PATRIMÓNIO NATURAL
Guimarães é um património natural para (re)descobrir Carlos A. Ribeiro Laboratório da Paisagem, Diretor Executivo
Muitas vezes, o frenesim dos dias não nos permite olhar em volta. Ou até mesmo ter tempo para o fazer. No meio da azáfama diária, tornamo-nos prisioneiros do nosso tempo e do nosso espaço. Até um dia, ou até ao dia. Àquele que nos obrigue a parar e a pensar. Será sempre complexo encontrar pontos positivos num período recente que nos deteve compulsivamente. Mas será tentador perceber que foi esse tempo que nos fez olhar em volta e perceber o valor do que nos rodeia e, mais do que isso, da importância de um equilíbrio saudável entre nós e os diferentes ecossistemas. Hoje, ninguém negará o importante papel das cidades nesse equilíbrio, especialmente para evitar o ponto de viragem dos diferentes limites do planeta, a quem o cientista Johan Rockström tem dedicado os seus estudos. Guimarães é, à sua escala, uma cidade cujo potencial nos tem mostrado que pode ser um belíssimo exemplo de conservação e promoção do seu Património Natural. Nos últimos anos, esse esforço tem ficado evidente na forma como tem colocado o desenvolvimento sustentável na agenda, mas, mais do que isso, na forma como tem procurado proteger, valorizar e promover esse mesmo património. «O património cultural e natural faz parte dos bens inestimáveis e insubstituíveis de toda a humanidade. A perda, por degradação ou desaparecimento, desses bens preciosos constitui um empobrecimento do património de todos os povos do mundo» (UNESCO, Convenção do Património Mundial, 2014).
A mensagem é clara. Cabe, a cada um de nós, a proteção desse património, mormente o natural, que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura descreve como os “monumentos naturais
420

















