MILÉNIO STADIUM 1771 - 14 DE NOVEMBRO

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O Jogo da Vida – Movember

Manuel DaCosta Editorial

O mês de novembro será dedicado aos homens e às suas questões de saúde mental. O foco da campanha Movember estará na transformação gradual do rosto masculino através de barbas e bigodes.

Ao longo de todo o mês, a campanha procura sensibilizar para o sofrimento que tem afetado os homens desde que o movimento começou, há já 22 anos. Nascido na Austrália, o Movember cresceu até se tornar num movimento global, unido pelo compromisso de mudar a face da saúde mental masculina. O objetivo é angariar fundos e consciencializar a sociedade, na esperança de melhorar a vida dos homens. Mas, após mais de duas décadas a dar destaque à saúde mental masculina em novembro, o mundo terá realmente assistido a alguma mudança na saúde e no comportamento dos homens que justifique esta cruzada? E quais são os indicadores que medem o seu sucesso? As estatísticas são escassas, porque 70% dos homens não querem que ninguém saiba como se sentem. São os outros 30%, os

que partilham, ainda que de forma limitada, as suas dificuldades, que dão força ao movimento, partindo do princípio de que, se uma pequena fração dos homens sofre, então todos devem enfrentar problemas semelhantes.

Como homem, identifico-me com a existência generalizada de problemas de saúde mental, pois sofro de depressão há toda uma vida, mas, como a maioria dos homens, sofro em silêncio, muitas vezes a questionar-me se alguém realmente se importaria. Afinal, sou homem.

As minhas experiências com a saúde mental podem influenciar algumas das opiniões neste texto, mas, sendo Movember, permito-me usar esta liberdade para expressar o que penso. Antes de mais, não sou fã da campanha, porque sinto que não aborda as questões masculinas de forma profunda, indo além de recomendações talvez elaboradas por mulheres que pouco compreendem o modo de pensar dos homens. O Movember devia ser um espaço de reflexão transformadora, de diálogo autêntico, e não de respostas superficiais ou análises convenientes sobre o que está “errado” com os homens, análises que alimentam campanhas com resultados mínimos.

Hoje, mais do que nunca, há mais homens a morrer por suicídio. As causas

podem ser variadas, mas assume-se frequentemente que a autodestruição resulta de doença mental ou colapso emocional. Porque é que os homens sofrem em silêncio e se matam sem partilhar os seus demónios interiores? Será porque não existem estratégias de prevenção direcionadas a eles, como existem para as mulheres?

Os problemas de saúde mental, sobretudo depressão e ansiedade, não surgem por acaso, mas acumulam-se, na maioria dos casos, devido à visão socialmente desvalorizada do homem atual. Há um sistema de silêncio alimentado por expectativas sociais, condicionamentos culturais e pressões internas. Persiste a ideia de que o homem deve ser o “provedor forte”, e qualquer desvio a essa imagem é visto como fraqueza se o machismo não estiver presente.

Muitos homens sentem-se incompreendidos, sobretudo pelas mulheres, e o silêncio torna-se a sua resposta mais alta. A família e os amigos são, muitas vezes, os piores inimigos do homem que sofre, porque quando ele pede ajuda ouve respostas como “aguenta-te como um homem”, ou comentários egoístas de quem diz ter os seus próprios problemas. As mulheres, em geral, não estão suficientemente sensibilizadas para as dificuldades emocionais, financeiras e sociais que os

homens enfrentam. Os divórcios e separações são tratados pelos tribunais como uma sentença de culpa automática para os homens, sem equilíbrio nas responsabilidades, o que destrói o sentido de valor e de vontade de viver.

Hoje, as relações entre homens e mulheres são uma guerra de manipulações, alimentada pela ideia de que os homens só pensam com o corpo, e nunca com a mente. Mas os homens são mais inteligentes do que isso e as mulheres acabam por sofrer também com esta visão limitada. Cria-se assim uma dúvida entre os homens: será possível conciliar força e sensibilidade?

As gerações mais jovens de homens estão a sofrer mais do que nunca, já não aspiram a ser fortes nem provedores, mas a ser iguais às suas parceiras, numa luta que tem sido inglória. Homens e mulheres podem coexistir, mas talvez nunca se compreendam verdadeiramente. E dessa incompreensão nascem muitos dos males sociais que levam alguns homens a escolher a solução mais extrema para a vida: a morte.

Deixem crescer as barbas e os bigodes, mas que objetivo tão pequeno para quem procura curar a saúde mental dos homens.

Ano XXXII- Edição nº 1771

14 a 20 de novembro de 2025

Semanário. Todas as sextas-feiras, bem pertinho de si!

Propriedade de: Milénio Stadium Inc./MDC Media Group 309 Horner Ave. Etobicoke, ON M8W 1Z5

Telefone: 416-900-6692

Manuel DaCosta Presidente, MDC Media Group Inc. info@mdcmediagroup.com

Madalena Balça

Diretora, Milénio Stadium m.balca@mdcmediagroup.com

Diretor Criativo: David Ganhão d.ganhao@mdcmediagroup.com

Edição Gráfica: Fabiane Azevedo f.azevedo@mdcmediagroup.com

Publicidade: Rosa Bandeira 416-900-6692 / info@mdcmediagroup.com

Redação: Adriana Paparella, Francisco Pegado e Rómulo M. Ávila.

Colaboradores do jornal: Adam Care, Aida Batista, Augusto Bandeira, Cristina Da Costa, Daniel Bastos, Paulo Perdiz, Raul Freitas, Reno Silva, Rosa Bandeira, Vincent Black, Vítor M. Silva.

Traduções: David Ganhão e Madalena Balça

Parcerias: Diário dos Açores e Jornal de Notícias

A Direção do Milénio Stadium não é responsável pelos artigos publicados neste jornal, sendo os mesmos da total responsabilidade de quem os assina.

SER FORTE TAMBÉM É PEDIR AJUDA

Durante o mês de novembro, milhões de homens em todo o mundo deixam crescer o bigode, símbolo de uma causa que vai muito além da estética. O movimento Movember, nascido na Austrália em 2003, começou com um simples desafio entre amigos: deixar crescer o bigode para chamar a atenção para o cancro da próstata. O gesto transformou-se num poderoso movimento global de consciencialização e angariação de fundos em prol da saúde física e mental dos homens. Hoje, o Movember apoia investigação, programas de prevenção e campanhas que incentivam os homens a cuidar de si - a fazerem exames, falarem sobre os seus sentimentos e adotarem estilos de vida mais saudáveis.

Mas por que é ainda necessário falar disto? Porque, apesar dos avanços, muitos homens continuam a encarar o autocuidado como sinal de fraqueza. A ideia de que “os homens não choram” ou de que admitir vulnerabilidade ameaça a masculinidade persiste enraizada em várias culturas. No Canadá, essa resistência reflete-se em números preocupantes: segundo a Canadian Men’s Health Foundation (CMHF), 67% dos homens nunca procuraram apoio profissional para problemas de saúde mental, e cerca de 75% das mortes por suicídio continuam a ser de homens. A

MENTAL

A maior causa de problemas de saúde mental na vida dos homens é:

pressão social para “aguentar firme” e esconder o sofrimento emocional tem, muitas vezes, consequências fatais.

Os dados mais recentes mostram uma crise silenciosa. Em 2025, 64% dos homens canadianos relataram níveis de stress moderado a alto e 23% estavam em risco de depressão moderada ou grave. Entre os mais jovens (19–29 anos), o cenário é ainda mais alarmante: 43% estão em risco de depressão e 57% de ansiedade. Paralelamente, os estilos de vida pouco saudáveis continuam a ser um problema - 67% dos homens vivem de forma considerada “insalubre”, com falta de exercício, sono e alimentação equilibrada. Mesmo com alguma melhoria em relação a anos anteriores, o caminho para o bem-estar masculino ainda é longo e exige mudança cultural, apoio social e políticas de saúde mais acessíveis e direcionadas.

Os gráficos e dados que se seguem, provenientes da Canadian Men’s Health Foundation, ajudam a visualizar esta realidade. Eles mostram de forma clara o impacto da ansiedade, da depressão, do stress e dos hábitos de vida na saúde dos homens no Canadá, reforçando a mensagem central do Movember: é tempo de falar, agir e cuidar, porque ser forte também é pedir ajuda.

com

"DEMASIADO ENVERGONHADOS" PARA FALAR SOBRE O ASSUNTO

DIZEM QUE EXISTE UM "ESTIGMA NEGATIVO" SOBRE O TEMA

dos homens inquiridos disseram que seria preciso ter pensamentos de suicídio ou autolesão para se sentirem compelidos a procurar ajuda pro ssional

negras,

MOVEMBER

Mais do que

bigodes... uma luta pela vida!

Novembro é o mês em que os bigodes ganham protagonismo, mas a verdadeira missão do Movember vai muito além de um gesto simbólico. Todos os anos, esta campanha global procura chamar a atenção para as principais causas de morte e sofrimento entre os homens, desde o suicídio e os problemas de saúde mental até aos cancros da próstata e dos testículos. No Canadá, onde as estatísticas continuam a revelar um peso desproporcionado da doença mental, do isolamento e da deteção tardia do cancro entre a população masculina, a conversa sobre saúde tornou-se urgente.

O movimento nasceu na Austrália, há pouco mais de duas décadas, e rapidamente se espalhou pelo mundo, incentivando os homens a deixar crescer o bigode como sinal de solidariedade e de compromisso com a própria saúde. Hoje, o Movember é também uma das maiores organizações filantrópicas mundiais dedicadas à investigação, à sensibilização e ao financiamento de programas que salvam vidas.

No Canadá, as ações vão desde o apoio a projetos comunitários de prevenção do suicídio até ao financiamento de estudos sobre terapias personalizadas para

MS: Desde a sua criação, o Movember tornou-se muito mais do que um evento de angariação de fundos. Como é que a missão do movimento se expandiu ao longo dos anos para abordar aspetos mais amplos da saúde física e mental dos homens?

TS: A nossa missão é simples: ajudar os homens a viver vidas mais longas. Mas não há uma resposta simples para isso. O que começou com o cancro da próstata e dos testículos levou-nos a olhar para outras questões que afetam a saúde masculina, o que abriu caminho para abordar a saúde mental e o suicídio. Nos últimos dois anos, estamos a alargar ainda mais a missão - focando-nos na prevenção, na defesa e na mudança de políticas que apoiem a saúde dos homens.

o cancro da próstata. O objetivo é claro: mudar mentalidades e promover uma cultura em que os homens sintam que pedir ajuda, fazer exames ou falar sobre as suas emoções é um sinal de força, e não de fraqueza. Nesta entrevista ao Milénio Stadium, Taffin Sekulin, Relações-Públicas e Comunicação do Movember Canadá, fala sobre os desafios e avanços na saúde mental masculina, explica a importância da deteção precoce dos cancros mais comuns entre os homens e reforça uma mensagem essencial: a saúde masculina não é apenas uma questão médica, é uma questão de vida.

TS: A prevenção é fundamental para a saúde dos homens, porque dois em cada cinco homens no Canadá morrem prematuramente — antes dos 75 anos — e, na maioria das vezes, por causas evitáveis. Trabalhamos para aumentar a consciencialização sobre os riscos de cancro da próstata e dos testículos e para melhorar as ferramentas de diagnóstico. Também nos concentramos em grupos que podem não estar a ter os mesmos resultados, através de bolsas de equidade na saúde que procuram equilibrar essas diferenças. Além disso, trabalhamos com jovens no campo da saúde mental — por exemplo, em ambientes desportivos, de videojogos e online. Esses esforços precoces ajudam os rapazes a aprender a gerir melhor a sua saúde mental à medida que crescem.

Milénio Stadium: O Movember começou como um movimento de base com uma ideia simples - deixar crescer o bigode pela saúde dos homens. Pode contar-nos como surgiu a iniciativa e como evoluiu para uma campanha global com raízes tão fortes no Canadá?

Taffin Sekulin: Trinta homens reuniram-se em Melbourne, na Austrália, para fazer algo que pudesse fazer a diferença na saúde dos homens. Essa ideia - começar por deixar crescer um bigode - evoluiu para um movimento global em prol da saúde masculina. Este é o nosso 19.º ano no Canadá e, a nível mundial, já angariámos mais de 1,4 mil milhões de dólares e financiámos mais de 1300 projetos de saúde masculina. Os apoiantes canadianos do Movember tiveram um impacto enorme, incluindo o financiamento de 110 milhões de dólares para investigação sobre o cancro da próstata neste país.

MS: O Canadá tem sido um dos países que mais apoia o Movember. Que tipo de envolvimento e resposta têm visto por parte dos homens e das comunidades canadianas?

TS: Quase 50 mil canadianos, homens e mulheres, inscreveram-se para participar no Movember no ano passado. A comunidade está cheia de paixão, criatividade e dedicação à causa da saúde masculina. É muito mais do que deixar crescer um bigode - há desafios desportivos épicos, concertos, concursos e muito mais. Neste momento, por exemplo, há 20 homens a correr 50 km em Vancouver, formando um bigode com o percurso da corrida!

MS: Muitos programas do Movember centram-se na intervenção precoce e na prevenção. Pode destacar alguns dos principais projetos ou parcerias em curso no Canadá que estão a ter um impacto mensurável?

MS: O estigma e o silêncio continuam a rodear as questões de saúde masculina, especialmente a saúde mental. Na sua experiência, como é que o Movember tem ajudado a mudar conversas e atitudes entre os homens canadianos e que desafios persistem?

TS: Parte do sucesso do Movember em quebrar o estigma deve-se ao uso do humor e da diversão. Isso abre a porta para falar de temas difíceis. Quando se anda por aí com um bigode ridículo e as pessoas perguntam sobre isso, é a oportunidade perfeita para iniciar uma conversa. Na nossa experiência, os homens estão prontos e dispostos a falar sobre estes assuntos - só precisam de um pequeno empurrão. Ainda há muitos desafios, e temos ferramentas e recursos para os enfrentar — por exemplo, o Movember Conversations, que ajuda as pessoas a aprender a apoiar alguém em conversas difíceis sobre saúde mental

Credito: DR

MS: Os homens continuam a apresentar taxas de suicídio mais elevadas do que as mulheres no Canadá e no mundo. Quais são alguns dos principais fatores que contribuem para esta estatística alarmante e como é que o Movember os está a enfrentar?

TS: No Canadá, três em cada quatro suicídios são cometidos por homens - e é um padrão semelhante a nível global. A investigação mostra que os homens têm dificuldades em obter o apoio de que necessitam, demoram mais a procurar ajuda e têm acesso a meios mais letais. Muitas vezes, esses resultados trágicos são precedidos por episódios de depressão, consumo de álcool ou drogas, ou mudanças significativas na vida. O Movember está a investir na prevenção da saúde mental e a financiar investigação que analisa como esses fatores influenciam o suicídio e o que é eficaz na sua prevenção, além de apoiar projetos e intervenções que trabalham com diferentes comunidades.

MS: Apesar da crescente sensibilização, muitos homens ainda têm dificuldade em falar sobre a sua saúde mental. Que barreiras ou estigmas identificaram e como podem as comunidades ajudar os homens a sentirem-se mais confortáveis em procurar apoio?

TS: Entre as principais barreiras estão o medo do julgamento, a falta de confiança ou de conhecimento sobre como falar do assunto, a sensação de falta de apoio e a ausência de modelos masculinos que deem o exemplo. Em muitos casos, quando os homens procuram ajuda, sentem que os profissionais de saúde não têm tempo ou não compreendem as suas necessidades. Todos podemos fazer a diferença ouvindo, mostrando empatia e sendo vulneráveis e corajosos ao falar sobre as nossas próprias experiências.

MS: A prevenção e a intervenção precoce são fundamentais para reduzir o risco de suicídio. Que estratégias ou programas o Movember implementou no Canadá para promover o bem-estar mental antes de surgir uma crise?

TS: Um bom exemplo é o programa Breaking the Ice, que trabalha a resiliência mental em jovens atletas. A maioria dos homens enfrenta o primeiro desafio de saúde mental entre os 19 e os 24 anos, por isso é essencial fornecer ferramentas e competências desde cedo. O programa envolve atletas, pais e treinadores num formato baseado em evidência científica para construir respostas saudáveis. É preciso ir ao encontro dos jovens, nos espaços onde eles estão.

MS: O stress no trabalho, o isolamento e as mudanças nos papéis sociais afetam a saúde mental masculina. Como é que o Movember adapta as suas iniciativas para chegar a homens de diferentes idades e contextos?

TS: O local de trabalho tem um papel importante na saúde mental masculina - grande parte da identidade de um homem está ligada ao trabalho. Diferentes setores têm diferentes desafios e níveis de apoio. Por exemplo, os primeiros socorristas enfrentam dificuldades enormes, mas também têm bons sistemas de apoio. O Movember tem uma iniciativa chamada Oil Rig Rumble, que atua no setor energético, e envolver empresas na participação no Movember tem trazido grandes avanços nesses ambientes.

MS: Olhando para o futuro, o que ainda precisa de ser feito, a nível comunitário e político, para garantir que a saúde mental masculina e a prevenção do suicídio continuam a ser prioridades nacionais no Canadá?

TS: Uma lição importante para o Movember tem sido a necessidade de impacto coletivo - a saúde masculina é um desafio enorme que não podemos enfrentar sozinhos. Reconhecemos também que os sistemas e políticas que afetam a saúde dos homens precisam de mudar. O Movember conseguiu defender uma Estratégia Nacional de Saúde Masculina no Reino Unido, Irlanda e Austrália, e estamos a trabalhar ativamente para alcançar o mesmo no Canadá.

MS: O cancro da próstata continua a ser um dos tipos de cancro mais diagnosticados entre os homens canadianos. Que progressos têm sido feitos em termos de deteção precoce, tratamento e taxas de sobrevivência a longo prazo?

TS: Foram feitos progressos significativos nos cuidados com o cancro da próstata nas últimas décadas. No Canadá, a taxa de sobrevivência aos cinco anos é superior a 90%, e a maioria dos homens diagnosticados viverá durante muitos anos.

Há várias razões para isso. Uma delas é a deteção precoce, particularmente através do teste PSA e dos avanços na imagiologia. O teste PSA é um exame de sangue simples que mede uma proteína chamada Antigénio Específico da Próstata (PSA). Todos os homens têm algum nível de PSA no sangue, mas se os níveis forem mais altos do que o normal, pode ser sinal de que algo não está bem na próstata - como inflamação, infeção ou, possivelmente, cancro. É um ponto de partida essencial para identificar precocemente possíveis problemas, especialmente nos homens com maior risco.

Além disso, os tratamentos tornaram-se muito mais personalizados, algo em que também estamos a trabalhar no Movember através de várias iniciativas, desde a vigilância ativa em casos de baixo risco até às novas terapias de precisão para situações mais avançadas.

O mais importante é que há uma atenção crescente à qualidade de vida após o diagnóstico. Hoje sabemos que sobreviver ao cancro da próstata é apenas parte da jornada. Os homens também merecem apoio relativamente aos efeitos secundários, à saúde mental e ao bem-estar sexual. É aqui que o Movember tem tido um papel essencial: financiando registos clínicos de qualidade, melhorando as vias de tratamento e garantindo que a voz dos homens tem um impacto direto nos cuidados que recebem.

MS: Muitos homens continuam relutantes em fazer o rastreio ao cancro da próstata. Que ideias erradas ou medos ainda impedem os homens de fazer testes regulares e como é que as campanhas de sensibilização podem ajudar a mudar isso?

TS: Ainda há muita hesitação baseada no medo, no estigma e em equívocos. Alguns homens receiam que um diagnóstico de cancro da próstata signifique automaticamente cirurgia ou perda da função sexual, o que não é verdade em muitos casos. E, de forma geral, um diagnóstico de cancro assusta qualquer pessoa. Outros evitam o rastreio porque se sentem bem ou acham desconfortável falar sobre sintomas urinários ou sexuais.

As atitudes culturais e a desconfiança em relação ao sistema de saúde também têm um grande peso. Em muitas comunidades, não é normal falar abertamente sobre temas como estes. As campanhas de sensibilização são fundamentais porque quebram o silêncio. Quando os homens veem pessoas com quem se identificam, amigos, atletas, pais, a falar sobre testes e prevenção, o medo e a vergonha diminuem.

No Movember, o foco é capacitar os homens para que façam escolhas informadas. Não se trata de alarmismo, mas sim de incentivar os homens a conhecerem o seu próprio risco e a falarem com o médico, sobretudo a partir dos 50 anos, ou a partir dos 45 no caso dos homens negros ou com antecedentes familiares da doença. Trata-se de conhecimento e prevenção, não de medo ou culpa.

MS: O cancro dos testículos afeta geralmente homens mais jovens, entre os 15 e os 40 anos. Como é que o Movember adapta as suas ações de educação e sensibilização para chegar de forma eficaz a este público mais jovem?

TS: É importante notar que o cancro dos testículos é o tipo de cancro mais diagnosticado em homens jovens, entre os 15 e os 40 anos.

Aprendemos, através do nosso trabalho, que os homens mais novos envolvem-se de forma diferente, respondem melhor a mensagens autênticas, histórias reais e humor, e não a jargão médico.

O Movember utiliza plataformas e linguagens que se enquadram no seu dia a dia - redes sociais, parcerias desportivas, gaming e redes de pares. Campanhas como “Know Thy Nuts” (“Conhece as Tuas Nozes”) usam humor e linguagem informal para incentivar os homens a fazerem autoexames e a procurarem ajuda cedo.

Também colaboramos com universidades, locais de trabalho e equipas desportivas para levar estas mensagens a contextos quotidianos. O objetivo é fazer da saúde masculina parte da cultura, algo que se conversa entre amigos, e não apenas uma preocupação na consulta médica.

MS: A deteção precoce é crucial tanto no cancro da próstata como no dos testículos. Que passos simples ou exames regulares os homens devem incluir nas suas rotinas de saúde para serem mais proativos?

TS: O passo mais importante é conhecer o seu risco e o seu normal, e conversar com o médico.

Para o cancro da próstata, isso significa falar sobre o teste PSA a partir dos 50 anos, ou antes, se houver fatores de risco, para detetar o cancro numa fase inicial, quando é mais tratável.

Para o cancro dos testículos, o essencial são os autoexames: os homens devem saber o que é normal para eles e, se notarem algum nódulo, peso ou alteração num dos testículos, devem consultar um médico de imediato.

As mulheres também têm um papel fundamental. Incentivar os homens das suas vidas a cuidarem da saúde pode fazer toda a diferença entre detetar algo cedo ou demasiado tarde. Além disso, exames médicos regulares, atividade física, gestão do stress e atenção à saúde mental são igualmente importantes. A deteção precoce não é só sobre testes, é sobre manter uma ligação contínua com a própria saúde. MS: Para além do tratamento médico, um diagnóstico de cancro pode ter um impacto emocional e psicológico profundo. Como é que o Movember apoia os homens e as suas famílias a lidar com esses desafios?

TS: Essa é uma questão muito importante, porque o impacto emocional do cancro é muitas vezes subestimado, tanto para os homens como para os seus parceiros e famílias. O Movember financia programas que se concentram na pessoa como um todo, não apenas na doença. É essencial abordar todo o percurso, desde a sensibilização e deteção precoce até ao apoio após o tratamento.

Apoiamos iniciativas que oferecem aconselhamento, grupos de pares e reabilitação, como programas de saúde sexual, reabilitação pós-tratamento e recolha de dados diretamente junto dos doentes para garantir que os cuidados refletem o que realmente importa para eles.

Também desenvolvemos recursos e comunidades onde os homens podem ligar-se a outros que estão a passar por experiências semelhantes. Falar sobre temas difíceis - medo, intimidade, identidade - ajuda-os a sentirem-se menos isolados e mais confiantes. O nosso objetivo final é simples: queremos que os homens não apenas sobrevivam, mas vivam bem depois do cancro, cuidando da recuperação física e do bem-estar mental em conjunto.

MB/MS

Taffin Sekuli. Créditos: DR.

Ana Lúcia Sousa

“Cuidar da saúde do homem é um ato de coragem”

Neste mês de novembro, o movimento MOVEMBER volta a ganhar força em todo o mundo, e o Canadá não é exceção. A iniciativa, nascida em 2004 na Austrália e atualmente reconhecida em 21 países, tem como objetivo sensibilizar para a saúde masculina, em especial no que toca ao cancro da próstata, cancro dos testículos, saúde mental e prevenção do suicídio. Em entrevista, Ana Lúcia Sousa, diretora e membro ativa do movimento MOVEMBER, partilhou a sua visão sobre a importância crescente desta causa e a necessidade de maior envolvimento da sociedade.

Na sua opinião, deveria haver mais interesse dos homens em querer saber e não ter preconceito em falar. Se houvesse mais campanhas na televisão e nos meios de comunicação durante todo o mês de novembro, os homens perceberiam que se está a falar deles e que há informação disponível. Falar uma vez por ano não chega. Para Ana Lúcia Sousa, é essencial criar espaços de conversa entre homens, onde possam trocar experiências, conselhos e desabafos, promovendo um ambiente de apoio mútuo. “Incentivar grupos de homens a falar era bom. É preciso quebrar o

silêncio e a vergonha que ainda existe em pedir ajuda”, sublinha.

O símbolo do movimento — o bigode — é um ponto de partida para a conversa, mas o MOVEMBER vai muito mais longe. Além do gesto simbólico de deixar crescer o bigode durante o mês, a fundação promove eventos solidários, caminhadas, corridas e desafios pessoais com o objetivo de angariar fundos e espalhar informação sobre a saúde do homem. Ana Lúcia relembra que cuidar de si é mais do que uma questão física. “Não se deve cuidar só do corpo por fora, mas também por dentro. Uma boa alimentação, atividade física regular, descanso e momentos de convívio são fundamentais. E é importante ir ao médico e fazer exames à próstata”, reforça.

No seu trabalho junto da fundação, Ana Lúcia Sousa tem também contactado com situações sociais graves relacionadas com problemas de saúde mental. “Aprendi que muitos sem-abrigo vivem em abrigos ou nas ruas por causa da depressão e do abandono. Está a acontecer cada vez mais. É essencial dar apoio emocional para evitar o suicídio”, afirmou. A diretora sublinha ainda a necessidade de reconhecer que os homens também sofrem abusos e violência doméstica — uma realidade muitas vezes esquecida.

A vez da voz e dos rostos da comunidade, sem filtros!

“O homem tem o direito de ter voz e apoio, como tem a mulher. Há muitos homens que são abusados ou sofrem violência psicológica. É preciso mais intervenção policial e divulgar que o homem também pode pedir socorro — seja pela mulher, pelos filhos, pelo trabalho ou por questões de aparência física. Tudo tem uma causa.”

Ana Lúcia defende a criação de linhas de apoio específicas para homens, onde possam ser ouvidos sem medo de julgamento. “Infelizmente, ainda há muito medo em pedir ajuda”, lamenta. Como parte das iniciativas de novembro, o movimento vai realizar um almoço solidário no dia 23, às 13h00, na Casa do Alentejo, com o preço de 60,00€. O evento contará com testemunhos, a presença de um representante da Fundação MOVEMBER, jogos para os participantes e a celebração do Dia Internacional do Homem, que se assinalou a 19 de novembro. Haverá ainda música ao vivo com a banda Karma, rifas e sorteios, num ambiente de confraternização e partilha. Para inscrições e mais informações, os interessados podem ligar para o número 647-983-7884. Ana Lúcia Sousa deixa um apelo final: “Cuidar da saúde é um ato de coragem. O homem não deve ter vergonha de se cuidar, de falar ou de pedir ajuda.

Novo podcast apresentado por Rómulo Medeiros Ávila. Emitido às sextas-feiras.

O MOVEMBER é para isso mesmo — para lembrar que todos merecem viver com saúde, dignidade e apoio.”
RMA/MS
Ana Lúcia Sousa. Créditos: DR.
Credito: DR

movember

Quebrando tabus e promovendo a saúde mental dos homens

O mês de novembro é marcado pela campanha mundial Movember, que promove a conscientização sobre a saúde física e mental dos homens. Criado na Austrália em 2003, o movimento ultrapassou o gesto simbólico de deixar o bigode crescer, tornando-se uma iniciativa global que arrecada fundos para pesquisas sobre câncer de próstata e testicular, além de incentivar o diálogo sobre bem-estar emocional e prevenção do suicídio. A psicoterapeuta Angela Masuzzo ressalta que o Movember tem papel fundamental em desafiar os tabus ligados à vulnerabilidade masculina, ao estimular a criação de espaços seguros para que os homens expressem sentimentos, busquem ajuda e cuidem de si mesmos sem medo de julgamento.

Milénio Stadium: Para quem ainda não conhece: o que é o movimento Movember e qual é o seu principal objetivo na promoção da saúde mental e física dos homens?

Angela Masuzzo: Movember, para quem ainda não ouviu falar, é uma campanha global criada para arrecadar fundos e aumentar a conscientização sobre a saúde mental e física dos homens, especialmente nas pesquisas sobre o câncer de próstata. Um pouco da história: o movimento começou na Austrália por volta de 2003, com um pequeno grupo de amigos que resolveu deixar o bigode crescer como símbolo de apoio e forma de chamar atenção para o estudo do câncer de próstata nos homens. Hoje, o movimento tornou-se internacional, com milhares de participantes. Além disso, o Movember também arrecada fundos para auxiliar financeiramente nas pesquisas sobre a doença.

MS: Por que motivo ainda existe tanto estigma em torno dos homens demonstrarem vulnerabilidade emocional ou procurarem ajuda psicológica?

AM: Essa pergunta está diretamente relacionada à razão pela qual o movimento Movember existe. Ele foi criado exatamente para abrir portas de conversa e quebrar os tabus relacionados ao estigma da vulnerabilidade masculina. Na verdade, esse estigma está profundamente ligado a fatores culturais, sociais e psicológicos. Na maioria das vezes, os homens foram ensinados a serem fortes, terem uma postura protetora e não demonstrarem vulnerabilidade — ou seja, a esconder suas emoções e não se

expor aos outros. Por isso, muitos homens sentem medo de compartilhar suas emoções e problemas, temendo serem vistos como “fracos”. Aprenderam que “homem não chora”, que precisa “ser forte” e “não falar de sentimentos”. Muitos se identificam com essa ideia de que, se não estão bem, perdem sua força, identidade e até a masculinidade. Para esses homens, pedir ajuda pode ser sinônimo de fraqueza e até de decepcionar outras pessoas.

MS: De que forma a pressão social e os estereótipos de masculinidade ‘forte’ afetam a saúde mental dos homens?

AM: A sociedade — e, às vezes, a cultura familiar — coloca expectativas muito altas sobre isso. Com o tempo, manter essa posição de “forte” e inabalável pode causar sérios danos à saúde mental do homem. Quando ele sente a necessidade de não decepcionar as pessoas e de “sempre” estar bem, carrega dentro de si uma pressão muito grande. Essa pressão, às vezes, se manifesta em explosões de raiva, sintomas de ansiedade, insônia, agitação, alterações de pressão arterial e até um estado emocional dormente. O que isso significa? O homem pode parecer completamente desconectado, emocionalmente retraído. Com o tempo, pode começar a sentir depressão, falta de vontade de participar das rotinas cotidianas e perda de interesse em atividades, o que pode levar ao isolamento.

A ideia de que ele pode resolver tudo sozinho e não querer incomodar ninguém pode ter repercussões sérias em sua vida. Diante disso, o homem pode até recorrer ao uso de substâncias, como álcool ou drogas, em busca de alívio e escape. Por isso, é muito importante ficar atento se você tem um homem próximo — irmão, pai, marido, namorado, filho ou amigo — e notar se o comportamento dele está diferente do habitual. Ele está mais quieto? Sai com menos frequência? Demonstra menos interesse em atividades? Está mais irritado, impaciente? Dorme demais ou quase não dorme? Nesses casos, é aconselhável procurar ajuda profissional para investigar o que está acontecendo e oferecer o suporte adequado.

MS: Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica — por que razão este tema ainda é tão pouco discutido na sociedade e até entre profissionais de saúde mental?

AG: Sim, os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Aqui no Canadá, a estatística mostra que 1 em cada 6 homens sofre ou já passou por experiências de violência doméstica.

A violência doméstica, na maioria das vezes, está relacionada ao controle e manipulação de uma pessoa sobre a outra, independentemente do gênero. Ela pode se esconder por trás de uma relação aparentemente “normal”, o que a torna confusa para quem a vivencia. A violência doméstica tem um ciclo — o que chamamos de “fase da lua de mel”. Ela começa com amor, muito carinho, atenção e, às vezes, presentes. Aos poucos, surgem críticas e comportamentos de controle, o que pode levar ao isolamento da vítima. A violência doméstica envolve agressão física, emocional, financeira e sexual. Talvez seja pouco discutida no caso dos homens por ser mais comum entre as mulheres. Existe a expectativa de que os homens são fisicamente mais fortes e capazes de se proteger, o que torna difícil imaginar que possam estar passando por isso. É muito difícil para um homem revelar que está sendo vítima de abuso doméstico. Ele pode ter medo de não ser acreditado, sentir vergonha diante da família e amigos, e por isso prefere ficar em silêncio. O homem pode sentir que sua masculinidade será comprometida ao admitir que é vítima de violência doméstica. Isso está ligado a fatores culturais, onde se espera que o homem esteja “no comando” da casa, e não sendo comandado ou criticado pela parceira. Existem alguns órgãos que se dedicam exclusivamente ao suporte de vítimas masculinas de violência doméstica, alguns exemplos: Canadian Centre for Men & Families (CCMF); HeadsUpGuys; Welling5 (Online Counselling); Government-wide Helplines & Information – número gratuito: 1-866-887-0015;

MS: Que estratégias podem ser adotadas para incentivar os homens a cuidarem da sua saúde mental e a procurarem apoio sem receio de julgamento?

AM: Os homens precisam sentir-se seguros para buscar ajuda, mas talvez isso exija uma mudança cultural — criar um sistema de confiança e fazer pequenas modificações na forma como pensamos sobre certas coisas. É essencial criar um ambiente onde o homem possa se sentir à vontade para ter esse tipo de conversa sem medo de julga-

mento. Ao perceber um comportamento diferente ou preocupante, não tenha medo de simplesmente perguntar: “Como você está?” ou “Quer conversar?”. Abrir as portas da comunicação pode ser o primeiro passo. Utilize uma linguagem que o homem possa se identificar. Às vezes, compartilhar algo pessoal — uma experiência difícil pela qual você passou e que exigiu procurar ajuda profissional — pode encorajá-lo a fazer o mesmo, ao ouvir os benefícios que isso trouxe a alguém de confiança.

Se possível, ajude a criar um plano e a colocá-lo em prática: procurar um local de apoio, ligar para uma linha de ajuda (helpline), oferecer-se para acompanhá-lo até um centro ou simplesmente fornecer informações. Se houver resistência, tenha paciência, empatia e use a estratégia certa. A ideia é reduzir a resistência até que o homem se sinta pronto para receber a ajuda de que precisa. É igualmente importante ensinar os meninos, desde pequenos, que expressar emoções é absolutamente normal e incentivá-los a resolver problemas — não a escondê-los. “Procurar ajuda é um ato de coragem, não de fraqueza.”

Que tal começarmos a abraçar esse pensamento? RMA/MS

Angela Masuzzo. Créditos: DR.
Credito: DR

VOX POP

MOVEMBER

Dar voz à saúde mental e física dos homens

Durante o mês de novembro, o Movember volta a lembrar-nos da importância de cuidar da saúde física e mental dos homens. A campanha, conhecida pelos icónicos bigodes que muitos deixam crescer nesta altura, procura quebrar tabus e incentivar o diálogo sobre temas como o cancro da próstata, a depressão e a prevenção do suicídio masculino. Para perceber o que as pessoas pensam sobre esta iniciativa e sobre o modo como a sociedade encara a saúde emocional dos homens, saímos à rua e ouvimos sete vozes de diferentes idades e realidades. O resultado revela mudança de mentalidades, mas também muitos preconceitos que ainda persistem.

RMA/MS

Sabe o que é o Movember? O que pensa desta iniciativa?

Já ouvi falar, sim. Acho ótimo que exista uma campanha que nos lembre de cuidar de nós próprios. Muitos rapazes ignoram sintomas ou evitam ir ao médico, e o Movember ajuda a quebrar isso.

Ainda existe preconceito quando um homem fala sobre as suas fragilidades?

Sim, totalmente. Ainda há aquela ideia de que “homem não chora”, e isso afasta muita gente da terapia.

Na sua opinião, por que razão a sociedade fala tão pouco sobre a saúde mental e emocional dos homens?

Acho que é cultural. Desde pequenos, ouvimos que temos de ser fortes, e isso cria um bloqueio em falar sobre emoções.

Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Porque é que este tema ainda é tão pouco debatido e visível?

Porque muita gente não acredita que isso possa acontecer. Falta empatia e visibilidade para esses casos.

Sabe o que é o Movember? O que pensa desta iniciativa?

Já ouvi falar, sim. Acho que é bom ver os jovens preocupados com isso. No meu tempo, ninguém falava sobre saúde mental. Ainda existe preconceito quando um homem fala sobre as suas fragilidades?

Sempre houve. Antigamente, um homem que chorava era motivo de gozo. Mas agora as coisas estão a mudar, felizmente.

Na sua opinião, por que razão a sociedade fala tão pouco sobre a saúde mental e emocional dos homens?

Porque é um tema novo. Só agora é que se começa a aceitar que todos precisamos de cuidar da cabeça, não só do corpo.

Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Porque é que este tema ainda é tão pouco debatido e visível?

É tabu. Muitos homens têm vergonha de admitir. Falta apoio institucional também.

Sabe o que é o Movember? O que pensa desta iniciativa?

É uma campanha importante, especialmente para lembrar os homens de fazer exames preventivos e cuidar da saúde mental.

Ainda existe preconceito quando um homem fala sobre as suas fragilidades?

Sim, vejo isso no hospital. Muitos só procuram ajuda quando estão no limite.

Na sua opinião, por que razão a sociedade fala tão pouco sobre a saúde mental e emocional dos homens?

Porque a sociedade espera que o homem seja sempre o “forte”. Falta educação emocional desde cedo.

Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Porque é que este tema ainda é tão pouco debatido e visível? É real, mas invisível. Os serviços ainda não estão preparados para acolher esses casos.

Sabe o que é o Movember? O que pensa desta iniciativa?

Já vi na televisão, é aquela coisa do bigode. É bom, chama atenção para doenças que muitos de nós ignoram.

Ainda existe preconceito quando um homem fala sobre as suas fragilidades?

Há sim. No trabalho, por exemplo, é difícil falar disso sem ouvir piadas.

Na sua opinião, por que razão a sociedade fala tão pouco sobre a saúde mental e emocional dos homens?

Porque muitos ainda acham que o homem tem de aguentar tudo calado.

Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Porque é que este tema ainda é tão pouco debatido e visível?

Acho que há vergonha e medo. Ninguém quer ser visto como “fraco”.

Sabe o que é o Movember? O que pensa desta iniciativa?

Sim, é aquela campanha dos bigodes, certo? Acho excelente! Faz as pessoas falarem sobre cancro da próstata e também sobre saúde mental masculina.

Ainda existe preconceito quando um homem fala sobre as suas fragilidades?

Sim. Muitos ainda têm medo de parecer “fracos” ou “menos homens”, o que é absurdo.

Na sua opinião, por que razão a sociedade fala tão pouco sobre a saúde mental e emocional dos homens?

Porque o foco histórico sempre esteve na saúde das mulheres e das crianças. Só agora estamos a perceber que os homens também precisam de apoio emocional. Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Porque é que este tema ainda é tão pouco debatido e visível?

Falta informação e coragem de reconhecer o problema. Muitos homens sentem vergonha de denunciar.

Inês, 16 anos

Sabe o que é o Movember? O que pensa desta iniciativa?

Sim, alguns rapazes da escola estão a deixar crescer bigodes! É fixe porque também fala de saúde mental.

Ainda existe preconceito quando um homem fala sobre as suas fragilidades?

Sim, os miúdos têm medo de serem gozados. É triste.

Na sua opinião, por que razão a sociedade fala tão pouco sobre a saúde mental e emocional dos homens?

Acho que os adultos não dão o exemplo. Deviam falar mais abertamente sobre emoções.

Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Porque é que este tema ainda é tão pouco debatido e visível? Nunca se fala disso. Acho que devia ser mais falado nas escolas também.

Luís, 55 anos

Sabe o que é o Movember? O que pensa desta iniciativa?

É uma excelente iniciativa. Já participei uma vez e ajudou-me a fazer o meu check-up médico.

Ainda existe preconceito quando um homem fala sobre as suas fragilidades?

Sim, mesmo entre amigos. Muitos não sabem como reagir quando alguém fala de depressão, por exemplo.

Na sua opinião, por que razão a sociedade fala tão pouco sobre a saúde mental e emocional dos homens?

Porque é desconfortável. Falar de emoções sempre foi visto como fraqueza no mundo masculino.

Os homens também podem ser vítimas de violência doméstica. Porque é que este tema ainda é tão pouco debatido e visível?

É um tema que precisa de visibilidade. Não é um sinal de fraqueza ser vítima, é um problema real e merece atenção.

João, 22 anos
Marta, 34 anos
António, 67 anos
Sofia, 28 anos
Ricardo, 45 anos

Luis Camara Secretary Treasurer

Ricardo Teixeira Recording Secretary

Jack Oliveira Business Manager

Nelson Melo President

Jaime Cortez E-Board Member

Marcello DiGiovanni Vice-President

Pat Sheridan E-Board Member

“Mo ‘Mood”

dade ao longo dos anos. Já agora um facto curioso “Mo” é uma palavra da gíria (calão) australiana para bigode.

E perguntamos nós? Porque é que os homens, em pleno século XXI, ainda sofrem em silêncio?

Olá, bom dia, sexta-feira a entrar e assim se foi passando o ano.

Este foi muito rápido ou é impressão minha? Rápido e cheio de obstáculos pelo caminho. Mas cá estamos... um dia de cada vez.

Chegados a novembro, mês que lança o desafio e alerta para a saúde mental masculina, o famoso Movember.

Esta iniciativa começou em Melbourne na Austrália em 2003 e, desde aí tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos e populari-

Para além da saúde mental, trata também de “chamar” a atenção para exames antecipados e anuais ao cancro da próstata, dos testículos e o suicídio. Tabu que é muito comum entre o sexo masculino e que, raramente, se coloca em cima da mesa.

Os homens, tal como nós mulheres, têm as suas inseguranças, os seus medos os seus vazios.

No entanto, continuo a pensar que nós mulheres somos mais avançadas no campo do lançar o alerta. Algumas continuam a sofrer em silêncio, mas é-nos mais fácil falar, explicar, procurar ajuda.

A iniciativa de deixar crescer uma barba ou um bigode, é forma de gerar conversa. Fazem-se maratonas e várias campanhas de angariação de fundos, mundo fora, para esta causa.

Não é difícil de perceber. Cada vez mais, o mundo se torna mais competitivo, complexo, escuro e impessoal. Os homens foram educados na sua grande parte para serem os “providers” da família, do lar.

Com tanta pressão e ao quererem manter essa imagem de líder, preferem ”calar” o sentimento, ao partilhar e procurar ajuda. Mas não se esqueça que, homem ou mulher, em tempos correntes estamos muitas vezes a um passo de deixar de ver “o preto no branco”. Continuar é por vezes (tantas vezes...) mais fácil do que simplesmente desistir. Reitero a importância de conversar, escutar, fazer perguntas, tentar perceber e sentir que algo não está bem com o seu esposo, filho ou até o seu pai. Há que propagar o sentimento de partilha, promover a procura de ajuda.

Escrevo algo curioso e triste que li há alguns anos atrás e que, confesso, me deixou triste e agitada – “em busca da infinita perfeição, ou falta dela, por vezes “apagar” torna-se no caminho mais fácil”.

No Japão, a floresta Aokigahara, a cerca de 115 quilómetros de Tóquio, é o lugar que os homens mais escolhem para pôr término à vida, cerca de 100 por ano. O seu nome significa “Mar de Árvores”, mas na verdade a floresta é conhecida no país como “a floresta do suicídio”.

Triste sem sombra de dúvida, mas uma realidade.

É o que é e vai valer sempre o que vale. Até já e fiquem bem, Cristina

Aos sábados às 7:30 da manhã

Aos sábados às 10.30 da manhã e aos domingos às 10 da manhã

Esta semana

• Quem Desdenha Onde a sinceridade é protagonista: confesse os seus 'pecados' de não gostar do que todos amam com Susana Romana!

• Delfins 40 anos de história e um regresso triunfal. Os Delfins falam sobre a vitalidade dos seus êxitos e a magia do concerto sinfónico!

• Healthy Bites Cuidar do corpo é delicioso! Descubra receitas inovadoras para um estilo de vida equilibrado e cheio de sabor.

• Sentir Pensar e Agir De Rabo de Peixe para o mundo: Paula Medeiros partilha a sua jornada na diáspora e a missão de construir pontes entre Portugal e as Comunidades.

• 27th Annual LiUNA Local 183 Scholarship A LIUNA Local 183 celebra o futuro, apoiando o acesso ao ensino superior de 129 jovens.

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Cristina da Costa Opinião

The Game of Life – Movember

The month of November will be focusing on men and their mental health issues. The center of attention for the Movember campaign will be the gradual change in men’s faces through beards and mustaches.

The month-long campaign will focus on awareness about the plight that has been afflicting men for the last 22 years since the campaign began. Starting in Australia, the Movember movement has grown to be a global movement united by a commitment to help change the face of men’s mental health. The fight aims to raise awareness and funds to hopefully make the lives

of men better, but in over two decades of raising the mental health focus in November has the world seen any change on the health and behaviour of men to justify this crusade? And what are the metrics that measure its success? Statistics are not really available because 70% of men don’t want anyone to know how they feel, therefore, it’s the 30% that will share their personal mental health issues on a limited basis that compel the movement to go on, assuming that if a small fraction of men share their plight, then all men must have similar issues. As a man, I can relate to the broad existence of mental health issues having suffered from depression an entire lifetime but like most men i suffer in silence often wondering if anyone would really care. After all, I'm a man. My experiences with mental health may prejudge some of the statements in this edi-

torial but because it’s Movember, I will take my verbal liberties as a license to opine. Firstly, I am not a fan of the campaign as I do not feel that it addresses the issues of man in a way that transcends the verbiage of recommendations possibly aggregated by women without any comprehension of a man’s thought process. Movember should be about deep transformative discussions and profound dialogue instead of hypothesizing responses without depth and the allocation of feedback outlining convenient analysis of what is wrong with men to feed campaigns which have achieved very little. More than ever, there are more men dying from suicide. The causes can be extrapolated but most assume that self-destruction is a result of mental illness or breakdown. Why are men silent sufferers and kill themselves without sharing their internal devils? Is it

because strategies for prevention don’t exist as they exist for women?

Health issues composed primarily of depression and anxiety don’t happen by chance, but with some exceptions build-up as a result of low societal views of men today. There’s a system of silence because of social expectations, cultural conditioning and internalized pressures, with the notion that he is to be the “strong provider” which otherwise will inverse the appearance as perceived weakness if machismo is not in evidence. Most men feel misunderstood, particularly by women and therefore silence is the loudest response. Family and friends are often the sufferer’s worst enemy because when a man cries for help the response is usually “man up” or they selfishly will suggest they have their own problems. Women are not sufficiently sensitized to the hardships that men face emotionally, financially and socially. Divorces and separations are looked upon by courts as an automatic guilty sentence for men, and accountability and responsibility is never balanced, often deflating a sense of worth living for men.

Today, man/woman relationships are a war of gamesmanship because of the assumption that men only have one thing in their mind and it’s always below the belly button. Men are more intelligent than that and women will always suffer as a result of this narrow thought process and creating a question for men if strength and softness can co-exist. The younger generations of men are suffering more than any other generations not caring to be strong and the provider but seeking equality with their female counterparts which has shown to be a losing battle. Men and women can co-exist but will never understand each other, resulting in many social ills that will result in many men choosing the ultimate approach to life. Death.

Grow your beards and mustaches, but what a low level to work towards as a means to find a cure for men's mental health.

Manuel DaCosta Editorial
Photo:

Because we’re men

I don’t know what the parameters for today’s stereotypical man are, what I do know is that they’ve changed. For the last few decades, men have been targeted by the beauty industry almost as much as women have. When I say beauty, I’m including the physical fitness sector, that plays more to the way you look in the mirror than necessarily to improve one’s health. These days, physical beauty, (however you may define it), and good physical health have been linked to better mental health. There is a large amount of focus on men’s mental health these days, along with the fact that many men tend to keep feelings, and symptoms, even physical ones, to themselves.

Men keeping things to themselves is what I call typical, for a guy. I grew up seeing it firsthand, watching it in films and on TV, and I saw it

in myself, and the spiffing up was reserved for when we had a date, or interest in getting one. That’s what guys did, or do. Why is this? I have no theory, except to suggest that changes in behavior can be seen relatively quickly, changes in instincts take much longer. Through science, (and in some parts of the world today), we know that men have mostly been the hunters and protectors. Obviously, life is much different today in most of the world. The strong male protector doesn’t seem to be even socially acceptable, especially when you consider the strides toward equality that women have taken. But a lot of us guys still have these instincts in our genes, albeit I don’t have urges to throw my wife over my shoulder; our natural instincts have been honed by the acquisition of knowledge and worldly experience. We think differently now, and many men might be feeling a little out of place in the modern

world. Maybe these muted, but present instincts are clashing with today’s reality, causing mental disturbances like anxiety. Then there’s the concern that we aren’t open enough about feelings and other personal uncertainties. Instinctively, men don’t want to show weakness, again an old natural instinct due to being the protector, or warrior of old. As humans, we can evolve at great speed, but the primordial part of our brain is more chill; nature mulls things over pretty good before considering any tweaks, or like in this case, dropping the unnecessary, although I must say that I don’t think Mother Nature plans on completely stripping our mojo from us. She’s not an extremist.

What’s factual is that many men suffer because of the way they think. With us it’s, “let’s see if it goes away”, or just try and ignore it all together. That seemed to work for a very long time, but it’s look-

ing like modern life is taking an extra toll on everyone, and for men who think that they can overcome it all on their own, it’s a dangerous game, and the evidence is there almost every day. Just look at how many male celebrities die due to overdoses from crap that is supposed to make you better. Oh yeah, I almost forgot to mention Movember, which is the reason I wrote this. It’s supposed to be a yearly movement to raise awareness about men’s mental health, and also testicular and prostate cancer. Dudes dawn stashes for the month of November, to show their support and to keep people talking about the issues. For women, participation can come in other forms, like sharing the links and promoting dialogue, which can be not only a great help, but a great catalyst to getting men to open up. Fiquem bem,

Men’s Health... Why many skip the doctor

November marks the height of awareness around men’s health, including Movember and cancer awareness campaigns. It’s a timely reminder that regular medical care is essential for prevention, early detection, and better outcomes. Why do many men avoid seeing a doctor is a questions l have asked myself and so have many other men.

Men avoid going to the doctor in many cases because of a perceived invulnerability. Many men feel they should tough it out or fear of appearing weak. Busy work schedules and family commitments can push health visits down the list. Many men in my estimation are also embarrassment or that stigma.... men may be relucent to discuss sensitive issues sexual health, mental health. Many of us also underestimate symptoms and we forgo mild or nonspecific symptoms like fatigue, headaches which are all easy to normalize but we let things go. We are also very fearful of bad news.... anxiety about potential diagnoses can lead to avoidance.

The health risks of avoiding medical care, men seem to continuously avoid many signs that seem to go undetected. High blood pressure, high cholesterol, diabetes, and obesity can be asymptomatic early on. Also, early stages of cancers significantly improve outcomes; delays can reduce treatment options. The other big one for us is the mental health neglect and l am a victim of that where l have been drained mental and never asked for help. Depression, anxiety, and substance use may worsen without timely screening and support.

Some of the key health priorities for men should be cancer awareness and screening. Prostate cancer is the most common in men and can be helped with discussing the risk factors with your doctor or someone that has a health background. Generally recommended to start screening at age 45-50, or earlier for higher risk. For long term smokers or former smokers, discussing with a health ad

Regardless of what we do as men and how we move forward with your health routine, seeing a doctor on a minimum quarterly basis is crucial, especially as you get older. Being pro active is the most important step and l encourage all my friends to stay on top of their health. Encourage a friend or partner to join you for encouragement and accountability. There are friends of mine that have said to me over the years, that the less you know the better. That thinking of not killing you with the worry of an illness or problem will kill you before the problem. Well, l do agree with this statement as long as you are well into your 80s and 90s it may help you.

for awareness. November has become a focal point for men’s health campaigns, with move ments like Movember high lighting mental health, sui cide prevention, and cancer awareness. Community events, screenings, and employ er-sponsored health programs often spike in participation during this month. The sporting community on a professional level has also gotten great awareness, especially supporting a mus tache for the month of November just to bring attention to the cause.

not just about ad dressing illness; it’s about proactive pre

all life stages. It you’re reading this during November or any time, consider taking that first step.... book a checkup, talk about your concerns, and invest in your longterm health. On a personal level, if you need a helping ear to listen and get some feedback, you can always drop me a line.

Health is wealth and you are the only person that can help yourself.... take some of your own advice and look after number ONE....

Faz falta mudança, mas a qualidade faz a diferença

Caros leitores, esta semana vou tocar num assunto de que muito se fala, com o qual muitos concordam, mas que poucos têm coragem de abordar.

Sabe-se que as mudanças fazem falta e são urgentes, mas, ao mesmo tempo, é preciso “virar a mão” e ver as coisas pela ótica da qualidade. Muitas vezes ouve-se dizer que a juventude está perdida, que não sabe, que pertence a uma geração sem futuro. Sim, também acredito que há casos assim, mas não se pode colocar toda a gente no mesmo saco.

Sem dúvida que quantidade não é qualidade, e nem se consegue, com excesso de quantidade, apresentar boa qualidade. Dou um exemplo simples: um chefe é convidado a fazer um arroz malandrinho para 10 pessoas, saiu um pitéu de se lhe tirar o chapéu! Depois, pediram-lhe o mesmo prato para 100 pessoas… foi um autêntico fracasso. Isto acontece quando se quer abraçar tudo e se julga ser o melhor. Não se pode confundir quantidade com qualidade.

Há grupos que muitos defendem como sendo de grande qualidade, quando na verdade confundem número com valor. E há quem despreze outros só porque são pequenos, julgando, erradamente, que pouca quantidade é sinónimo de fraca qualidade.

Isto deve servir de reflexão.

Todos sabemos que certas instituições prestam serviços importantes, e que o seu propósito devia ser unir a comunidade, mas, pelo contrário, acabam por desunir. Inventam-se calúnias, criam-se divisões, e há quem olhe de lado para o outro sem motivo algum.

Falta coragem para “virar a mão” e reconhecer o que é realmente bom. Mais do que nunca, a comunidade deve

manter-se unida e ajudar-se mutuamente, só assim se melhora a qualidade e se concretizam grandes projetos. Foi esta a razão que me levou a escrever este artigo. Como se dizia que “ninguém gosta de…”, ou que “disseram isto ou aquilo…”, eu prefiro ver e ouvir para poder crer.

Não se deixem influenciar por quem não gosta de A ou B, muitas vezes, quem assim fala não tem coragem de en frentar olhos nos olhos.

No passado fim de semana, tirei um pouco da noite de sábado para dar uma volta e sentir a atualidade da nossa cultura. Embora esteja sempre atento, confesso que, na festa de São Martinho da ACMT, fui surpreendido, e pela positiva. Ao contrário do que alguns diziam, fui recebido com respeito e simpatia. Revi amigos e colegas, e notei o essencial, as pessoas passam, os clubes ficam.

Deparei-me com um grupo de jovens muito unido e com um rancho de grande qualidade, desde a coreografia ao entusiasmo e à alegria.

Tive ainda o prazer de conversar com duas diretoras da casa, acabamos por ficar na mesma mesa, mas o mais importante foi o que vi em palco. Como defen sor da união e da qualidade, fiquei verdadei ramente feliz. Parabéns a todos os envolvidos e um espe ensaiadoras Tânia Angeira e Anabela pelo excelente tra balho.

Não deixem cair a qualidade nem o espírito de grupo. Aceitem as críticas construtivas, mantenham a união e continuem a apostar na juventude e no projeto da Escola de Folclore, tenho a certeza que vai ser um sucesso, espero que tenham mutas ajudas, bem merecem.

Muitos parabéns a todos os que promovem a união e a qualidade. Aos que confundem quantidade com qualidade, comecem a pensar na qualidade, e não deixem de frequentar espaços onde está alguém de quem não se gosta, isso é

Crédito: DR
Sou uma parte de tudo aquilo que encontrei no meu caminho.
AlfredTennyson

O DIABO ESTÁ NOS SAPATOS

Foi no passado dia 3 de novembro que, no Sardoal, tomaram posse os órgãos eleitos nas últimas eleições municipais. Na qualidade de deputada municipal, participei na cerimónia e, sentada na primeira fila, não pude deixar de olhar para os pés dos meus colegas que, de pernas descontraidamente cruzadas, exibiam os seus sapatos. Se não estivesse na situação de recém-chegada de uma missão no Namibe (Angola), tenho quase a certeza de que não teria reparado em nada.

Acontece que, depois de uma convivência de quase um mês com formadores/as de Didática da Língua Portuguesa para o ensino primário, em que a maioria dos candidatos eram homens, pude observar o cuidado com que diaria-

mente se apresentavam, tanto no que à roupa dizia respeito como ao calçado. Mas os sapatos destacavam-se e ocupavam o centro das atenções.

Durante a pausa entre as sessões o café - acompanhado de salgados, doces e fruta - era servido num pátio interior entre as salas de aulas. O chão desse espaço não levantava pó, pois além de não ser de terra batida, estava coberto de gravilha compactada. Apesar disso, assim que regressávamos à sala de aula, a maior preocupação era não entrar com os sapatos empoeirados. Por isso, a maioria trazia um paninho no bolso e puxava o lustro antes de retomarmos os trabalhos. Esta atitude era bem mais recorrente entre os homens, que faziam deste gesto um ritual constante.

Se este comportamento foi bem visível em sala de aula, o mesmo acontecia noutros espaços em que tive oportunidade de observar – exceção para os que usavam sapatilhas – o mesmo cuidado em ter sempre os sapatos escrupulosamente engraxados.

Um dia houve em que, junto ao café onde tomávamos a bica matinal, nos cruzámos

Chef José Meirelles

com um dos formadores antes de nos dirigirmos para o início das sessões. Quando lhe perguntámos se ia para a formação, a resposta pronta foi: “Sim, vou… Mas, professoras, antes vou engraxar os sapatos.” E dirigiu-se ao engraxador que diariamente ocupava o seu posto estratégico de angariação de clientes. É por essa razão que, numa capital de Província como Moçâmedes, podemos ver engraxadores espalhados por vários pontos da cidade. Porque ter os sapatos sempre impecavelmente a brilhar é ponto de honra para qualquer cidadão angolano, independentemente do tipo de solo que esteja a pisar.

Vivi em Angola, se bem que nunca tivesse estado no Namibe, de onde regressei em 1975, logo após o período da descolonização. Decorridas tantas décadas, confesso que já me havia esquecido de alguns destes detalhes dos quotidianos africanos.

Ao falar do assunto à minha filha, recordei-lhe que, durante a adolescência, ela tinha também essa mesma preocupação. Lembrámo-nos de como insistia em ter as suas latinhas de graxa, uma castanha

e outra preta, para ter os sapatos, botas e respetivos canos sempre reluzentes. Hoje, recorremos a outro género produtos que permitem o mesmo brilho, sem que tenhamos de usar a graxa.

A linha das nossas vidas é o produto de tudo quanto vamos incorporando ao longo do tempo, feito da memória das paisagens, rostos, conversas, cheiros, práticas e hábitos com que nos cruzamos. Daí termos ambas concluído que, tendo ela nascido e vivido uma parte da sua infância em África, não poderia ter ficado impermeável ao tecido humano com que foi urdida parte da sua identidade.

A expressão “o diabo está nos pormenores” é frequentemente usada para enfatizar a importância que deve ser dada aos detalhes. Nesse sentido, todos os meus colegas de bancada estariam chumbados se sujeitos a um teste de imagem que obedecesse ao padrão por que se regiam os meus formandos. Já no caso da minha filha, a preocupação com o calçado será, porventura, o seu pulsar africano a vir ao de cima.

Um embaixador da gastronomia portuguesa em Nova Iorque

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.

Nos vários exemplos de empreendedores portugueses da diáspora, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do chef José Meirelles, um genuíno embaixador da gastronomia portuguesa em Nova Iorque, uma das cidades mais icónicas dos Estados Unidos da América e do mundo.

Com raízes familiares no Norte de Portugal, entre Amarante e Celorico de Basto, José Meirelles desde pequeno mostrou paixão pela cozinha e pelos alimentos. De tal modo, que na década de 1980, após especializar-se em administração e exercido funções no sector bancário em Portugal, emigrou para os Estados Unidos, com a mulher, onde frequentou, em 1987, o French Culinary Institute, em Nova Iorque. Pre-

sentemente, designado The International Culinary Center, assume-se como uma das principais escolas de culinária dos Estados Unidos, e a nível mundial, dada a sua combinação de técnicas tradicionais francesas, inventividade americana e corpo docente de excelência.

É no decurso dessa formação intensiva, e após enriquecedoras experiências profissionais nos conceituados restaurantes noviorquinos La Réserve e Maxim's, que José Meirelles, em conjunto com os chefs Philippe Lajaunie e Jean-Michel Diot, abriu em 1990 o Les Halles, em Park Avenue, uma via norte-sul nos distritos de Manhattan e Bronx, na cidade de Nova Iorque. Um típico restaurante parisiense que servia pratos frescos e simples da culinária francesa, famoso pelas suas batatas fritas, e pelo facto, de lá ter trabalhado, no final dos anos 90, o chef de cozinha, autor, apresentador de televisão e contador de histórias, Anthony Bourdain (1956-2018).

Foi o empresário e chef José Meireles, antigo patrão de Anthony Bourdain, que o contratou nessa altura como chef executivo do Les Halles, e que serviu de catalisador e base, em 2001, para o seu livro de enorme sucesso “Cozinha Confidencial - Aventuras no Submundo”. Foi com o empresário e amigo chef José Meireles, que o saudoso chefe norte-americano Anthony Bourdain, conhecido pelo estilo irreverente, aprendeu a saborear a comida portuguesa, e no início do ano de 2017, regressou a Celorico de Basto, terra natal do emigrante portu-

guês, onde esteve no restaurante Sabores da Quinta, de um primo de José Meirelles, para assistir à tradicional “Matança do porco” e degustar algumas das iguarias locais.

Com um currículo invejável, o empresário e chef José Meirelles, um dos rostos mais visíveis da gastronomia luso-americana, portador de um estilo culinário assente na qualidade, ousadia e honestidade, conhecido por incorporar frequentemente toques portugueses nos seus pratos, já abriu vários restaurantes em diferentes cidades norte-americanas.

Hodiernamente, detém unicamente o Le Marais, um restaurante kosher, ou seja, que respeita os preceitos do judaísmo, muito perto de Times Square e da Broadway, na “Big Apple”. Um restaurante, que desde 1995, se destaca pela cozinha francesa, nunca olvidando as raízes do empresário e chef luso-americano, e onde se comem alguns dos melhores bifes e hambúrgueres de Nova Ioque. Um espaço gastronómico de eleição, por onde ao longos dos últimos anos, têm passado figuras conhecidas do mundo dos negócios, cinema e moda, como Roman Abramovich, Aaron Eckhart, Cindy Crawford, Luci Liu ou Mark Wahlberg.

O sucesso e qualidade superior do restaurante kosher Le Marais, de José Meirelles, pode ser aferido pelo artigo “The Portuguese Catholic who serves French cuisine to New York’s Jews”, que o jornal “The Times of Israel”, escreveu em 2006. Neste, a publicação israelita multilíngue assevera, “Há mais de 20 anos que José

Meirelles é proprietário e gere a steakhouse Le Marais — que recebeu o nome do bairro judeu de Paris — e a procura nunca foi tão elevada”, atualmente “o Le Marais é o restaurante kosher mais rentável da cidade de Nova Iorque”.

Uma das figurais mais conhecidas da comunidade luso-americana em Nova Iorque, o exemplo inspirador e de sucesso do empresário e chef português José Meirelles, encontra-se vertido numa das principais máximas de Confúcio: “Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores”.

O chef e empresário José Meirelles - Foto: whomyouknow.com
Daniel Bastos Opinião
Crédito: DR
Aida Batista Opinião

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E se Mamdani fosse político em Portugal?

Mamdani, AOC ou até Barack Obama jamais seriam eleitos em Portugal. Os aparelhos partidários não o iriam permitir, mesmo que desesperem com a mediocridade presente e com a sua perda de relevância para novas forças políticas, sejam eles partidos, figuras ou movimentos inorgânicos. Alguém tem de o dizer e, por isso, com a habitual franqueza: temos de refundar o funcionamento dos partidos.

Salvar os partidos da sua autodestruição é necessariamente salvar a nossa democracia. Não há uma alternativa boa aos partidos, carregados de vícios que estão e agregadores de interesses como são. Apesar de tudo, eles fornecem ao eleitor uma marca claramente identificável nos seus valores, programa e historial, simplificando o escrutínio que o eleitor teria de fazer caso votasse apenas em pessoas que nem sempre conhece bem. Os partidos organizam as ideias e a ação política não só para fora como também para dentro, criando espaços de reflexão, formação e recrutamento, bem como de mobilização de ativistas motivados por algo bastante maior do que pontuais projetos pessoais.

A cultura portuguesa é, no entanto, especialmente vulnerável aos piores aspetos da cultura partidária. Não tenhamos ilusões: em todos os países, as agremiações sociais e políticas batem continência ao chefe, com pouca escuta e espírito crítico. Em Portugal, isso é agravado por um nacional-porreirismo que, como dizia Saramago, ‘arde muito, mas queima depressa.’ Ninguém se quer chatear, ninguém se responsabiliza e, se a conversa ficar difícil, vai-se mas é fumar um cigarro ou tomar um café.

Tenho-o observado em primeira mão num Partido que já foi o maior do nosso país. Os resultados eleitorais são para celebrar e não para refletir, não vá ser desmotivador. As poucas análises que se fazem são inconsequentemente repetidas ano após ano e não levam a mudanças estruturais. As reuniões ora são meros exercícios burocráticos, ora são caixotes de ressonância onde cada um gosta de se ouvir. Dizemos menos o que pensamos e mais o que achamos que os outros querem ouvir.

Não há nada inevitável na vida política. Na forma e no conteúdo, os erros que conduziram à queda de popularidade do PS eram há muito previsíveis e, em grande

parte, evitáveis. Termos conseguido ganhar tantas vezes e governar tanto tempo é um milagre que só se explica pela qualidade das nossas políticas e pelo carisma dos nossos primeiros-ministros.

Todos o sabem e todos se revoltam, mas nada muda. Seguramente, esta não é uma realidade unicamente do PS. É uma espécie de anestesia, administrada por um sistema onde as oportunidades políticas são definidas por listas fechadas habilmente constituídas entre os caciques e as tribos leais dos líderes. Com as atuais regras do jogo a lealdade exige demasiadas vezes a morte da frontalidade, da consciência livre e do debate de ideias. Resta pouco espaço para a inteligência ou para o trabalho. Há outras virtudes a remunerar.

Quem faz esta crítica aos partidos costuma seguir-lhe com uma necessidade de abrir os partidos à sociedade civil. Achando-a melhor que a “plebe militante”, apregoam eleições primárias para escolher lideranças, esperando que quem vem de fora venha validar a sua tendência interna. Os partidos não precisam de somar filósofos-rei aos herdeiros políticos, que já se autoproclamam iluminados. Precisam de humildade, de comunidade e de liberdade. Precisam de se abrir, mas sem desvalorizar quem dá a cara por eles todos os dias. Refundar o modo de funcionamento dos partidos implica acabar com a “matrioska” de indicações, que vão desde a mais pe quena grupelha até à lista final, num somatório de filtros, portões e perceções que vão deixando muita gente boa de fora. Temos de acabar com um sistema de listas que não forma equipas, mas, sim, ajuntamentos de conveniência. Os dirigentes nacionais para uma determinada área deviam ser escolhidos livre e indi vidualmente, pela visão, credibilidade e projeto que aportam e não por lhes ter ca lhado essa “fava” entre as nomea ções do chefe do momento. Só assim poderão os militantes exigir contas ao trabalho que cada dirigente fez ou não fez. Ter menos cargos para “negociar” também permite escolher líderes mais pelas suas qualidades do que pelos lugares que oferece. Contudo, não bastará que tenhamos elei-

ções diretas e uninominais para as funções de liderança. Sem recursos nada se faz e a participação política continua a ser reprodutora da desigualdade de meios de cada um. Os partidos hoje gastam milhões de euros de subvenções públicas sem que, para isso, sejam obrigados a investir em melhores condições de trabalho para os seus eleitos e as suas secções. Um militante que tenha uma ideia diferente sobre como fazer política não tem qualquer hipótese de a ver implementada. É preciso devolver aos próprios militantes não só a palavra sobre como se gastam as suas quotas, mas, sobretudo, o poder de inovar na ação política, criando um Orçamento Participativo dentro dos partidos.

Não é difícil perceber que as eleições de Mamdani, AOC e Obama não se deveram ao súbito reconhecimento por parte das elites políticas americanas do seu imenso talento. Mesmo depois de vencer as primárias, os maiores dirigentes do partido democrata, incluindo o seu líder parlamentar, espera-

ram até ao último momento possível para apoiar o novo mayor de Nova Iorque. Em 2008, 2018 e 2025, estes três líderes venceram porque tiveram a coragem e a oportunidade de se apresentar, montando programas, ações e equipas que se revelaram sintonizados com a energia, convicção e autenticidade que as pessoas queriam. Há muitas lições a tirar destas improváveis vitórias e esta é, sem dúvida, uma. Se é certo que as pessoas querem diferentes coisas dos seus líderes em diferentes momentos, a estrutura com que um sistema político escolhe os seus líderes determina se temos a capacidade de nos renovar ou se vamos acabar a cheirar a mofo. O sistema político americano tem muitos defeitos, mas encontra neste aspeto uma semente inesgotável de esperança. Aqui, por Portugal, podia ser ainda uma espécie exótica, mas, para uma democracia que definha, seria a nossa melhor hipótese de um novo amanhecer.

Páginas sobre Açorianidade

Neste livro de 94 páginas (edição Letras Lavadas) sobre o tema da Açorianidade (termo criado em 1932 por Vitorino Nemésio) o autor (1942-2022) junta dez textos escritos entre 1980 e 2012.

Pode ler-se na página 80: «A Açorianidade como designação específica da identidade insular pode servir de base ontológica colectiva à Autonomia. Mas não deve é confundir-se um conceito e uma carga antropológica cultural com uma arma política sem fronteiras conceptuais. Ser açoriano é ser mais do que ser-se politicamente, é ser-se consequência da história portuguesa, peninsular, europeia e ocidental cristã.»

Apesar da distância, as Ilhas não formam «uma sociedade de raízes medievais fechada nas brumas atlânticas» pois «Companhias de teatro, livros, professores novos, visitantes ilustre, filmes, jornais e revistas – tudo vinha nos navios da Insulana». E Vitorino Nemésio regista em 1950 («Festa Redonda») essa

mudança: «A moda da gasolina/Secou o trigo do chão/Fez das Lajes um terreiro/Oh que dor de coração!». Una e diversa na sua origem, a população das nove Ilhas «é oriunda do continente português, primeiro do sul e depois um pouco de toda a parte». Na página 31 o autor avança com dois conceitos: Ilha e Açorianidade. Primeiro: «A ilha em que nascemos é um eixo do cosmos, uma pequena pátria, um mundo de referências matriciais». Segundo: «A compreensão do outro e a visão de fora para dentro serão talvez o único antídoto a uma açorianidade traumática». Nota importante está na página 82 sobre o uso da palavra diáspora: «diáspora é um termo que diz respeito a experiência de judeus injustamente perseguidos e dispersos por esse mundo fora. Os açorianos não são perseguidos nem «comiserados». Antes admirados, quando muito carecidos de mais apoio e cultura».

JCF

Miguel Costa Matos Opinion
Crédito: DR
António M.B. Machado Pires
Photo: DR

Casa Benfica de Toronto celebrou o 56.º aniversário com grande jantar de gala

A Casa Benfica de Toronto celebrou, no dia 7 de novembro de 2025, o seu 56.º aniversário com um jantar de gala realizado no salão da LiUNA Local 183, reunindo centenas de sócios, amigos e membros da comunidade portuguesa no Canadá. O evento, com catering da Europa Catering, destacou-se pela homenagem à gastronomia portuguesa, incluindo o prato especial “Terra e Mar” (bife e camarão).

Acondução da noite ficou a cargo dos MCs Rómulo Ávila e Cristina de Jesus, que mantiveram o público animado e envolvido. A componente musical foi um dos pontos altos, com atuações de Daniel & Tânia, Nelson Costa e a sua minibanda, e a estreia a solo de Sara Dantas no Canadá, que encantou todos os presentes. A noite contou ainda com a presença especial de Armando Sá, antigo jogador do Sport Lisboa e Benfica, saudado calorosamente pelos convidados. Entre as intervenções oficiais, destacaram-se as de Vítor Silva (presidente do Conselho Fiscal), John da Costa (presidente do Executivo), David Curto (vice-presidente do Executivo) e José Luís Lopes (presidente da Assembleia Geral), que sublinharam o orgulho nas conquistas da Casa e a importância da ligação entre o Benfica, Portugal e a comunidade portuguesa em Toronto.

Foram ainda homenageadas empresas e amigos da Casa Benfica de Toronto pelo apoio contínuo à instituição, num momento de reconhecimento conduzido por David Curto.

Uma novidade: a nova sede está a ser idealizada

Durante o evento de aniversário, foi apresentado, através de um vídeo emocionante, o projeto da nova sede, uma pro-posta claramente vanguardista e diferente, que reflete a ambição e a visão de futuro do clube. Mais do que um simples edifício, a nova sede pretende ser um espaço vivo e comunitário, aberto a todos os benfiquistas e à cidade. Um ponto de encontro onde se respira a história, a paixão e os valores que unem gerações, mas também um local que olha em frente, com modernidade, inovação e sustentabilidade.

Este projeto simboliza, quanto aos responsáveis, o equilíbrio perfeito entre tradição e futuro: uma infraestrutura que reforça o sentido de pertença, sem nunca esquecer a mística do Benfica, essa força intangível que move adeptos, atletas e dirigentes, e que transforma o clube num verdadeiro fenomeno social e cultural. A nova sede será, assim, dizem: “um marco de identidade e de modernidade, um espaço onde o Benfica continuará a crescer, mantendo viva a sua alma e os seus ideais”.

As declarações

John da Costa, presidente da Casa do Benfica de Toronto, celebra os 56 anos da instituição destacando as alegrias e conquistas ao longo do tempo. Revela um grande projeto para o futuro: transformar a Casa do Benfica num centro comunitário moderno, com um museu português, escolas e espaços para toda a comunidade. O objetivo é que o espaço seja não apenas dos benfiquistas, mas de todos os portugueses em Toronto, promovendo união e inclusão.

Por seu turno, José Luís Lopes, presidente da Assembleia Geral da Casa do Benfica de Toronto, celebrou os 56 anos da instituição destacando a sua perseverança e importância histórica na comunidade portuguesa. Recordou as dificuldades superadas e elogiou a recuperação dos últimos anos, fruto do trabalho conjunto de dirigentes, sócios e patrocinadores. Sublinhou a renovação geracional da direção e o novo projeto de criação de uma Casa do Benfica maior e mais moderna, voltada para toda a comunidade. Lopes destacou ainda o papel social da instituição e reafirmou o compromisso de continuar a apoiar causas comunitárias, mantendo viva a tradição benfiquista e portuguesa em Toronto.

Jason Arruda, membro da Casa do Benfica de Toronto e diretor da FPCBP, felicitou todos os que contribuíram para os 56 anos da instituição. Destacou o crescimento do Ben-

fica e da comunidade portuguesa no Canadá, sublinhando a importância da união e do apoio de todos, mesmo dos que não são benfiquistas. Viajou cinco horas desde Victoria para participar na gala, reforçando a necessidade de apoiar as iniciativas que fortalecem a comunidade e asseguram o seu futuro. Armando Sá, antigo jogador do Benfica, afirmou que estar na Casa do Benfica de Toronto o faz sentir mais próximo do clube e da sua mística. Destacou o valor emocional de viver o benfiquismo fora de Portugal, num ambiente de união e saudade. Deixou uma mensagem de confiança aos adeptos, lembrando que o Benfica está apenas a atravessar uma fase de transição e que, como sempre, voltará às vitórias, porque “o Benfica é grande e está de volta”.

A celebração dos 56 anos da Casa do Benfica de Toronto foi um tributo ao espírito benfiquista e à união da comunidade portuguesa no Canadá. Mais do que um jantar de gala, o evento simbolizou a paixão, a amizade e a continuidade de uma história construída com dedicação e amor ao clube. Com o novo projeto de sede, a Casa reafirma o seu compromisso com a tradição, a modernidade e o fortalecimento da comunidade. O Benfica continua, assim, a ser uma luz viva que une gerações e mantém acesa a alma portuguesa além-fronteiras.

RMA/MS

O Fórum EuroAméricas 2025, uma iniciativa promovida pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, realizará a sua segunda edição nos dias 17 e 18 de novembro na Nova School of Business and Economics (Nova SBE) em Cascais, Portugal.

OFórum EuroAméricas 2025 é uma plataforma internacional para o diálogo e a influência estratégica entre a Europa e as Américas. Coordena-

da pela rede de Conselheiros do Conselho da Diáspora Portuguesa, a segunda edição terá como tema «Longevidade – Motor de Oportunidades Globais», reunindo líderes governamentais, empresariais e académicos de ambos os continentes para discutir o impacto da longevidade nas políticas públicas, economia, inovação e relações internacionais, num debate objetivo, oportuno e inclusivo, baseado em ideias, propostas, realidades e projetos de interesse para ambos os lados do Atlântico.

O evento contará com a presença do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa; Paulo Rangel, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Vice-Presidente Honorário do Conselho; e José Manuel Durão Barroso, Presidente da EuroAméricas e Presidente do Conselho de Administração do Conselho da Diáspora Portuguesa. «O Estado do Mundo: Uma Conversa entre Embaixadores» será o painel final

desta edição, com a participação de Élise Racicot, Embaixadora do Canadá em Portugal; Marina Teitelboim Farías, Embaixadora do Chile em Portugal; e Isabel Brilhante Pedrosa, Embaixadora de Portugal, numa reflexão conjunta sobre os desafios e oportunidades da diplomacia de longo prazo entre a Europa e as Américas. O painel apresentará diversas perspetivas sobre a construção de alianças resilientes num contexto global em rápida mudança. MS

Programa “Vida e Esperança” do Abrigo Centre celebra 15 anos ao serviço da comunidade

O programa “Vida e Esperança”, do Abrigo Centre, celebrou 15 anos de atividade com uma festa repleta de emoção, música e reencontros. Criado em 2010, o grupo tem como principal objetivo combater o isolamento entre os idosos, promovendo o convívio e o bem-estar, sobretudo junto da comunidade portuguesa de Toronto.

Afundadora do programa, Marília dos Santos, atualmente aposentada, marcou presença na celebração e partilhou o dia com os membros do grupo que ajudou a criar. “começámos lá atrás com apenas doze pessoas. É uma alegria ver como o Vida e Esperança cresceu e continua a dar sentido aos dias de tantos idosos. Este grupo é uma família e faz parte de mim. Aqui aprendemos uns com os outros todos os dias”, afirmou, visivelmente emocionada.

O Abrigo Centre é uma organização sem fins lucrativos que presta apoio a mulheres, crianças, jovens, famílias e seniores. Através de atividades educativas, recreativas e culturais, o programa “Vida e Esperança” tem fortalecido a ligação dos idosos à comunidade, proporcionando momentos de partilha e amizade.

A festa dos 15 anos contou com música ao vivo de Laura Barbosa, animação do DJ Paulo Luís e dança com Fátima Dias. A grande surpresa da tarde foi a presença do fadista Luís Caeiro, vindo de Portugal, que emocionou o público com um espetáculo intimista. O artista aproveitou a sua visita ao Canadá para conhecer o Abrigo Centre e conviver com os seniores.

A atual responsável pelo programa, Alice Nunes, sublinhou a importância do “Vida e Esperança” no apoio à população sénior:

“o “Vida e Esperança” é mais do que um programa. É um espaço onde as pessoas se sentem valorizadas, ouvidas e integradas. Cada encontro é uma celebração da vida. É, sem dúvida, uma das melhores iniciativas de saúde que se pode oferecer a um grupo, a oportunidade de socializar, conviver e sentir-se parte de uma comunidade.”

Entre os participantes, o orgulho e a emoção foram sentimentos comuns. Maria Silva (Micas) e Maria Melo, ambas presentes desde o início do programa, partilharam o orgulho de fazer parte desta história.

“Estou aqui desde o primeiro dia. É maravilhoso fazer parte deste grupo”, afirmou Maria

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Já Maria Melo destacou o valor do convívio: “Tenho muito orgulho em participar. O programa faz-me feliz e dá-me companhia.”

O DJ Paulo Luís, que também fez parte da história do grupo, partilhou: “toquei no primeiro aniversário e estou de volta 15 anos depois. Aqui ninguém está sozinho, somos todos parte de uma grande família.”

Teresa de Sousa, responsável pela confeção das refeições do programa, recordou o seu percurso com emoção: “comecei como voluntária e agora sou funcionária do Abrigo Centre. Para mim, poder estar presente e partilhar o dia com este grupo é profundamente gratificante.

15 anos de vida e esperança

Quinze anos depois, o “Vida e Esperança” continua fiel à sua missão: criar um espaço de convívio, apoio e inclusão para os idosos da comunidade portuguesa. Mais do que um programa, é hoje um símbolo do compromisso do Abrigo Centre com a solidariedade e a valorização da pessoa idosa, um exemplo vivo de como a cultura e o afeto podem transformar vidas.

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Festa de São Martinho anima o Arsenal do Minho em Toronto

O Arsenal do Minho de Toronto celebrou o São Martinho com uma grande festa repleta de música, gastronomia e tradição portuguesa. O evento, intitulado “São Martinho do Arsenal do Minho”, reuniu, mais uma vez, dezenas de membros da comunidade luso-canadiana numa noite marcada pela alegria, pelo convívio e pela partilha de memórias.

Vindos diretamente de Portugal, os Marotos da Concertina foram os grandes convidados da celebração, trazendo ao público a energia contagiante das sonoridades tradicionais. A animação contou ainda com a participação dos Bombos do Arsenal e do Rancho Folclórico Arsenal do Minho, que encheram o salão de ritmo e cor, reafirmando o espírito das tradições minhotas em terras canadianas.

O jantar destacou-se pela autenticidade dos sabores portugueses e pelas tradicionais castanhas assadas, símbolo incontornável da época de São Martinho.

“Sentimo-nos muito bem por estarmos aqui, por trazer um pouco do nosso país e partilhá-lo com esta comunidade fantástica”, partilharam os Marotos da Concertina, visivelmente emocionados pela receção calorosa do público.

A direção do clube e vários membros destacaram também o significado deste momento de convívio e identidade. “Significa uma união de gentes, uma celebração das nossas raízes e da nossa cultura. É bonito ver o salão cheio e sentir o entusiasmo de todos”, afirmou Cristiana Garcia, membro da direção do Arsenal do Minho de Toronto. Já para Joel Bastos, membro do clube, “significa muita coisa esta ligação à cultu-

ra portuguesa é algo que já não se encontra com tanta força noutros lugares”.

Os mais novos, que representam o futuro do clube, também marcaram presença e partilharam o orgulho de pertencer à “família Arsenal do Minho”. Milena contou que adora o Arsenal do Minho porque é onde pode estar com os amigos. “Gosto muito de dançar, é mesmo divertido! Fico cansada, mas adoro as festas”, confessou. Para Aryana, o sentimento é semelhante. “Acho o Arsenal do Minho muito divertido. Na minha opinião, é o melhor rancho! Gosto das festas porque posso ver os meus amigos e tocar concertina com a Lia”, dis-

se, sorridente. Já Lia destacou o orgulho de fazer parte do grupo. “O Arsenal é muito divertido, porque podemos participar em várias atuações, dançar e tocar concertina. É muito bom fazer parte e ver o orgulho das pessoas que nos vêm atuar.”

As felicitações estenderam-se ainda a líderes comunitários e políticos locais. O presidente da ACAPO, José Eustáquio, destacou “a importância destas instituições, que mantêm viva a cultura portuguesa e fortalecem a comunidade”. Já a deputada federal Julie Dzerowicz, do círculo eleitoral de Davenport, sublinhou “a importância de celebrar tradições que unem gerações

e fortalecem o multiculturalismo do Canadá”, elogiando o trabalho desenvolvido pelo Arsenal do Minho ao longo dos anos. A iniciativa voltou a afirmar o Arsenal do Minho como um dos espaços de referência na promoção da cultura portuguesa em Toronto, reunindo diferentes gerações em torno das tradições que continuam a unir a comunidade luso-canadiana.

Lenda e Verão de São Martinho

Reza a lenda que, num dia frio e chuvoso, um soldado romano de nome Martinho caminhava para a sua terra natal quando, ao passar a cavalo, encontrou um mendigo mal agasalhado, a tremer de frio. Apercebendo-se da sua aflição e sem nada que pudesse oferecer, Martinho cortou o seu manto ao meio com a espada, cobrindo o homem com uma das partes. Pouco depois, encontrou outro mendigo e, movido pelo mesmo espírito de solidariedade, partilhou também com ele a outra metade da capa. Sem proteção contra o frio, Martinho continuou o caminho. Nesse momento, segundo a lenda, as nuvens dissiparam-se e o sol começou a brilhar, trazendo um calor inesperado que durou três dias. Desde então, este fenómeno meteorológico ficou conhecido como o “Verão de São Martinho”, período em que, em pleno mês de novembro, o tempo costuma aquecer, simbolizando a generosidade e o espírito solidário do santo.

O Dia de São Martinho, celebrado a 11 de novembro, homenageia São Martinho de Tours e está fortemente associado ao vinho novo e aos magustos, marcando o fim das colheitas.

Maria João Lopo de Carvalho traz a magia da literatura portuguesa ao Canadá

A escritora portuguesa Maria João Lopo de Carvalho esteve no Canadá entre 1 e 8 de novembro, visitando Toronto, Laval e Montreal, a convite da Coordenação de Ensino do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P.

Durante a sua estadia, a autora participou em diversas iniciativas literárias e culturais, promovendo a língua e a cultura portuguesas junto das comunidades locais, universidades, escolas e centros comunitários. Um dos momentos altos foi a sua presença no TIFA – Festival Internacional de Autores de Toronto, onde apresentou o seu livro bilingue “Santarém”.

Em Toronto, a programação incluiu leituras públicas, encontros com leitores e visitas a universidades e escolas, alcançando públicos de todas as idades. A sessão na Casa do Alentejo, organizada em parceria com o Núcleo de Leitura do centro cultural, destacou-se ao permitir que o público conversasse com a autora, ouvisse histórias e refletisse sobre o papel da literatura na aproximação entre culturas, com cobertura do jornal Milénio.

Com quase 80 obras publicadas, entre romances históricos, livros infantojuvenis, biografias e manuais escolares, Maria João Lopo de Carvalho falou sobre a sua paixão pela escrita, o processo criativo e a sua admiração pelo poeta Luís Vaz de Camões. “É um imenso prazer estar aqui. Volto sempre ao lugar onde fui feliz”, disse a escritora. Questionada sobre o que ainda falta escrever, respondeu: “Estou a começar outro livro, que será lançado em Lisboa daqui a quatro anos. É preciso muita investigação para contar bem a história, sem enganar o leitor com falsas verdades.”

Para ela, a motivação não está no número de livros publicados, mas no prazer de escrever. “Não é tanto pelo resultado, é pelo puro prazer que dá escrever. Sou privilegiada por transformar o meu maior prazer em profissão. O meu vício é escrever. É mesmo uma compulsão. É como viver uma segunda realidade, além da vida quotidiana com os meus filhos, a minha neta e a minha casa”, explicou.

A escritora falou ainda sobre a sua relação com Camões: “Ele ocupa um lugar cativo no meu coração, mas é frequentemente mal compreendido nas escolas. Resolvi contar a sua história de forma apelativa, para professores e adultos, para que todos redescubram Os Lusíadas e os seus sonetos. É incrível como as suas palavras ainda falam diretamente connosco.”

Sobre a sua última obra, “Estoril não caiu do céu”, Maria João explicou: “O título vem de uma frase de Augusto de Castro, amigo do protagonista do livro, Fausto Figueiredo. O Estoril é uma das zonas mais bonitas

de Portugal, e tudo o que existe lá foi construído com esforço. O livro mostra também como o Estado Novo utilizou este lugar como cartão de visita de Portugal.”

No final, a autora deixou uma mensagem aos leitores: “Enquanto eu puder, estarei aqui. Que Deus me dê vida, saúde e capacidade para continuar a escrever. É uma felicidade atravessar o Atlântico e sentir-me em casa com leitores que realmente apreciam e discutem os livros.”

Maria do Rosário Gaspar, Coordenadora do Ensino de Português no Estrangeiro no Canadá, destacou o entusiasmo e o impacto positivo da visita: “Vocês são fantásticos e estão sempre presentes, o que é ótimo! Para mim e para a Maria João, esta semana foi cansativa, mas também de uma alegria imensa. É maravilhoso ouvir, falar e partilhar histórias da nossa terra e sentir o impacto que isso tem na comunidade.”

A coordenadora explicou ainda o alcance da visita: “Esta semana estendeu-se além de Toronto e Laval, chegando até Montreal.

A Maria João participou em encontros em universidades, escolas e centros culturais, com o apoio do Instituto Camões. Já tinha estado no Canadá há um ano, mas desta vez a viagem foi ainda mais completa.”

Sobre a importância de preservar a língua e a cultura, Maria do Rosário sublinhou: “Não deixem de aprender português e de ensinar aos vossos filhos. Falem português em casa e valorizem a vossa cultura, porque só assim poderão aproveitar momentos como este e compreender plenamente a riqueza que a Maria João Lopo de Carvalho nos transmite.”

A visita de Maria João Lopo de Carvalho contribuiu para reforçar os laços culturais entre Portugal e o Canadá, evidenciando o papel da literatura como ponto de encontro e partilha, não apenas entre as comunidades de língua portuguesa, mas também com o público local.

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Comunidade minhota (ACMT) celebra São Martinho em Toronto com música e tradição

Toronto viveu uma noite verdadeiramente inesquecível no passado sábado, 8 de novembro. O tradicional São Martinho ganhou um brilho especial com a estreia da comovente Benção das Concertinas, um momento inédito organizado pela Associação Cultural do Minho de Toronto (ACMT). O Lithuanian Hall encheu-se de vida, cor e alegria, acolhendo centenas de pessoas unidas pelo mesmo sentimento de pertença, tradição e amizade — um verdadeiro retrato do espírito minhoto, vivido em família, mesmo longe da terra natal. Vindos diretamente de Portugal, o Padre Ricardo Esteves e o músico Nelson Costa, acompanhado da sua minibanda, trouxeram consigo a energia, a fé e a saudade de casa. O ponto alto da noite foi, sem dúvida, a benção das concertinas, celebrada pelo Padre Ricardo, num momento profundamente emocionante que tocou o coração de todos. Entre sorrisos e lágrimas, sentiu-se a força da devoção e o orgulho de ser minhoto.

Com a mesma generosidade que o caracteriza, o Padre Ricardo aproveitou ainda a ocasião para partilhar os seus livros, cuja receita reverteu para a sua missão solidária: apoiar jovens com dificuldades financeiras a prosseguir os estudos e a construir um futuro melhor. Um gesto que transformou a festa em algo ainda maior — uma celebração de fé, cultura e amor ao próximo. O Padre Ricardo Esteves,que voltou a marcar presença junto da comunidade local, numa visita marcada pela proximidade e pelas palavras de motivação, manifestou a sua satisfação por regressar, sublinhando “o privilégio de sentir que há vontade de o voltar a receber”, o que interpreta como “um sinal de feedback positivo das visitas anteriores”. Durante a

conversa, Ricardo destacou a importância de inspirar os outros “na forma de viver e de ser feliz”, defendendo que essa deve ser “a prioridade de cada um”. Recordou também o propósito solidário dos seus livros e materiais motivacionais, cuja venda reverte para apoiar jovens com dificuldades económicas mas com mérito académico. “Queremos ajudar quem tem capacidade e vontade de estudar, mas enfrenta limitações financeiras”, explicou. Questionado sobre a mensagem de fé e esperança que tem transmitido, o sacerdote reforçou a diferença entre ambas: “Acredito mais na fé do que na esperança. Esperança, muitas vezes, é ficar à espera. A fé leva-nos a agir, a ir ao encontro. Exige esforço e determinação”, afirmou, deixando ainda uma reflexão: “A fé é o que ilumina a nossa vida. Sem fé, não há vida - há apenas uma existência sem sentido.

A presidente da direção, Judite Lopes, destacou o sucesso da iniciativa, referindo que “é uma festa nossa, com muito trabalho, mas também muito divertida, com toda a gente contente e muitos voluntários a ajudar”.Não faltou o folclore, a roda de dança à moda minhota, “como se faz em Portugal, especialmente em Ponte da Barca”, lembrou a dirigente. Com a sala cheia e a adesão total do público, Judite Lopes mostrou-se orgulhosa da sua equipa: “Estivemos aqui todo o dia a trabalhar, mas no fim chega a recompensa. E cá estamos sempre prontos, para juntos fazermos mais e mais pelo Minho, pela Associação e pela nossa tradição”.

O artista Nelson Costa regressou ao Canadá para atuar junto da comunidade minhota, num momento de emoção e reencontro com as suas origens. O cantor sublinhou que este regresso tem sempre

um significado especial, recordando que “a carreira começou aqui há 17 anos, numa sala desta comunidade”, o que torna cada visita “muito especial”.

Com um repertório que mistura tradição e modernidade, Nelson Costa afirmou que procura sempre alegrar o coração dos emigrantes. “Somos minhotos, claro, mas também cantamos temas de todo o país, porque Portugal não é só o Minho”, destacou.

Deixando uma mensagem de incentivo aos portugueses que vivem fora, o artista lembrou a sua própria experiência de emigração: “Fui emigrante durante 27 anos, por isso sei o que é estar longe das nossas raízes. O importante é continuar a lutar, porque são os emigrantes que fazem Portugal ser o grande país que é.”

A noite contou ainda com a atuação vibrante do Rancho da ACMT, os Bombos “Os Alegres” da ACMT e uma animada roda de rancho, que fizeram a alegria de todos os que se juntaram à festa. Como é tradição, não faltaram os sabores típicos da época: caldo verde, o prato de rojões e as castanhas.

E assim terminou uma noite que ficará gravada na memória e no coração de todos os que a viveram. Na sala, com o som da equipa “TNT”, tendo como MC, Rómulo Ávila, não se ouviu apenas o som das concertinas - ouviu-se o eco das saudades, o bater dos corações e o orgulho de um povo que, mesmo longe, continua a dançar ao ritmo das suas raízes.

Entre emoção e alegria, os minhotos de Toronto mostraram que a distância não apaga a identidade, mas a fortalece. Na música, nas tradições e nos sorrisos, reviveram o Minho e o orgulho de ser português. O coração minhoto continua a bater, onde quer que haja quem o faça vibrar. RMA/MS

A Casa das Beiras celebrou o S. Martinho e o 33.º aniversário do Rancho Folclórico

A Casa das Beiras – Cultural Community Centre of Toronto celebrou em ambiente de festa o Dia de S. Martinho e o 33.º aniversário do Rancho Folclórico Académico de Viseu, o grupo residente da instituição.

Ojantar convívio atraiu centenas de pessoas, enchendo o espaço de alegria, onde não faltaram as tradicionais castanhas assadas, música, dança e boa disposição. O ponto alto da celebração foi a atuação do Rancho Folclórico Académico de Viseu, que levou ao palco as sonoridades e trajes típicos da região beirã.

O presidente do Centro Cultural, Bernardino Nascimento, destacou o significado especial da data, sublinhando o dinamismo e a vitalidade da Casa das Beiras: “é verdade, casa cheia e, quando assim é, sinto-me feliz. Temos aqui uma nova Casa das Beiras, que começa a ganhar o ritmo do que vimos a fazer há mais de 20 anos. É uma grande satisfação estarmos juntos, com amigos e familiares, a celebrar o S. Martinho e também o 33.º aniversário do Rancho Folclórico Académica de Viseu, que é o rancho da nossa casa.”

No final, o dirigente deixou uma mensagem à comunidade portuguesa, em especial aos naturais das Beiras: “quero aproveitar este momento para dirigir uma mensagem à comunidade, especialmente aos beirões da Beira Alta, da Beira Baixa e

Académico de Viseu

da Beira Litoral que ainda não conhecem esta casa. Está na hora de nos visitarem. Venham ver a Casa das Beiras, façam as vossas críticas positivas ou negativas, mas passem por aqui para conhecerem a casa. Eu cá estarei para vos receber com o carinho de sempre.”

Jennifer Machado, ensaiadora do Rancho Folclórico, recordou a sua longa ligação ao grupo e falou sobre os desafios atuais, destacando o orgulho de fazer parte desta instituição cultural que preserva a tradição e for-

talece a comunidade. “Estou no grupo há 32 anos e como ensaiadora há mais de 25 anos. Muitas coisas mudaram ao longo do tempo. Hoje em dia, é um pouco mais difícil manter o rancho, porque antigamente a maioria dos pais eram imigrantes e esta era uma forma de conviver com eles, familiares, amigos e pessoas da nossa região em Portugal. Atualmente, os pais estão mais interessados noutras atividades que não o folclore português.

Ainda assim, ser português e ter orgulho na nossa cultura é especial, principalmente

quando conseguimos envolver os nossos filhos em atividades portuguesas. Não há explicação para o sentimento que isso nos dá.”

A Festa de São Martinho, celebrada a 11 de novembro, marca o início do outono em Portugal e noutros países. Tradicionalmente, realiza-se o magusto, onde se comem castanhas assadas, prova-se vinho novo e desfruta-se de música, animação e pratos típicos. A festa também homenageia São Martinho. A Casa das Beiras celebrou mais um S. Martinho e o aniversário do Rancho Folclórico Académico de Viseu, recordando que a nova sede está localizada na 115 Ronald Ave, Toronto, ON, um espaço que continua a levar e a representar a cultura beirã e o nome de Portugal no Canadá.

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Credito: Francisco Pegado
Credito: Francisco Pegado

Aumentam as reclamações de pacientes em Ontário

Um número crescente de pessoas está a apresentar reclamações ao gabinete do provedor dos pacientes de Ontário, que afirma ter concluído um número recorde de investigações no ano passado, incluindo um caso em que uma pessoa recebeu alta de um hospital sem ser informada de que tinha cancro.

Orelatório anual do Provedor de Justiça dos Pacientes afirma que foram apresentadas 4.886 novas reclamações entre abril de 2024 e março de 2025, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. O relatório também observa que foram resolvidas 4.863 reclamações, algumas das quais transitadas do ano anterior. Entre as questões destacadas no relatório estão o facto de muitos pacientes não se sentirem ouvidos; a necessidade de melhorar os protocolos de alta nas salas de emergência; o uso da força para comportamentos desafiadores; e a falta de cuidados obstétricos/ginecológicos informados sobre traumas, sobre os quais a The Canadian Press noticiou em junho.

«Se não se comunica bem nos cuidados de saúde, então está realmente a criar pro-

blemas para si mesmo», diz o provedor do paciente Craig Thompson.

Ele diz que as reclamações têm aumentado continuamente desde que o seu gabinete foi aberto em 2016, o que atribui em parte a um aumento da consciencialização pública. Mas Thompson também diz que é preocupante ver que as recomendações feitas em relatórios anteriores não foram implementadas em alguns casos.

Quase 60% das últimas reclamações foram sobre hospitais, uma proporção ligeiramente maior do que no ano anterior.

Em resposta às conclusões do provedor, um porta-voz do Ministério da Saúde afirma que espera que todos os hospitais e parceiros de cuidados de saúde mantenham os mais elevados padrões de atendimento ao paciente.

«Há mais de 600 000 interações com o sistema de saúde público de Ontário todos os dias. Uma reclamação sobre a segurança dos cuidados é demais, e é por isso que o governo de Ontário tomou medidas para reforçar a segurança dos pacientes e a experiência dos pacientes nas instituições de saúde em toda a província.»

CBC/MS

Polícia de Peel apreende mais de $ 1 milhão em drogas

A polícia de Peel prendeu e acusou um homem de 29 anos após realizar mandados de busca que resultaram na apreensão de mais de $ 1 milhão em drogas ilegais e uma pistola carregada.

Agentes da Equipa de Intervenção e Resposta Comunitária (CIRT) da 22ª Divisão apreenderam 13 kg de drogas ilegais, incluindo metanfetamina

cristalina, cocaína e fentanil, juntamente com 1.000 cartuchos de munição, informou a polícia de Peel num comunicado à imprensa na quinta-feira.

A investigação começou em setembro, depois que a polícia recebeu uma denúncia da comunidade sobre uma “suspeita de operação de tráfico de drogas na região de Peel”, disse o comunicado. Os agentes da CIRT encontraram um residente de Toronto, segundo a polícia, que foi visto a realizar «várias transações de drogas em toda a região».

O acusado foi indiciado por vários crimes, incluindo posse não autorizada de arma de fogo, armazenamento descuidado de arma de fogo, dispositivo ou munição proibida e cinco acusações de posse para fins de tráfico, informou o comunicado. A polícia afirma que ele foi detido para uma audiência de fiança em Brampton.

No comunicado à imprensa, o chefe da polícia de Peel, Nishan Duraiappah, disse que a «presença reforçada» da CIRT «permitiu aos nossos agentes efetuar esta detenção e apreender drogas perigosas e uma arma de fogo antes que pudessem causar danos».

CBC/MS

Ontário solicita à OPP investigação ao destinatário do Fundo de Desenvolvimento de

O governo de Doug Ford solicitou à Polícia Provincial de Ontário que investigasse as conclusões de uma auditoria a uma empresa que recebeu subsídios do Fundo de Desenvolvimento de Competências da província.

Uma auditoria de rotina a um «prestador de serviços externo» levantou preocupações há dois anos, informou o gabinete do primeiro-ministro num comunicado. Essa auditoria identificou «irregularidades», o que, por sua vez, levou a uma «auditoria forense abrangente» da empresa, informou o gabinete do primeiro-ministro.

A Keel Digital Solutions, uma empresa de software que fornece uma plataforma para cuidados de saúde mental, confirmou numa declaração que foi alvo da auditoria forense da província e que recebeu dinheiro do fundo.

O ministro do Trabalho de Ontário, David Piccini, administra o fundo de 2,5 mil milhões de dólares, que está envolvi-

do em controvérsia há semanas. Em outubro, o auditor geral de Ontário afirmou num relatório que o processo de seleção para concessão de subsídios do fundo «não era justo, transparente nem responsável». O fundo, que visa estimular o crescimento económico, fornece financiamento a organizações para projetos que abordam desafios relacionados com a contratação, formação ou retenção de trabalhadores.

De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, o governo recebeu os resultados da auditoria forense na semana passada e a auditoria recomendou que o assunto fosse encaminhado para a OPP. «Dentro de 24 horas após receber este relatório, o encaminhamento foi feito», disse o gabinete do primeiro-ministro. «Todos os pagamentos associados a este fornecedor estão atualmente sob revisão e outras medidas serão tomadas com base nesse resultado.»

Conselho Municipal de Toronto vota contra o projeto de lei 60

Os vereadores de Toronto votaram a favor de manifestar a sua oposição às alterações propostas pelo governo de Doug Ford à Lei de Arrendamentos Residenciais (RTA), afirmando que estas ameaçam enfraquecer os direitos dos inquilinos e aumentar o número de sem-abrigo na cidade.

No final do mês passado, o governo Ford apresentou o projeto de lei 60, apelidado de Lei de Combate aos Atrasos e Construção Mais Rápida, outra série de alterações propostas com o objetivo de tornar as condições mais favoráveis para os construtores da província enfrentarem a crise habitacional.

A presidente da Câmara Olivia Chow, que apresentou a moção para se opor ao projeto de lei, afirmou que a legislação proposta seria prejudicial para cerca de metade dos habitantes de Toronto que vivem em habitações arrendadas. «Devemos pedir a outros municípios que se juntem a nós e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para diminuir o impacto que este projeto de lei teria sobre os inquilinos de Toronto, porque eles merecem justiça», afirmou. «Eles merecem civilidade e segurança, tal como todas as outras pessoas.»

Chow disse que outras mudanças propostas, que segundo a província acelerariam a redução do acúmulo de processos na

Comissão de Locadores e Locatários (LTB) e aumentariam a oferta de moradias para aluguel, continuam a ser preocupantes para a segurança dos locatários. Elas incluem dar aos inquilinos menos tempo para recorrer das decisões na LTB e aos proprietários um prazo mais curto para que os processos de despejo sejam julgados. Além disso, os proprietários não seriam obrigados a indemnizar os inquilinos despejados para que os proprietários ou suas famílias se pudessem mudar, desde que avisassem com antecedência.

Numa carta enviada ao conselho, o diretor executivo da secretaria de habitação da cidade, Doug Rollins, disse que as «13 iniciativas relacionadas com arrendamentos» no projeto de lei aumentariam a probabilidade de despejos em Toronto e na província, e poderiam adicionar pressões aos programas municipais de serviços de prevenção de despejos, estabilidade habitacional e apoio financeiro.

Os vereadores votaram por 23 a 1 (com duas abstenções) para informar a província que o conselho se opõe às alterações propostas pelo projeto de lei à RTA, «e ao enfraquecimento dos direitos dos inquilinos, incluindo as alterações previstas à «segurança da posse» ou um enfraquecimento ainda maior do controlo dos aluguéis».

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Poilievre diz que não pretende refletir sobre o seu estilo de liderança após saída de dois deputados

O líder conservador Pierre Poilievre afirmou que não pretende refletir sobre o seu estilo de liderança, apesar de dois deputados terem abandonado o partido, um deles alegando que a postura “negativa” de Poilievre na política foi o motivo da sua saída.

Falando a jornalistas em Calgary, na sua primeira conferência de imprensa desde as demissões, Poilievre rejeitou as críticas, citando repetidamente uma declaração anterior do deputado da Nova Escócia Chris d’Entremont, que trocou os conservadores pelos Liberais. Quando questionado se as saídas o levariam a repensar a liderança, respondeu apenas: “Não. O meu plano é continuar a liderar e ser o único a lutar por um Canadá acessível, onde quem trabalha possa pagar uma casa e comida”, afirmou.

D’Entremont acusou o partido de ser gerido como “um grupo de estudantes” e não como “um partido político sério”. Contou ainda à CBC News que dois altos membros conservadores, Andrew Scheer e Chris Warkentin, entraram no seu gabinete a gritar e chamaram-lhe

“cobra” ao saberem da sua intenção de mudar de bancada. Ambos admitiram o insulto, mas garantiram que a conversa foi “calma”.

Um porta-voz de Poilievre chamou “mentiroso” a d’Entremont, dizendo que ele “se encaixa bem entre os Liberais mentirosos”. O líder conservador recordou que, em setembro, o deputado acusava o governo liberal de provocar uma inflação “desumana” nos preços dos alimentos e pedia o fim do imposto sobre o carbono aplicado à agricultura.

Apesar disso, d’Entremont juntou-se aos Liberais, um movimento que, segundo fontes, abalou o Partido Conservador e deu maior margem de manobra ao governo minoritário de Mark Carney no Parlamento. Poucos dias depois, outro deputado, Matt Jeneroux, anunciou que deixará a política no início do próximo ano.

De forma sarcástica, Poilievre concluiu: “Tenho a certeza de que haverá uma cobertura exaustiva deste ‘tumulto’, como sempre acontece quando se trata dos Conservadores.”

CBC/MS

Visita do rei da Suécia

Crescente interesse canadiano em aviões militares Saab

Poucos dias antes de o orçamento federal ser apresentado, o diretor executivo do gigante industrial sueco Saab viajou até Ottawa para se reunir com o mais alto funcionário público do país, um sinal claro de que um acordo pode estar em preparação entre o governo canadiano e o fabricante militar.

Fontes afirmam que o facto de Michael Sabia, secretário do Conselho Privado, ter encontrado tempo na sua apertada agenda a 31 de outubro para reunir-se com Micael Johansson, CEO da Saab, evidencia o interesse do Canadá em adquirir equipamento militar europeu e reforçar a sua capacidade de produção nacional.

Sinais ainda mais claros deverão surgir durante a visita de Estado do rei Carlos XVI Gustavo e da rainha Sílvia da Suécia, que liderarão uma delegação política e empresarial ao Canadá entre 18 e 20 de novembro. A visita incluirá a vice-primeira-ministra sueca, Ebba Busch, e o ministro da Defesa, Pål Jonson, além de mais de 60 representantes do setor empresarial sueco.

Entre eles estará uma das famílias mais ricas do mundo, os Wallenberg, cujos investimentos incluem participações importantes na gigante das telecomunicações Ericsson e na própria Saab, um grande

grupo industrial que produz os aviões de combate Gripen e a aeronave de vigilância GlobalEye.

Com paragens previstas em Ottawa e Montreal, a visita pretende reforçar a aliança militar entre o Canadá e a Suécia, dois países membros da OTAN e com interesses estratégicos no Ártico, pouco tempo depois de o governo de Mark Carney ter prometido 82 mil milhões de dólares em novos investimentos na Defesa.

A delegação fará uma visita às instalações da Bombardier em Montreal, sublinhando o interesse da empresa canadiana em colaborar com a Saab na produção de caças Gripen destinados tanto ao mercado canadiano como a clientes internacionais, incluindo a Ucrânia.

“A Saab quer realizar muito mais trabalho no Canadá a curto prazo. A empresa vê o Canadá como um parceiro ideal, com uma força de trabalho altamente qualificada e capaz de responder ao enorme crescimento da procura global”, afirmou Simon Carroll, presidente da Saab Canadá.

“Ambos os países precisam um do outro, especialmente neste contexto global tão complexo”, acrescentou Christina Keighren, da Business Sweden, organização responsável pela missão CBC/MS

CANADÁ

Carney revelou nova lista de projetos de construção nacional

O primeiro-ministro Mark Carney esteve no norte da Colúmbia Britânica para anunciar a mais recente série de projetos de construção nacional que serão submetidos ao recém-criado Gabinete de Grandes Projetos (MPO), com o objetivo de acelerar as aprovações de infraestruturas.

Na terça-feira, a CBC News noticiou que pelo menos três dos projetos se centram na extração de minerais críticos, um está ligado à exportação de gás natural liquefeito (GNL) e há pelo menos um projeto de transmissão elétrica, segundo fontes que falaram sob condição de anonimato.

No total, haverá pelo menos seis projetos, incluindo:

• A mina Sisson, de minerais críticos, em New Brunswick;

• O projeto Crawford Nickel, em Ontário;

• O projeto Ksi Lisims, de gás natural liquefeito, na Colúmbia Britânica;

• Um projeto hidroelétrico em Iqaluit;

• O projeto Nouveau Monde Graphite Fase 2, no Quebeque.

O Globe and Mail noticiou também, na quarta-feira, que a Linha de Transmissão da Costa Norte fará parte da lista — infor-

mação confirmada por uma fonte à CBC News.

O governo de Carney criou o Gabinete de Grandes Projetos em agosto, depois de os Liberais se terem comprometido a acelerar as aprovações de grandes projetos de infraestrutura considerados de interesse nacional. O novo gabinete supervisiona esse processo.

Em setembro, o primeiro-ministro recomendou uma primeira lista de cinco projetos, que incluía a expansão da produção de gás natural liquefeito na Colúmbia Britânica, a modernização do Porto de Montreal, um projeto de pequeno reator modular em Ontário e novas minas de cobre no Oeste do país.

O orçamento de Carney, divulgado na semana passada, prevê cerca de 214 milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos, além de mais 10 milhões destinados a consultas com comunidades indígenas, para financiar o trabalho de aprovação do novo gabinete.

O plano de crescimento do governo aposta fortemente na rápida construção destes projetos ligados à energia e aos recursos naturais, com o objetivo de expandir os mercados canadenses para além dos Estados Unidos, que se têm mostrado cada vez mais protecionistas.

CBC/MS

Ottawa procura orçamentista parlamentar com “tato e discrição”

O governo canadiano está à procura de um novo Orçamentista Parlamentar (PBO) - alguém com “tato e discrição” - apenas meses depois de ter nomeado, em regime interino, Jason Jacques, um fiscal orçamental conhecido pelas suas críticas contundentes.

OPBO é um agente independente do Parlamento responsável por analisar orçamentos, promessas eleitorais e planos de despesa. O mandato pode durar até sete anos, mas a nomeação permanente exige aprovação parlamentar.

Desde que assumiu o cargo, Jacques tem sido altamente crítico da política fiscal do governo, descrevendo o ritmo de despesa de Ottawa como “estonteante” e “insustentável”. Também questionou se os liberais ainda mantêm “âncoras

fiscais”, indicadores de gestão prudente das finanças públicas, críticas rejeitadas pelo primeiro-ministro Mark Carney e pelo ministro das Finanças François-Philippe Champagne.

Os Conservadores pedem a sua nomeação definitiva, alegando que o estatuto interino permite afastá-lo por causa das críticas. O gabinete do primeiro-ministro confirmou que Jacques poderá candidatar-se ao cargo permanente.

O governo procura alguém com experiência em política orçamental, conhecimento do Parlamento e capacidade para comunicar de forma “neutra”. O cargo oferece uma remuneração entre 225.300 e 265.000 dólares anuais, e a avaliação das candidaturas começa a 8 de dezembro. CBC/MS

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AUTONOMIAS

Pedido

novo adiamento para entrega de proposta para privatização da

Azores Airlines

O consórcio Newtour/MS Aviation pediu um alargamento do prazo para entrega de uma proposta formal para a privatização da Azores Airlines para 24 de novembro. O júri do concurso para privatização da Azores Airlines estabeleceu, hoje, dia 10 de novembro, como o prazo final para a apresentação de uma proposta formal e vinculativa pelo consórcio selecionado. Ao que foi possível apurar pelo Açoriano Oriental, o pedido de adiamento está a ser avaliado durante o dia de hoje.

Depois de um compasso de espera pela decisão do Júri e conselho de administração quanto ao pedido do consórcio para disponibilizar aos sindicatos informação classificada como confidencial, o consórcio realizou, nos últimos dias, reuniões com a Comissão de Trabalhadores da Azores Airlines e com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), com o objetivo de decidir se teria condições de apresentar uma proposta formal.

No domingo, o SPAC revelou que a Assembleia de Empresa da Azores Airlines

aprovou, com 75% dos votos, o acordo negociado entre a direção do SPAC, em coordenação com a Comissão de Empresa SPAC/Azores Airlines, e o Consórcio Newtour/MS Aviation. Um acordo que, segundo o comunicado do SPAC, “assegura a proteção integral dos postos de trabalho e a intangibilidade da remuneração base e dos ‘per diems’ dos pilotos”.

A Comissão de Trabalhadores também já tinha revelado que, no âmbito das reuniões com o consórcio, a larga maioria dos cerca de 300 funcionários da companhia aérea regional mostraram-se favoráveis à privatização da empresa.

O consórcio tem afirmado que está empenhado em apresentar uma “solução sólida”.

Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

AO/MS

VIII Encontro Internacional Cinema & Território dedicado a Ingmar Bergman

O VIII Encontro Internacional Cinema & Território, irá realizar-se nos próximos dias 13 e 14 de novembro, no Edifício da Reitoria da Universidade da Madeira, no Colégio dos Jesuítas, com o tema “Territórios de Bergman” A edição deste ano deste encontro dedicado à “sétima arte” tem como perspetiva para a sua realização, ser um espaço dinâmico de debate e reflexão sobre a obra do cineasta sueco Ingmar Bergman (1918–2007), explorando-a tanto na sua dimensão literal quanto tropológica.

Àsemelhança com edições anteriores, “o evento visa reunir investigadores e profissionais de diversas áreas, como antropologia visual, estética, sociologia, semiótica, entre outras, num espaço interdisciplinar de partilha,

diálogo e reflexão sobre os meios audiovisuais enquanto instrumentos de observação, reflexão e interpretação, num diálogo estreito com o conceito de território”.

No programa, constam as cerimonias de abertura e de enceramento do evento, que terão a presença Núria Perez (diretora de fotografia) e António Rebelo (docente e escritor), dois workshops, dinamizados por António Baía Reis e Margarida Menezes, a apresentação do documentário “Morada”, seguida de conversa com a realizadora Eva Ângelo e ainda duas sessões dedicadas a Ingmar Bergman: A Vergonha (1968) e Em busca da verdade (1961), a serem exibidas nos dias 14 e 15 de novembro, às 21:00, no Cinema NOS - Fórum Madeira. JM/MS

Vinho de Cheiro dos Açores pode voltar a ser autorizado

A Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu aprovou o chamado “Pacote do Vinho”, que poderá permitir o fim da proibição da produção e comercialização de vinhos feitos com castas como a Isabella, responsável pelo tradicional Vinho de Cheiro dos Açores.

Atualmente, apenas vinhos produzidos com castas autorizadas podem ser vendidos na União Europeia, e a Isabella continua proibida, apesar de ser cultivada também em Itália e Espanha.

O enólogo António Maçanita, coproprietário da Azores Wine Company, defende que a proibição deve ser revista, uma vez que não existem razões técnicas nem de saúde que a justifiquem. Ele argumenta que a medida beneficia o lobby das empresas de fitofármacos, dado que as castas híbridas como a Isabella são mais resistentes a doenças e exigem menos produtos químicos. Historicamente, a Isabella teve um papel essencial nos Açores: após o oídio e a

filoxera devastarem as vinhas na década de 1850, ela substituiu cerca de 90% da produção vinícola do arquipélago. Hoje, a casta sobrevive em pequenas áreas e o Vinho de Cheiro continua a ser símbolo cultural das ilhas, presente em tradições como as Festas do Espírito Santo.

Maçanita salienta que a intenção não é expandir a plantação, mas preservar o património vitivinícola açoriano, valorizando o Vinho de Cheiro pela sua identidade aromática única, marcada pelo aroma de morangos silvestres e pelo solo vulcânico.

Enquanto a União Europeia não autorizar a sua produção e comercialização, o risco é o desaparecimento do vinho na sua forma original ou a sua adulteração.

O enólogo conclui que o levantamento das proibições poderia revitalizar o setor vinícola europeu, trazendo diversidade, identidade local e inovação, num momento em que o mercado enfrenta dificuldades.

AO/MS

UMa e Arditi abordam tematicas de cibersegurança em workshop

A Universidade da Madeira (UMa) e a ARDITI vão organizar um workshop, com o tema «Introdução à Cibersegurança: Conceitos, Ameaças e Boas Práticas», que terá lugar no dia 28 de novembro, entre as 08h45 e as 17h45, no Madeira Tecnopolo, Sala Ursa Menor 1 (piso -1), Caminho da Penteada, no Funchal.

Com uma abordagem prática, esta iniciativa visa sensibilizar e capacitar profissionais para os desafios da cibersegurança, promovendo a adoção de medidas eficazes de proteção de dados e segurança digital em ambientes pessoais e corporativos. Ao longo da sessão, serão explorados temas importantes, como gestão de riscos e identificação de ameaças digitais, implementação de medidas de segurança (criptografia, autenticação e integridade de dados), legislação aplicável e certificação QNRCS, bem como as respostas a incidentes e proteção da identidade digital. Serão igualmente apresentadas boas práticas de ciberhigiene, incluindo a atualização regular de software, a gestão segura de palavras-passe e os cuidados a ter com tentativas de phishing, reforçando a importância de uma cultura organizacional consciente e preventiva em matéria de cibersegurança. A formação será conduzida por Filipe Freitas, Professor Adjunto Convidado na Escola Superior de Tecnologias e Gestão da Universidade da Madeira

e Diretor da MEO na Região Autónoma da Madeira. Especialista em Ciências Informáticas com foco na Administração de Redes, é também instrutor da Academia Cisco e Vogal Nacional do Colégio de Engenharia Informática da Ordem dos Engenheiros. No final do workshop, os formandos estarão aptos a identificar comportamentos de risco, aplicar práticas seguras no uso de ferramentas digitais, proteger a identidade digital e implementar medidas de segurança eficazes para garantir a proteção das redes e dos dados das suas organizações. JM/MS

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Depressão Cláudia

Marcelo lamenta morte de dois idosos e salienta precariedade de habitação dos mais pobres

O presidente da República lamentou a morte de um casal de idosos devido à chuva que inundou a sua habitação, em Fernão Ferro, Seixal, e a este propósito salientou a precariedade com que vivem setores mais pobres da população.

Marcelo Rebelo de Sousa "manifesta a sua solidariedade aos familiares das duas vítimas da tempestade no Seixal", no distrito de Setúbal. Numa nota publicada no site da Presidência, o chefe de Estado acrescenta que "não pode deixar de sublinhar que a tragédia natural se depara infelizmente tantas vezes com a precariedade da vida e da habitação de setores mais idosos ou mais pobres da população".

Segundo Rui Pablo, do Serviço de Proteção Civil Municipal do Seixal, o casal de idosos, com 88 anos, foi encontrado morto na manhã de quinta-feira (13) na casa onde habitavam e que inundou.

Defesa

Também o primeiro-ministro lamentou a morte do casal em Fernão Ferro, durante o mau tempo que se fez sentir nos últimos dias. "Foi com uma profunda tristeza que recebi a notícia do falecimento de um casal de idosos em Fernão Ferro, Seixal, fruto da tempestade Cláudia", refere Luís Montenegro numa publicação na rede social X.

O chefe do Governo salientou não haver palavras que "consolem a angústia do momento" e apresentou condolências, em seu nome e do Governo de Portugal, aos familiares e amigos.

Portugal continental e o arquipélago da Madeira foram afetados desde quarta-feira (12) pelos efeitos da depressão Cláudia, com chuva, vento e agitação marítima fortes. O distrito de Setúbal foi um dos mais afetados pela chuva forte desde a madrugada de quinta-feira (13).

Força Aérea "dá passo em frente" com Black Hawk porque "não quer que fique tudo na mesma"

O ministro da Defesa Nacional defendeu que a Força Aérea deu "um passo em frente" ao adquirir quatro helicópteros Black Hawk para ajudar em missões de emergência médica "porque não quer que fique tudo na mesma".

"Assim que o problema está identificado, temos uma de duas possibilidades: ou não fazemos nada, ou tentamos ajudar. E a Força Aérea dá um passo em frente, porque não quer que fique tudo na mesma. Porque quer prestar o seu auxílio. Sabemos que há muito também quem queira que fique tudo na mesma. Mas nós, na Defesa Nacional, estamos neste passo do lado certo da História", defendeu Nuno Melo.

O governante e presidente do CDS-PP discursava na abertura solene do ano letivo da Academia da Força Aérea, que decorreu na Base Aérea N.1 em Sintra, distrito de Lisboa.

Nuno Melo manifestou-se confiante de que "haverá muitas vidas que serão salvas por causa deste esforço, mais um, da Força Aérea portuguesa".

Numa altura em que se tem debatido publicamente a adequabilidade destes meios para missões de emergência médica, Nuno Melo reagiu às críticas, rejeitando ter "alguma predileção por qualquer tipo de equipamento" uma vez que "nessa matéria não é especialista".

"Nós vivemos num país em que toda a gente é especialista. Toda a gente sabe de tudo. E, ao que parece, sabem imenso de helicópteros. E eu confesso que não sei", ironizou. O governante defendeu que, nas decisões que toma, tem por base "pareceres técnicos" e insistiu que a Força Aérea já realiza este tipo de missões nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

JN/MS

Ministro da Educação

Ministro pondera

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, afirmou, na Web Summit, que a proibição de smartphones até ao 6.° ano de escolaridade está a "ter muito bons resultados" e admitiu alargar a medida até ao 9.° ano.

"Estamos a fazê-lo de maneira gradual, de forma a que seja pedagógico para os alunos, professores e famílias", afirmou, no Meo Arena, em Lisboa, acrescentando que a proibição pode aplicar-se a todas as escolas, caso o balanço seja positivo. "Gostamos de basear as nossas políticas em estudos, vamos ver o que acontece. Os resultados serão analisados e depois haverá uma decisão", declarou à Rádio Renascença.

No início do atual ano letivo, foi recomendado às escolas o veto de smartphones com ligação à internet aos alunos que frequentam até ao 6.° ano. Paralelamente, o ministro anunciou que o Governo está a preparar uma estratégia nacional para a inteligência artificial (IA) na Educação, que deverá ser apresentada no primeiro semestre do próximo ano.

O plano prevê introduzir a IA em todos os níveis de ensino, desde o Básico ao Superior, tornando-a numa ferramenta indispensável. "Será um instrumento que teremos de saber utilizar para tirar partido de todo o potencial e de todas as capacidades que oferece aos utilizadores. Acredito que vai fazer a diferença na forma como as

PORTUGAL

Líder do PS diz que primeiro-ministro deve explicações sobre os problemas na Saúde

O secretário-geral do PS afirmou, em Setúbal, que o primeiro-ministro falhou abruptamente na sua primeira prioridade em relação à Saúde e desafiou o chefe do Governo a explicar a degradação do Serviço Nacional de Saúde.

"O primeiro-ministro falhou abruptamente na sua primeira prioridade em relação à Saúde. Tinha prometido reduzir o tempo de espera das cirurgias oncológicas e hoje tornou-se público o relatório de avaliação do desempenho do Serviço de Saúde, que mostra que houve uma quebra de 20% no terceiro trimestre deste ano", disse José Luís Carneiro, "Perante a estupefação que manifestou a ministra da Saúde, o primeiro-ministro tem o dever de explicar ao país o que é que justifica esta quebra de 20% nas cirurgias oncológicas", acrescentou o líder do PS, que falava aos jornalistas após uma reunião do Secretariado Nacional do Partido Socialista, que decorreu numa unidade hoteleira de Setúbal.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, admitiu tratar-se de um "problema muito preocupante" e sublinhou que o novo sistema de referenciação e a integração nas Unidades Locais de Saúde (ULS) deverão contribuir para reduzir tempos de espera, mas José Luís Carneiro considera que neste momento já deve ser o próprio primeiro-

-ministro a dar explicações sobre os problemas no setor da Saúde.

"Já não se trata de um problema da ministra da Saúde, trata-se de um problema do primeiro-ministro, porque soubemos também que a ministra foi confrontada com ordens de cortes orçamentais no Ministério da Saúde. Já ninguém consegue esconder que foram dadas ordens para reduzir o investimento na saúde, na aquisição de bens e serviços na ordem dos 10%. É o primeiro-ministro que responde pela política do Governo e é o primeiro-ministro que tem de dar explicações", disse José Luís Carneiro.

"O Governo e o primeiro-ministro devem uma explicação pública. Os portugueses têm o dever de exigir essa explicação ao primeiro-ministro que prometeu solucionar os problemas da Saúde em muito pouco tempo", sublinhou o líder socialista.

José Luís Carneiro considerou ainda que o agravamento dos problemas na área da Saúde durante a governação de Luís Montenegro, particularmente na região de Setúbal, contrasta com os investimentos decididos pelos Governos do PS no distrito de Setúbal, que se traduziram em "mais 11 novas unidades de saúde e requalificação de unidades de saúde e também na requalificação de três das quatro urgências da região".

JN/MS

pessoas trabalham, vivem e na produtividade", sublinhou. Fernando Alexandre revelou-se "tecno-otimista" e assumiu que a IA vai aumentar a eficiência no trabalho, mas alertou para a necessidade de reformar os métodos educativos e renovar a classe docente. Destacou que 60% dos professores têm mais de 50 anos e que a substituição por profissionais mais novos será uma oportunidade para modernizar o sistema educativo. "Os mais velhos são bastante importantes porque têm muita experiência no ensino. Mas, no que diz respeito às tecnologias, esperamos que os professores mais jovens sejam mais capazes de tirar partido delas", revelou.

Saúde

JUNHO DE 2025

AGOSTO DE 2025

Sonho à

A obra está a crescer a um va projetado. Mês a mês, quem downe Ave, não fica indiferente erguer – o Magellan Community para todos os portugueses só porque se trata de uma muito necessária, mas também está a ser construída com a comunidade. Todos devemos casa acolha o mais breve de modo que tenham os cuidados ambiente muito português. presente na Gala de angariação que acontecerá no próximo preocupe, não lhe vão faltar na medida das suas possibilidades. ta, em breve será uma realidade.

SETEMBRO DE 2025

à vista!

um ritmo acima do que estaquem passa no 640 da Lansindiferente à obra que se está a Community Centre. Um orgulho residentes no Ontário, não casa há muito aguardada e também porque é uma obra que a ajuda financeira da nossa devemos contribuir para que esta possível os nossos idosos, cuidados que merecem, num português. Se não conseguiu estar angariação de fundos do Magellan dia 22 de novembro, não se oportunidades para ajudar, possibilidades. O sonho está à visrealidade.

MB / DG. (Khizar Iqbal)
MAIO DE 2025
JULHO DE 2025
OUTUBRO DE 2025

PORTUGAL MUNDO

Paris homenageia Manuel Dias, vítima dos ataques terroristas que mataram 130 pessoas

A placa que evoca a memória de Manuel Dias, o português que se tornou a primeira vítima mortal do massacre em Paris, a 13 de novembro em 2015, foi o ponto inicial das cerimónias que assinalaram dez anos do atentado terrorista que mudou tudo na capital francesa.

Os ataques começaram nas imediações do Stade de France, ao norte de Paris, onde a seleção da casa disputava um jogo amigável contra a Alemanha na presença do então presidente francês, François Hollande. Uma pessoa morreu na área do estádio: Manuel Dias.

"Falo hoje com imensa emoção, a de uma filha, uma mãe, um irmão, uma irmã, um

amigo, alguém a quem um ente querido foi tirado. Desde 13 de novembro, existe um vazio que não pode ser preenchido. Uma ausência que pesa muito todas as manhãs e todas as noites, nos últimos 10 anos. Mas também existem memórias que nada pode apagar", afirmou, nesta manhã, a filha do português, Sophie Dias. "Dizem-nos para virar a página, dez anos depois, mas o vazio é imenso, o choque permanece e a incompreensão ainda reina. Gostaria de saber porquê, gostaria de compreender. Gostaria que estes ataques parassem. Infelizmente, somos impotentes".

Manuel Colaço Dias, de 63 anos e natural da aldeia de Corte do Pinto, perto de Mértola, não deveria estar a trabalhar naquela

noite, mas aceitou o transporte de três pessoas, que seguiam atrasadas para o jogo de futebol. Ao jornal "The Guardian", Michael Dias, filho do motorista, contou em 2015 que o pai estava reformado há três anos, mas que, de vez em quando, aceitava alguns trabalhos, porque gostava do contacto com as pessoas.

Dias deixou os clientes perto da entrada principal e pouco depois, às 21.20 horas, do lado de fora do estádio, o primeiro terrorista fez-se explodir, matando Manuel. Tinha telefonado à mulher pouco antes, a dizer que ia tomar um café. Foi a última vez que falou com a família. Novas explosões seguiram-se às 21.30 horas e às 21.53 horas, causando ferimentos em 14 pessoas. O ter-

ror durou mais três horas noutros pontos da cidade.

"Passámos a noite toda acordados à espera de notícias, mas só na manhã seguinte, por volta das 8 horas, soubemos pelo Governo português que o meu pai tinha morrido no ataque. O Governo francês contactou-nos no domingo", disse Michael.

A segunda vítima portuguesa do ataque, Précilia Correia, de 35 anos, era filha de pai português e mãe francesa e morreu algum tempo depois, na sala de espetáculos Bataclan, onde assistia ao concerto dos Eagles od Death Metal.

Filipina

Mais de 1,7 milhões de crianças filipinas afetadas pelo supertufão

Mais de 1,7 milhões de crianças foram afetadas pelo supertufão Fung Wong no noroeste das Filipinas, anunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Atempestade causou mais de 25 mortos e quase 30 feridos no arquipélago. O tufão provocou ainda danos generalizados em casas e escolas e interrupções no acesso das crianças aos serviços de saúde em 16 regiões do país. "As crianças e as famílias mal conseguem recuperar de uma crise antes de a próxima chegar e ficarem exatamente onde começaram. Num mundo onde os desastres climáticos estão a tornar-se mais frequentes e intensos, os mais vulneráveis não deviam pagar o preço mais alto", afirmou a representante da UNICEF nas Filipinas, Kim Kyung-sun.

A organização indicou que as crianças afetadas pelo supertufão enfrentam agora um maior risco de infeções respiratórias agudas, doenças diarreicas, problemas de

saúde mental, subnutrição e dificuldades de aprendizagem.

Além disso, milhares de famílias foram forçadas a mudar-se para abrigos sobrelotados devido à destruição das casas.

De acordo com a mesma fonte, mais de 15 mil salas de aula sofreram danos de diferentes graus e mais de 900 escolas públicas estão a ser utilizadas como abrigos temporários.

Por isso, as crianças afetadas "perderam espaços seguros para aprender e brincar, aumentando ainda mais a necessidade urgente de apoio psicossocial e de serviços de proteção da criança", indicou a UNICEF. "Defendemos uma abordagem abrangente: fornecer apoio urgente para salvar vidas, ao mesmo tempo que promovemos políticas climáticas centradas na criança, serviços sociais resilientes ao clima e mobilizamos financiamento climático para proteger as comunidades", disse Kim, lembrando que as Filipinas foram classificadas pelo Índice Mundial de Risco como o país mais vulnerável a desastres naturais.

"Por conseguinte, a UNICEF está a realizar avaliações conjuntas com o Governo filipino e outros parceiros para determinar as necessidades mais urgentes em termos de água, saneamento e higiene, saúde, nutrição, educação e proteção social", avançou.

Além disso, a agência da ONU está também a distribuir mantimentos de emergência que já estavam preparados nos armazéns da UNICEF em Manila e Cotabato para que cheguem rapidamente às famílias afetadas.

A UNICEF também vai entregar alimentos nutricionais de emergência para garantir que as crianças desnutridas continuam a receber tratamento, enquanto trabalha para implementar a distribuição de 540.000 dólares de ajuda financeira de emergência às famílias mais vulneráveis em Catanduanes, uma das províncias mais atingidas.

JN/MS

Colonos israelitas

Colonos israelitas incendeiam mesquita na Cisjordânia após críticas militares

Um grupo de colonos israelitas incendiou e vandalizou uma mesquita na aldeia palestiniana de Deir Istiya, na Cisjordânia, após críticas de responsáveis militares israelitas a ataques recentes contra palestinianos.

Parte das paredes, vários exemplares do Alcorão e o revestimento do chão ficaram queimados e nas paredes foram escritas mensagens em hebraico como "não temos medo" e "vamo-nos vingar novamente", segundo a agência Associated Press. O ataque ocorreu um dia depois de o chefe do Comando Central do Exército israelita, general Avi Bluth, ter condenado a violência dos colonos. Soldados israelitas estiveram no local, mas o Exército não comentou de imediato o incidente.

De acordo com a ONU, o número de ataques de colonos aumentou nas últimas semanas, coincidindo com a época da colheita das azeitonas. Outubro foi o mês com mais ataques registados desde 2006, ano em que começaram a ser recolhidos dados sobre o tema.

O presidente israelita, Isaac Herzog, classificou a violência como "chocante e grave" e apelou às autoridades para que atuem "de forma decisiva". O chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, afirmou que o Exército "não tolerará atos criminosos" que desviem os militares da sua missão.

EUA

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, expressou preocupação com o aumento da violência na Cisjordânia, advertindo que pode "comprometer os esforços em curso em Gaza".

Palestinianos e organizações de direitos humanos acusam as autoridades israelitas de não travarem os ataques dos colonos.

O Governo israelita inclui vários ministros ligados ao movimento colonizador, como o ministro das Finanças Bezalel Smotrich e o ministro da Segurança Nacional Itamar BenGvir, que supervisiona a polícia.

JN/MS

Governo dos EUA volta a funcionar

mas só garante dinheiro até janeiro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a proposta de lei aprovada pelo Congresso que põe fim ao encerramento por 43 dias da atividade administrativa do governo, o mais longo da história do país.

Oacordo aprovado horas antes pelo Congresso resulta num orçamento provisório até 30 de janeiro, data até à qual o poder legislativo dos Estados Unidos terá que aprovar verbas para todo o exercício, se quiser evitar uma nova suspensão administrativa ('shut down').

O pacote orçamental assinado por Trump garante o financiamento provisório das agências governamentais até a data indicada, dando ao Congresso tempo para negociar dotações de longo prazo, mas também cria mecanismos para evitar situações como as vividas durante esta suspensão administrativa. Em especial, este pacote já irá financiar - aconteça o que acontecer em janeiro - durante todo o exercício, o Departamento de Agricultura, responsável pelo Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP, na sigla em inglês).

A lei evita assim o que aconteceu durante esta suspensão, em que milhões de pessoas ficaram desde o início de novembro sem a assistência garantida pelo programa de apoio alimentar, do qual beneficia, pelo menos, 1 em cada 10 americanos.

O pacote também permite que cerca de 670.000 funcionários federais retornem aos seus postos após 43 dias sem trabalho e sem salário, além de garantir que os aproximadamente 730.000 funcionários que continuaram a trabalhar - no desempenho

de funções consideradas essenciais - recebam salários em atraso.

O último cheque chegou a estes trabalhadores em meados de outubro, e mesmo assim num pagamento parcial, com o qual apenas lhes foram pagos os dias trabalhados na segunda quinzena de setembro.

A lei agora em vigor deverá aliviar a situação do transporte aéreo nos Estados Unidos, onde, perante a escassez de controladores aéreos (muitos dos quais pediram licença para poderem trabalhar em tempo parcial), o volume de voos caiu para praticamente 10% nos 40 aeroportos com mais tráfego do país, provocando milhares de atrasos e cancelamentos desde 07 de novembro.

A dotação orçamental aprovada pelo Senado, graças a oito democratas que ignoraram a disciplina de voto, e que foi selada pela Câmara dos Representantes, também rescinde todas as demissões de funcionários, num número estimado em cerca de 6.000, que a Administração Trump aprovou desde o início do 'shut down', e bloqueia qualquer outra redução de pessoal federal até janeiro.

Na cerimónia de assinatura na Sala Oval, o presidente norte-americano agradeceu aos senadores democratas que votaram com os republicanos por terem mudado de opinião e garantiu que não permitirá outra "extorsão" nas futuras negociações orçamentais, que, na sua opinião, não deveriam ser tão complicadas de resolver com a maioria republicana no Congresso.

O impasse de mais de um mês no Congresso foi uma resposta à recusa dos democratas em apoiar a continuidade

orçamental se os republicanos não se comprometessem a prolongar os subsídios ao programa de seguros de saúde acessíveis, Obamacare, que expiram no final do ano, enquanto os conservadores exigiam primeiro reabrir a Administração e depois negociar os subsídios.

Os republicanos prometeram que permitirão que o legislativo vote a extensão dos subsídios do Obamacare, uma vez aprovada esta autorização orçamental provisória.

JN/MS

ArEmissões de dióxido de carbono dos combustíveis fósseis devem atingir novo recorde em 2025

As emissões de dióxido de carbono (CO2) ligadas aos combustíveis fósseis devem atingir um novo recorde em 2025, indica um estudo que confirma que será praticamente "impossível" limitar o aquecimento global a menos de 1,5°C.

Segundo dados do Global Carbon Project (GCP) publicados durante a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), as emissões de CO2 provenientes do carvão, petróleo e gás serão este ano 1,1% superiores às de 2024, atingindo 38,1 mil milhões de toneladas (Gt CO2).

Realizado por 130 cientistas internacionais, o estudo assinala que se trata de "mais do que o aumento médio anual dos últimos dez anos, que foi de 0,8%", acrescentando que estas emissões são 10% superiores às de 2015, quando foi adotado o Acordo de Paris, em que os países se comprometeram a agir para que as temperaturas mundiais não subam além de dois graus Celsius (ºC) acima dos valores da época pré-industrial e de preferência que não aumentem além de 1,5ºC.

Apesar de as emissões terem diminuído em vários países, principalmente devido ao desenvolvimento das energias renováveis, à eletrificação dos veículos e à redução da desflorestação, "coletivamente, o mundo não está a fazer o suficiente", disse Glen Peters, do Centro Internacional de Investigação Climática, à agência noticiosa France-Presse. "Todos devem fazer a sua parte e todos devem fazer mais", salientou. O GCP precisa que as emissões ligadas à queima de carvão deverão aumentar 0,8% este ano, um novo máximo, enquanto os aumentos das de petróleo e gás serão de 1% e 1,3%, respetivamente. Por regiões, as emissões dos Estados Unidos e da União Europeia aumentarão 1,9% e 0,4%, respetivamente, numa inversão da tendência decrescente verificada nos últimos anos, enquanto as da China, o maior poluidor do mundo, parecem estar a estabilizar (+0,4%), embora Glen Peters considere que a incerteza em relação às políticas do país torna prematuro afirmar que o pico já foi atingido.

O estudo estima que a quantidade de CO2 restante para manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C seja de 170 mil milhões de toneladas (GtCO2).

"Isto equivale a quatro anos de emissões à taxa atual antes de se esgotar o orçamento alocado para limitar o aquecimento a 1,5°C. Portanto, na prática, é impossível", conclui Pierre Friedlingstein, da Universidade de Exeter, que liderou o estudo.

Esta constatação do fracasso tornou-se cada vez mais clara ao longo de 2025 e é agora reconhecida pelas Nações Unidas, por cientistas climáticos, pelo presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pelos participantes nesta COP, sendo agora o objetivo garantir que o excesso de aquecimento é temporário, ainda que possa durar décadas, refere a AFP.

A COP30 decorre desde segunda-feira (10) em Belém, no Brasil, devendo terminar no dia 21.

Credito: JN

A 11.ª jornada fecha o primeiro terço da Liga Betclic com Porto firme, Sporting resistente e Benfica vacilante. Enquanto isso, a arbitragem continua a ser o tema que mais divide e menos convence.

Na semana em que os campeonatos param para dar lugar às seleções, fechou-se o primeiro terço da Liga Betclic com a realização da 11.ª jornada. Olhando para os resultados, há desde logo dois empates que saltam à vista: o do Benfica frente ao Casa Pia e o do Gil Vicente diante do AVS SAD.

O FC Porto deslocou-se a Vila Nova de Famalicão para defrontar uma das equipas sensação desta edição, o Famalicão, por 1-0, graças ao tento solitário marcado por Viktor Froholdt. A principal novidade da equipa azul e branca tem sido a consolidação do jovem promissor Rodrigo Mora no 11 inicial, depois de um início de época titubeante do mesmo. Dá a sensação de que Farioli tem uma ideia de jogo para Rodrigo Mora diferente daquela a que o atleta estava habituado, e tem trabalhado no silêncio do Olival para moldar novas rotinas e dar-lhe espaço para crescer.

Por sua vez, o Sporting, num jogo envolto em polémica, viajou até aos Açores, mais propriamente a São Miguel, para defrontar o Santa Clara, tendo vencido com dificuldade por 2-1, sendo os golos dos leões marcados por Pedro Gonçalves e por Morten Hjuldmand, enquanto que Vinícius Lopes marcou o tento de honra dos açorianos.

Já o SL Benfica, no primeiro jogo da nova era sob a presidência de Rui Costa, recebeu o Casa Pia, tendo o encontro terminado empatado a 2 bolas com Sudakov e Pavlidis a marcarem os golos dos encarnados, sendo os golos dos gansos marcados por Tomás Araújo (AG) e por Renato Nhaga. O golo sofrido aos 91 minutos marcou já a terceira vez esta época em que o Benfica perde pontos nos descontos. Com esses seis pontos perdidos nos descontos, o Benfica teria hoje 31 pontos e estaria em igualdade pontual com o FC Porto sendo que, provavelmente, o ruído em volta da equipa seria bem menor. Ao mais alto nível, todos os detalhes contam.

Nos restantes jogos, o Braga dá indicações de, após um início de época irregular, ter começado a encontrar o seu rumo, enquanto o Gil Vicente não foi

além de um empate na Vila das Aves, ante o AVS SAD, a 1 bola.

A última semana trouxe-nos também nova convocatória para a seleção das Quinas. Mais uma vez, Roberto Martinez nada mexeu no núcleo duro, fazendo apenas entrar Carlos Forbs. Algo que começa igualmente a ser padrão nestas convocatórias é a ausência continuada e, aparentemente, definitiva de Raphael Guerreiro que parece não contar para o selecionador luso. Roberto Martinez prefere olhar à coesão do grupo ao invés de olhar ao momento de forma dos atletas. É uma perspetiva, cujos resultados darão o veredito final.

Um assunto que continua em voga no futebol português, e afirmo-o com tristeza, é a arbitragem. É cada vez mais evidente a falta de qualidade no quadro de árbitros do futebol português e

mais ridícula ainda tem sido a postura dos dirigentes máximos da arbitragem em Portugal que tem andado constantemente a escamotear esta mesma falta de qualidade. A conferência de imprensa conjunta de Duarte Gomes, diretor técnico da arbitragem, e Luciano Gonçalves, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, é disso exemplo.

Numa conferência de imprensa prevista e convocada para analisar as 10 primeiras jornadas da Liga Betclic, foi afirmado que nesse período o VAR teve uma taxa de acerto de 97% nas decisões. Quem acompanha a nossa Liga sabe perfeitamente que isto é ‘tapar o sol com a peneira’. A taxa de acerto das decisões concerteza tem sido muito abaixo dessa percentagem, e o reflexo disso é o facto de praticamente todos os clubes terem razões de queixa da arbitragem. Como na anedota do idoso que, ao ouvir na rádio que há um carro em contramão na autoestrada, exclama: “Um? Vão todos em contramão!”. Não digo que os árbitros errem de forma intencional. Digo, simplesmente, que erram.

Conforme já tive oportunidade de partilhar anteriormente, sempre fui e continuo a ser contra o VAR, principalmente nos moldes em que está implementado! Se quiséssemos ser realmente sérios e honestos na análise, a tecnologia que deveria ser implementada, e que no nosso futebol ninguém fala nela ou faz questão de a ter, é a tecnologia da linha de golo! Há coisas difíceis de entender.

Na última semana esteve igualmente em destaque as eleições do Benfica, que terminaram com vitória estrondosa de Rui Costa, que será alvo de análise na crónica da próxima semana.

Crónica escrita com análises e ponto de vista do seu autor.

I LIGA

Sporting resgata vitória ao cair do pano nos Açores

C.D.

1

Sporting CP 2

O Sporting teve de suar para bater o Santa Clara, nos Açores, por 2-1. Vinicius colocou os açorianos na frente, mas Pedro Gonçalves e Hjulmand, já na compensação, resgataram os três pontos. O Santa Clara entrou com o pé direito na partida e adiantou-se com um golo madrugador de Vinicius, aos cinco minutos. No entanto, o Sporting conseguiu igualar ainda na primeira parte, por intermédio de Pedro Gonçalves (32 m), com uma assistência de Geny Catamo. Já na segunda metade, os leões tiveram de fazer das tripas coração para chegar ao triunfo. Com menos uma unidade, o capitão Hjulmand (90+5 m) desviou de cabeça para o fundo das redes uma bola, conquistando assim três suados pontos.

Afinal, porque é que o VAR não interferiu no lance que deu o golo ao Sporting nos Açores?

O Sporting ganhou nos Açores, frente ao Santa Clara, com um golo marcado de um canto que não existiu. Mas, afinal, porque o VAR não disse nada ao árbitro? O antigo juiz Paulo Pereira explica os motivos. O golo de Hjulmand, que deu a vitória ao Sporting aos 90+4 minutos, contra o Santa Clara, nos Açores, promete continuar a alimentar a polémica dos últimos dias em relação às arbitragens. Paulo Pereira, antigo árbitro de futebol, ilibou o VAR de qualquer culpa, sublinhando que os pontapés de canto não fazem parte do protocolo, apesar

da implicação direta do lance no resultado. "A questão dos pontapés de canto não faz parte do protocolo VAR. Apesar do golo, o erro foi o assinalar do pontapé de canto. Os pontapés de canto e os lançamentos estão completamente fora do protocolo e não haveria ali qualquer possibilidade de intervenção do VAR. O golo nasce de um erro da equipa de arbitragem e é muito evidente. Quenda, claramente, joga a bola para fora, mas, como digo, o erro foi o assinalar do pontapé de canto e os cantos estão completamente fora do protocolo, nem sequer se equacionou alguma vez, em termos de regulamento de arbitragem, que um canto ou um lançamento pudesse ser visto pelo VAR", explicou o árbitro em declarações ao JN. Refira-se que na sequência do lance, os protestos dos jogadores do Santa Clara levaram o árbitro a expulsar Adriano.

Árbitro e assistente do Santa ClaraSporting vão ser punidos pelo Conselho de Arbitragem

Conselho de Arbitragem ficou desconfortável com o lance que permitiu ao Sporting ganhar ao Santa Clara (1-2), nos Açores, sabe o JN. Árbitro e assistente ajuizaram um pontapé de canto a favor dos leões, quando deveriam ter assinalado pontapé de baliza. Lance é evidente, mas não podia merecer intervenção do VAR. O Conselho de Arbitragem (CA) prepara-se para punir o árbitro João Gonçalves e o assistente Ângelo Pinheiro, que estiveram no centro da polémica do jogo entre o Santa Clara-Sporting, ao assinalarem um pontapé de canto inexistente que daria o golo da vitória aos leões (1-2). Segundo apurou o JN, ambos

Pia

O Benfica foi até ao reduto do Vitória de Guimarães, no Estádio D. Afonso Henriques, vencer por 3-0. Tomás Araújo, Dahl e João Rego deram a vitória aos encarnados.

Num dos jogos mais aguardados da 10.ª jornada da Liga, o Benfica conseguiu superar o Vitória de Guimarães (3-0) e chegou à terceira vitória consecutiva, o melhor registo desde que José Mourinho assumiu o comando técnico dos

Depois do nulo na primeira, as águias entraram com força na segunda parte e rapidamente chegaram à vantagem, graças a um golo de cabeça de Tomás Araújo (54 m). Já Samuel Dahl (62 m) e João Rego (88 m), este último numa recarga, trataram de ampliar e consumar mais um triunfo.

Pelo meio, Fabio Blanco (56 m) levou um cartão vermelho direto e acabou por tornar a missão dos vimaranenses bem mais difícil.

Desta forma, o Benfica chega aos 24 pontos e coloca-se a um ponto de Sporting e F. C. Porto, sendo que os azuis e brancos recebem no domingo, às 20. 30 horas, o Braga. JN/MS

deverão ficar de fora nas próximas jornadas do campeonato, fazendo jus ao novo modelo implementado na arbitragem. De acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, o CA ficou desconfortável com o lance nos Açores e não pactuará com situações tão evidentes que possam prejudicar os intervenientes do jogo. É dentro dessa premissa que tanto o árbitro como o assistente serão afastados nos próximos tempos como forma de serem responsabilizados por uma análise manifestamente errada, que levou o Sporting a vencer o jogo,

graças a um golo marcado por Hjulmand, aos 90+4 minutos.As imagens televisivas são claras e mostram que o pontapé de canto é inexistente. No entanto, recorde-se, o VAR não pode chamar o árbitro à atenção por se tratar de um lance que não está contemplado no protocolo, já que não se tratou de golo, penálti, comportamento para expulsão ou engano na amostragem de cartões. Pontapés de canto e livres, mesmo precedendo golos, estão fora da análise do videoárbitro.

JN/MS

Golo solitário de Froholdt em Famalicão vale liderança isolada ao F. C. Porto

Famalicão

Porto

O F. C. Porto foi a Famalicão vencer pela margem mínima (1-0), graças ao golo do médio Froholdt, num encontro em que Bednarek saiu lesionado na primeira parte.

Dragões voltam a distanciar-se no topo da tabela. A superioridade dos dragões na primeira parte foi notória e depois da má notícia da lesão de Bednarek, Froholdt carimbou uma grande exibição no início do encontro com o

primeiro golo aos 36 minutos, após combinação no flanco esquerdo entre Rodrigo Mora e Francisco Moura, que assistiu o dinamarquês que apareceu só na zona de penálti. Na segunda metade a equipa da casa ganhou mais confiança com bola, mas não conseguiu traduzir a posse em situações de finalização. O técnico Francesco Farioli recorreu ao banco para refrescar a equipa e segurou os três pontos. Com este triunfo, o F. C. Porto segue no primeiro lugar do campeonato com 31 pontos, mais três que o Sporting, em segundo. Já o Famalicão afasta-se do Gil Vicente, mas continua no top-5. JN/MS

Pedro Gonçalves marcou o primeiro golo da reviravolta. (Eduardo Costa/Lusa)
Desalento da defensiva do Benfica. (Filipe Amorim / AFP)
Froholdt marcou o único golo do encontro. (Miguel Lemos / AFP)

I LIGA - CLASSIFICAÇÃO

II LIGA - CLASSIFICAÇÃO

RESULTADOS - 11ª JORNADA

Estoril

1-1 Rio Ave

CD Tondela 0-1 Vitória SC Santa Clara 1-2

Est. Amadora 1-1 Nacional AFS 1-1 Gil Vicente

FC Famalicão 0-1 FC Porto

Benfica 2-2 Casa Pia AC

SC Braga 2-1 Moreirense

12ª JORNADA (HORA EM PORTUGAL)

28/11

Vitória SC 20:15 AFS 29/11

Casa Pia AC 15:30 FC Alverca

Moreirense 15:30 FC Famalicão

Nacional 18:00 Benfica

Gil Vicente 20:30 CD Tondela

30/11

Rio Ave 15:30 Santa Clara

Sporting 18:00 Est. Amadora

FC Porto 20:30 Estoril Praia 01/12

FC Arouca 20:15 SC Braga

RESULTADOS - 11ª JORNADA

Feirense 0-0 Farense

FC Penafiel 1-1 Sporting B

Portimonense 1-1

UD Oliveirense

Benfica B 1-2 FC Vizela

GD Chaves 0-1 FC Porto B

Leixões 1-0 Torreense

FC Felgueiras 1-3 Académico

Marítimo 2-0 Paços Ferreira

Lourosa 1-1 UD Leiria

12ª JORNADA (HORA EM PORTUGAL)

29/11

Académico 11:00 FC Penafiel

UD Oliveirense 14:00 Leixões

30/11

FC Porto B 11:00 Lourosa

Torreense 11:00 GD Chaves

Portimonense 14:00 Marítimo

Sporting B 15:30 Farense

UD Leiria 15:30 Benfica B 01/12

Paços Ferreira 14:00 FC Felgueiras

FC Vizela 18:00 Feirense

Braga volta às vitórias na receção ao Moreirense

O Sporting de Braga venceu este domingo na receção ao Moreirense por 2-1, em jogo da 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, com golos do uruguaio Rodrigo Zalazar e Ricardo Horta.

Os bracarenses, que tinham perdido na ronda anterior no terreno do líder F. C. Porto, regressaram aos triunfos, com golos de Rodrigo Salazar, aos 13 minutos, na conversão de uma grande penalidade, e de Ricardo Horta, aos 71. Apesar da derrota, o Moreirense, que reduziu nos minutos finais, por Maracás, aos 82, permanece no sexto lugar, com 18 pontos, mais dois do que o Sporting de Braga, que é sétimo.

JN/MS

Conselho Superior do F. C. Porto dá voto de louvor a André Villas-Boas

O Conselho Superior do F. C. Porto aprovou, por aclamação e unanimidade, um voto de louvor e apoio a André Villas-Boas em "solidariedade pela abnegada defesa dos legítimos interesses do clube" que, segundo o órgão consultivo, "têm sido atacados".

A reunião do Conselho Superior ficou marcada pelo voto de louvor ao presidente do clube, eleito em abril de 2024, sendo que o mesmo vai ser presente à Assembleia Geral do Clube, que se realiza no próximo dia 22. Segundo informações prestadas pelo F. C. Porto, vários dos conselheiros presentes na reunião, destacaram a "unidade e solidariedade que se vive no clube". No Conselho Superior estão representados 15 elementos da Lista B, liderada por André Villas-Boas, às últimas eleições do clube, quatro da Lista A, que era encabeçada pelo antigo líder dos dragões, Pinto da Costa, e um da Lista D, de Miguel Brás da Cunha. Na reunião desta segunda-feira estiveram presentes todos os integrantes da Lista A e Miguel Brás da Cunha.

JN/MS

MUNDIAL2026 Portugal

ELEIÇÕES

Derrota por 2-0 em Dublin, com Ronaldo expulso, deixa em aberto o Grupo F. Para ter garantia de ir ao Mundial 2026, seleção portuguesa tem de ganhar à Arménia no Dragão.

ARepública da Irlanda derrotou Portugal, esta quinta-feira, em Dublin (2-0), na quinta jornada do Grupo F da zona europeia de qualificação para o Campeonato do Mundo, num jogo em que Cristiano Ronaldo foi expulso aos 61 minutos, depois de ter dado uma cotovelada num adversário.

A seleção portuguesa fez uma exibição para esquecer. No ataque, nunca conseguiu furar a muralha irlandesa, e na defesa deu espaços que a equipa da casa aproveitou. O herói irlandês foi o avançado Troy Parrott, autor dos dois golos da noite, o primeiro aos 17 minutos, na sequência de um canto, e o segundo à beira do intervalo, num remate rasteiro que Diogo Costa não conseguiu defender. Pelo meio, os britânicos ainda remataram ao poste, por Ogbene, aos 38 minutos.

A perder por 2-0 ao intervalo, Portugal continuou a jogar da mesma forma previsível na segunda parte e ficou em inferioridade numérica na última meia-hora.

Ronaldo perdeu a compostura e deu uma cotovelada num central irlandês. Inicialmente, o árbitro mostrou o cartão amarelo ao capitão luso, mas, depois de instado pelo VAR a visionar as imagens do lance, decidiu-se pelo vermelho direto.

Até final, a equipa das quinas não foi capaz de reentrar na partida e sofreu uma

derrota que deixa as contas do Grupo F em aberto para a última jornada: Portugal lidera com 10 pontos, seguindo-se a Hungria, com oito, e a República da Irlanda, com sete.

Para ter a certeza de que segura o primeiro lugar, sinónimo de apuramento para o Mundial, a seleção lusa tem de ganhar no domingo (16) à Arménia (14 horas), no Estádio do Dragão. O empate também pode chegar, se a Hungria não ganhar à Irlanda em casa ou se vencer por menos de três golos de diferença.

Cristiano Ronaldo expulso pela primeira vez na seleção lusa

O capitão da seleção nacional foi expulso pelo sueco Glenn Nyberg , depois de o árbitro ter sido avisado pelo videoárbitro (VAR) sobre uma possível agressão do jogador luso ao defesa irlandês Dara O"Shea.

Depois de recorrer às imagens - em que se vê o avançado a dar uma cotovelada no adversário -, o nórdico anulou o amarelo que tinha exibido a Ronaldo inicialmente e exibiu-lhe o vermelho direto, numa altura em que Portugal estava a perder em Dublin, por 2-0, face aos dois golos de Troy Parrott na primeira parte.

Ao seu 226.º encontro pela seleção portuguesa e ao fim de 22 anos a atuar pelos "AA" lusos, o avançado do Al Nassr, de 40 anos, viu pela primeira vez um cartão vermelho. Por outro lado, é a 13.ª ocasião em que Ronaldo é expulso em toda a carreira, tendo, até à data, acumulado 12 por alguns clubes que representou: seis pelo Real Madrid, cinco pelo Manchester United e uma pela Juventus.

JN/MS

Rui Costa reeleito presidente do Benfica com mais de 65% dos votos

Rui Costa foi reeleito presidente do Benfica, após a lista que encabeçava vencer no sábado a segunda volta das eleições para o quadriénio 2025-2029, anunciou o clube na sua página oficial.

Opresidente em exercício, que tinha sido eleito pela primeira vez em 2021, teve 1.266.105 dos votos (65,89%) e superou a concorrência de João Noronha Lopes (655.566), semanas após a primeira volta do escrutínio, em que o antigo internacional português já tinha recolhido o maior número das preferências. Em 25 de outubro, Rui Costa e Noronha Lopes foram os dois candidatos mais votados pelos sócios 'encarnados', mas como nenhum alcançou mais de 50% das escolhas, foi agendada uma segunda volta, da qual ficaram de fora Luís Filipe Vieira, João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho, os outros concorrentes ao ato eleitoral. Este ato eleitoral foi o mais participado da história do Benfica e constituiu um recorde mundial, com um total de 93.081 sócios votantes, que superaram em cerca de sete mil os que se verificaram na primeira volta (86297), que já tinha dobrado os 40.085 do escrutínio anterior, em que o antigo futebolista internacional português tinha derrotado Francisco Benítez. A lista liderada por José Pereira da Costa, que já desempenhava o cargo, venceu as eleições para a Mesa da Assmebleia Geral, com 1.235.088 dos votos, contra 656.801 da lista liderada por Gonçalo de Almeida Ribeiro (656.801), enquanto para o Conselho Fiscal foi eleita a lista encabeçada por Raul Fernando Martins (1.090.147), que derrotou o elenco comandado por António Bagão Félix (824.476). Para a Comissão de Remunerações os sócios dos Benfica escolheram a lista encabeçada por Eduardo Stock da Cunha, com 1.229.428 votos, contra 658.826 da que era liderada por João Moreira Rato.

Rui Costa foi assim reeleito presidente da direção do Benfica para o quadriénio 20252029 com uma vitória expressiva a coroar um ato eleitoral histórico, mas que apenas foi concluído ao fim de duas semanas.

Noronha Lopes assume derrota: "Volto a ser o sócio 5001 e amanhã lá estarei a apoiar a equipa"

João Noronha Lopes deu os parabéns a Rui Costa pela cada vez mais provável vitória. "Desiludido", assumiu a responsabilidade pela derrota e apelou à união para o futuro. "Espero que consiga unir o clube", acrescentou o candidato, dizendo-se "desiludido" pela derrota: "Assumo pessoalmente a responsabilidade. Fui eu e apenas eu que não consegui convencer os benfiquistas da necessidade de uma mudança." Falando aos jornalistas por volta das 2.30 horas, numa altura em que os resultados parciais colocavam Rui Costa na frente com cerca de 67% dos votos, João Noronha Lopes (32%) deixou também uma palavra ao membro da sua equipa de campanha que faleceu recentemente. "Não me esqueço do Ivan Ferreira, a quem nao consegui hoje cumprir a promessa que lhe fiz mas que me vai acompanhar para sempre", declarou. Já quase no fim da intervenção, o gestor apelou aos apoiantes, especialmente aos mais jovens, que se mantenham unidos pelo clube e que se lembrem de que "o Benfica está acima de tudo e que dele nao se desiste". "Que continuem a apoiar a equipa, a ncher estádios e pavilhões, a ser exigentes. O que nos une é maior do que aquilo que nos separou durante a campanha", declarou. "Eu volto a ser o sócio 5001 e amanhã lá estarei a apoiar a equipa contra o Casa Pia", disse ainda, rematando com uma frase atribuída a Cosme Damião: "Não sou benfiquista de coração porque ele um dia pára, sou benfiquista de alma porque essa é eterna."

JN/MS

Ronaldo foi expulso em Dublin e não joga no domingo com a Arménia. (AFP)

Em fim de semana de protestos, árbitros tomaram várias decisões polémicas que vão fazer correr muita tinta

Os árbitros entraram em campo sozinhos, nos jogos da Primeira Liga, sem esperar pelas equipas que iam disputar os jogos, como habitualmente acontece. A 11.ª jornada da Primeira Liga foi aproveitada pelos árbitros nacionais para protestarem contra o que consideram ser um ataque sistemático ao seu trabalho. Assim, os árbitros entraram em campo sozinhos, nos jogos da Primeira Liga, sem esperar pelas equipas que iam disputar os jogos, como habitualmente acontece. Foram os quarto árbitros quem entregaram as bolas de jogo. Ora no fim de semana em que resolveram protestar, pedindo mais respeito pelo seu trabalho, muitos foram os erros cometidos em decisões muito polémicas vão fazer correr muita tinta nos próximos dias.

Comecemos pelo sábado, pelo golo que deu a vitória ao Sporting frente ao Santa Clara em Ponta Delgada. O 2-1 de Hjulmand, marcado de cabeça aos 90+4, nasce de um canto que não era. Quenda desequilibrou-se e centrou diretamente para fora, mas o fiscal de linha, em cima da jogada, ficou atrapalhado e o árbitro João Gonçalves, que pode não ter visto a jogada, deu canto. Um lance incrível por ser demasiado óbvio que o jogador do Santa Clara nem está perto para cortar a bola.

após um remate de Livolant bater na barriga de António Silva antes de resvalar para o braço do central Encarnado. Ora diz a lei que numa situação em que a bola ressalta de uma parte do corpo para o braço, não pode ser considerada falta. O árbitro teve outro entendimento, o VAR nada disse e o Casa Pia ganhou uma grande penalidade, desperdiçada por Cassiano. Tomás Araújo haveria de fazer autogolo na sequência da jogada, após defesa de Trubin.

A decisão mais polémica chegou do Estádio da Luz, no empate 2-2 do Benfica frente ao Casa Pia. Aos 64 minutos, o árbitro Gustavo Correia assinalou penálti,

O AFS SAD vs Gil Vicente também foi acidentado, com duas grandes penalidades, ambas falhadas. Primeiro, por Pablo, após o árbitro considerar mão na bola de Bane na área avense. O segundo, muito polémico, nasce de uma queda do veterano Nené na área gilista, lance prontamente sancionado pelo árbitro Pedro Ramalho. O toque de Elimbi nas costas de Nenê é ligeiro, o avançado parece deixar-se cair. Na transformação do penálti, o próprio Nené permitiu a defesa de Andrew. Na Segunda Liga chegou-nos outro lance que valeu muitas críticas, no Portimonense 1-1 Oliveirense. Numa altura em que os de Oliveira de Azeméis venciam por 1-0, um remate de Luís Bastos bateu no braço de Douglas Grolli na área dos algarvios. O árbitro Diogo Rosa mandou seguir, o VAR Rui Oliveira não viu motivos para chamar o juiz principal. O Portimonense haveria de empatar, nos descontos, de grande penalidade.

Um fim de semana negativo da arbitragem.

JN/MS

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24.º Fórum da Arbitragem quer “unir” a classe dos árbitros

A 24.ª edição do Fórum de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol decorre nos dias 8 e 9 de novembro, no auditório do VIP Executive Azores Hotel, em Ponta Delgada. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em estreita parceria com a Associação de Futebol de Ponta Delgada (AFPD), deu ontem início à 24.ª edição do Fórum de Arbitragem da FPF.

Oauditório do VIP Executive Azores Hotel, em Ponta Delgada, acolheu a cerimónia de abertura do evento que, durante dois dias (ontem e hoje), pretende analisar, promover e, sobretudo, desenvolver e unir o setor da arbitragem.

Com o intuito de “estreitar” relações, o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Luciano Gonçalves, reforçou a “honra”por o fórum se realizar pela primeira vez em Ponta Delgada e frisou a necessidade da proximidade para o crescimento e desenvolvimento da classe dos árbitros.

“O Conselho de Arbitragem da FPF não consegue fazer nada, não consegue ter sucesso se não tiver a vossa ajuda e cola-

boração. Nós queremos todos o mesmo ao final do dia. Queremos uma arbitragem melhor e termos as melhores condições para os nossos árbitros”, frisou.

Já Robert Câmara, presidente da direção da AFPD, destacou a importância das regiões autónomas para a implementação de novas estratégias que possam beneficiar ou desenvolver a arbitragem no país.

“[As ilhas] são muito importantes em termos geoestratégicos, mas também podem ser muito importantes no desporto. Nós temos algo que é muito interessante e que pode ser aproveitado, que é a nossa escala. Nós conseguimos medir a ‘causa-efeito’ com muita facilidade e qualquer ensaio que seja preciso fazer, muitas vezes as ilhas são o melhor sítio para o fazer”, sublinhou.

A 24.ªedição do Fórum de Arbitragem da FPF, que contou ontem com duas sessões de trabalho, intituladas “Academia de Arbitragem - Da Base ao Topo” e “Estratégias para os novos desafios da arbitragem”, prossegue este domingo com mais dois momentos de debate e formação. AO/MS

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ANDEBOL

FC Porto continua invicto na Europa

O guarda-redes dos dragões fez 19 defesas e ajudou os dragões na vitória na Noruega, frente ao Elverum. Segunda volta arranca já para a semana com os mesmos 'atores'

OFC Porto cumpriu sem mácula a primeira volta da fase de Grupos da European League de andebol e, nesta terça-feira, foi à Noruega vencer o Elverum por 25-29 e segurar o primeiro lugar do Grupo D, só com triunfos.

Para a vitória foi fundamental o guarda-redes Sebastian Abrahamsson que com 19 defesas, uma eficácia de 44 por cento, fechou a muralha defensiva que os dragões precisavam.

E o sueco de 35 anos mostrou desde cedo ao que ia, defendendo sete dos primeiros oito remates dos noruegueses - quatro livres de sete metros - o que permitiu ao FC Porto colocar-se de imediato na frente (1-4). O Elverum não de intimdou e, aos 21 minutos, conseguiu o empate (8-8) que só foi desfeito graças à inspiração de Thorsteinn Gunnarsson que ajudou a equipa portuguesa a seguir em vantagem (12-14) para os balneários.

O FC Porto, ciente da ameaça permanente, entrou na segunda parte disposto a resolver o encontro e com um parcial de cinco golos sem resposta quase conseguiu o seu

objetivo. Aos 37 minutos,os dragões chegaram ao 12-19, pela mão de Gunnarsson, novamente, e nem um desconto de tempo pedido pelo adversário quebrou o ímpeto portista. Além disso, Sebastian Abrahamsson mantinha-se como um dos principais protagonistas no encontro.

Aos 20 minutos, Vasco Costa fez o 14-20, mas alguma passividade por parte do FC Porto permitiu a reação dos noruegueses e Benjamin Berg colocou a distância em apenas dois golos (18-20).

Após mais de seis minutos de jejum dos azuis e brancos, foi António Martínez quem acabou por marcar e logo por duas vezes, o que devolveu algum conforto à formação orientada por Magnus Andersson, mas não mais permitiu qualquer descuido. O Elverum nunca desistiu e vendeu caros os dois pontos que seguraram os dragões no primeiro lugar da classificação antes da viragem que começa já na próxima terça-feira, novamente, frente ao mesmo rival, mas, desta vez, no Dragão Arena.

Mas, antes disso, o mesmo recinto vai animar já no sábado (18h00), com a receção ao Benfica, em partida da 11.ª jornada do Campeonato Nacional.

A Bola/MS

O resultado esteve muito desnivelado, a equipa nacional esteve a perder por 0-4, mas conseguiu recuperar dois golos Portugal perdeu com a Eslovénia por 2-4, num jogo amigável, realizado na AMCO Arena, em Braga.

De um dia para o outro, tudo mudou. Na terça-feira, Portugal venceu por 3-1 e esta quarta-feira foi completamente surpreendido por uma Eslovénia muito eficaz.

Portugal foi o dominador da posse de bola, mas logo no primeiro minuto foi surpreendido com Luka Cop aparecer no lado direito sozinho e a rematar cruzado. Era o primeiro sinal de um início de noite desastrosa.

A reação foi imediata com a seleção a tentar chegar ao golo, mas Marko Pecek foi evitando o empate. O pior aconteceu

um pouco depois. Aos 13’, Kutchy escorregou e deixou Bukovec isolado para o 2-0. Era um final de tarde muito complicado para a equipa nacional.

Se a primeira parte foi de má memoria para a seleção, a segunda também foi para esquecer. Logo aos 30 segundos, numa joga coletiva, a Eslovénia chegou ao terceiro golo, por Zan Janez. Aos 25’, mais uma infelicidade, quando Carlos Monteiro marcou na própria baliza. Portugal reduziu por duas vezes, por Kutchy aos 28’ e depois por Tomás Paçó (33’). Dois golos em pouco tempo, mas não chegaram para evitar a derrota. Tudo correu mal…

O campeonato nacional regressa já no próximo dia 14 de novembro para mais uma jornada.

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ANDEBOL

58.º Azores Rallye regressa com um trajeto diferente e ambições renovadas

A 58.ª edição do Azores, prova que regressa às estradas da ilha de São Miguel mais de dois anos depois, conta com um “trajeto diferente, mas ambições renovadas”, assegurou o Grupo Desportivo Comercial (GDC).

Na conferência de imprensa de apresentação da versão 2025 do mais antigo rali dos Açores, que decorreu no São Miguel Park Hotel, Luís Pimentel, presidente do GDC, lamentou a impossibilidade de contar com um apoio financeiro do Governo Regional dos Açores, mas mostrou-se “otimista” para o futuro da prova.

“O Governo Regional sabe a importância desta prova, mas, infelizmente, todos sabemos das dificuldades financeiras que existem neste momento. Temos que gerir a prova com os recursos que temos e tenho a certeza que vamos pôr um grande rali na estrada. Eu penso sempre de forma positiva e sei que

de prova do GDC, destaque para a mudança da localização do pódio, que já não será realizado nas Praça Gonçalo Velho, em Ponta Delgada, mas sim na Alameda das Portas do Mar, tal como a apresentação das equipas e respetiva sessão de autógrafos.

Além disso, destaque ainda para a antecipação das duas primeiras provas especiais de classificação - Sete Cidades e Feteiras -, alterações que serão oficializadas nos próximos dias, sob a forma de um aditamento ao regulamento oficial da prova, no portal da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.

O 58.º Azores Rallye, prova que irá colocar um “ponto final” no Campeonato dos Açores de Ralis 2025, vai para a estrada nos próximos dias 28 e 29 de novembro e é candidata à próxima edição do Campeonato de Portugal de Ralis.

As inscrições para a prova - que também pontuará para o Troféu de Ralis de Terra dos

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VOLEIBOL

Benfica coloca pé em ramo firme na Europa

Os encarnados foram à Croácia vencer por 3-0 na estreia europeia desta temporada onde competem na Taça Challenge

OBenfica venceu hoje em casa do Medimurje por 3-0, em jogo da primeira mão dos 32 avos de final da Taça Challenge de voleibol, ficando muito próximo do apuramento.

O resultado deixa clara a superioridade da equipa de Marcel Matz, que derrotou

os croatas, em Nedelisce, por 25-18, 2519 e 25-14, em jogo da terceira competição europeia de clubes.

Os encarnados recebe os croatas a 19 de novembro e, em caso de apuramento, defrontarão os romenos do Galati ou os finlandeses do VaLePa, sendo que os primeiros venceram hoje também por 3-0 e estão bem encaminhados para a próxima fase.

A Bola/MS

MUNDIAL2026

Cristiano Ronaldo revela que Mundial2026 será o último da carreira

O futebolista internacional português do Al Nassr Cristiano Ronaldo revelou que o Campeonato do Mundo de 2026, a realizar nos Estados Unidos, no Canadá e no México, vai ser o último da carreira, quando vai ter 41 anos. Em entrevista a um fórum de turismo da Arábia Saudita, onde representa desde janeiro de 2023 o Al Nassr, comandado por Jorge Jesus, o capitão da seleção portuguesa e companheiro de equipa de João Félix falou sobre o final da carreira, mas deixou claro que não será para breve. Questionado sobre se o Mundial2026 vai ser o último da sua carreira, Ronaldo foi perentório: "Sim, definitivamente. Terei 41 anos e penso que será o momento certo. Como estava a dizer, estou a aproveitar este momento".

Ocapitão da seleção portuguesa, autor de 143 golos em 225 internacionalizações, vai tentar ajudar a equipa das "quinas" a garantir a nona presença, sétima seguida, em fases finais de um Campeonato do Mundo. Contudo, em jeito de brincadeira, Ronaldo disse que a altura de "pendurar as botas" "acontecerá daqui a 10 anos". "Isto [daqui a 10 anos] significa 'em breve' para mim. As pessoas pensam que quando falo em reformar-me em breve, quero dizer daqui a seis meses ou um ano. Estou a brincar", manifestou o cinco vezes vencedor da Bola de Ouro. Ronaldo, que representou Portugal em cinco Mundiais, na Alemanha (2006),

na África do Sul (2010), no Brasil (2014), na Rússia (2018) e no Qatar (2022), reconheceu que, "quando se chega a uma certa idade, começa-se a contar os meses rapidamente". "No futebol, tento aproveitar os golos. Como sabem, tenho 40 anos e tento aproveitar o momento e seguir em frente. O meu corpo está em boa forma, penso eu. Quanto ao meu desempenho na seleção, marco golos e ajudo a equipa. Quero ganhar títulos. Esta é a minha vida", declarou. Cristiano Ronaldo integra a convocatória da seleção portuguesa que vai jogar na República da Irlanda, na quinta-feira, na quinta e penúltima jornada do Grupo F. Em casa de vitória em Dublin, Portugal garante o primeiro lugar do Grupo F e o apuramento direto para o Mundial2026. O empate poderá ser suficiente, mas só no caso de a Hungria não vencer na Arménia no mesmo dia. Depois do encontro em Dublin, Portugal fecha o Grupo F frente à Arménia, no Estádio do Dragão, no Porto, no domingo. Portugal lidera o Grupo F com 10 pontos, mais cinco do que a Hungria, segunda classificada, seguida da República da Irlanda, com quatro, e da Arménia, com três. O vencedor do grupo assegura um lugar na fase final do torneio que se vai disputar no próximo ano, nos Estados Unidos, no Canadá e no México, entre 11 de junho e 19 de julho, e que pela primeira vez vai ter 48 seleções. Já o segundo colocado terá de disputar os play-offs.

JN/MS

Pedro Neto e Pedro Gonçalves dispensados da seleção portuguesa

Pedro Neto e Pedro Gonçalves, ambos por lesão, foram dispensados dos trabalhos da seleção portuguesa, que arranca segunda-feira o estágio de preparação para o duelo com a República da Irlanda, de qualificação para o Mundial de 2026 de futebol. A saída de Pedro Gonçalves da lista de 26 convocados já era esperada, já que o jogador lesionou-se no sábado ao serviço do Sporting, no triunfo por 2-1 no campo do Santa Clara, na I Liga, numa partida em que até marcou o primeiro golo dos leões.

Já a ausência de Pedro Neto aparece com surpresa, tendo em conta que o extremo foi titular - esteve 77 minutos em campo - também no sábado pelo Chelsea, na Liga inglesa, e até marcou o terceiro golo dos londrinos na vitória por 3-0 sobre o Wolverhampton.

Numa nota publicada no seu sítio oficial na Internet, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) explicou que a decisão de dispensar Pedro Neto acabou por ter tomada entre o departamento médico do Chelsea e a Direção de Saúde e Performance do organismo.

"O extremo internacional português não irá integrar o grupo às ordens de Martínez, numa decisão articulada entre o departamento médico do Chelsea e a Direção de Saúde e Performance da FPF, por problemas físicos que limitam o jogador", lê-se na publicação.

Já Pedro Gonçalves foi mesmo considerado inapto para poder participar no estágio e estar disponível para defrontar a República da Irlanda, em Dublin, na quinta-feira, e, depois no domingo, no Estádio do Dragão, no Porto, a Arménia, nos dois últimos encontros de Portugal do Grupo F.

Um triunfo em Dublin garante logo à seleção nacional o apuramento para o Mundial de 2026, mas o empate poderá ser suficiente, caso a Hungria não vença na Arménia no mesmo dia.

O avançado Carlos Forbs, do Club Brugge, é a grande surpresa nas escolhas do selecionador Roberto Martínez, numa lista agora de 24 jogadores em que não faz parte Nuno Mendes, lesionado.

Em contrapartida, o lateral João Cancelo e o médio João Neves estão de regresso depois de terem falhado o estágio de outubro por causa de problemas físicos.

Na segunda-feira, Portugal tem um treino agendado para as 18 horas, na Cidade do Futebol, em Oeiras, com os primeiros 15 minutos abertos à comunicação social.

Portugal lidera o Grupo F com 10 pontos, mais cinco do que a Hungria, segunda classificada, seguida da República da Irlanda, com quatro, e da Arménia, com três.

O vencedor do grupo assegura um lugar na fase final do torneio que se vai disputar no próximo ano, nos Estados Unidos, no Canadá e no México, e que pela primeira vez vai ter 48 seleções. Já o segundo colocado terá de disputar os play-offs. JN/MS

FUTEBOL

Não é só em Portugal Liverpool pede explicações aos árbitros após polémica

As polémicas com a arbitragem não são exclusivas ao futebol português e e o último fim de semana em Inglaterra é disso exemplo. O Liverpool contactou o chefe dos árbitros ingleses, Howard Webb, para manifestar «sérias preocupações» com a decisão que anulou um golo a Virgil van Dijk na derrota por 0-3 frente ao Manchester City, avança o The Athletic. O lance em causa aconteceu ainda na primeira parte, aos 38 minutos, quando o marcador assinalava 1-0 para o City. O central neerlandês cabeceou para o fundo das redes após um canto, mas o golo foi invalidado por alegado fora de jogo posicional de Andy Robertson, que, segundo o VAR e o árbitro Chris Kavanagh, teria interferido com a visão do guarda-redes Gianluigi Donnarumma ao estar em posição irregular. O Liverpool, contudo, considera que a decisão foi errada e que o lance não cumpre «nenhum dos critérios necessários» para invalidar o golo. O clube defende que Robertson não impediu a visão nem influenciou a ação do guarda-redes e garante que a análise das imagens disponíveis prova que Donnarumma tinha total linha de visão. A PGMOL (Professional Game Match Officials Limited), organismo responsável pela arbitragem no futebol inglês, sustentou que Robertson foi «considerado a realizar uma ação óbvia diretamente em frente ao guarda-redes», justificando assim a decisão. Mas, segundo fontes do Liverpool citadas pela imprensa britânica, os responsáveis dos reds não aceitam a explicação e apontam falhas no protocolo do VAR - nomeadamente o facto de Michael Oliver não ter sugerido que Kavanagh fosse rever o lance no monitor de campo, como é habitual em casos de dúvida.

No final da partida, o treinador do Liverpool, Arne Slot, criticou a decisão: «Para mim, foi uma decisão incorreta. O golo devia ter sido validado. Mas não é por isso que perdemos o jogo. Mesmo que fosse 1-1, se o City continuasse a jogar como jogou, teríamos dificuldades.» Também Van Dijk mostrou incredulidade após o encontro: «Acho que o golo devia ter valido. Disseram que o Robertson interferiu com o guarda-redes, mas mostraram-me um vídeo de um golo igual do City no ano passado e o árbitro foi o mesmo. De qualquer forma, a decisão está tomada.» O Liverpool, que enviou formalmente o seu protesto à PGMOL, exige agora um esclarecimento oficial sobre o processo de decisão.

Pedro Neto e Pedro Gonçalves (DR)
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HÓQUEI EM PATINS

Barcelos serve derrota em prato frio ao Sporting

Uma exibição fria e eficaz valeu ao Óquei de Barcelos a vitória sobre o Sporting, este domingo, no Pavilhão João Rocha. Foi como se serve a vingança, a desforra dos minhotos da derrota que os leões lhes infligiram há três dias, quinta-feira, na ronda inaugural da

fase de grupos da Liga dos Campeões, no mesmo recinto, em Alvalade. E até nos números do resultado, a reviravolta dos campeões europeus foi mais pesada para os campeões mundiais. No primeiro jogo 3-4; neste 4-2. A partida até começou bem para os verdes e brancos,

Open house 1-4 Sa t Oct 11

que se adiantaram aos seis minutos por Facundo Navarro, reforço esta temporada da equipa leonina proveniente da Oliveirense. O argentino brilhou em jogada individual, da sua área até à baliza do desamparado Guillem Torrents. Os sportinguistas poderiam quer aumentado a contagem aos 19’, na sequência de um penálti, mas, então, Navarro não se mostrou tão eficiente e permitiu a defesa ao guarda-redes do Barcelos. No mesmo minuto ainda, quem não desperdiçou lance idêntico, no extremo oposto do rinque, foi Miguel Rocha, a restabelecer a igualdade.

Mas quase com a mesma celeridade, o Sporting voltou à liderança do marcador nem 60 segundos depois, por Nolito, que culminou iniciativa individual com remate cruzado indefensável, resultado que imperava ao intervalo.

A segunda parte só deu Barcelos. O ascendente da equipa de Rui Neto materializou-se aos 12 minutos, com o golo do empate, apontado por Franco Ferrucio, com um remate fortíssimo, sem hipóteses de defesa para Xano Edo. E quando Kyllian Gil fez o terceiro, seis minutos volvidos, colocando os galos pela primeira à frente do marcador, não surpreendeu.

Muito menos, o quarto tento, nos derradeiros segundos do jogo, um bis de Miguel Rocha, da mesma maneira com que faturou o primeiro: mortífero a partir da marca de penálti.

Com a vitória o OC Barcelos ultrapassou o Sporting no segundo lugar da tabela classificativa, com 12 pontos, os mesmos do líder Benfica, que acerta calendário na quarta-feira recebendo o Riba d’Ave - tal como mais oito equipas. Este domingo, também se jogou Oliveirense-Carvalhos, com vitória dos visitados por 7-4.

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Atenção, Portugal: já há data para o anúncio do anfitrião do Euro 2029

Portugal é um dos candidatos a receber a competição e concorre com Alemanha, Polónia e Dinamarca/ Suécia A UEFA vai anunciar a 3 de dezembro o anfitrião do Campeonato da Europa de 2029. Portugal, recorde-se, é um dos candidatos a organizar a prova.

Além de Portugal, estão também entre as quatro propostas finais as candidaturas de Alemanha, Polónia e Dinamarca/ Suécia (conjunta). Em comunicado, a UEFA referiu que as apresentações finais das candidaturas e a cerimónia de anúncio terão lugar na sua sede, em Nyon, na Suíça. Portugal recebeu a final da última edição da Liga dos Campeões feminina, em Alvalade, e integra a organização conjunta do Mundial 2030 masculino com Espanha e Marrocos.

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Águias e leões não sentiram qualquer dificuldade na 5.ª jornada da Liga Betclic, com os primeiros a manterem a invencibilidade na visita a Queluz e os segundos baterem o Galitos do Barreiro por 41(!) pontos. Já o estreante minhoto derrotou pela segunda vez esta temporada a Oliveirense

Benfica e Sporting mantiveram a sequência de vitórias ao, este domingo, na 5.ª jornada da Liga Betclic, irem ganhar os respectivos jogos fora por uma margem considerável e chegando aos 100 pontos. Tal como o FC Porto havia feito, ontem, na receção ao V. Guimarães (105-85).

Única equipa ainda invicta, o Benfica manteve a liderança do campeonato ao bater o Queluz por 80-101 (21-33, 20-24, 2718, 21-17) num embate em que, se ao intervalo ainda existia algum equilíbrio, na 2.ª parte os tetracampeões nacionais, fazendo rodar quase todo o banco – os suplentes utilizados atuaram pelo menos 10m -, foram dilatando a diferença no marcador.

Os suplentes dos encarnados acabaram mesmo por contribuir com 59 pontos para o resultado final, com destaque para Eugene Crandall (21 pts, 7 res, 9 ass), o qual também contribuiu com 4 turnovers para os 18 da equipa. Demasiados num jogo em que os da Luz controlaram do princípio ao fim e que proporcionaram 17 pts aos donos da casa. Assim como os lances livres desperdiçados: 26/40 (65%).

Salvo João Betinho Gomes (19 pts, 4 res), que registou 4/6 em triplos, os outros dois únicos elementos que atingiram a dezena de pontos, além de Crandall, também vieram do banco: Koby McEwen (14) e Justice Sueing (11 pts, 6 res), o que demonstra igualmente rotação efetuada por Norberto Alves e sem perder o domínio da luta das tabelas: 30 (11 of.)-47 (18).

Foi a segunda vez na Liga que o Benfica chegou ao centenário. A primeira acontecera em Alvalade, quando derrotaram o Sporting por 66-103, logo à 2.ª jornada.

No Queluz, também foi outro suplente, Dericko Williams (25) a cotar-se como melhor marcador, seguido de Michael Bradley (14 pts, 10 ass) e Jelani Simmons (13 pts, 3 res, 4 ass). Conjunto que tirou pouco da aposta nos lançamentos para lá da linha dos 6,75m (4/23, 17%).

Leões marcam 8 triplos em 10m

No Barreiro, onde na passada temporada o Sporting havia sido surpreendido pelo Galitos, no último segundo, durante a fase regular (77-76), desta feita os leões esmagaram ao ganharem por 86-127 (21-42, 1925, 20-21, 26-39). Desfecho que assinala a maior diferença conseguida pelos de Alvalade neste início de época e mantém os visitados, a par do V. Guimarães, como os únicos que apenas somam derrotas.

Só no quarto inaugural, o Sporting converteu 8 dos 13 lançamentos de três pontos tentados (61%), com realce para Diogo Ventura (3/3), Claude Robinson (2/2) e Malik Morgan (3/5), o que cedo ajudou a destruir a tática montada por Henrique Pina, mesmo sem que os da capital estivessem a apostar numa defesa muito pressionante.

Desnível tão acentuado apenas se voltou a repetir no último período, quando a possibilidade de rotação e capacidade física e individual dos verdes e brancos tiveram peso e atingiu-se a diferença máxima de 44 pontos (83-127) a 28s do apito final. Claude Robinson (19 pts, 5 res, 7 ass), Brandon Johns (17 pts, 11 res), Malik Morgan (16) e Stephan Swenson (16 pts, 3 ass) foram os melhores marcadores do Sporting, onde oito jogadores chegaram à dezena de pontos e o banco contribuiu com 55 pontos.

Depois daquela explosão no 1.º quarto, os da capital terminaram com 17/37 em triplos (45%) e conquistaram 50(!) ressaltos, 17 dos quais ofensivos, a que há a juntar 29 assistências. Já Quentin Eyobo (26 pts, 6 res) e Brayden Carter (21 pts, 6 res) cotaram-se como os mais activos do Galitos.

SC Braga volta a derrotar Oliveirense

Em Braga, o estreante SC Braga voltou, sensacionalmente, a derrotar a Oliveirense pela segunda vez esta temporada. Após o desfecho a contar para a Taça Hugo dos

Santos (86-71), a equipa de Pedro Grenha consegui, agora, uma vitória para a Liga por 66-63 (13-22, 24-11, 13-19, 16-11).

Isto apesar do mau início e depois de ter começado o campeonato com duas derrotas (Queluz e Esgueira), está neste momento imbatível há três jornadas. Quatro jogos, se incluirmos a Taça HS. Seydougou Fofana (14 pts, 9 res) e Broderick Robinson (11 pts, 5 ass) estiveram em evidência entre os minhotos, enquanto do lado contrário James Boeheim (26 pts, 8 res) foi, claramente, o homem em destaque. JN/MS

What is the identity of this Leaf team?

Don Mattingly leaves Jays, who replaces him?

Mattingly joined Toronto in November 2022, initially to help guide first-year manager

after

The Toronto Maple Leafs have been the definition of inconsistency through the first five weeks of the NHL season. Sitting at 8-8-1, they’ve never won more than three straight games and continue to alternate between flashes of brilliance and stretches of mediocrity. With injuries now sidelining Auston Matthews and goaltender Anthony Stolarz, Toronto finds itself searching for stability — and for an identity.

General manager Brad Treliving built this roster to play a heavier, more disciplined brand of hockey, while new head coach Craig Berube was hired to instill structure and accountability. So far, that vision hasn’t materialized. The Leafs’ games have resembled shootouts more than battles of attrition, as they lead the NHL in combined goals per game (7.44). They’re scoring enough — 3.69 goals per game — but giving up nearly as many (3.75). Berube hasn’t hidden his frustration, saying, “If you want to be a good defensive team, you have to check, be hard, win battles, and have structure. We don’t have any of that right now.”

Toronto’s defensive core remains its biggest question mark. The group is large and physical — every regular stands at least 6-foot-1 — but lacks mobility and puck-moving ability. Outside of Morgan Rielly, there’s little confidence when it

ing playoff loss to Seattle. Over time, his title shifted from “offensive coordinator” to the more traditional bench coach role.

With Mattingly’s departure, Schneider now faces an important decision. The new bench coach must be someone he trusts completely — a steady presence capable of challenging him when necessary, yet aligned with his vision for the team.

Though managerial experience isn’t essential for the position, chemistry with Schneider is. General Manager Ross Atkins confirmed the organization’s commitment to Schneider, ensuring stability in the dugout. The real question now is: who should fill Mattingly’s shoes?

Caleb Joseph A familiar face to Toronto fans, Joseph — a former Blue Jays catcher and current Sportsnet analyst — has become known for his candid insights. Following the team’s World Series Game 7 loss, he stirred debate by suggesting the better team didn’t win. While emotional, his remarks reflected a competitor’s perspective rather than bitterness.

Joseph’s on-field resume is modest — a backup catcher for most of his career, mainly with Baltimore — but his understanding of the game runs deep. He has no formal coaching experience, yet baseball’s modern era places high value on communication and relationships. Joseph already knows the organization intimately and, as a catcher, sees the game with a strategist’s eye. Pairing him with Schneider, another former catcher, could make for a strong intellectual partnership in the dugout.

David Ross Ross, another ex-catcher with extensive experience, could bring both leadership and credibility. A fan favorite

comes to clean zone exits. Brandon Carlo, acquired from Boston to bring stability, has struggled, while veteran Chris Tanev’s recurring concussions have limited both his availability and effectiveness. Depth options Philippe Myers and Simon Benoit haven’t provided much relief either.

Up front, the team is still feeling the loss of Mitch Marner. Additions like Nicolas Roy, Matias Maccelli, and Dakota Joshua have yet to fill the offensive and creative void. Joshua, in particular, has been ineffective in a bottom-six group that lacks cohesion. With just $1.3 million in cap space and few trade assets, Treliving’s flexibility to make roster changes is limited.

There are, however, reasons for optimism. William Nylander’s scorching pace — 30 points in 17 games — has kept the offense afloat, while captain John Tavares has looked rejuvenated. Matthew Knies continues to grow into a reliable top-six forward, and even in a “down” year, Matthews still has 14 points.

If Joseph Woll’s upcoming return in net brings stability, and if the team can tighten its structure, Toronto still has time to steady the ship. But until the Maple Leafs commit to the defensive identity Berube demands, they’ll remain a team balanced precariously between potential and disappointment.

in Chicago, Ross capped his playing career with a home run in Game 7 of the Cubs’ 2016 World Series win. He later managed the Cubs for four seasons, reaching the playoffs once, before being replaced by Craig Counsell.

Joining the Blue Jays could give Ross an opportunity to reestablish himself within Major League Baseball. His upbeat personality and player-friendly approach would likely blend well with the team’s positive clubhouse culture. While he’s not known as a disciplinarian, his energy and charisma could help the team navigate the grind of a long season.

John Gibbons A return of the beloved former Blue Jays skipper would be a nostalgic and popular choice. Gibbons, 63, recently stepped down as the Mets’ bench coach after a disappointing year but remains deeply respected in Toronto. His previous managerial stints with the Blue Jays produced memorable playoff runs in 2015 and 2016 — years that rekindled baseball passion across Canada.

Gibbons’ familiarity with the city, organization, and media landscape would make for a seamless reunion. His laid-back demeanor and humor would fit perfectly in a clubhouse built on trust and chemistry. The only question: does Gibbons still have the desire to take on another demanding role?

Whoever steps into the role, replacing Mattingly means more than filling a vacancy — it’s about finding the right voice to keep Toronto’s momentum alive heading into 2026.

The Toronto Blue Jays are closing the book on a remarkable 2025 campaign that ended in heartbreak, and with that comes inevitable offseason change. While roster turnover is expected due to free agency and trades, most of the
coaching staff will return — except for bench coach Don Mattingly.
John Schneider
a crush-
Creditos: DR
Creditos: DR

Luis Camara Secretary Treasurer

Ricardo Teixeira Recording Secretary

Jack Oliveira Business Manager

Nelson Melo President

Jaime Cortez E-Board Member

Marcello Di Giovanni Vice-President

Pat Sheridan E-Board Member

Contractors

advised to review projects to see if they are required

Constructors in Ontario are being advised to review current and upcoming projects to determine if they need automated external defibrillators (AEDs) on their worksites as of Jan. 1.

That ‘s when regulations come into effect that require the devices to be readily available on construction sites when projects last three months or longer and employ 20 or more workers, a recent webinar on AEDs sponsored by the Residential Construction Council of Ontario was told.

Bill 30, officially known as the Working for Workers Seven Act, 2025, is currently in second reading in the Ontario Legislature and is expected to become law in the province by the end of the year.

If passed, Ontario would be the first jurisdiction in North America to make AEDs mandatory on construction sites.

An AED is a small device that analyzes a person’s heart rhythm and delivers an electrical shock, if necessary, to restore a normal rhythm during a sudden cardiac arrest.

Carrie Briley, director of workplace health and safety services at the Workplace Safety and Insurance Board (WSIB), explained the legislation will permit the Ontario agency to offset costs for one AED per construction project. The average cost of an AED is around $2,300.

The legislation will also require constructors to always have a trained first aider onsite when work is underway.

“The reimbursement program will be limited to the initial cost of the AED,” said Briley. “The ongoing maintenance and operator training costs would not be covered under the reimbursement program.”

While reimbursement will be limited to one AED per qualifying construction site, there is no limit to the number of reimbursements a constructor who may have multiple sites can receive.

Feasibility

Briley said authorities want to make AEDs more accessible because they save lives.

“We’re supporting safer workplaces and stronger communities. In addition, WSIB is modernizing our services, including firstaid training to better align with other Canadian jurisdictions.”

Angela Powell, who leads the workplace safety and insurance practice at Sherrard Kuzz LLP, said mandating AEDs in a construction setting is due to the fact workers in the industry are at higher risk due to the physical nature of the work.

“It’s really critical to treat a heart attack or a cardiac event as quickly as possible. Using an AED in combination with CPR in the first few minutes of a cardiac arrest can increase the chance of survival by 50 per cent.”

Ministry of Labour data found more than 15 per cent of inspection reports associated with the words cardiac or heart attack have been in the construction sector. In addition, the Heart and Stroke Foundation notes 60,000 cardiac arrests occur outside of a hospital every year in Canada and the survival rate of those incidents is typically one out of 10.

“So, it really is critical to have this important tool available on a worksite, and it can really save lives at the end of the day,” said Powell.

She suggested owners review their ongoing projects and project the timelines and team size to determine if they need to bring a defibrillator onsite to meet the new requirements. If a project starts in December and goes past Jan. 1, it will have to abide by the new rules.

“It’s really important to take a look at the projects you’re going to have ongoing as we get to the end of the year and look at whether they’re going to be three months or longer and whether they’re going to have 20 or more workers on the worksite.”

In addition to a defibrillator, there are other rules that must be followed such as

to have AEDs onsite

ensuring the AED is stored in a suitable place that protects it from dust and moisture. If outdoors, the device must be protected from extreme temperatures, moisture and direct sunlight.

The AED must unobstructed and in a location with easy access and labelled with prescribed signage.

“I would suggest that you proactively keep that in mind when you’re deciding where to locate the device just to ensure that it’s not in a location where it could be easily blocked by a large truck, construction equipment and otherwise,” said Powell.

AEDs must also be maintained, tested and inspected on a quarterly basis by a competent worker who is familiar with the Occupational Health and Safety Act and regulations that apply to the work.

Powell said using an AED does not expose an individual to any potential liability for negligence as the Ontario Good Samaritan Act protects individuals when they provide voluntary emergency first aid services to someone in distress.

While some people are afraid to use the devices, Powell said they are safe and medical training is not required to operate one.

“The device itself is actually programmed to automatically detect abnormal or regular heart rhythms,” she said. “They are really meant for a member of the public to be able to assist an individual who’s suffering a catastrophic heart event before medical personnel arrive.”

study for Doug Ford's Highway 401 tunnel idea to cost $9.1 million

Ontario taxpayers are set to spend $9.1 million to learn if or how it is feasible to build a tunnel under Highway 401.

The province issued a request for proposals for the study in the spring and a spokesperson for Transportation Minister Prabmeet Sarkaria said Thursday that WSP Canada Inc. was recently awarded the contract.

“Our government is making significant progress on the transformational project to build a tunnel under Highway 401 that will get people and goods moving across the province faster,” Dakota Brasier wrote.

Before the feasibility study was even started, Ontario Premier Doug Ford spoke often and in detail about his vision for a tunnel.

Ford laid out his plan for the tunnel to be 19.5 metres wide and three levels, with one level each for eastbound and westbound traffic and another for transit.

“We’re building that tunnel as sure as I’m talking to you, and we’re going to continue (to) reach out to experts around the world,” he said in August.

“If they can tunnel under the English Channel, if they can tunnel through mountains and every other place, we sure

the heck can tunnel along the 401. We’ll do it safely, and we’ll do it properly.”

The premier has also urged Prime Minister Mark Carney to designate it as a nation building project, saying it is needed in order to reduce gridlock and boost economic productivity.

Critics have called the idea a vanity project or a fantasy.

“I don’t know how they sleep at night,” NDP Leader Marit Stiles said Thursday.

“I’ll just say it…I think very few people really believe this is a real thing.”

Ford has previously said the feasibility study would look at how — not if — the tun-

nel could be built, but the request for proposals does contemplate the possibility of a tunnel not being possible.

The RFP sought a study to determine the feasibility of a tunnel and several other options including an elevated highway, adding more lanes and having truck-only lanes.

“If no capacity expansion option is determined to be feasible, then congestion mitigation options are to be identified as alternative to expansion,” the request told prospective proponents.

SAÚDE & BEM-ESTAR

Ver bem é viver melhor

A visão é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento infantil. É através dos olhos que as crianças aprendem a reconhecer rostos, a explorar o mundo, a ler, a escrever e a interagir com os outros. No entanto, muitos problemas de visão passam despercebidos durante os primeiros anos de vida, o que pode ter consequências sérias no rendimento escolar, no comportamento e até na autoestima.

De acordo com a Canadian Association of Optometrists (CAO), uma em cada quatro crianças em idade escolar no Canadá tem algum problema visual não diagnosticado. Estas dificuldades podem ir desde erros refrativos simples, como miopia, hipermetropia ou astigmatismo, até condições mais complexas, como ambliopia (olho preguiçoso) ou estrabismo (desalinhamento ocular). Muitas vezes, a criança não se apercebe de que vê mal, simplesmente porque nunca experimentou o que é ver bem.

Os primeiros sinais: o que observar em casa e na escola?

As dificuldades de visão podem manifestar-se de várias formas subtis. Por isso, é fundamental que pais, educadores e professores estejam atentos a certos sinais de alerta.

Entre os sintomas mais comuns estão:

• Aproximar-se demasiado do ecrã da televisão, tablet ou livro.

• Apertar ou semicerrar os olhos para tentar focar.

• Queixar-se frequentemente de dores de cabeça ou cansaço visual, especialmente ao final do dia.

• Evitar atividades que exijam visão de perto, como ler ou desenhar, ou de longe, como jogar à bola.

• Inclinar a cabeça para um dos lados ou tapar um olho ao olhar para o quadro.

• Não conseguir ler ou confundir letras semelhantes.

• Apresentar vermelhidão ocular, lacrimejo excessivo ou piscar constante.

• Notar falta de atenção na escola ou queda inexplicável no desempenho escolar. Segundo os especialistas, qualquer um destes comportamentos pode indicar um problema de visão, mesmo que a criança não se queixe. É importante lembrar que as crianças raramente dizem que veem mal, porque acreditam que todos os outros veem o mundo da mesma forma que elas.

A importância das consultas de rotina No Canadá, a CAO recomenda que todas as crianças façam o primeiro exame visual completo entre os 6 e os 9 meses de idade, seguido de outro entre os 2 e 5 anos, e depois anualmente a partir da idade escolar. Estes exames permitem detetar precocemente alterações que, se tratadas a tempo, podem ser corrigidas ou controladas com sucesso.

Ao contrário do que muitos pais pensam, os testes de visão realizados na escola, normalmente limitados à leitura de letras num quadro, não substituem um exame oftalmológico completo. Esses rastreios podem falhar até 40% dos casos de problemas visuais, sobretudo os relacionados com coordenação ocular, foco e perceção de profundidade.

Como é feito o diagnóstico?

Durante uma consulta, o optometrista ou oftalmologista avalia não só a acuidade visual (a nitidez da visão), mas também o alinhamento dos olhos, os movimentos oculares, a capacidade de focar objetos a diferentes distâncias e a saúde interna dos olhos.

Se for necessário o uso de óculos, é importante que a criança se sinta envolvida na escolha da armação e que perceba o motivo pelo qual deve usá-los. O apoio dos pais e dos professores é essencial nesta fase, para garantir que a criança não abandona o uso dos óculos por desconforto ou vergonha.

O impacto de uma visão não corrigida Problemas visuais não tratados podem afetar não apenas o desempenho escolar, mas também o desenvolvimento motor, a coordenação e até o comportamento.

Crianças que têm dificuldade em ver o quadro ou ler podem parecer distraídas ou desinteressadas, quando na verdade estão a esforçar-se para acompanhar o ritmo da turma.

O papel dos pais: prevenir é cuidar Os pais podem desempenhar um papel ativo na proteção da visão dos filhos. Algumas medidas simples incluem:

• Garantir que a criança faz exames visuais regulares.

• Controlar o tempo de ecrã e incentivar pausas visuais (“regra 20-20-20”: a cada 20 minutos, olhar para algo a 20 pés de distância durante 20 segundos).

• Estimular brincadeiras ao ar livreestudos mostram que a exposição à luz natural ajuda a prevenir a miopia.

• Ensinar a criança a não esfregar os olhos e a manter uma boa higiene ocular.

• Comunicar com a escola sobre qualquer suspeita de dificuldade visual.

Ver bem é viver melhor

A visão é essencial para aprender, brincar e crescer com confiança. Investir em exames regulares e estar atento aos sinais de alerta é investir no futuro da criança. Tal como levamos os nossos filhos ao dentista ou ao pediatra, o cuidado com os olhos deve fazer parte da rotina de saúde familiar. Porque ver bem é muito mais do que olhar o mundo, é compreender, descobrir e aprender sem limites.

Pronunciamento

Manuel Marques decidiu pronunciar-se sobre o caso em que é acusado de pela filha mais velha, Inês Marques, de 18 anos, de violência doméstica. Isto porque, recentemente, o Correio da Manhã avançou com novas informações, citando algumas frase que terão sido, alegadamente, proferidas pela jovem. "Mais uma vez, e para evitar especulações resultantes das notícias recentemente divulgadas por certos meios de comunicação, venho esclarecer que não fui, até à data, acusado de crime algum. Qualquer declaração atribuída à minha filha Inês e transcrita na comunicação social constitui uma violação ao segredo de justiça ou resulta de falsas declarações, sobre as quais não posso falar".

O dia de terça-feira (11) ficou marcado por um confronto em direto entre Cristina Ferreira e Bruno Savate. Após ter sido acusado pela apresentadora de influenciar o jogo por sobrevoarem a casa do Secret Story aviões com a sua assinatura, o ex-concorrente dos reality shows da TVI marcou presença no Dois às 10 para esclarecer o tema. Savate e Cristina acabaram numa intensa troca de palavras na qual o empresário acabou a referir que a apresentadora influencia o jogo com as opiniões que partilha com os concorrentes nas galas e especiais do Secret Story.

Jimmy Kimmel está de luto. O apresentador norte-americano perdeu o seu amigo de longa data e colega Cleto Escobedo III, e não conteve as lágrimas ao falar dele no programa. Cleto era o líder da banda que animava o programa do comunicador. "Estamos no ar há quase 23 anos e eu tive que fazer alguns monólogos difíceis ao longo do caminho, mas este é o mais difícil porque, na madrugada de hoje, perdemos alguém muito especial que era muito jovem. Toda a gente adorava o Cleto... toda a gente aqui no programa. Estamos arrasados com isto. Simplesmente não é justo".

52 anos

Cláudio Ramos completou 52 anos de vida na terça-feira, 11 de novembro. A data especial foi celebrada juntos dos amigos próximos, tendo as imagens da festa sido reveladas por Zé Lopes - que esteve entre o restrito leque de convidados. Cláudio Ramos manteve-se ausente das redes sociais durante todo o dia, não tendo feito qualquer partilha até ao momento. Porém, os amigos divulgaram as imagens únicas do seu jantar de aniversário. Zé Lopes esteve entre o leque de convidados da celebração, tendo na sua página oficial de Instagram mostrado algumas das imagens que marcaram a festa. "Ele é a pessoa que mais me surpreendeu na televisão. E também das que mais gosto. Parabéns, querido Cláudio Ramos. Mereces o melhor da vida", declarou o também apresentador da TVI, que atualmente conduz ao lado de Merche Romero o pograma Bom Dia Alegria do canal V+ TVI. Nas imagens divulgadas por Zé Lopes é possível ver Cláudio Ramos diante do bolo de aniversário e ainda o grupo de amigos que estiveram ao seu lado nesta celebração. Cristina Ferreira não deixou passar em branco o aniversário do colega e amigo e assinalou o seu 52.º aniversário em direto no programa Dois às 10. A apresentadora enalteceu as qualidades de Cláudio Ramos e destacou a rara relação de proteção entre eles. " Dizem que fomos irmãos noutra vida. Eu acredito. É que gosto mesmo dele. É um colega incrível, protetor, divertido, amigo.".

A família de Rita Pereira e Guillaume Lalung assinalou na quarta-feira, 12 de novembro o primeiro aniversário da filha mais nova do casal, Lowê. Nas redes sociais a atriz fez questão de assinalar a data com um vídeo com os melhores momentos da bebé. "Mas é que é mesmo essa frase: 'JÁ?! JÁ FAZ um ANO?!' Yap!!! Esta miúda já faz um ano", escreveu a atriz na legenda da partilha. A irmã de Rita, Joana Pereira, comentou esta publicação, dizendo: "A mexicana mais gata desta família que veio mostrar à família quem é que manda aqui! Se até aqui achávamos que era a mãe dela, estávamos muito enganados!", começou por escrever a professora. "Ehehe parabéns amor da titi e papás incríveis, de quem me orgulho muito mesmo!!! A vossa versão de pais é sem dúvida, uma das vossas melhores versões!", concluiu. A pequena Lowê, recorde-se, é fruto da união de uma década de Rita e Guillaume. O casal é ainda pai de Lonô, de seis anos, e o francês tem também outro filho, Luan, de uma anterior relação. A intensa experiência do segundo bebé levou a que a artista tomasse uma decisão em conjunto com o namorado: Rita não pretende aumentar a família. Numa recente entrevista, a atriz da TVI confidenciou mesmo: "A Lowê fez-me perceber que não quero ter mais filhos, é isto, está ótimo assim, fechou a loja. Ela é um furacão, os meus pais chamam-lhe furacão tropical", explicou a artista.

Cláudia Vieira encerrou um feliz capítulo da sua vida. A atriz, de 47 anos, disse 'adeus' às gravações da novela da SIC, Vitória, onde foi a protagonista durante largos meses. Na sua página de Instagram, a artista partilhou imagens dos bastidores e deixou uma mensagem emotiva sobre o projeto que foi o mais impactante da sua carreira. "Chegou ao fim um capítulo muito feliz da minha vida! Fizemos um projeto que foi marcado por uma entrega, disponibilidade, boa disposição, comunicação, profissionalismo, direção que nem sempre é alcançado. Desta vez foi. E foi tão BOM", começou por escrever a atriz. "Para mim foi transformador a vários níveis, ultrapassou o profissional, acho mesmo que todas as personagens nos acrescentam algo, mas esta vai mais além. Pôs-me a questionar tanto, trouxe-me ferramentas e uma exigência que ainda não tinha vivido", referiu Cláudia. "Daniel Oliveira disseste que era a personagem da minha vida e isso deixou-me nervosa quase angustiada, mas tinhas toda a razão. A Vitória aos dias de hoje é a personagem da minha vida, agradeço-te a confiança e a oportunidade!", explicou ainda. "Um senhor elenco também fez a diferença, contracenei com colegas atores que desejava muito e muitos foram uma agradável surpresa, mas existe toda uma equipa que trabalha por detrás das câmaras, que são dignos do maior aplauso.", escreveu, por fim, Cláudia Vieira.

Fim de um ciclo
Credito:
Luto
Confronto

artesonora

O jornalista e historiador Henrique Cymerman visitou Portugal para uma série de apresentações do seu novo livro, uma obra que surge como um imperativo de clarificação face aos acontecimentos traumáticos e complexos de 7 de Outubro de 2023. Em conversa exclusiva no Milénio Stadium, Cymerman partilhou a génese da sua mais recente publicação, descrevendo o momento exato em que percebeu a dimensão histórica e a urgência de contrariar a maré de desinformação que se seguiu.

Com uma vasta carreira como correspondente internacional para veículos como a SIC (Portugal), La Vanguardia (Espanha) e GloboNews (Brasil), o correspondente, que é também professor na Universidade Reichman em Israel, tem dedicado as últimas décadas à cobertura da região do Médio Oriente. Recentemente, a sua notória influência diplomática foi reconhecida: em 2023, foi nomeado pelo Papa Francisco Embaixador pessoal para o Diálogo Mundial e solução de conflitos. Além disso, Cymerman é fundador e presidente da Câmara de Comércio e Inovação Israel-Países do Golfo e participou ativamente nos Acordos de Abraham. Cymerman sublinhou que a sua obra nasce da convicção de que o ataque terrorista daquela manhã foi, possivelmente, o maior da história mundial, e que a resposta a essa violência passaria inevitavelmente pela manipulação narrativa e pelo revisionismo histórico. O desafio, segundo Cymerman, reside em explicar ao público a profundidade e a complexidade de um conflito que, paradoxalmente, é o mais noticiado, mas o menos compreendido no mundo. Esta incompreensão é amplificada pela era digital, transformando-o no que ele define como o primeiro "Conflito do TikTok", onde a

O Enigma de Israel Henrique Cymerman no Milénio Stadium

informação é consumida em fragmentos de 15 a 30 segundos, uma duração manifestamente insuficiente para apreender a realidade multifacetada de Israel. A entrevista focou-se na necessidade de resgatar o contexto e a história para além dos estereótipos, procurando as bases para uma paz duradoura.

Milénio Stadium: Correu bem a promoção do seu livro em Portugal?

Henrique Cymerman: Eu acho que superou todas as minhas expectativas. O que está a acontecer em relação ao Médio Oriente é uma coisa verdadeiramente incrível. O grau de cobertura, de envolvimento, de interesse e, também, de desinformação em muitos aspetos, é enorme — como eu nunca tinha visto, e eu sou correspondente há muitos anos. Isto demonstra que há um interesse e uma proximidade muito grande em relação ao Médio Oriente.

M.S: Qual foi o momento que o levou a escrever este livro?

H.C: Foi na manhã do dia 7 de Outubro. Comecei a entender na realidade que era o maior atentado terrorista da história — talvez mundial. Quando percebi isso, disse: "É preciso explicar." Entendi imediatamente que ia começar uma campanha de desinformação, de revisionismo, de gente que ia dizer que isto nunca existiu. E aí decidi escrever o livro.

M.S: Este é o conflito com mais informação, mas que menos se entende?

H.C: É o conflito com mais quantidade de informação e que menos se conhece. É impressionante, mas é assim. E há um grau de desinformação enorme. Estamos a viver um conflito que eu diria que é o primeiro conflito do TikTok, no qual os jovens se informam através de filmes de 15, 30 segun-

dos, e isso é impossível. É preciso perceber que estamos a falar de uma realidade muito complexa.

M.S: Qual o maior desafio ao escrever, sendo jornalista, historiador e com raízes no conflito?

H.C: O maior conflito foi resumir quais são realmente os pontos de mais ignorância, por um lado, e de mais estereótipos, pelo outro. Tentei responder a essas duas perguntas, e pensar ao mesmo tempo em possibilidades: de onde nos pode levar o processo de paz. Não há outra alternativa. É preciso continuar a pensar na paz, apesar da dor e do luto.

M.S: Sobre a diplomacia da fé: qual a sua importância para a paz?

H.C: Entendo hoje em dia que há um elemento muito importante da religião neste conflito. Não se trata só de uma questão de real estate, de imobiliária, é uma questão de crenças religiosas. Uma das conclusões que tirei, e que falava muito com o Papa Francisco, é que é preciso educar para a paz.

M.S: Qual é o enigma de Israel?

H.C: Dizia Ben-Gurion, o fundador de Israel, que num país como Israel, quem não acredita em milagres, não é realista. Eu acho que Israel é um grande milagre, mas às vezes é preciso ajudar a que esse milagre vá para a frente. Estou convencido que se eu tivesse que apostar, eu apostaria pelo futuro de Israel.

M.S: Uma mensagem final para a comunidade portuguesa no Canadá e América do Norte.

H.C: Que não se esqueçam nunca de Portugal, que não se esqueçam nunca das raízes. Que eduquem os jovens nessas raízes. Eu, quando venho a Portugal, como bacalhau

e caldo verde em tal quantidade que se me fizessem análises de sangue, saía bacalhau! Mas temos que manter os vínculos a sério. Não só através da gastronomia, muito mais através da cultura, através da língua, ensinar às próximas gerações a língua. Portugal tem hoje uma reputação internacional muito grande. É muito importante que a comunidade portuguesa reforce esses vínculos com a Metrópole.

Henrique Cymerman reforçou a sua aposta no futuro de Israel, classificando o país como "um grande milagre" que, no entanto, necessita de ser ativamente cultivado e defendido. O jornalista fez questão de sublinhar que a persistência no diálogo e a busca por soluções pacíficas continuam a ser a única via, mesmo que desafiadas pela escala de violência e desinformação que caracteriza a cobertura atual. A sua experiência de convivência e diálogo, nomeadamente com o Papa Francisco, reforça a convicção de que a religião — muitas vezes vista como causa de divisão — deve ser mobilizada como um motor para a paz, através da educação. Dirigindo-se à vasta comunidade portuguesa residente no estrangeiro, Cymerman concluiu com um apelo emocionado à preservação da identidade lusófona: um convite para que não se diluam os laços com a "Metrópole", Portugal, que tem vindo a conquistar uma reputação internacional crescente, deixando de ser um "cantinho da Europa" para se afirmar globalmente. Reforçar esses vínculos passa, segundo ele, pelo ensino da língua e da cultura às gerações mais jovens, garantindo que o legado português se mantenha forte para além da gastronomia. Este reforço dos laços é visto não só como um ato de memória, mas como uma necessidade cultural para o futuro.

Aos sábados 7h30am Sábado às 10:30am | domingos 10am.

Palavras cruzadas

1. Coordenar a execução de; conduzir, liderar

2. Ir ou conduzir (alguém ou um animal) a algum lugar, para (se) entreter ou exercitar

3. Tornar(-se) seco, retirar de ou perder a umidade; enxugar(-se)

4. Ocupar o espaço de; ser o conteúdo de; tornar(-se) cheio

5. Esforçar-se por achar ou descobrir (alguém ou algo)

6. Movimentar-se no espaço de uma parte mais alta para uma mais baixa

7. Dar a (alguém) todos os cuidados necessários ao pleno desenvolvimento de sua personalidade

8. Transferir (bem ou mercadoria) para outrem em troca de dinheiro

das 10 diferenças

9. Apresentar, mostrar. Tornar (algo) visível ou perceptível a outrem (ou a um grupo de pessoas)

10. Elevar-se do chão por impulso dos pés e das pernas

11. Tornar compreensível; esclarecer, elucidar, explicar

12. Vingar uma agressão com outra maior, mais violenta; responder

13. Entregar em troca; permutar

14. Não aprovar; recusar algo

15. Dar ou adquirir forma correta ou melhor; consertar(-se)

D M G L I F A L H A R Q V X V

P Y O A P F W C S P W O N I F

M F R N O U U Y O T C A P M I

O E E O H A B S K X O G O F Q

G T D I H S F O M X E S O C J

P N O C A N G R Y A I P O O R

Z E P A R E N I K F E M R M B

C I B N E R W E A N B R U B A

U B M R D P P B D O R A T A N

B M E E I M O M U C A T U T I

T A N T N I P O J G C I F E C

K E T N X L Z B A E I V N R I

L O A I P A D T S D D E E S D

N D L E C Z G B K R E V I A E

K J Z B V E X Q W A M R Z Z M

Sudoku

O objetivo do jogo é a colocação de números de 1 a 9 em cada um dos quadrados vazios numa grade de 9×9, constituída por 3×3 subgrades chamadas regiões. O quebra-cabeça contém algumas pistas iniciais. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo.

FUTURO EVITAR

IMPRENSA MEDICAR

AJUDA PODER MENTAL FOGO

MEDICINA INTERNACIONAL COMBATE

FALHAR AMBIENTE BOMBEIROS

IMPACTO

Ingredientes

• 2 postas de bacalhau cozidas em leite

• 6 dl de leite

• 1 cebola

• Azeite

• 2 colheres de farinha

• 1 kg de batatas

• 1 pacote de natas

• Queijo ralado

• Sal e pimenta q.b.

Modo de preparação

Cortar a cebola às rodelas finas e refogar em azeite até ficar transparente. Escorrer o bacalhau, desfazer em lascas e juntar à cebolada. Deixar refogar, polvilhar com a farinha e regar com o leite de cozer o bacalhau. Mexer até engrossar. Fritar as batatas num tacho à parte Escorrer as batatas e adicionar ao bacalhau. Temperar com sal e pimenta, adicionar as natas e o queijo ralado e mexer bem. Colocar tudo num tabuleiro e levar ao forno até dourar e borbulhar. Até a próxima.

Caça palavras
Culinária por Rosa Bandeira
Jogo

OLHAR COM OLHOS DE VER

Yes, please! Créditos: David Ganhão
Moliceiro de Vagos. Créditos: Paulo Perdiz
Always remember and respect, Port Stanley Ontario. Créditos: Setella Jurgen

CARNEIRO 21/03 A 20/04

Este é um momento de mudança. É o fim de um ciclo e o começo de outro. É um período de transformações, sobretudo a nível psicológico. Estas alterações podem ser interiores ou exteriores, isto é, vêm de dentro de si ou surgem por meio de fatores externos.

LEÃO 22/07 A 22/08

Durante este período a sua fogosidade encontra-se no auge, exigindo o máximo das suas relações afetivas. A sua combatividade e energia também estarão muito acentuadas, o que, de algum modo, poderá originar algumas situações mais conflituosas, inclusive com os filhos, pelo modo agressivo e menos oportuno com que atua.

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

Pode aliar o interesse dos seus negócios à possibilidade de procurar no exterior novos motivos de ação e até de diversão. Também é uma boa altura para expressar os seus pontos de vista aos outros, pondo muito de si naquilo que disser. Poderá sentir-se mais nervoso e curioso do que o habitual. Tente acalmar-se e pensar em coisas agradáveis.

Soluções

TOURO 21/04 A 20/05

É o mundo dos afetos que mais vai estar em evidência enquanto Vénus transitar pela sua Casa VII. Não é o momento ideal para se envolver em lutas ou conflitos. Um novo amor poderá surgir nesta altura. Há um maior desejo de intimidade, de expressar e de receber afeto, o que lhe trará grande satisfação.

GÉMEOS 21/05 A 20/06

Durante esta altura, suas capacidades de trabalho, organização, talento e capacidades estarão mais acentuadas e desenvolvidas, conduzindo à necessidade de sentir que faz um trabalho perfeito. Daqui resulta também uma maior e mais sensível relação e entendimento com os seus colaboradores ou colegas de trabalho.

CARANGUEJO 21/06 A 20/07

Durante este período estará a ganhar consciência das suas forças e das suas fraquezas, daquilo que efetivamente você é, independentemente daquilo que os outros esperam que você seja. Lembre-se de que quanto melhor se conhecer, maior será a criatividade e generosidade, melhor se poderá entregar aos outros.

VIRGEM 23/08 A 22/09

Durante esta fase poderá ter de medir bem as suas ações e apelar ao autocontrole, de modo a evitar alguns conflitos. Tem tendência a tomar decisões precipitadas e que podem ser mal-interpretadas pelos outros. É um período um pouco nebuloso para si pois tende a atuar de um modo contraditório e confuso.

BALANÇA 23/09 A 22/10

Será através dos seus recursos que você irá exprimir-se neste período, definindo-se a si e aos outros. Poupe exibicionismos desnecessários e use as suas capacidades materiais para proporcionar alegria e prazer àqueles que estão à sua volta. Tente ter uma noção mais correta daquilo que possui para o poder desenvolver no futuro.

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

A relação com os amigos e com familiares é-lhe especialmente benéfica neste período. Faça por conviver mais intensamente com ambos ou dedique-se a uma atividade que lhe dê prazer. É uma boa altura para tirar férias, para se descontrair e para deixar de se preocupar constantemente com as obrigações do dia-a-dia.

CAPRICÓRNIO 22/12 a 20/01

Nesta semana o seu interesse por assuntos relacionados com a espiritualidade e dualidade estarão mais acentuados. Poderá sentir uma grande vontade convencer os outros, defendendo os seus pontos de vista, as suas ideias. No entanto, a honestidade e frontalidade para com os outros e consigo só lhe trarão mais força e apoio.

AQUÁRIO 21/01 A 19/02

Durante este trânsito a sua atenção estará mais voltada para o convívio com os seus amigos e para os projetos e atividades de grupo. Procure participar e integrar-se em atividades coletivas, mesmo que à partida não lhe suscitem interesse. Este não é, decididamente, momento para se isolar do mundo exterior!

PEIXES 20/02 A 20/03

Esta é a altura ideal para pôr em prática os projetos que tem planeado nos últimos tempos. Sente-se com energia e com capacidade de iniciativa para tal e poderá receber a colaboração de outras pessoas. Se houver uma convergência de interesses verá que a sua carreira poderá ser especialmente beneficiada.

Classificados

Apartamento em condomínio na 18 floor, 2 quartos de dormir e 2 banheiros, com lavanderia no apartamento, com garagem e storage, localizado na área da Lawrence e Keele. Contato: 416-890-3876.

Alugas-se apartamento com 2 quartos tudo incluído. Na zona da Broadview e Donlands. Contatar 647-862-4018

Aluga-se apartamento com 1 quarto tudo incluído. Na zona da Broadview e Donland. Contatar 647-862-4018

College e Lansdowne. Aluga-se apartamento com 2 quartos, sala, cozinha e casa de banho e pátio. Contatar 647-828-6393

Garage for rent. Rogers and Caledonia. Contact 416-968-1739.

Apartamento para alugar — zona Weston Road/Eglinton. 1 quarto, cozinha, sala e casa de banho. Com varandas. 416-531-4045

Aluga-se apartamento no basement — 2 quartos, cozinha e sala, casa de banho e estacionamento. Disponível de imediato. Zona Lawrence e Keele. 416-995-4883

Apartamento para arrendar — 1.º piso, 2 quartos, sala, cozinha e casa de banho. Zona St. Clair/Dufferin. Disponível de imediato. Contato: 647-639-4837

Agenda comunitária

14 de Novembro

Sporting Clube Português de Toronto

São Martinho

331 Symington Avenue, a partir das 19h. Reservas e Informações: 416 688 0401

Clube Português de Chatham Jantar e Espectáculo /Augusto

Canário

346 Grand Ave E, a partir das 18h. Reservas e Informações: 519-567-1904

15 de Novembro

Centro Cultural Português de Mississauga

Western Party

53 Queen St. N, Mississauga, a partir das 18h. Reservas e Informações: 905 2861311/ secretary@pccmississauga.ca

Casa dos Açores do Ontário

Gala dos 40 anos

1136 College St, a partir das 17h. Reservas e Informações: 416-953-5960

Casa dos Poveiros de Toronto

São Martinho

LiUNA! LOCAL 183 - 1263 Wilson Ave, a partir das 19h. Reservas e Informações: 416-720-9371

Northern Portugal Cultural Centre

Magusto de S. Martinho

40 Albany St, Oshawa, a partir das 18h. Reservas e Informações: 905-576-2474/ festa.northernportugal.org

Aluga-se apartamento todo renovado com três quartos e com acesso a lavandaria. Na zona da Christie e ST. Clair. Contatar 416936-9417 or johnantunes@rogers.com

Apartamento para arendar na żona da Davenport e Dovercourt. Com 2 quartos e acesso a lavandaria. Contatar 416-427-4703

Apartamento num basement para alugar. Super acolhedor com 2 quartos, cozinha e sala em comum, casa de banho e lavandaria a moedas. Acesso a quintal Lawrence e Duf ferin. Contatar 416-991-7164

Quarto para alugar com internet e laundry. Área da St. Clair & Lansdowne. Entrada privada. Contatar: 647-938-6367.

Um apartamento com 1 quarto, cozinha, sala e casa de banho e com lavandaria. Estacionamento disponível. Na zona da Weston Road and Eglinton. Contato por telefone 416-531-4045 ou pode mandar mensagem.

Irmandade do D. Espírito Santo

St. David's Parish, Maple

Matança de Porco – Nomeação de Novos Mordomos

2601 Major Mackenzie Drive, a partir das 18h. Reservas e Informações: 416-417-8379

22 de Novembro

Associação Migrante de Barcelos

Jantar Minhoto

1136 College St, a partir das 17h. Reservas e Informações: 647-949-1390

Ganadaria Canadiana

Christmas Party

Vasco da Gama C. C. 25 Fisherman’s Drive, Unit 19, a partir das 19h. Reservas e Informações: 226-668-5881

Graciosa Community Centre

Noite Branca

279 Dovercourt Rd, a partir das 19h. Reservas e Informações: 416-656-5260 ou 416-871-8533

Magellan Foundation - II Gala

Liuna 183 Headquarters Vaughan. reservas visite magellancommunityfoundation. com

23 de Novembro

Movember – Jantar de Angariação de Fundos

Cancro da Próstata e Saúde Mental

1130 Dupont St. Toronto, a partir das 12h. Reservas e Informações: 647-983- 7884

Ana Lúcia

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