Revista TÁXI! - Edição 58

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do pouco, só 17 vezes. Há três bases policiais aqui, mas eles não dão vencimento. É bandido demais”, reclama José Eugenio Florêncio, que trabalha no 1805 desde 2002.

Os motoristas do ponto 1805 solicitam mais segurança do poder público

O desafio da segurança Um dos mais antigos profissionais do ponto, Nelson Lino afirma que uma das aspirações dos motoristas é a construção de um ponto coberto. “Nunca conseguimos colocar uma cobertura. Quando era coordenador fui ao sindicato, mas nunca conseguimos. Ninguém consegue mexer na estrutura do shopping. Os clientes, portanto, reclamam em dias de chuva, porque ficam todos molhados ao embarcar no táxi”, continua Lino.

partir das 18h, 19h, tem muito assalto aqui. Por isso, os moradores preferem pagar R$ 6, R$ 8 da corrida para evitar riscos”, explica Anthony Paul Maia. O medo de ser assaltado faz com que muitos encerrem o expediente bem no horário de maior demanda; tanto é que no fim da tarde os usuários chegam a fazer fila para voltar para casa de táxi. Gabian estima que apenas 20 motoristas trabalham no período noturno, o período de maior movimento. “Os motoqueiros não deixam ninguém trabalhar aqui. Eu fui assalta-

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A união entre os taxistas do ponto, que estão sempre conversando e fazendo brincadeiras uns com os outros, proporciona um verdadeiro clima de descontração no ambiente de trabalho, contudo sem perder nunca o profissionalismo.

Busca por mais ações do poder público O complexo comercial de Interlagos, composto por grandes varejistas, como o próprio shopping, Carrefour, Leroy Merlin, Lar Center, Cobasi e Makro, tem três bases policiais. A presença da polícia, no entanto, não intimida os criminosos. “A 300 metros da base da polícia militar me tomaram o carro no dia 02 de janeiro. Só encontrei o carro porque ele tem segredo”, acrescenta Luiz Horácio. Segundo os taxistas, a maioria dos assaltos é realizada por motoqueiros, o que dificulta a ação da polícia. A sensação de insegurança é tão grande que chega até a desestimular os trabalhadores. “Adoro trabalhar aqui, mas estou pensando em parar exatamente por causa da insegurança. Já fui assaltado cinco vezes, em uma delas tomei um tiro, e fiquei mais de um ano sem trabalhar”, lamenta Nelson Lima. Além das bases polícias da região, que não conseguem conter a escalada da violência, os profissionais do ponto 1805 pedem novas medidas do poder público para que possam exercer sua atividade em segurança.

Mas a dificuldade de conseguir autorização para construir uma cobertura é um mero detalhe diante do principal problema que interfere no dia a dia dos motoristas: a segurança. “Se você perguntar para os 40 taxistas daqui qual é o problema deste ponto, os 40 vão responder que é a insegurança da região”, diz Gabian. Ao serem questionados, os motoristas colecionam histórias em que seus pertences e o de passageiros, bem como o resultado do trabalho do dia foram levados por assaltantes. “A 34

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Os motoristas contam com uma carteira de clientes fieis que moram na região de Interlagos


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