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INTERCÂMBIO APÓS OS 30, ISABELA BRAZ

Por Isabela Braz

Oi, meu nome é Isabela Braz. Eu sou estudante de Economia pela Pontifícia Universidade Católica do estado de Minas Gerais – BR e intercambista em Dublin como estudante de língua inglesa, desde março de 2020, mesmo período do qual desenvolvi interesse por Marketing Digital, mais especificamente em estratégias e negócios digitais. Bem, há um tempo recebi um convite para contar brevemente sobre a minha experiência como intercambista depois dos 30, e “Olha Só” me vi duplamente surpresa. De um lado, por sentir certa estranheza pelo “depois dos 30” (conceber tal ideia, vez ou outra ainda me causa um leve desconforto), e do outro, um sentimento síncrono e refrigério por ter me permitido tal aventura. Com relação a primeira sensação, tenho tentado me adaptar às honrosas mudanças que naturalmente são trazidas pelo tempo. Ter de lidar com todas elas e entendê-las tem se tornado um exercício regular. E para a seguinte, foi mediante a essas tantas transformações, e já no fim da curva decrescente dos meus 29 anos, que decidi viver essa escolha. Serei prosaica. Me lembro que ao chegar na ilha, além de algumas peças de roupas (que hoje eu sei que nem longe eram apropriadas

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Foto de Isabela Braz .Temple Bar – Dublin, Irlanda

para o frio que me aguardava) trazia também na bagagem, e em escala planetária, uma vontade de concretizar tudo o que eu havia planejado e estabelecido como meta. Naquele ano, além das adversidades frequentes das quais um intercambista tem de enfrentar, também tive de lidar com os efeitos e impactos da pandemia, causados pela COVID-19.

A princípio, o meu principal obstáculo foi a língua, eu nunca tinha estudado inglês anteriormente e para não dizer que eu não sabia nada, até que eu conseguia entender quando falavam “hi/hello” , “your name” e “bye” . Bem, diante disso, sem o domínio do idioma, os próximos passos já eram de se imaginar... Certamente, ter morado com uma host family, nos meus primeiros 8 meses, me impulsionou a aprender mais rapidamente sobre parte do universo irlandês. Apesar de eu ter podido contar com a consultoria de uma agência de intercâmbios, para tratar alguns trâmites logo quando cheguei, um outro ponto importante foi construir uma rede de contatos, principalmente para conseguir os primeiros trabalhos e acomodação. Nossa, e quantos trabalhos! Trabalhei como cleaner e como kitchen porter por 2 meses nas férias de verão; trabalhei e morei em um hotel 5 estrelas, em uma das cidades irlandesas que mais gosto, além de ter viajado para vários lugares e ter feito ricas e valiosas amizades.

Foto de Isabela Braz Foto de Isabela Braz

Foto Isabela Braz

Sem mais, posso concluir que este intercâmbio tem sido um dos meus melhores investimentos. Tenho vivido novas descobertas e versões melhoradas de mim mesma. Desfrutar essa experiência com maior discernimento, foco e maturidade talvez seja a única diferença relevante por ter vindo na fase adulta. Salvo isso, lembrase do “depois dos 30”? Pois bem, ele foi perdendo a sua força e deu lugar a um acervo de desejos e célebres memórias. A cadência com a qual optei levar a vida e tomar algumas decisões me direcionaram/direcionam a pensar em outros depois, “depois desse intercambio” , “depois dessa viagem” , “depois desse projeto” . Agora são tantos depois que, às vezes, me perco na cronologia da vida. Espero poder ter tempo e condições para realizar todas essas vontades. Por ora, aguardo, ansiosamente, a próxima aventura “depois dos 40” .

Fotos de Isabela Braz

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