Museu do Douro // agosto 2025

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FAZ FALTA SABER SONS DO DOURO

CONCERTOS

28 de Agosto Macedo de Cavaleiros Festival Internacional de Música Tradicional

29 de Agosto Vilar de Perdizes

DESTAQUE EXPOSIÇÃO

PERMANENTE

No final de 2024 abrimos ao público novos núcleos da exposição permanente Douro: Matéria e Espírito. Concebida desde o início como uma exposição evolutiva, temos vindo a adicionar conteúdos, criando novos núcleos e melhorando alguns pontos da visita.

Esta intervenção, apoiada pelo programa ProMuseus do Ministério da Cultura, foi pensada para dar a conhecer artefactos recentemente incorporados na nossa coleção, permitindo, ao mesmo tempo, melhorar alguns aspectos quer do discurso expositivo quer da sua acessibilidade. O objetivo é alargar a compreensão do território duriense, que é também património mundial, visto numa perspetiva global e integradora do espaço e do tempo.

Começamos pela entrada do Museu, onde uma maquete interativa da Região Demarcada permite conhecer melhor o território e localizá-lo no espaço. O entendimento da região, conta agora também com um núcleo dedicado à fauna e flora, centrado na biodiversidade do vale do Douro. Aqui é possível conhecer a coleção de taxidermia depositada no Museu pela Real Companhia Velha, proveniente da Quinta das Carvalhas.

O núcleo dedicado à Pré-História ganhou maior fluidez de discurso e novas peças, que facilitam o entendimento desta época remota. Os artefactos expostos são cedidos pelo Museu do Côa, juntamente com uma peça cerâmica da Idade do Ferro, proveniente do Castro de Palheiros (Murça).

Com o depósito do material arqueológico proveniente das escavações da Fonte do Milho pelo Estado Português, através da antiga DRCN, juntamente com o espólio do IVP e de outras estações arqueológicas, era imperiosa a criação de um núcleo dedicado à romanização. Esta civilização fundamental para a estruturação do nosso território sob o ponto de vista económico, social e administrativo, conta agora com vestígios expressivos da sua cultura material que nos dão a conhecer o seu quotidiano.

No piso superior, em paralelo com a parede dedicada à diversidade de vinhos que atualmente se produzem, abrimos ao público a enoteca histórica do IVP, criada ao longo de várias décadas. Em exposição estão 1152 garrafas, provenientes de uma grande diversidade de casas exportadoras.

Além destas coleções de maior dimensão, vários pontos da exposição foram enriquecidos com peças doadas ao Museu que se encontravam guardadas em reserva e que têm valor e significado histórico.

Estes são motivos de sobra para (re)visitar o Museu do Douro.

DESTAQUE EXPOSIÇÃO PERMANENTE

MEMÓRIA DA TERRA DO VINHO NÚCLEO EXCELÊNCIA DO DOURO

N.º inventário: MD/M-003024

Material: Madeira, vidro, papel e liga metálica

Dimensões: A 122 Ø 465 mm

Origem: Fabricante: Fabrica Nacional de Relógios Reguladora, Vila Nova de Famalicão

Inscrições: ALFÂNDEGA do PORTO VVR407 (Papel na parte posterior); Janeiro 1958 - marca no relógio

Incorporação: Doado à ACAD – Associação Cultural do Alto Douro em 09/07/1986 e transferido para a coleção Museu do Douro ao abrigo da cláusula contratual de depósito do espólio da ACAD, confirmada por sentença judicial emitida pelo Tribunal da Comarca de Vila Real, Juízo Local Cível de Peso da Régua em 18/07/2022.

Relógio MD/M-3024 ©2023, MD

EXPOSIÇÕES ITINERANTES

CELEBRAR O DOURO, SEMPRE

Auditório Municipal, Murça

> Até 26 de agosto de 2025

CARLOS CABRAL: RÓTULOS DE VINHO DO PORTO

Galeria d’Artes do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa

> Até 30 de agosto de 2025

CONCURSO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA 2020 “DOURO PATRIMÓNIO CONTEMPORÂNEO” –MEMÓRIA COM FUTURO

Auditório Municipal de Freixo de Espada à Cinta

> Até 30 de agosto de 2025

VIA ESTREITA, DE CARLOS CARDOSO

Centro Interpretativo da Mulher Duriense, Armamar

> Até 9 de setembro de 2025

RUI PIRES NA COLEÇÃO MUSEU

DO DOURO

Museu Municipal de Resende

> Até 14 de setembro de 2025

ANTÓNIO MENÉRES, PERCURSOS

PELA ARQUITETURA POPULAR

NO DOURO

Auditório Municipal de Sabrosa

> Até 26 de setembro de 2025

MÓNICA BALDAQUE – DOAÇÃO

FERREIRA-ALVES

Casa da Cultura de Mêda

> Até 29 de setembro de 2025

O SONHO DE MAGALHÃES –DOMINIQUE PICHOU

Museu Armindo Teixeira Lopes, Mirandela

> Até 5 de janeiro de 2026

COADOURO – PARA UMA MEMÓRIA FUTURA

CITICA, Centro de Inovação Tecnológica

INOVARURAL de Carrazeda de Ansiães

> Abre a 2 de agosto de 2025

*As datas apresentadas poderão sofrer alterações de acordo com a agenda do Museu do Douro e/ou dos locais mencionados

© Lúcia Duarte

EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA

SINFONIA DO NADA - UMA VIAGEM DE LUZ PELA REGIÃO DO DOURO

ATÉ 18 DE AGOSTO DE 2025

A exposição, da autoria da fotógrafa Lúcia Duarte, é uma jornada visual que nos leva ao coração enigmático do Douro. Nesta coleção de fotografias, a autora, natural de Armamar, partilha com o público uma interpretação introspetiva da paisagem que, à primeira vista, pode parecer silenciosa e inalterada, mas que ressoa com uma melodia subtil e profunda.

Cada imagem escolhida é uma exploração das camadas invisíveis deste vale antigo, uma nota na sinfonia do invisível. Através das lentes da sua câmara, tenta imortalizar este espaço grandioso, nos seus momentos mais serenos e misteriosos — onde a bruma sobre o rio, as sombras nas encostas e a tranquilidade dos vinhedos revelam uma sinfonia oculta. Este silêncio aparente é, na verdade, um espaço repleto de histórias não contadas e de uma beleza que se desdobra lentamente. «Sinfonia do Nada» convida a mergulhar numa experiência sensorial e introspetiva, que procura ir além da beleza externa. Interpela os visitantes a encontrar também o eco silencioso das profundezas do Douro, e que este silêncio revele novas camadas de significado e conexão com este lugar mágico e misterioso.

EXPOSIÇÃO MÉDIA DURAÇÃO

FOTOGRAFIA

ALVÃO

COLEÇÃO IVP

ATÉ MAIO DE 2026

Mostra de uma pequena parte do importante acervo de imagens da Fotografia Alvão, pertencente à Coleção do Instituto do Vinho do Porto, incorporada no Museu do Douro desde 2021.

Este conjunto de fotografias, sob diversos suportes, evidencia as diferentes encomendas do organismo à conhecida casa fotográfica do Porto. Documentando aspectos das lides vitivinícolas durienses, do património do Douro e do Entreposto e também do próprio Instituto, estas imagens foram utilizadas ao longo de décadas para dar a conhecer o Douro e o vinho do Porto em publicações, exposições e ações de propaganda em Portugal e no estrangeiro.

Presegueda - Panorama do Baixo CorgoCol. MD/IVDP MD/M-2952.16 © Álvaro Azevedo, Fotografia Alvão / MD/IVDP

EXPOSIÇÕES VIRTUAIS

ARQUITETURAS DA PAISAGEM

DO DOURO

Em 2007, o Museu do Douro levou a cabo um inventário indicativo das arquiteturas da paisagem do Douro, centrado nas formas históricas de armação do terreno para o cultivo da vinha. Estas empregam muros de pedra seca, distinguindo-se dois tipos: pré e pós-filoxera. São estas que formam o mosaico da paisagem, juntamente com outras culturas, como a oliveira, as árvores de fruto e hortas.

Convidamos o público a conhecer esta exposição virtual onde se abordam os diferentes tipos de armação do terreno e a sua implementação na paisagem vinhateira. https://tinyurl.com/ynz7bych

Mancha de vinha na Balsa, Tabuaço, Desejosa ©2007, Egídio Santos/MD

COLEÇÃO MUSEU DO DOURO

BIBLIOTECA

DOAÇÕES

Foi incorporado na nossa biblioteca, através de doação, material bibliográfico respeitante ao concelho de Armamar. Destacamos a obra Síntese com poemas da autoria de Fausto José, poeta nascido no concelho de Armamar, e a Feira do Douro. O Concelho de Armamar, publicação que resume a história e património do concelho.

Agradecemos a oferta destas publicações à Sr.ª D. Maria Ivete Borges Centenário Pereira da Fonseca.

Síntese
Feira do Douro

COLEÇÃO

IVDP

DESTAQUE DO MÊS

Destaque da coleção IVDP dedicado às empresas exportadoras de vinho do Porto e cujo espólio de rótulos foi conservado durante décadas pelo Instituto. No portal de coleções do Museu do Douro é possível consultar o espólio inventariado até ao momento, podendo conhecer um pouco mais da história da região.

Coleção disponível: https://tinyurl.com/2z438z53

NIXON & CO.

Empresa exportadora de vinho do Porto fundada em 1874, inscrita em 1921 na Alfândega do Porto como negociante exportador sob o número 164.

Em 1934, a sede situa-se na Rua Viterbo de Campos, 76, Vila Nova de Gaia, passando no ano seguinte para a Rua Rei Ramiro. Esta localização da sede e armazéns é mencionada em 1948, ainda que a atividade como negociante de vinho na Alfândega do Porto tenha cessado em 1937.

No Arquivo Histórico do Instituto do Vinho do Porto (AHIVP) a única referência a esta empresa surge nos livros de exportações por ano ou empresa entre os anos de 1928 a 1937.

Rótulo de vinho do Porto, Nixon’s Dark

CRONOLOGIA

1874 – Fundação da casa exportadora

30/03/1894 – Registo de rótulo no Diário do Governo nº 70, pág. 4:

…”Consiste n’uma coroa,lendo-se pela parte de baixo«Nixon & C.®—Oporto».Consiste em dois rectangulos,lendo-se no mais pequeno….”

23/04/1894 – Registo de rótulo no Diário do Governo, n.º 90, pág. 4:

"... lê-se «Principe Real». Representados pelo seu procurador Henrique Stattmiller. 1:484- 15 Nixon & C.a … «finest selected Port», e na parte inferior «Rainha,registered mark.Shipped & Bottled by—Nixon & C.° Oporto».

10/07/1897 – Registo de rótulo no Diário do Governo, n.º 150, pág.15:

"...N.°2:943.—Classe 6.a—N.°390.—Nixon&C.a,inglezes,negociantes,estabelecidos no Porto. Representados por H.Stattmiller…”

“N..° 2:951.— Classe 6.a — N.° 394.— Nixon & C.a, inglezes, negociante: estabelecidos em Villa Nova de Gaia. Representados por Henrique St, engenheiro civil, residente n’esta cidade…”

“… Em 13 de fevereiro de 1897: N.° 222.— Porto.— N.° 21.— «Nixon & C.a — Porto».— Por esta firma commercial, estabelecida no Porto…”

26/08/1902 – Registo de rótulo no Diário do Governo nº 190 com o seguinte texto:

“Nº 5:344 – Classe 68.ª

Nixon & C.ª, súbditos ingleses, negociantes de vinhos, com armazéns em Villa Nova de Gaya, representados porJ.P. Froment, residente em Lisboa, na Praça do Principe Real nº 6,1º.

A marca consiste em uma cruz de braços iguais interceptada próximo ao ponto de cruzamento dos braços por um quadrilátero. Em cada um dos angulos tem uma letra sendo: no angulo esquerdo superiora letra N,no angulo inferior a letra O e no angulo inferior a letra N; no quadrilátero referido tem a letra X.

Superiormente á dita cruz leem-se as palavras «Coronation Port» e inferiormente as palavras«Nixon & Cª. Oporto».

Destinada a vinho de seu commercio, engarrafado e encascado.”

01/03/1906 – Comunicação no Diário do Governo, n.º 47, pág. 7:

"...Antonio LealJuníor.de Gaia,dissolvemos a sociedade quetínhamos e que girava nesta praça sob a firma Nixon & C.a, ficando o activo e passivo a pertencereacargoexclusivodoprimeirosignatário,podendoresponsabilidade para o segundo. Porto, 19 de fevereiro de 1906. Reginato P. Nixon = Wilham Henry Nixon.…”

1921 – Inscreve-se na Alfândega do Porto sob o número 164;

1928 – No registo de cedências e aquisições da Comissão de Viticultura da Região do Douro (CVRD),a firma tem registados 5 140 l.

1928 – No livro de registo de certificados de exportação a Noruega aparece como único destino dos vinhos desta firma, distribuídos pelos portos de Bergen e Oslo, totalizando-se 980 litros exportados;

1929 – Neste ano são registadas cedências e aquisições das diferentes empresas de vinho do Porto, tendo a Nixon & Co. adquirido vinho às seguintes empresas:

Rótulo de vinho do Porto, Rainha

No livro de registo de certificados de exportação, a Noruega aparece novamente como único destino dos vinhos desta firma, distribuídos pelos portos de Oslo, Bergen e Trondhjem, num total de 6 529 litros;

1930 – Idem: 731 litros;

1931 – Registo de exportação de 4 656 litros para a Noruega;

1932 – Registo de exportação de 26 025 litros para a Noruega;

1933 – Registo de exportação de 30 272 litros para a Noruega;

1934 – Registo de exportação 52 977 litros;

1935 – Armazéns e escritórios na Rua Rei Ramiro, Vila Nova de Gaia; pontuação 1 na LOEVP

1935 – No livro de registo de certificados de exportação surgem três mercados: França (12 961 litros), Grã-Bretanha (86 litros) e Noruega (2 550 litros);

1936 – Idem, surgem apenas dois mercados Noruega (4 310 litros) e Suíça (1 272 litros);

1937 – Idem, último ano de atividade, registado no AHIVP, Grã-Bretanha (84 856 litros), Irlanda do Sul (1 580 litros) e Noruega (729 litros).

Fontes:

Diário do Governo em https://digigov.cepese.pt/ consultado o módulo de pesquisa em 10/07/2025, contudo por motivos técnicos do servidor da base de dados, apenas foram visíveis os sumários dos resultados.

Arquivo Histórico do IVP

PINTÃO, M.; CABRAL; C. - Dicionário ilustrado do vinho do Porto.

GUIMARÃES, J. A. G.; GUIMARÃES, S. – Prontuário Histórico do Vinho do Porto.

CONSERVAÇÃO

INTERVENÇÃO DE CONSERVAÇÃO CURATIVA DE UM BERBEQUIM MANUAL DE BANCADA

Foi recentemente intervencionado no Museu um berbequim manual de bancada (MD/M-8988), testemunho do património tecnológico industrial, datável, muito provavelmente, da primeira metade do século XX. Foi utilizado ao longo século numa quinta do Baixo Corgo na oficina de tanoaria.

Este objeto, doado por António Inácio Pinheiro de Almeida, chegou até nós num razoável estado de conservação, apresentando evidentes marcas de uso, consideradas fundamentais para a compreensão da sua história funcional, bem como sinais de degradação físico-química, em particular sob a forma de corrosão generalizada.

Optou-se pela estabilização da corrosão recorrendo a métodos mecânicos controlados, a um conversor e a um inibidor de corrosão apropriados para garantir a durabilidade do tratamento. Foi evitada qualquer tentativa de reintegração que pudesse falsear a leitura histórica do berbequim, mantendo-se intencionadamente as marcas de uso e as perdas materiais como testemunhos da sua longa vida útil e contexto de utilização.

Desta maneira, a nossa intervenção pretendeu alcançar de forma equilibrada a salvaguarda tanto da matéria como da memória do objeto.

PATRIMÓNIO RDD

RÉGUA, 1973

Kester Eddy, fotógrafo britânico que vive atualmente em Budapeste, partilhou connosco uma fotografia tirada nas oficinas ferroviárias da Régua, em 1973.

A imagem mostra-nos um trabalhador durante uma pausa no turno da noite, numa noite quente de julho. Passaram-se mais de 50 anos, e não sabemos quem é a pessoa da foto, mas tanto o fotógrafo como nós gostávamos de saber quem é.

Alguém o reconhece?

O texto e imagem podem ser vistos no blogue de Kester Eddy: www.perspectives-budapest.com

Régua, ©julho,1973, Kester Eddy

SERVIÇO EDUCATIVO

eusoupaisagem – educação e território

eusoupaisagem 2025

Programa serviço educativo do museu do douro

eu sou paisagem é o programa de educação do Museu do Douro que opera no território dos 21 concelhos da região demarcada do douro.

eusoupaisagem assenta na pesquisa, no envolvimento e na criação de experiências entre as pessoas e as paisagens que habitam. O trabalho de  presença no território conjuga envolvimento, pesquisa e intervenção educativa, desde 2006.

O quê. Com quem

Aposta-se na criação de contextos de experimentação, com caráter de continuidade, para a participação de crianças, adolescentes, jovens, pessoas adultas|seniores e seniores em atividades de experiência e conhecimento.

Como

Pesquisa-se com o território e a paisagem, com o corpo e o lugar, em diálogo e tensão com diferentes linguagens e falas.

Interpelam-se as paisagens e as pessoas com a história, o teatro, a dança, com a imagem animada, com a escrita, com a geografia e a literatura, com a arquitetura paisagista, com o vídeo e com o som...

Para

eu sou paisagem é, de modo claro e inequívoco, uma vontade e uma proposta para agir e para pensar a educação nos lugares deste território.

O eusoupaisagemopera numa lógica de proximidade. Com quase duas décadas de trabalho com as comunidades escolares, com grupos formais e informais de Educadores e Professores da Educação Pré-escolar; Ensino Básico; Ensino Secundário e Profissional estreitam-se esforços, à procura de mais modos de estar neste território que importa cuidar. Os programas do eusoupaisagem acontecem também com Bandas Filarmónicas de Música, Associações Recreativas e outros coletivos dos diferentes concelhos da Região Demarcada do Douro, que connosco queiram fazer e pensar na paisagem.

Não procuramos respostas ou soluções, mas sim contextos e modos para instalar diálogos, o que é pedra de toque para o trabalho em conjunto, e, quando possível em comum para estar com as pessoas nos lugares onde elas vivem.

Perante as mudanças que vivemos a nível local, nacional e mundial, nos anos recentes, é com muita convicção que reforçamos ou iniciamos parcerias formais e informais no território da Região Demarcada do Douro, o que permite trabalho sequenciado e atento ao retorno de quem vive na região. A presença continuada de autores no campo da fotografia, do vídeo, da escrita e da oralidade, do teatro e da dança com forte vínculo à vontade de pesquisa norteiam a nossa presença no território, na procura sistemática da interrogação e fixação temporária de respostas encontradas e realizadas.

FAZER ACONTECER EM 2025E2026

Para o último trimestre de 2025 e ao longo do ano de 2026, cada um destes programas é realizado com as escolas e as bibliotecas, com as associações culturais e recreativas, com coletivos informais que vivem e habitam a região demarcada do douro.

É com estas pessoas, de diferentes idades e de diferentes concelhos da Região Demarcada do Douro que fazemos acontecer mais um ano do eusoupaisagem | educação Museu do Douro.

Cartas da Liberdade e da Paisagem – Projeto com escolas. © 2024, Ilustração Sónia Borges

CARTAS DA LIBERDADE E DA PAISAGEM

PROJETO COM ESCOLAS

2025 . 2024 . 2023

eusoupaisagem é o programa de educação do Museu do Douro que, nestes anos, aposta na troca de cartas, de diferentes modos, tamanhos e conteúdos: cartas escritas, cartas dançadas, cartas fotografadas, cartas faladas ou sussurradas… e outras, a imaginar em conjunto, para se estar e conhecer as paisagens do território que constitui a Região Demarcada do Douro.

Há dez anos, perguntamos: Que relações existem entre a liberdade e a paisagem?

E agora 10 anos depois, no tempo de 50 anos de democracia em Portugal, o que encontramos de relevante para fazer, para pensar, para perguntar, para conhecer melhor as paisagens do Douro, quem as faz, quem as habita: O que mudou? O que está igual? A que temos de dar mais atenção?

O que importa cuidar?

Cartas da liberdade e da paisagem é a temática guarda-chuva deste programa que agrega as diferentes atividades e projetos, oficinas e caminhadas com o serviço educativo do Museu do Douro. As abordagens educativas do eusoupaisagem são necessariamente plurais e democráticas, misturam experiências nas paisagens que se habita ou visita, com recurso a diferentes linguagens e modos de expressão.

Os programas do eusoupaisagem são realizados com grupos de Educadores e Professores: Educação Pré-Escolar, Ensino Básico e Secundário e Ensino Técnico-Profissional, dos concelhos da Região Demarcada do Douro e em parceria com tecido associativo local e regional: Associações, Bandas Filarmónicas, Ranchos Folclóricos e outros coletivos durienses.

CAFÉ CENTRAL MOSTRA EM CARTAZES

MUSEU DO DOURO, PESO DA RÉGUA, MAIO A NOVEMBRO 2025

Programa para estar presente em diferentes cafés do território da RDD.

Como podemos fazer que o museu seja lugar para tentar fazer e conhecer em comum com a presença de educadores foradeportas? Como podemos estar com as pessoas, nos lugares em que se encontram? Todas as terras têm um (ou mais) Café Central.

No Douro, pesquisamos e procuramos os cafés que são centrais para a vida dos lugares onde existem. Os cafés são lugares de socialização e da vida quotidiana a que os museus são muitas vezes alheios. Este é um programa para estar presente, com as pessoas que nele estão em temporadas nos cafés do Douro, articulando fotografia, geografia e vídeo.

De cada estadia nos cafés centrais são realizados registos dos acontecimentos em suporte áudio, visual e audiovisual e apresentados nos cafés onde se realizam o ciclo de trabalho com Paula Preto.

Café Central. Itinerário 25 de fevereiro 2025. Concelho de Lamego.
Café Central. Itinerário 15 de julho 2025. Concelho de Armamar.

AS PEQUENAS GRANDES COISAS

No passado dia 12 de junho 2025 a Madalena, o Bernardo e a sua família fizeram-nos uma visita muito importante para o trabalho do eusoupaisagem | educação Museu do Douro.

Após 13 anos, vieram levantar, junto do Arquivo do Museu do Douro, os segredos que deixaram ao cuidado do Arquivo do Museu do Douro em Dezembro de 2012. No âmbito do projeto Bios Segredos 2012 e 2013 realizaram-se no mês de dezembro desse ano, as oficinas de inverno do serviço educativo nas quais a Madalena, o Bernardo e outras crianças foram desafiadas a responder, de modo secreto, a um conjunto de propostas que foram guardadas em caixas de arquivo, devidamente acondicionadas e lacradas e levadas à guarda de Umbelina Silva (Serviço de Museologia). Em cada caixa, as crianças guardaram em envelopes as resposta em suporte escrito, gravado em áudio, em vídeo e em fotomontagem.

Daqui a dez anos…2022

Desafio 1

• Como será a vida em 2022?

• Onde vais viver?

• O que queres ser?

• Quem serão os/as teus/tuas melhores amigas/os?

• Como será o teu aspeto físico?

• Como serás tu em 2022?

Desafio 2

• Vai ao jardim do Museu e tira uma fotografia de corpo inteiro. Impri me-a 2 vezes, guarda uma na caixa de como és agora em 2012. Na outra fotografia, com caneta ou lápis, imagina-te daqui a dez anos.

Desafio 3

Com as respostas ensaiadas pega no gravador e na câmara, diz:

• Nome

• Idade

• Dia e horas e conta o que imaginaste que irá acontecer daqui a dez anos em 2022.

• E deixa registado, em vídeo, uma pequena habilidade que gostes de fazer.

Foi comovente receber a Madalena e o Bernardo e a sua família, da qual damos conta na sequência fotográfica do acolhimento no Arquivo do Museu e do confronto alegre com projeções passados mais de dez anos.

As pequenas grandes coisas. Visita da Madalena, do Bernardo e família. © 2025, MD

LABORATÓRIOS DO VER

Espaço do serviço educativo do edifício sede

Ilustração fauna e flora do Rio Douro – Sónia Borges

Trabalho com crianças e jovens a partir de ilustração de fauna e flora do Douro realizada durante o ano de 2025 nas paredes de vidro do edifício sede - serviço educativo, tendo em conta as remodelação da exposição permanente bem como a presença e a potência da ilustração para criar condições para observar com mais detalhe as paisagens não humanas que nos constituem.

Laboratório do Ver – Intervenção nas paredes de vidro do edifício sede - serviço educativo do Museu do Douro. Ilustração Sónia Borges. Ilustração Sónia Borges. © 2025, MD

DIZER ALTO

[A OITAVA MARAVILHA DO MUNDO]

O mundo não está bem organizado. Já não é só a complicada história do que falta a uns e sobeja a outros, é, para este caso de agora, o grave delito de não se trazer a esta estrada todos os portugueses de aquém e além, para que nos seus olhos ficasse a formidável impressão destas encostas cultivadas em socalcos, cobertas de vinha de cima a baixo, a grafia dos muros de suporte que vão acompanhando o fluir do monte, e as cores, como há-de o viajante, em prosa de correr, dizer o que são estas cores, é o jardim do solar de Mateus alargado até ao horizonte distante, é a floresta junto do rio Tuela, é um quadro que ninguém poderá pintar, é uma sinfonia, uma ópera, é o inexprimível. Por isso mesmo quereria ver nesta estrada um desfile ininterrupto de compatriotas, sempre por aí abaixo até Peso da Régua, parando para dar ajuda aos vindimadores de monte acima, aceitando ou pedindo um cacho de uvas, cheirando o mosto dos lagares, metendo nele os braços e tirando-os tintos do sangue da terra. O viajante tem destes devaneios, e espera que lhos desculpem, porque são de fraternidade.

Vai a estrada em seu sossego de curva e contracurva, ora desce, ora sobe, e na encosta de lá veem-se melhor as casas, até elas condizem com a paisagem. Não são ermos estes lugares. Tempo houve, antiquíssimo, em que estas montanhas de xisto teriam sido assustadoras e eriçadas massas, recozendo ao sol de Verão, ou varridas de cataratas de água nos grandes temporais, imensas solidões minerais que nem para desterro serviriam. Depois veio o homem e pôs-se a fabricar terra. Desmontou, bateu e tornou a bater, fez como se esfarelasse as pedras entre as palmas grossas das mãos, usou o malho e o alvião, empilhou, fez muros, quilómetros de muros, e dizer quilómetros será dizer pouco, milhares de quilómetros, se contarmos todos os que por esse país foram levantados para segurar a vinha, a horta, a oliveira. Aqui, entre Vila Real e Peso da Régua, a arte do socalco atinge a

suma perfeição, e é um trabalho que nunca está concluído, é preciso escorar, dar atenção à terra que aluiu, à laje que deslizou, à raiz que fez de alavanca e ameaça precipitar o muro no fundo do vale. Vistos de longe, estes homens e estas mulheres parecem anões, naturais do reino de Lilipute, e afinal desafiam em força as montanhas e mantêm-nas domesticadas. São gigantes pessoas, e isto não passa de imaginações do viajante, que as tem pródigas, quando se está mesmo a ver que têm os homens o seu tamanho natural, e basta.

O almoço é em Peso da Régua e dele não ficou cheiro nem sabor para a memória. Ainda sentado à mesa, o viajante consulta os seus grandes mapas, segue com um dedo decifrador o traçado das estradas, e faz isto lentamente, é um prazer de criança que anda a descobrir o mundo. Tem seus projectos, por esta margem do Douro até Mesão Frio, mas de súbito vem-lhe uma grande saudade do caminho que ainda agora percorreu, e a saudades assim que fará o viajante senão render-se? O mais que pôde fazer, e com isso não perdeu, foi subir até Fontelas, e mais acima, entre as quintas, vendo do alto os socalcos, o rio ao fundo, parando com uma grande paz na alma diante dos pequenos e recolhidos solares, rústicos netos de Nasoni, arquitecto santíssimo que a estas terras veio e nelas felizmente abundou em prole. Torna o viajante a descer a Peso da Régua, atravessa a vila sem parar, e é um viajante atormentado de dúvidas que tanto tem na vontade subir até Vila real como ficar pelas encostas de Fontelas e Godim, entre os muros, batendo aos portões das quintas como os garotos e fugindo ao ladrar dos cães! Santa vida!

Facilmente se compreende que o viajante vai em recordações da sua própria infância passada noutras terras, e dessa distração acorda por alturas de Lobrigos: uma vez mais pasmado diante dos vinhedos, sem dúvida é esta a oitava maravilha do mundo. Passa Santa Marta de Penaguião, Cumeeira, até Parada de Cunhos, e aí, voltando costas ao rio Corgo, enfrenta o Marão.

José Saramago, Viagem a Portugal- [18ºed.] Lisboa: Editorial Caminho, 1995 in Cabral, A. M. Pires: Douro Leituras I,Antologia de textos sobre o Alto Douro, p. 208, Museu do Douro, 2002

©2023, Inquieta - agência criativa

A Rede de Museus do Douro, ao unir diferentes tipos de espaços museológicos, pretende também contribuir para a sua divulgação junto das comunidades de visitantes. Seja aproximando a comunidade local dos seus espaços, seja divulgando estas estruturas a quem nos visita, esta publicação é também um incentivo para partir à descoberta do território duriense. Através de diferentes coleções, os espaços aderentes permitem conhecer outras facetas do Douro, um território cuja paisagem é património Mundial!

A MuD – Rede de Museus do Douro conta com 61 membros.

ADEGA DAS GIESTAS NEGRAS

- Visita guiada ao Museu “Adegas das Giestas Negras 1575”; - Visita guiada às instalações de vinificação e envelhecimento, com degustação de vinhos Douro e Porto.

Informações úteis

Horário de funcionamento: De segunda a sexta: das 09:30 às 17:00 Sábado e domingo: mediante reserva

Preçário

5€, inclui visita e prova de vinho do Porto

Passaporte Mud: 20% desconto

Contactos: coimbrademattos@gmail.com

254 920 214 | 965 519 991

Casa da Calçada, n.º 65 5050 – 042 Galafura

CIMI | CENTRO INTERPRETATIVO DA MÁSCARA IBÉRICA - LAZARIM

Exposições para visita durante o mês de agosto:

- 1º Raid Fotográfico “Caretos de Lazarim na Alcaria de Mazes”

- “Máscara de Lazarim Identidade de uma comunidade”

- “Artesãos de máscaras de Lazarim”

- “Entrudo de Lazarim - Domingo-gordo e Terça-feira Gorda”

- “BUUU por detrás da Máscara”

Informações úteis

Horário de Funcionamento: Terça a domingo: 10:00 às 12:30 e das 13:30 às 17:00

Preçário Gratuito

Contactos: cimi@cm-lamego.pt

254 090 134

Rua José de Castro 5100-584 Lazarim

MUSEU DE GEOLOGIA FERNANDO REAL

EQUIPA MUSEU DO DOURO

Samuel Guimarães

Licenciado e mestre em História de Arte, e doutorado em Educação Artística, Samuel Guimarães, natural do Porto, coordena o Serviço Educativo do Museu do Douro desde 2006. Chegou com o desafio de formar uma equipa e desenvolver um programa de educação no território, centrado na mediação, na criação artística e no envolvimento das comunidades locais. Desenvolve projetos dirigidos a todas as faixas etárias, em articulação com escolas, associações e bandas filarmónicas, sempre a partir de uma visão alargada de público, que inclui não apenas os visitantes habituais, mas também quem vive no território e nem sempre se reconhece, à partida, como público de museu. São com essas pessoas, e para elas, que se desenham propostas com significado, valorizando a participação ativa na preservação e renovação cultural do Douro.

Susana Marques

Natural da Régua, Susana Marques é licenciada em História, com especialização em Museologia, e está no Museu do Douro desde 2003. Começou por trabalhar no inventário e estudo da coleção, e atualmente colabora também nas exposições temporárias e investigação. Dentro das suas funções tem particular interesse pela área digital, onde entre outras coisas, produz vídeos e elementos multimédia para as exposições virtuais, incluindo as do Google Arts and Culture. Susana é também uma das caras por trás do secretariado da Rede de Museus do Douro, desde a sua criação. O seu trabalho, sempre em profunda ligação com o território, é um contributo indispensável para a salvaguarda da história desta Região.

Trabalha no Museu do Douro há nove anos e nasceu na cidade da Régua, onde continua a viver. Faz parte da equipa de manutenção e tem um cuidado especial com os espaços da exposição, sobretudo com os quadros e outros elementos mais sensíveis, garantindo que tudo se mantenha impecável para quem visita. É discreta, dedicada e gosta do ambiente de trabalho, sentindo-se bem integrada com toda a equipa. Para a Paula, contribuir para o bom funcionamento do Museu é motivo de orgulho e uma forma de cuidar de um espaço que valoriza a região e quem a visita.

Carlos Mota trabalha no Museu do Douro há 19 anos. Natural de Tomar, mudou-se para o Peso da Régua para integrar a área de Conservação e Restauro do Museu, onde criou o projeto desde o zero, tanto do ponto de vista conceptual quanto técnico. Desde jovem, dedicou-se ao restauro e, hoje, lidera projetos como o "Identificar para Conservar", com o objetivo de preservar a essência dos objetos, mantendo as marcas do tempo e a sua integridade físico-química. O seu dia a dia é imprevisível, com intervenções constantes que podem durar poucas semanas ou até anos. Desde que esta área passou a fazer parte do circuito de visita, são muitos os curiosos que o interpelam para saber mais sobre as peças. Para Carlos este tipo de abordagem é uma característica diferenciadora do Museu, já que permite ao público um melhor entendimento dos processos de conservação e restauro.

António Saraiva

Nascido no Pinhão, coração do ADV, António Saraiva desde cedo percebeu que dedicaria o seu futuro a esta Região, razão pela qual se licenciou em Enologia e Provas na Universidade de Bordéus, em 1978. É, desde 1988, CEO da empresa Rozès, SA, tendo presidido, nos últimos anos, a várias entidades, como são exemplo a Associação das Empresas de Vinho do Porto e a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial.

Integra os órgãos sociais da Fundação Museu do Douro desde 2006. Inicialmente enquanto membro da Comissão de Fixação de Remunerações, passando, em 2009, a fazer parte do Conselho de Administração. É Presidente da Fundação desde 2023, nomeado pelo então Ministro da Cultura, Dr. Pedro Adão e Silva, conforme Despacho nº 10356/23.

Novidades de agosto. na Loja do Museu do Douro.

http://loja.museudodouro.pt/

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Através do e-mail: info.acompanhia@gmail.com

Reservas: 93 215 01 01

RESTAURANTE

PRISMA DO VISITANTE

Título: Museu do Douro

Subtítulo: Bloco de Notas do MD

Nome do Editor: FUNDAÇÃO MUSEU DO DOURO

Periodicidade: mensal

URL: https://issuu.com/museudodouromd ISSN 2795-5877

Bloco de Notas do MD newsletter

geral: (+351) 254 310 190 | loja: (+351) 254 310 193 geral@museudodouro.pt www.museudodouro.pt

Rua Marquês de Pombal 5050-282 Peso da Régua Ficha técnica:

Aberto todos os dias, das 10:00 às 18:00

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