Do ponto de vista mais prático, as atividades mais usuais estão ligadas à construção de hortas agroecológicas, gestão de resíduos e uso consciente da água e energia. Todas elas são muito importantes, mas é fundamental que haja o engajamento de toda a comunidade, o que é sempre um desafio.

Nessa direção, temos colaborado com diversas escolas na estruturação de programas de sustentabilidade, envolvendo, por exemplo, a criação de um comitê de sustentabilidade, que deve contar com diferentes atores da escola. Esse processo de envolvimento, escuta e criação coletiva, é fundamental para que a sustentabilidade se torne um valor de todos e da instituição.

Nem sempre é uma caminhada simples, mas acredito que dentro dessa perspectiva mais colaborativa e dialogada, as atividades ganham um novo sentido, passam a fazer sentido para as pessoas, aumentando suas chances de sucesso.”

“As práticas de sustentabilidade precisam abranger as dimensões ESG – Environmental, Social and Corporate Governance – e todos os processos e ações devem ser pensados para o desenvolvimento dos alunos, da comunidade e do planeta. Na esfera ambiental, por exemplo, criamos o Grupo Gestor de Sustentabilidade formado por uma equipe de docentes que inclui representantes da Educação Infantil ao

Ensino Médio. Esse grupo dinamiza ações voltadas ao tema ambiental na escola. Um evento importante, por exemplo, é o Dia da Sustentabilidade, que conta com a participação de toda a comunidade escolar: alunos e suas famílias, alunos dos projetos sociais e colaboradores.

Outra ação conta com a participação ativa dos alunos do Ensino Médio, orientados pelos professores, que organizam grupos de trabalho sobre temáticas diversas e envolvem os alunos do Ensino Fundamental para se engajarem também. Grupos de reciclagem de materiais escolares, cultivo na horta ou compostagem são alguns dos exemplos de projetos dirigidos pelos alunos nos últimos anos.

Na Educação Infantil temos o Projeto Aventureiros Especiais; no Ensino Fundamental I trabalhamos livros, temas e passeios comuns durante um período do ano e reunimos todos em um grande encontro ocupando espaços públicos, já o Ensino Fundamental II é o motor das Campanhas Internas de Arrecadação, os alunos do Ensino Médio desenvolvem ações com maior grau de envolvimento e complexidade, alguns deles participam do Programa do Diplo-

Direcional EscolasMarço de 2023 24
A atualidade nos mostra, cada vez mais, a urgência na amplificação (e intensificação) de debates e propostas efetivas que incorporem a sustentabilidade nas ações diárias. Nesse
que atravessem toda a estrutura escolar, desde a gestão até o desenvolvimento pedagógico
Edson Grandisoli – Diretor educacional da Reconectta Ana Paula Gama – Coordenadora do Projeto Cervantes Solidário do Colégio Miguel de Cervantes (SP)

ma do Bachillerato Internacional (IB), que possui no currículo o componente CAS – Criatividade, Atividade e Serviço, onde eles possuem autonomia para criar, desenvolver e entregar projetos diversos, em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”

bal, desmatamento, geração excessiva de resíduos sólidos, desertificação etc.). Mas é preciso trazer para o cotidiano as grandes questões globais, de modo a possibilitar a reflexão sobre nossas pequenas atitudes na escola.

“Quando falamos de sustentabilidade, falamos das dimensões ambientais, sociais e econômicas, e sua aplicação não está restrita somente às grandes corporações ou até mesmo aos governos. O ser sustentável é uma obrigação coletiva da sociedade, sejam em suas pequenas ou grandes ações, assim a sociedade garante a disponibilidade de recursos para as futuras gerações.

Portanto, a sustentabilidade é inerente e indissociável das ações educativas. Ao tratarmos e reciclarmos 7 milhões de litros de água em um ambiente que pode chegar a receber 12 mil pessoas em um único dia, o parque Wet’n Wild promove a sustentabilidade em suas ações cotidianas. E ao vivenciar esse processo, através do projeto educacional ‘Na Onda da Ciência’, coloca o visitante na condição de observador crítico do tema, incentivando-o a entender e praticar as ações desse projeto.”

Aqui entramos então na parte prática. Em nossa escola, adotamos a prática de reutilização de todo papel usado em todos os setores do colégio. Seja através do uso do lado branco das folhas ou, no caso das folhas reutilizadas, o reaproveitamento para uso em brincadeiras (aviões de papel, dobraduras etc.). Nos eventos da escola, os materiais são reaproveitados na confecção de convites ou como parte da decoração – tudo elaborado pelos alunos. Criamos uma oficina de reaproveitamento de cadernos do ano anterior. Pontas de lápis são guardadas para que se transformem na decoração de Natal no final do ano. Restos de comida são recolhidos e direcionados para a composteira que, além de ser utilizada nas aulas de ciências, geram substrato para as plantas frutíferas da escola – que, a depender da produção, são oferecidas aos alunos, para que eles tenham contato com o ciclo da natureza. A vida se refazendo a partir daquilo que foi descartado.

Porém, nada fará sentido sem que a redução do consumo seja trabalhada. A cada atividade, realiza-se a reflexão sobre a melhor utilização de um recurso para não haver desperdício, mas também é preciso pensar se vale a pena consumi-lo. O tema consumo, como tema transversal, deverá permear a construção do currículo de todas as disciplinas, como parte de um programa escolar que vise a sustentabilidade.”

princípios: Reciclar, Reduzir, Reparar, Recuperar, Renovar, Reutilizar e Redesenhar a partir do método Design Thinking, ou seja, cultivar, a partir dessas práticas, o espírito empreendedor e solidário através da criatividade, conectando a mente e as mãos com o uso de todos os tipos de tecnologias analógicas e digitais.

A partir disso, elaboramos um roteiro de aprendizagem escolar denominado ‘Salve o planeta’, composto por 35 desafios de pensamento maker, nos quais os alunos aprendem a cuidar da escola, do meio ambiente e do planeta fazendo perguntas para desenhar protótipos que podem ser aplicados em seu cotidiano relacionado à inteligência emocional, mudanças climáticas, sustentabilidade e economia circular.

Um exemplo prático é o projeto sobre os problemas ambientais próximos a nossa escola. Para encontrar soluções globais, devemos começar pelas problemáticas locais. Conhecer o seu entorno é fundamental para poder adquirir gestos positivos a respeito do meio ambiente. Atualmente, estamos trabalhando com os alunos sobre os problemas ambientais próximos ao centro escolar. Utilizamos como ferramenta de trabalho a realidade aumentada (RA).

Os alunos passam por uma etapa de pesquisa, onde identificam e registram sua geolocalização de problemas, como: lixo na rua, problemas de resíduos, poluição, plantas sem manutenção etc. Em seguida, passam por um trabalho cooperativo de como podemos resolver os problemas detectados. Para concluir o trabalho, através do programa de Realidade Aumentada Metaverso os alunos realizam uma série de campanhas de sensibilização associadas aos pontos geolocalizados. Os participantes instalam QR Codes próximo ao lugar e quando as pessoas passam podem ver, com a ajuda da RA, histórias interativas explicando soluções práticas para melhorar este problema.”

“Primeiramente, a equipe escolar deve ter clara qual noção de sustentabilidade que norteará a elaboração do Projeto Político Pedagógico. Para nós, ela está relacionada à ideia de que a reprodução da vida humana não pode tornar insustentável o equilíbrio dos ciclos naturais. Podemos dizer que esta é uma concepção em escala ampla e ligada às grandes causas ecológicas de nosso tempo (aquecimento glo-

“A educação sustentável na escola não é apenas uma atividade que fazemos de vez em quando a partir de disciplinas curriculares relacionadas ao meio ambiente. É um olhar focado no respeito à vida no planeta, uma atitude e um compromisso ético de ação consigo mesmo, com os outros e com a comunidade local e global. Concentramos o nosso plano de ação para operacionalizar essa visão na escola a partir da cultura e filosofia maker, processo de aprendizagem que pode ser resumido nos

“A preocupação das instituições de ensino com a sustentabilidade ambiental deriva não apenas da necessidade do ensino de qualidade (exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-

Direcional EscolasMarço de 2023 26
Osmar Donegá Junior – Gestor de negócios educacionais do Wet’n Wild Felipe Goldschmidt – Coordenador do Projeto Bachillerato España do Grupo Base Educación Bruno de Souza – Coordenador pedagógico do Colégio Oshiman de São Paulo Ana Amélia Ribeiro Sales – Advogada, especialista em Direitos Humanos

cação e da Constituição Federal, art. 206, VII), mas também da responsabilidade social dessas instituições, enquanto membros integrantes da sociedade. A Constituição Federal atribui ao Poder Público e a toda a coletividade, o dever de zelar pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado, defendendo-o e preservando-o para as presentes e futuras gerações.

Assim, a inserção de práticas de sustentabilidade ambiental na rotina administrativa da escola tem o duplo papel de cumprir a responsabilidade social da instituição enquanto pessoa jurídica integrante da sociedade, e, ao mesmo tempo, ensinar pelo exemplo.

A substituição da utilização de documentos impressos (como o contrato de prestação de serviços educacionais – várias páginas impressas em papel e em duas vias) pela versão somente eletrônica desses documentos, confere a mesma confiabilidade e segurança jurídica (notadamente com o uso das assinaturas eletrônicas), agregando a sustentabilidade como prática institucional.

A substituição de outros documentos historicamente impressos, tais como históricos escolares e diplomas, por versões eletrônicas, bem com a utilização de e-books, também são práticas condizentes com a proteção ao meio ambiente e que, por isso, devem ser estimuladas.”

sou a se preparar para a certificação formal. Desde o ano passado, temos duas metas muito claras: primeiro, reduzir em 50% o volume de resíduos enviados a aterros sanitários até maio deste ano, o que estamos em via de conseguir. E, numa segunda etapa, que vai até 2024, a meta é reduzir para 90%.

São metas extremamente ambiciosas, que nunca conseguiríamos atingir se não houvesse um forte trabalho de conscientização. Por isso, há um ano, intensificamos as ações e campanhas pedagógicas envolvendo nossos alunos, realizamos treinamentos para colaboradores, buscamos parceiros alinhados com nossos objetivos, revimos os procedimentos de nossos fornecedores e, principalmente, temos trabalhado a conscientização das famílias que atendemos.

O que muitas vezes chamamos de ‘lixo’ tem um valor enorme, que se devidamente tratado, reduz significativamente nosso impacto no meio ambiente e estimula a economia circular, gerando renda e emprego para milhares de pessoas. Por isso, esse envolvimento conjunto é essencial. Uma vez que o cidadão realmente toma consciência disso, não há como voltar atrás. E, como educadores, estamos aqui para formar cidadãos conscientes. Essa é a nossa missão.”

cuidado das plantas à colheita dos alimentos para as refeições. Também podemos estimular brincadeiras sensoriais com elementos naturais ou materiais recicláveis. Podemos organizar passeios externos aos parques e às áreas de preservação, convidando as famílias para conversas sobre o tema e como atitudes podem reverberar em casa. Ou mesmo utilizar a literatura a nosso favor. Tudo isso é válido e importante para o diálogo sobre sustentabilidade no âmbito escolar.

No entanto, essa conversa precisa estar alinhada à força do exemplo, ou seja, não adianta ensinar a criança a preservar se ela observa desperdício de água, má gestão de resíduos e valores da comunidade escolar que andam na contramão. No ekoa, a sustentabilidade está no nosso documento norteador, enquanto eixo estruturante. Isso significa que esse valor passa a orientar todas as ações pedagógicas e operacionais, de todas as equipes, da diretoria aos funcionários da limpeza, passando pela administração e pela arquitetura dos prédios, não sendo um processo concentrado apenas nas mãos dos educadores. Para que todos sejam envolvidos, é possível criar comitês locais, com responsáveis por pensar a sustentabilidade nas diferentes áreas de atuação da escola.

“Aqui no Mendel, acreditamos que a sustentabilidade ambiental não pode ser apenas ações isoladas ou atividades em sala de aula. Ela tem que ir além disso e fazer parte do dia a dia do aluno, do professor, da equipe pedagógica e de todos os colaboradores do colégio. Tem que ser um propósito, pois entendemos que a escola é um importante agente transformador não só de seus educandos, mas de toda a comunidade em seu entorno.

A importância da reciclagem é um tema que trabalhamos há anos aqui no Mendel, mas que ganhou uma nova dimensão em 2022, quando o colégio assinou o Compromisso Lixo Zero, junto ao Instituto Lixo Zero Brasil, e pas-

“Hoje, é impossível desvincular infância, meio ambiente e futuro. Precisamos, desde cedo, pensar em educação ambiental e trazer a ideia de sustentabilidade às crianças, que precisarão transformar a maneira de pensar e agir para lidar com os desafios do futuro. A ideia central é que para preservar, é preciso conhecer, e esse conhecimento pode circular nas escolas de diversas maneiras. Uma delas é estimular o contato com a natureza, oferecendo oportunidades para as crianças brincarem ao ar livre, perto de áreas verdes. Isso ajuda no desenvolvimento motor, psíquico e socioemocional das crianças e aprofunda a qualidade das conexões que elas estabelecem umas com as outras.

Podemos incluir atividades de plantios de hortas nas escolas, em que crianças participam de todo o processo de preparo da terra, plantio,

Portanto, além das atividades curriculares, as escolas precisam levar informação sobre sustentabilidade para suas equipes, realizar processo de escuta para identificar prioridades, desafios e, sobretudo, criar planos de ação que gerem engajamento coletivo dos funcionários. Do ponto de vista do impacto, é muito mais efetivo envolver toda a comunidade escolar para repensar o consumo e trabalhar formas mais competentes de gestão de resíduos: quanto a escola consome, por que consume e de quais empresas consomem? Assim, é possível optar por melhores práticas na compra de materiais alternativos, na escolha da quantidade de lixeiras e até o destino do lixo, como, por exemplo, enviá-lo a uma cooperativa de catadores.”

Para conhecer os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil e as principais atividades das Nações Unidas no país, acesse: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs

Direcional EscolasMarço de 2023 28
SAIBA MAIS Ana Paula Yazbek – Diretora do Espaço ekoa (SP) Luciana Barão Acuña – Professora de Ciências e coordenadora do Projeto Lixo Zero do Colégio Agostiniano Mendel

DICA: GAMIFICAÇÃO

JOGOS COMO PROMOTORES DE APRENDIZAGENS

Arelação com o aprendizado tem alcançado, paulatinamente, novas/ outras perspectivas, envolvendo interações variadas e metodologias que convergem com os anseios dos estudantes e as demandas da atualidade. Avistamos, então, (re)formulações entre ensino e aprendizagem guiados por metodologias ativas, soluções tecnológicas inseridas no desenvolvimento pedagógico, e a adoção de jogos em contextos educacionais.

Estratégia de aprendizagem

A gamificação (do inglês gamification) é a utilização de dinâmicas de um jogo como norteador de experiências em sala de aula. De certa forma, a gamificação desloca os jogos de uma finalidade única no entretenimento e os coloca como uma estratégia eficiente de aprendizado. “A gamificação consiste em propor jogos que envolvam desafios e superações sucessivas para aprender. Muitos conteúdos escolares podem ser gamificados, ou seja, transformados em jogos que promovam ou facilitem as aprendizagens”, sintetiza Sonia Barreira, diretora pedagógica da Bahema Educação.

“Como toda estratégia, a gamificação pode ser adequada e eficiente em algumas circunstâncias e não ser em outras. Cabe ao professor e à escola analisar rigorosamente se os desafios propostos ajudam o aluno a aprender. Se promovem reflexão e atividade intelectual ou apenas envolvem repetições e sorte. Estas últimas pouco ensinam”, reflete a diretora. Nesse sentido, é importante destacar que há uma diferenciação entre gamificação e uso dos jogos: o primeiro é uma experiência característica de games (com medalhas, rankings e pontuações por bom desempenho, por exemplo) e, o se-

gundo, parte do pressuposto de um game pronto a ser jogado em sala de aula. Na prática, a implementação da gamificação deve partir de uma intencionalidade pedagógica, ou seja, uma abordagem com o objetivo de promover aprendizagens significativas.

Implementação e reflexão

De acordo com Sonia, a decisão de implementar a gamificação nas escolas da Bahema Educação partiu da restrição ao game comercializado. No período da pandemia, com o intuito de incentivar os alunos de quartos e quintos anos em Matemática, decidiram implementar as situações gamificadas. Porém, foi no retorno às aulas presenciais que a gamificação foi melhor aproveitada, “pois entendemos que não basta jogar, é preciso tematizar as estratégias, aprender uns com os outros, refletir sobre os conhecimentos envolvidos no game. O game em si não ensina, mas seu uso criterioso por um professor competente e atento pode trazer excelentes frutos para o aprendizado”.

Sobre a participação dos estudantes, segundo a diretora, desde a Educação Infantil é possível aprender por meio de jogos. “Um simples jogo de dados, dominó ou caça ao tesouro pode estimular e promover aprendizagens se planejado adequadamente”, diz. Se mantivermos a perspectiva na gamificação, que englobam desafios (como missão, recompensa e etapas), o ideal é a inserção a partir do Ensino Fundamental 1, “sempre cuidando com rigor da escolha adequada e do clima de cooperação em sala de aula”, completa. (RP)

SAIBA MAIS

SONIA BARREIRA

analitica@analitica.inf.br

Direcional EscolasMarço de 2023 30
Imagem: Adobe Stock

ACESSÓRIOS (VENTILADORES, BEBEDOUROS), ARTE, PINTURA ARTÍSTICA E GRAFITE, BRINDES, PLANOS DE SAÚDE

Direcional EscolasMarço de 2023 32
Direcional EscolasMarço de 2023 33 BRINQUEDOS EDUCATIVOS E GIGANTES, GRAMA SINTÉTICA, PLAYGROUNDS, REDES DE PROTEÇÃO
Direcional EscolasMarço de 2023 34 COPIADORA E IMPRESSORA, PROTETOR DE COLUNA, SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO, TOLDOS E COBERTURAS

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Ed. 186 - Mar/23 by Revista Direcional Escolas - Issuu