O Paráclito Maio 2018

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Edição:

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O Paráclito

ANO 1 | MAIO DE 2018 | EDIÇÃO ECUMÊNICA.

Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, (Gálatas 5:22)

Pentecostes A Igreja,o Espírito e a unidade

Por: Johan Konings Pentecostes é a plenificação do mistério pascal: a comunhão com o Ressuscitado é completada, levada à plenitude, pelo dom do Espírito, que continua em nós a obra do Cristo e sua presença gloriosa. Pentecostes acentua a manifestação histórica do Espírito no milagre de Pentecostes e nos carismas da Igreja, sinais da unidade e da paz que o Cristo veio trazer. Isso porque a pregação dos apóstolos, anunciando o Ressuscitado, supera a divisão de raças e línguas e porque a diversidade de dons na Igreja serve para a edificação do povo unido, o Corpo do qual Cristo é a cabeça. No antigo Israel, Pentecostes era uma festa agrícola (primícias da safra, no hemisfério setentrional). Mais tarde, foi relacionada com o êxodo, evento salvífico central da memória de Israel, no sentido de comemorar a proclamação da Lei no monte Sinai. Tornou-se uma das três grandes festas em que os judeus subiam em romaria a Jerusalém (as outras são Páscoa e Tabernáculos). O Espírito do Senhor exaltado é o laço do amor divino que nos une, que transforma o mundo em nova criação sem mancha nem pecado, na qual todos entendem a voz de Deus. É essa a mensagem da liturgia de Pentecesotes. O mundo é renovado conforme a obra de Cristo, que nós, no seu Espírito, levamos adiante. Nesse sentido, é a festa da Igreja que nasceu do lado aberto do Salvador e manifestou sua missão no dia de Pentecostes. Igreja que

nasce não de organizações e instituições, mas da força graciosa (“carisma”) que Deus infunde no coração e nos lábios. Pentecostes nos ajuda, assim, a entender o que é “renovação carismática”: não uma avalanche de fenômenos de um movimento religioso, mas o espírito da unidade, do perdão e da mútua solidariedade que ganha força decisiva na Igreja. O Espírito Santo é a “alma” da Igreja, o calor de nossa fé e de nossa comunhão eclesial. Pentecostes, festa do “Divino” Espírito Santo, é oportunidade para entender melhor uma realidade central de nossa fé: o Espírito de Deus, que nos é dado em virtude de nossa fé em Jesus Cristo. O ponto de partida pode ser o Evangelho de João, que narra como, no próprio dia da Páscoa, Jesus glorioso comunica aos apóstolos, da parte do Pai, o Espírito Santo, para que exerçam o poder de perdoar os pecados. Pois Jesus é “o Cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29), e os discípulos devem continuar essa missão. São Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, distingue diversos momentos. No seu evangelho e no início do livro

dos Atos, descreveu a Páscoa da ressurreição e a ascensão do Senhor Jesus como entrada na glória, com a manifestação do Espírito Santo ocorrendo poucos dias após, mais exatamente 50 dias depois da Páscoa, no Pentecostes (que significa “quinquagésimo dia”). Nesse dia, em que a religião de Israel comemora o dom da Lei no monte Sinai, descem sobre os apóstolos como que línguas de fogo, para que eles proclamem o evangelho a todos os povos, representados em Jerusalém pelos romeiros da festa, que ouvem a proclamação cada qual em sua própria língua. Entre os primeiros cristãos, os de Corinto gostavam demais do “dom das línguas”, pelo qual eles podiam exclamar frases

em línguas estranhas. Mas Paulo os adverte de que os dons não se devem tornar fonte de desunião. Os fiéis, com sua diversidade de dons, devem completar-se, como os membros de um mesmo corpo. No milagre de Pentecostes, um falava e todos entendiam (em sua própria língua). No “dom das línguas”, ou glossolalia, correse o perigo de que todos falem e ninguém entenda. Por isso, Paulo prefere um falar que todos entendam (ler 1Cor 14). Nós hoje somos chamados a renovar o milagre de Pentecostes: falar uma língua que todos entendam, a linguagem da justiça e do amor. É a linguagem de Cristo, e é uma “língua de fogo”! Aliás, o evangelho nos lembra que a primeira finalidade do dom do Espírito é tirar o pecado do mundo (Jo 20,22-23). A linguagem do Espírito é a linguagem da justiça e do amor. Por outro lado, devemos reconhecer a enorme diversidade de dons no único “corpo” da Igreja. Somos capazes de considerar as nossas diferenças (pastorais, ideológicas etc.) como mútuo enriquecimento? Pomo-las em comum? O diálogo na diversidade pode ser um dom .do Espírito muito atual.

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A palavra do Bispo Dr. Humberto Maiztegui Gonçalves Bispo da Diocese Meridional Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

Estimadas irmãs e irmãos em Cristo. Ainda estamos no tempo da Páscoa quando lembramos a Libertação do Egito, onde o povo foi abraçado pelo projeto libertador de Deus e conduzido pelo deserto rumo à terra prometida. Jesus Cristo, na festa que lembrava esta libertação instituiu a Santa Eucaristia (a Ceia de Ação de Graças ou Santíssimo Sacramento do Seu Corpo e Sangue). Na mesa com sua comunidade original, Jesus anunciou que se entregaria nas mãos dos opressores e assim generosamente se submeteria aos seus abusos para mostrar o caminho da vitória sobre a morte. Assim o fez, e na sua Cruz e Ressurreição, mostrou o caminho da libertação total e definitiva de todas as formas de opressão, violência e morte, esta é a Ressurreição ou Páscoa de Jesus Cristo!

Na última semana deste tempo celebramos a SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE CRISTÃ (SOUC) que é promovida e organizada p elo C ons el ho Naciona l de Igrejas Cristãs. Então lembramos que nós, mesmo sendo a Igreja do próprio Cristo, não conseguimos assimilar o sentido de Sua Páscoa! Deixamos nos levar pelos poderosos e opressores deste mundo, e nos tornamos opressores, de muitas formas. Nos dividimos, semeamos o ódio entre nós e contra outras pessoas. Por isso perdemos a Unidade, especialmente a Unidade com Cristo, e a Unidade com o Evangelho de Amor, Verdade, Justiça e Paz. Interessante que este ano, no Domingo 13 de Maio, é o inicio da Semana de Oração pela Unidade Cristã e o DIA DAS MÃES. Quanto melhor!

Três chances para mudar!

Mã e é a qu el a qu e D e us escolheu, em Maria, para ser profetiza de um novo tempo e instrumento da humanização de Deus em Cristo. A Igreja deveria ser Mãe para nos ajudar a ver a maternidade de Deus! Nós deveríamos ser mães que cuidam da vida dentro de si, e se entregam em favor de uma nova vida! Finalmente, no Domingo 2 0 , é a g r and e fe st a d e Pentecostes, que o Livro de Atos dos Apóstolos coloca como o momento em que a Igreja de Cristo se tornou “Católica”, isto é, se mostrou acessível a todas as pessoas de todos os povos (cf. Atos 1-2). O Espírito Santo, como fogo, fez a comunidade, literalmente, explodir! Explodiu em comunicação e aproximação, superando as barreiras da discriminação, do ódio, do preconceito. Ma s a i n d a , o ú l t i m o

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Domingo é igualmente importante, é o Domingo da Santíssima Trindade. A revelação de Deus como Pai Materno, Filho-Palavra Encarnada, e Espírito SantoDefensor-Consolador-Fogo da Missão- Vento da Vida, é para nós a completa visão de Deus que sendo UM, é diverso! Que maravilhoso mistério! Mistério que nos conduz ainda mais a viver, como disse Leonardo Boff, “a comunidade perfeita” da unidade na diversidade. Vivamos intensamente cada um destes momentos. Ainda podemos mudar, apesar de nossos erros. Ainda podemos transformar o mundo, apesar dos poderes que o dominam. Ainda podemos acolher todas as pessoas em amor, apesar do ódio e da exclusão que mata, e tortura. Ainda há uma chance para nós e para ti, minha irmã e meu irmão!

Missão Anglicana de Timbó realiza Culto e almoço comunitário No dia 15 de abril, anglicanos da cidade de Timbó e Joinville estiveram reunidos em um culto celebrado pela Reverenda Keila Bichet de Tubarão, no Ancionato de Idosos Elza Benz, que acolhe de forma

Espediente:

O Paráclito Tel: (47) 3467 - 2430 Uma publicação:

Diretor: Nilo Junior adm.nilojunior@gmail.com

Diagramação: Christian Pacheco

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ecumênica as celebrações da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Após o Culto aconteceu um almoço comunitário no Rest aurante Pastelar ia da Família, onde todos se fizerem presentes.


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Estilo de Vida

Se sua vida é corrida e não sobra tempo para quase nada, leia isso! Quando Deus chamou Moisés, ele estava ocupado com suas ovelhas no monte Horeb. “Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Um dia em que conduzira o rebanho para além do deserto, chegou até a montanha de Deus, Horeb.” (Ex 3, 1) Quando chamou Gedeão, ele estava peneirando o trigo de uma colheita. “Depois veio o anjo do Senhor e sentou-se debaixo do terebinto de Efra, que pertencia a Joás, da família de Abieser. Gedeão, seu filho, estava limpando o trigo no lagar, para escondê-lo dos madianitas.” (Jz 6, 11) Quando procurou Saul, ele estava pegando o burro para seu pai. “Tendo-se perdido as jumentas de Cis, pai de Saul, disse aquele ao seu filho: Toma um servo contigo e vai procurar as jumentas.” (1Sm 9, 3) Quando chamou Eliseu, ele estava arando com doze juntas de bois. “Elias, partindo dali, encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando com doze juntas de bois diante dele; ele mesmo conduzia a duodécima junta. Elias aproximou-se e jogou o seu manto sobre ele.” (1Rs 19, 19) Quando chamou David, ele estava apascentando as ovelhas. “Isaí mandou vir assim os seus sete filhos diante do profeta, que lhe disse: O Senhor não escolheu nenhum deles.E ajuntou: Estão aqui todos os teus filhos? Resta ainda o mais novo, confessou Isaí, que está .pastoreando as ovelhas. Samuel ordenou a

Isaí: Manda buscá-lo, pois não nos poremos à mesa antes que ele esteja aqui.” (1Sm 16, 10-11) Quando chamou Neemias, ele estava servindo o rei. “Ah! Senhor, prestai ouvidos à oração deste vosso servo e à oração dos vossos servos que veneram o vosso nome. Dignaivos hoje dar bom êxito ao vosso servo, e fazei-o ganhar o favor do rei. Eu era então copeiro do rei.” (Ne 1, 11) Quando chamou Amós, ele estava pastoreando suas ovelhas. “Oráculos de Amós, que foi um dos pastores de Técua. Revelações que recebeu acerca de Israel no tempo de Ozias, rei de Judá, e de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do tremor de terra.” (Am 1, 1) Quando chamou Pedro e André, estavam lançando as redes ao mar.

“Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.” (Mt 4, 18) Quando chamou João e Tiago, estavam consertando suas redes. “Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os…” (Mt 4, 21) Quando chamou Mateus, estava na cobrança

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dos impostos. “Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: Segue-me. O homem levantou-se e o seguiu.” (Mt 9, 9) Palavra de vida: Nenhum deles estava de braços cruzados. Às vezes pensamos que, quem vai à igreja, é porque não tem nada que fazer. – Daí vem aquele provérbio popular: “Que o demônio nunca te encontre desocupado”. (via Evangelização Digital)


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Artigos

IEAB comemora 33 anos de ordenação feminina

Há trinta e três anos, no dia 5 de maio de 1985, na Matriz do Nazareno, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), transpôs a barreira da exclusão de gênero para o ministério ordenado das mulheres. Após aprovação no ano anterior, pelo Sínodo da IEAB, à ordenação feminina às três ordens: diaconato, presbiterado e episcopado, foi ordenada a primeira mulher, a Reverenda Carmen Etel Gomes. Foi um grande divisor de águas para a comunidade anglicana no Brasil. Em 1930 surgiu um Grupo Anglicano pela Ordenação de Mulheres ao Ministério Sacerdotal, que lutava pela ordenação de mulheres dentro da Igreja da Inglaterra e das demais igrejas-membro da Comunhão Anglicana. O movimento era liderado pelo Bispo de Lichfield, John Kempthorne, e pelo deão da Catedral de Cantuária, Dick Sheppard. O grupo suspendeu suas atividades durante a Segunda Guerra Mundial. Em 25 de janeiro de 1944, no entanto, Florence Li Tim-Oi foi ordenada reverenda na Igreja de Hong Kong por Ronald Hall, bispo de Victoria, devido

à falta de homens – que estavam lutando contra a ocupação japonesa – naquela província. Ela foi a primeira mulher ordenada como reverenda na Comunhão Anglicana, mas sucumbiu às pressões conservadoras e renunciou ao cargo (mas não ao título) após o fim da guerra. Em 1971, a Igreja de Hong Kong e Macau se tornou a primeira da província anglicana a permitir a ordenação de mulheres ao sacerdócio e assim as Igrejas ligadas a Comunhão Anglicana vem fazendo em todo o mundo. Nos sábado 21 de abril, na Catedral Santa Maria em Belém no Estado do Pará, aconteceu a Sagração da primeira Bispa anglicana da Igreja no Brasil a Reverenda Cônega Marinez Bassotto como bispa da Diocese Amazônica. Marinez é a primeira mulher sagrada bispa na América do Sul. A Cerimonia foi presidida pelo bispo primaz Dom Francisco de Assis, e concelebrada por nosso bispo diocesano,

Dom Humberto Maiztegui juntamente com bispos de outras dioceses da Província. Também estiveram Presentes, bispas de Cuba e do Canadá e o clero de outras províncias da Comunhão Anglicana.

Romaria doTrabalhador traz fiéis de todo o Estado à Araquari Lar Dona Francisca *Diária *Semanal *Mensal Temos Acompanhamento para Pacientes pós operatório e acamados Um novo conceito em casa de repouso!

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Na terça-feira 1º de maio aconteceu em Araquari no Santuário Bom Jesus a 16º Romaria do trabalhador, com o tema: Nenhum(a) trabalhador(a) sem direitos e como lema “Vós sois o Sal da Terra e a Luz do Mundo” centenas de fiéis vindos de várias cidades de Santa Catarina acompanharam

a programação que iniciou as 8 horas da manhã. Ao todo mais de seis ruas foram fechadas pela Prefeitura de Araquari para o evento que esperava receber mais de 5 mil pessoas. O evento terminou ao meio dia com a benção das carteiras de trabalho e almoço comunitário.


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