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Cena 1 – CALOR
(O jovem Zinho caminha cansado em meio à caatinga e ao sol causticante balbuciando expressões desconexas. Onomatopeias e sussurros substituem as palavras. A única palavra audível claramente é “Calor”.)
ZINHO – Calor! Calor! Calor! Vixe. Epa. Num chove. Nem uma gota... Calor! Calor, moço. Feijão não dá mais não. Planto nada. E cebola também, é saco, saco, saco! O teu gado morreu? O meu insiste. Nem palma a gente tem...
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(Cenas recorrentes sem texto. O jumento empacado. Tangendo bicho. O sinal da cruz. Gestos nos quais se exprimem o imenso efeito do calor.)
(Zinho se arrasta, lentamente, cobrindo o rosto com um chapéu que seu pai deixou para ele.)