Maio de 2015

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www.paroquiadapompeia.org.br/ pascompompeiabh@gmail.com

Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Ano: XVIII - Edição de maio de 2015

Tiragem: 3000 - distribuição gratuita

Pentecostes no primeiro e no segundo testamentos Página 3 Pentecostes. 1732. Óleo sobre tela, por Jean II Restout. Museu do Louvre, Paris (Imagem: Reprodução)

palavra do pároco

Assembleias e Pentecostes: uma ação amorosa do Espírito Santo Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam (At 2, 1-2). Com a força do Espírito Santo, o mesmo descido em Pentecostes, façamos novas todas as coisas, sendo corresponsáveis na construção de comunidades mais vivas e atuantes. O Espírito Santo faz lembrar, compreender e continuar o testemunho de Jesus. Por isso, guiados pela sua luz e docilidade, caminhemos como fraternidade e comunidades de fé no compromisso com a vida nova e nos abracemos um ao outro na comunhão de ideais e sonhos, motivando-nos mutuamente na participação ativa e efetiva em nossas assembleias. Reunidos, todos no mesmo lugar, como re-

Brincar é coisa séria

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lata os Atos dos Apóstolos, vamos realizar na força do Espírito nossas assembleias comunitárias e paroquial. E com essa dinâmica devemos dar testemunho do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, cujo centro é o amor de Deus que reúne os homens e as mulheres de boa vontade, provocando relações maduras e responsáveis no entendimento de sua Palavra. Palavra que é a base de nossas comunidades e expressão de nossa liberdade. Liberdade para servir e amar. “Eu vim para servir”! Pentecostes é uma palavra que vem do grego e significa quinquagésimo: é o 50° dia depois da Páscoa. É a solenidade da vinda do Espírito Santo. Assembleia é uma reunião de pessoas para determinado fim. Que o Espírito faça presença em nossas reuniões e nos inspire na condução de nossos trabalhos, para que

Assembleias comunitárias e paroquial

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possamos colher frutos abundantes a partir de uma ação em conjunto, vislumbrando um novo tempo. O vermelho, meus irmãos e irmãs de caminhada, domina a solenidade de Pentecostes, associado ao fogo, símbolo do amor. Que nossos corações possam arder neste fogo, e revigorados pelo amor às nossas comunidades possamos, com criatividade e com o mesmo objetivo, trabalhar juntos para o sucesso de nossas comunidades e comunidade paroquial! Frei Romero José da Silva, OFMCap

Tenho um filho ressuscitado

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Informativo da Paróquia - Nossa Sra. do Rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - Abril de 2015

FAça parte

“Para dar testemunho da luz” A Comunidade Paroquial Nossa Senhora do Rosário de Pompeia agradece a visita pastoral de Dom João Justino, bispo auxiliar da Região Episcopal Nossa Senhora da Piedade (Rensp). Seu jeito acolhedor, acessível, terno, fraterno, pastor e humano encanta a todos. Que o seu testemunho da Luz, apontando sempre o Cristo Ressuscitado, permaneça sempre em nosso meio. A Pompeia também o parabeniza pela indicação, no último dia 22 de abril, na 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para presidir a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB. Que o seu trabalho, junto da Comissão, seja muito frutuoso.

Celebrações eucarísticas - Maio Matriz Nossa Senhora do Rosário de Pompeia Horário: segunda, às 7h ; de terça a sábado, às 7h e 19h; domingo, às 7h, 9h e 19h Endereço: rua Iara, 171 – Pompeia Capela São Judas

22 de maio: Dia de Santa Rita de Cássia Oração a Santa Rita Santa Rita, vós soubestes vencer o ódio com o amor, a violência com a mansidão, vivendo plenamente a vida cristã quando jovem, esposa, viúva e religiosa. Como mãe, soubestes vencer o desejo de vingança no coração dos vossos filhos. E quando muitos buscavam a riqueza e o poder deste mundo, vós buscastes a coroa de espinhos, o Cristo Crucificado. Vós que sois chamada de Santa Rita dos impossíveis, fazei com que nós, também, possamos sonhar e lutar por um mundo que nos parece impossível. Um mundo de comunidade onde sejamos irmãos, onde não haja divisões nem rivalidades, mas, respeito, cuidado e justiça para com todos. Santa Rita dos impossíveis, mulher forte e corajosa, vós que procurastes mudar a Igreja e o mundo, ensinai-nos a fazer como vós: fazei que, na liberdade, sem esperarmos o exemplo de outros, possamos mostrar, com a nossa vida, Jesus Cristo, o verdadeiro caminho da salvação, Ele que vive e reina com Deus Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Horário: domingo, às 19h30; dia 28 de cada mês, às 8h e 20h Endereço: rua Iara, 727 – Pompeia Capela Nossa Senhora Aparecida Horário: sábado e domingo, às 18h Endereço: rua Violeta, 555 – Esplanada Capela Nossa Senhora da Abadia Horário: quarta e sábado, às 19h; domingo, às 9h Endereço: praça da Abadia, s/n – Esplanada Capela São Rafael Horário: domingo, às 10h Endereço: rua Raimundo Venâncio da Silva, 15 – Santa Efigênia

Coroações na Matriz As tradicionais coroações de Nossa Senhora serão realizadas diariamente, de 1º a 31 de maio, na Igreja Matriz da Pompeia, após as celebrações das 19h.

Pastoral da Misericórdia A Pastoral da Misericórdia convida toda a comunidade a conhecer seu trabalho e fazer parte da equipe. A pastoral atende cerca de 60 famílias em situação de vulnerabilidade social, com a entrega mensal de cestas básicas e o apoio constante, especialmente a gestantes, crianças e idosos. Mais informações na Secretaria Paroquial ou pelo telefone (31) 3467 4848.

Confira as fotos das celebrações da Semana Santa na Pompeia, na página da Paróquia no Facebook: www.facebook.com/ paroquiapompeiabh

expediente Pároco: Frei Romero José da Silva, OFMCap Pastoral da Comunicação – Pascom: Andréa Matos David José Gonçalves Tierro Ramos Débora Cristina de O. Drumond e Souza Frei Glaicon Givan da Rosa, OFMCap Frei Márcio José da Silva, OFMCap Frei Romero José da Silva, OFMCap Maria Madalena Loredo Neta Endereço: Rua Iara, 171 - Pompeia Belo Horizonte - MG

Telefone: (31) 3889 4980 E-mail: pascompompeiabh@gmail.com Site: www.paroquiadapompeia.org.br Arte e impressão: Fumarc Gráfica Os artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião do jornal. O Jornal O Rosário reserva-se o direito de editar os materiais recebidos.

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DESTAQUE DO MÊS Durante a Festa de Pentecostes, os judeus ainda têm o costume de subir a Jerusalém, a Cidade Santa, para visitar e lembrar a peregrinação que era feita durante o período em que havia os templos: o primeiro templo, que foi destruído em 586, a.C, e o segundo, destruído no ano 70 da nossa era. É costume visitar os kibutzim, sobretudo as fazendas produtoras de leite e de trigo. A palavra “leite”, em hebraico, tem o valor numérico de “40” e, segundo os sábios judeus, faz referência aos 40 dias que Moisés ficou no topo do Sinai, em oração, à espera da Lei ou dos Dez Mandamentos, que também são chamados de as Dez Proclamações. Esses Mandamentos ou Proclamações são como a Constituição do Povo de Deus, pois ao redor deles gravitam outros 603 mandamentos, totalizando os 613 mandamentos da Torá ou Pentateuco, que são os cinco primeiros livros da Bíblia. Os Mandamentos revelados no Sinai têm importância secundária na história do povo judeu. O mais importante foi, na verdade, a revelação do próprio Deus a seu povo, que agora não precisa chamar Deus de “Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó”; Deus se mostrou a cada pessoa que se encontrava ao pé do Monte Sinai, e assim se revelou: “Eu sou o Eterno, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa dos escravos.” (Ex 20, 2).

E línguas de fogo pousaram sobre cada um dos apóstolos, e eles ficaram repletos do Espírito Santo

Pentecostes no primeiro e no segundo testamentos Pentecostes. 1612-1614. Óleo sobre lona, por Fray Juan Bautista Maino. Museo de la Trinidad, Madrid (Imagem: Reprodução)

Pentecostes não é, inicialmente, uma festa cristã, mas judaica, celebrada desde os tempos de Moisés, cerca de 1250 anos antes de Cristo. Jesus e seus discípulos celebraram-na diversas vezes. Os judeus dão a ela vários nomes: Festa de Shavuót, ou Festa das Semanas, pois ela acontece sete semanas após o Êxodo, ou saída do Egito; Festa da Colheita, numa referência ao fato de que neste dia é recolhido o trigo que é ofertado a Deus; Festa da Entrega da Torá, pois segundo a tradição judaica foi neste dia festivo que Deus se revelou a Moisés e lhe ditou os Dez Mandamentos, que foram gravados em tábuas de pedra e colocados em exposição para todo o povo; Festa dos Cinquenta Dias, porque corresponde às sete semanas mais

um dia, que é o tempo que os judeus gastaram do Egito ao monte Sinai, onde aconteceu a primeira e grande revelação de Deus a seu povo escolhido. É com esse nome de Cinquenta dias, ou Pentecostes, que a festa é lembrada no livro dos Atos dos Apóstolos (2, 1-11), do Segundo Testamento de nossa Bíblia.

Deus se mostrou a cada pessoa que se encontrava ao pé do Monte Sinai

O Midrash, livro da tradição judaica, conta que no momento dessa revelação nenhum pássaro cantou, nenhuma ave voou, nenhum boi mugiu, nenhum anjo desceu; o mar não ondulou e nenhuma criatura emitiu som algum. Todo o universo apenas ouviu e emudeceu. Foi naquele momento que a voz do Eterno se fez ouvir. Após a revelação houve trovões, raios, o alto toque do shofar, o povo foi tomado de um grande medo. O monte fumegava, como se fosse um vulcão em erupção. Era Deus, mais uma vez, manifestandose no fogo, numa hierofania, como lemos em Êxodo 3, 1-6: episódio da sarça ardente. O Pentecostes cristão nos diz que os apóstolos de Jesus estavam reunidos no Cenáculo, agora o novo Sinai. De repente, veio do céu uma grande ventania e encheu a casa onde se encontravam. E línguas de fogo pousaram sobre cada um dos apóstolos, e eles ficaram repletos do Espírito Santo, o mesmo que tomou conta de Moisés; e os apóstolos começaram a falar línguas conforme o Espírito os inspirava. Os estrangeiros, de mais de doze nações diferentes, que estavam em Jerusalém para a festa de Pentecostes, independentemente da nação a que pertenciam, ouviam os apóstolos falando em sua própria língua. O Espírito Santo inaugurava a Igreja; naquele dia memorável, em Jerusalém, a Igreja de Cristo nascia, batizada pelo fogo de Pentecostes, pelo fogo novo do Espírito Santo. Comumente, Pentecostes é a Festa do Divino Espírito Santo, ou simplesmente Festa do Divino, celebrada no próximo dia 24 de maio. Inspirados no tema da Campanha da Fraternidade (CF), podemos dizer que a língua universal falada pelos apóstolos e pela Igreja é o serviço: “Eu vim para servir” (Mc 10, 45). O serviço, palavra que figura dezenas de vezes no texto-base da CF, é a tradução de amor. E Deus é Amor (1 Jo 4, 8). Pentecostes é a festa de Deus que se fez fogo, que se fez amor por nós! Ismar Dias de Matos, professor de filosofia e cultura religiosa na PUC Minas


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CATEQUESE PERMANENTE

Brincar é coisa séria

Muita gente estranha que a catequese não seja aula de religião, nem se dedique mais a ensinar uma porção de coisas importantes sobre a fé e a Igreja. Alguns dizem: “Eles só ficam brincando...”. Quem fala assim não conhece bem a Catequese Permanente que foi implantada em nossa paróquia. De fato, os encontros de catequese são dinâmicos, animados, divertidos até. Vamos falar a verdade: até nós adultos, pais e catequistas, preferimos reuniões animadas, encontros dinâmicos, missas participativas, em vez de palestras maçantes, reuniões enfadonhas, celebrações ritualistas. Ainda mais as crianças, os adolescentes e os jovens! Um encontro cheio de atividades, músicas e orações parece voar e a gente nem vê passar. Mas o fato de o encontro ser alegre e participativo não significa que ele seja sem conteúdo, que a teologia partilhada seja sem substância, que a fé seja uma água rala sem nenhuma densidade. Não, é até o contrário! A fé é coisa tão séria, tão importante, que não dá para transformá-la em uma aula sem perder o que ela tem de melhor e mais importante: sua dimensão existencial. Por Um encontro cheio de atividades, músicas e orações parece voar e a gente nem vê passar (Imagem: Reprodução/Internet) isso, a Catequese Permanente insiste em fazer acontecer encontros bem emoção e o prazer são elementos fundamentais. séria, apesar de divertida. As atividades pedaprazerosos, como a vida deve ser, Daí a importância de os encontros de catequese gógicas, sejam elas brincadeiras mais animadas mas sérios e responsáveis, como deve ser nossa serem prazerosos, divertidos, alegres. Encontros ou momentos mais introspectivos e silenciosos, postura diante da vida. têm fundamental importância nos encontros. que emocionam e tocam o coração. Quando falamos que os encontros emocionam, não estamos dizendo que eles devem fazer chorar. Muita gente pensa que Deus tocou seu coração, quando, num encontro, chorou, se emocionou. Não! A emoção está muito além do choro. Uma pessoa pode se emocionar e não chorar. E uma pessoa pode chorar sem uma emoção verdadeira, só por comoção passageira provocada pelo ambiente. A emoção está ligada Se há algo que de fato mexe com a gente ao profundo do coração, àqueles sentimentos Elas ajudam a assimilar o conteúdo, a entrosar e nos desperta para aprender, é a brincadeira. que dão significado aos momentos vividos. Há a turma, a vencer a timidez. Por meio delas, o Precisamos resgatar o prazer de aprender. É muitos sentimentos que mexem com a gente: a catequizando se revela, se mostra, vence barbem verdade que a aprendizagem exige esforalegria, o arrependimento, a raiva, a confiança, reiras, se supera. Elas ajudam a pôr pra fora as ço, dedicação, gasto de energia; mas isso não o medo, a insegurança, a tristeza etc. Eles mar- emoções, os sentimentos mais profundos em significa que ela não seja prazerosa. Normalcam nossas vidas e fazem os momentos ficarem relação a Deus e aos irmãos, sentimentos que mente, registramos na memória os momentos eternos. Ora, a catequese não dispensa as emo- devem ser revelados. Além disso, elas alegram, de prazer intenso, de emoção transbordante. ções para se ater somente à intelecção; nem dis- tiram o ar sisudo da religião. Afinal, religião é Quando a emoção toma conta do coração, a capensa a intelecção em nome das emoções vivi- coisa séria, mas não é coisa que combine com beça registra o evento e a gente não esquece das. O ato catequético acontece considerando a mau humor, com rigorismo, com intransigência. mais. Vejamos um exemplo: uma mãe sofre ao pessoa na sua integralidade: a mente que quer Os encontros catequéticos devem ser momendar à luz um filho, passa dores, medos, faz redar as razões da fé; o coração que quer se emo- tos prazerosos que despertem no catequizando núncias, sacrifícios para que ele venha saudável cionar e criar laços relacionais; o corpo que quer o desejo de participar. Bem diferente de uma ao mundo. E quando ele nasce, tal é sua alegria, sentir prazer de pertencer e participar. Por isso, aula, a catequese hoje realiza encontros dinâsua emoção, que toda a dor do parto fica no esos encontros catequéticos não são uma aula. micos, atrativos. Assim, o catequizando vai frequecimento. A cabeça registra aquele momento Para a Catequese Permanente, brincar é coisa quentar os encontros não por obrigação ou por vivido, a alegria de tomar o filho nos braços pela interesse de receber algum sacramento, mas primeira vez. Não foi preciso fazer um curso sopelo prazer de participar, de fazer seu encontro bre dar à luz, nem sobre como amar os filhos. Ela com Deus e com os irmãos de fé. aprendeu a amar amando; aprendeu a ser mãe cuidando, protegendo seu filho... Isso mostra Solange Maria do Carmo que aprendemos não só com a cabeça, mas com Mestre em teologia bíblica e todo nosso ser. No processo de aprendizagem, a doutora em teologia catequética

A Catequese Permanente insiste em fazer acontecer encontros bem prazerosos, como a vida deve ser

Quando a emoção toma conta do coração, a cabeça registra o evento e a gente não esquece mais

Religião é coisa séria, mas não é coisa que combine com mau humor


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1º de maio - Dia do Trabalhador

Dia após dia O filho? Mal o vê acordado. Com a mulher troca olhares e dela ouve lamúrias. No dia seguinte, repete-se a rotina. Dia primeiro de maio, Dia do Trabalhador, é também aniversário do filho. Sorte porque a empresa vai pagar o salário um dia antes e ele poderá levar um pacote de balas e um chocolate para o menino. Puxa vida, acabou de lembrar-se que as cáries estão lá, comendo os dentinhos de leite, mas nem pensar em dentista. Depois ele olha isso. Dois dias antes do Dia do Trabalhador, desbarranca uma quantidade de terra imensa sobre os operários. O José estava lá, mas escapou, pulou de banda, como disOperários. 1933. Óleo sobre tela, por Tarsila do Amaral. se depois, e saiu ileso. Má sorte tiPalácio Boa Vista, São Paulo (Imagem: Reprodução) veram dois colegas. Coisas da vida! Feriado. Vai ter comemoração. José é um brasileiro. Anônimo. Um entre milhões. Ele nem pensa em ir, é muito esforço por nada. É só Acorda às quatro da manhã. Mulher e filho dorpara ouvir os gritos de revolta de todos, às vezes até mem; todos no mesmo cômodo. Não toma café da brigas. Ele não vai mesmo. Vai levar o filho e a mulher manhã. Sai correndo para não perder, nem o ônibus, ao parque, comerão cachorro quente e pipoca e o nem o trem, que o levam, após duas horas de viamoleque correrá um pouco; vai brincar com ele e cogem, até perto do serviço. Perto porque ele ainda memorar o aniversário. tem que andar seis quarteirões para chegar. A vida segue. Toma um copo de café com leite e come um pão(Homenagem aos josés e às marias, seja lá que zinho. A empresa oferece. Bom, né? nomes tenham, que com dedicação, honestidade e Trabalha direto até onze horas, almoça a marmicoragem, constroem, limpam, buscam, carregam, ta que leva de casa (a mulher prepara no dia antecuidam, se arriscam, são usados, abusados, assalrior). Arroz, feijão, batata e um ovo. tados, e até mortos, mas olham o sol de frente, sem Volta ao trabalho uma hora após e vai até às 17h, rancor, sem mágoa, sem ganância. O dia primeiro quando toma um chuveiro frio e volta correndo, pois de maio é, por absoluta justiça, de todos vocês). então, serão mais três horas e meia até entrar no barraco outra vez. Rogoberto Fonseca Chega em casa sem vontade de nada. Nem dorAdvogado mir às vezes quer.

10 de maio – Dia das Mães

Tenho um filho ressuscitado! A mãe Maria “é a única que permanece a ter viva a chama da fé, preparando-se para acolher o anúncio jubiloso e surpreendente da ressurreição” * Acabamos de vivenciar a memória da morte e ressurreição de Jesus Cristo, e a presença que nos chama a atenção aos pés da cruz é a de sua mãe, Maria. Pelo menos três reflexões podem ser feitas quando vemos Maria aos pés da cruz: a demonstração de sua obediência desde o “Sim” dado ao anúncio do Anjo Gabriel; sua unção como mãe quando seu filho Jesus diz a João “Eis a tua mãe”; e a dor da perda do seu filho, condenado e levado para morrer no madeiro, momento em que é novamente convidada a dizer “Sim” a Deus. A dor de Maria no calvário é a mesma dor de tantas mães que, afrontando a ordem natural, vivenciam a morte de um filho ou filha e experimentam um imenso vazio, mesmo que tenham tantos outros filhos. Como Maria, todas nós que somos mães damos um “Sim” a Deus na concepção de nossos filhos, mas outras, assim também como Maria, passam também pelo calvário e se veem aos pés da cruz, obrigadas a um novo “Sim”: aceitar a morte de um filho ou filha. Depois de prometer preparar um lugar na casa de seu Pai, Jesus deu provas de sua ressurreição aos seus discípulos, inclusive para Maria. A morte de filhos e filhas que falecem antes de suas mães, além da saudade, deve reforçar a fé de que o lugar deles já foi preparado por Jesus que disse: “Quando tiver ido e tiver preparado um lugar para vós, voltarei novamente e vos levarei comigo para que, onde eu estiver, estejais também vós.” (Jo 14, 3). Eis o fundamento de nossa fé, a ressurreição de Cristo e a nossa também. Essa deve ser a certeza das mães que se veem definitivamente privadas do convívio filial: ter a certeza de que o(a) filho(a) está ressuscitado(a), que foi

Maria, Mãe de Deus. (Imagem: Domínio público. Reprodução)

chamado(a) à morada eterna e está ao lado de seu Criador. Certa vez, li um depoimento de uma mãe que, já tendo experimentado essa dor da perda de um de seus dois filhos, ao se lhe perguntar quantos filhos tem, respondeu: “Tenho dois filhos, o João, que tem 20 anos, e o André, já ressuscitado”. Feliz dia das mães, em especial àquelas que vivem na certeza da ressurreição de seus filhos e filhas. Andréa Matos R. M. Castro Advogada e doutora em Ciências Sociais

*“Maria e a Ressurreição de Cristo, João Paulo II, Audiência em 21 de maio de 1997”. Disponível em HTTP://www.comshalon.org/ descida-mansao-dos-mortos-o-silencio-de-maria-e-evangelizacao/ , acesso feito em 18/04/2015.

5 Assembleias Comunitárias e Paroquial: eventos de uma nova comunidade de comunidades De acordo com as orientações da Arquidiocese, a cada três anos são realizadas assembleias nas comunidades e a Assembleia Paroquial. Tais encontros têm o objetivo de revisar e avaliar a caminhada de cada Comunidade e da própria Paróquia, de reconhecer seu potencial e de orientar o seu futuro, sugerindo e aprovando prioridades, e de tratar assuntos e temas relevantes para o crescimento e caminhada de todos. As assembleias, tanto comunitárias quanto paroquial, têm regimentos próprios para o seu bom funcionamento, seja na preparação, seja na sua realização. Compreendamos! A Igreja é comunidade. A comunidade torna visível a Igreja. A Igreja tem início com a pregação da boa-nova, o Reino de Deus manifestado nas palavras, obras e na presença de Cristo (LG, n.5). A sua morte e ressurreição levaram à transformação da vida dos discípulos, e pela ação do Espírito Santo torna-se visível a Igreja, a primeira comunidade. As pessoas que receberam o dom do conhecimento de Cristo, de terem nascido em Cristo, formam a comunidade, tornando palpável a Igreja como dinâmica do Reino. A comunidade de fé, de esperança e de caridade (LG, n. 8) evangeliza, isto é, testemunha a alegria do Evangelho. A comunidade, as comunidades, as comunidades de comunidades, uma rede de comunidades expressam a vitalidade de ser Igreja, pois expressam uma dinâmica de relações e cuidados entre os que são filhos no Filho e toda a criatura. Uma paróquia comunidade de comunidades é dinâmica, missionária. Ela necessita de uma conversão pastoral intensa que atenda as necessidades atuais com um novo ardor e vigor, como nos recorda as palavras do Papa Francisco: “quero lembrar que ‘pastoral’ nada mais é que o exercício da maternidade da Igreja. Ela gera, amamenta, faz crescer, corrige, alimenta, conduz pela mão... Por isto, faz falta uma Igreja capaz de redescobrir as entranhas maternas da misericórdia. Sem misericórdia, poucas possibilidades temos hoje de inserir-nos em um mundo de ‘feridos’ que têm necessidades de compreensão, de perdão, de amor”. Basicamente, a conversão pastoral da paróquia consiste em ampliar a formação de pequenas comunidades de discípulos convertidos pela Palavra de Deus e conscientes da urgência de viver em estado permanente de missão. Isso implica revisar a atuação dos ministros ordenados, consagrados e leigos, superando a acomodação e o desânimo. O discípulo de Jesus Cristo percebe que a urgência da missão supõe desinstalar-se e ir ao encontro dos irmãos e irmãs, como protagonista, ajudando a criar um novo tempo. Tempo de renovar a esperança, de encontrar sentido novo, de partilhar ideais, sonhos, projetos, enfim, criar maiores espaços de comunhão, ser comunidade de comunidades. Assim, convoco e motivo todos vocês, queridos paroquianos, a intensificar a atenção e acolhida a sua comunidade, com sua paróquia, participando ativamente das assembleias comunitárias e também da Assembleia Paroquial, que se realizarão nos meses de maio e junho em dois momentos distintos: o primeiro, de estudos e preparação; e o segundo, de encaminhamentos, levantamentos de demandas e prioridades, seguidos de ação eletiva de novos conselhos. Serão momentos de enriquecer e de partilhar a nossa experiência e lançar luzes e propostas para nossa caminhada. Frei Romero Silva OFMCap


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cozinha fácil

aconteceu na paróquia Batismo A comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia acolhe com alegria todos os pequeninos que receberam o sacramento do batismo na Matriz no dia 12 de abril de 2015. Andressa Marconi dos Santos Salgueiro Pais: Andrew Marconi Santos Salgueiro e Natália Evelyn dos Santos

Bolo de Fubá Molhadinho

Emanuelly Silva Soares Pais: Carlos Alberto Soares de Assis e Juliana Amanda Silva Zacarias

Foto: Priscila Medeiros, no Grupo Nós e a Cozinha - Facebook

Luan Miguel Rodrigues Ferreira de Rezende Pais: Gabriel Ferreira de Rezende e Juliana R. de Souza Sebastião Luisa Deslandes Diniz Silva Pais: Adilson da Silva Barbosa e Ellen Deslandes Diniz Maria Cabral Fernandes da Cunha Peixoto Pais: Emerson Gonçalves da Cunha Peixoto e Ana Flávia Cabral Fernandes Maria Fernanda Carvalho Braga Pais: Evandro Braga Alves Reis e

Foto: Pastoral do Batismo

(Por Priscila Medeiros)

Emanuelle Emilia Saraiva Carvalho

Ingredientes: 01 litro leite 03 xícaras de açúcar 04 ovos 02 colheres (sopa) de margarina 01 xícara e meia de fubá Meia xícara de farinha de trigo 50 gramas de queijo ralado Meia xícara de coco ralado 01 colher (sopa) de fermento Açúcar de confeiteiro para polvilhar

Maria Paula Lauria Silva Mãe: Michelle Lauria Silva Miguel Vitori Dias Pais: Geraldo Magalhães Dias e Tássia Regina Santos Vitorti Sarah Vilaça Miranda Pais: Antonio Kennedy Vilaça e Brunna Vilaça dos Reis Celebrante: Frei Romero Silva

13 de maio: Abolição da escravidão caça-palavras

Engenho Manual que Faz Caldo de Cana, 1822. Aquarela sobre papel, por Jean-Baptiste Debret. Museus Castro Maya, Rio de Janeiro (Imagem: Reprodução)

No início da colonização do Brasil, negros eram trazidos da ÁFRICA e submetidos ao trabalho escravo nas fazendas e minas. Transportados nos porões dos NAVIOS negreiros em péssimas condições, muitos morreram durante a viagem. Ao chegarem ao Brasil, comprados como mercadorias, eram bastante lucrativos para seus SENHORES, além de fonte de status. Os escravos eram submetidos a trabalhos pesados, a PUNIÇÕES severas e DESUMANAS. Na segunda metade do século XIX surgiu o movi-

mento abolicionista, que defendia a ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO no Brasil. De acordo com políticos da época, as providências para a libertação dos escravos deveriam ser tomadas lentamente. A primeira etapa do processo ocorreu em 1850, com a extinção do TRÁFICO de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do VENTRE-LIVRE, que tornava livres os filhos de ESCRAVOS que nascessem a partir de então. Em 1885, foi promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (Lei dos SEXAGENÁRIOS), que beneficiava os negros com mais de 65 anos e estabelecia indenizações para os senhores. E em 13 de maio de 1888, a Princesa ISABEL assinou a LEI ÁUREA, que abolia a escravidão em nosso país. Porém, após a abolição, o estado brasileiro não se preocupou em oferecer condições para que os milhares de NEGROS, ex-escravos, pudessem ser integrados ao mercado de trabalho formal e assalariado. Eles passaram a viver em situação de penúria material, sem acesso à saúde, educação ou terras para cultivo. Muitos setores da elite preferiam a mão de obra de imigrantes europeus. Infelizmente, os reflexos desse PRECONCEITO chegam até os dias atuais.

A T F E M R R B O C S E V F A V N G B L A E E R O M D S O T X A V S V S O F S C E O R G L I K O T A N I B Z I R B S A V R T M U A O M I S A E E U O B P I D Ç V I L E I A U R V B C Z C L Z L N D A U D P E P D S I S A V A I R E H L I M O R T D B E O O E E N P Ç H N T R H G Ç R G D S S A N R C R L A C N A C I R F A Ã W O C I F A R T L O O D I T Ç A P R E C O N C E I T O O I A H P S A A S D R N S O D I A N S O R R Y L N L Y E H W I E O O W A Q O R A Y N E A A E Ç N N E A G H G I S E G A F I L R S S E S R A O D R D A Ç R F S I W A G S S G S N S I A D O Y B S V A A C R O A P A F E C I O U P S G H G C E N B R W H S R S Õ A I A S A E U V E Z N A E I A N M O X Ç L A A R O N C M I F N M I G L V E Q S I E E Y I E V A H S O I U I O A L I A R N T B A I C A A K U D A S P M M X A D Z U M V N O G R T R B S L E Z A Y I E O Ã P M U C O I O Ç T C Q O D K U G T E S Z O E O O Ç D A L Ç R S G O P E E R V I L E R T N E V F O E D I E

Modo de preparo: Junte todos os ingredientes e bata no liquidificador. Asse por cerca de 50 minutos e polvilhe com açúcar de confeiteiro.

Dica de leitura

O cotidiano de Maria de Nazaré Clodovis Boff

Com rigor científico e poesia, o autor nos mostra que a Mãe de Jesus “levou na terra uma vida igual à de todos, cheia de cuidados familiares e de trabalhos”, como diz o Concílio Vaticano II. Maria desperta e se apronta, reza, arruma a casa, apanha água na fonte, faz pão. O dia-a-dia de Maria de Nazaré com poesia e do modo mais próximo possível da realidade. Para isso, Boff se apoia em estudos específicos sobre os costumes do tempo de Maria e em dados bíblicos.

Foto: Creche Grazia Barreca Castagna

A Creche Grazia Barreca Castagna agradece todos os parceiros que colaboraram com a Páscoa das crianças: Colégio Sagrado Coração de Jesus, Cacau Show, Grupo Panela Cheia e os palhaços Welbert e Cristina.


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PÁGINA FRANCISCANA

Maria na devoção franciscana

(Seleção e tradução dos textos: Frei Urbano Plentz)

Jesus concede a São Francisco a indulgência de Porciúncula, 1723-1739. Pintura de Antoni Viladomat. Museu Nacional de Arte da Catalunha, Espanha.

Saudação de São Francisco de Assis à Virgem Maria Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem perpétua, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem! Salve, ó palácio do senhor! Salve, ó tabernáculo do Senhor! Salve, ó morada do Senhor! Salve, ó manto do Senhor! Salve, ó serva do Senhor! Salve, ó Mãe do Senhor, e salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis, transformando-os de infiéis em (servos) fiéis de Deus!

Exortação de Santa Clara Afeiçoai-vos à bendita Mãe, que concebeu e trouxe em suas puríssimas entranhas aquele que os céus não podem abranger. E assim, como esta gloriosa Virgem das virgens trouxe o Homem-Deus em seu seio puríssimo, também vós, imitando a humildade e pobreza de Maria, podereis trazer, espiritualmente, no coração, este mesmo Senhor, no qual todas as coisas estão contidas. Oração de Santo Antônio à Virgem Maria Eia, pois, Senhora nossa, nossa única esperança! Nós te pedimos, que ilumines nossa mente com o esplendor de tua graça; que nos purifiques, com o brilho de tua pureza... Digna-te reconciliar-nos com teu Filho, para que mereçamos chegar ao esplendor de sua glória.

Que isto nos seja concedido por Aquele que, depois da Anunciação do Anjo, quis tornar de ti a carne gloriosa e habitar, por nove meses, em teu tálamo. A Ele seja dada honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Maria com o Menino Jesus e Santo Antônio, 1861. Gravura de Josef von Hempel. (Imagem: Reprodução)


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Informativo da Paróquia - Nossa Sra. do Rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - Abril de 2015

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