O Paráclito Janeiro de 2018

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Edição:

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O Paráclito

ANO 1 | JANEIRO DE 2018 | EDIÇÃO ECUMÊNICA.

“Cada qual viva de acordo com a graça recebida, colocando-se a serviço de outras pessoas, na boa administração das muitas formas da graça que Deus concedeu ” (I Pedro 4,10)

Natal da solidariedade no Juquiá

Estar inseridos no contexto do Reino de Deus é atuar de acordo com a mensagem evangélica de Jesus: “porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. (Mateus 25.35-36, 45). No sábado dia (16/12) o Grupo Ecumênico de Joinville em parceria com o Centro de Direitos humanos de Maria da Graça Braz, realizou o natal solidário na Comunidade Nossa Senhora do Carmo

no Ulisses Guimarães na região do Juquiá. O local possui muitas famílias e crianças em situação de vulnerabilidade social. O Evento contou com distribuição de cachorros quentes, guloseimas e presentes para as crianças, mais de quinhentas pessoas passaram pelo evento. No final da tarde houve uma celebração ecumênica. Para o padre Sérgio Silva da Igreja Católica, o encontro foi apenas o primeiro contato com a comunidade, que precisa que as pessoas, as igrejas e o poder público olhem para ela. “Na unidade com muitas pessoas de boa vontade, cristãos abertos à um projeto de aproximação com a Comunidade do Juquiá, fizemos o Natal

das Crianças, das famílias, da solidariedade. Nós da Igreja Católica nos sentimos honrados de acolher e participar desse evento. Sentimo-nos gratos pelas outras Igrejas que participaram, do Centro dos Direitos Humanos, mas principalmente pelo

engajamento de muitas pessoas da própria comunidade local. Esperamos que a partir desse encontro de fé e unidade, as portas se abram para um projeto de melhorias para aquela região” afirmou o padre.

Inagurada nova loja de artigos religiosos em Joinville/SC.

Adoremus Arte Sacra

Rua: Jaguaruna, 60 - Centro Fone: (47) 3013-0604


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Hermenêutica

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Quem foi Eva? Quantos filhos ela teve?

Por: Philip Kosloski Nas páginas iniciais da Bíblia, Gênesis apresenta a criação dos primeiros seres humanos. Adão é criado e, depois, Deus quis que ele recebesse uma “ajuda adequada”. “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gênesis 2,21-22). Eva foi portanto, a primeira mulher. E suas ações tiveram um impacto profundo na História da Salvação. Aqui estão cinco dados sobre Eva que nem sempre são inferidos depois de uma leitura inicial do Gênesis:

‘viver’: ‘Adão chamou sua mulher de Eva[hawwah] por ela ser a mãe de todos os viventes’”. Por meio de

mas de sua costela para ser igual a ele, debaixo de seu braço para ser protegida por ele e perto do seu coração

Eva é considerada “santa” em muitas igrejas cristãs

Eva nasce a vida no mundo, para ser amada por ele”. algo que Adão não poderia fazer sozinho. Teve ao menos três filhos (talvez mais) Eva foi criada para ser igual a Adão em dignidade Adão e Eva criaram três filhos, segundo a Bíblia: Ao longo dos séculos, Caim, Abel e Set. No muitos estudiosos entanto, o livro de Gênesis destacaram o fato de Eva diz: “”Depois de haver ter sido criada da costela de gerado Set, Adão viveu Seu nome é mais um verbo Adão, não de sua cabeça ou oitocentos anos e gerou que um substantivo seus pés. Um exegeta bíblico filhos e filhas” (Gênesis 5,4). do século XVIII explicou: A morte de Eva não é O nome “Eva” “[Eva] não foi feita de sua mencionada na Bíblia, que “está relacionado cabeça para governá-lo nem também não faz referência etimologicamente ao verbo de seus pés para ser pisada, a Adão com outra mulher.

O significado da Epifania do Senhor

A festa dos Reis Magos (Epifania – manifestação do Senhor) no Oriente é celebrada com mais ênfase que o próprio dia do Natal, devido a grande devoção que se presta lá a este acontecimento. Além do Evangelho de São Mateus, há documentos apócrifos no Vaticano, muito antigos e de grande valor, que relatam a visita dos Reis

Espediente:

O Paráclito Tel: (47) 3467 - 2430 Uma publicação:

Portanto, é possível que Eva tenha tido outros filhos não mencionados por nome na Bíblia.

Magos ao Menino Jesus. Há um mosaico sobre eles em Ravenna, Itália, do século 6, com os nomes dos três. A palavra “mago” era empregado para o “sábio”, especialmente aos sacerdotes da Caldeia que foram os primeiros a estudar a astronomia no mundo. Mago aqui nada tem de esotérico. O grande doutor da Igreja

Diretor: Nilo S. Junior nilojunior@ecclesiaortodoxa.org

Diagramação: Christian Pacheco

diagramaçao@folhadearaquari.com.br

São Beda, o Venerável (673735), muito respeitado, que foi monge beneditino na Inglaterra, h i s t o r i a d o r, pesquisou e escreveu sobre os Reis Magos, e foi o primeiro e escrever seus nomes. Segundo ele, “Melquior tinha setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, na Caldeia. Gaspar era jovem de vinte anos, e teria partido de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”. Gaspar significa “aquele que

Embora não seja canonizada oficialmente, existe uma antiga tradição que diz que, depois de sua morte, Cristo “desceu aos infernos” para levar os justos de volta à Vida Eterna. Adão e Eva são considerados “santos” por muitos, devido à sua união com Deus nos Céus. Seu dia festivo é 24 de dezembro A igreja medieval celebrava Adão e Eva no dia 24 de dezembro, um dia antes da vinda do Salvador. Eles representavam “teatros do Paraíso”, em que uma árvore era a figura central. Isso inspirou, mais tarde, a tradição das árvores de Natal.

vai inspecionar”; Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltasar “Deus manifesta o Rei”. Nota-se, então, que eles não vieram do mesmo lugar… mas os três viram o sinal misterioso da Estrela de Jesus. Para São Beda e para os doutores da Igreja, os três representavam as três raças humanas existentes, os reis e os povos de todo o mundo.


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Estilo de Vida

As 3 lições de alegria da

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“mulher mais feliz do mundo”

Por: Sophia Swinford

SoulPancake, uma empresa de mídia dedicada a conteúdos positivos e inspiradores, decidiu adotar uma abordagem analítica sobre a felicidade ao lançar o projeto Science of Happiness (Ciência da Felicidade). Mas em todos os estudos e pesquisas realizadas, havia uma mulher que se destacava acima de todas as outras. Mama Hill, como é chamada, conseguiu alcançar pontuação máxima na pesquisa sobre felicidade, possivelmente tornando-a “a mulher mais feliz do mundo”. Quando questionada sobre como pode ser tão alegre, ela compartilhou 3 chaves de como ela semeia a felicidade em sua vida diária:

Gratidão

Serviço

Simplicidade

Toda manhã começa agradecendo a Deus por acordar, por receber outro dia. Então, ela agradece a Deus pela água, pelo sabão, pela pasta de dente, pela comida. “Às vezes, nos levantamos e pensamos: ‘Não acho que posso fazer isso hoje’, mas temos que perceber que somos verdadeiramente abençoados”, diz ela.

Não precisamos fazer uma exceção nas nossas vidas diárias para servir. Na verdade, o serviço é menos uma ação que se planeja do que é toda a atitude de ser. “Depois eu medito e faço minha oração”, ela continua. “Eu apenas digo: ‘Ok, Deus, como posso servi-lo hoje? E quem posso ajudar hoje?’”.

Os desenhos animados, ela acrescenta surpreendentemente, também são vitais para sua felicidade. Promover uma sensação de simplicidade antes de começar seu dia ajuda a criar a paz enquanto aguarda as respostas de suas perguntas para Deus. Às vezes, são as pequenas coisas que fazem toda a diferença. Se você se sentir sobrecarregada(o) ou descontente, pode tentar criar simplicidade e paz na rotina matinal. Ao invés de verificar o seu telefone ou responder aos e-mails primeiro, tire um momento para agradecer e talvez até assistir a alguns desenhos animados!

14º Encontro INTERECLESIAL!! De 23 a 27 de janeiro em Londrina no Paraná acontecerá o 14º encontro das Comunidades Eclesiais de Base, o movimento é organizado pela Igreja Católica, mas, diversas Igrejas também participam, este ano o Tema será : CEBs e os Desafios no Mundo Urbano. Encontro terá diversas atividades desde encontros de reflexão a palestras, reunindo diversos temas comunitários. As Comunidades Eclesiais de Base (CEB) são comunidades inclusivistas ligadas principalmente à Igreja Católica que, incentivadas pela Teologia da Libertação após o Concílio Vaticano II (1962-1965) se espalharam principalmente nos anos 1970 e 80 no Brasil e na América Latina. Consistem em comunidades reunidas geralmente em função da proximidade

territorial e de carências e misérias em comum, compostas principalmente por membros insatisfeitos das classes populares e despossuídos, vinculadas a uma igreja ou a uma comunidade com fortes vínculos, cujo objetivo é a leitura bíblica em articulação com a vida, com a realidade politica e social em que vivem e com as misérias cotidianas com que se deparam na matriz ordinária de suas vidas comunitárias.

Filocalia

1. Se você quer aprender a verdade, imite o exemplo do tocador decítara. Ele mantém sua cabeça inclinada para baixo, com o ouvido atento ao canto e maneja a palheta. Ao mesmo tempo em que as cordas são vibradas umas após outras, a cítara espalha sua melodia e o citarista exulta com esta doçura de mel. 2. O trabalhador da vinha, que ama penar, que este exemplo lhe seja claro, e creia. A partir de agora, sóbrio e vigilante como o citarista, você encontrará facilmente na profundidade do coração aquilo que procura. Pois a alma tomada de alto a baixo pelo amor divino não pode voltar atrás. “Minha alma, diz o divino Davi, está ligada a você”. (Filocalia volume VII Calixto o Patriarca)


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Hesíquia

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“A ORAÇÃO DO CORAÇÃO”

Escrito por Henri Nouwen Incessante

A segunda característica da oração do coração é ser incessante. A pergunta de como seguir a ordem de Paulo: “Orai incessantemente” foi fundamental no hesicasmo desde a época dos monges do deserto até a Rússia oitocentista. Há muitos exemplos desse interesse nos dois extremos da tradição hesicástica. (Vejamos um dos principais:) .... Na famosa história do Peregrino Russo lemos: «Pela graça de Deus sou cristão, mas pelas minhas ações sou um grande pecador... No vigésimo quarto domingo depois de Pentecostes, fui à igreja para ali fazer minhas orações durante a liturgia. Estava sendo lida a primeira Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses e, entre outras palavras, ouvi estas: ‘Orai incessantemente’ (1Ts 5,17). Foi esse texto, mais que qualquer outro, que se inculcou em minha mente, e comecei a pensar como seria possível rezar incessantemente, já que um homem tem de se preocupar também com outras coisas a fim de ganhar a vida.» O camponês foi de igreja em igreja, para ouvir sermões, mas não encontrou a resposta que queria. Finalmente, encontrou um santo staretz que lhe disse: «A oração interior incessante é um anseio contínuo do espírito humano por Deus. Para sermos bem-sucedidos nesse exercício consolador, precisamos suplicar com mais freqüência a Deus que nos ensine a rezar sem cessar. Rezar mais e rezar com mais fervor. É a própria oração que lhe revela como rezá-la sem cessar; mas leva algum tempo.» Então, o santo staretz ensinou ao camponês a Oração de Jesus: “Senhor Jesus Cris-

PARTE I I I

to, tem misericórdia de mim”. Enquanto viajava como peregrino pela Rússia, o camponês passou a repetir essa oração com os lábios. Até considerava a oração de Jesus sua companheira verdadeira. E, então, um dia, teve a sensação de que a oração passou sozinha de seus lábios para seu coração. Ele diz: «... parecia que, pulsando normalmente, meu coração começava a dizer as palavras da oração a cada batida... Desisti de dizer a oração com os lábios. Passei simplesmente a ouvir o que meu coração dizia.» Aqui aprendemos outro jeito de chegar à oração incessante. A oração continua a rezar dentro de mim, até enquanto falo com os outros ou me concentro no trabalho manual. Ela se torna a presença ativa do Espírito de Deus que me guia pela vida. Desse modo vemos como, pela caridade e pela atividade da oração de Jesus em nosso coração, nosso dia todo se

transforma em oração contínua. Não sugiro que imitemos o peregrino russo, mas que, também nós, em nosso ministério atarefado, nos preocupemos em rezar sem cessar, para que, seja o que for que comamos ou bebamos, seja o que for que façamos o façamos pela glória de Deus. (Veja 1Cor 10,31). Amar e trabalhar pela glória de Deus não pode permanecer uma idéia sobre a qual pensamos de vez em quando. Deve se tornar uma incessante doxologia interior. Inclui tudo Uma última característica da oração do coração é que ela inclui todos os nossos interesses. Quando entramos com a mente no coração e ali ficamos na presença de Deus, então todas as nossa preocupações mentais se transformam em oração. O poder da oração do coração é precisamente que, por meio dela, tudo que está em nossa mente se transforma em oração.

Quando dizemos a alguém: “Vou rezar por você”, assumimos um compromisso muito importante. É uma pena que esse comentário muitas vezes não passe de uma expressão de interesse. Mas, quando aprendemos a descer com nossa mente em nosso coração, todos os que fazem parte de nossa vida são guiados à presença curativa de Deus e tocados por ele no centro de nosso ser. Falamos aqui de um mistério para o qual palavras são inadequadas. É o mistério em que o coração, centro de nosso ser, é transformado por Deus em seu coração, um coração grande o bastante para abraçar todo o universo. pela oração, carregamos em nosso coração toda a dor e tristeza humanas, todos os conflitos agonias, toda a tortura e a guerra, toda a fome, solidão e miséria, não por causa de alguma grande capacidade psicológica ou emocional, mas porque o coração de Deus uniu-se ao nosso. [final na proxima edição.]


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