Março de 2017

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JORNAL

O Rosário Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Edição de março de 2017

TIRAGEM: 2.000 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EDITORIAL Caros irmãos e irmãs, Paz e Bem! Grande alegria realizar o editorial deste mês de nosso jornal. Espero ser o início de um período agraciado junto com todos vocês. Para podermos crescer como comunidade, é indispensável empregar todos os recursos que estão disponíveis. Lembremos que o modo de ser de Deus é relação e comunicação. Ao revelarnos seu plano de amor, Ele estabeleceu com a humanidade um tempo de alianças e promessas, até chegar à comunicação plena, revelada em Jesus Cristo. Relacionar, comunicar e revelar seus caminhos é seu plano. Para que nós também entremos em seu Reino é necessário fazer parte desse processo (chamado) divino. Então vamos aprofundar cada dia mais nossa comunicação, vencendo a ‘mudez’ e a ‘surdez’ de nossos dias. Coragem, irmãs e irmãos! Vamos fazer uma boa leitura dos textos aqui presentes. Aproveitem, e que sejam motivadores de novas e fecundas reflexões. Lembremos inicialmente do dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. A luta das mulheres por melhores condições de trabalho e de direitos continua. Muita coisa mudou nas últimas décadas, mas ainda é preciso dar passos. Refletiremos esse dia a partir do texto “Maria, a mulher que nos impulsiona à fé e nos inspira coragem”. O caminho percorrido por Maria não foi fácil. Teve que enfrentar preconceito, fugir para o deserto e ver o próprio Filho sendo preso e morto. Seu exemplo é para nós força que nos leva a enfrentar os desafios, principalmente para as mulheres. Saudamos a todas pelo seu dia. Outra reflexão presente nesta edição nos remete à Campanha da Fraternidade 2017, que tem como tema: “Biomas brasileiros e defesa da vida”. Estamos ainda sob os ‘efeitos’ daquele belo texto do Papa Francisco, Laudato Si, de 2015, reflexões que encantaram a todos e surpreenderam por sua espiritualidade na defesa de toda a criação. Assim, o texto do padre Ismar Dias de Matos nos ajudará a adentrar na temática proposta pela CNBB. E, claro, não poderia faltar uma reflexão sobre o tempo da Quaresma. Teremos a oportunidade de entender melhor sobre esse período litúrgico forte - a que todo ano a Igreja nos convida a partir do texto “Conversão é o sentido da Quaresma”, do nosso irmão Douglas Lima Daniel.

Página 3:

Campanha da Fraternidade Conversão é o sentido da Quaresma [página 5]

Maria, a mulher que nos impulsiona à fé e nos inspira coragem [página 5]

Mas não é só isso! Tem sobre juventude, São José e Dia Mundial da Água. Leiam, e esperamos que façam um bom proveito para sua oração e meditação. Lembrem-se de realizar sempre boas leituras para ajudar a aprofundar a fé. A todos um santo e abençoado mês de março. Abraço e Paz e Bem! Frei Edson Matias Dias, OFMCap

Oração e juventude [página 7]


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Batismo

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e os pais Noelton Moreira Dias e Aline Cristina Cardoso; Marcos Gomes Viana e Clarice Custódia Mariano; Claudio Henrique Salgado Guerra e Glaucia Fernanda Regina de Almeida Guerra; Adriano Evangelista de Oliveira e Natália Eugênia Barbosa G. de Oliveira; assumiram o compromisso de conduzir pelo caminho do seguimento de Jesus seus filhos Dominick Trindade Campos Cardoso Dias e Jamal Trindade Campos Cardoso Dias; Isabelly Vitória Viana; Lara Salgado de Almeida Guerra; Miguel Góes de Oliveira que passaram pelo Batismo no dia 19 de fevereiro de 2016. Pelo Batismo desses pequeninos, festejamos juntos o dom da vida e da fé. O rito foi presidido por Frei Lázaro de Freitas. Foto: Pastoral do Batismo

AGENDA DO MÊS 01 a 15/03 Inscrições para o Batismo de abril 01/03 - quarta-feira Quarta-feira de Cinzas 02/03 - quinta-feira 18h Adoração e bênção do Santíssimo Sacramento Matriz 19h Reunião do Conselho Pastoral Paroquial 03/03 - sexta-feira 19h30 Reunião do Conselho Pastoral Comunitário da Pompeia 04/03 - sábado 9h - Formação de catequistas - Escritório Paroquial 14h Assembleia Paroquial - Centro Catequético 05/03 - domingo 1º Domingo da Quaresma 06/03 - segunda-feira Reunião da Liturgia - Pompeia 19h Leitura Orante - Abadia 20h Terço dos Homens 07/03 - terça-feira 19h Novena Perpétua Nossa Senhora do Rosário de Pompeia - Matriz 19h Reunião da Pastoral do Dízimo 08/03 - quarta-feira 19h Reunião do Conselho Pastoral Comunitário São Rafael 19h30 Reunião da Pastoral do Batismo 09/03 - quinta-feira 18h Adoração e bênção do Santíssimo Sacramento Matriz 19h Reunião do Conselho Pastoral Comunitário Aparecida 11/03 - sábado 14h Reunião da Pastoral da Misericórdia. 15h Encontro de pais e padrinhos para o Batismo Acolhida do Dízimo - todas as missas 12/03 - domingo 2º Domingo da Quaresma 9h Apresentação das crianças que se serão batizadas 17h15 - Terço, missa e novena a Nossa Senhora Aparecida - Esplanada Acolhida do Dízimo - todas as missas

13/03 - segunda-feira 19h Leitura Orante - Abadia 19h30 Curso Bíblico - Introdução ao Segundo Testamento (Colégio São Francisco de Assis) 20h Terço dos Homens 15/03 - quarta-feira 19h Reunião do Conselho Pastoral Comunitário da Abadia 16/03 - quinta-feira 18h Adoração e bênção do Santíssimo Sacramento Matriz 19h Reunião do Conselho Pastoral Comunitário São Judas 20h Encontrão ECC 19/03 - domingo 3º Domingo da Quaresma 9h Missa ECC 10h30 Celebração do Batismo 19h Missa dos jovens 20/03 - segunda-feira 19h Leitura Orante - Abadia 20h Terço dos Homens 21/03 - terça-feira 20h Reunião com coordenadores da catequese 22/03 - quarta-feira 19h30 Reunião/Formação da Pastoral do Batismo 23/03 - quinta-feira 18h Adoração e bênção do Santíssimo Sacramento Matriz 26/03 - domingo 4º Domingo da Quaresma 27/03 - segunda-feira 19h Adoração e bênção do Santíssimo Sacramento Matriz 19h Leitura Orante - Abadia 19h30 Curso Bíblico - Introdução ao Segundo Testamento (Colégio São Francisco de Assis) 20h Terço dos Homens 29/03 - quarta-feira 19h30 Reunião da Pastoral do Batismo 30/03 - quinta-feira 18h Adoração e bênção do Santíssimo Sacramento Matriz 19h Missa setores Santa Clara e São Paulo – Esplanada

CELEBRAÇÕES EUCARÍSTICAS Matriz Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Horário: segunda, às 7h; terça a sábado, às 7h e 19h; domingo, às 7h, 9h e 19h Endereço: rua Iara, 171 – Pompeia Capela São Judas Horário: domingo, às 19h30; dia 28/02, às 8h e 20h Endereço: rua Iara, 727 – Pompeia Capela Nossa Senhora Aparecida Horário: sábado, às 18h; domingo, às 18h Endereço: rua Violeta, 555 – Esplanada Capela Nossa Senhora da Abadia Horário: sábado, às 17h; domingo, às 9h Endereço: praça da Abadia, s/n – Esplanada Capela Nossa Senhora dos Anjos Domingo, às 10h30 Rua Raimundo Venâncio da Silva, 15 – Comunidade São Rafael – Santa Efigênia Capela do Cemitério da Saudade Horário: segunda-feira, às 8h Rua Cametá, 585 - Saudade

EXPEDIENTE Pároco Frei Lázaro de Freitas, OFMCap Pastoral da Comunicação – Pascom: Andréa Matos David Tierro Débora Drumond Douglas Lima Frei Edson Matias, OFMCap Frei Vicente Pereira, OFMCap Madalena Loredo Patrícia Leal Renilson Leite Jornalista responsável: Débora Drumond Arte e diagramação: Bárbara Andrade Impressão: Gráfica Fumarc Endereço Rua Iara, 171 - Pompeia, Belo Horizonte/MG Telefone: (31) 3889 4980 E-mail: pascompompeiabh@gmail.com Facebook:www.facebook.com/paroquiapompeiabh Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do jornal. O Jornal O Rosário reserva-se o direito de editar os materiais recebidos.


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DESTAQUE DO MÊS

Imagem: goo.gl/bTxbLi

(devido ao solo pouco permeável) que ocorrem anualmente na planície e provocam alterações no ambiente, na vida silvestre e no cotidiano das populações locais. Possui uma biodiversidade exposta aos olhares humanos, sobretudo seus animais, o que atrai um grande turismo à região. Ainda pode-se dizer que está bem preservado, mas é constantemente ameaçado por monoculturas e pela atividade mineradora. O tráfico, a caça e a venda de peles, couro ou artefatos provenientes de animais silvestres são práticas que, embora ilegais, ainda ocorrem. Várias espécies de animais já estiveram ameaçadas de extinção, em especial o jacaré do pantanal e a onça, conhecidas nacional e internacionalmente. Identificado também como Campos Sulinos, o Pampa é um bioma restrito ao estado do Rio Grande do Sul, embora tenha ramificações na Argentina e no Uruguai. Sua população atual é de pouco mais de seis milhões de habitantes. Ameaçado por monoculturas como o pinus e o eucalipto, o Pampa segue mantendo boa parte de sua biodiversidade original.

Concluindo

Animais dos biomas brasileiros, ilustração por Digerson Araújo. O tema da Campanha da Fraternidade de 2017 (CF2017) foi influenciado pela encíclica do Papa Francisco Laudato si (Louvado sejas), publicada em 2015. Buscando construir uma pastoral em defesa da vida, a Igreja nos traz o seguinte tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. Somos convidados a refletir sobre a nossa Casa Comum que partilhamos com todos os seres vivos deste imenso território nacional. O tempo quaresmal – no qual começa a reflexão da CF-2017 – nos chama a uma conversão ecológica, sobretudo a partir do lema proposto pelo texto-base da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15). Dividido em quatro capítulos, o texto de 133 páginas foi construído sob o método bastante usado na atividade pastoral: Ver (capítulo I), Julgar (capítulo II), e Agir (capítulo III). O capítulo IV faz um histórico das CF nos últimos cinquenta anos. O objetivo geral da CF-2017 é “cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”. Dos oito objetivos específicos, citamos aqui apenas dois: aprofundar o conhecimento de cada bioma, de suas belezas, de seus significados e importância para a vida do planeta, particularmente para o povo brasileiro; e reforçar o compromisso com a biodiversidade, os solos, as águas, nossas paisagens, e o clima variado e rico que abrange o nosso território. No capítulo I, o maior dos quatro (p. 23-72), são apresentados os seis biomas brasileiros, com sua descrição, localização, características, biodiversidade, sociodiversidade, e os desafios que a realidade nos faz. O que é mesmo um bioma? Etimologicamente a palavra deriva de “bio” (que significa “vida”, em grego) e “oma” (também um termo grego que significa “massa, grupo ou estrutura de vida”). De um modo simples e resumido, bioma é um conjunto de vida animal e vegetal com condições geoclimáticas similares, o que resulta numa diversidade biológica própria. O Brasil possui seis desses conjuntos: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal, e o Pampa.

Os seis biomas brasileiros Hoje restam apenas 12% da Mata Atlântica (M.A.) encontrada pelos portugueses, em 1500. Trata-se da floresta tropical que abrange a costa leste, sudeste e sul do Brasil. Ela desce até a Argentina. A M.A. abrangia a área dos seguintes estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia,

Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. O povoamento, nos cinco séculos de nossa história, destruiu quase 90% da Mata, que ainda possui formações vegetais extremamente heterogêneas, indo desde campos abertos em regiões montanhosas até florestas chuvosas perenes nas terras baixas do litoral. A fauna abriga diversas espécies, dentre as quais o micoleão-dourado e a onça-pintada. O maior bioma brasileiro é, sem dúvida, a Amazônia, formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins, avançando também pelo Maranhão e Mato Grosso, extendendo-se pelos países vizinhos: Colômbia, Venezuela, Bolívia etc. Por ser um bioma de extrema diversidade, atrai os interesses e a cobiça do mundo inteiro. Ali vivem cerca de 24 milhões de pessoas, 80% delas em áreas urbanas com graves problemas de saneamento básico ainda mais precários do que no restante do País. Considerado como o bioma mais antigo na face da terra, o Cerrado possui cerca de 65 milhões de anos, mas uma vez extinto não se regenera. Mesmo sendo destruído ao longo da história, ele garante a fama de ser a “caixa d’água do Brasil” ou o “pai das águas”. Seu grande inimigo é o chamado agronegócio. Em proporções diversas, encontramos o Cerrado no Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná e Pará. Bioma de grande capacidade de adapatação, a Caatinga (nome de origem indígena; significa “mata clara e aberta”), localiza-se no semiárido brasileiro, a partir do norte de Minas Gerais: é capaz de hibernar nas secas e ressuscitar no período das chuvas. É o bioma mais “ruralizado” do País, com 40% de sua população vivendo no meio rural. Muitas foram as ações governamentais para assistir a região da Caatinga. A Igreja Católica está empenhada na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional – PEC 115/150, que inclui o Cerrado e a Caatinga como Patrimônios Nacionais; também produz material popular para ativar a consciência da preservação ambiental junto às comunidades. O Pantanal, considerado um bioma brasileiro, além de estar presente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, vai até o Paraguai e a Bolívia. É caracterizado por inundações de longa duração

A CF-2017, “abordando a realidade dos biomas brasileiros e as pessoas que neles moram, deseja despertar as comunidades, famílias e pessoas de boa vontade para o cuidado e cultivo da casa comum. Cuidar da obra saída das mãos de Deus deveria ser um compromisso de todo cristão. Partindo do Evangelho, o cristão encontra nas criaturas um irmão, uma irmã, a exemplo de São Francisco de Assis” (p. 102). Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, a proposta da CF é dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem sejamos conduzidos à vida nova” (Apresentação do texto-base da CF-2017, p. 10). Ao concluir esta resenha, cabe-me dizer que o texto completo da CF vale a pena ser lido, pois nos apresenta informações e detalhes muito úteis para quem se sente motivado a trabalhar em prol de nosso ecossistema, aqui chamado de bioma. Escrito de forma bastante didática, o texto nos possibilita conhecer nossa realidade de forma clara e, por que não, surpreendente para muitos, afinal pouco sabemos de nossa própria riqueza bio e sociodiversa. Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas p.ismar@pucminas.br

Oração da Campanha da Fraternidade 2017 Deus, nosso Pai e Senhor, nós vos louvamos e bendizemos, por vossa infinita bondade. Criastes o universo com sabedoria e o entregastes em nossas frágeis mãos para que dele cuidemos com carinho e amor. Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum. Cresça, em nosso imenso Brasil, o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas, e da beleza e riqueza da criação, alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém!


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Catequese permanente

Nossa Igreja é santa

Imagem: goo.gl/eivHPp

Ou seja, ela é frágil, sujeita a erros e a desacertos, mas também é forte, porque Deus a conduz por seu Espírito. E não é de estranhar que a Igreja seja chamada de santa, pois ela é o povo que o Senhor reuniu e santificou. Na bíblia, todos os cristãos são chamados de santos. Todos os seguidores de Jesus são chamados de santos. Porque santidade é uma vocação, um chamado.

Basílica de São Pedro, Vaticano. Vai e volta a gente escuta alguém afirmando que a Igreja é santa. O que queremos dizer com essa afirmação? Será de fato santa uma igreja cuja trajetória povoada de desacertos revela suas fraquezas? Por que, mesmo conhecendo todas essas debilidades, continuamos acreditando que a Igreja é santa? O Credo Nicenoconstantinopolitano afirma: creio na Igreja una, santa e católica. Já falamos sobre a catolicidade da Igreja e também sobre sua unidade. Agora é hora de falarmos sobre sua santidade. A Igreja nasceu para continuar a missão de Jesus. Por onde passou, o Nazareno deixou a marca do amor e do bem. Ele acolheu a todos, perdoou a todos, amou a todos. Não discriminou ninguém, não rejeitou ninguém; só amou. Deu a seus discípulos a ordem de continuar sua missão de amar, de propagar sua palavra, de fazer seu reino acontecer. Cheios de esperança, os discípulos de Jesus assumiram esta tarefa nada fácil: continuar a obra do Mestre.

Foi com esse ideal que a Igreja nasceu. Tendo morrido o Mestre, os discípulos precisavam continuar sua obra, pois essa era sua vontade. Mas os seguidores de Jesus se sentiram desamparados e sem forças quando viram que o Mestre tinha morrido. Foi só quando experimentaram a presença do Ressuscitado, que eles criaram coragem para assumir a missão que Jesus lhes havia dado. Então pensaram: como podemos dar conta de uma missão tão difícil? Mas Jesus lhes havia prometido que não os deixaria órfãos: daria a eles o Espírito Santo. Para uma missão tão santa, só com a força do Espírito Santo, ou seja, os seguidores de Jesus só poderiam dar conta de viver a vida do Mestre por causa da ação do Espírito do próprio Jesus, o santo de Deus. Então, a Igreja é santa. Santa no projeto que ela empreendeu como seu: o Reino de Deus. Santa na força que a conduz em meio às vicissitudes da história: o Espírito Santo. Assim, apesar de seus membros, que são pessoas frágeis e pecadoras, a Igreja não perde sua santidade. Ela é santa e pecadora, ao mesmo tempo.

Novidades na preparação para o Batismo: Primeiro passo – a acolhida dos pais e padrinhos

Muita gente reclama que nem sempre encontra uma acolhida calorosa e compreensiva em nossas comunidades cristãs. E, infelizmente, é preciso admitir que isso é verdade. Em algum momento, acreditamos que todos eram cristãos porque a sociedade era cristã e (supostamente) se organizava de acordo com os valores cristãos. E, por estarmos todos imersos constantemente num meio social e familiar permeado pela fé cristã, seria natural que todos partilhássemos a mesma fé, que compreendêssemos a organização da Igreja e nos interessássemos por ela. Num contexto assim, para que acolher as pessoas, se todos já estavam em casa e bem à vontade na comunidade? Mas o tempo nos mostrou que isso não era bem verdade. E que nem todos estavam assim tão comprometidos com a fé e tão convencidos dos procedimentos da igreja. As comunidades finalmente entenderam que entre a Igreja e a sociedade civil havia uma distinção necessária. Nesse novo tempo, aprendemos que não se pode exigir das pessoas aquele grau de envolvimento e de compreensão, como se elas sempre tivessem feito parte da comunidade. Porque, para alguns, a comunidade cristã de hoje é um ambiente totalmente desconhecido – e não se pode simplesmente discriminar essas pessoas. Pois bem, foi aí que reaprendermos uma coisa muito importante: a necessária arte de acolher aqueles que chegam à comunidade. Na preparação para o batismo, acontece exatamente isto: muitas pessoas que não vinham à igreja há muito tempo, por várias razões, retornam em busca do sacramento. E por que voltam? Alguns, apenas para cumprir o procedimento social de apresentar seus filhos. Outros, porque sentem ainda, no fundo, latejar aquela educação cristã que receberam, mesmo que

não pratiquem essa fé numa comunidade. Outros ainda, porque estão em busca de algum sentido ou de algum traço de espiritualidade, em tempos tão áridos e incertos. E há os que vêm em busca do sacramento com consciência clara do que procuram. Mas, dito com todas as letras: isso não é o mais importante. Que as pessoas venham por razões até pouco convincentes, não é isso que interessa. O que interessa é aquilo que vamos oferecer a elas, no breve tempo que temos à disposição. E, se o tempo é tão pouco, não carece de criar problemas com coisas secundárias, mas de oferecer logo o essencial: a experiência cristã de Deus. Como diz o papa Francisco: a Igreja não deve ser uma alfândega, que fiscaliza a vida das pessoas, mas um “hospital de campanha”, que acolhe todo mundo do jeito que está, aliviando suas dores com a alegria do Evangelho.

Então, Igreja santa e pecadora é um paradoxo? Mais que um paradoxo; é um mistério. Quando falamos de mistério, não falamos de algo incompreensível. Falamos de algo que é muito maior que nós e diante do qual nos curvamos. O amor de Deus é tão grande, sua fidelidade é tão certeira, que – apesar dos nossos erros – não conseguimos impedir sua ação. Deus nos santifica no amor. Em cada pequeno gesto de bondade, mostramos sua santidade. Este é o mistério: Deus santificou em Cristo todas as coisas e nos fez capaz de amar. Por isso, podemos afirmar que a Igreja, mesmo pecadora, continua santa. O fato de ela ser pecadora não a faz menos santa. E, por ela ser santa, também não está impedida de errar. São as contradições humanas presentes na Igreja de Jesus. Afinal, quem mandou nos dar missão tão nobre? Quem mandou confiar a pessoas tão frágeis – mas santificadas – uma missão tão grande? Ninguém se admire, pois, de a Igreja ser santa e pecadora. Ela é o que somos todos nós. Na nossa fragilidade, revela-se também nossa grandeza. Na nossa miséria, fica visível também nossa dignidade. Na nossa fraqueza, como disse Paulo, mostramos nossa força: “quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10). Bem diferente do que pensam alguns, a força da Igreja (nem a de nenhum de nós) não está na sua grandeza, mas na sua pequenez. Não está na sua superioridade, mas no fato de reconhecer-se pequena e necessitada da graça de Jesus. Igreja santa: porque santo é o Pai que nos convoca a ser Igreja; santo é Filho que nos confia sua missão; santo é o Espírito que nos capacita para essa missão. Santa, porque santos somos todos nós os renascidos em Cristo. Solange Maria do Carmo Mestre em Teologia Bíblica e doutora em Teologia Catequética

20 de março: início do outono Ventos de outono Imagem: goo.gl/JAlpfl

Na preparação para o batismo, o primeiro passo é acolher bem as famílias. Sem exigir nada delas: nem frases decoradas do catecismo, nem plena consciência do sacramento, nem moral irrepreensível. Interessa acolhê-las com a abertura de Jesus, ouvi-las com atenção para, somente depois, oferecer o que temos – de preferência o que temos de mais importante.

Céu de intenso azul.

Em nosso caminho de preparação para o batismo, somente após esse primeiro contato de acolhida, em que as famílias deixam seus dados, um agente da pastoral marcará uma visita para aprofundar o conhecimento e a intimidade. Mas isso já é outro assunto. Fique atento às próximas datas: Inscrições: 01 a 15 de março; Encontro com as famílias: 01 de abril Apresentação das crianças: 02 de abril Celebração do Batismo: 09 de abril

adentra minha morada,

Frei João Junior, OFMCap

O dourado do sol derramado por sobre a terra pinta tons de liberdade, também dentro de mim. O vento brando e gélido que desce da serra arrepia-me os pelos, desconcerta meus cabelos. Esvoaça minhas folhas, convida-me ao movimento convida-me a bailar. O outono chegou e trouxe consigo ares de leveza tão novo, de novo, que desconheço. Frei Abdias Júnior, OFMCap


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Conversão é o sentido da Quaresma A Quaresma é uma época do ano conhecida por todos nós. Traz em seu contexto um movimento de penitência e reflexão sobre nossa forma de ver, sentir e fazer a nossa vida. A Quaresma representa um período de quarenta dias que antecede a Páscoa, iniciando na Quarta-Feira de Cinzas e terminando no Domingo de Ramos. Período este de preparação para a Vitória de Cristo, a Glória da Ressurreição. Nesse período, Jesus se recolheu no deserto e preparou o seu espírito para o destino que o aguardaria, a transformação da forma como se vê o próximo e o exemplo de coragem e fé. Nas palavras do Santíssimo Papa Francisco: “A Quaresma é tempo de luta espiritual contra o espírito do mal”. Esta luta acontece no “deserto onde podemos descer em profundidade, aonde se joga verdadeiramente o nosso destino, a vida ou a morte”. Mas o que de fato representa a Quaresma? A Quaresma é tempo de preparação para o enfrentamento da vida, dos desafios, dos nossos monstros internos. Como Jesus se lançou voluntariamente pelo deserto, também devemos nos lançar. O deserto aqui representa o olhar interior, profundo em nosso ser, na busca pelo cerne em nossos corações. Mas não devemos nos enganar com falsas penitências, executadas como uma tarefa, em um curto tempo, para depois nos lançarmos no pecado. É exatamente o contrário, a penitência nos mostra como somos soberbos em relação aos outros, pois ao nos colocarmos em prece e reflexão nos reduzimos à simplicidade e, esta sim, deve ser o norte da nossa peregrinação pela vida. Sim! Após a Quaresma, devemos nos lançar na simplicidade e no amor ao próximo, e, como Cristo venceu, também venceremos, seguiremos pelo caminho da Luz, certos de que nosso preparo nesse tempo nos deu forças para seguir uma vida de paz e serenidade. Devemos estar atentos à nossa busca para não cairmos nas tentações. Nossa busca é individual, recolhida, pacífica. Dessa forma, como nos disse Jesus: “que tua

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do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo.”, acrescentando ainda: “Cada vida que se cruza conosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor.”

mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita”, pois a sua reflexão, penitência ou caridade está sob o olhar de apenas um, Ele. Jesus nos ensinou: “quando tu orares, entra em teu quarto e fecha a porta”. Sua oração é interna e pertence somente a Ele. Aos olhos de todos, quando convivemos, Jesus nos mostrou a verdadeira forma: “quando jejuares, lava o rosto e alegra-te, para que ninguém perceba que estás jejuando”. Vivemos em um tempo de constantes conflitos e disputas, as razões são diversas e de cada lado há arma em punho para atirar a qualquer movimento. Não há tempo para conversas, entendimentos, acordos. A primeira necessidade é a de derrotar nosso oponente; vemos uns aos outros como inimigos, tramamos e articulamos para gozar o sabor da vitória. Neste tempo, somos chamados para a conversão, uma quaresma para que possamos preparar nosso espírito para a transformação que nos aguarda. Nesse sentido o Santíssimo Papa Francisco nos clamou: “E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar-se para Deus, não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona”. Essa conversão vem de encontro ao nosso cenário de soberba e a necessidade de vencer acima de tudo, uma necessidade de sermos sempre mais espertos e famintos da humilhação alheia. O Papa Francisco nos mostra o caminho da conversão ao refletir: “... abrir a porta

Devemos deixar de lado os conflitos e ser agentes de pacificação individual e social, dando o primeiro passo para a conversão interna e, como Jesus nos mostrou em seu calvário, ser exemplos de coragem e fé diante dos desafios da vida, do convívio. A conversão, a simplicidade nos confere um nome, um reconhecimento e uma recompensa em Cristo, ao contrário da soberba que nos mostra pelo que temos, pelo que possuímos e exibimos, e aí já não temos mais um nome, temos posses. O pecado se manifesta essencialmente em três momentos, como alerta nosso Papa: “... a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba”. Sabiamente, Francisco nos alerta para o fato de idolatrarmos o dinheiro e fazermos dele ferramenta de vaidade e soberba. Esta Quaresma se revelará pela busca da profundidade, do autoconhecimento e da superação do eu. Conversão é a palavra. Nesta preparação devemos perceber em profunda reflexão o quanto vaidosos somos, o quanto o culto à aparência nos revela rasos. Percebamos o nosso vazio para que possamos preenchê-lo de amor e solidariedade, de compaixão e benevolência. Jesus venceu as armadilhas do deserto para nos mostrar o caminho da superação e, nós, como mortais na carne, no mundo terreno, não trouxemos nada quando chegamos e não levaremos quando partirmos. Restanos vivenciar a plenitude do convívio com o próximo. Assim, devemos nos renovar e perpetuar. A Quaresma é o início, é a revelação e superação do pecado, para que possamos ser e viver como seres da Luz, não apenas nestes quarenta dias, mas para todo o sempre. Douglas Lima Daniel Consultor empresarial, gestor administrativo e financeiro e empreendedor

Maria, a mulher que nos impulsiona à fé e nos inspira coragem Para falar sobre o dia em que se comemora internacionalmente a mulher, 8 de março, é sempre válido lembrar que a marcação nos calendários de um dia destinado à referida comemoração está relacionada à reivindicação de melhores condições de trabalho e igualdade de direitos, às conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. O certo é que, a cada ano, nesse dia específico, o mundo tem a oportunidade de refletir sobre as conquistas das mulheres ao longo dos séculos, e o que ainda deve ser feito para que não haja discriminação relacionada ao gênero. Será que basta separar um dia no calendário mundial para homenagear as mulheres?

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Essa pergunta é pertinente, pois apesar de em 1975 ter sido instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) o dia Internacional das Mulheres e várias manifestações de carinho serem feitas às mulheres nesse dia marcado no calendário, ainda são muitas as ocorrências de ultraje e desrespeito às mulheres, o que motivou a instalação, em nosso país, de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre violência contra a mulher em 2013, que assim definiu o Feminicídio: “é a instância última de controle da mulher pelo homem: o controle da vida e da morte. Ele se expressa como afirmação restrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher; submetendo-a a tortura ou tratamento cruel ou degradante”. (Relatório Final, CPMI-VCM, 2013). Depois disso, em 09/03/2015, foi promulgada a Lei 13.104, que qualificou o crime de homicídio de mulheres (inciso VI, do art. 121, do Código Penal), se o crime é cometido por razões da condição de sexo feminino. Não parece que a necessidade de uma lei

para coibir a violência contra a mulher seja um paradoxo à comemoração do dia 8? Devemos refletir sobre isso. Convido-lhes à reflexão sobre outra data do mês de março, agora do calendário litúrgico, o dia 25, em que comemoramos a Anunciação do Senhor, principalmente no ponto que têm em comum: a figura da mulher, pois se trata do anúncio feito pelo anjo a uma mulher que, há mais de dois mil anos, é internacionalmente conhecida, admirada e venerada por uma imensa quantidade de cristãos. Depois da Santíssima Trindade, é ela a pessoa mais querida para os católicos: Maria. E é essa mulher que trazemos como exemplo e inspiração para a comemoração desse Dia Internacional da Mulher. Como tantas mulheres que sofrem e por vários motivos, quer seja pela discriminação ou pelo sofrimento de seus filhos, Maria também sofreu. Mas Maria também se mostrou uma mulher corajosa. Apesar de imaginarmos o medo que Maria sentira ao escutar o anúncio do anjo e a tristeza que sentiu no calvário, aos pés da cruz, com o corpo inerte de seu filho no colo, quero ressaltar atitudes dessa mulher que nos foram narradas pelos evangelistas, e que nos apresentam uma mulher surpreendente, de extrema coragem, de grande capacidade reflexiva e de uma autoestima extraordinária. Ela deve nos inspirar! Primeiramente, Maria acreditou no projeto divino do qual fazia parte desde o instante em que o anjo fez o anúncio, motivo pelo qual aceitou ficar grávida do filho de Deus. Naquele momento, ela não sucumbiu ao medo de ter um estranho em seus aposentos. Ao contrário, Maria se pôs a decifrar a saudação do enviado de Deus e, ao

escutá-lo, em vez de sair correndo de medo, ou chamar seus pais, logo quis saber como tudo aconteceria, numa atitude reflexiva, mesmo diante de uma situação singular e inimaginável. Prontamente, Maria aceitou o desafio, sem ao menos pensar nas consequências. Ela acreditou, mesmo sabendo do perigo que corria, já que as mulheres adúlteras eram condenadas à morte. A partir do seu Sim, passou a correr risco de perder a vida e de perder seu filho. Teve que dar a notícia a José, sem saber qual seria a sua reação e, depois com ele, teve que migrar para Belém e fugir para o Egito. Mesmo sem ter o completo conhecimento do sofrimento de mãe que lhe estava reservado, apesar de ter sido advertida por Simeão, de que a vida de Jesus seria sinal de contradição e que uma espada de dor traspassaria sua alma (Lc. 2,35), Maria cuidou e educou o Menino Jesus, sempre com a fé de que sua missão era divina. Ela certamente foi feliz ao lado de seu filho, e por causa dele se fez ainda mais forte para estar com Ele no sofrimento. Afinal, como canta o poeta: “é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre, quem traz no corpo a marca, Maria, Maria, mistura a dor e a alegria...”. Feliz Dia Internacional da Mulher, com muitas alegrias, apesar das dores! Andréa Matos R. M. Castro Advogada e doutora em Ciências Sociais


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O Rosário

JORNAL

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | MARÇO DE 2017

Santo do mês

Imagem: goo.gl/nUrrou

São José, exemplo de pai, esposo e homem fiel São José, operário, carpinteiro, corajoso, humilde, justo. É modelo de pai e exemplo para todos os lares. Celebrado dia 19 de março, sustentou sua família com o trabalho das próprias mãos. Cumpriu seus deveres de um bom homem, preocupando-se mais com a dignidade de sua esposa, Maria, e do seu filho, Jesus, que haveria de nascer por obra do Espírito Santo. E mesmo sem entender, mas por sua fidelidade, permitiu que as profecias se cumprissem, e os desejos de Deus se consumassem. A pouca história desse pai e esposo amoroso já explica quão grande foi José e como ele continua sendo exemplo e protetor da família. Porque é na família que tudo acontece, é pela família que o amor se perpetua em toda a humanidade. E o sim de José faz sagradas todas as famílias que se inspiram na fé, e acreditam que é em seus lares que brota a esperança de um mundo melhor.

José foi escolhido para ser o patriarca da Sagrada Família e retirava o sustento do seu humilde trabalho. Por isso, também, a Igreja o declarou patrono dos trabalhadores sofridos e injustiçados. E refletindo sobre isso, numa sociedade materialista, em que as pessoas são valorizadas pelo que fazem e recebem, é necessário repensarmos o valor humano e cristão do próximo. Por outro lado, a crise da autoridade familiar que estamos vivendo é também um ponto de reflexão. Os pais enfrentam muitas dificuldades para conquistarem seus filhos. Cristo, de menino a homem, foi submisso ao seu pai adotivo, que o fez obedecer pelo exemplo. É preciso, urgentemente, que pais e filhos repensem seus comportamentos em defesa da família, inspirados por São José que, segundo São João Paulo II, é modelo de pai presente e atencioso, de esposo amoroso e fiel. Santo Agostinho, doutor da Igreja, compara os santos às estrelas, mas São José ele compara ao sol. Porque ao carpinteiro Deus confiou Jesus e Maria, duas riquezas. Em 1870, o Papa Pio IX declarou José Padroeiro da Igreja Universal e advogado dos lares, além de exemplo para todos os trabalhadores. Daí 1º de maio ser também a data de José trabalhador. A mensagem de José, que o levou à vida de santidade, é o silêncio, por meio da espiritualidade. A história nos mostra que José teve medo, mas aceitou no silêncio, como também fez Maria, sua esposa. Ele fez muito, sem dizer nada, foi agente secreto de Deus. Pela oração, pela obediência, se diminui diante do Filho, porque sabia que Deus lhe indicaria o caminho. Mas, apesar de silenciosa, sua presença na história revela-nos a sua humildade e como ensinou a Jesus os valores que trazia no coração, deixando-o preparado para a sua missão. Renilson Leite, jornalista

Dica de Leitura Num misto de ensaio e memórias, em Perdas e Ganhos Lya Luft retoma diversos temas de O rio do Meio, livro publicado em 1996, vencedor do prêmio de melhor livro da Associação Paulista de Críticos de Arte. Considera o ser humano ao mesmo tempo bom e capaz, fútil, medíocre e até cruel, embarcado numa vida que é um dom, um mistério e uma conquista a cada momento. Luft acredita que “a felicidade é possível, que não existe só desencontro e traição, mas ternura, amizade, compaixão, ética e delicadeza.” Sobre isso dialoga aqui com seu leitor. “Entendi que a vida não tece apenas uma teia de perdas, mas nos proporciona uma sucessão de ganhos. O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.” (Lya Luft).

Cozinha Fácil

Abobrinha recheada com carne moída

Imagem: tastemadebrasil.com

Ingredientes 3 abobrinhas italianas lavadas 1 cebola picada em cubos 2 dentes de alho picados ½ kg de carne moída (prefira cortes magros) 1 cenoura ralada 1 tomate picado em cubos Sal, pimenta do reino e ervas a gosto Modo de preparo Corte as abobrinhas ao meio e retire a polpa. Reserve. Cozinhe as abobrinhas no vapor até que fiquem al dente. Em seguida, arrume-as em uma forma. Para o recheio, aqueça o azeite em uma panela e refogue a cebola e o alho, acrescente a carne moída e refogue até ficar bem cozida, Adicione a polpa da abobrinha picada e o tomate e cozinhe até que fiquem macios. Adicione o sal, a pimenta do reino e as ervas que desejar. Recheie a abobrinha com a carne e leve ao forno pré-aquecido por 15 minutos.

Caça-palavras Para colorir

Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água é celebrado em 22 de março desde 1993; foi recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco92). Desde então as CELEBRAÇÕES acontecem a partir de um TEMA anual específico, definido pela própria Organização, e tem o objetivo de alertar a população internacional sobre a importância da PRESERVAÇÃO da água para a SOBREVIVÊNCIA de todos Imagem: goo.gl/DJToF9 os ecossistemas do planeta, pois a água é um MINERAL de extrema e absoluta IMPORTÂNCIA para a existência da VIDA. A CONSCIENTIZAÇÃO sobre a urgência da ECONOMIA deste recurso natural e como deve ser utilizado com CUIDADO – e reutilizado – é uma das principais metas do Dia da Água. Neste ano, as discussões serão sobre Água Residual, aquela resultante de algum processo, como o industrial, e que geralmente pode ser reutilizada para fins que demandem menos qualidade (resfriamento de equipamentos, por exemplo). A água limpa e POTÁVEL é um direito humano garantido por lei desde 2010, de acordo com a ONU. Mesmo com o planeta TERRA sendo constituído aproximadamente 70% de água, apenas 0,7% de toda a água do mundo é potável, ou seja, adequada para o CONSUMO humano. A “água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada”. (Art. 7 da Declaração Universal dos Direitos da Água). Madalena Loredo

R C E L E B R A Ç O E S A H R A Y R A Q J U O D O N F V U A V E B R O Q E S F H N P D N S A A H C N D A E U P E I K A V E N C W S B S V B R I G A C Y C A O D O C N M Z U C H Q S E A U T O T I O E O K O T E E F S I V T E M A Y N C L S C C O N O D D U O J E V G U Y T N O F A O L P S F I Ç L C E Q N I N R E U P G Y N X A U I C A E U O N P T D V V M S A D O L Ç M I M P O R T A N C I A U O R S A M E A O A N O E D U E I V A Z W O Ç A R I E D C N U C N M D S E I L D A G N R Z A N U T O O N K T E R R A D Z X Ç A O X U R A N T M L I C B A R O A S O E Ã I T Q A B Y M B N J O C E V D A R F L R O I A R E M I T M S T I M F U G T U Q C A A D I V J N E T Q Ç B O X C U I D A D O L P U E A E A H Ç M N E A O A A K A N O O B Z N O R C W L G I U A V L E M F R Q A V O T K A G C A P O T A V E L R V A R O Z S Ç P L A A E F O B O O A Ç A V R E S E R P


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O Rosário

INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SRA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FREIS CAPUCHINHOS | MARÇO DE 2016

ágina Franciscana

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Oração e juventude

Imagem: goo.gl/BjUD96

celebrativo quando é meditado um pequeno texto bíblico com oração, música, reflexão e silêncio. Assim, se percebe a riqueza da Palavra de Deus na vida de cada um. Olhemos para Francisco como motivador para tempo dessas paradas. Ele era muito devotado aos textos sagrados. De acordo com seus biógrafos, ele meditava constantemente a Palavra. Diziam que chegou mesmo a decorar o Evangelho de João, pois era o de que ele mais gostava. O santo de Assis pode ser exemplo para todos nós e principalmente para todos os jovens que procuram uma experiência mais profunda com o Senhor. Para encontrar nossa vocação é preciso ter diante de nós a Palavra.

Peregrinação da Juventude ao Santuário da Serra da Piedade, em Caeté. São Francisco de Assis foi mais que um homem de oração, ele se tornou a própria oração. Nos relatos franciscanos conta-se que muitas vezes Francisco saía pelas estradas e aldeias e não dizia nada, apenas caminhava. Com sua presença simples, espalhava o ‘Odor de Cristo’ (Conf. II Coríntios 2,2). Ele era presença de Deus no meio do povo. De forma simples, com pouca sabedoria humana, nos mostrou a profundidade da experiência de oração e de intimidade com o Senhor. Tinha o costume também de realizar várias quaresmas durante o ano. Ficava longos períodos em solidão e contemplação. Gostava de estar nas florestas e cavernas rezando em segredo. Os primeiros frades também seguiram seu exemplo e procuravam fazer a mesma experiência. A oração é fundamental para todo cristão, e Francisco de Assis viveu essa atitude com intensidade. A Igreja todo ano, na primeira sexta-feira de março (neste ano no dia 3), celebra o Dia Mundial de Oração. Momento oportuno para refletirmos e rezarmos uns pelos outros. A oração é fruto do nosso relacionamento com Deus. É diálogo pessoal com Ele. É falar e escutar o que Ele tem a nos dizer, por meio da sua Palavra, da Liturgia ou do silêncio contemplativo. Sabemos que todos nós

batizados aprofundamos nossa vocação na medida em que rezamos, falamos com Deus. Mas lembre-se: não é uma fala de mão única. Não somos somente nós que falamos. Voltemos ao exemplo de Francisco: é preciso silenciar, deixar que o Senhor faça sua obra em nós. Cultivar a oração é cultivar nossa vocação. É realizar na vida concreta o chamado que o Senhor nos faz, ou seja, é responder. O que você entende por oração? Seria apenas rezar Pai Nosso e Ave Maria? Certamente isso faz parte de nossas vidas, mas em sentido mais profundo é viver o que dizemos nessas orações. A cada momento, por exemplo, que rezamos Ave Maria, fazemos memória e invocamos o Reino de Deus e que a realidade Divina se faça em nossas vidas. Em cada palavra do Pai Nosso louvamos, agradecemos, pedimos e buscamos responder ao seu chamado. E ainda mais: a oração requer momentos de paradas, como vimos da vida de Francisco de Assis, como também de reflexões e boas leituras. Hoje, muitas comunidades e dioceses, movidas por celebrações também oportunas, como o dia Mundial da Juventude (30 de março), estão convidando os jovens para realizarem a leitura orante da Bíblia (chamada também de Lectio Divina). Um momento muito significativo que a juventude tem encontrado. Trata-se de um encontro

Neste tempo oportuno do Dia Mundial de Oração e da Juventude que celebraremos ambos nesse mês de março, abramos nosso coração ao diálogo íntimo com o Senhor. Quer descobrir a vontade de Deus em sua vida? Tenha o hábito da oração. Quer ser jovem comprometido com uma vida mais feliz? Tenha diante de si a Palavra de Deus. Ele é nosso sustento e nossa força. Em um mundo que oferece tantas oportunidades e promessas de felicidade, precisamos estar constantemente em meditação e oração para não entrarmos por caminhos inicialmente fáceis, mas que nos levarão para longe da vontade Divina, tornando-nos pessoas sem esperança, sem motivação. Levantemos a cabeça em tempos difíceis, confiemos no Senhor e Ele nos ajudará. Por fim, cabe a nós questionar: queremos ser jovens? Queremos ser pessoas de oração? Sejamos atentos, como São Francisco de Assis, sempre em oração e escuta, procurando o menor vestígio da chegada do Senhor! Precisamos vencer qualquer sinal de indiferença que nasce do egoísmo. Caso o vigor tenha esfriado diante dos desafios, acenda-o. É necessário responder ao chamado amoroso que Deus nos faz. Não tenhamos medo, aproximemos do Senhor, que é rico em misericórdia. Ele quer que sejamos também misericórdia neste mundo. Abramo-nos ao diálogo com Deus: oremos. Que o Espírito Santo nos encha de sua força e nos revigore em nossa vocação. Paz e bem! Frei Edson Matias, OFMCap

Colégio São Francisco de Assis

A Lei da Água

Imagens: CSFA

Os alunos do Ensino Médio do Colégio São Francisco de Assis assistiram ao documentário “A Lei da Água” e escreveram a respeito, em diversos gêneros textuais, para a disciplina de Redação. Com a aproximação do Dia Mundial da Água, 22 de março, e o lançamento nacional da Campanha da Fraternidade 2017 com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, publicamos, nesta edição, a resenha da aluna do 2º ano, Letícia Sabadini.

A Lei da Água é um documentário brasileiro que foi lançado em março de 2015, um filme de 78 minutos que denuncia a realidade ambiental vivida pelo Brasil por anos. Dirigido por André D’Elia, o longa também conta com a parceria de vários institutos de preservação ao meio ambiente, como a Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). O documentário foca na relação entre o novo Código Florestal, de 2012, e a crise hídrica, apresentando um histórico da sua origem até os dias de hoje. A

produção também mostra o quanto a atividade agrária e o desmatamento, favorecidos por esse documento que regula tais atividades no país, estão relacionados a essa crise. É importante que tal fato seja levado em conta, pois o Brasil é um país cuja base da economia é a agricultura. André D´Elia contou ainda com a colaboração de cientistas ambientalistas e parlamentares que apoiam a Ação Direta de Inconstitucionalidade do novo Código Florestal brasileiro (Lei 12.651/12), que questiona dispositivos do documento relacionados

à redução das áreas de preservação permanente, à redução da reserva legal e também à anistia para quem promove degradação ambiental. O filme assume, portanto, um caráter de conscientização ao mostrar como essa situação afeta a vida da população. É um documentário que, embora aborde uma questão que pouco interessa o brasileiro médio, manifesta uma grande expectativa de atingir uma boa parte da sociedade, pois, além de utilizar fatos cotidianos e de mostrar as possíveis consequências de uma mudança negativa na legislação ambiental, utiliza uma linguagem objetiva, com termos, dados e gráficos que podem ser compreendidos por qualquer público. Outro lado chamativo que deve interessar a espectadores que buscam respostas e soluções aos problemas apresentados é o fato de que o documentário também conta com a voz de agricultores e especialistas que apresentam técnicas agrícolas sustentáveis bemsucedidas e explicam detalhadamente cada uma delas contando o porquê de serem consideradas positivas e quais são as adversidades que elas corrigem ou amenizam. A Lei da Água deve ser assistido por todos que desejam se atualizar sobre a situação ambiental brasileira e refletir sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2017: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. No dia 14 de setembro de 2016, o documentário foi disponibilizado na íntegra, por meio de link compartilhado na página oficial do filme no Facebook, e pode ser visto gratuitamente no YouTube. Letícia Sabadini, aluna do 2º ano do Ensino Médio


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O Rosário

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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPEIA | FRADES MENORES CAPUCHINHOS | MARÇO DE 2017

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