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Figura 5 - Utilizando o hiperlink
Figura 5 - Um exemplo de utilização do hiperlink na homepage.
Assim o leitor que mal aprendia sobre um assunto, passa a entender todos os funcionamentos dele. Com as informações circulando pela sociedade numa velocidade extremamente rápida, e o próprio jornalismo assumindo que precisa de publicações quase instantâneas. A conexão criada pelos hiperlinks funciona como um gancho, afinal, neste ambiente virtual super acelerado é quase impossível aprender de fato algo numa leitura. Até porque, o ato de aprender requer tempo, paciência, e calma, e esse mecanismo permite que você de fato navegue em uma informação por longos períodos apesar do ambiente digital apresentar notícias que são mais superficiais. Como tenho apresentado durante toda a monografia, não é novidade que a inserção da internet transformou o jeito em que as pessoas se comunicam ou se informam. Por exemplo, a geração de jornalistas nascidos na “era millennial"- Pessoas que nasceram entre os anos 80 e o final do Séc. XX - é formada por comunicadores que nem sequer cogitam um mundo onde não exista o Google, uma geração inteira que é totalmente inteirada nas mais variadas redes sociais, como o Facebook, Instagram, Twitter e o Tik Tok. O principal ponto, é a evolução das tecnologias de informação
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de comunicação, ou simplesmente TICs, transformaram não somente a forma como a sociedade interage, mas a forma como a mídia tradicional produz. Por conta disto, os sites e portais desde a última década têm buscado fazer com que os conteúdos que são entregues por eles sejam muito atrativos e informativos ao mesmo tempo. E a necessidade de se trabalhar assim passa pela facilidade de acesso que as pessoas possuem hoje. Seja através de um computador, de um smartphone ou mesmo por uma simples logada no twitter, os leitores estão sempre informados, ao ponto que o ato de seguir uma hashtag (#) em uma rede social, pode angariar a popularidade positiva ou negativa de uma figura pública, como, por exemplo, a famosa tag que chegou a ser Trend Topics do Twitter - principais assuntos da rede social #EleNão que iniciou diversos movimentos contra o atual presidente, e figura ainda hoje nos principais protestos contra Bolsonaro. Pode impulsionar um movimento que incentiva a doação de alimentos para um país que foi vítima de terremotos, como é o caso da #PrayForHaiti. Isso faz com que as teorias clássicas do jornalismo sejam "abandonadas", e novas concepções sejam criadas para o compreendimento do jornalismo em si, até porque muitos dos jornalistas digitais, principalmente os repórteres, sequer saem a campo para apurar suas matérias, pelo menos não de forma física. E nem precisamos voltar muito no tempo para encontrarmos exemplos, a própria pandemia de COVID-19 demonstrou como a comunicação está imersa no mundo digital, não é à toa que as pessoas passaram a consumir produtos digitais durante a crise sanitária. Com o “abandono” das teorias mais clássicas do jornalismo também surge uma pergunta, como preparar meu leitor para receber informações que podem ser lidas de diferentes formas? Esta é uma questão de muita importância, pois como falado antes, se as teorias antigas já não conseguem explicar o funcionamento do jornalismo, é preciso que novas sejam criadas, ou que no mínimo um novo protocolo exista para que facilite a compreensão do fazer jornalístico, afinal nesta nova maneira de produzir informações, os conteúdos e informações andam lado a lado tendo uma pequena diferença de funções entre eles, como explica Pollyana Ferrari (2019, pg. 84) "A distinção fundamental que está em jogo é a de que a comunicação tem a ver com conteúdos e que a informação refere-se ao modo como os conteúdos entram em circulação, ou seja na rede". E na tentativa de compreender tais processos, é possível analisar que existem algumas características essenciais no jornalismo digital, como a hipertextualidade e a multimidialidade. De acordo com Conde (2013) esses aspectos estão ligados a hierarquização de informações, constituindo 28
elementos que possam apontar semelhanças na estrutura da notícia digital, a um ponto onde seja possível classificá-las por suas formas de apresentação, pelo seu conteúdo ou estrutura de escrita. Visto que as notícias podem assumir a função de produto, unidade discursiva, comunicação e informação ou mesmo de um simples relato publicado.
2.2. OS PORTAIS DO GRUPO GLOBO E COMO ATUAM HOJE
O Grupo Globo hoje possui uma grande gama de possibilidades quando o assunto são portais, as opções vão desde os portais de fofocas, até os de áreas específicas do jornalismo, alguns são apenas reproduções digitais de produtos pertencentes ao grupo, como a Revista Galileu por exemplo. Também não é nenhuma novidade que eles figuram entre os principais sites jornalísticos do Brasil, por conta disso escolhi analisar três portais que possuem até formas de atuar muito similares, além de estarem entre os principais produtos digitais da companhia, eles são, G1, O Globo e Valor Econômico. Esta parte do capítulo terá o objetivo de apresentar os portais escolhidos, além de apresentar os funcionamentos deles com base nos conceitos de portal apresentados anteriormente. O maior portal de notícias do Brasil, está online no mercado há 15 anos, hoje ele conta com mais de 400 jornalistas que estão espalhados em 52 redações em todos os estados do país.10 O G1 nasceu na manhã do dia 18 de setembro de 2006, e ao longo de sua história se destacou pela longa série de reportagens de cunho delator, principalmente em relação a assuntos que pouco se falava naquele momento, como “Amazônia, e eu com isso?”, “Meu celular, minha vida”, e “A voz das mulheres”. Outra grande característica do G1 são as coberturas ao vivo feitas pelo site, podemos citar como exemplo as últimas eleições americanas, ou mesmo as polêmicas eleições de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República. Além disso, o site conta com um público de 66 milhões de usuários por mês. Em 2020, o jornal digital conquistou o Prêmio CICV de Cobertura Humanitária uma iniciativa do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para dar voz às vítimas, e ao mesmo tempo reconhecer o trabalho de jornalistas e veículos de comunicação brasileiros que se dedicam à cobertura de temas humanitários -, na categoria Acnur 70 anos, com a reportagem especial publicada em 2019, “Saí para salvar minha vida”, que retrata as
10 Disponível em: https://g1.globo.com/g1-15-anos/noticia/2021/09/18/g1-faz-15-anos.ghtml. Acesso em: 12 de novembro de 2021