Janeiro de 2018

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Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Edição de janeiro de 2018

Homens e mulheres em busca de paz [página3]

Por um mundo de Paz e Bem! No decorrer da história aconteceram diversos eventos em defesa da paz. O tema permanece latente e complexo nos dias de hoje. Francisco de Assis, o homem da paz, pregava que o respeito à singularidade e o cuidado para com a criação são fundamentais para a construção de um mundo mais harmonioso, justo e fraterno. A edição do jornal desse mês nos convida a adentrar numa reflexão constante sobre a paz na sociedade, começando em nossos lares para assim ir se propagando pelo nosso bairro e região. O grito pela paz é a tude de fé. Somos ins gados a olhar com amor e misericórdia para a realidade que nos rodeia. Somos convidados a sair do nosso comodismo para enxergarmos a necessidade daqueles que são marginalizados e maltratados. A paz pode se tornar realidade se começarmos a pra car o respeito à diversidade cultural, o cuidado fraterno para com os irmãos e irmãs que nos circundam e a diligência e o carinho para com a criação da qual somos parte integrante.

Fé, espiritualidade e esperança no processo humanitário do Senhor [página3]

Vivemos num ambiente caó co onde o ódio, a pobreza, o preconceito e a desigualdade tem assolado a vida de muitos irmãos e irmãs. Temos a possibilidade, nesse clima de recomeço, de lançarmos novas sementes e ideias a respeito da nossa casa comum. Somos convidados nesse ano dedicado ao laicato, a estarmos ainda mais a serviço do reino. E isso significa alimentar nossa espiritualidade e nossas ações sociais numa Igreja que possa ir ao encontro daqueles que mais necessitam. Que São Francisco de Assis, exemplo de paz e solidariedade, nos ajude a acolher o próximo com amor, para que nossas relações humanas sejam afe vas e efe vas. Que nossas pastorais sejam vivas e atuantes pela força e coragem. Que sejamos leigos e leigas protagonistas de uma sociedade inclusiva, par cipa va e verdadeiramente humana. E que possamos ser sinais do Sagrado, principalmente na vida daqueles que necessitam de nossa ajuda e carinho. Seguimos juntos por um mundo de Paz e Bem! Boa leitura. Frei Douglas Leandro, OFMCap

Ele no chama a renascer pela água e pelo espírito

A paz que anunciam pela boca, assim devem trazê-la mais no coração

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | JANEIRO DE 2018

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sen do) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas semen nhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a par r de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, jus ça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão ma nal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. Carlos Drummond de Andrade Fonte: h ps://goo.gl/FyM83u

Matriz Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Horário: segunda, às 7h30; terça a sexta, às 7h30 e 19h30; sábado, às 7h30 e 19h; domingo, às 7h, 9h e 19h Endereço: Rua Iara, 171 – Pompeia Capela São Judas Horário: domingo, às 19h; e no dia 28 às 8h e 20h Endereço: Rua Iara, 727 – Pompeia Capela Nossa Senhora Aparecida Horário: sábado, às 18h Endereço: Rua Violeta, 555 – Esplanada Capela Nossa Senhora da Abadia Horário: domingo, às 9h Endereço: Praça da Abadia, s/n – Esplanada Capela Nossa Senhora dos Anjos Horário: domingo, às 10h30 Endereço: Rua Raimundo Venâncio da Silva, 15, Comunidade São Rafael – Pompeia Capela do Cemitério da Saudade Horário: segunda, às 8h Rua Cametá, 585 – Saudade

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia festeja junto aos pais e à comunidade o dom da vida e da fé dos pequeninos que receberam o sacramento do Ba smo no mês de dezembro.

Pompeia na rede

O site da nossa Paróquia está de cara nova. Nele é possível acessar as edições anteriores do jornal o Rosário, conferir a agenda da Paróquia e horários das celebrações, informar-se sobre os serviços paroquiais, as pastorais, movimentos e comunidades da Pompeia, acessar as nossas redes sociais e muito mais! Confira: www.paroquiadapompeia.org.br.

Segunda-feira, às 20h na Matriz.

Pároco Frei Lázaro de Freitas, OFMCap

Jornalista responsável: Débora Drumond Diagramação e impressão: Gráfica do Gaúcho

Pastoral da Comunicação - Pascom Andréa Matos David Tierro Débora Drumond Douglas Lima Frei Warley Tomaz, OFMCap Madalena Loredo Patrícia Leal Renilson Leite

Endereço: Rua Iara, 171, Pompeia - Belo Horizonte/MG Telefone: (31) 3889 4980 Funcionamento da secretaria paroquial: de segunda a sexta, das 12h às 20h; e sábado das 8h às 12h. E-mail da Paróquia: paroquiapompeia54@yahoo.com.br E-mail da Pascom para sugestão de pautas: pascompompeiabh@gmail.com Facebook: www.facebook.com/paroquiapompeiabh


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | JANEIRO 2018

Homens e mulheres em busca de paz, demonstração de intolerância entre homens e mulheres, jovens e adolescentes, meninos e meninas que acontecem na vida real, agora grassa a intolerância virtual, que retroalimenta a violência co diana em nossas vidas. É urgente que todos pensemos sobre isso, pois os usuários das redes sociais, e eu me incluo nesse grupo, temos uma imensa responsabilidade em imagem aérea mostra crianças refugiadas estancar essa onda de ataques virtuais, que são pales nas, atendidas em escolas da agência feitos indis ntamente, a qualquer pessoa, em da ONU, e foi feita na cidade de Jericó, próxitodos os casos, mesmo que não se conheçam, mo ao Monte das Tentações. Essa foto está na internet nem as pessoas, nem nenhum dos detalhes do desde 2011 e foi inspirada na pomba da paz do pintor que está em debate. Essas a tudes não nos Pablo Picasso, uma mensagem de amor para todos, uma ajudarão na busca da paz que é tão sonhada por manifestação da necessidade de se encontrar um camitodos e, de maneira especial, pelo Criador, que nho para a paz, apelo ao mundo cada dia mais necessáCrianças pales nas recriam com seus corpos a Pomba da Paz, de Picasso. 2011. quis necessitar de nós para que seu Reino de rio... paz e de amor aconteça. Idealizador: John Quigley. Foto: AFP. Imagem: h ps://goo.gl/VbvpRT As palavras em destaque são do Papa Francisco, A pomba formada pelas crianças refuapresentada no dia 24 de novembro de 2017, em comeNa era dos contatos universalizados, instantânegiadas e as palavras do Papa Francisco, trazem moração ao Dia Mundial da Paz, cujo tema em 2018 é: os e efêmeros, possibilitados pelo aspecto virtual da vida mensagens que têm força para nos encorajar a mudar de “Migrantes e Refugiados: homens e mulheres em busca moderna, temos que refle r sobre os conflitos entre as a tude diante da violência do mundo (real e virtual), da paz”. Ela foi assinada pelo santo Padre no dia 13 do pessoas, cada dia mais acirrados entre os usuários de afinal todos e cada um de nós somos únicos e podemos mesmo mês, dia da Memória de Santa Francisca Xavier redes sociais. A intolerância de homens e mulheres de enriquecer a vida das outras pessoas e nações. ConscienCabrini, padroeira dos migrantes de 2017. todas as idades e classes, raças, etnias e religiões está tes de nosso compromisso, com os refugiados e com os A reflexão suscitada pelo Papa é sobre a necessi- escancarada nas conversas e comentários da arena virtu- internautas, cantemos juntos o refrão da canção: “Só o dade de se acolher migrantes e refugiados, com a mesma al, lugar que tem contribuído para discórdias entre próxi- amor muda o que já se fez e a força da paz junta todos paz anunciada pelos pastores na noite de Natal. Os núme- mos e distantes. outra vez; venha, já é hora de acender a chama da vida e ros trazidos para a reflexão pelo pon fice: dos 250 É claro que a facilidade que nos apresentam as fazer a terra inteira feliz”. Que a paz seja nossa maior milhões de migrantes no mundo, 22,5 milhões são refu- redes sociais para a expressão pública de conhecimentos busca em 2018! giados. São homens e mulheres em busca de um lugar e opiniões sobre todo e qualquer assunto e a sensação Andréa Matos R. M. Castro onde viver em paz. Eles fogem da guerra e da fome, dei- de anonimato que as telas propiciam encorajam a escrita Advogada e Doutora em Ciências Sociais xam a terra, onde nasceram, por discriminação, pobreza de tudo que se vem à cabeça, sem nenhum critério, filtro A Pomba, de Pablo ou por causa da degradação ambiental. Além de lidar ou caridade. Nesse sen do, a violência dos brasileiros e Picasso . A litografia, com as penúrias e as incertezas da fuga, passam a ser brasileiras tem se revelado em demasia, contrariando a de 1949, foi usada em rechaçados pelas nações, repletas de discursos polí cos ênfase que se deu à expressão 'homem cordial', de Sércartaz no Congresso com argumentos de riscos à segurança nacional e peso gio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, importante pela Paz, em Paris, no no acolhimento dos refugiados. ano de sua criação. Na livro sobre a formação do povo brasileiro. Discursos de Mas a reflexão de todos nós no Dia Mundial da ódio são alimentados em variadas matérias, com menmesma época, o autor desenhou uma série de Paz de 2018, além da ressaltada pelo Papa, deve abran- ções nega vas sobre vários aspectos da vida social, como gravuras similares da ger muitas outras situações conflituosas, como por polí ca e religiosa, por exemplo; sobre conflitos entre ave com um ramo de exemplo, a paz no trânsito, a paz nas escolas, a paz nos classes sociais e gerações; com preconceitos homo e oliveira no bico, como esportes, a paz nas famílias, enfim, em todos os lugares xenofóbicos; em virtude da aparência e de deficiências; a que ilustra a capa desta edição, tornando este o símbolo da em que haja conflitos, uma especialidade da raça huma- por causa da misoginia ou do racismo. pacificação, universalmente conhecido. Imagem: na desde o início dos tempos. h ps://goo.gl/6E5tWq Como se não bastassem tantas outras formas de

“os migrantes e os refugiados [...] não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas na vas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem”. Papa Francisco

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DIA DO ENFERMO

Fé, espiritualidade e esperança no processo humanitário do Senhor

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Ministério da Saúde, a par r de um programa de humanização hospitalar, ins tuiu, em 2002, 14 de janeiro como Dia do Enfermo. Assim, inicio com a citação: “Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo” (Mateus 4,23). Ora, se Jesus curava as pessoas de suas doenças e enfermidades, afinal o que é um ser doente? O que é um ser enfermo? É com esta indagação que devemos ter em nossa mente que a pessoa, cujo corpo sico, cons tuído de carne e osso, foi acome do por uma doença, foi alvo da ação de microrganismos patogênicos que lesaram seu corpo, a sua psique e até mesmo a sua mente. A doença é então causa sica. Porém, quando nos referimos à enfermidade, esta já tem um sinal espiritual, a sua causa deriva de uma ação espiritual malevolente, e isso pode ser percebido nos evangelhos. Quando Jesus curava um enfermo, sempre saía um ou mais demônios, e a cura vinha imediatamente porque o que realmente nha ali era o espírito da doença, havia um demônio que agia na saúde das pessoas provocando os males. Dessa forma, como na doença, os males que a ngiam as pessoas causavam danos ao seu sico. No entanto, a procedência de tudo isso advinha apenas de uma ação espiritual.

Vista a importância iden ficada no processo de cura da doença e enfermidade, fica evidente a relação da espiritualidade com o sofrimento. Nessa premissa, o cuidado dos enfermos foi uma das muitas formas de caridade adotadas pela Igreja e que se conjuga com a história da enfermagem, principalmente após o advento do cris anismo. E falar do cuidado aos enfermos é falar de Florence Nigh ngale, a precursora da espiritualidade na enfermagem em todo o mundo, pois já no início do século passado incen vava a necessidade da prá ca da espiritualidade junto ao ser doente. Extremamente religiosa, desejava mesmo era fazer as "obras de Deus", ajudando aos pobres, aos doentes e aos humilhados, amenizando-lhes o sofrimento com o intuito de mostrar que a espiritualidade é uma forte aliada no enfrentamento das doenças e da morte. Nesse sen do, as razões do sofrimento são de di cil entendimento, especificamente em suas profundidades, tais como as que tangenciam as dores sicas, psíquicas e mentais. Desse modo, quando o sofrimento leva à sensação de inu lidade e de fraqueza faz-se necessária a busca pelas obras de misericórdia que são um ó mo remédio, como diz o Papa Francisco: “Jesus nos doou a possibilidade de ser livres apesar dos limites da doença e das restrições”. Portanto, compar lho com todos a minha

experiência de levar uma palavra de conforto e oração que digo ser a “respiração da alma” aos enfermos hospitalizados. Faço parte de um grupo chamado “Servindo na Fé” que foi formado há cerca de três anos no âmbito do meu local de trabalho. Nesses poucos anos de existência, nos man vemos firmes nas ações de prá cas de fé, esperança e caridade, levando a cada um de nossos irmãos a Palavra de Deus, por meio do evangelho, salmos, cân cos e compar lhando a Palavra e ouvindo o nosso semelhante, onde se faz presente o Cristo Vivo no meio de nós. É uma experiência realmente enriquecedora, principalmente quando proporcionamos aos enfermos e aos seus familiares um pouco de alegria, de paz e conforto aos seus corações, tendo a certeza de que enfrentam o sofrimento de uma forma posi va. Diante dessa situação é que nos colocamos face a face com nossa par cularidade humana, diante de um Deus vivo e verdadeiro e pedimos a Maria, nossa mãe intercessora, que carrega nos braços o socorro da humanidade, ela é a mãe do socorro, sempre a sua intercessão e que con nuemos firmes na fé e esperança em nome do Cristo Senhor Nosso. Amém! Patrícia Machado Leal Bióloga


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A Comunhão dos Santos

Afrescos de Giovanni da San Giovanni. 1623. San Qua ro Corona , Roma. Imagem: h ps://goo.gl/yXGB7h

as primeiras comunidades, os cristãos eram chamados de santos. Paulo endereça várias de suas cartas aos santos que moram em Éfeso (Ef 1,1); aos santos que estão em Filipos (Fl 1,1); aos irmãos em Cristo, santos e fiéis que moram em Colossas (Col 1,2). Ele está se referindo às pessoas de fé que, por se comprometerem com Jesus, par cipam da san dade do Filho de Deus. Esses santos e fiéis, em suas comunidades, trabalhando e vivendo na fé, são o que hoje chamamos de Igreja peregrina, ou seja, o povo de Deus, comprome do com Cristo, que, enquanto peregrina ou caminha por este mundo, já par cipa da san dade de Cristo. No começo da Igreja, os cristãos eram chamados de santos ainda em vida. A terminologia santos, de certa forma, caiu em desuso. Ao longo do tempo, com o distanciamento do contexto bíblico, a palavra ganhou outra conotação: o sen do de não ter pecados. Como todos nós vivemos nossa san dade mas sempre em meio às fraquezas desse mundo, a Igreja, sem deixar de considerar os sinais de san dade que existem na vida das pessoas, passou a chamar de santos os que já estão na vida eterna, por estarem em comunhão mais plena com Deus e não mais

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sujeitos às fraquezas desse mundo. São aqueles que foram canonizados pela Igreja e que receberam lugar de destaque nos templos. Para a fé católica, os mortos na verdade não estão mortos; eles vivem em Deus. A vida con nua após a morte. Isso só ficou claro após a experiência do Cristo ressuscitado. Antes, no An go Testamento, se pensava que os mortos es vessem mesmo acabados ou dormindo em algum lugar. Vejamos o que diz um texto do AT: “Não são os mortos que louvam o Senhor, nem os que descem à região do silêncio. Mas nós, os vivos, bendizemos o Senhor, desde agora e para sempre” (Sl 115,1718). Depois que Cristo ressuscitou, os discípulos compreenderam que os mortos não estão “na região do silêncio”, mas em Deus. Eles formam a Igreja que já está na glória, ou seja, a Igreja gloriosa. Alguém poderia argumentar, dizendo que esses santos estão mortos. Mas nós diríamos que, em Cristo, a morte foi vencida. Depois de Cristo, entendemos que a morte não é o fim da vida, mas uma passagem para a eternidade. Os que morreram para este mundo estão vivos na glória de Deus. Entre eles que já par ram para a casa do Pai e nós aqui na terra, há uma comunhão de amor e de fidelidade pois todos estamos unidos no mesmo Cristo. É a chamada comunhão dos santos. Os que já passaram pela grande tribulação e alcançaram a glória imortal se unem a nós que estamos ainda a caminho. O exemplo deles nos mo va. Então, a comunhão dos santos é essa amizade que rompe as barreiras da morte, do tempo e do espaço. É um laço forte e perene que se dá entre todos os que estão em Cristo. É uma experiência de solidariedade e amor, de compromisso uns com os outros, porque fazemos parte da mesma videira que é Jesus. Como os ramos de uma videira são solidários e unidos entre si, assim são todos que estão em Cristo: os vivos e os que já morreram, não importa. A ação de Jesus ultrapassa a morte. Os santos fazem parte de nossa Igreja. Não estão mais nesse mundo, junto de nós, mas estão vivos em Deus. Nós nesse mundo formamos a Igreja peregrina – ou seja, os que ainda estão em missão nessa vida. Os que já par ram formam a Igreja gloriosa, junto do Pai. Um dia também nós vamos deixar de ser Igreja peregrina e passaremos a ser Igreja gloriosa. Engrossaremos o grupo dos que estão de pé diante do cordeiro, com palmas nas mãos e vestes brancas, como nos fala o Apocalipse. Vai ser uma festa!

Solange Maria do Carmo Mestre em Teologia Bíblica e Doutora em Teologia Catequé ca

Santo do Mês

São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus

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mar rio de São Sebas ão não se deu por varadas come das contra os cristãos, cumprindo o que lhe vinha 1565, ocorria a batalha final que expulsou os franceses, de flechas, amarrado a uma árvore, apesar de da alma: anunciar o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo. que ocupavam a cidade. Na data da morte de São Sebasão, há relatos de que o már r foi visto de espada na essa ser uma imagem milhares de vezes retratada Irado com tamanha ousadia, Diocleciano o entregou à em quadros, pinturas e esculturas, em todos os tempos. guarda pretoriana, e Sebas ão foi executado com paula- mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando Violentado por condenar o paganismo e opor-se às injus- das e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte, contra os invasores franceses calvinistas. no dia 20 de janeiro de 288. Para evitar sua veneração, ças, sua vida foi resguardada pela fé em Cristo. Renilson Leite Nascido em Narbônia, na Gália, atual França, seu corpo foi jogado numa fossa, de onde a piedosa crisJornalista Sebas ão foi criado por sua mãe em Milão, na Itália, de tã Santa Luciana o rou, para sepultá-lo junto de São acordo com os registros de Santo Ambrósio. Tomou a Pedro e São Paulo. No Brasil, no território do Rio de Janeiro, em decisão de servir ao exército romano e era considerado um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e protetor a vo dos cristãos, tornando-se, assim, seguidor de dois exércitos: o de Roma e, acima de tudo, o de Cristo. Secretamente, Sebas ão conseguiu converter muitos pagãos ao cris anismo, soldados e prisioneiros. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio. Agindo com coragem e fé cristã, contrariando os desejos do imperador Diocleciano, em certa ocasião Sebas ão foi denunciado. O imperador lhe dispensara admiração e confiança, queria vê-lo em destacada posição no seu exército, por isso, considerou-se traído. Mesmo diante de Diocleciano, que lhe pediu para escolher entre Cristo e um alto cargo no exército romano, não negou sua fé. A sentença foi imediata: deveria ser amarrado a uma árvore e executado a flechadas. Muito machucado, Sebas ão foi dado como morto e ali mesmo abandonado. Porém, uma senhora cristã encontrou-o vivo e tratou de suas feridas. Sarado, enfrentou o imperador, repreendendo-o pelas injus ças Mar rio de São Sebas ão. Pintura a óleo sobre madeira de carvalho, de Gregório Lopes. c.1536-1538. Museu Nacional de Arte An ga, Lisboa. Imagem: h ps://goo.gl/ER3TmP


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Ba smo de Jesus

Ele nos chama a renascer pela água e pelo espírito D

Ba smo de Cristo. Óleo em tela, de Zeitblom Bartholomaeus. 1495-1500. Fundação Cariplo. Imagem: h ps://goo.gl/qmkcpj

epois de ajudar seu pai José na carpintaria e ser catequizado por sua mãe Maria, Jesus vai até o seu primo João Ba sta para ser ba zado no Rio Jordão. Convidando todos ao ba smo, para receberem aquele que viria, João não concorda com o pedido de Jesus e diz: “Eu é que preciso ser ba zado pelo senhor, e o senhor vem a mim?” (Mateus 3,14). João anunciava o ba smo para o arrependimento dos pecados. Mas qual pecado teria Jesus? Mesmo assim, sem concordar, João cumpriu a vontade do Mestre que insis u dizendo: “Deixe que seja assim agora, pois é apropriado que, desta maneira, cumpramos tudo o que é justo” (Mateus 3,15). Deus já havia dito a João que o Espírito desceria e permaneceria sobre aquele que teria o poder de ba zar no Espírito Santo. Por isso, é provável que João não tenha se surpreendido ao ver o Espírito de Deus descer como pomba sobre Jesus após seu ba smo. Além disso, enquanto o Messias era ba zado, aceitando ser o cordeiro de Deus, o céu se abriu e uma voz do alto exclamou: “Este é meu Filho, o amado, a quem eu aprovo” (Mateus 3,17). Humano e divino dão-se as mãos. Jesus inicia a sua vida de missão. Ele é o novo Adão, descido do céu, para restaurar a aliança com Deus, anunciando o seu reino, pregando e salvando todos os povos. E, desde sempre, submetendo-se ao ba smo como

pessoa comum, apresentou-se humano como nós, sem pecado, por amor. Nascidos para sermos santos, porém, manchados com o pecado da desobediência de Adão e Eva, a Igreja quer preservar os cristãos desde os seus primeiros dias de vida, iniciando-os na vida cristã pelo ba smo. Mas apenas o ba smo não salva. Seremos salvos se vivermos e pregarmos o amor de Deus, a missão de Jesus. Celebrando o ba smo de Jesus, somos convidados a renovar nossas promessas ba smais. Deus nos convida a viver os compromissos do nosso ba smo. Ele nos chama a viver como homens novos, renascidos pela água e pelo Espírito. Se pela fé recebemos a graça do ba smo, por essa mesma fé devemos confessar que, por isso, pertencemos a Cristo. “Pois todos vocês, que foram ba zados em Cristo, se reves ram de Cristo. Não há mais diferenças entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo” (Gl 3,27-28). Douglas Lima Consultor Empresarial, Gestor Administrativo e Financeiro, Empreendedor

Renilson Leite, jornalista

Epifania o Senhor

Deus está na humanidade de Jesus

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pifania é manifestação, aparição. É mais que uma palavra, é um momento grandioso. A Epifania do Senhor revela a apresentação de Jesus Cristo aos povos, como o filho do Criador, o Enviado de Deus. A primeira Epifania do Senhor aconteceu no seu nascimento e sua apresentação aos Reis Magos. O Mundo conheceu o Messias, o Salvador. O três Reis Magos chegaram a Jesus, guiados por uma estrela, e O adoraram. Os Magos, como sábios e estudiosos da astronomia, viram o surgimento de uma nova estrela e, imediatamente, se colocaram a segui-la. Essa nova estrela era o caminho para Jesus enviado. Os Magos, representantes da diversidade dos povos, se colocaram de joelhos diante de Jesus e o reconheceram como o enviado de Deus. Outras Epifanias ocorreram ao longo da Caminhada de Jesus, como o seu Ba smo, o Espírito Santo revelando Jesus como Filho de Deus, as Bodas de Caná, quando Jesus novamente se revelou Filho do Al ssimo ao transformar água em vinho e, também, na Cruz, ao ser reconhecido pelo soldado, ao pé da Cruz, como o verdadeiro Filho de Deus. A primeira Epifania de Jesus traz a luz à humanidade, a força contra a escuridão. Os Reis Magos veram suas vidas transformadas na presença do Menino Abençoado. E como reconhecimento de tal divindade, cada um deles levou um presente. Cada oferta era um reconhecimento: ouro, como símbolo de realeza, Filho do Criador; incenso, como símbolo de pureza e divindade; e mirra, como símbolo terreno, denotando a sua humanidade. A Epifania do Nascimento de Jesus nos mostra a redenção, a gra dão, como Deus desceu à terra através de seu filho Jesus. Como a vida dos Reis Magos mudou ao adorarem Jesus, a nossa também deve mudar. Devemos ser gratos pela divindade de Jesus, reconhecê-lo como Filho do Criador e a personificação de Deus na terra, tomar sua carne e seu sangue para purificar nossos pecados. Devemos buscar a redenção dos nossos erros, encontrar o perdão e reconhecer que somos frágeis e sensíveis. Pela nossa fragilidade e sensibilidade, a Epifania veio como luz, para nos direcionar, nos acalentar, nos mostrar que podemos ser mais do que somos, que podemos doar nosso tempo, nosso sorriso.

Adoração dos Magos. Óleo sobre tela, anônimo. Século XVIII. Dorotheum. Imagem: h ps://goo.gl/Qvy42c

Deus veio até nós e nos concedeu Jesus, para que saibamos que Ele também é humano. Olhar para Jesus significa olhar para si mesmo e para os outros. Reconhecer Jesus é reconhecer a nossa fragilidade interna, nossos medos e anseios. A Epifania trouxe a Luz que precisamos enxergar dentro de nós, dentro do outro. Devemos - cada um de nós - achar a nossa estrela e caminhar em direção a Jesus, em direção à redenção, ao perdão, à gra dão. Persigamos a aparição de Jesus dentro de cada um de nós. Douglas Lima Consultor Empresarial, Gestor Administra vo e Financeiro, Empreendedor


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | JANEIRO DE 2018

O que meu dízimo tem feito por minha comunidade? Amigo (a) dizimista, seu dízimo tem feito obras extraordinárias, não somente para a vida material de sua paróquia, mas principalmente na transformação social, com a implantação do Reino. Há coisas que talvez você não saiba, mas sugiro perguntar em sua paróquia: - Quantas crianças e adultos são educados na fé em nossa paróquia? - Quantas famílias são acolhidas e amparadas pela Palavra de Deus? - Quantas pessoas encontram no serviço pastoral o sen do de suas vidas? Você poderá, com estas e outras questões, observar o quanto é feito. Mais que isso, poderá constatar como você realiza com sua comunidade centenas de boas obras. Sim, você realiza sua vocação missionária. O dizimista não é um financista da missão, ele é agente de transformação. Você está ao lado daqueles que promovem encontros de catequese, dos que distribuem cestas básicas, do sacerdote quando atende a uma confissão, e assim por diante. Fonte: Revista Calendário 2018 – Editora A Par lha Ltda.

SEJA UM DIZIMISTA.

O SEU DÍZIMO CONTRIBUI PARA A PUBLICAÇÃO MENSAL DE O ROSÁRIO

Novos dizimistas até 14/12/2017 - Ana Maria Alves da Costa - Carmem Silvia de Almeida Costa - Elaine de Souza Castro - Leda Ferreira de Oliveira - Maria Aparecida de Sales Lima Leal - Lucélia Lima - Maria da Penha Alves - Marília Beralda Mendes Silva - Meiry Maria Soares Souza - Moacir Lucas Pereira - Nedina Souza Basílio Costa - Neuza Maria Loredo Mar ns A todos, dizimistas ou não, um ano novo repleto de bênçãos!

Torta de palmito Ingredientes: Para a massa 4 ovos 2 xícaras (chá) de leite 1 xícara (chá) de óleo 2 cubinhos de caldo de carne 2 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de fermento em pó Para o recheio 1 cubinho de caldo de carne 1 lata de palmito em rodelas 3 tomates sem pele e sem sementes picados 1 xícara de presunto em cubinhos (200 g) 3 colheres (sopa) de salsa picada Diz a Sagrada ESCRITURA Que, quando JESUS nasceu, No céu, FULGURANTE e pura, Uma estrela apareceu. – Estrela NOVA … Brilhava Mais do que as outras; porém Caminhava, caminhava Para os lados de BELÉM. – Avistando-a, os TRÊS REIS MAGOS Disseram: “Nasceu Jesus!”

A D N F N C A M I N H O A R A O O N F L F

J D R F K S N F I T K N R T U G H Q R O E

I E S L Y S T U C O R E S Y L E E S O R Q

K U B Ç Z E D L A H T C S L H Y R Y E B T

E S A G B F E G E A F S J I R S L N S A C

B M X E B E O U L F D M R C T A M U T C R

Olharam-na com AFAGOS, Seguiram a sua LUZ. – E foram andando, andando, Dia e noite a caminhar; Viam a estrela brilhando, sempre o CAMINHO a indicar. [...] Andaram. E, um belo dia, Da jornada o fim chegou; E, sobre uma ESTREBARIA, A ESTRELA errante parou.

N A L O A O E N I N O W H O C N T R N B R E C F C T B O A N S C R I T U A M Ç A R L R A N T E Ç R A M E S T S A R G R Ã O S O B E L Y S N M I T I A B B S E X R E A M R R X A H A N U A F A G O D Ç L A O Ã I D Q D S Q R E B A R I A V R B T W A Q I A W S

E os Magos viram que, ao fundo Do PRESÉPIO, vendo-os vir, O SALVADOR deste mundo Estava, lindo, a sorrir – Ajoelharam-se, rezaram Humildes, postos no chão; E ao DEUS-MENINO beijaram A alva e pequenina mão. Olavo Bilac Fonte: h ps://goo.gl/DEi3Lb

I Q A D N D S U S V X E I L T R A I U Z N A D D R E L Q T G E M A T E I Z N F V O P O A D S D E O F D Z Z X A L F V Y S L A E

R E E C G C X S A L V A D O R A T R A R G

I E J A A S A C O A P T S E N Y U P D O I

F S T O T G O H L Ç I C U T A E P W E Z B

O F O D O C L X R E E O X I C F W E T S S

A V O N X Ç O C J O I P E S E R P M T V U

Modo de preparo: Massa Bata todos os ingredientes no liquidificador. Coloque numa assadeira média untada. Reserve. Recheio Dissolva o caldo de carne em 3 colheres (sopa) de água fervente. Junte os demais ingredientes e misture bem. Espalhe sobre a massa reservada e leve ao forno médio por 30 minutos. Fonte: Minha Vida/Alimentação

Dica de leitura O Quinze, de Rachel de Queiroz, discorre sobre a grande seca de 1915, de que a autora tanto ouviu falar. Ceição convence Mãe Nácia a parr. Vicente quer ficar, salvar o ga d o . D o n a M a ro c a manda soltar o gado. Chico Bento vende as reses e parte com a família. Chegará à Amazônia? Não consegue as passagens e vai indo a pé. Um re rante em meio à seca. A fome e o cangaço. Este é um drama da terra. Esta e muitas outras obras você encontra na Biblioteca do Convento dos Frades Capuchinhos. O acesso e emprés mo são gratuitos. Faça uma visita: rua Iara, 202, Pompeia.


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | JANEIRO DE 2018

A paz que anunciam com a boca, assim devem trazê-la ainda mais no coração

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bem-aventurado papa Paulo VI, no dia de São Francisco de Assis, aos 4 de outubro de 1965, discursou na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em defesa da paz. Em certo momento de seu pronunciamento, ele afirmou que a paz “não se constrói somente por meio da polí ca e do equilíbrio das forças e dos interesses. Ela constrói-se com o espírito, as ideias, as obras da paz”. Demonstrando ainda a sua preocupação, ques onou aos ouvintes se um dia mudaremos a nossa mentalidade par cularista e belicosa que até agora teceu grande parte da história humana. O próprio Francisco de Assis sonhara em ser um valoroso cavaleiro, ornado da honra conquistada nas guerras. A sociedade em que ele viveu encontrava nas armas a sua glória. Porém, o encontro com o Evangelho lhe transfigurou a mentalidade belicosa a qual apontou Paulo VI. Nesse processo, frei Francisco se reconheceu como criatura entre infinitas criaturas, e que toda glória par cularista não conflui para o salvamento da humanidade, para a paz. O querido papa foi perspicaz ao intuir que a paz é um construto do espírito e das ideias, que somente os mecanismos polí cos e os interesses envolvidos não bastam. De fato, de boas intenções o inferno está cheio, diz o ditado popular. Vejamos o

atual contexto sociopolí co e econômico do Brasil: uma crise é ca sem precedentes, gritos, por terra, teto e trabalho, sufocados. De todos os lados somos assombrados pelo ódio e a intolerância, pois carecemos de uma sólida cultura de paz. E ela não pode emergir das armas bélicas, ideológicas e individualistas que brotam dos interesses par culares (ou das grandes corporações). Recordemos as palavras de Jesus: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz” (Jo 14,27); a paz de Jesus não é outra coisa senão a si próprio, a sua presença geradora de vida, e vida em abundância. Francisco de Assis se a nou para essa mensagem. É preciso exercitar as consciências a se reconhecerem como pessoas que estão con nuamente inter-relacionadas umas com as outras. Precisamos reconhecer a voz do Cristo em meio a tantas vozes e discursos pretensiosos que falam de paz, mas apenas incen vam a intolerância e o ódio a grupos sociais vulneráveis; vozes que somente querem a paz dos empregadores à semelhança do rico tolo que armazena em seu celeiro (Lc 12) lucrando às custas dos trabalhadores. É preciso reconhecer a voz do Cristo, de quem emana a verdadeira paz. O pacífico Irmão Francisco de Assis a reconheceu e exortava os seus, dizendo que “a paz que anunciam

O êxtase de São Francisco. Afresco de Gio o de Bondone. 1297-1300. Basílica Maior, Assis. Imagem: https://goo.gl/s549bu

com a boca, assim devem trazê-la ainda mais no coração” (LTC 58). Tal é o cerne da saudação franciscana de “Paz e Bem”. Essa saudação franciscana demonstra que a almejada paz tem de nascer desde dentro, tem que gerar vida a nossa volta. Uma paz que se pretende ser estabilidade emocional, econômica ou polí ca e ausência de conflitos, mas se u liza de disposi vos que silenciam vozes e violentam vidas, não pode gerar irmandade. Por isso, tanto a paz de Jesus quanto o paz e bem franciscano constroem-se do espírito, das obras de paz como possibilidade para criar um ambiente social em que sejamos uma corrente de apoio e beneficência para gerir a situação atual no país e, quiçá, em nossa Casa Comum. Frei Warley, OFMCap

Imagem: h ps://goo.gl/KG7v68

O carisma franciscano e os cristãos leigos

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ano de 2018, para a Igreja do Brasil, será dedicado ao “Ano Nacional do Laicato”, no qual iremos refle r e celebrar a presença e atuação dos cristãos leigos e leigas como sal, luz e fermento na Igreja e na sociedade. A data marca os trinta anos do Sínodo Ordinário sobre os Leigos e da Exortação Apostólica Chris fideles Laici e respaldado pelo Documento de nº 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, aprovado na Assembleia Geral da CNBB, ano passado. Celebrações à parte, a presença do laica-

to como sujeitos eclesiais nas diversas realidades em que se encontram inseridos no mundo contemporâneo é essencial para a saúde e o vigor da Igreja. Igualmente importante foi sempre a adesão de um grande número de leigos ao carisma franciscano. Muitos cristãos desejaram assumir para si um carisma específico para alinhar seu discipulado às mesmas inspirações de alguns santos homens e mulheres, mas sem a intenção de se consagrarem nos conventos. Assim acontece desde a época de São Francisco, no século XIII, homens e mulheres, casados, viúvos e solteiros, nobres, ricos ou pobres, senndo-se inspirados pelo movimento franciscano, manifestam o desejo de viver o Evangelho na simplicidade, assim como os frades, porém con nuando inseridos na sociedade civil, cada qual com seus trabalhos e o cios, sua casa, sua família. E para estes, Francisco organizou a fundação da Ordem Terceira, e eram conhecidos como “irmãos e irmãs da penitência”. Passados quase oitocentos anos, a Ordem Terceira, atualmente chamada “Ordem Franciscana Secular” (OFS), con nua como uma frondosa árvore, carregada de bons frutos. A

OFS está presente em mais de setenta países. A Igreja, inclusive, ao longo destes séculos, reconheceu as virtudes heroicas de uma mul dão desses nossos irmãos e irmãs. No Brasil, a Ordem Franciscana Secular está organizada em 16 regiões, com cerca de 582 Fraternidades, somando aproximadamente 18 mil “Franciscanos e Franciscanas Seculares”. São pessoas que integram a grande família franciscana e se configuram como uma união orgânica de todas as Fraternidades católicas espalhadas pelo mundo e abertas a todos os grupos e fiéis católicos. Nelas, os irmãos e as irmãs, impulsionados pelo Espírito a a ngir a perfeição da caridade no próprio estado secular, são empenhados pela Profissão dos votos a viver o Evangelho à maneira de São Francisco e mediante uma Regra de Vida confirmada pela Igreja. No bairro Pompeia temos uma Fraternidade da Ordem Franciscana Secular, que se reúne mensalmente, aos terceiros domingos, às 15h, no convento dos Frades Capuchinhos. Faça uma visita e conheça esse carisma franciscano! “E todo aquele que isto observar, seja repleto no Céu da bênção do al ssimo Pai, e seja, na Terra, cumulado com a bênção do seu dileto Filho, juntamente com o san ssimo Espírito Paráclito.” (ROFS 3). Frei Warley, OFMCap


PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | JANEIRO DE 2018

Especialista em Acupuntura pelo Conselho Federal de Odontologia Pós Graduação Lato Sensu em Acupuntura pela Medicina Tradicional Chinesa


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