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Figura 2 - Efeitos especiais de Sonic: O filme
consumidores interagir com as mídias sob circunstâncias controladas é uma coisa; permitir que participem na produção e distribuição de bens culturais – seguindo as próprias regras – é totalmente outra.” (JENKINS, 2006).
Figura 2 - Efeitos especiais de Sonic: O filme
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Hoje é possível notar que essa cultura de participação está totalmente instalada em nossa sociedade, e as pessoas passaram não só a criticar, mas opinar em como as mídias devem se comportar, como as cobranças para os jornais serem isentos - quando eles estão apenas informando um fato que aconteceu -, ou mesmo em casos benéficos, como, por exemplo, em “Sonic: o filme”, as comunidade de fãs do personagem, criticou fortemente o CGI7 apresentado no primeiro trailer do filme, além das críticas, a comunidade informou que caso os produtores não alterassem o design do personagem, haveria um grande boicote ao filme, o que levou a um atraso na produção, que simplesmente reeditou o design inteiro do Sonic, o deixando muito mais próximo do personagem de videogame que todos conheciam.
7 Imagens geradas por computador, o termo é popularmente conhecido como efeitos especiais. A sigla vem do inglês computer-generated imagery;
Este caso só demonstra a força que os consumidores ganharam, seja no campo da notícia, seja no entretenimento. Hoje não é mais possível fazer a achar que eles irão simplesmente aceitar o que receberam, o que reforça ainda mais a ideia de fortalecer a credibilidade jornalística dos meios de informação, afinal, a mídia alternativa tem crescido muito, e as pessoas que buscam por praticidade tem aderido a elas.
2.1 O FUNCIONAMENTO DO JORNALISMO DIGITAL
Mas como todas estas transformações afetam a forma de se fazer jornalismo? E mais, como o jornalismo brasileiro recebeu cada metamorfose introduzida com a chegada da internet? Essas com toda certeza são questões que devem ser levadas em conta ao falarmos sobre jornalismo digital no Brasil. Pois, certamente todo jornalista vai lhe dizer que aprendeu a fazer jornalismo nos deadlines apertados de uma redação. Seja na TV ou na mídia impressa tradicional, o sufoco para o fechamento do jornal é sempre igual. Entretanto, ao nos referirmos ao meio digital temos uma certa peculiaridade, afinal, por diversas vezes iremos chegar na redação com uma pauta zerada, e outras vamos contar histórias incríveis em poucos minutos. Isto porque o conceito de um jornalismo digital te imerge dentro da informação de maneira muito intensa. A autora do livro, Pollyana Ferrari, deixa isso muito claro.
Você percebe que está imerso no mundo virtual quando, ao dirigir seu carro em direção ao supermercado, ouve pela rádio a notícia de um acidente com avião na pista do aeroporto e, imediatamente, estaciona para ligar do celular para o plantonista da redação. Dita a notícia que anotou naquele bloquinho sempre à mão e indica uma visita aos sites de trânsito para verificar se a área foi isolada. (FERRARI, Pollyana, 2003, pg 13-14). Hoje este processo é muito mais rápido que no início do jornalismo digital, pois através de ferramentas como Whatsapp, é possível enviar suas anotações para o plantonista, ou quiçá você mesmo escrever e publicar no através de um smartphone ou notebook. Porém, é de grande relevância ressaltar que o funcionamento do jornalismo digital no Brasil não é muito diferente da forma como ele era feito antes da internet, porque o mesmo continua sendo comandado por verdadeiros coronéis da informação, como explica Ferrari:
Diferente dos Estados Unidos, onde o surgimento dos portais decorreu da evolução dos sites de buscas - que recorreram ao conteúdo como estratégia de retenção do leitor , no Brasil os sites de conteúdo nasceram dentro de empresas jornalísticas. Alguns deles nem tinham a concepção de portal e evoluíram posteriormente para o modelo. (FERRARI, Pollyana, 2003, pg. 25)