Setembro de 2016

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JORNAL

O Rosário Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Edição de setembro de 2016

TIRAGEM: 2.500 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

A sagrada escritura: da vulgata ao smartphone Pelo sinal da santa cruz Página 3

Palavra do pároco Irmã, irmão, leitor do O Rosário, paz e bem! Setembro chegou e com ele a primavera, as flores que embelezam nossos jardins e nossas vidas. Chegamos com nosso jornal até você para levar nossas notícias, algumas reflexões, flores que queremos que enfeitem nossas vidas e nossa caminhada de fé. Este mês é dedicado à Bíblia. A sagrada Escritura é a fonte mais importante de nossa vida cristã, ela é inspirada por Deus, nela buscamos a sabedoria que vem do alto, de Deus mesmo. Sempre que buscamos beber nessa fonte vamos aprendendo o que é essencial para seguir Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Para tanto, precisamos “tomar nossa cruz cada dia” (Mt 16,24) e nos colocar no caminho. Ao celebrar a festa da exaltação da Santa Cruz é isso que me vem à memória; as palavras de Jesus nos convidam a olhar para a cruz não mais como aquele instrumento de tortura e morte, mas agora, depois que Jesus nos resgatou, a cruz é instrumento de redenção, e por isso podemos exaltar a Santa Cruz e, nela, aquele que deu a sua vida para nos salvar. Celebramos Nossa Senhora das Dores ou Nossa Senhora da Piedade. Nossa Senhora da Piedade é a padroeira do nosso estado de Minas Gerais. Ao vislumbrar a cena de Maria com seu filho morto nos braços quem não se comove? Olhamos para a Mãe de Jesus e sofremos com ela, se sofremos com ela, sentimos as mesmas dores e abraçamos Jesus, confiantes de que a vida vence a morte, que por mais que passemos por dificuldades, sofrimentos, dores, Ele nos faz ir adiante e lutar por um mundo melhor.

Nossa Senhora das Dores, corredentora da humanidade [página 5]

Peçamos à Mãe da Piedade para não desanimarmos diante dos obstáculos que se apresentam no nosso dia a dia e perseveremos sempre, tendo Jesus como nosso companheiro de caminhada. O amor a Nossa Senhora, juntamente com o amor a Jesus, seu filho, é que inspira muitos a consagrarem suas vidas a Deus num total despojamento. São Pio de Pietrelcina foi um desses homens que tudo deixou para trilhar essa senda, tendo como modelo Francisco de Assis. Numa vida de serviço aos menos favorecidos e no confessionário, ele encontra o meio para aliviar o sofrimento e ser um instrumento de Deus no seu tempo. Da mesma maneira, São Vicente de Paulo com o cuidado de levar o evangelho a todos, com a preocupação de alimentar os famintos e resgatar a dignidade da vida, que é dom de Deus para todos, é exemplo para que uma legião de pessoas, inspiradas por ele, se coloquem nesse mesmo serviço aos pobres. As conferências Vicentinas têm a missão de estar atentas para que ninguém passe fome e para que, alimentados, possam acolher a Palavra que transforma a vida, a Palavra de Deus. Estamos nos aproximando da novena e festa de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e São Francisco de Assis. Nesta edição, querido leitor, você já recebe a programação da novena. Estamos no ano da Misericórdia, e com Maria queremos cada vez mais aprender a ser misericordiosos. Escolhemos como Lema da novena “Maria, Mãe e Mestra da Misericórdia”. Gostaríamos que todos se empenhassem para participar desse momento em

Festa de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia [página 6]

que festejamos a nossa mãe e padroeira. Fazemos uma novena e festa da padroeira para que possamos crescer no amor a Jesus e à sua mãe. A devoção a Nossa Senhora do Rosário está muito presente na nossa cultura mineira, no nosso jeito de demonstrar o amor à virgem Maria. São Francisco é aquele que mais se identificou com Jesus pobre e crucificado, e ele continua inspirando em muitos um jeito de seguir os caminhos de Cristo. São Francisco tinha um carinho enorme para com Maria, por isso, acredito, podemos juntamente com a novena em louvor a Nossa Senhora do Rosário, celebrar também São Francisco de Assis e assim expressar nosso amor a toda a criação. Nós, frades Capuchinhos, estamos nessa busca e festejamos São Francisco na certeza de que queremos também tê-lo como inspiração e exemplo. Vamos celebrar juntos! Boa leitura! Recebam o meu abraço fraterno. Acolhemos sempre sua crítica, sugestão e tudo que nos ajude a comunicar a mensagem de Jesus Cristo. Frei Vicente da Silva Pereira, OFMCap

Marcado desde dentro: Francisco e os estigmas da Paixão [página 7]


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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | SETEMBRO DE 2016

Foto: Pastoral do Batismo

Batismo

O dízimo é prova de gratidão para com Deus, de quem tudo recebemos, é devolução a Deus, por meio da Igreja, de um pouco do muito que ele nos dá; é contribuição para com a comunidade, da qual fazemos parte pelo batismo; é partilha que nasce do amor aos irmãos e irmãs, especialmente em relação aos empobrecidos.

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e os pais Samir da Silva Nogueira e Mara Jane Viegas Filgueiras Salgado Nogueira; Egirlando Batista dos Santos; Wellington Luiz de Araujo e Erica Monteiro Barbosa; Daniel Oliveira Duarte e Lorena Mendes Domingos; Eduardo Terra Babeto e Evane Luiza Dias Nalon; Vinícius Gomes Pinheiro e Tainá Marina Fernandes; Eduardo Lúcio Pereira e Élida Fernanda Dias Nalon; Rafael Costa de Aguiar Neves e Tatiana Alves Pereira Neves; Avani Pereira Lima e Shirley Cristina Miranda; Rafael Nogueira Francisco e Grazielle Cássia de Jesus Tenorio; e Rogério Santana Ribeiro e Naiara Isadora dos Santos assumiram o compromisso de conduzir pelo caminho do seguimento de Jesus seus filhos Alice Salgado Nogueira, Davi de Morais Pereira dos Santos, Heitor Monteiro Araujo, Kauã Mendes Duarte, Luís Felipe Nalon Babeto, Maria Cecília Fernandes Pinheiro, Maria Eduarda Nalon Pereira, Maria Eduarda Pereira Neves, Maria Izabel Miranda Lima, Raul Christopher Nogueira Tenorio e Sophia Vitória dos Santos Ribeiro, que passaram pelo Batismo no dia 21 de agosto de 2016. Pelo batismo desses pequeninos, festejamos juntos o dom da vida e da fé. O rito foi presidido por Frei Romero.

O dízimo é um caminho de conversão: ao partilhar eu me transformo, superando o egoísmo. E quem vence o egoísmo acolhe com mais facilidade a Deus e suas bênçãos. Abre-se à generosidade de Deus quem é generoso para com a sua comunidade.

23 de setembro: início da Primavera

CELEBRAÇÕES EUCARÍSTICAS Matriz Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Segunda, às 7h; de terça a sábado, às 7h e 19h; domingo, às 7h, 9h e 19h Rua Iara, 171 - Pompeia

Pode e deve devolver o dízimo quem participa ativamente da vida de uma comunidade, ou seja, quem é cristão de fato e não apenas de nome. O dízimo é uma das expressões da fé, mas não a única. A participação nas celebrações, nos sacramentos, nos ministérios, no serviço prestado aos empobrecidos são, juntamente com o dízimo, expressões de uma fé adulta e consciente.

Primavera Imagem: http://goo.gl/NonGPw

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Capela São Judas Domingo, às 19h30; dia 28 de cada mês, às 8h e 20h Rua Iara, 727 - Pompeia Capela Nossa Senhora Aparecida Sábado e domingo, às 18h Rua Violeta, 555 - Esplanada

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Capela Nossa Senhora da Abadia Sábado, às 19h; domingo, às 9h Praça da Abadia, s/n - Esplanada Capela Nossa Senhora dos Anjos Domingo, às 10h30 Rua Raimundo Venâncio da Silva, 15 - Comunidade São Rafael Santa Efigênia Capela do Cemitério da Saudade Segunda-feira, às 8h Rua Cametá, 585 - Saudade

NOVENA PERPÉTUA

Vozes da Primavera. Pintura acrílica sobre tela, por Sônia Madruga, em 2010. Coleção particular. Rio de Janeiro, Brasil.

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega. Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

A Paróquia da Pompeia convida todos os paroquianos a participarem da Novena Perpétua a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia. Data: 7 de setembro Horário: 19h Tragam uma rosa para ofertar a Nossa Senhora!

IMAGEM DA CAPA

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende. Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor. Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera. Cecília Meireles. Texto extraído do livro “Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1”, Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, p. 366. http://www.releituras.com/ cmeireles_primavera.asp

EXPEDIENTE Pároco Frei Vicente Pereira, OFMCap

Imagem: morguefile.com

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora, se entendeu e amou.

Pastoral da Comunicação – Pascom: Andréa Matos Débora Drumond Frei Jean Gregory, OFMCap Frei Romero Silva, OFMCap Madalena Loredo Maurício Nascimento Patrícia Leal Jornalista responsável: Débora Drumond Arte e diagramação: Bárbara Andrade

Impressão: Gráfica Fumarc Endereço Rua Iara, 171 - Pompeia, Belo Horizonte/MG Telefone: (31) 3889 4980 E-mail: pascompompeiabh@gmail.com Facebook:www.facebook.com/paroquiapompeiabh Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do jornal. O Jornal O Rosário reserva-se o direito de editar os materiais recebidos.


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DESTAQUE DO MÊS

A Sagrada escritura: da vulgata ao smartphone

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl. 119,115).

Imagem:http://goo.gl/T9s3Xy

A partir de 1971, por ocasião da comemoração dos cinquenta anos da Arquidiocese de Belo Horizonte, as Irmãs Paulinas, como são conhecidas as integrantes da congregação fundada em 1915 e presentes no Brasil desde 1931, as Filhas de São Paulo, passaram a comemorar o mês de setembro de todos os anos como o mês da Bíblia, até que em 1978, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expandiu essa comemoração para todo o território nacional. A Comissão BíblicoCatequética da CNBB escolhe um tema bíblico em todos os anos. Neste ano de 2016, os estudos e as reflexões são propostos a partir do livro do profeta Miqueias, cujo tema é: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”, e o lema: “Praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar com Deus” (Mq. 6,8).

A Vulgata, por muitos séculos, foi divulgada pelos monges e pelos mosteiros. Com o advento da imprensa, no século XV, a sagrada escritura passou a ter ampla divulgação. Há muito a Bíblia é o livro – conjunto de livros – mais divulgado, vez que traduzido em mais de dois mil vernáculos. São Jerônimo, reconhecendo a importância

Tornar a história do povo de Deus e a pessoa de Jesus Cristo o mais conhecidas possível foi um propósito divino, já que os livros que compõem a Bíblia foram inspirados pelo Espírito Santo, e é também pelo discernimento d’Ele que

deve ser lida a Escritura Sagrada. São mais de quinze séculos desde que Jerônimo escreveu a Vulgata e, a partir do vernáculo utilizado por ele, o latim, a possibilidade que tivéssemos acesso à Bíblia em nosso vernáculo, o português. Foi uma importante iniciativa para que pudéssemos conhecer a carta de amor inspirada por Deus e que, em cada leitura, no decorrer de todos esses anos, a graça e misericórdia do Pai é atualizada e apresentada a cada um e cada uma que a lê. Aliás, onde já se viu deixar uma carta de amor fechada, ou mesmo sem ser lida e

sentida em cada palavra declarada? Como tratar a questão da divulgação e da acessibilidade da Palavra de Deus no século XXI? Desde a década de 1950 com o advento do computador, nos primeiros trinta anos seguintes, foi que o avanço tecnológico ocorreu mais do que em toda a história humana. O tempo de comunicação entre as pessoas foi encurtado quando passou das cartas ao telefone, primeiro pelo aparelho fixo, depois pelo aparelho móvel. Depois, o ato de atribuir funcionalidades secundárias ao aparelho telefônico móvel, cujo embrião está na década de 1980. Hoje temos os “telefones inteligentes”, os smartphones, que combinam recursos de telefones móveis com recursos de computadores pessoais. Mas, qual a relação existente entre a Vulgata de Jerônimo com esses telefones inteligentes? Ou, aonde queremos chegar? A imagem escolhida para ilustrar este artigo nos dá a resposta. Por meio dos smartphones é possível ter a Sagrada Escritura na palma da mão, em qualquer lugar do mundo, em qualquer vernáculo que se queira; com uma exatidão da passagem que se deseja encontrar, apenas por um toque de busca. Com eles a carta inspirada por Deus se tornou digital, mas o conteúdo é o mesmo da Vulgata, e o amor, o genuíno de Deus, endereçado a cada um de nós. Hoje carregamos a longa e sofrida história do povo de Deus em nosso bolso, e a história do filho de Deus e de seus discípulos a apenas um deslizar de nossos dedos. É-nos oferecido o uso da tecnologia, não só nos negócios, estudos ou para o entretenimento, mas também para nos aproximarmos do amor revelado de Deus. Não nos esqueçamos do verso do poeta: “Toda bíblia é comunicação de um Deus amor, de um Deus irmão; é feliz quem crê na revelação, quem tem Deus no coração. Vinde a nós, ó Santo Espírito, vinde nos iluminar, a palavra que nos salva, nós queremos conservar” (Pe. Zezinho). Sejamos, pois, evangelizados e evangelizadores com a carta de amor digital que temos à disposição contínua e cotidianamente. Façamos com que a tecnologia esteja a serviço do Reino! Imagem: http://goo.gl/K1UF7p

Setembro foi escolhido o mês da Bíblia porque o seu dia é 30 de setembro, mesmo dia em que a Igreja celebra a memória do santo e doutor da Igreja, São Jerônimo, por ser a data de sua morte. Jerônimo, que viveu entre os anos de 347 a 420 da Era Cristã, foi o monge responsável pela tradução do Antigo Testamento, que originalmente foi escrito em hebraico e, do Novo Testamento, que era escrito em grego, e pela revisão de textos já existentes em latim, inclusive a Septuaginta. Trabalhou durante anos para traduzir e revisar, respectivamente, o Primeiro e o Segundo Testamentos para o latim, a língua oficial daquela época no Império Romano. Essa tradução de Jerônimo ficou conhecida como Vulgata, forma abreviada de Vulgata Editio, Vulgata Versio ou Vulgata Lectio, cujos termos se traduzem como a “edição, tradução ou leitura de divulgação popular”. Ela foi escrita no final do século IV, início do século V. Atualmente São Jerônimo é considerado o padroeiro dos estudos bíblicos.

da difusão da Palavra de Deus ao seu povo, escreveu: “Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras, ignora o poder e a sabedoria de Deus; portanto, ignorar as Escrituras Sagradas é ignorar a Cristo”. Essa exortação indica que a Bíblia é a Palavra de Deus personificada, a possibilidade de tornar a pessoa de Jesus Cristo mais acessível ao povo.

Andréa Matos R. M. Castro Advogada e Doutora em Ciências Sociais

Imagem:http://goo.gl/97DJOx

Pelo sinal da Santa Cruz

Os historiadores românticos costumam dizer que o Brasil nasceu à sombra da cruz, com o católico nome de “Ilha de Vera Cruz”, ou seja, da verdadeira cruz. Foi na data da antiga comemoração da Santa Cruz, dia 3 de maio, que os portugueses aqui desembarcaram, no ano de 1500. Quando viram que não se tratava de uma ilha, a rebatizaram de “Terra de Santa Cruz”. Há no Brasil municípios com o nome de “Vera Cruz” na Bahia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Na Bahia há também Santa Cruz de Cabrália. Os cristãos têm mesmo uma grande devoção pela cruz, pela qual Nosso Senhor nos trouxe a salvação. Cruz tonouse, inclusive, sobrenome de muitas famílias. Há santos que levam esse nome: São João da Cruz, São Paulo da Cruz,

Santa Maria da Cruz etc. Muitos, ao começarem o dia ou uma tarefa, traçam a cruz em si mesmos, dizendo: “Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, Nosso Senhor, de nossos inimigos...”, demonstrando a fé na Cruz Redentora e, assim, se revestem desse escudo para enfrentar os mais diversos desafios. A cruz geralmente remete a sofrimento, dor, algo difícil de suportar e que se quer evitar a todo custo. Às margens das estradas e rodovias há tantas cruzes, sinalizando vítimas do trânsito desastroso! Entretanto, o apóstolo Paulo afirma que a linguagem da cruz é loucura para uns, e sabedoria para outros (1 Cor 1, 18). Na Carta aos Colossenses, o mesmo apóstolo afirma que, pela cruz, “Deus anulou o documento [condenatório] que, por suas prescrições, nos era contrário e o eliminou cravando-o na cruz” (Cl 2,14). O grande teólogo franciscano São Boaventura, em seu Itinerário da mente para Deus, afirma que “não há caminho a não ser pelo ardentíssimo amor a Cristo crucificado” (n. 3). O bom senso cristão afirma que, se quisermos um cristianismo sem cruz, podemos, ao contrário, encontrar uma cruz sem o Cristo para nos auxiliar a carregá-la. A cruz redentora teve sua festa litúrgica mudada para o dia 14 de setembro com o nome de “Exaltação da Santa Cruz”. É gesto comum ainda pelos interiores do Brasil, no dia 3 de maio de cada ano, a ornamentação das cruzes com flores e papéis multicoloridos; ao redor desse madeiro as pessoas se reúnem para rezar. Vale recordar aqui

que, segundo a tradição católica, Santa Helena, mãe do imperador Constantino Magno, encontrou, em 3 de maio de 326, três cruzes soterradas no lugar que se chamava Gólgota, e concluiu que eram as mesmas daquela SextaFeira Santa, de três séculos atrás. Uma delas era a cruz de Cristo. Segundo a mesma tradição, um cadáver fora colocado sobre uma das cruzes, sem que nada de notável acontecesse; assim aconteceu com uma segunda cruz; nada aconteceu; mas ao ser colocado sobre a terceira cruz, o cadáver ganhou vida, testemunhando assim que aquela teria sido a Cruz do Redentor. No caminho do calvário, Jesus teve o alívio de Cirineu e Verônica. Aquele, com seus braços fortes, auxiliou o Redentor no transporte da cruz; esta, com um lenço, limpou o seu suor, mostrando sua solidariedade na dor. Ora somos chamados a ser um; ora a ser outro para ajudar os irmãos, outros cristos. Exaltação é o mesmo que “triunfo”. Isso nos leva a pensar a Cruz não como símbolo de morte, mas de vida. Após a ressurreição, diz-se: “Tua vitória onde está, ó morte?”. A festa litúrgica da Exaltação nos diz que a Cruz de Cristo é sinal de vida nova, pois pela cruz chegaremos à Luz (Per crucem ad lucem, em latim). Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, Nosso Senhor, dos nossos inimigos! Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas p.ismar@pucminas.br


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Catequese permanente Imagem: http://goo.gl/7OdQD7

De novo, o pecado Na Bíblia, o autor sagrado vê a vida sempre referida a Deus e, para falar do pecado, usa bela metáfora; põe um lamento na boca do Senhor: “E viraramme as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, madrugando e ensinandoos, contudo eles não deram ouvidos, para receberem o ensino” (Jr 32,33). Para o povo da Escritura, o pecado é um não teimoso a Deus porque é um não à vida. No seu amor imenso por nós, Deus nos ofereceu seu rosto como fonte de vida, mas nós insistimos em viver de modo a desprezar a vida que ele nos oferece.

O tema do pecado dá “pano pra manga”, como diz nossa gente. Apesar de assunto espinhoso, há muito o que conversar sobre ele, talvez até por isso mesmo. Não faltam aqueles que entendem que tudo é pecado: desde pensar, sentir, falar... Há uns exagerados que dizem: “Só de respirar estamos pecando!”, coisa bem absurda, vamos falar a verdade. E há aqueles que acham que nada é pecado: “tudo é fruto da pudica moral católica que inventou esse negócio de valores para nos cercear e impedir a liberdade”, dizem eles. E há aqueles que fizeram o pecado cair no folclore, inventando a máxima: “tudo que é bom, ou engorda, ou faz mal, ou é pecado!”. Bom, evitemos os exageros e a folclorização do tema. Claro que nem tudo é pecado, muito menos nada é pecado. O pecado não é bom, apesar de, em alguns casos, parecer bem atrativo e sedutor... mas ele exige depois o seu preço. Evitemos definições totalizantes do termo, pois as definições podem ser diversas, dependendo do referencial que tomamos. Por enquanto, basta dizer que pecado é tudo que é contra a vida: a vida da gente, a vida dos outros, a vida em geral. O referencial da vida parece bom, pois a vida é algo que todos queremos preservar, “por mais que esteja errada”, como disse Gonzaguinha. Alguns preferem dizer que o pecado é o que ofende a Deus; definição precária, pois como saber se Deus fica ofendido e o que o ofende? Bom, vamos mesmo pelo referencial da vida. O pecado estraga a vida; tira a paz, a alegria – ainda que na hora dê prazer. O pecado compromete a comunhão, a amizade, o amor... coisas sem as quais não sabemos viver. Sem elas, a convivência social se transformaria num caos, uma selva onde cada pessoa seria um lobo querendo devorar o outro. Ora, até alguns filósofos – cuja tarefa primeira não tem nada a ver com a fé ou a religião – admitiram que esta sociedade não sobrevive sem alguns valores. Criaram a famosa teoria do “contrato social” para dizer que, para a permanência da vida, regras mínimas de convivência têm de prevalecer, ou será nossa extinção.

Creche Grazia Barreca Castagña Graças a Deus e a nossos amigos, nosso bazar tem sido um verdadeiro sucesso, promovendo a integração entre a creche e a comunidade e vendendo peças a um preço muito acessível, apenas R$2. Sua colaboração é muito importante para continuarmos desenvolvendo esse trabalho. O bazar acontece a cada quatro meses na própria instituição. E não percam! No dia 1º de outubro realizaremos um jantar dançante com rodadas de bingo. Aproveitem a oportunidade para ajudar nossa creche e se divertirem!

Ao escolher dar as costas para a vida, “trocamos os pés pelas mãos”. Na busca desenfreada pela vida, não é que recusamos a fonte da vida? Então, damos um não teimoso a Deus e à vida que dele emana. Imediatamente, sentimos que a vida se esvai, que ela foge de nós, que nos escapa, e começamos a buscá-la ainda mais onde não está. E confundimos a vida com o prazer, com a alegria momentânea, com a adrenalina nas veias... Certamente o prazer é bom e traz vida; a alegria também é fonte de vida; a adrenalina nas veias pode fazer um bem enorme também. Mas a vida não está nisso. A vida está em tudo aquilo que humaniza, que faz crescer, que melhora as relações, que faz brotar dentro de nós aquele “melhor eu”, escondido e adormecido no mais profundo de nós. O prazer pode contribuir para despertar esse eu; a alegria de viver pode alimentar esse eu raquítico e fraco, fazendo-o ganhar vigor. Um pouco de emoção pode também contribuir para esse despertar... Mas não são os prazeres que fazem a vida acontecer, apesar de haver vida no prazer legítimo, não egoísta, não manipulador do outro. Às vezes, a vida está lá onde a dor habita e o prazer já pediu demissão, como no caso de Jesus na cruz. É exatamente na cruz que o máximo amor e a fidelidade sem par se manifestam. E a cruz se tornou fonte de vida para nós, fonte de nossa humanização. E a Igreja com sua evangelização, como pode ajudar nesse processo de percepção do pecado? Primeiro, é sua tarefa falar abertamente do assunto, sem pudor ou receios. O pecado continua sendo tema em pauta, desde que afastada toda ótica moralista ou moralizante, em que a vida não é o princípio máximo, mas sim as regras abstratas de uma suposta moral. Segundo, a Igreja pode contribuir despertando o gosto pela vida, pelo que é nobre, belo, louvável: as relações humanas e tudo que delas depreende. Desejamos que os pastores de nossa Igreja enfrentem o tema do pecado com muita sabedoria, delicadeza e confiança na misericórdia divina! Solange Maria do Carmo Mestre em Teologia Bíblica e doutora em Teologia Catequética

São Vicente de Paulo

Patrono das obras de caridade A Igreja celebra, em 27 de setembro, o dia de São Vicente de Paulo. São Vicente nasceu em 1581 e era de nacionalidade francesa. Viveu a triste experiência da escravidão e mesmo ainda escravo jamais deixou de fazer suas orações e nunca abandonou os votos sacerdotais. Aos 19 anos foi ordenado padre, e, posteriormente, tornou-se Doutor em Teologia. Em 1617 São Vicente fundou a Confraria da Caridade, que dava assistência espiritual e corporal aos pobres e, em 1625, fundou a Congregação da Missão, que cuidava da evangelização dos camponeses. A trajetória desse grande Santo retrata a caridade para com os menos favorecidos. Em 16 de junho de 1737 foi canonizado pelo papa Clemente XII e, em 12 de maio de 1885, foi declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII. O singelo legado de São Vicente quanto às obras de

caridade fez com que Antônio Frederico Ozanam, um jovem universitário, que se encantou pelas obras do Santo, fundasse a Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) em 23 de abril de 1833. A SSVP é uma organização católica de leigos que voluntariamente se empenham no apoio a indivíduos, famílias e grupos sociais marginalizados, por meio de ações variadas, entre as quais se privilegiam o contato pessoal e direto e a visita domiciliar, não só para aliviar a miséria material e moral, mas também para descobrir e solucionar as suas causas. No Brasil, essa instituição está colocada sob a proteção da bem-aventurada Virgem Maria, tal como foi proposto por Ozanam. A Conferência de São José foi a primeira unidade da Sociedade Vicentina fundada em território brasileiro, no Rio de Janeiro, em 4 de agosto de 1872. O gesto humilde, inefável, de ajudar o próximo fez de São Vicente um instrumento da graça de Deus, fazendo dele o Patrono Universal da Caridade. A beleza da grandiosidade das obras que ele realizou mostra-nos a

importância da caridade na vida das pessoas como um gesto de amor elevado acima dos sentidos e da razão, pelo qual nos amamos uns aos outros pelo mesmo fim por que o Senhor amou os homens. A caridade é sem dúvida algo que realmente mexe com o coração de cada um, ela não tem escolhas, e Deus não olha isto, e sim o amor que nos faz ir mais perto deles, os preferidos do Pai, os que mais necessitam e que estão à mercê da sociedade: os pobres. São Vicente de Paulo, um homem sábio e inteligente, um santo caridoso que, por meio da simplicidade de seus gestos, estipulou regras e condutas para as visitas aos pobres e doentes, com discrição e respeito aos necessitados, sem humilhá-los em qualquer situação, mas, ao contrário, fazendo-se igual a eles. Que assim possamos nós também, a exemplo de São Vicente de Paulo, ter esse carisma vicentino, encontrando nele a fonte de inspiração e dedicação ao serviço dos pobres. Amém!


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Nossa Senhora das Dores

Corredentora da humanidade Imagem: http://goo.gl/KXBaqQ

dias, e ela o encontra no templo discutindo com os Doutores da Lei. Jesus naquele momento fala que ele deveria cuidar das coisas de seu Pai. Esse episódio causou uma grande dor para o coração de Maria, mas também lhe trouxe uma grande lição, que ela guardou em seu coração.

Quem é essa mãe que passou por tantas dores e sofrimento em toda sua vida? Este é um convite à reflexão, em uma perspectiva histórica, acerca da devoção às sete dores de Maria, a mãe de Jesus. Inicialmente, Maria foi solenizada com o título de Nossa Senhora da Piedade e a Compaixão de Nossa Senhora. Em 1724, Bento XIII promulgou então a festa com o título de Nossa Senhora das Dores, celebrada em 15 de setembro. Essa celebração põe em destaque a participação ativa de Maria nos sofrimentos de redenção de Jesus Cristo. Em sua primeira dor, relatada na profecia de Simeão (Lc 2, 28-35), Maria, ainda tomada pela alegria do menino Jesus, sofre com as palavras que noticiam que uma espada de dor atravessará seu coração, fazendo-a sofrer. Então as dores de Maria vão-se sucedendo. A segunda dor da Mãe de Nosso Senhor é quando precisam fugir para o Egito (Mt 2, 13 ss) com São José, seu esposo, e o menino Jesus, porque Herodes o procurava para matá-lo. A terceira dor de Maria é retratada quando seu filho se perde, então com 12 anos de idade (Jo 19, 17 ss) por três

Eis que um soldado perfura o coração de Jesus, e Maria sente sua sexta dor: vê seu filho morrer com uma lança transpassada no coração, de onde jorrou sangue e água. Um sofrimento indecifrável. Em seguida, Maria sente sua sétima dor ao presenciar o sepultamento de seu filho tão amado e adorado. Essas sete dores de Maria representam a aparente vitória da morte. No entanto, Jesus ressuscitou, e a vida venceu a morte. Isso nos faz compreender a necessidade de unir nossos sofrimentos aos do Cristo, visto que as dores de Maria como as de tantas outras Marias representantes de toda nossa sociedade revelam quanto é a dor e o sofrimento das mães que perdem seus filhos pela marginalidade, álcool, tráfico de drogas, prostituição e discriminação racial e sexual. De todos os sofrimentos humanos, o maior deles certamente é quanto uma mãe enterra seu filho; e para essas mães a morte de seus filhos faz com que elas emocionalmente morram minuto após minuto. Patrícia Machado Leal Bióloga

Imagem: http://goo.gl/5HBmd3

Instrumento do amor de Deus no cuidado com os irmãos maio de 1956. Imbuído de outra forte inspiração, Padre Pio, devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos. E, na ocasião do aniversário de 50 anos desses grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nessa intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam. Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual, com o terço entre os dedos, repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio, herdeiro espiritual de São Francisco, foi o primeiro sacerdote a receber os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo, como resposta do amor-serviço aos pequeninos do Reino de Deus. Fica conhecido em todo mundo como o “Frei” estigmatizado. Percebendo, portanto, que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como “Casa Alívio do Sofrimento”, que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação desse hospital se deu a 5 de

A visita da relíquia e da imagem de São Francisco de Assis

A quarta dor e sofrimento de Maria acontecem quando ela encontra com Jesus a caminho do calvário, como se ele fosse um condenado, um bandido rumo à morte. A quinta dor ela sente quanto vê seu filho crucificado, e a cada chaga que se abria em seu filho abria também uma em seu coração.

São Pio de Pietrelcina

São Pio ou Padre Pio de Pietrelcina é um santo recente. Nasceu em 1887 e faleceu em 1968, na Itália. Por isso, sua vida foi fortemente acompanhada pela mídia, por meio da fotografia e pelos jornais, pois, em vida, já tinha fama de santidade. O grande ministério, um dos serviços que o caracterizava nessa vida de santidade, foi no atendimento de confissões. Ele dedicava horas diárias a esse ministério de cura e libertação e era favorecido com dons extraordinários, que ajudavam os fiéis a confessarem os pecados mais escondidos.

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Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice. Padre Pio dizia: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!” O santo, a quem Deus cumulou de dons particulares e carismas, se empenhou com todas as suas forças pela salvação das almas. Os muitos testemunhos sobre a grande santidade do Frei chegam até os nossos dias, acompanhados de sentimentos de gratidão. Suas intercessões providenciais junto a Deus foram para muitas pessoas causa de cura do corpo e motivo de renovação do espírito. Inspirados e encantados com a vida e ações do santo, o escolhemos como patrono do nosso próximo Encontro de Casais com Cristo (ECC), que coincidentemente iniciará no dia em que o celebraremos, 23 de setembro. Que São Pio interceda pela nossa paróquia, pelas nossas comunidades e, sobretudo, pela família ECC para que nessa proposta evangelizadora a serviço de nossas famílias possam colher muitos frutos na realização desse encontro! São Pio de Pietrelcina, rogai por nós! Frei Romero, OFMCap

A Ordem Franciscana Secular (OFS), Fraternidade Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, viveu momentos de grande emoção quando fomos agraciados com a visita da Relíquia de São Francisco de Assis, entre os dias 20 e 22 de julho de 2016. Em comemoração ao grande jubileu dos 800 anos de fundação da nossa querida OFS, a imagem e a Relíquia peregrinarão por todas as Fraternidades do Brasil até o ano de 2021. Mas o que é uma Relíquia? Relíquia é uma palavra de origem latina, “reliquiae”, que significa resto. Resto? Sim, pois significa o que sobrou. Mas a vida inteira ouvi a minha mãe dizer que relíquia é uma coisa importantíssima e muito preciosa. Dizia: “uma relíquia se guarda no fundo do coração”. Pude sentir de perto e observar o seu verdadeiro sentido. Realmente Relíquia é uma preciosidade. O nosso vernáculo fala de “coisa preciosa”. Foram-nos trazidas a relíquia e a imagem de São Francisco, de Assis, Itália, dentro de um oratório. A imagem foi um presente da Cúria Geral dos Frades Menores Capuchinhos, e a relíquia, um fragmento do osso de São Francisco, foi ofertada pela Cúria Geral dos Frades Menores Conventuais. Temos três tipos de Relíquia: a de primeiro grau é constituída pela parte do corpo do santo ou santa, por exemplo, osso, cabelo etc.; a de segundo grau é constituída por algum objeto pessoal do santo ou da santa, por exemplo, cajado, terço, Bíblia; e a de terceiro grau é constituída por um pedaço de tecido e roupa que tocaram no corpo do santo. Na nossa Fraternidade, como em outras, foi feita uma programação para o Tríduo da visita da Relíquia. Realizamos, primeiramente, a acolhida da Relíquia na Igreja Matriz. Um grande grupo de franciscanos esperava ansioso. A nossa Ministra Regional, Maria do Socorro, juntamente com a sua fiel companheira, Maria do Carmo Condé, e o Frei Leonardo Lucas, da Fraternidade de Carlos Prates, introduziram-na até o altar que foi carinhosamente preparado pelo nosso querido Frei Jean. Fizemos uma celebração preparada pela equipe responsável pela peregrinação. Nesse mesmo dia, a relíquia foi conduzida até a Comunidade de Nossa Senhora da Abadia, participando da celebração da Eucaristia no setor São Lucas. No dia seguinte estavam agendadas visitas nas casas dos idosos e doentes franciscanos. Qual foi a nossa surpresa? O oratório era muito pesado; não dávamos conta de conduzi-lo nas visitas. Porém, apareceram duas almas generosas, o casal José Barbosa e Orlinda, que se ofereceram para acompanhar, de carro, até todas as casas visitadas. E assim foi feito tranquilamente. A Relíquia e a imagem ficaram também expostas nas celebrações dos dias 22 e 23 na Igreja Matriz, às 19h, com missa solene e participação de toda a comunidade paroquial. Foram três dias maravilhosos. Orações, fé, fraternidade e união. Que a passagem desta Relíquia deixe em cada coração sementes de paz, de alegria e de compromisso com a nossa missão. Teresinha Quirino, OFS


O Rosário

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JORNAL

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | SETEMBRO DE 2016

Festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e São Francisco de Assis

Maria, mãe e mestra da misericórdia! Os frades capuchinhos, a comissão de festa e o Conselho Paroquial Pastoral convidam você e sua família para celebrar a festa em louvor à Padroeira Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e São Francisco de Assis, de 24/09 a 09/10 de 2016. 24/09 - Sábado

19h: Celebração Eucarística

18h: Abertura da Novena - Procissão motorizada (carros e motos) pelas ruas próximas à Paróquia, passando por todas as comunidades, com a imagem de Nossa Senhora do Rosário e a benção dos veículos e condutores

Presidente da Celebração: Frei Vicente da Silva Pereira e demais frades capuchinhos Participantes do dia: Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e Ordem Franciscana Secular

19h: Celebração Eucarística por todos que vão trabalhar na festa

05/10 - Quarta-feira 8º dia: Maria, uma personalidade misericordiosa

25/09 - Domingo

18h15: Terço (Hilda Júlia Lúcio e família / Zélia Bicalho Monteiro e família)

07h: Celebração Eucarística

19h: Celebração Eucarística (oferta de flores: Aparecida Pereira)

09h: Celebração Eucarística 18h: Terço na Praça, em frente à Igreja Matriz

Presidente da Celebração: Frei João Ferreira Junior

19h: Celebração Eucarística - Participação do grupo de Moçambique do Divino Espírito Santo, do Bairro Aparecida

Participantes do dia: Comunidade São Judas Tadeu, Comunidade São Rafael e Juventude

Levantamento do mastro de Nossa Senhora do Rosário

06/10 - Quinta-feira 9º dia: Maria, ao pé da cruz, vértice da misericórdia divina

26/09 - Segunda-feira 1º dia: Maria, profetiza da Misericórdia de Deus

18h15: Terço (Maria de Lurdes Cozzi Morato e família / Valéria Cristina e família)

18h15: Terço (Plinio Guisoli Rubim e família / Gerci Fernandes Dantas e família)

19h: Celebração Eucarística (oferta de flores: Augusta)

19h: Celebração Eucarística (oferta de flores: Lucia e Jorge)

Presidente da Celebração: Frei Lázaro de Freitas Participantes do dia: Ministros da Eucaristia e Pastoral da Misericórdia.

Presidente da Celebração: D. João Justino de Medeiros Silva (Bispo Auxiliar de BH)

Recital dos alunos do Colégio São Francisco (músicas franciscanas)

Participantes do dia: Terço dos homens e Vicentinos 27/09 - Terça-feira

Presidente da Celebração: Frei Lázaro de Freitas

2º dia: A Misericórdia é a identidade de Deus

Participantes do dia: Setores da Comunidade da Pompeia e Pastoral do Batismo

18h15: Terço (Lindomar Mazuchi de Novaes e família / Teresinha Silva Gomes Santos e família) 19h: Celebração Eucarística (oferta de flores: Dona Lica) Presidente da Celebração: Frei Sebastião Lázaro de Oliveira - Ministro Provincial dos Capuchinhos de MG Participantes do dia: Comunidade da Abadia e Catequese

8h: Terço (Francisca e Iolanda)

6º dia: Maria, assunta ao céu, sinal de Misericórdia para todo o mundo

9h: Terço (Pastoral do Idoso e Jorge Roberto da Silva)

18h15: Terço (Geralda Mendes Souza e família / José Moreira Filho e família)

12h: Súplica (toda a Comunidade)

19h: Celebração Eucarística (oferta de flores: D. Lindomar Mazuchi de Novaes)

14h: Terço (Mãe Rainha e Aparecida Gonçalves)

3º dia: Maria, rosto feminino da Misericórdia de Deus

Participantes do dia: ECC e Pastoral do Dízimo

10h: Terço (Ely, Ecy, Helio e Barbosinha) 13h: Terço (Helio e família do Sr. Vitório) 15h: Terço (Terço da Misericórdia e Maria Augusta e família) 16h: Terço (Anita Dias Soares e Zélia Bicalho e Pastoral Litúrgica)

02/10 - Domingo

18h: Angelus e benção dos pedidos

7º dia: Maria, Mestra espiritual na obra da Misericórdia

19h: Solene Celebração Eucarística seguida da Procissão Luminosa

Presidente da Celebração: Pe. Edson Costa Galvão

07h: Celebração Eucarística

Participantes do dia: Comunidade Nossa Senhora Aparecida e Apostolado da Oração

10h30: Benção das Criaturas

29/09 - Quinta-feira

06h30: Terço (Frei Thiago Santiago)

01/10 - Sábado

Presidente da Celebração: Frei Vicente da Silva Pereira

19h: Celebração Eucarística (oferta de flores: Gerci Fernandes Dantas)

06h: Alvorada 07h: Celebração Eucarística (Frei Thiago Santiago)

28/09 - Quarta-feira 18h15: Terço (Francisca Maria de Souza e família / Sílvio José dos Santos e família)

07/10 - Sexta-feira - Dia da Festa

09h: Celebração Eucarística 18h15h: Terço (Conceição de Matos e Família / Itália Maria Peluso e família)

Presidente da Celebração: Frei Vicente da Silva Pereira e demais Frades Capuchinhos Após a Celebração Eucarística haverá barraquinhas.

4º dia: Maria, sinal da Misericórdia de Deus na encarnação do Filho

19h: Celebração Eucarística - Missa Afro (oferta de flores: Terezinha e Sebastião)

08/10 - Sábado

18h15: Terço (Nazir Lopes Teixeira e família / José Carlos Roberto e família)

Presidente da Celebração: Frei João Batista de Melo

19h: Celebração Eucarística com benção dos objetos e da água

19h: Celebração Eucarística (oferta de flores: Celeste e Aparecida Gonçalves) Presidente da Celebração: Frei Romero José da Silva Participantes do dia: RCC e Legião de Maria 30/09 - Sexta-feira

Participantes do dia: Pastoral dos Noivos

Benção individual para quem desejar 03/10 - Segunda-feira 07h: Celebração Eucarística

09/10 - Domingo

18h15: Terço (Rosanna Felícia Padrini Costa e família / Maria Aparecida Pereira e família)

07h: Celebração Eucarística

19h: Trânsito de São Francisco

14h: Tarde com Maria

5º dia: Maria, no seguimento do Cristo Misericordioso 18h15: Terço (Francisca Ferreira e família / Milton Cândido Alves e família) 19h: Celebração Eucarística - Missa Sertaneja (oferta de flores: Rosana e Beth)

16h: Barraquinhas

09h: Celebração Eucarística 16h: Terço

04/10 - Terça-feira: Solenidade de São Francisco

16h: Barraquinhas

07h: Celebração Eucarística

19h: Celebração Eucarística - Consagração a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia

18h15: Terço (Tereza Lúcia de Lima e família / Geralda de Almeida Arantes e família)

Após a celebração, haverá o descimento do Mastro.


O Rosário

JORNAL

INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SRA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FREIS CAPUCHINHOS | SETEMBRO DE 2016

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ágina Franciscana Marcado desde dentro: Francisco e os estigmas da Paixão Imagem: http://goo.gl/nrwYdS

Eram 17 de setembro de 1224 e Francisco havia se refugiado no Monte Alverne. De lá voltaria marcado com os estigmas da Paixão de Jesus, como que traspassado em sua carne pelos mesmos cravos de seu Senhor. E seria lembrado pela tradição como o primeiro místico estigmatizado da história. Mas o que isso significa? Apenas os excessos da piedade obsessiva de um penitente medieval? Uma experiência mística verdadeira, que acrescenta algo novo não só à vida de Francisco, mas também à nossa? Uma metáfora do seguimento de Jesus, até as últimas consequências, conduzindo Francisco ao mesmo fim que teve o Mestre de Nazaré? Talvez um pouco de tudo isso... Pois, bem sabemos, os acontecimentos humanos serão sempre complexos e repletos de motivações, às vezes distintas ou aparentemente contrárias. Um primeiro dado importante se refere à própria trajetória de Francisco. Aproximar-se dos eventos de 1224 exige compreender o que esses últimos anos significaram em sua vida. Desde sua viagem à Terra Santa, a Ordem se afastava de seu espírito originário, tornando-se cada vez mais institucionalizada e monástica. A contragosto, Francisco se vê obrigado a escrever uma nova Regra, mais adequada aos anseios da Ordem e às exigências da Igreja. A “doença dos olhos” e outras tantas lhe roubam a visão e as forças. Como um estrangeiro entre seus irmãos, Francisco dita o Testamento e morre cantando, em 03 de outubro de 1226. É nesse turbilhão que encontramos o episódio de sua estigmatização. A segunda observação diz respeito a nós todos, ao humano. Ao contrário do que às vezes cremos, não somos constituídos por duas “partes”, o corpo e a alma. Somos seres unos, inteiros. Somos corpo, quando dizemos de nosso modo de ser no mundo, de nos relacionarmos, de nos compreendermos como pessoas; somos alma, quando nos referimos a nossa interioridade, à profundidade de nós mesmos, ao mundo que trazemos dentro do peito. Uma única realidade, que pode ser dita de muitos modos – isso somos nós. De modo que não

São Francisco de Assis em Êxtase. Óleo sobre tela, por Caravaggio. Wadsworth Atheneum, Hartford, Connecticut.

há nada em nosso profundo que não se mostre também em nosso proceder; e nada ocorre na superfície de nossa vida que não alcance os abismos de nossa existência. É possível trazer no corpo as marcas de um amor que nos penetrou a alma, bem como amar com todo o coração aquele que se pôs diante de nós. Assim, mais que nos perguntarmos sobre o que, de fato e literalmente aconteceu com Francisco em setembro de 1224, podemos ver em seus estigmas os passos de um amor que, cultivado ao longo de uma vida e sustentado

nas angústias e incompreensões, marcou-o para sempre. Ou a imagem do amante que, de tanto amar, tornou-se imagem viva de seu amado. Ou ainda, a prova de que a unidade de nossa humanidade permite experimentar em cada célula do corpo vivo as esperanças e os sonhos mais secretos do coração; ou que é possível destilar no silêncio produtivo do coração as feridas mais atrozes de nossa vida. Pois lá, assim como foi com Jesus, o amargo pode se tornar doçura e de dentro da morte pode brotar de novo a vida. Frei João Junior, OFMCap

Colégio São Francisco de Assis

O estudante como protagonista

CSFA comemora o Dia de Santa Clara e o Dia do Estudante com apresentação surpreendente de alunos No dia 11 de agosto de 2016, data em que se comemora o Dia do Estudante e de Santa Clara, a 3ª série do Ensino Médio do Colégio São Francisco de Assis (CSFA) apresentou um trabalho em homenagem aos alunos de todo o colégio. A manhã foi marcada também pelo lançamento da primeira edição do Jornal do Chicão e pela notícia de que uma das equipes do Clube X foi convidada a participar da 10ª Mostra Brasileira de Foguetes, no Rio de Janeiro, em novembro. Imagem: CSFA Nesse dia, os alunos do CSFA do turno da manhã subiram para o auditório do prédio onde funciona a tradicional instituição de ensino para assistir ao triunfo do que vem sendo uma das principais diretrizes do colégio: o protagonismo do estudante. A palavra “triunfo” é dita aqui sem exagero, pois em uma só manhã comprovou-se três vezes que proporcionar ao aluno o lugar de sujeito e de autor de seu próprio aprendizado é sinônimo de sucesso. Sucesso que a atual direção do colégio vem conquistando por meio do incentivo a projetos – como um clube de ciências e um jornal escolar – em que seus estudantes comprometem-se com sua própria aprendizagem, uma vez que se engajam nas tarefas como um todo de maneira mais autônoma do que quando meramente respondem a um programa imposto pelo professor. Antes de prosseguir o relato, vale contextualizar a ocasião. No Dia do Estudante, os alunos da 3ª série do Ensino Médio compartilharam com todo o corpo discente do colégio o resultado brilhante de um trabalho de Inglês e de História, proposto pelas professoras Mariana Mozelli

e Sônia Bouissou. O tema do trabalho foi o movimento cultural Tropicalismo, assim como o momento histórico do Brasil e do mundo em que esse estava inserido. Para desenvolver tal temática, todos os alunos da turma TR se engajaram na produção de um show que apresentaria musicalmente a luta pela liberdade de expressão durante a ditadura militar brasileira, o protesto contra a Guerra do Vietnã e outros episódios da década de 70. A banda

composta por alunos – muitos deles também estudantes da Escola de Música do CSFA – tocou composições como Bloco na Rua, de Sérgio Sampaio; Trem das Onze, de Adoniram Barbosa; Blowin’ in the Wind, de Bob Dylan, e Cálice, de Chico Buarque e Milton Nascimento. O que seria a apresentação de um trabalho tornou-se um grande espetáculo, aplaudido de pé por todos que o

assistiram. A comemoração da data coincidiu também com a divulgação e com a entrega da primeira edição do Jornal do Chicão, jornal escolar semestral elaborado por uma equipe de alunos do colégio. Na edição do primeiro semestre de 2016, que registrou diversos eventos e atividades realizados no CSFA, a equipe redigiu e revisou os textos, fotografou eventos, entrevistou pessoas, traduziu entrevistas, contribuiu com o trabalho gráfico etc., demonstrando que uma abordagem mais prática e que coloca o aluno no centro do estudo da Língua Portuguesa é um caminho viável para um aprendizado mais significativo da língua materna. Outro motivo de festa na manhã do último dia 11 foi a divulgação do convite oferecido aos alunos do Clube X – Clube de Ciências do Ensino Médio - para a participação na próxima etapa da 10ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), evento inserido na 11ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Aeronáutica (OBA). O grupo composto pelos estudantes Thales Gomes Lucas, Laura Cristina de Andrade Chaves e Lucas Regis Martins da Silva e orientado pelo professor de Física André Garcia deverá participar do evento no estado do Rio de Janeiro em novembro. Enfim, o Dia do Estudante no CSFA foi um dia em que as luzes e os aplausos literalmente se voltaram para os alunos. Que Santa Clara os ilumine cada vez mais! Equipe de alunos do Jornal do Chicão


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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | SETEMBRO DE 2016

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