Outubro de 2017

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JORNAL

O Rosário Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Edição de outubro de 2017

TIRAGEM: 2.000 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EDITORIAL Queridos irmãos e irmãs, paz e bem!

Página 3 500 anos da Reforma Protestante [página 4]

Programação da festa da Paróquia e das comunidades [página 5]

A Igreja Católica está celebrando o Jubileu de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil. Devoção que teve início em 1717 quando, num contexto miraculoso, os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso encontraram sua imagem nas águas do Rio Paraíba do Sul. Para comemorar o tricentenário desse acontecimento, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) instituiu o Ano Mariano, um tempo favorável para contemplar Maria como modelo de fé. Além disso, festejamos também os 100 anos da aparição da Virgem Maria aos três pequenos pastores: Lúcia (10 anos), Francisco (9 anos) e Jacinta (7 anos) em Fátima, Portugal. Louvaremos, ainda neste mês, Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, outro título dado a Maria que desperta fervorosa devoção nos paroquianos. No contexto das comemorações, a Reforma Protestante está completando 500 anos. Nesta edição merece destaque o artigo do Pastor Nilton Giese sobre os princípios que fundamentaram essa reforma. Em que as teses do padre e professor Martinho Lutero, com propósito de motivar um debate, ganharam repercussão inesperada, culminando na sua ruptura com a Igreja Católica. Acompanhada por uma sucessão de eventos, a partir daí nossa Igreja passou por inúmeras mudanças que abriram caminho para a Contrarreforma. A propósito da festa de São Francisco de Assis, o texto de Frei Adriano Cézar fala da descoberta, em 2014, de um manuscrito medieval sobre a vida desse santo. Inspirados pelo seu testemunho na vivência do Evangelho, sejamos também nós autênticos discípulos de Cristo e herdeiros de suas promessas. São Francisco, rogai por nós. Frei Lázaro de Freitas, OFMCap

A vida descoberta de Francisco de Assis [página 7]


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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | OUTUBRO DE 2017

Batismo A Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e os pais Daniel Felipe Scaramello Gonçalves e Paula Keilly Miranda; Maria Luiza Silva Romualdo; Bruno Ícaro Pinto Magalhães e Larissa Dinelli Ferreira Silva; Ronaldo de Assis Procópio e Valéria Divina de Oliveira; Thercio Augusto da Cunha e Hellen Aparecida Gomes Inácia assumiram o compromisso de conduzir pelo caminho do seguimento de Jesus seus filhos Heitor Miranda Scaramello, Lorenzo Silva Figueiredo Romualdo, Luna Dinelli Diniz Ferreira Magalhães, Maria Luísa de Oliveira Assis e Pietra Augusta Inácia da Cunha, que passaram pelo Batismo no dia 24 de setembro de 2017. Pelo batismo desses pequeninos, festejamos juntos o dom da vida e da fé. O rito foi presidido por Frei João Junior. Foto: Pastoral do Batismo

AGENDA DO MÊS 3/10 - terça-feira 19h Reunião da Pastoral do Dízimo 4/10 - quarta-feira Festa de São Francisco 7/10 - sábado Festa de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Novena Perpétua Acolhida do Dízimo – todas as missas 8/10 - domingo 27º Domingo do Tempo Comum Acolhida do Dízimo – todas as missas 9/10 - segunda-feira 19h Leitura Orante – Abadia 19h30 Reunião da Liturgia – Pompeia 11/10 - quarta-feira Reunião do Conselho Pastoral Paroquial 12/10 - quinta-feira Festa de Nossa Senhora Aparecida 18h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento – Matriz 14/10 - sábado 18h Ordenação do Frei Ismail Lisboa de Miranda – Virginópolis 15/10 - domingo 28º Domingo do Tempo Comum Horário de verão 9h Missa do ECC 19h Missa dos Jovens 16/10 - segunda-feira 19h Leitura Orante – Abadia 19h30 Curso Bíblico – Pompeia 18/10 - quarta-feira 19h Reunião Conselho Pastoral Comunitário – Abadia 19/10 - quinta-feira 18h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento – Matriz 19h30 Reunião do Conselho Pastoral Comunitário – Pompeia 21/10 - sábado Pizza da Pastoral da Misericórdia 22/10 - domingo 29º Domingo do Tempo Comum 9h Retiro da Pastoral do Dízimo – Eleição dos coordenadores 23/10 - segunda-feira 19h Leitura Orante- Abadia 19h30 Curso Bíblico – Pompeia 26/10 - quinta-feira 18h Adoração e benção do Santíssimo Sacramento – Matriz 28/10 - sábado Festa de São Judas Tadeu 29/10 - domingo 30º Domingo do Tempo Comum 30/10 - segunda-feira 19h Leitura Orante – Abadia 19h Adoração ao Santíssimo Sacramento – Matriz 19h30 Curso Bíblico – Pompeia

15 de outubro: Dia do Professor Imagem: https://goo.gl/pvRLJb

Óleo sobre tela Children in a Class, de 1918, por Nikolay Bogdanov-Belsky EXALTAÇÃO DE ANINHA (O PROFESSOR) Professor, sois o sal da terra e a luz do mundo. Sem vós tudo seria baço e a terra escura. Professor, faze de tua cadeira, a cátedra de um mestre. Se souberes elevar teu magistério, ele te elevará à magnificência. Tu és um jovem, sê, com o tempo e competência, um excelente mestre. Meu jovem Professor, quem mais ensina e quem mais aprende? O professor ou o aluno? De quem maior responsabilidade na classe, do professor ou do aluno? Professor, sê um mestre. Há uma diferença sutil entre este e aquele. Este leciona e vai prestes a outros afazeres.

Aquele mestreia e ajuda seus discípulos. O professor tem uma tabela a que se apega. O mestre excede a qualquer tabela e é sempre um mestre. Feliz é o professor que aprende ensinando. A criatura humana pode ter qualidades e faculdades. Podemos aperfeiçoar as duas. A mais importante faculdade de quem ensina é a sua ascendência sobre a classe Ascendência é uma irradiação magnética, dominadora que se impõe sem palavras ou gestos, sem criar atritos, ordem e aproveitamento. É uma força sensível que emana da personalidade e a faz querida e respeitada, aceita. Pode ser consciente, pode ser desenvolvida na escola, no lar, no trabalho e na sociedade. Um poder condutor sobre o auditório, filhos, dependentes, alunos. É tranquila e atuante. É um alto comando obscuro e sempre presente. É a marca dos líderes. A estrada da vida é uma reta marcada de encruzilhadas. Caminhos certos e errados, encontros e desencontros do começo ao fim. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. O melhor professor nem sempre é o de mais saber, é sim aquele que, modesto, tem a faculdade de transferir e manter o respeito e a disciplina da classe. Cora Coralina. Do livro: “Vintém de cobre: meias confissões de Aninha”, Ed. Global Gaia, 2007, 9ª ed., SP. Extraído de https://goo.gl/26s2Yu

CELEBRAÇÕES EUCARÍSTICAS Matriz Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Horário: segunda, às 7h30; terça a sábado, às 7h30 e 19h; domingo, às 7h, 9h e 19h Endereço: rua Iara, 171 – Pompeia Capela São Judas Horário: domingo, às 19; e nos dias 28, às 8h e 20h Endereço: rua Iara, 727 – Pompeia Capela Nossa Senhora Aparecida Horário: sábado, às 18h; domingo, às 18h Endereço: rua Violeta, 555 – Esplanada

Pároco Frei Lázaro de Freitas, OFMCap Pastoral da Comunicação – Pascom: Andréa Matos David Tierro Débora Drumond Douglas Lima Frei Vicente Pereira, OFMCap Frei Warley Tomaz, OFMCap Madalena Loredo Patrícia Leal Renilson Leite Jornalista responsável: Débora Drumond Arte e diagramação: Bárbara Andrade

Capela Nossa Senhora da Abadia Horário: sábado, às 17h; domingo, às 9h Endereço: praça da Abadia, s/n – Esplanada Capela Nossa Senhora dos Anjos Horário: domingo, às 10h30 Rua Raimundo Venâncio da Silva, 15 – Comunidade São Rafael - Pompeia Capela do Cemitério da Saudade Horário: segunda, às 8h Rua Cametá, 585 - Saudade

EXPEDIENTE

Impressão: Imagem Gráfica Endereço Rua Iara, 171 - Pompeia, Belo Horizonte/MG Telefone: (31) 3889 4980 E-mail: pascompompeiabh@gmail.com Facebook: www.facebook.com/paroquiapompeiabh Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do jornal. O Jornal O Rosário reserva-se o direito de editar os materiais recebidos.


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DESTAQUE DO MÊS A história A aparição da imagem de Nossa Senhora de Aparecida ocorreu em 1717, época das Capitanias Hereditárias. O governante das capitanias de São Paulo e Minas de Ouro estava de passagem pelo Vale do Paraíba, mais precisamente por Guaratinguetá. Animados com a visita, o povo daquela localidade resolveu fazer uma festa de boas-vindas e para isso chamaram três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso para lançar as redes no rio e pescar bons peixes. O fato era que, naquela época, meados de outubro, não era tempo de peixes. Porém, como não podiam contradizer o pedido, rezaram pela proteção e benção da Virgem Maria e de Deus para que pudessem voltar à terra firme com fartura. Depois de inúmeras tentativas sem sucesso, eis que surpreendentemente eles pescaram o corpo de uma imagem. Curiosos, lançaram novamente as redes e “pescaram” uma cabeça que se encaixou perfeitamente ao corpo. Depois deste encontro, o barco se encheu tanto de peixes que ele quase virou! A partir daí, a devoção da Santa foi se espalhando. Primeiro nas casas, depois se construiu uma capela, depois uma basílica, até chegar ao quarto maior santuário do mundo, o Santuário Nacional de Aparecida, localizado na cidade de Aparecida, interior do Estado de São Paulo. Maria foi proclamada Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha do Brasil, em 16 de julho de 1930 pelo papa Pio XI. O Brasil rende-se ao amor incondicional da “Mãe negra” no dia 12 de outubro, data que marcou, em 1980, a proclamação de feriado e consagração do Santuário Nacional de Aparecida pelo Papa João Paulo II. Portal Nossa Sagrada Família: http://www. nossasagradafamilia.com.br/conteudo/historia-denossa-senhora-aparecida.html

A poderosa devoção a Nossa Senhora Aparecida No chamado prólogo do Evangelho de São João, o apóstolo amado faz a seguinte afirmação acerca dos seguidores de Cristo: “Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus” (Jo 1, 12-13). Nestas palavras acertadas do evangelista, alguns teólogos viram, com razão, o fundamento para a fé na virgindade perpétua de Maria e na sua imaculada conceição. De fato, Jesus, o primogênito de Deus, não nasceu do sangue de Maria, nem da vontade de sua carne, mas sim de um desígnio todo espiritual da vontade salvífica de Deus. A piedade popular, “verdadeira expressão da atividade missionária espontânea do povo de Deus”, soube acolher esses privilégios de Nossa Senhora, celebrando-os, ao longo da história da Igreja, de modos variados e singelos.

No Brasil, isso se torna particularmente evidente no belíssimo testemunho dos romeiros de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, título concedido à pequena imagem milagrosa da Virgem Maria, cujo tricentenário de sua descoberta por três simples pescadores, em 1717, comemora-se neste ano. Com essa santa devoção, os brasileiros exprimem a sua total confiança na intercessão da Virgem Santíssima, de quem o povo desta terra é especial devedor. A devoção à Mãe Aparecida é genuinamente popular. Ela não se origina em uma aparição mística de Maria, como em Lourdes ou em Fátima, mas do amor e da confiança filial de pobres devotos. Como se expressou o papa São João Paulo II na sua primeira visita ao Brasil, “os templos materiais aqui erguidos são sempre obra e símbolo da fé do povo brasileiro e do seu amor para com a Santíssima Virgem”. Não se trata de uma demonstração ostentosa de poder; trata-se, antes, de uma resposta ao auxílio perpétuo da Virgem Maria a esta nação. E é desse testemunho de fidelidade que se pode colher a mensagem de Nossa Senhora ao Brasil. Embora ela não tenha se manifestado por meio de uma visão mística, manifestou-se, porém, nos inúmeros favores que há 300 anos ela concede aos seus filhos brasileiros. Isso exige, por sua vez, uma atitude de conversão e de penitência, como nas outras devoções marianas. Em Fátima ou em Aparecida, o papel da Virgem Maria na Igreja sempre será o de cooperadora na salvação dos homens; ela “nos aponta as vias da Salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora”. A Igreja sempre entendeu a piedade popular como “uma certa sede de Deus, que somente os pobres e os simples podem experimentar”. Aí está a razão de a Virgem Santíssima apresentar-se no Brasil por meio da imagem que hoje veneramos. Ela quis despertar no peito do próprio camponês essa sede mais intensa, essa consciência de que, sem a presença de Cristo em nossas vidas, nada podemos fazer, senão pecar e destruir. Nossa Senhora da Conceição Aparecida é um farol luminoso sobre a altíssima vocação do povo brasileiro: a vocação à santidade.

Milagre da Mãe Aparecida Ela tinha 32 anos e uma filha de dois quando começou a sentir dor e sangrar e procurou a ginecologista. O médico anterior já havia dito que ela nunca mais poderia ter filhos, pois seu útero estava “rendado”, seja lá o que isso quer dizer. A doutora avaliou a paciente, realizou uma curetagem, tipo de biópsia bastante invasiva em que se raspa o colo do útero, diagnosticou um mioma e a encaminhou para a cirurgia. Sua mãe ponderou que ela deveria ir ver o médico da família para pegar uma segunda opinião. Assim o fez. E após uma breve conversa e um exame de sangue, veio a notícia: estava grávida de novo! Alegria e medo se misturaram. Seu sonho de ser mãe novamente estava comprometido por aquela raspagem que poderia trazer complicações durante a gestação e ainda o risco de que o bebê não sobrevivesse ou viesse a nascer com sequelas. “Valha-me, Nossa Senhora Aparecida! Abençoa meu bebê, cubra-o com seu manto de luz e de amor. Toma-o

Com efeito, não podemos deixar de mencionar os inúmeros perigos que rondam a fé do povo brasileiro e põem em xeque essa sua vocação à santidade. De muitos modos, o inimigo de Jesus e de Maria procura falsear a genuína fé católica, promovendo sincretismos nocivos, que descaracterizam o verdadeiro culto mariano. Ao mesmo tempo, o avanço agressivo das seitas procura afugentar os fiéis do colo de Maria, conduzindo-os a uma falsa teologia da prosperidade, que barateia o Evangelho de Cristo com promessas de bem-estar econômico. Foi pensando nisso que São João Paulo II chamou a atenção dos bispos para protegerem a piedade popular dos brasileiro: “Estou certo de que os Pastores da Igreja saberão respeitar esse traço peculiar, cultivá-lo e ajudá-lo a encontrar a melhor expressão, a fim de realizar o lema: chegar ‘a Jesus por Maria’”. Desde o início da devoção à Mãe Aparecida, o traço característico mais marcante dos romeiros era a recitação conjunta do rosário. Do mais simples ao mais nobre, todos se curvavam perante a imperatriz do Brasil para rezar piedosamente o Santo Terço. Nas aparições em Lourdes e em Fátima, por sua vez, é justamente a récita diária do Rosário a oração recomendada pela Virgem aos pequenos videntes. Percebe-se, portanto, o quão necessária é essa oração tradicional para a conversão das almas. Nossa Senhora não insistiria tanto neste ponto se não fosse algo de especial importância. Nesta ocasião dos 300 anos, temos de repetir a súplica do papa São João Paulo II: “Quem dera renascesse o belo costume – outrora tão difundido, hoje ainda presente em algumas famílias brasileiras – da reza do terço em família”. Ninguém pode negar o estado de calamidade no qual se encontra o Brasil. É chegada a hora, destarte, de voltarmos nossos olhares para a Senhora Aparecida e suplicarmos a tão urgente conversão de nosso país. Ela também deseja que seu Coração Imaculado triunfe nestas terras de Santa Cruz! Por Equipe Christo Nihil Praeponere, em 19 de janeiro de 2017. Publicado em https://pt.aleteia.org/2017/01/19/apoderosa-devocao-a-nossa-senhora-aparecida Imagem: goo.gl/nCAHbt

por seu afilhado e protegido. Entrego-o a ti, minha Mãe”. Foram tensos e longos nove meses de ansiedade e apreensão. E nasceu uma menina. Parto cesárea, pesando três quilos e meio e medindo 52 centímetros. Chorona e saudável. “Nossa Senhora Aparecida, esta é a sua afilhada. E será batizada no Santuário que leva o seu nome, na sua casa”. Um ano depois, a família saiu do Norte de Minas e viajou cerca de 900 quilômetros até Aparecida, em São Paulo, para que a pequena fosse apresentada à comunidade católica, acolhida na casa da sua madrinha. E há quase 33 anos, elas caminham juntas, protegida e protetora, amigas inseparáveis, confidentes, companheiras. Minha Senhora Aparecida, obrigada por ter me tomado para si. Obrigada por nunca me desamparar, por não me deixar sem respostas. Obrigada, querida Mãe, por ter feito de mim um milagre. Débora Drumond, jornalista


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Os quatro pilares da reforma luterana Para a teologia luterana, a Igreja de Deus precisa ser sustentada por pilares fortes. Para os luteranos, a expressão “os quatro pilares da Reforma” é bem conhecida. Eles são: Graça, Fé, Escritura e Cristo. São esses pilares que sustentam a Igreja. Sem eles a Igreja Cristã desmorona, fracassa e acaba em ruínas.

Imagem: goo.gl/1waCPf

ter o título de Doutor em Teologia. Imagem: goo.gl/eivHPp

SOLUS CHRISTUS! Jesus é o único Salvador. Não há outros mediadores entre Deus e o seu povo. Todos nós somos humildes servos a serviço do Salvador. Somente Cristo, o Salvador. Este é o quarto pilar da Reforma. “Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co 3.11). Toda a interpretação da Sagrada Escritura, todas as tradições e ensinamentos da Igreja precisam passar pelo crivo do evangelho de Cristo: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos” (1 Timóteo 2. 5-6).

Somos salvos unicamente pela graça de Deus: “Pela graça sois salvos mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). Reconhecemos que somos totalmente dependentes da graça, da bondade e da misericórdia de Deus. Não temos mérito nenhum diante de Deus. Por isso: SOLA GRATIA! É este um dos quatro pilares que sustentam a Igreja de Cristo. Ter confiança em Deus é o mesmo que ter fé. Portanto, a fé é mais um dos quatro pilares que sustentam a Igreja. SOLA FIDE! “O justo viverá por fé” (Rm 1.17). Fé é colocar-se com toda a confiança nas mãos graciosas de Deus. É proceder como uma criança que se joga nos braços da querida mãe ou do querido pai, com a certeza de que será amparada com amor e com cuidado. Salvação pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo. SOLA SCRIPTURA! “Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus” (Mateus

4.4). Na Igreja Cristã o ensino deve ter um lugar especial. E a Escritura está acima de tudo: acima da tradição, das leis humanas, das decisões e da estrutura da Igreja. Este é o terceiro pilar que sustenta a Igreja. A Sagrada Escritura precisa ser aprendida para poder ser ensinada. Não é de um dia para outro que alguém pode tornar-se “mestre” da Escritura. Lutero foi exemplo de disposição para aprender, até os últimos dias de sua vida, apesar de

Você pode encontrar mais informações sobre a Igreja Luterana no site www.luteranos.com.br ou então ouvir a nossa rádio web Luteranos-UAI na internet: www.luteranosuai.com Estamos na Rua Dona Salvadora, 37, no Bairro Serra, em Belo Horizonte. Pastor Nilton Giese, Igreja Luterana

1º de outubro: Dia de Santa Teresinha do Menino Jesus Imagem: goo.gl/AJzRBN

Santa Teresinha pode ser considerada uma mística para o nosso tempo. Os místicos são aqueles que foram capazes de enxergar em meio à escuridão de densas trevas e conseguiram ouvir quando estavam mergulhados no mais profundo silêncio. Eles fizeram a experiência de Deus em situações de invernos existenciais, quando suas mentes estiveram povoadas pela sensação de impotência e absoluto abandono. Trajetória espiritual que nada tem a ver com visão luminosa, paz idílica, como se convencionou a entender a experiência de Deus. Pelo contrário, ela se estrutura na confiança que brota de situações-limites, numa decisão que desafia toda dúvida. Por isso, os místicos são os irmãos mais

próximos dos que não creem, porque atravessam as trevas da não crença. É tocante o testemunho de Madre Teresa de Calcutá: “Dizem que a pena eterna que sofrem as almas no inferno é a perda de Deus... Em minha alma eu experimento precisamente esta terrível pena da perda, de Deus que não me quer, de Deus que não é Deus, de Deus que na realidade não existe. Jesus, te rogo, perdoa minha blasfêmia.” E ainda: “Não posso dizer-lhe o mal que senti outro dia; houve um momento no qual por pouco rejeitei aceitar. Então tomei decididamente o rosário e o rezei lentamente e com calma, sem meditar nem pensar em nada.” Relatos como este nos atestam que os místicos são os evangelizadores ideais do mundo de hoje. A fé de Santa Teresinha foi forjada no fogo. Em História de uma alma ela apresenta o drama que marcou grande parte de sua vida. Vítima de tuberculose pulmonar, ela morreu aos 24 anos sentindo o vestígio do mais completo niilismo: “Isto já não é um véu para mim, é um muro que se levanta até os céus e cobre o firmamento estrelado... Quando canto a felicidade do céu, a eterna posse do céu, não experimento alegria nenhuma, porque canto simplesmente o que quero crer... Deus permitiu que minha alma se visse invadida pelas mais densas trevas

e que o pensamento do céu, tão doce para mim, fosse mais um motivo de combate, de tormento... Parece-me que as trevas, apropriando-se da voz dos pecadores, me dizem, burlando de mim: Sonhas com a luz, com uma pátria aromatizada com os mais suaves perfumes? Sonhas com a posse eterna do Criador de todas essas maravilhas? Crês poder sair um dia das brumas que te rodeiam? Adiante! Aproveite a morte, que te dará não o que esperas mas uma noite mais profunda ainda, a noite do nada”. Este é o contexto em que se configurou a espiritualidade de Santa Teresinha. Por isso ela torna-se solidária com aqueles que suportam a solidão e sentem a ausência de Deus. Sua mística recorda aos ateus que eles não estão longe do Reino de Deus. Bastar-lhes-ia um passo para se encontrarem ao lado dos místicos, passando do nada ao tudo. Segundo Dom Eusébio Oscar Scheid, ela é o modelo da autêntica experiência de Deus: sem exageros, fenômenos extraordinários, sem fugas ou temores. Enfim, Santa Teresinha representa uma irônica provocação para aqueles que têm certezas demais e uma fé que desconhece crises. Frei Lázaro de Freitas, OFMCap

1º de outubro: Dia do Idoso O tempo traz sofrimentos do corpo e, às vezes, desamparo social e familiar. A fase da vida que devia ser de gozo e descanso, por tudo aquilo conquistado com o passar dos anos, torna-se um período difícil. Os jovens que esperam chegar à velhice alimentam o medo do abandono e temem a depressão como companhia. A modernidade nos dá a sensação de que o tempo está mais acelerado. Vivemos para trabalhar, pensando em adquirir bens, e deixamos de lado os laços e sentimentos que o dinheiro não pode comprar.

sensação de que esse estágio se aproxima do fim e, com isso, os padrões de estética estabelecidos pela sociedade não serão mais alcançados dão ideia de que o declínio começa na velhice.

relógio, cada um tem a sua temporalidade. É preciso buscar equilíbrio, porque temos, ao longo da vida, aquisições e perdas. E em cada crise que enfrentamos temos limitações.

As revoluções da modernidade trouxeram comportamentos e atitudes de independência. E isso é bom, para aqueles que sabem lidar. Porém, o sentimento de não depender do outro evidencia o enfraquecimento dos laços, em especial com os familiares. Mas o envelhecimento precisa ser encarado de forma saudável, sem receios e preconceitos. Cada um tem o seu próprio

Jovens ou velhos, precisamos exercitar a busca daquilo que precisamos e nos realizar. A idade não pode ser sinônimo de inércia e passividade. Um dos segredos da longevidade é buscar explorar o que quisermos. Tudo é possível! Porque o envelhecimento nada mais é do que o estado da alma. O pensamento de finitude deve dar lugar ao desejo de viver.

Aqueles que nos ensinaram a falar e a dar os primeiros passos ficaram no passado. Na atualidade, não há mais tempo para se pensar Imagem: Foto da ONU / Eskinder Debebe em passado. Esse modelo de sociedade capitalista explora o vigor do homem na sua juventude e o descarta na velhice, para não colocar em risco sua produção. Aquele que era fonte de lucro torna-se inútil, sem valor. Deixado de lado, o idoso limita-se ao espaço que a sociedade o empurra. E a nossa cultura alimenta esse desprezo, de sentir-se destituído dos seus papéis sociais e esvaziado em seus aposentos. A juventude é exaltada como a fase de conquistas e aventuras. A

“Talvez eu venha a envelhecer rápido demais, mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena. Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida, mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei. Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais, mas jamais irei me considerar um derrotado” (Aristóteles Onassis). Renilson Leite, Jornalista


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Festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e São Francisco de Assis Imagens: goo.gl/LeUhtG e goo.gl/1DfrwK

Dia 1/10 - domingo - 4º dia da novena 7h - Missa 9h - Missa 10h30 - Bênção das Criaturas 18h15 - Terço 19h - Missa Participação: Pastoral da Misericórdia Apresentação do grupo de Moçambique Dia 2 - segunda-feira - 5º dia da novena 7h30 - Missa 18h15 - Terço 19h - Missa Participação: Colégio São Francisco de Assis Dia 3/10 - terça-feira - 6º dia da novena 7h30 - Missa 18h15 - Terço 19h - Celebração do Trânsito de S. Francisco Participação: Ordem Franciscana Secular Dia 4/10 - quarta-feira - 7º dia da novena 7h30 - Missa

18h15 - Terço 19h - Missa - Festa de São Francisco de Assis Participação: Frades Capuchinhos Dia 5/10 - quinta-feira - 8º dia da novena 7h30 - Missa 18h15 - Terço

19h - Missa Sertaneja Participação: Pastoral do Dízimo Dia 6/10 - sexta-feira - Último dia da novena 7h30 - Missa 18h15 - Terço 19h - Missa Afro Participação: Comunidades São Judas e São Rafael Dia 7/10 - sábado - Festa da Padroeira 7h30 - Missa 8h30 - Terço - Vicentinos 9h30 - Terço - ECC 10h30 - Terço - Pastoral da Misericórdia 11h30 - Terço - Terço dos Homens 12h - Súplica 18h15 - Terço 19h - Missa Solene - Procissão Participação: Comunidade da Matriz e Coral Dia 8/10 - domingo 18h15 - Terço 19h - Missa Participação: ECC, Pastoral dos Noivos e Batismo Funcionamento de barraquinhas nos dias 7 e 8/10 (sábado e domingo)

Festa jubilar de Nossa Senhora Aparecida Comunidade Nossa Senhora Aparecida - Esplanada Rua Violeta, 555

Imagem: goo.gl/SfojE8

9/10 - segunda-feira Lema: “Senhora Aparecida: das águas aos sinais da misericórdia” 18h - Adoração ao Santíssimo 19h - Missa dos 300 anos Barraquinha do dia: Setor São Paulo e São Cristóvão Oferta do dia: arroz 10/10 - terça-feira Lema: “Senhora Aparecida: das águas ao nosso coração” 18h - Oração do terço jubilar 19h - Missa dos 300 Anos (Memória de todos os colaboradores falecidos de nossa comunidade) Barraquinha: Setor São Francisco e Santa Rita Oferta do dia: óleo 11/10 - quarta-feira Lema: “Senhora Aparecida: das águas ao acolhimento no amor” 18h - Oração do terço jubilar

19h - Missa dos 300 Anos e bênção do Santíssimo Barraquinha: Setor Nossa Senhora da Esperança e Santa Clara Oferta do dia: café moído 12/10 - quinta-feira Lema: “Senhora Aparecida: 300 anos de bênçãos e de graças” 6h - Alvorada 7h - Terço e consagração - Setores Santa Clara e São Paulo 8h - Terço e consagração - Setor São Francisco 9h - Missa das crianças 10h - Carreata com a Imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas ruas de nossa Paróquia 12h - Súplica e coroação a Nossa Senhora Aparecida 14h - Terço e consagração - Setor São Cristóvão 15h - Terço e consagração - Setor Nossa Senhora da Esperança e Santa Rita

Festa de São Judas Tadeu

Comunidade São Judas Tadeu - Pompeia Rua Iara, 727

Novena de São Judas Tadeu às 19h30 na casa das famílias da comunidade 25/10 - quarta-feira - 1º Dia do Tríduo 19h30 - Missa Participação das comunidades São Rafael e Nossa Senhora Aparecida 26/10 - quinta-feira - 2º Dia do Tríduo 19h30 - Missa Participação da comunidade Nossa Senhora da Abadia 27/10 - sexta-feira - 3º Dia do Tríduo 19h30 - Missa Participação da comunidade Nossa Senhora do Rosário de Pompeia 28 de outubro - Dia de São Judas Tadeu 8h - Missa e bênção dos objetos 12h - Súplica e bênção dos objetos e veículos 15h - Missa 19h30 - Missa solene e procissão

Comunidade São Judas Tadeu, Conselho Pastoral Comunitário e frades Capuchinhos

Imagem: goo.gl/h5n4p9


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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | OUTUBRO DE 2017

PASTORAL DO DÍZIMO

Ser dizimista, eis a missão... Ser batizado é trazer como marca o espírito missionário. O verdadeiro missionário é aquele que partilha não somente a fé, mas devolve o dízimo, pois ele é um dos modos pelo qual nós, cristãos, manifestamos a nossa gratidão a Deus. Dízimo é força comunitária, é compromisso com a vida, é testemunho de fé que se traduz na partilha consciente e livre. É por meio dessa partilha que colaboramos com a nossa comunidade e a nossa paróquia na promoção humana, formação de lideranças, metodologias modernas na evangelização e catequese, liturgia, enfim para tudo o que contribui no crescimento do Reino de Deus. Se você é dizimista, continue com a sua partilha generosa. Se não o é, consulte o seu coração, pois o Dízimo é um desafio de fé; portanto, é uma devolução espontânea, comunitária, alegre e generosa. Saiba que

“o dízimo que temos é o espelho da comunidade que somos”. Convidamos você a fazer parte da família dos dizimistas. Damos as boas-vindas aos novos dizimistas da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia: Ellan Rodrigo das Dores Elzita Lopes Jandira Cleto da Luz Campos Jane Lisboa da Silva Luiz Salatiel Maria dos Anjos Semil Xavier Maria Senin Castro Neide Cerqueira Alves Silva Rosemeire Maria Toledo Rosimeire Cordeiro dos Santos Francisco

Dica de Leitura

“Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil” é um livro escrito por Thiago Benadiel Shala. O autor fala da participação de Nossa Senhora na vida do povo brasileiro, que é marcada por sinais determinantes e inconfundíveis, pois seus incontáveis e maravilhosos milagres nos mostram uma mãe que jamais abandona seus filhos à própria sorte. Essa obra não pretende focalizar o fenômeno religioso que surgiu das águas do Paraíba e sim mostrar como os dons preciosos da providência de Deus agem na vida humana para despertar a fé e abrir os corações e mentes.

Cruzadinha | Para colorir

Cozinha Fácil

Torta de paçoca

Ingredientes • 200g de biscoito de amendoim • 10 unidades de paçoca • 120g de manteiga derretida • 2 latas de leite condensado • ½ xícara de pasta de amendoim • ½ xícara de creme de leite Modo de fazer No processador, bata os biscoitos até formar uma farofa. Adicione três paçocas e a manteiga derretida e processe por mais 1 minuto. Disponha em uma forma redonda de fundo removível, cobrindo o fundo e a borda, e asse em forno preaquecido a 200 graus por 5 minutos. Reserve para esfriar. Em uma panela, adicione o leite condensado e a pasta de amendoim. Leve ao fogo baixo, mexendo sempre até começar a desgrudar do fundo da panela. Junte o creme de leite e siga mexendo até começar a desgrudar do fundo da panela novamente. Reserve. Disponha o creme de amendoim na base de biscoito e cubra com a paçoca. Leve para a refrigeração por pelo menos três horas.


JORNAL

O Rosário

INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SRA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FREIS CAPUCHINHOS | OUTUBRO DE 2017

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ágina Franciscana

A vida descoberta de Francisco de Assis Imagem: goo.gl/pYHt1P

Uma grande surpresa no universo franciscano veio à luz no final de 2014: um manuscrito medieval que narra mais uma vez “a vida de nosso bem-aventurado Pai Francisco”. Jacques Dalarum, historiador medievalista francês atribui o texto a Tomás de Celano (1200-1265), autor da Vida Primeira e Vida Segunda, que se destacam entre dezenas de biografias consagradas ao Povorello na época medieval. O curioso texto foi encontrado dentro de pequeno manuscrito e é uma importante descoberta em matéria de manuscritos medievais. Para Dalarum “certamente foi copiado na década de 1230 nas proximidades de Assis, para uso de um frade menor. Amarrotado, vincado, escurecido, manchado, ele não parece grande coisa e serve bem à imagem de simplicidade e pobreza franciscanas. Mas ele guarda um tesouro de textos desconhecidos” (p. 14). Jacques Dalarum, ao analisar a primeira página do manuscrito, concluiu que “não restava dúvida de que estava diante de um profundo remanejamento da primeira Vida do bem-aventurado Francisco, resumida por seu autor, Tomás de Celano, a partir de um pedido de Frei Elias, então ministro geral” (p. 13). A ideia de que o corpus das Legendas Franciscanas estava completo e que o tempo das descobertas havia acabado deixa de ser a ideia mais aceita após esse achado. A Vida Descoberta de Francisco de Assis, pelos detalhes que revela, lança luzes sobre a tão disputada genealogia das legendas e o debate secular da “questão franciscana”. O manuscrito é mais longo que outras legendas franciscanas, como a Vida de São Francisco, de Juliano de Espira, a Legenda Menor, de Boaventura de Bagnoregio, e a Legenda dos Três Companheiros, a qual influenciou. Celano, ao escrever a Vida Segunda, estava escrevendo a terceira redação da Vida de Francisco. Diante desses detalhes, a pergunta que mais fizeram a Jacques Dalarum é: que esta Vida acrescenta a nosso conhecimento sobre Francisco de Assis? A resposta não é simples, ele diz: “temo decepcionar os amantes do sensacionalismo e os adeptos da teoria da conspiração. Francisco de Assis não era um cripto-herético, nem um rebelde da Igreja romana, e frei Elias não furou os pés e as mãos de seu cadáver para simular a posteriori os estigmas. Aos sensatos, porém, eu gostaria de tentar responder o mais precisamente possível, sem sobrevalorizar ou subvalorizar o alcance da descoberta” (p. 21). Em suma, o manuscrito é um resumo, escrito entre 1232 a 1239, da Vida Primeira, considerada longa demais pelos contemporâneos, mas não só: são adicionados novos elementos e fica evidente que a reflexão do autor também se aprofundou ao longo do tempo, pois, especialmente sobre as questões da pobreza e do amor pelas criaturas, há alguns outros pontos novos. Ele se aprofundou no tema da fraternidade com toda a criação, marcando o texto com um discurso anti-identitário. Somos diferentes, mas irmãos, porque todos descendem da paternidade do Criador. Por isso não é correto afirmar que “Francisco amava a natureza”: é um conceito pagão. Francisco amava os seus irmãos homens e animais, por serem filhos de um mesmo Criador. Para concluir, o texto A Vida Descoberta de Francisco de Assis é composto de um Prólogo (p. 33); uma sequência de nove Leituras (p. 35-47), após essa sequência segue o texto começando com o envio dos irmãos, dois a dois (p. 48-100); e por fim a descrição dos milagres (p. 101-133). Nas palavras de Celano, finalizados “pois a quantidade de milagres a serem escritos nos impõe o silêncio” (p. 133). Frei Adriano Cézar de Oliveira, OFM

Colégio São Francisco de Assis Belo Horizonte, 14 de setembro de 2017. Queridos alunos, professores e colaboradores do Colégio São Francisco, familiares de nossos alunos, comunidade escolar, pessoas de vários lugares que querem tanto bem a esta escola, Paz e bem! No último dia 11 de setembro, enviamos uma breve comunicação às famílias de nossos alunos, na qual convidávamos para um encontro na noite do dia 12. Naquele mesmo dia 11, no fim da tarde, nos encontrávamos com nossos colaboradores, com intenção de lhes falar sobre o mesmo assunto, neste momento já conhecido por todos: a mudança de mantença da escola, a partir de 2018. O assunto teve rápida repercussão, com as ambiguidades que frequentemente se verificam nessas situações. Por isso, com intenção de noticiar oficialmente e de prestar esclarecimentos, escrevo-lhes esta circular. A primeira palavra a ser dita se refere à motivação dessa mudança. Reduzir o processo que nos conduziu até aqui aos termos de uma simples transação comercial seria injusto. Desde a reassumência do colégio pelos Frades Capuchinhos, há 11 anos, nossa preocupação tem sido a manutenção dos serviços prestados pelo colégio, com aprimoramento de sua proposta pedagógica. Ainda que, para isso, em vários momentos, renunciássemos aos rendimentos financeiros que adviessem desse investimento. Por outro lado, o equilíbrio da gestão econômica da escola, ao longo desse tempo, mostrou-se frágil. E isso foi dito às famílias em diversos momentos, inclusive naquelas ocasiões em que pedidos de gratuidades ou descontos não foram atendidos porque extrapolavam nossa capacidade. Por tudo isso, nossa sustentabilidade institucional a médio prazo se tornou preocupação irrenunciável. Não é verdade que “o colégio faliu”, como foi noticiado por alguns. Mas é verdade os investimentos necessários para os próximos anos estariam para além de nossas possibilidades atuais. E uma decisão estratégica quanto à sustentabilidade futura da escola precisava ser tomada agora. Ao longo desse tempo de discernimento, nunca cogitamos o simples fechamento da escola. Os frades têm convicção do quanto o Colégio São Francisco de Assis é importante para esta comunidade, de sua contribuição ao longo da história dos frades e do nosso povo, bem como do papel insubstituível desta escola na formação de nossos jovens e no acolhimento de suas famílias. Além, é claro, do respeito que temos pelo trabalho dos profissionais que têm dedicado sua vida e suas esperanças aos ideais desta casa. Por isso, a decisão que nos pareceu mais adequada foi a busca de um parceiro para transferência de mantença do colégio, até então confiada ao Instituto Social Frei Gabriel, de responsabilidade dos próprios frades. Esse parceiro deveria primar por valores semelhantes aos nossos: preferencialmente uma instituição religiosa e sem fins lucrativos, que se comprometesse com a excelência em educação e com uma formação humana ampla, que mantivesse os programas de filantropia certificados pelo CEBAS, que não tivesse expectativa de mensalidades muito diferentes das nossas... enfim, que preservasse, além de nossa história, aquelas características que nos fazem amar o Colégio São Francisco de Assis. Essa busca nos conduziu à Congregação de São João Batista (Irmãs Batistinas), mantenedoras do Colégio Nossa Senhora das Dores, que aceitaram a parceria. A tomada dessa decisão implica ajustar a um outro rumo a gestão do colégio, daqui até dezembro. Para que nenhuma mudança seja abrupta, mas permita conhecimento recíproco e adaptações, foi constituída uma comissão conjunta, composta pela diretoria e pelas coordenações das duas escolas. Essa comissão, que se encontrou pela primeira vez na manhã de ontem, se reunirá semanalmente para delinear as propostas pedagógicas e institucionais, enquanto a mim caberá a direção executiva da escola durante este período. No diálogo com nossos colaboradores, as Irmãs Batistinas e nós expressamos a disposição em preservar, no quadro de funcionários do colégio, aqueles que assim o desejarem, de acordo com as necessidades da escola no próximo ano. Temos bons profissionais, alguns declaradamente apaixonados pelo Colégio São Francisco e muito queridos pelos alunos. Com todos eles, pretendemos manter a política de respeito e de preservação dos direitos legais, com clareza e honestidade. Para isso, estamos sendo bem assessorados. É certo que o momento lança muitas incertezas e semeia muitas inseguranças. Há muitas perguntas ainda sem resposta, às quais já estamos nos dedicando. Peço, respeitosamente, que essas dúvidas não se transformem em certezas infundadas e que a inquietação não dê lugar à proliferação de discursos de ódio. Comprometo-me a publicar informações já solicitadas (situação dos sindicatos, valor de mensalidades, política de bolsas e descontos, uniformes, material didático e tantos outros assuntos) o quanto antes, tão logo as decisões sejam tomadas pelas instâncias devidas. E, desde hoje, minha agenda de atendimento às famílias ou aos colaboradores se encontra à disposição na recepção da escola. Permaneço à disposição e, insisto, este é o começo do diálogo. Fraternalmente, Frei João Ferreira Júnior Diretor do Colégio São Francisco de Assis


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