Março de 2018

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PASTORAL DA PESSOA IDOSA



O alcoólico bebe, a família fica tonta... e ele diz “não é da sua conta!”


19 DE MARÇO: DIA DE SÃO JOSÉ



PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | MARÇO DE 2018

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A mulher e São Francisco

cosmovisão de Francisco, nascida mais da intuição do que de um sistema filosófico, captava todos os problemas que afligissem o homem, e tentava oferecer pistas que ajudassem sua superação. Nesta nossa análise cabe perfeitamente algo sobre sua visão a respeito da mulher, cuja posição, na Idade Média, é conhecida. Aliás, a posição da mulher era tributária de toda uma tradição, herdada pelo cris anismo do judaísmo, onde a mulher desempenhava uma função inteiramente secundária e dependente, a ponto de se duvidar de sua igualdade, como ser humano, com o homem. Até nomes famosos da própria teologia tentavam teses em que ficaria provada a inferioridade feminina à masculina. Na consulta ao Evangelho, de onde nasciam suas intuições, [Francisco] deu-se conta do papel de Nossa Senhora. Impregnado das realidades do Evangelho, ele salva a mulher, tanto da sofis cação do idealismo, quanto das mitologias do

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ero smo. Se Francisco sacrifica no altar da Dama Pobreza as alegorias graciosas do amor cortês, tal dama jamais empana a realidade feminina de Clara de Assis e de Jacoba de Se esoli. Por sua maneira de comportar-se frente à mulher, descobrimos o sólido realismo em que se inspira… Uma mostra de que se esforçou para que a mulher recuperasse seu lugar e, sobretudo, tomasse consciência de que nha um lugar ao sol, foi a formação que intentou transmi r à Santa Clara. Segundo os desejos dela, a presença de Francisco no Mosteiro de São Damião seria muito frequente, mas ele espaçava as visitas, obrigando Clara a tomar as decisões, pois afinal era ela a abadessa do mosteiro e, portanto, capaz de decidir livremente. Cortava tudo quanto alimentasse dependências, o que é notável numa época em que o Direito Canônico e os usos eclesiás cos tornavam a mulher completamente dependente, em todos os momentos e circunstâncias, da parte masculina. Tão bem aprendeu Clara a lição que, um dia, quando o papa a quis dissuadir de abraçar a pobreza radical e a quis mi gar, ela, com humildade, mas com coragem e decisão também, reagiu energicamente. Outra mulher que Francisco admi u no círculo de suas amizades foi a nobre romana Jacoba que, em atenção ao seu espírito forte e equilibrado, ele a chamava de “frei” Jacoba. Na úl ma hora de sua vida, quando todos os desejos do mundo iam silenciando, ainda se permi u um desejo terreno: ver Jacoba e comer os bolinhos de amêndoas, como só ela sabia fazer. Conhecia e apreciava as amizades serenas, não na acolhida do ingênuo ou do mís co neuró co, mas no conhecimento pleno de quem conhece a vida. É a ternura que não foi sufocada no homem austero e que o acompanha até as portas da morte. Dentre as notas que compõem a riqueza do termo franciscanismo, fica em destaque, sem dúvida, a do respeito e do reconhecimento do papel da mulher, o que se reflete, igualmente, na maneira como a Teologia Franciscana vai enfocar Nossa Senhora, ao lado de Cristo, na realização do plano de Deus. Frei Hugo Baggio, OFM Adaptado de h p://www.franciscanos.org.br/?p=15663

Um simples frade que reza

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o dia 17 de março, o papa Francisco fará a visita pastoral à Pietrelcina e San Giovani Rotondo, ambas na Itália, por ocasião do centenário da aparição dos es gmas e no quinquagésimo ano da páscoa do capuchinho São Frei Pio. Caso não se recorde, o santo frei Pio foi indicado como modelo de misericórdia para todos os confessores durante o Jubileu da Misericórdia, celebrado recentemente. Na abertura do Jubileu, inclusive, o papa Francisco havia exposto no Va cano, para veneração dos fieis, os restos mortais de São Pio e São Leopoldo Mandic, dois ícones dos confessionários, dois frades capuchinhos do século XX que foram modelos de misericórdia e compaixão. Em relação ao São Frei Pio, dentre os diversos devocionários dedicados a este santo capuchinho, alguns trazem uma frase atribuída a ele: “Eu quero ser um simples frade que reza”. É neste ponto que quero chegar neste texto, a oração. A oração é um impulso afe vo em correspondência com o sagrado. Por isso, não está restrita às fórmulas e mecanismos u lizados para rezar. Na frase de Frei Pio, o frade que reza, ou ampliando a experiência do orante, a pessoa que reza, o faz com a intenção de estar conectado com algo que para si é mistério. Na perspec va de uma conexão estabelecida, a oração se torna uma relação com as pessoas no mundo. Frei Pio, um simples frade que reza, não reza por si próprio, mas por aqueles que lhe estão próximos, como nos provoca o Evangelho (Lc 10,27). Não obstante, a oração transforma o sujeito

orante na medida de sua abnegação. De fato, não será Deus que mudará por causa de nossas orações. Deus é o que era, o que é e o que vem. Somos nós, ao contrário, que nos mudamos interiormente por meio da oração. A oração afe va de frei Pio era tão cheia de amor que na sua in midade, os es gmas sagrados manifestaram-se na carne, assim como conhecemos da experiência mís ca de São Francisco. Que fique claro, porém, que não carecemos destas par cularidades para encontrar na oração o fermento que nos alimenta na comunhão com Deus. E exatamente para alimentarmo-nos da comunhão com Deus é que no tempo quaresmal a Igreja nos aconselha a prá ca da oração, jejum e caridade. Das três, sem a mís ca da oração, de nada valem. O jejum sem oração torna-se dieta; vaidade alimentar. A caridade sem a oração se converte em esmola; assistencialismo. A oração também, se não for afe va, se transforma em repe ção muitas vezes inconsciente. Estéril. Foi pensando na oração como uma experiência conjunta, que ao longo do século passado, alguns grupos de mulheres protestantes dos Estados Unidos e Canadá começaram a se reunir e programar experiências de oração com obje vo de cooperarem em a vidades missionárias. Desse episódio surgiu o Dia Mundial da Oração, hoje celebrado de forma ecumênica em centenas de países na primeira sexta-feira de março. Do mesmo modo, penso que o diálogo inter-religioso se tornou igualmente necessário para criarmos um ambiente sau-

dável e respeitoso entre as diferentes culturas e povos. E a oração, seja ecumênica ou dialógica entre as diversas denominações cristãs ou sistemas religiosos, pode oferecer a todos nós um caminho de encontro que faça do amor nosso princípio fundamental. Frei Warley, OFMCap

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | FEVEREIRO DE 2018

Especialista em Acupuntura pelo Conselho Federal de Odontologia Pós Graduação Lato Sensu em Acupuntura pela Medicina Tradicional Chinesa Fone: (31) 9 9959-1218


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