OsmusikéCadernos 3 – PARTE II

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Viagem ao meu tempo de menino e moço Joaquim António Salgado de Almeida artista plástico

Comummente, a Arte é entendida como uma expressão estética e comunicativa, veiculada através de diferentes linguagens, tais como: arquitetura, desenho, pintura, escultura, música, dança, teatro, cinema, vídeo e fotografia. As Artes Plásticas e Performativas aglutinam muitas dessas linguagens… Temos ainda as Artes Decorativas e as Artes Aplicadas, que assim, acrescentam o utilitário às outras valências. Podemos ainda referir Arte Pública e Arte Sacra, que diferentes possuem afinidades. Quando me propus escrever sobre a Arte em Guimarães, seria apenas e só, para dissertar sobre as Artes Plásticas que por cá tínhamos aquando da atribuição do título que agora comemoramos. Mas, nem isso vai ser. Guimarães adquiriu o estatuto de Património Mundial da Humanidade pelo seu aspeto arquitetónico de cariz medieval, coerente e harmonioso. Obviamente que recuando vinte anos, encontramos nesta cidade manifestações de muitas outras linguagens estéticas, sendo que, hoje, é bem diferente. Temos mais obras nos locais públicos, escolas Artísticas e espaços abertos à cultura com oferta variada e de qualidade, tais como o CIAJG, o Centro Cultural Vila Flor, a Casa da Memória, a CAAA, entre outros mais…Logo, a Arte em Guimarães tem muito que se lhe diga. No entanto, como disse, não vou enveredar pela arte que hoje aqui temos, nem tão pouco pela análise da que por cá havia em 2001, ficando-me, apenas, por uma viagem ao meu tempo de menino e moço, onde as manifestações das Artes Plásticas então existentes, apesar de parcas, me marcaram e direcionaram para o que sou hoje. No princípio, o meu acesso às manifestações estéticas, ficava-se pela Arte Sacra e Arte Pública. Era nas igrejas onde mais se encontrava Arte Sacra. Numas, eram as paredes interiores revestidas de azulejos que me maravilhavam. Nelas, estavam narradas as vidas de santos, numa catequização que me seduzia… A igreja de S. Francisco era um livro ilustrado. Nesse tempo, os azulejos do Mosteiro da Costa, não estavam acessíveis assim como os da igreja de S. Dâmaso. Num caso, era o abandono, no outro a transladação 535


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