Fevereiro de 2018

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Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Edição de fevereiro de 2018

Carnaval brasileiro: o maior espetáculo da terra [página3]

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odo ser vivo é marcado pelo devir, pela mudança pela qual passam as coisas. Nesse movimento, nada permanece perene, senão Deus. Quanto a nós, somos seres em constante processo de mudança, de vida que move e se renova. Curiosamente, esse movimento que renova é caracterís co do mês de fevereiro, nome que vem do la m februarius. Este mês teve sua origem na mitologia etrusca com Februs, uma divindade que simbolizava a purificação e a renovação de vida. Durante este tempo, os etruscos realizavam sacri cios e rituais de purificação por meio de seu culto. Coincidência ou não, em nosso tempo, o mês é caracterizado pelas fes vidades carnavalescas e pela quaresma que a nossa religiosidade popular uniu como dois momentos do mesmo tempo fes vo. Afinal, todo carnaval termina em cinzas. Tempo favorável para nos renovarmos em Cristo. Em destaque, trouxemos dois textos que retratam as origens da quaresma e do carnaval. Na coluna da catequese permanente, Solange nos agracia com uma reflexão sobre os diversos nomes que Maria recebeu ao longo da história do catolicismo e

Quaresma é um tempo de amadurecimento espiritual [página3]

reforça que o povo de Deus, que a elegeu com tantos nomes, não cultua Maria, mas lhe admira e a tem como modelo de fidelidade ao discipulado de Jesus. Em solidariedade ao Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, trouxemos nesta edição um texto sobre o tema. O Alcoolismo é uma doença que a nge muitas pessoas, prejudicando o convívio e a paz no lar. Apresentamos o Al-Anom, uma associação que desempenha um papel social importante no combate à doença com seu programa de restruturação da vida. Por fim, na página franciscana, con nuamos a tratar da vocação laica e sua relação com o movimento franciscano, que foi iniciado na edição passada e agora recebe a reflexão de frei Joaquim. Ademais, nesta edição, despedimo-nos da boa companhia de nosso pároco e colaborador da Pascom, frei Lázaro, que seguirá para Poços de Caldas, para con nuar sua caminhada franciscana. Aliás, nós, Franciscanos Capuchinhos, celebramos 82 anos de presença em Minas Gerais. Louvado seja, meu Senhor! Frei Warley, OFMCap

Maria, mulher de muitos nomes

82 anos de presença capuchinha em Minas Gerais

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | FEVEREIRO DE 2018

AÇÃO DE GRAÇAS Convidamos você e sua família para celebrar conosco em Ação de Graças pelos 15 anos do Ministério Presbiterial do Frei Adilson Vaz Donderi e Frei Lázaro de Freitas. E pelos 82 anos de presença dos frades capuchinhos em Carmo do Paranaíba. Dia 8 de fevereiro de 2018, às 19h30, na Igreja São Francisco e Santa Clara de Assis, em Carmo Paranaíba/MG.

Matriz Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Horário: segunda, às 7h30; terça a sábado, às 7h30 e 19h; domingo, às 7h, 9h e 19h Endereço: rua Iara, 171 – Pompeia Capela São Judas Horário: domingo, às 19; e nos dias 28, às 8h e 20h Endereço: rua Iara, 727 – Pompeia Capela Nossa Senhora Aparecida Horário: sábado, às 18h; domingo, às 18h Endereço: rua Violeta, 555 – Esplanada Capela Nossa Senhora da Abadia Horário: sábado, às 17h; domingo, às 9h Endereço: praça da Abadia, s/n – Esplanada

Frei Lázaro, instrumento de paz, amor, caridade e fé

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rimeiramente, enfa zo que o nome Lázaro é uma bênção em toda a sua e mologia, porque é um nome bíblico que a par r do grego Eleázaros, o mesmo que Eleazar, nome originado no hebraico Elazar, por meio da união dos elementos El que significa “Deus, Senhor” e ézer, que quer dizer “socorro” e significa “Deus socorreu, Deus ajudou”, ou seja, simboliza alguém ajudado, abençoado ou glorificado pelo Senhor. É assim que inicio esta homenagem ao nosso querido Frei Lázaro, citando o significado de seu nome que além de Eleazar é também instrumento de paz, amor, caridade e de fé, e que abraçou o franciscanismo no seu modo de ver o mundo e as espiritualidades. De fato, Frei Lázaro foi uma pessoa muito importante para nossa comunidade, um verdadeiro presente de Deus. Um verdadeiro amigo de fé, e com seu jeito simples e humilde sempre nos fazia sorrir quando incluía algumas falas para talvez tornar mais dinâmica e interessante a celebração que presidia. Frei Lázaro é mais que um irmão amável, um companheiro solidário sempre atento, e que nos trouxe calor e luz com o brilho da sua presença, principalmente na Pascom, nos fazendo ver que não estávamos sozinhos. Com seu carisma espiritual e fraterno, o que dizer dos encontros da Pascom? Excepcionalmente, nosso úl mo com direito a um saboroso lanche. É, Frei Lázaro, sen remos falta desses encontros e, principalmente, dos relatos apontando que a nossa vida é muito mais que isso. E a sugestão de visita à Cachoeira de Ituí, em São João Nepomuceno, onde você também foi Pároco? Como você bem diz, “onde há uma belíssima queda d'água em meio à calma natureza”, o que nos faz acreditar que bênçãos acontecem em nossas vidas quando as buscamos com o coração e com a alma. Digo que há pessoas que passam por nossas vidas de formas diferentes, e que por alguma razão ficam por muito tempo e de maneira superficial, outras que com passagens rápidas deixam marcas profundas. Exclusivamente, no seu caso, queremos dizer que para nós o seu tempo foi bem curto. Sabemos que o sen mento de perda é uma dor que teimamos ignorar até o momento que aconteça, mas existem coisas que acontecem independentemente de nossa vontade. Essa é uma delas. A comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia agradece por esse tempo em que esteve conosco, pois as pessoas que você ca vou com sua amizade nunca esquecerão que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. É muito bom saber que você foi e será nosso grande amigo. Agradeço, par cularmente, de coração, a oportunidade de ter par cipado com você e com a Irmã Idê de visitas aos enfermos de nossa comunidade, bem como da par cipação de celebrações na Paróquia de São José em Nova Lima e nas Irmãs Sacramen nas de Nossa Senhora. Essas a vidades foram muito importantes para meu crescimento espiritual e fortalecimento na fé. Muito obrigada! Assim, pedimos para que Deus o mantenha abastecido de coragem e perseverança para ser sempre, em nossas vidas, fonte de luz e vida! Amém! Patrícia Machado Leal Pascom Pompeia

Capela Nossa Senhora dos Anjos Horário: domingo, às 10h30 Rua Raimundo Venâncio da Silva, 15 – Comunidade São Rafael - Pompeia Capela do Cemitério da Saudade Horário: segunda, às 8h

Segunda-feira, às 20h na Matriz.

Rua Cametá, 585 - Saudade

Pároco Frei Lázaro de Freitas, OFMCap

Jornalista responsável: Débora Drumond Diagramação e impressão: Gráfica do Gaúcho

Pastoral da Comunicação - Pascom Andréa Matos David Tierro Débora Drumond Douglas Lima Frei Warley Tomaz, OFMCap Madalena Loredo Patrícia Leal Renilson Leite

Endereço: Rua Iara, 171, Pompeia - Belo Horizonte/MG Telefone: (31) 3889 4980 Funcionamento da secretaria paroquial: de segunda a sexta, das 12h às 20h; e sábado das 8h às 12h. E-mail da Paróquia: paroquiapompeia54@yahoo.com.br E-mail da Pascom para sugestão de pautas: pascompompeiabh@gmail.com Facebook: www.facebook.com/paroquiapompeiabh


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | FEVEREIRO 2018

Imagem: Youtube

Carnaval brasileiro: o maior espetáculo da terra

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s origens do carnaval têm sido buscadas nas mais an gas celebrações da humanidade. Embora existam controvérsias, es ma-se que o carnaval tenha nascido no Egito há seis mil anos, e que seu surgimento esteja relacionado aos cultos agrários. Quando, durante o verão, as pessoas reuniam-se com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita, na esperança de uma safra fecunda. Mas teria sido a Grécia, durante o reinado de Pisistrato (605-527 AC), que tornou o carnaval uma festa oficial, onde, em sintonia com a mo vação originária, o carnaval era uma celebração de agradecimento aos deuses pela fer lidade do solo. Posteriormente, os gregos inseriram bebidas alcoólicas e prá cas sexuais em seus festejos de gra dão aos deuses. E, nesse formato, essa festa foi adotada pelo Império Romano. Na An ga Roma, o carnaval acontecia nas casas, ruas e praças durante sete dias, de 17 a 23 de dezembro. Período em que se organizavam cortejos marí mos,

em la m, currus navalis, daí teria derivado o vocábulo carnaval. Por isso, alguns e mólogos atribuem aos romanos a confecção do termo. Portanto, guardadas as proporções e as formas de manifestação, a festa mais an ga do mundo teria nascido no Egito, passado pela Grécia e chegado ao Império Romano. Com a expansão do cris anismo, aboliram-se os festejos pagãos, e o carnaval foi inserido no universo simbólico da religiosidade popular cristã, banindo seus atos pecaminosos e ligando-se ao início da Quaresma. Num contexto de cristandade, o carnaval passou a assumir um caráter estritamente de extravagância para os fiéis antes de iniciar o longo tempo de jejum e abs nência de carne vermelha e de todo po de diversão. Com esse propósito específico, no ano 590 a Igreja Católica adotou oficialmente essa festa pagã. E, desde então, passou a determinar seu calendário fazendo com que, invariavelmente, o carnaval aconteça sete semanas antes da Páscoa. Já adaptado pela Igreja Católica, o carnaval

chegou ao Brasil no séc. XVII trazido pelos navegantes portugueses com o nome de Entrudo, que significa entrada na Quaresma. O carnaval moderno é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo, e o Rio de Janeiro se inspirou no carnaval parisiense. Aos poucos, ele foi ganhando configurações picas, como o es lo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba. A mistura da tradição europeia com os ritmos musicais afrodescendentes criou no Brasil um dos maiores espetáculos populares do mundo, com a riqueza de caracterís cas dis ntas em cada região. Envolvendo arte e folclore, fantasias, alegorias, trios elétricos, desfiles, shows, enredos e músicas trazem sempre a mesma mensagem: é tempo de extravasar a alegria! Na cristandade, a Quaresma nha uma observância muito rigorosa, e o carnaval era esse momento de relax. Hoje, num mundo cada vez mais secularizado, o carnaval não mais significa a despedida alegre para iniciar um tempo pesado. A verdade é que a Quaresma deixou de alterar o ritmo da vida da maioria dos cristãos. Des tuído de sen do religioso, o carnaval foi recolocado no horizonte de uma festa cultural popular. Em geral, tem a duração de três dias antes da Quarta-feira de Cinzas. Mas, em muitos lugares, seu início é antecipado e o término estendido. Juntam-se a isso a realização de carnaval extratemporâneo. No carnaval, muitos brasileiros irão cair na folia, mas alguns preferem fazer uma programação diferente, como aqueles que, visando um crescimento espiritual, irão par cipar de re ros oferecidos nessa época. Aproveitando a mo vação do carnaval, alguns colocam máscaras, outros as deixam cair. Onde quer que você decida passar seu carnaval, que seja de muita alegria. Frei Lázaro de Freitas, OFMCap

Quaresma é um tempo de amadurecimento espiritual

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tempo litúrgico da Quaresma, que começa no próximo dia 14 de fevereiro, lembra a longa travessia que os hebreus fizeram do Egito à Terra Prome da: uma travessia de quarenta anos pelo deserto, período em que um povo nômade, feito ciganos, andavam, paravam, criavam rebanhos, tornavam a sair... paravam novamente! Quarenta anos de amadurecimento, de provações, de aprendizado! Quarenta anos: tempo de perder os vícios da terra do ca veiro, tempo de se abrir para o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó e entrar, então, na Terra Prome da! A Quaresma (em la m “Quadragésima”; em francês “Carême”; em espanhol “Cuaresma”) é um período de aproximadamente quarenta dias que lembram e simbolizam os quarenta anos do povo hebreu em travessia. Esse período vai da Quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Ramos. São, portanto, seis domingos quaresmais! É um tempo propício ao jejum, à penitência, à abs nência e à oração! A simbologia de “quarenta dias” é muito grande na bíblia! Antes de iniciar seu ministério, Jesus passou quarenta dias no deserto (Mt 4, 2; Mc 1,12; Lc 4, 1-2). Noé esteve na Arca durante quarenta dias e quarenta noites (Gn 7, 4-12); antes de dar ao povo hebreu as Tábuas da Lei, Moisés esteve no alto

do Monte Sinai durante quarenta dias: Ex. 24, 18. O profeta Elias caminhou quarenta dias até chegar ao monte Horeb (1 Rs 19, 8). O povo de Nínive jejuou durante quarenta dias e fez penitência após a pregação de Jonas (Jn 3, 4-5). Estamos, portanto, seguindo uma an quíssima tradição quando vivenciamos a Quaresma, uma data móvel, pois ela possui como ponto de par da a data da Páscoa, festa relacionada ao mês lunar de Nissan, na cultura judaica. Definida a data da Páscoa, que se dá na lua cheia entre 21 de março e 22 de abril, aí são definidas todas as outras datas: início da Quaresma, Pentecostes etc. Na religião islâmica há um período muito parecido com a Quaresma: o mês de Ramadã, quando os fiéis jejuam e fazem penitência. Diferentemente dos cristãos, os muçulmanos só fazem jejum e penitência durante o dia claro, e durante a noite comem moderadamente o que não puderam comer durante o dia, e o fazem durante trinta dias e não quarenta como nós. Dando lugar a uma palavra atualizada, cito aqui aquelas pronunciadas pelo Papa Francisco no ano passado: “Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados

no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indicanos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive par cipando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, par cipando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa”. No hemisfério norte, Quaresma e Páscoa coincidem com a Primavera, diferente de nós. Mas se a estação climá ca não é a mesma, podemos considerar a Quaresma como um tempo – feito um rio – que deságua seu caudal de bênçãos na Primavera de nossa Páscoa cristã, quando nos renovamos com a ressurreição de Jesus, o Cristo e Senhor de nossa história! Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas


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Maria, mulher de muitos nomes

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aria, a mãe de Jesus, costuma receber uma espécie de “culto” da parte dos católicos. Certamente não é o mesmo culto que se oferece a Jesus, o seu filho. A palavra culto nem é bem empregada nesses casos, mas é o que popularmente se diz. Na verdade, a fé católica não cultua Maria; a Igreja lhe dá um lugar de destaque por entender que seu exemplo de fé e de acolhida da Palavra de Deus Imagem: goo.gl/uU5fNJ serve de testemunho para nós. Alguns até dizem: “Tenho muita fé em Maria ou em nossa Senhora!”. Na verdade, fé a gente só tem em Deus; só nele a gente deposita a nossa confiança. Maria é uma testemunha dessa fé e nos incen va, com seu exemplo, a seguir crendo em Jesus. Tal é a importância de Maria na fé católica que, entre nós, ela ganha muitos tulos. Vejamos alguns deles: Maria, mãe de Deus: Sendo Jesus de natureza divina, ou seja, sendo ele também Deus, a Igreja diz que Maria é mãe de Deus – o que, com o devido entendimento, faz sen do. Ela é mãe de Jesus, que é Deus. Por isso, rezamos: Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores… Não queremos dizer com isso que Maria é mãe de Deus Pai. Apenas realçamos a divindade de Cristo quando chamamos Maria de mãe de Deus. Esse tulo de Maria diz mais sobre Jesus – que ele é Deus – que propriamente sobre Maria. Foi com preocupação cristológica (ou seja, alguns negavam a divindade de Cristo), que Maria ganhou esse tulo. Maria, nossa mãe: A Igreja aprendeu a chamar a mãe de Jesus de mãe da humanidade ou, carinhosamente, de nossa mãe. É uma afirmação meramente espiritual ou devocional. Nós sabemos que não somos filhos de Maria no sen do gené co do termo. Nós a chamamos de mãe porque em Jesus nascemos de novo para a vida. No Evangelho de João (cf. 19,25-27), há um relato em que Jesus, já pregado na cruz, diz ao “discípulo amado”: “Filho, eis aí a tua mãe”. E diz à mãe de Jesus: “Eis aí teu filho”. Se nós entendemos que discípulos amados somos todos nós, então, a mãe de Jesus é também nossa mãe, e nós somos seus filhos queridos. Maria, nossa Senhora: Chamamos Maria de Nossa Senhora e alguns acham que isso é um exagero, pois só temos um Senhor que é Cristo. Aqui temos uma questão de linguagem. No sen do estrito de ser nosso salvador, aquele que deu a vida por nós, aquele que nos guia no caminho da salvação, aquele que é caminho, verdade e vida – nesse sen do teológico, só Jesus é o Senhor (cf. Fl 2,6-11). Nesse sen do, podemos dizer que só Jesus é “o Senhor”. Mas, entre nós, chamar alguém de senhor ou de senhora é uma questão de respeito. Costumamos chamar assim as pessoas mais velhas ou nossos pais. Não estamos lidando com uma expressão teológica, mas com uma forma

respeitosa de tratamento. Chamar Maria de Nossa Senhora é somente isso: uma forma respeitosa de tratamento. Sabemos, com certeza, que no sen do da salvação, só Jesus é o Senhor. Maria, mulher do sim: Uma coisa muito bonita na vida de Maria é a sua capacidade de dizer sempre sim a Deus e de se colocar à disposição da vontade divina. Coisa nada fácil é nos colocarmos inteiramente nas mãos de Deus e nos pron ficarmos para sempre fazer a sua vontade, ou seja, viver segundo seus ensinamentos. Em muitos momentos, preferimos fazer a nossa vontade. Maria aceitou o desafio de fazer a vontade de Deus, dizendo sim a Ele (Lc 1,26-38). Toda a sua vida foi um constante sim a Deus, pois se entendia como a serva do Senhor. Ela manteve o seu sim em momentos alegres e di ceis. E foi fiel até o fim. O evangelista João diz que, mesmo aos pés da cruz, quando muitos discípulos fugiram, a mãe de Jesus estava lá de pé. E não só na cruz. Mesmo depois da morte de Jesus, ela é citada em Atos dos Apóstolos, entre os discípulos, dando con nuidade à obra de Cristo (cf. At 1,12-14). Por isso tudo, a mãe de Jesus se tornou símbolo de fidelidade. Notemos que Maria, com o tempo, foi caindo no gosto popular e foi recebendo diversos qualifica vos, ou seja, nomes que expressam qualidades e formas de devoção. Todos esses nomes se referem à mesma pessoa: Maria, mãe de Jesus. Seus qualifica vos são inúmeros. Vejamos alguns: Nossa Senhora Aparecida, porque sua imagem “apareceu”, isto é, foi pescada por um grupo de pescadores em um rio, no estado de São Paulo; Nossa Senhora do Rosário, por causa da devoção de se rezar o rosário, ou terço, com orações marianas; Nossa Senhora Rosa Mís ca, para lembrar que ela é como uma flor perfumada no jardim de Deus; Nossa Senhora de Fá ma, porque teria se manifestado a alguns fiéis na cidade de Fá ma, em Portugal; Nossa Senhora da Glória, para lembrar que, depois de sua morte, Maria está na glória de Deus, no céu; Nossa Senhora das Graças, para lembrar que ela deseja que as graças de Deus nos envolvam sempre. E por aí vai. Os diversos nomes pelos quais Maria é conhecida mostram a sua popularidade entre o povo de fé. Mas não podemos pensar que se trata de muitas nossas senhoras. É sempre a mesma Maria, mãe de Jesus. E poderíamos ainda falar da humildade da serva do Senhor, da pron dão para servir, da perseverança entre o grupo das santas mulheres que seguiam Jesus e de tantas outras qualidades que admiramos em Maria e que queremos cul var também em nós. Com tudo isso, não fazemos de Maria uma espécie de “deusa”. Sabemos que ela foi uma mulher, um ser humano como outro qualquer, mas que se destacou no cumprimento de sua missão. É por isso que os fiéis católicos a admiram. Solange Maria do Carmo Mestre em Teologia Bíblica e Doutora em Teologia Catequé ca

18 DE FEVEREIRO: DIA NACIONAL DE COMBATE AO ALCOOLISMO

O alcoólico bebe, a família fica tonta... Como dar conta?

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ezoito de fevereiro é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. Não raro, costumamos associá-lo a um simples vício, e a imagem que temos do alcoólatra é a de vagabundo, sujo e barbudo que a gente vê jogado pela calçada, agarrado a uma garrafa vazia. Tudo isso retrata a grande falta de conhecimento que temos sobre o assunto. A Organização Mundial de Saúde reconhece o alcoolismo como uma doença emocional, progressiva e letal, mas que pode ser de da e tratada. Democrá ca, essa doença a nge igualmente ricos e pobres, analfabetos e cultos, jovens e não muito jovens, homens e mulheres, de todas as cores, credos e orientação sexual, e se encontra em todos os lugares, de Paris a Belo Horizonte, e até mesmo dentro da nossa casa. O alcoolismo não poupa ninguém, e os familiares dos alcoólicos são, de igual modo, afetados pela doença – enquanto a obsessão do alcoólico é a bebida, a obsessão da família é controlar essa bebida. Resultado: todo mundo sofre. O alcoólatra Para o alcoólatra, o álcool é um veneno terrível. Quando entra na corrente sanguínea e se espalha pelo corpo, prejudica e até mata as células que encontra pelo caminho, debilitando todo o organismo. Ao agredir as células do sistema nervoso, torna a pessoa mais agitada, irritadiça e deprimida, prejudicando-a mental e emocionalmente. Nela, tudo de bom ou de ruim é percebido de modo exagerado, daí oscilar entre a euforia e o aba mento completo. Com o aumento da dependência, o alcoólatra passa a dar cada vez mais prioridade ao álcool na sua vida, relegando suas responsabilidades (família, emprego, amigos, comunidade) para um segundo plano. Desse modo, sua vida vai ficando cada vez mais dominada por decepções, tristezas, amarguras e frustrações. Nada parece dar certo. Ninguém parece amá-lo mais. Sua palavra perdeu o valor, e nela ninguém confia. Todas essas a tudes e

experiências são percebidas pelo alcoólico exageradamente, levando-o a concluir que o mundo todo está contra ele ou ela, e até que Deus não existe. A família Com o passar dos anos, a convivência com um alcoólico gera um padrão de comportamento previsível, rígido, ineficaz e contraproducente por parte dos cônjuges, filhos e amigos próximos. De certo modo, tornam-se também “doentes”, mental, emocional, espiritual e até fisicamente, como consequência de uma defesa contra as dores e angús as de se viver com uma pessoa em quem não podem mais confiar. Reagindo ao comportamento imprevisível do alcoólatra, a família grita, xinga, esconde ou joga fora suas garrafas, tenta frustrar seus esforços de conseguir mais bebida... porém, está sempre ali, pronta para resgatá-lo do desastres que a bebida em excesso cria. Nós do Al-Anon conhecemos (porque o vivemos) o sofrimento dessas pessoas: sentem-se responsáveis pelo mundo inteiro, mas recusam-se a responsabilidade de viver bem suas próprias vidas. Estão constantemente se doando aos outros, mas não sabem receber. São peritas em cuidar de todos os que as cercam e, no entanto, duvidam da sua capacidade para cuidar de si. São pessoas totalmente preocupadas com seus alcoólicos. Com grande precisão, conseguem recitar todas as malandragens deles. Sabem dizer o que os seus alcoólicos pensam, sentem, fazem e dizem. Mas não sabem o que elas mesmas estão sen ndo. E certamente não sabem o que devem fazer para resolver seus problemas – se é que consideram ter algum problema, fora o alcoólatra com quem convivem. Pararam de viver suas próprias vidas; vivem a vida do alcoólico. Quando ele está mal, elas estão mal. Quando ele está bem, elas estão bem. E é sempre provável que, ao morrerem vejam toda a vida do alcoólico passar pelas suas mentes tal como num filme.

Como dar conta? Rompendo de vez com esse círculo vicioso; parando de retroalimentar a doença e fazendo opção pela vida. Buscando ajuda. Para isso existe o Al-Anon, uma associação coirmã dos Alcoólicos Anônimos, voltada para familiares e amigos. Está presente no mundo inteiro (somos ao todo 24 mil grupos de apoio, dos quais 596 estão no Brasil e cerca de 90 em Minas Gerais). O Al-Anon não está ligado a nenhuma seita, religião, movimento polí co ou ins tuição. Por ser autossuficiente, não cobra mensalidade nem inscrição. Tal como nos Alcoólicos Anônimos, seus membros guardam o próprio anonimato e o dos outros. O Al-Anon é um programa de reestruturação de vida baseado nos Doze Passos de Alcoólicos Anônimos. Compõe-se de grupos de apoio que se reúnem uma vez por semana. Nessas reuniões, não falamos sobre o alcoólico, cuidando de manter o foco em nós mesmos, não por egoísmo ou por orgulho, mas para (re)conquistarmos a dignidade e serenidade perdidas. O estudo da nossa literatura própria e o compar lhar de experiência com os companheiros de grupo provocam uma mudança em nossas a tudes que acabam influenciando posi vamente o alcoólico no sen do de procurar a ajuda de que tanto necessita ou mesmo con nuar firme no propósito de sua recuperação. O programa Al-Anon não promete uma vida em paz, mas a possibilita, direcionando nossa energia emocional para ações e pensamentos mais constru vos. Com o tempo, acabamos por trocar o círculo vicioso por círculo virtuoso, e isso requer persistência e coragem. Ligue para nós, estaremos sempre prontos para ajudar você.

Siamig Serviço de Informação Al-Anon de Minas Gerais Rua dos Tupinambás, 179, sala 16 - Centro - BHte/MG

Telefone: (31) 3222 4425


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APRESENTAÇÃO DO SENHOR

A oferta de Jesus ao Pai A

Igreja celebra em 2 de fevereiro a "Apresentação do Senhor". Essa fes vidade também é conhecida como Purificação de Nossa Senhora ou Nossa Senhora da Candelária. Isso porque na celebração da Apresentação, a Igreja, subs tuindo Maria no desempenho dessa bela missão, põe no altar uma vela acesa, símbolo frisante da luz divina em nossas almas. Daí o nome Candelária, visto que em todo lugar, a Igreja acenderá as velas, e em seus ritos brilharão os clarões dessa luz figura va. Porém, foi em 1960, com a reforma litúrgica, que, com o obje vo de dar o verdadeiro sen do ao acontecimento de origem, que é a oferta de Jesus ao Pai, símbolo do sacri cio da cruz, é que se deu o nome de Apresentação do Senhor, segundo a Lei de Moisés. Esta Lei fixava o tempo em que as mães deviam se apresentar, com seus filhos recém-nascidos, diante dos altares, e determinava uma oferenda a ser feita quando a criança era do sexo masculino. Dessa forma, Maria como estava perfeitamente inserida na sociedade religiosa de seu tempo, assim o fez. Ela e São José apresentaram a Deus o Filho Jesus. O ancião Simeão, a quem Deus prometera que não morreria sem ver o Messias, reconheceu-o no colo de Maria e profe zou a respeito dela: "Uma espada transpassará tua alma". Maria, por causa da sua ín ma união com a pessoa de Cristo, foi associada ao sacri cio do Filho.

Entre os tulos que Simeão confere ao menino, há um que nos agrada sobremodo: chama-lhe de "Luz" que por meio do envio por Deus Pai veio para iluminar todas as nações, sendo a glória do seu povo. Diante desta reflexão do verdadeiro sen do da Apresentação do Senhor, dessa então chamada Luz, vimos que o mundo precisava de um padecedor que possuísse a plenitude e a soberania do ser e es vesse, ao mesmo tempo, nas condições de um padecimento divino e possível. O nome "Apresentação" fala de oferecimento, sacri cio. Mas esse sacri cio supõe duas coisas indispensáveis: o altar e o sacrificador. Ora, se o altar do novo sacri cio é Maria, que desde o princípio recebeu no seu seio, como num santuário, a ví ma des nada à imolação, então o altar são esses dois braços que amparam o menino e o elevam para o céu. Dessa forma, sem dúvida, não há senão um sacerdote, Jesus Cristo, ao mesmo tempo sacerdote e ví ma. Maria não pode ter sacerdócio formal, mas um sacerdócio por extensão. Nosso Senhor associando-a em toda sua missão, elevou-a consigo à categoria de sacerdote e de padecente. Portanto, Ela é superior a todos os sacerdotes do An go e do Novo Testamento. Ainda, nesse contexto, Santo Efrém, Doutor da Igreja, chama Maria de "sacerdote" e de "altar" ao mesmo tempo: Virginem appello sacerdotem et altare. No que tangencia reviver essa bela festa, a

Apresentação do Menino Jesus no Templo “Luis de Vargas”. Museu de Belas Artes, Sevilha. Imagem: goo.gl/CxbGyj

“Festa do Encontro”, o encontro de Cristo e sua Igreja, temos a alegria de sen rmos a chama da fé viva em nossos corações, e pedimos que o Senhor Jesus, assim como a sua mãe Maria, Templo San ssimo de Deus, sejam nossos companheiros em nossa caminhada de evangelização. E, que a exemplo de Maria que foi transpassada pela espada do Espírito, que nós também possamos, principalmente nos momentos de provação, conservar no coração aquilo de mais belo e sublime, o modelo insuperável da contemplação de Jesus Cristo. Patrícia Machado Leal, Pascom

Imagem: goo.gl/9vxmMP

Oração e penitência: É o que nos pede Nossa Senhora de Lourdes

“Certo dia, fui com duas meninas às margens do Rio Gave buscar lenha. Ouvi um barulho, voltei-me para o prado, mas não vi movimento nas árvores. Levantei a cabeça e olhei para a gruta. Vi, então, uma senhora ves da de branco; nha um ves do alvo com uma faixa azul celeste na cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que trazia com ela. Somente na terceira vez, a Senhora me falou e perguntou-me se eu queria voltar ali durante quinze dias. Durante quinze dias lá voltei e a Senhora apareceume todos os dias, com exceção de uma segunda e uma sexta-feira. Repe u-me, várias vezes, que dissesse aos sacerdotes para construir, ali, uma capela. Ela mandava que fosse à fonte para lavar-me e que rezasse pela conversão dos pecadores. Muitas e muitas vezes perguntei-lhe quem era, mas ela apenas sorria com bondade. Finalmente, com braços e olhos erguidos para o céu, disse-me que era a Imaculada Conceição”1. Esse é o testemunho da jovem MarieBernard Soubirous, uma jovem francesa que, aos quatorze anos de idade, no dia 11 de fevereiro de 1858, teve a primeira experiência mís ca com a aparição de Nossa Senhora a ela. Desde esse dia 11 de fevereiro a 16 de julho do mesmo ano, foram 18 aparições que levaram e ainda levam muitas pessoas ao local onde Nossa Senhora disse à Bernadete para pedir aos responsáveis que construísse ali uma capela. Duas aparições merecem ser destacadas: a

nona e a décima sexta. Na nona aparição foi determinado à jovem Bernadete que escavasse o chão, e dali brotou uma fonte de água que tem sido instrumento de cura para muitas pessoas, desde aquela época, até os dias atuais; e na décima sexta aparição Nossa Senhora se iden ficou a Bernadete, dizendo “Eu sou a Imaculada Conceição”. São inúmeros milagres realizados pela água que brota da misericórdia de Deus, por intercessão da Imaculada Conceição. Na imagem que ilustra este ar go, está a imagem colocada no local das aparições na cidade de Lourdes (França), a Gruta de Massabielle, o lugar mais visitado daquela cidade. Muitas pessoas, do mundo todo, visitam a gruta para pedir à Nossa Senhora que interceda a Jesus para a cura das doenças do corpo e da alma. São romarias e romarias que demonstram que a fé é condição primeira para a busca de uma vida melhor, e muitas curas têm sido testemunhadas naquele lugar. É possível conhecer em detalhes a história das aparições de Nossa Senhora em Lourdes no livro do Padre René Lauren n, “Lourdes, relato autén co de las apariciones” (facilmente encontrado na internet). A narra va do padre René é fruto de uma extensa pesquisa, realizada em documentos, testemunhos, ar gos jornalís cos e interrogatórios. São seis volumes para contar uma bela história, em que ficam ressaltados pelo autor, quatro pontos por ele considerados os mais importantes: 1. Pobreza: a escolha de uma jovem extremamente pobre, em vários aspectos: social, intelectual e fisicamente, para quem Nossa Senhora se apresentasse ao mundo como a Imaculada Conceição; 2. Oração: Durante vários encontros de Bernadete com Nossa Senhora, o que prevalecia eram momentos de oração, pois em várias aparições não era dita nenhuma palavra entre elas; 3. Penitência: na oitava aparição, Bernadete nha uma aparência triste, e Nossa Senhora pediu para que ela rezasse pelos pecadores e que dissesse a todos que

ela pedia que todos fizessem penitência. Aqui um pedido que ultrapassa os séculos e chega até nós, para que façamos penitência pelos pecadores; 4. Imaculada Conceição: essa foi a comprovação que a Igreja da época tanto esperava, saber quem aparecia para aquela humilde jovem, que era analfabeta e não teria como saber que quatro anos antes o Papa Pio IX havia proclamado o dogma da Imaculada Conceição. Foi Bernadete quem escutou a confirmação na voz daquela mulher que aparecia para ela: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Isso aconteceu no dia 25 de março de 1858, o dia em que a Igreja celebra a Anunciação do anjo Gabriel a Maria de que ela seria a mãe de Jesus. Depois de par cipar diretamente do nascimento de tão importante devoção, setenta e cinco anos depois da primeira vez que viu Nossa Senhora na gruta, no dia da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro de 1933, Marie-Bernard Soubirous foi canonizada pelo Papa Pio XI, como Santa Bernadete, cujo dia fes vo é 16 de abril, no dia de sua morte, que ocorreu no ano de 1879, aos trinta e cinco anos. Peçamos a Jesus que, por intercessão de Nossa Senhora de Lourdes, cure nossas enfermidades, sicas e espirituais. Oremos assim: “Virgem puríssima, Nossa Senhora de Lourdes, que vos dignastes aparecer a Bernadete, no lugar solitário de uma gruta, para nos lembrar que é no sossego e recolhimento que Deus nos fala e nós falamos com Ele, ajudai-nos a encontrar o sossego, e que a paz da alma nos ajude a conservar-nos sempre unidos em Deus. Nossa Senhora da gruta, dai-me a graça que vos peço e tanto preciso: (pedir a graça). Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós. Amém!”. 1 Disponível em <h ps://goo.gl/MpQKEh >. Acesso em 18/01/2018. Andréa Matos R. M. Castro, Pascom


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS |FEVEREIRO DE 2018

Imagem: Youtube

Sou dizimista, mas às vezes tenho medo que me falte no orçamento familiar. Como proceder?

E

ssa é uma preocupação natural para quem está ingressando na vida paroquial como dizimista. A Igreja, em sua sabedoria, sugere em seu quinto mandamento que – cada qual, segundo suas possibilidades socorra as necessidades de sua comunidade. O dízimo deve ser uma experiência consciente e responsável, de modo a não pesar para o fiel, tampouco deixar faltar para a missão da Igreja o seu sustento. O justo de cada um de nós, somado, se mul plica na graça de Deus. O dízimo é ainda uma experiência de fé e de amor. Assim, confie no que diz o Senhor: fazei a experiência e vereis se não derramo as minhas bênçãos sobre vós, muito além do necessário. “Poderoso é Deus para cumular-nos com toda a espécie de bene cios, para que tendo sempre e em todas as coisas o necessário, vos sobre ainda muito para toda espécie de boas obras” (2Cor 9,8). Fonte: Revista Calendário 2018 – Editora A Par lha Ltda

Torta de morango Ingredientes da massa · 1 pacote de biscoito maisena · 1/2 xícara de margarina Ingredientes do recheio · 700 ml de leite · 1 lata de leite condensado · 2 colheres de essência de baunilha · 4 colheres de amido de milho · 2 gemas peneiradas · 1 lata de creme de leite

Imagem: goo.gl/MnGw3A

Ingredientes da cobertura · 2 caixas de morangos · 1 pacote de gela na de morango Modo de fazer Massa Passe os biscoitos pelo processador até formar uma farofa fina. Coloque em uma gela e vá misturando margarina até formar uma massa lisa. Forre uma forma de aro removível com a massa e asse por mais ou menos 15 minutos. Reserve. Recheio Leve ao fogo o leite, leite condensado, essência de baunilha, amido de milho e as gemas peneiradas. Misture bem e vá mexendo até formar um creme. Deixe amornar e junte o creme de leite. Coloque o creme na forma por cima da massa já assada. Lave bem os morangos e pique em fa as no sen do do comprimento. Arrume por cima do creme e reserve. Faça a gela na com 350 ml de água deixe gelar até que fique num aspecto grossa, que escorra ainda da colher, e coloque devagar por cima dos morangos. Leve à geladeira para acabar de endurecer. Desenforme e sirva gelada. Fonte: Tudo Gostoso

Imagem: amirpk.com

Costumamos dizer, ao iniciar fevereiro, que PROFESSORES e alunos estão de VOLTA ÀS AULAS. Mas isso é apenas parte da verdade, pois há muitos que estarão indo à escola pela primeira vez! CRIANÇAS, e muitos adultos também, iniciam ou reiniciam uma ROTINA que faz a vida se renovar, pois há a RETOMADA de a vidades intensas, dos compromissos com os ESTUDOS. Para a maioria, é tempo de rever os COLEGAS, professores, AMIGOS; e para os que chegam, de fazer novas amizades, CONHECER outros ambientes, enfrentar o DESAFIO de viver grande parte do dia fora de casa, sen r a EMOÇÃO de formar um novo círculo de convivência e construir laços de AFETO e companheirismo. Todos nós, que estamos envolvidos com a EDUCAÇÃO, devemos estar abertos a novos contatos, RESPEITAR os que são diferentes de nós, os que têm limitações, dificuldades; e aproveitar esse tempo RICO, pois sempre temos o que aprender com o outro. O estudo nos faz CRESCER como pessoas, nos abre um mundo de conhecimento e possibilidades. Madalena Loredo, Pascom A D N F N T G M I B C O N H E C E R F L F

J D R F K S N O I T K N R T U G H Q R O E

I K E B N C R E S C S B A X H L Ç G E N Y Z B B C S E F J L T D E D A G N E U E C A E R O O H V O L L T F T F E C S I G G S J N K A L I A S S H R E S E Y S A U E R L M D S Y N U I O R S T O R B A C A A D A M O

P E O A T C A E S T U D O S P L Ç D E V T

R R C F B Q Ç E M A O O B E E F L Q D R E

O N N E O I A M V A F C B A I Z A D U B R

F O T T A T U O F S G I S J T L O Ç C T W

E W R O N S F Ç T A T R O R A B Ã Q A W S

S D F V I R T A P U K T Z V R S O Z Ç V L

S N U X L X Z O W L M E N O O D F Z A Y A

Dica de leitura Sen mento do mundo foi publicado em 1940 e permanece, tantos anos depois, ainda um dos livros mais celebrados da carreira do poeta Carlos Drummond de Andrade. Não é para menos: o livro enfileira poemas clássicos como “Sen mento do mundo”, “Confidência do Itabirano”, “Poema da necessidade” — é possível que versos do livro inteiro tenham sido impressos no inconsciente literário brasileiro, tamanha é sua repercussão até hoje. Esta e muitas outras obras você encontra na Biblioteca do Convento dos Frades Capuchinhos. O acesso e emprés mo são gratuitos. Faça uma visita: rua Iara, 202, Pompeia.

O D H E T I N D L A A I F P S E D X O S E

R E C R I A N Ç A S V B D X O A T R A R G

E E Q A A S A C O A P T S E G Y U P D O I

S S T O T G O H L Ç I C U T I E P W E Z B

O F O D O C L X R E E O X I M F W E T S S

K X E V X Ç O C J O V P E U A O P M T V U


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | FEVEREIRO DE 2018

Imagem: Arquivo provincial

82 anos de presença capuchinha em Minas Gerais

F

evereiro é o mês em que nós, Franciscanos Capuchinhos de Minas Gerais, fazemos memória à chegada dos primeiros frades em nosso Estado. Foi aos 6 de fevereiro de 1936 que os pioneiros da missão, provenientes da província italiana de Messina, na Sicília, alcançaram as terras mineiras seguindo para a cidade de Carmo do Paranaíba, na região do Alto Paranaíba. Anos antes da vinda para Minas houve outras tenta vas de alguns bispos no Brasil para que os frades viessem assumir paróquias nas dioceses de Corumbá/MS (1927), em Ribeirão Preto/SP (1931) e em Lages/SC (1931). O pedido da diocese de Corumbá foi recebido nega vamente pelo Ministro Geral dos Capuchinhos por “dispensar os religiosos em casas distantes uma da outra, isolá-los e, portanto, privá-los dos auxílios próprios da vida de comunidade [...]” (SANTIAGO, 1992, p.82). Ao bispo de Ribeirão Preto foi informado que a inicia va, apesar de louvável, não poderia ser aceita, mas “quando a Província [de Messina] es ver em

condições de aceitar e assumir uma 'verdadeira missão' onde, com um bom núcleo de padres desde o início, possa exercitar o ministério apostólico entre os infiéis, então a Província poderá renovar seu pedido” (SANTIAGO, 1992, p.83). No mesmo ano, o bispo de Lages também havia feito pedido. Em janeiro de 1935 parecia estar resolvida a abertura da Missão Capuchinha em Santa Catarina. Porém, a Cúria Geral dos Capuchinhos, na pessoa do então Ministro Geral, respondeu em carta que não podia “ainda dar-lhe plena certeza de que poderão par r este ano” (SANTIAGO, 1992, p.85) porque estava aguardando a resposta de outro bispo e nha confiança que o projeto daria andamento. A outra proposta aguardada era o pedido da Cúria Geral dos Capuchinhos feita à diocese de Uberaba aos 4 de fevereiro de 1935 para que os freis de Messina viessem para Minas Gerais. Aceita a proposta e solucionado os trâmites canônicos, finalmente, em 7 de setembro de 1935, par ram de Messina os sete frades pioneiros: Teodósio de Castelbuono, João Ba sta de Catânia, Odorico de Resu ano, Clemente de Male o, Conrado de Troína, Liberato de Catânia, e Leão de São Mauro Castelverde. Quando desembarcaram no Brasil, os pioneiros permaneceram durante alguns meses no estado de São Paulo para estudar o idioma e os costumes brasileiros antes de seguirem para Minas. Após os primeiros sete capuchinhos missionários, ao longo dos anos e das décadas, foram chegando mais Irmãos, em um total de 55 missionários. O úl mo a chegar a Minas Gerais foi o frei José Bertola, no ano de 1974. Para finalizar, os nossos registros históricos têm anotado que os sete primeiros frades, ao alcançarem a fronteira que separava o estado paulista de Minas, entoaram em ação de graças o canto “Te Deum”. Com alguns versos desse cân co, agradeço ao Bom Deus pelos oitenta e dois anos de presença capuchinha mineira: “A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos. A vós, Eterno Pai, adora toda a terra. [...] Senhor, em cada dia, fiéis, vos bendizemos, louvamos vosso nome agora e pelos séculos”. Frei Warley, OFMCap

Também os leigos podem viver o jeito simples de Francisco

O

jeito de viver do jovem Francisco de Assis encantou e arrastou milhares atrás de si pelo modo simples de viver o Evangelho, pelo jeito de amar o Criador em cada criatura. Francisco quis que não só os frades e as freiras pudessem conhecer e amar Jesus, como ele tanto amou, mas que também os leigos pudessem viver essa espiritualidade franciscana, que tem como base o amor apaixonado de Francisco pelo Cristo pobre e humilde, no presépio, na eucaris a e na cruz. Muita coisa bonita já se escreveu sobre a espiritualidade franciscana secular, mas, de maneira bem simples, podemos dizer que se trata de uma forma de vida que propõe seguir Jesus Cristo no amor a Deus e aos irmãos de maneira singela como Francisco viveu. Um dos pilares da espiritualidade franciscana secular é viver o evangelho. Segundo os escritos franciscanos, o que mo vou a decisão do jovem Francisco de Assis foi o texto do Evangelho de Mateus 10,7-10, que ele ouviu em 24 de fevereiro de 1209, durante uma celebração na Igreja da Porciúncula: “O reino de Deus está próximo. Recebeste de graça, dai de graça. Não leveis no cinto moedas de ouro, nem calçados, nem sacola, nem duas túnicas, nem bastão, porque o operário é digno do seu sustento”. Ao ouvir o evangelho, Francisco exclama: “É isso que eu quero, é isso que procuro, é isso que eu desejo fazer de coração”. Daí para frente sua vida mudou.

Falando de Espiritualidade Franciscana Secular não podemos nos esquecer do grande valor que Francisco dava à Eucaris a, insis ndo sempre com os primeiros irmãos e recomendando aos que viriam depois. Escrevendo aos irmãos num Capítulo Geral dizia: “Deveis manifestar toda reverência e toda honra que puderes ao San ssimo Sacramento, corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual foram pacificadas e reconciliadas todas as coisas que há nos céus e na terra.” (RTOR 3,12). O que chama atenção de Francisco quanto à Eucaris a é a humildade de Jesus em tornar-se alimento. O Franciscano Secular encontra nesse alimento uma força a mais para sua caminhada, diante das adversidades de um mundo tão violento, injusto e preconceituoso. Encontra na comunhão sacramental um incen vo para viver em verdadeira comunhão com os irmãos de fé, com a Igreja, assim como Francisco, que sempre demonstrou grande amor por ela. A Ordem Franciscana Secular é a Igreja, e não aquela que caminha ao lado da Igreja. San Francesco in gloria, Filipino Lippi (1504). Museu de Memphis. Imagem: Pinterest Quantos e quantas abraçaram esse carisma franciscano e vivem o evangelho de Jesus, espalhando a Paz e o Bem, vividos por Francisco de e leigas, na portaria do Convento dos Frades ou na Assis. Também em nossa paróquia temos a Fraterni- Secretaria Paroquial. Venham conhecê-la. Serão dade Secular desde que os Frades Capuchinhos aqui bem-vindos! chegaram. Informem-se mais sobre ela, caros leigos Frei Joaquim Nepomuceno, OFMCap


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | FEVEREIRO DE 2018

Especialista em Acupuntura pelo Conselho Federal de Odontologia Pós Graduação Lato Sensu em Acupuntura pela Medicina Tradicional Chinesa


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