O Lamparim - Informativo PET Enfermagem - Nº 22 - Ano 10 - Julho de 2018

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LAMPARIM INFORMATIVO PET ENFERMAGEM N. 22- ANO 10- JULHO DE 2018

VAMOS FALAR SOBRE SAÚDE MENTAL? MAS VOCÊ SÓ ESTUDA? VOCÊ SABE ONDE PROCURAR AJUDA?


SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM


EDITORIAL A vigésima segunda edição do jornal “O Lamparim” apresenta informações referentes à saúde mental dos estudantes de Enfermagem, de interesse dos profissionais e estudantes graduandos ou pós-graduandos de Enfermagem. Esta publicação é feita para você, leitor. Dessa forma, destacamos que você também tem espaço neste informativo. Envie dicas, sugestões ou críticas para o email: petenfermagemufsm2013@gmail.com. Contamos com sua contribuição!


CONTATOS Silvana Bastos Cogo (Tutora): silvanabastoscogo@gmail.com Laís Mara Caetano da Silva (Profa. colaboradora): laismara_silva@hotmail.com Bernardo Moro: bernardomro@gmail.com Bruna Caroline Ruppelt: ruppeltbruna@gmail.com Carine Rieger Donel: donel.carine@gmail.com Daiana Cristina Wickert: daianacristinaw@gmail.com Hentielle Feksa Lima: hentielle@gmail.com José Victor Eiróz dos Santos: zves@outlook.com Jozéli Fernandes de Lima: jozeli-lima@hotmail.com Kamila Caneda da Costa: kamilacaneda@gmail.com Lívia Martins de Martins: liviamartinsm13@gmail.com Nathália Kaspary Boff: natty_kboff@hotmail.com Victória de Quadros Severo Maciel: victoriatrabalhos@outlook.com

EXPEDIENTE Informativo “O Lamparim” - Março/Junho 2018; UFSM – Centro de Ciências da Saúde (CCS); Reportagem e Redação – PET Enfermagem; Organização dessa edição: Daiana Cristina Wickert, Kamila Caneda da Costa e Nathália Kaspary Boff; Diagramação e projeto gráfico: Daiana Cristina Wickert; Revisão: Profa Dra Tutora Silvana B. Cogo e Profa Dra Colaboradora Laís Mara C. da Silva; Reuniões: Segundas e quartas a partir das 17h30min.


ÍNDICE 05 MAS VOCÊ SÓ ESTUDA? Práticas educativas para o enfrentamento do estresse 08 DOR MÚSCULTO ESQUELÉTICA ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE 10 A IMPORTÂNCIA EM SABER ONDE PROCURAR AJUDA: o caso da Saúde Mental em Santa Maria 13 REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA - RS E FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTOS 17 CVV: UMA FERRAMENTA DE ESCUTA E PRESERVAÇÃO DA VIDA 19 REIKI: Convide o equilíbrio 21 JÁ OUVIU FALAR NA DISCIPLINA COMPLEMENTAR DE GRADUAÇÃO DE HEMATOONCOLOGIA NO CURSO DE ENFERMAGEM?


MAS VOCÊ SÓ ESTUDA?

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PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA O ENFRENTAMENTO DO ESTRESSE

Entrevista com a Enfa. Dra. Rafaela Andolhe. Organização: Bruna Caroline Ruppelt. Como você percebeu a necessidade de idealizar/criar o projeto com o tema em questão? Na prática docente temos percebido que os estudantes têm manifestado cansaço, estresse, exaustão, labilidade emocional, com queixa de falta de tempo de estudo, lazer e descanso. Além disso, estudantes me procuraram previamente para estudarem estresse e enfrentamento no Trabalho de Conclusão de Curso como forma de auxiliar, de algum modo, os colegas diante dos estressores vivenciados no contexto acadêmico. Por essas razões, pensamos no projeto de extensão que pudesse ser um espaço para promover autoconhecimento e tivesse um caráter interventivo.

Quais os objetivos do projeto? E a quem ele se destina? O objetivo do projeto é criar um espaço de discussão, reflexão e escuta entre estudantes do Curso de Enfermagem da UFSM e demais interessados, visando melhorar o autoconhecimento e o enfrentamento dos estressores. Além disso, favorecer a formação de multiplicadores dessas discussões em diversos espaços de inserção do acadêmico.

Qual a importância da temática ser discutida entre os estudantes? Considero que o estudante munido desse referencial teórico possa enfrentar mais efetivamente os estressores em qualquer esfera da vida.


Quais as dificuldades encontradas ao se implementar essa proposta?

06 participantes sintam-se acolhidos. A participação darse-á mediante inscrição.

O projeto está em trâmite para registro, na Comissão de O que se espera com o seu Extensão. Tivemos dois encontros desenvolvimento? para divulgar a proposta e tentarmos fidelizar a participação Considerando que o dos estudantes, já que faz parte de enfrentamento do estresse um projeto de pesquisa também. pode ser aprendido e O que percebemos é que, embora praticado, espera-se que os tenhamos feito ampla divulgação estudantes, nas redes sociais, inclusive com instrumentalizados dessa numerosos interessados, não temática, poderão enfrentar tivemos boa participação nesses mais efetivamente os encontros. Isso, ao meu ver, estressores no ambiente sinaliza que os estudantes, no acadêmico, bem como aplicahorário de final de tarde lo nas esferas de vida, seja: proposto, priorizam outras pessoal, profissional ou social. atividades, ou mesmo o descanso. Soma-se a isso a possibilidade Isso desmotivou um pouco a mim de ser articulador do processo e meu grupo de orientandos. de enfrentamento em Porém, espero que esse valioso potencial, auxiliando outras espaço que o Lamparim me pessoas, incluindo pacientes e oportunizou possa sensibilizar família, a enfrentarem melhor outros estudantes para o processo saúde-doença, por participarem do projeto. Por essa exemplo. razão, fico profundamente Dentre os fatores que geram agradecida ao jornal. estresse no contexto acadêmico,

Como o projeto é desenvolvido? Como o estudante participa?

Os encontros serão realizados por meio de oficinas, rodas de conversa, discussões, dinâmicas de grupo. A proposta é que os

quais você julga como sendo os mais importantes/frequentes entre os discentes? A literatura aponta que os estressores são diversos e distintos entre estudantes de início e final de curso.


Hora as questões pessoais como: moradia, estar longe da família, deslocamentos, dificuldades financeiras mostram-se mais estressoras. Por outro lado, atividades acadêmicas, a preocupação com o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e relatórios finais, além das aulas práticas nos campos de inserção do Curso de Enfermagem, em particular, tornam-se estressores mais importantes. Isso reafirma que a avaliação e enfrentamento do estresse é um processo individual e que depende dos valores, cultura e experiências de cada um.

Você, como pesquisadora da área, quais orientações/dicas pode deixar aos estudantes leitores para o enfrentamento do estresse?

Vejo que o enfrentamento do estresse pode ser mais efetivo considerando alguns pontos importantes: a) Buscar ver as coisas de maneira mais positiva. O que faz eu ver as coisas/dificuldades/problemas como ameaças a mim? Se você conseguir ver as dificuldades mais como um desafio, você agirá com estratégias de enfrentamento mais pautadas na realidade. Não irá fugir do que precisa ser resolvido.

07 b) Procurar se conhecer. O autoconhecimento ajuda na avaliação do estressor e na escolha de estratégias de enfrentamento (coping) mais adequada para situação. c) Aceitar que o processo de formação profissional não é fácil, mas que pode ser enfrentado e que tem data para acabar. Se não é possível ter vida social porque é período de provas, ou não pode der atenção maior à família por conta do TCC, é assim mesmo. Não vai durar para sempre. Não podemos ter tudo ao mesmo tempo, muitas vezes. Repito: desafiar-se. d) Manter hábitos saudáveis e praticar atividade física. Não precisa ser academia, não! Seja descer do ônibus uma ou duas paradas antes, seja usar mais escada. A atividade física é comprovadamente uma forma eficaz de aliviar as tensões e contribui para o enfrentamento do estresse. e) Cuidar da espiritualidade e buscar ser feliz nas coisas simples. Viver e comemorar os pequenos feitos ou progressos. A isso chamo de “pequenos milagres” individuais. f) Não hesitar buscar apoio de outras pessoas, profissionais ou grupos. O coletivo ou o apoio social nos fortalece.


DOR MÚSCULO ESQUELÉTICA ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE

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Texto: Enfa Dda. Bruna Xavier Morais Organização: Bernardo Moro e Carine R. Donel A dor musculoesquelética é um agravo à saúde física, que segundo o Ministério da Saúde (2006), caracteriza-se por dor, parestesia e fadiga muscular, sendo um dos principais motivos de absenteísmo no trabalho (MEDRONHO, 2008). Na literatura científica, estudos como o de Luz (2017) investigam esse acometimento entre trabalhadores, em especial, da área da saúde, visto que estão expostos a diversos fatores, que podem levar ao desenvolvimento de sintomas osteo musculares. A partir disso, torna-se importante abordar esta temática, a fim de alertar os estudantes sobre riscos e cuidados necessários para que seja promovida a sua saúde física. Os estudantes de graduação da área da saúde desenvolvem, além das demandas das atividades curriculares, atividades complementares (bolsas de iniciação científica, assistência hospitalar, e outras),

estágios e vivências acadêmicas nos cenários de assistência à saúde, em especial, no ambiente hospitalar. Nestes, desenvolvem as atividades assistenciais de competência dos trabalhadores, expondo-se, muitas vezes, a ocorrência de dor musculoesquelética. Nesta perspectiva, a partir da minha inserção no grupo de pesquisa Trabalho, Saúde e Segurança do Paciente, desenvolvi durante a graduação meu trabalho de conclusão de curso com a temática dor musculoesquelética entre estudantes de enfermagem. A pesquisa, publicada na revista de Enfermagem da UFSM, foi desenvolvida em 2014 e participaram do estudo 149 estudantes. Observou-se que 61,1% dos participantes relataram dor na região lombar e 54,4% no pescoço nos últimos sete dias. Entre os fatores associados à dor


musculoesquelética, observou-se a realização de vivências acadêmicas, não realizar atividade física e não ter tempo para lazer. Durante o mestrado, desenvolvi minha dissertação com a temática dor musculoesquelética entre os estudantes universitários da área da saúde. A coleta de dados foi em 2017 e participaram da pesquisa 792 estudantes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Terapia Ocupacional e Odontologia. Como resultados, observou-se prevalência de dor musculoesquelética nos últimos sete dias na região da coluna vertebral (74,8%). Entre os fatores associados à dor musculoesquelética estão: não ter tempo para lazer, utilizar celular por seis horas diárias ou mais e estar nos semestres intermediários ou finais dos cursos de graduação. Destaca-se o benefício das atividades físicas para saúde dos indivíduos, uma vez que auxilia na manutenção da musculatura ativa e irrigada, bem como a realização de atividades de lazer, visto que é o momento em que os estudantes se desvinculam das atividades acadêmicas, promovendo seu bem-estar. Ainda, vale ressaltar a importância da adoção de postura

09 adequada no ambiente acadêmico, no serviço de saúde para realização de atividades assistenciais, bem como na utilização de dispositivos eletrônicos, a fim de prevenir a sobrecarga da musculatura. A partir destes achados, observase que estudantes universitários da área da saúde apresentam elevada prevalência de dor musculoesquelética no contexto acadêmico. Vale destacar a importância do desenvolvimento de espaços que estimulem a discussão sobre promoção e prevenção de agravos à saúde dos estudantes, abordando assuntos como ergonomia, estimulando a prática de atividades físicas e momentos de lazer. Ainda, torna-se importante abordar durante as disciplinas teóricas e estágios curriculares questões que envolvam a saúde do trabalhador, a fim de contribuir com o bem-estar dos estudantes durante o processo ensino/aprendizagem e prevenir agravos à saúde destes futuros profissionais.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. LUZ, E. M. F. et al. Prevalence and factors associated with musculoskeletal pain in hospital cleaning workers. Texto contexto - enferm., Florianópolis , v. 26, n. 2, e00870016, 2017. MEDRONHO, R. A.; BLOCK, K.V. Epidemiologia. 2ª ed. São Paulo (SP): Atheneu; 2008.


A IMPORTÂNCIA EM SABER ONDE PROCURAR AJUDA: O CASO DA SAÚDE MENTAL EM SANTA MARIA

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Texto: Daiana C. Wickert, Profa Dra. Laís Mara C. da Silva e Profa Dra. Silvana B. Cogo É de conhecimento de todos os financeira, bem como doenças mais envolvidos na comunidade graves, que incluem a depressão, universitária (estudantes, transtorno afetivo bipolar, docentes e funcionários), o transtorno de personalidade, entre aumento do número de caso de outros. pessoas com transtornos mentais, que podem ser Cada situação é enfrentada de menores ou maiores, e se forma distinta, o que depende das manifestar de diferentes experiências pessoais vividas pelos formas, incluindo desde a sujeitos que a possui. Você pode ter ansiedade pré-semana de vindo à universidade com uma provas, a ansiedade em relação doença já diagnosticada e à vida pós termino do curso de permanecer seguindo o tratamento, graduação e conquista de um mas também pode deixar de seguiemprego ou vagas em lo por algum motivo, ou ainda pode programas de pós-graduação manifestar algum transtorno como residências mental durante a faculdade. multiprofissionais em saúde e Nesse contexto, você pode se mestrados profissionais ou questionar: como posso buscar acadêmicos. Soma-se ainda, acompanhamento para conviver por vezes, a dificuldade em vivenciar o processo de morar com essa doença e manter minha sozinho e distante do aparelho qualidade de vida em uma familiar, expresso pela realidade (des)conhecida, na necessidade de gerenciar a qual conheço poucas pessoas e, vida acadêmica e a estrutura menos ainda, quais serviços que da moradia, realizando tarefas podem me oferecer o suporte como limpar, cozinhar, pagar psicológico que eu preciso? as contas e administrar a vida


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ESSE TEXTO PRETENDE TE MOSTRAR ALGUNS CAMINHOS QUE PODEM SER BUSCADOS PARA momento a partir do qual ocorre ENFRENTAR ESSA SITUAÇÃO. uma triagem a respeito do tipo de Você, por exemplo, vem se sentindo atendimento que você necessita (se individual ou grupal). muito triste, tem uma vontade de permanecer dormindo ao invés de ir à universidade, tem buscado se Além dessa estratégia, se você tem receio em participar do grupo e isolar, ou o fato de ir à universidade e chegar ao prédio no falar a respeito de sua vida, você também pode contar com a qual você tem aula te dá aquela Coordenação do Curso de sensação de ansiedade? Um frio na Enfermagem, que tem a Profa. barriga muito forte, uma dificuldade de entrar no prédio, ou Laís como coordenadora, a Profa. Silvana como coordenadora algum outro sintoma? Isso pode substituta e a Ellen como ser um sinal de que você esteja secretária. precisando de ajuda!

Na coordenação, nós podemos te ouvir e, a partir das suas No Centro de Ciências da Saúde, desde o começo do mês de maio, a demandas, fazer uma articulação com os equipamentos de suporte Unidade de Apoio Pedagógico (UAP-CCS) conta com a presença psicológico da universidade, que incluem a UAP-CCS e o Ânima, de uma psicóloga e, para acessar buscando assim efetivar o apoio seus serviços, temos dois pertinente para atender a caminhos: o primeiro é o Projeto “Que eu sou eu?”, vinculado à UAP- demanda apresentada. Para além de um possível atendimento CCS, que propõe uma terapia em individual, pode-se também grupo, de cerca de uma hora e buscar atendimentos meia, como momento para que os direcionados às turmas, para que estudantes expressem seus vocês conversem em conjunto pensamentos, anseios e angústias com a profissional psicóloga. frente às situações que têm vivido,


12 MAS... E SE EU FAÇO ALGUM TRATAMENTO MEDICAMENTOSO E O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO NÃO É O SUFICIENTE? Tanto a coordenação quanto a UAP-CCS está preparada para receber sua demanda e realizar articulações com a rede de atenção à Saúde Mental do município de Santa Maria. A depender da urgência do caso, você pode ser encaminhado para atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Prado Veppo.

Casos mais graves, com eminente risco para a vida, deverão ser encaminhados para serviços como a Paulo Guedes, vinculada ao Hospital Universitário de Santa Maria, para avaliação da necessidade de internação. Além desses serviços, em caso de utilização de substâncias psicoativas (abuso de álcool e outras drogas), o município conta com a Companhia do Recomeço, serviço vinculado ao CAPS Álcool e Drogas (CAPS-AD), que auxilia no enfrentamento dessas situações.

Nesse espaço buscamos apresentar, resumidamente, alternativas por meio das quais é possível procurar auxílio para enfrentar alguma situação que você viva em relação à sua saúde mental. A mensagem que gostaríamos de deixar é que, ao sentir os primeiros sinais e sintomas, busque auxílio com pessoas de sua confiança. A coordenação se mantem à disposição para buscar a melhor alternativa para superar as dificuldades que possam se apresentar, tendo em vista a importância da manutenção e preservação da saúde mental para o processo de formação de vocês, futuros enfermeiros!


REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 13 NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA - RS E FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTOS Entrevista com a Enfa Dda. Valquíria Toledo Souto Organização:Hentielle F. Lima e Lívia M. de Martins

Quais são as Redes de Atenção Psicossociais existentes em Santa Maria?

“Eu entendo que a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município de Santa Maria está em construção. Hoje, o que existe são alguns pontos de atenção à saúde instituídos como componentes da RAPS pela Portaria Nº 3.088 de 2011, que enfrentam dificuldades para articularem-se como rede. Entre os serviços existentes no município que vem tentando dar conta dessa demanda estão os serviços de atenção primária (Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Estratégia Saúde da Família) que possuem baixa cobertura populacional; serviços de atendimento especializado (atualmente são quatro Centros de Atenção Psicossocial, todos do tipo II, ou seja, para atendimento de contingente populacional até 200

mil habitantes); serviços de urgência e emergência (SAMU, PA do Patronato e UPA); serviços de atenção hospitalar (leitos em unidade especializada em saúde mental no HUSM, na Casa de Saúde, e leitos regionais pactuados em hospitais de Nova Palma, Cacequi, Santiago e São Francisco de Assis); serviços de atenção residencial transitório (vagas em Comunidades Terapêuticas contratadas pelo estado, que são reguladas pelas coordenadorias regionais de saúde). Além de serviços peculiares a realidade do município, como o Acolhe Saúde (serviço destinado ao atendimento psicossocial dos sobreviventes e familiares de vítimas da tragédia da Boate Kiss) e as Policlínicas (serviços intermediários entre a atenção primária e a especializada, que disponibilizam atendimento psicológico e psiquiátrico).


Como é o fluxograma de atendimento às pessoas com transtornos mentais no município de Santa Maria? “O fluxograma de atendimento depende da demanda psicossocial identificada, se forem casos leves, moderados ou graves de transtornos psíquicos, se é transtorno relacionado ao uso de drogas, se é atendimento de crianças ou adultos, entre outras características.

14 Atenção Básica que, após atendimento inicial da demanda pode encaminhar/referenciar para regulação na Secretaria de Município da Saúde ou para um serviço de urgência e emergência (pactuados no município atendimento na UPA ou no PA do Patronato). Casos de transtornos graves e persistentes são referenciados para os CAPS (atendem por demanda espontânea e encaminhamentos).

Figura 1 – Fluxo da Linha de Cuidado de Saúde Mental do município de Santa Maria, RS.

Atualmente o fluxo elaborado pela coordenação de Saúde Mental do Município e disseminado aos serviços, orienta o acesso preferencial do usuário pela

Já em casos que o usuário ofereça risco para si ou terceiros, que não puderem ser manejados nos serviços de atenção primária e secundária, podem, após avaliação


psiquiátrica, serem encaminhados para internação hospitalar (para estabilização de crise psíquica e/ou desintoxicação).”

Na sua opinião, a dinâmica das redes de serviços existentes no município são efetivas?

15 itinerante ofertando ações e cuidados de saúde para população em situação de rua e com transtornos mentais), CAPS III (modalidade para populações superiores a 200 mil habitantes que oferta atendimento contínuo, com funcionamento 24 horas), Serviços Residenciais Terapêuticos, e outros dispositivos que possibilitem produzir saúde e ampliar possibilidades de um cuidado ético e eficaz ao usuário.”

“Os serviços existentes sofrem com inúmeras carências que, sem dúvida, implicam na efetividade e qualidade do atendimento. Se há um investimento em que a coordenação do cuidado ocorra pela Atenção Básica, e no município pouco mais de 20% da Diante das suas vivências, população tem acesso a esses você acredita que exista serviços, a dinâmica proposta já se qualidade de serviço, fragiliza. De um lado temos ofertando cuidado integral e trabalhadores adoecidos, oprimidos pela demanda crescente, assistência multiprofissional, na área de saúde mental em com equipes incompletas e Santa Maria? consequente precarização da oferta de serviços, e de outro lado, “Acredito que hoje, nos usuários e famílias que não diferentes serviços da rede, há possuem acesso à rede, ou acessam sim profissionais comprometidos sem garantia de acompanhamento em qualificar o cuidado, apesar e resolutividade. Faltam das fragilidades citadas. dispositivos fundamentais para dar Especialmente no trabalho dos suporte aos serviços existentes, CAPS percebi maior autonomia pois são insuficientes para atender de outros núcleos profissionais, a demanda atual. É urgente a com experiências de trabalho necessidade de investimento para interdisciplinar e de articulação implantação de serviços como entre os pontos de atenção da Consultório na Rua (equipe rede (em parte influenciado constituída por profissionais que pelos profissionais da Residência atuam de forma


Multiprofissional em Saúde Mental). No campo da saúde mental também percebi em alguns profissionais forte comprometimento político-afetivo com os ideias da Reforma Psiquiátrica, que ajudam a manter a luta por qualidade na assistência ao usuário. Vejo como desafio, na perspectiva de produção de cuidado integral, a fragmentação das práticas e a pouca comunicação entre os serviços, além de pouca oferta de cuidado para além dos limites das suas unidades. Não posso deixar de pontuar que a situação que vemos hoje é reflexo de um tempo histórico de negligências da gestão com políticas públicas de promoção de saúde mental à população, de valorização e investimento em formação dos trabalhadores, além de, em um cenário mais ampliado, reflexos da restrição de acesso da população de Santa Maria a oportunidades de trabalho e geração de renda, educação, cultura e lazer.”

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pode ser um potente articulador dessa rede, pois possui formação para desenvolver práticas criativas, exercer a liderança e gestão do cuidado e, geralmente, possui maior vínculo com o usuário e família. Pontuo que, para ajudar a qualificar o cuidado em rede, o enfermeiro necessita: conhecer os pontos de atenção que compõem essa rede, ou seja, conhecer território, comunidade, região e os serviços que poderá acionar diante de cada necessidade; conhecer os fluxos, protocolos, diretrizes clínicas que orientam a tomada de decisão diante de cada demanda; conhecer e capacitar todos da equipe para utilizar ferramentas de gestão do trabalho em saúde, como o Projeto Terapêutico Singular (PTS), Genograma e Ecomapa; promover integração interdisciplinar e a clínica Sabemos da dificuldade atual de ampliada; desencadear processos de organização do trabalho em construir uma rede de assistência rede, por meio da implantação de segura, eficaz e humanizada às dispositivos como equipe de pessoas com transtornos mentais. referência e apoio matricial; Assim, de que forma os profissionais defender que as ações de cuidado de enfermagem podem contribuir ao usuário sejam em defesa do seu direito de cidadão ao para mudar essa realidade? “Um trabalho em rede não se faz atendimento humanizado, efetivo sozinho. Acredito que o enfermeiro e de qualidade em saúde mental.”


CVV: UMA FERRAMENTA DE ESCUTA E PRESERVAÇÃO DA VIDA Texto: Nathália Kaspary Boff e Victória de Quadros Severo Maciel

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Se você é jovem, adulto ou idoso, é bem provável que em algum momento de sua vida passou por dificuldades e pensou em resolver machucando a si mesmo de alguma forma! Todos nós fomos ou seremos testados pela vida em algum momento e, nessa situação de desespero, pode-se pensar que a única forma de acabar com o sofrimento é o suicídio. Porém, lembre-se: você sempre terá outras opções. Quando bater aquela ‘bad’ lembre-se que você não está sozinho, procure ajuda, admita, por mais difícil que seja, que existe um problema e que você precisa de auxílio. Procure ajuda, seja por meio de diálogo com um amigo, um familiar ou até mesmo com um desconhecido.

Saiba que, apesar de tudo, existem pessoas que se preocupam com você e pessoas preparadas para te ouvir, bastando que você faça uma ligação, por exemplo. Partindo dessa filosofia, você sabia que o Centro de Valorização da Vida (CVV) ajuda milhares de pessoas voluntariamente por intermédio de uma conversa?


COMO O CVV FUNCIONA? O CVV, associação filantrópica reconhecida desde 1973, atende com serviço gratuito e voluntário milhares de pessoas, anualmente. A entidade oferece apoio emocional e prevenção ao suicídio para todas as pessoas que precisam e querem conversar, sob total sigilo e anonimato.

18 Existem 89 postos de atendimento espalhados por todo o Brasil lhe aguardando.

CURIOSIDADES DO CVV:

*Nestes canais, são realizados mais de 2 milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 2.400 voluntários, localizados em 19 estados mais o PRECISO DE AJUDA, Distrito Federal. COMO FAÇO PARA *Além dos atendimentos, o ENTRAR EM CONTATO CVV desenvolve, em todo o COM O CVV? país, outras atividades relacionadas ao apoio Os contatos são emocional, como ações feitos por telefone, e-mail, abertas à comunidade que chat e chamada de voz pelos estimulam o telefones 24 horas por dia, todos os autoconhecimento e melhor dias da semana. As ligações devem convivência em grupo e ser efetuadas para o número 188 consigo mesmo. em todas as regiões do Brasil e não possuem custo. Os demais serviços *O CVV realiza seu trabalho por meio de voluntários. Se você de e-mail e chat também contam tem mais de 18 anos, pelo com atendimento 24 horas e menos 4h disponíveis por devem ser procurados pelo semana e vontade de ajudar endereço https://www.cvv.org.br/. pessoas, você pode ser Se você quiser fazer esse contato plantonista do Programa de pessoalmente, você também pode! Apoio Emocional do CVV.

LEMBRE-SE SEMPRE: FALAR É A MELHOR SOLUÇÃO! Valorize a vida, em qualquer circunstância! Para mais informações, acesse: https://www.cvv.org.br/voluntario/. Site oficial do CVV. Disponível em: https://www.cvv.org.br/


Reiki: convide o equilíbrio

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Entrevistados: Édila Cantareli e Prof. Dr. Marcio Rossato Badke Organização: José Victor E. dos Santos e Kamila C. da Costa CONTE-NOS O QUE É O REIKI E COMO OCORRE:

“Rei-“ significa cósmico, universal e “ki” significa energia vital fundamental. Essa prática terapêutica é caracterizada pela imposição das mãos em forma de concha pelo terapeuta. O objetivo do Reiki é equilibrar o corpo, a mente e o espírito; a terapia ativa a habilidade natural do corpo do receptor favorecendo a cura do mesmo. A energia vital universal passa das mãos do aplicador para o receptor e é canalizado nos chakras deste.

O QUE SÃO CHAKRAS? Chakras significa “roda” ou “vórtices”, são centros de força de forma espiralada com hélices girando no sentido horário, quando em equilibro, que estão localizados internamente no nosso corpo, capaz de influenciar energeticamente a nossa saúde e as nossas emoções. Os principais chakras correspondem as glândulas endócrinas do nosso organismo.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DO REIKI? Atua nos desequilíbrios, independente de religiões ou crenças; é uma cura natural, promove relaxamento, diminui ansiedade, insônia e dor, facilita o transito intestinal, promove no


individuo que o pratica qualidades tais como: o amor fraternal, carinho, criatividade, compaixão, reciclagem, bons desejos, paz e serenidade. Pode ser usado para ajudar pessoas, animais de estimação e plantas.

RELATE AS EXPERIÊNCIAS QUE TIVERAM ATRAVÉS DO USO DO REIKI:

Presenciamos alivio imediato de dores agudas e crônicas; diminuições de crises de ansiedade, depressão, insônia; redução de hemorragias, constipação; reconciliações pessoais e sociais e melhora de humor. É importante destacar, que o Reiki é um processo de auto cura, em que o reikiano é um facilitador, atuando como um canal de transmissão da energia do universo para o chakra do receptor.

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Dessa maneira, busca-se a autonomia do receptor, não criando assim dependência entre o terapeuta e o receptor.

EXISTE REGULAMENTAÇÃO DO REIKI NA ÁREA DA ENFERMAGEM? Existe, inclusive, recentemente foi aprovada no Conselho Federal de Enfermagem a “RESOLUÇÃO COFEN Nº 0570/2018” na qual o Reiki é categorizado como uma das diversas especialidades do profissional de Enfermagem sendo considerado como “Enfermagem em Práticas Integrativas e Complementares”.

O LAPICS (Laboratório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde) teve seu início em abril de 2017 trabalhando com a terapia das plantas medicinais, o Reiki começou em 16 de março de 2018 e conta atualmente com a participação de 6 terapeutas e com mais de 100 atendimentos. O laboratório neste momento está começando com mais duas outras terapias: Barras Access e Auriculoterapia. O horário de funcionamento ocorre nas terças, quartas e sextas-feiras nos turnos da manhã e tarde. Os encaminhamentos dos Servidores (Docentes e Técnicos Administrativos em Educação) são realizados pela Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida do Servidor (CQVS) e dos discentes pelo Núcleo de Apoio à Aprendizagem em Educação (ÂNIMA), ambos com agendamento prévio. Contato - Email: lapics@ufsm.br ; Telefone: 3220 8994


JÁ OUVIU FALAR NA DISCIPLINA COMPLEMENTAR DE GRADUAÇÃO DE HEMATO-ONCOLOGIA NO CURSO DE ENFERMAGEM? Entrevista: Profa Dra. Eliane Neves Organização: Jozéli F. de Lima QUAL A SUA RELAÇÃO E FORMAÇÃO COM A ÁREA DA ONCOLOGIA?

“Quando eu era acadêmica do 8º semestre na graduação em Enfermagem fui monitora no ambulatório de quimioterapia na disciplina de Adulto em Situações Críticas, que integrava o 5º semestre a época. Acompanhava os alunos no ambulatório, atendendo crianças, mulheres com câncer de mama e adultos com outros diagnósticos de câncer. Estudávamos questões referentes a todos os tipos de câncer e acabei me apaixonando pela área. As enfermeiras e farmacêuticas da unidade eram muito receptivas e nos auxiliavam passando informações e esclarecendo dúvidas. Ainda na graduação, também fiz estágio na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) onde recebia crianças do Centro de Tratamento de Crianças e

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VOCÊ SABIA?!

Adolescentes com Câncer (CTCriaC) em estado terminal ou cuidados paliativos ou cuidados de fim de vida. No Pósdoutorado, em 2014/15, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP, tive a oportunidade de aprofundar meus conhecimentos na oncologia porque minha orientadora, Profª Regina Garcia Lima, tem como área de investigação as crianças e adolescentes com câncer e cuidados paliativos. Então fiz uma disciplina no pós-doc chamada de Cuidados Paliativos que adentrava muitas questões relacionadas ao câncer. A disciplina envolvia questões além da doença englobando a família e também culminava com uma visita ao Centro de Tratamento de referência à oncologia na cidade de Barretos.


Também acompanhei os alunos da graduação na Unidade de Internação Hemato-oncológica Pediátrica do Hospital de Clínicas da USP. Minha relação com a oncologia vem desde a graduação, chegando a formação e aprofundamento de conhecimentos no pós-doc. Também tenho orientado trabalhos nesta área”.

QUANDO SURGIU A IDEIA DA CRIAÇÃO DA DCG HEMATO-ONCO? “Surgiu quando tive uma mestranda, Angelita Rigon em 2010, que era enfermeira da hemato-oncologia, trabalhava no CTCriaC e também no centro de transplante de medula óssea. Ela gostava muito da área e sugeriu que a docência orientada dela fosse uma DCG específica de hemato-onco porque era um tema que os alunos não trabalhavam mais no 5º semestre, nem faziam aula prática no local. Foi então sugerido à coordenação do Curso de Enfermagem e aprovado pelo colegiado para a criação da DCG hemato-onco. A primeira edição ocorreu em 2010 com 15h, era 1h na sexta-feira à tarde e conseguimos acordar com os alunos em algumas sextas, condensar fazendo 2h. A DCG abordava basicamente o que é o câncer, tratamento e assistência de enfermagem.”

22 QUAIS PROFESSORES JÁ ATUARAM E/OU ATUAM NA DCG DE HEMATO-ONCO? “Em grande parte atuei sozinha e no momento os alunos da pós-graduação em docência orientada estão participando. Já tive parceria com a Profª Nara, que também estuda oncologia, na edição de 2016. Após, a Profª Nara precisou se afastar para realizar o pós-doc.”

QUAIS ASSUNTOS ESTÃO SENDO ABORDADOS ATUALMENTE NA DCG? “Em 2013 nós ampliamos a carga horária da disciplina para 30 horas porque somente 15 já estava sendo insuficiente. Com as 30hs, nós incluímos a epidemiologia do câncer como um problema de saúde pública, os conceitos relacionados, diagnóstico incluindo os exames laboratoriais e de imagem aprofundando a importância do enfermeiro saber interpretar frente a um possível encaminhamento de diagnóstico precoce aumentando as chances de cura. Também foram incluídos


a oncologia pediátrica em função da sua especificidade, dos diferentes tumores que acometem as crianças; tipos de abordagem em relação à família; atenção multiprofissional com participação das profissionais da residência multiprofissional em oncologia, explanando sobre a importância da abordagem conjunta; prevenção e diagnóstico precoce e cuidados paliativos. Fizemos uma seleção dos cânceres mais prevalentes na região sul do Brasil e sugerimos o desenvolvimento de estudos de caso com pacientes reais para ser apresentado, envolvendo todas as questões relacionadas ao câncer a partir dos conhecimentos adquiridos ao longo da DCG.”

QUAL A IMPORTÂNCIA DA DCG PARA A ENFERMAGEM? “O tema da DCG de hematooncologia deveria ser transversal no Curso porque o câncer é a segunda causa de morte no Brasil, a estimativa para aumento de novos casos é alarmante. O papel do enfermeiro na atuação em oncologia perpassa toda a rede de cuidados e atenção à saúde. Desde a atenção primária, quando o Enfermeiro orienta a prevenção

23 e os fatores de risco relacionados ao câncer, realiza o preventivo nas mulheres, trabalha questões relacionadas ao câncer de mama, pulmão e esôfago que podem ser prevenidos. A questão da vacina HPV que previne o câncer de colo de útero a partir da infecção pelo Vírus do Papiloma Humano. Além de todo trabalho da atenção primária que inclui a prevenção envolve também o diagnóstico precoce. O enfermeiro pode desconfiar de uma macha de pele, da criança que tem apresentado tonturas, fraqueza e está com linfonodos aumentados, encaminhando ao pediatra para realização de hemograma, por exemplo. Após, no tratamento o enfermeiro também aparece na aplicação da quimioterapia que é responsabilidade exclusiva do enfermeiro segundo a resolução do COFEN, o transplante de medula óssea com a preparação da medula e aplicação no paciente também são atividades do enfermeiro. Após, no tratamento o enfermeiro também aparece na aplicação da quimioterapia que é


responsabilidade exclusiva do enfermeiro segundo a resolução do COFEN, o transplante de medula óssea com a preparação da medula e aplicação no paciente também são atividades do enfermeiro.Toda a gama de cuidados que um paciente da oncologia exige são demandas da enfermagem. Por isso a importância da temática a ser trabalhada para que os graduandos sejam enfermeiros que saibam atuar na oncologia, principalmente de forma multiprofissional e multidisciplinar."

QUAIS OS CURSOS CONTEMPLADOS PELA DCG DE HEMATO-ONCO? “Nós já tivemos a participação de outros cursos como fisioterapia e fonoaudiologia. A fonoaudiologia tem mantido uma grande demanda. Este semestre temos a enfermagem e fono juntas. Infelizmente eu não consigo ofertar a DCG todos os semestres devido a minha carga horária na pós-graduação. A procura pela disciplina é sempre grande e fazemos uma oferta de 25 a 30 vagas e sempre todas são preenchidas, embora alguns alunos possam desistir.”

24 COMO SERÁ A CONTINUIDADE DA DCG? POSSUI NOVAS IDEIAS? “Nós estamos pensando sobre a necessidade dos assuntos abordados disporem de carga horária maior, talvez em 2019 seja 45 horas com 3h aula/ semana. Percebo que a avaliação diagnóstica com os exames laboratoriais e de imagens é um assunto pertinente que tem que ser dado rapidamente em função do pouco tempo. Também a questão do tratamento que é muito complexo e necessitaria de mais horas para ser apresentado e discutido. Temos elaborado a possibilidade de realizar ao menos uma visita aos setores da radioterapia, quimioterapia e no CTcriaC para complementar os conhecimentos na oncologia e conhecer o serviço. Gostaria que outros professores do Curso se integrassem a DCG para que pudéssemos estar ofertando ela todos os semestres. O estudo de caso penso em manter apesar das dificuldades de acesso aos pacientes no HUSM.”


25 E NA FALA LIVRE, ELIANE NOS CONTA SOBRE O PRIMEIRO DIA DE AULA, COM UMA DINÂMICA INCRÍVEL! “No primeiro dia da DCG nós utilizamos a dinâmica de criatividade e sensibilidade chamada Dinâmica Musical para introduzir a oncologia. Procuramos desenvolver isso de uma forma lúdica misturando a música com a temática trazendo a pergunta: O que representa o câncer para você? Após o aluno escolhe uma música e explica o porquê da escolha. O desenvolvimento da dinâmica é sempre muito comovente porque em algumas vezes traz lembranças pessoais e a mensagem de que sim, é uma doença agressiva, é uma doença grave, é uma doença crônica, mas que sim, ela tem cura, tem tratamento se nós conseguirmos fazer esse diagnóstico precoce ou tentar minimizar os fatores de risco. A ideia é refletir que quando o câncer acontece o enfermeiro e os profissionais de saúde em geral devem estar ao lado desse paciente apoiando, incentivando, encorajando e sendo um suporte. É realmente difícil o enfrentamento desta doença que é tão assustadora para todos e aí entra a intenção da dinâmica musical, esclarecendo que apesar de difícil ela tem cura, na grande maioria dos casos, e necessita de um olhar atento multiprofissional.”

Agradeço a oportunidade deste espaço de divulgação e que todos os interessados em aprender um pouco sobre a área agregando conhecimento podem solicitar a matrícula na DCG de Hemato-Oncologia na Coordenação do Curso de Enfermagem, conforme a disponibilidade.


Santa Maria, seis de julho de dois mil e dezoito.


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