MILÉNIO STADIUM 1768 - 24 DE OUTUBRO

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apresentador

Augusto Bandeira convidados

Jorge Ribeiro

José Maria Eustáquio

Manuel DaCosta

Por que razão há tanta sobreposição de eventos promovidos por associações e clubes comunitários?

Dançar com a nossa cultura

Na contínua competição para celebrar a cultura portuguesa no Ontário, tem-se vindo a instalar na comunidade uma atitude de desvalorização em relação ao que cada organização cultural faz. Mais preocupante ainda é o facto de não existir uma estratégia que alinhe as várias organizações culturais, de modo a evitar rivalidades entre clubes que podem conduzir alguns à ruína financeira. A ACAPO é uma instituição que, há muitos anos, lidera as celebrações culturais no Ontário. Embora o seu líder deva ser reconhecido pelo esforço de manter viva a organização, a sua estratégia a longo prazo nunca incluiu uma visão empreendedora

capaz de garantir uma coordenação de festividades que não prejudicasse cada clube individualmente.

Ao avaliar a situação atual, não se pode simplesmente apontar o dedo à ACAPO e à sua liderança. A responsabilidade cabe também à direção de cada clube e associação, são elas que devem planear e gerir as suas atividades de forma a evitar iniciativas que causem perdas financeiras por falta de coordenação. Uma análise dos eventos da comunidade portuguesa no Ontário, nos meses de outubro e novembro, mostra uma concentração de iniciativas a decorrer no mesmo dia, competindo diretamente entre si, com ofertas idênticas de comida, entretenimento e mostras regionais de diferentes zonas de Portugal. Quanto pode uma comunidade realmente absorver, não apenas em termos de custos, mas também de interesse,

quando t organizações diferentes realizam eventos no mesmo dia? É isto o que a comunidade precisa?

Talvez os líderes mais autocentrados devessem refletir que celebrar a cultura não é exaltar apenas uma região ou um grupo, mas sim celebrar quem somos como povo no seu conjunto. Teremos nós chegado ao ponto de estar tão obcecados com as nossas visões individuais de importância, que acreditamos que diminuir os outros resolve os verdadeiros problemas sobre o modo como consumimos cultura?

É desconcertante ver o quanto nos queixamos uns dos outros enquanto voluntários nesta comunidade. Também eu poderia lamentar que um evento de angariação de fundos, marcado há muito para 22 de novembro, de repente tenha concorrência de várias outras organizações. Poderia dizer que tal situação era evitável, como tan-

tas outras sobreposições de eventos, mas o debate educado sobre este tema deixou há muito de interessar à maioria. As comunidades e as suas culturas só sobreviverão com uma liderança forte, assente em ideias sólidas e estratégias que beneficiem o coletivo, e não sonhos individualistas construídos sobre bases frágeis.

Sim, talvez haja um toque de interesse pessoal nas minhas palavras, mas a verdade é que a nossa história mostra uma tendência destrutiva quando se trata de construir as estruturas que deveriam servir de alicerce para o futuro das próximas gerações de luso-canadianos.

É tempo de rever a atitude do “eu” no seio da comunidade e de começar a construir sonhos sustentáveis.

Ano XXXII- Edição nº 1768

24 a 30 de outubro de 2025

Semanário. Todas as sextas-feiras, bem pertinho de si!

Propriedade de: Milénio Stadium Inc./MDC Media Group 309 Horner Ave. Etobicoke, ON M8W 1Z5

Telefone: 416-900-6692

Manuel DaCosta

Presidente, MDC Media Group Inc. info@mdcmediagroup.com

Madalena Balça

Diretora, Milénio Stadium m.balca@mdcmediagroup.com

Diretor Criativo: David Ganhão d.ganhao@mdcmediagroup.com

Edição Gráfica: Fabiane Azevedo f.azevedo@mdcmediagroup.com

Publicidade: Rosa Bandeira 416-900-6692 / info@mdcmediagroup.com

Redação: Adriana Paparella, Francisco Pegado e Rómulo M. Ávila.

Colaboradores do jornal: Adam Care, Aida Batista, Augusto Bandeira, Cristina Da Costa, Daniel Bastos, Paulo Perdiz, Raul Freitas, Reno Silva, Rosa Bandeira, Vincent Black, Vítor M. Silva.

de Notícias

A Direção do Milénio Stadium não é responsável pelos artigos publicados neste jornal, sendo os mesmos da total responsabilidade de quem os assina.

Traduções: David Ganhão e Madalena Balça Parcerias: Diário dos Açores e Jornal
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Celebrar Portugal não deveria ser um esforço coletivo?

De acordo com a página o cial da ACAPO, a Aliança de Clubes e Associações tem atualmente 34 clubes e associações membros. Para além destes, há ainda que contar com o PCCM, clube não associado à ACAPO. Esta diversidade de instituições é, sem dúvida, sinal da vitalidade e da forte ligação dos luso-canadianos às suas raízes. No entanto, o que poderia ser um sintoma de riqueza e diversidade cultural tem vindo a revelar-se um problema crescente na comunidade: a sobreposição de eventos. Em determinadas alturas do ano, chegam a realizar-se oito ou dez eventos no mesmo dia e à mesma hora, muitos deles com ofertas semelhantes de comida, música e celebração regional. Nesta página, damos apenas o exemplo deste mês de outubro, mas se avançássemos para novembro, a situação seria igual ou pior. Esta realidade levanta uma questão inevitável: quem bene cia com esta desarticulação? Certamente não os clubes e associações, principalmente os de menor dimensão, que têm mais di culdade em garantir público su ciente para justi car os custos dos seus eventos. Nem a própria comunidade, que perde oportunidades de união e de partilha.

Quando os clubes competem entre si por público, patrocinadores e voluntários, todos perdem, sobretudo o público, que se vê obrigado a escolher e, muitas vezes, acaba por se afastar. O resultado é uma fragmentação de esforços e um desgaste de recursos humanos e nanceiros que, em vez de fortalecer a comunidade, a enfraquece. Numa perspetiva mais pro ssional, não tenho problema em a rmar, embora sem qualquer procuração para isso, que os meios de comunicação social comunitários bem tentam ser justos e equitativos na forma como dão cobertura a tudo o que se passa, mas a missão torna-se praticamente impossível. A solução é fazer escolhas que, no nosso caso (no grupo MDC) passam pelo que, na nossa perspetiva, tem mais relevância cultural.

Muitos perguntam: mas a ACAPO, como entidade que representa e congrega as associações portuguesas do Ontário, não tem a responsabilidade de promover uma maior articulação entre os clubes, incentivando a plani cação conjunta de atividades e a criação de um calendário comum? Sim, mas tanto quanto sabemos essa missão tem-se tornado impossível, porque se olha demasiado para o “umbigo”, porque “primeiro nós, sempre” e a luta de egos absorve qualquer tentativa que se faça para resolver a questão.

É urgente perceber que a cooperação e interligação não anula a autonomia de cada instituição, mas permite que a comunidade cresça de forma mais sólida, coesa e sustentável.

A nal, celebrar Portugal no Canadá deveria ser um esforço coletivo e não uma competição.

A comunidade está a falhar

Presidente da ACAPO lança alerta duro

O presidente da Aliança de Clubes e Associações Portuguesas de Ontário (ACAPO), José Eustáquio, deixou um alerta claro e direto sobre a crescente falta de coordenação entre os clubes da comunidade portuguesa no Canadá. Em declarações recentes ao nosso jornal, Eustáquio, que lidera a Aliança apontou falhas estruturais, desorganização e desinteresse generalizado por parte de algumas entidades associadas.

“A ACAPO foi criada, em 1987, com um dos principais objetivos de evitar conflitos de datas entre os clubes. Era uma estrutura organizada, com 14 membros fundadores e que representava a cultura portuguesa no Ontário, nomeadamente através da Semana de Portugal”, recorda o dirigente.

No entanto, o cenário atual é bem diferente. “Hoje temos 33 membros na Aliança, cada um com a sua própria dinâmica. E ainda mais 47 organizações não afiliadas. É impossível evitar sobreposições com tanta gente ativa, num calendário com apenas 52 fins de semana por ano”, lamenta o líder da ACAPO.

A questão agrava-se, segundo o presidente, devido à tendência da comunidade em não realizar eventos nos meses de Verão. “Depois do Dia de Portugal, em Junho, a maioria vai de férias para Portugal. As atividades culturais só recomeçam no final de Setembro e encerram em Maio. Isso dá-nos cinco meses - cerca de 20 sábados - para encaixar todos os eventos”, explica na conversa com Rómulo Ávila.

“A falta de coordenação não beneficia ninguém”

Questionado sobre se esta descoordenação beneficia alguém, o presidente é peremp-

tório: “Está a prejudicar toda a gente. Primeiro, porque não há qualidade nos eventos. Raramente vou a um onde diga: 'Isto valeu mesmo a pena.' E, como Presidente, tenho de marcar presença em quase todos, goste ou não deles.”

Aponta ainda o cansaço dos voluntários e a falta de valorização do trabalho das direcções. “As pessoas criticam, mas não ajudam. E os patrocínios são sempre pedidos aos mesmos. As empresas já estão fartas. Eu começo a angariar fundos para a Semana de Portugal em Março e há amigos meus que, quando veem o meu número a ligar, já sabem: lá está ele a pedir dinheiro outra vez...”, partilha.

Reuniões mensais… com pouca adesão

A Aliança realiza reuniões mensais, sempre na primeira terça-feira de cada mês, na Casa do Alentejo. “É assim desde que entrei. Só em Julho e Agosto não há reuniões. Mas, mesmo assim, a maioria dos clubes só aparece em Março, Abril e Maio, por causa da Semana de Portugal”, denuncia.

Apesar de apelos reiterados - enviados já em Junho - para que os clubes partilhem os seus calendários de eventos a partir de Setembro, a resposta é mínima. “Só recebemos informações de quatro entidades: Barcelos, o Arsenal, o rancho Províncias e Ilhas de Hamilton, e um grupo do Norte. O resto ignora. Ou não respeitam o nosso trabalho, ou nem sabem o que vão organizar.”

O resultado? Eventos sobrepostos e fins de semana com múltiplas atividades semelhantes. “Já tivemos 12 matanças do porco marcadas para o mesmo fim de semana. É impossível estar em todas. Além de ser cansativo… engorda!”, comenta com ironia.

Mas, rapidamente, volta ao tom sério: “Isto não é só falta de visão. É falta de respeito. Se

A vez da voz e dos rostos da comunidade, sem filtros!

nós, que somos voluntários e lutamos por isto, não nos respeitamos uns aos outros, como é que esperamos respeito de fora?”

“Já não é um problema novo. Falta é coragem para falar dele” Eustáquio critica o silêncio prolongado sobre este problema. “Se alguém só agora acordou para esta realidade, fico espantado. Isto já dura há anos. A única diferença é que agora estamos a ter coragem de falar nisso.”

Questionado sobre se haverá vontade de resolver esta situação na nova direcção da ACAPO, reeleita recentemente, o líder da ACAPO mostra-se pragmático: “Já fui presidente de clubes. Sei como é. Cada direção está centrada nos seus próprios problemas: manter portas abertas, arranjar dinheiro, organizar festas sem perder dinheiro.”

E aponta uma realidade comum: “Há direções com 18 membros, mas só três é que trabalham. E no fim, os sócios só querem saber se houve lucro. Podes fazer uma grande semana cultural, mas se perderes cinco dólares, és criticado. Se não fizeres nada e deixares 10 mil no banco, és uma grande direção. Isto é o que temos.”

“Temos bons presidentes. Mas basta um fraco, e o barco vai ao fundo.”

Apesar de tudo, José Eustáquio, na entrevista, reconhece qualidade entre os atuais dirigentes: “Já passámos por fases complicadas. Hoje temos bons presidentes, com um bom ambiente familiar. Mas basta um porta-voz fraco e o barco vai ao fundo. E é isso que está a acontecer.”

Revela ainda conflitos internos, como casos de clubes que nem aparecem às reuniões, ou ranchos a tentarem ‘roubar’ dançarinos uns aos outros. “Mas o que é isto? Um

jogo de futebol com empresários a ganhar comissões? Não entendo. E quando não é isso, é falarem mal dos outros. E ainda por cima com eventos a coincidir nas datas? É pior ainda.”

Apelo final: “Apareçam nas reuniões!” Para concluir, o presidente da ACAPO deixou um apelo claro a todos os clubes: “Compareçam nas reuniões da Aliança. Mais uma vez: primeira terça-feira de cada mês, na Casa do Alentejo.”

E reforça: “Não apareçam só para passar o tempo. Apareçam para resolver esta situação, para discutir o que é importante. Na última reunião, há três semanas, só se falou neste tema. Curiosamente, os clubes que não apareceram… são os que agora criticam o que foi dito.”

RMA/MS

Novo podcast apresentado por Rómulo Medeiros Ávila. Emitido às sextas-feiras.

José Maria Eustáquio. Crédito: DR.

Eventos comunitários em conflito: a voz da comunidade sobre a sobreposição de eventos

Nos últimos tempos, a comunidade tem assistido a uma crescente concentração de eventos a ocorrerem simultaneamente, criando dificuldades na participação plena dos cidadãos. Para compreender melhor o impacto desta sobreposição de atividades, ouvimos a opinião de vários membros da comunidade, de diferentes idades e profissões. Este vox pop reúne as suas perspetivas sobre os efeitos desta realidade, quem são os mais afetados e quem deve assumir a responsabilidade por uma melhor coordenação entre clubes, associações e entidades locais.

RMA/MS

Tem reparado que, por vezes, há vários eventos comunitários a acontecer no mesmo dia?

Sim, tenho reparado que muitas vezes há vários eventos a acontecer no mesmo dia.

Acho que isso prejudica a participação porque as pessoas acabam por ter de escolher e acabam por não ir a tudo o que gostariam.

Acha que isso prejudica a participação das pessoas?

Sim, prejudica porque as pessoas ficam divididas e não conseguem estar em mais do que um evento ao mesmo tempo.

Na sua opinião, quem mais beneficia ou perde com a realização simultânea de tantos eventos na comunidade?

Na minha opinião, quem mais perde são os próprios clubes e associações, porque a

participação é mais baixa e o impacto do evento diminui. Quem pode beneficiar são as pessoas que gostam de variedade, mas mesmo assim não é ideal.

Acha que deveria haver uma melhor coordenação entre clubes e associações para evitar estas sobreposições? Quem deveria liderar essa organização?

Acho que sim, devia haver uma melhor coordenação. Seria mais fácil para todos se houvesse um calendário comum. Quem deveria liderar essa organização? Talvez a entidade que reúne os clubes.

Conhece o papel da ACAPO na organização dos eventos? Acha que ela deveria ser mais ativa na articulação entre os clubes?

Conheço vagamente o papel da ACAPO. Penso que sim, que devia ser mais ativa na articulação entre clubes para evitar estas sobreposições, ajudando a criar um plano conjunto.

Tem reparado que, por vezes, há vários eventos comunitários a acontecer no mesmo dia?

Sim, já reparei. Para quem gosta de participar em vários eventos, é complicado quando estão todos no mesmo dia.

Acha que isso prejudica a participação das pessoas?

Sim, porque obriga a escolher e limita o que se consegue aproveitar.

Na sua opinião, quem mais beneficia ou perde com a realização simultânea de tantos eventos na comunidade?

Quem perde são as pessoas que querem aproveitar vários eventos, e os clubes que

ficam com menos público. Nenhum beneficia verdadeiramente.

Acha que deveria haver uma melhor coordenação entre clubes e associações para evitar estas sobreposições? Quem deveria liderar essa organização?

Concordo que devia haver coordenação para evitar sobreposição.

Conhece o papel da ACAPO na organização dos eventos? Acha que ela deveria ser mais ativa na articulação entre os clubes?

Já ouvi falar muito da ACAPO. Prezo muito o trabalho do presidente e da sua equipa, mas acho que podia ser mais ativa e coordenar os clubes para que os eventos não coincidam.

João, 30 anos

Tem reparado que, por vezes, há vários eventos comunitários a acontecer no mesmo dia?

Sim, noto isso frequentemente. É difícil gerir porque às vezes queria ir a mais do que um, mas é impossível.

Acha que isso prejudica a participação das pessoas?

Acho que sim, porque a oferta divide o público e as pessoas acabam por faltar a eventos que lhes interessariam.

Na sua opinião, quem mais beneficia ou perde com a realização simultânea de tantos eventos na comunidade?

Acho que quem perde são os próprios clu-

bes e a comunidade em geral, porque a participação fica mais baixa. Beneficiados? Nenhum claramente, só confusão.

Acha que deveria haver uma melhor coordenação entre clubes e associações para evitar estas sobreposições? Quem deveria liderar essa organização?

Sim, devia haver melhor coordenação. Quem deveria liderar? Não sei, mas alguém tem de assumir esse papel, porque tem a capacidade de juntar todos.

Conhece o papel da ACAPO na organização dos eventos? Acha que ela deveria ser mais ativa na articulação entre os clubes?

Conheço a ACAPO de nome, mas não muito bem o que faz. Acho que deveria ser mais ativa, sim, para ajudar a organizar e evitar sobreposições.

Tem reparado que, por vezes, há vários eventos comunitários a acontecer no mesmo dia?

Sim, noto isso. É difícil para as pessoas participarem em vários eventos quando acontecem ao mesmo tempo. Aniversários e semanais culturais e datas mais históricas estão definidas e cada clube tem as suas, tudo o resto pode e deve ser ajustado.

Acha que isso prejudica a participação das pessoas?

Sim, torna tudo mais complicado, porque a escolha é obrigatória e muita gente acaba por não ir a nada.

Na sua opinião, quem mais beneficia ou perde com a realização simultânea de tantos eventos na comunidade?

Acho que quem mais perde são os clubes menores, que ficam ofuscados pelos maiores. Os beneficiados são, por vezes, os eventos com mais publicidade, mas no geral ninguém ganha com a sobreposição.

Acha que deveria haver uma melhor coordenação entre clubes e associações para evitar estas sobreposições? Quem deveria liderar essa organização?

Sim, devia haver melhor coordenação para não competir pelo mesmo público. A comunidade é só uma e dispersando-a, perdemos todos.

Conhece o papel da ACAPO na organização dos eventos? Acha que ela deveria ser mais ativa na articulação entre os clubes?

Conheço a ACAPO, mas não sei bem o que faz nesse aspeto. Acho que deveria mesmo ser mais interventiva para ajudar a organizar e planear.

Tem reparado que, por vezes, há vários eventos comunitários a acontecer no mesmo dia?

Sim, é uma situação que acontece muitas vezes. Acho que é resultado de falta de comunicação entre as entidades.

Acha que isso prejudica a participação das pessoas?

Sem dúvida. As pessoas ficam com a sensação de que têm de escolher e isso limita o envolvimento na comunidade.

Na sua opinião, quem mais beneficia ou perde com a realização simultânea de tantos eventos na comunidade?

Quem perde são os clubes e associações que

ficam com menos público e menor impacto. Quem ganha? Talvez só quem fica em casa!

Acha que deveria haver uma melhor coordenação entre clubes e associações para evitar estas sobreposições? Quem deveria liderar essa organização?

Claro que sim, devia haver mais coordenação.

Conhece o papel da ACAPO na organização dos eventos? Acha que ela deveria ser mais ativa na articulação entre os clubes?

Conheço a ACAPO e talvez fazem o que podem e ninguém os quer ouvir, mas esse papel mais ativo talvez evite estes conflitos de datas.

Tem reparado que, por vezes, há vários eventos comunitários a acontecer no mesmo dia?

Sim, tenho reparado. Acho que atrapalha porque as pessoas ficam divididas e acabam por não se envolver tanto.

Acha que isso prejudica a participação das pessoas?

Sim, porque as pessoas não conseguem estar em tudo e acabam por participar menos.

Na sua opinião, quem mais beneficia ou perde com a realização simultânea de tantos eventos na comunidade?

Os que mais perdem são os participantes e a comunidade, que acaba por não usufruir

de tudo o que podia. Os clubes maiores beneficiam, mas isso não é justo.

Acha que deveria haver uma melhor coordenação entre clubes e associações para evitar estas sobreposições? Quem deveria liderar essa organização?

Sim, devia haver uma melhor coordenação. Acho que uma associação de clubes ou mesmo a ACAPO podia ser responsável por isso, já que conhecem bem as atividades.

Conhece o papel da ACAPO na organização dos eventos? Acha que ela deveria ser mais ativa na articulação entre os clubes?

Conheço a ACAPO, sei que tem um papel importante. Sim, devia ser mais ativa na articulação para ajudar a evitar conflitos de datas.

Maria, 45 anos
Débora, 52 anos
Pedro, 25 anos
Andreia, 38 anos
Ricardo, 52 anos

Fragmentados ou fortes? O futuro da cultura portuguesa no Canadá está em jogo

No coração da comunidade portuguesa no Canadá pulsa uma força imensa: a paixão pela cultura, pelas tradições e pela nossa identidade. Nunca antes vimos tanto empenho, tanta energia a celebrar o que somos. Mas, por trás deste entusiasmo contagiante, esconde-se uma ferida que insiste em doer - a sobreposição desenfreada de eventos que, em vez de unir, divide. Há dias em que quase uma mão cheia de festas, encontros e celebrações se atropelam, disputando o mesmo público, o mesmo espaço, o mesmo coração. E quando isso acontece, não é só o calendário que se fragmenta - é a própria alma da comunidade que se dilui, esbatida entre escolhas impossíveis e oportunidades perdidas.

Quemrealmente beneficia quando tantas vozes gritam ao mesmo tempo? Para onde caminha a nossa cultura se continuarmos a esmorecer cada festa, cada tradição, cada sonho, numa batalha silenciosa e invisível de sobreposições? Parece que estamos a lutar todos pelo mesmo pedaço de terra, mas sem olhar para o lado, sem estender a mão que poderia unir. Talvez, o problema não está na falta de vontade, mas, no que concluímos das declarações de alguns líderes comunitários, na ausência de diálogo, planeamento e cooperação.

Joel Bastos (Arsenal do Minho): "O que nos falta, talvez, é sentarmo-nos mais vezes à mesma mesa"

O problema recorrente da sobreposição de eventos comunitários, faz com que Joel Bastos, vice-presidente da ACAPO e representante do clube Arsenal do Minho, partilhe a sua visão de que a principal razão para esta sobreposição está na falta de comunicação e coordenação entre as associações: “Cada clube trabalha com dedicação e empenho, mas muitas vezes de forma isolada, sem ter conhecimento do que os outros estão a planear”. Joel considera que não se trata de falta de vontade, mas sim da inexistência de um canal de diálogo regular entre as direções. Acrescenta ainda que há um certo orgulho e espírito de independência muito característico da comunidade portuguesa, algo que, embora bonito e revelador de identidade e paixão, acaba por dificultar a colaboração. Como as datas mais procuradas são limitadas, as coincidências tornam-se inevitáveis.

Para além disso, Joel Bastos considera

que quando vários eventos acontecem no mesmo dia, todos acabam por sair prejudicados: o público, que se vê obrigado a escolher entre dois ou mais locais onde gostaria de estar, e os clubes, que têm menos participação, menos visibilidade e um retorno menor face ao esforço investido. Na sua perspetiva, ninguém ganha com esta sobreposição, talvez apenas quem tem a sorte de viver mais perto de um dos eventos, mas no fundo, é a comunidade no seu todo que sai mais fraca. Aquilo que deveria ser um motivo de união - celebrar a cultura, as tradições e as pessoas - transforma-se assim, involuntariamente, numa divisão. Enquanto vice-presidente da ACAPO, Joel defende que o papel da associação não é impor, mas sim unir, criar pontes e promover o diálogo. É com esse espírito que se realizam as reuniões mensais da ACAPO, onde se tenta dar espaço a todos os clubes para partilharem os seus eventos e evitarem sobreposições. No entanto, nem todos os clubes comparecem a estas reuniões, o que dificulta bastante o trabalho de coordenação. Joel fala também com a experiência de quem já foi presidente de um clube, lembrando que este problema não é novo e que tem sido uma preocupação constante da ACAPO ao longo dos anos. Apesar dos alertas, a história continua a repetir-se, por vezes por dificuldade em alterar planos já definidos, outras vezes por causa daquele orgulho ou rivalidade antiga que ainda persiste em alguns casos.

Apesar de tudo, Joel Bastos acredita que todos estão do mesmo lado, unidos pelo desejo comum de ver os clubes cheios, a cultura portuguesa bem representada e a comunidade fortalecida. O que falta, talvez, é sentar-se mais vezes à mesma mesa, olhar para os outros clubes como parceiros e não como concorrentes. A criação de um calendário comunitário comum, bem como mais encontros entre direções, seriam passos importantes nesse caminho. Com mais diálogo e colaboração, todos sairão a ganhar - os clubes, o público, e acima de tudo, o espírito comunitário que é a base da nossa identidade e o verdadeiro legado que devemos deixar às gerações futuras.

Suzanne da Cunha (Casa dos Açores do Ontário): "A nossa comunidade ficava muito mais enriquecida se trabalhassem em conjunto"

A sobreposição de atividades promovidas por diferentes clubes tem vindo a causar frustração e perda de impacto. Suzanne Da Cunha, presidente da Casa dos Açores

do Ontário, partilhou a sua perspetiva sobre este tema, destacando não só as dificuldades sentidas, mas também algumas possíveis soluções. Para Suzanne, uma das razões que leva à coincidência de eventos prende-se com a escolha de temas apelativos e com a sazonalidade. “Talvez seja porque as pessoas sabem certos temas que atraem a comunidade e procuram fazer eventos com esses temas”, afirma. A Casa dos Açores, por exemplo, organiza os seus eventos logo no início do ano, escolhendo-os conforme a época, mas sempre com um enfoque na identidade açoriana. “Temos um dever cultural de agendar eventos à volta da nossa cultura, portanto escolhemos temas como as festas do Divino Espírito Santo e a matança de porco.”

Apesar dessa organização cuidada, Suzanne reconhece que há falta de comunicação entre as várias entidades. Relata uma tentativa pessoal de coordenação com outra associação, que acabou frustrada. “Tentei agendar as nossas festas em colaboração com outra organização para não calhar no mesmo sábado, assim as pessoas da comunidade tinham oportunidade de ir aos dois eventos… mas não tive sorte, porque a resposta foi: ‘já tenho as minhas festas agendadas’. Nem houve um pouco de flexibilidade.”

Na sua opinião, a realização de vários eventos no mesmo dia prejudica todos — o público, que se vê forçado a escolher, e os clubes, que acabam por ver a sua participação diminuída. Mais do que isso, Suzanne levanta uma preocupação séria: “Parece até que é de propósito para tentar prejudicar.” E acrescenta uma crítica di-recionada às festas “extraordinárias”, ou seja, organizadas por grupos informais ou novos promotores: “Acho que as festas que não são de clubes já existentes deviam tomar em consideração as organizações que já existem.”

Para a presidente da Casa dos Açores, há um problema de visão coletiva. “Vivemos numa sociedade onde só olhamos para nós. Acho que a nossa comunidade ficava muito mais enriquecida se trabalhassem em conjunto, em lugar de ser só para nós.”

Quanto ao papel da ACAPO na calendarização dos eventos, Suzanne mostra-se reservada. “Os clubes têm os seus próprios estatutos e sabem bem gerir as suas casas.”

No entanto, considera que a ACAPO poderia assumir um papel mais ativo no que toca a organizações sem estatuto formal. “Talvez pudessem intervir nas que não pagam impostos à cidade sobre o lucro que fazem nas festas, nem dão justificações à comunidade sobre o que recolhem.” Para ela, seria positivo que a ACAPO tivesse mais intervenção na proteção das organizações

estabelecidas, com trabalho contínuo e compromisso com a comunidade.

O testemunho de Suzanne Da Cunha reflete um sentimento partilhado por muitos: há espaço para crescer, melhorar e colaborar. Mas também é claro que, sem diálogo e sem respeito mútuo entre entidades, o risco de desunião aumenta - e quem mais perde é a própria comunidade.

Judite Lopes (Associação Cultural do Minho de Toronto): "Só com diálogo aberto e colaboração é que podemos continuar a valorizar o trabalho de todos"

Para Judite Lopes, presidente da Associação Cultural do Minho de Toronto (ACMT), esta realidade tem explicações históricas, culturais e até financeiras. Na sua análise, Judite sublinha que a nossa comunidade representa várias regiões de Portugal, cada uma com tradições específicas, muitas vezes celebradas em datas semelhantes. Além disso, muitas associações mantêm tradições que remontam às décadas de 50, 60 e 70, criando um calendário já de si bastante preenchido. A isso juntam-se questões práticas: “Embora sejam organizações sem fins lucrativos, os clubes têm despesas estruturais e os eventos são, muitas vezes, a principal fonte de receita.” A dirigente aponta ainda o espírito bairrista - “sou açoriano, sou minhoto, sou lisboeta” - como um fator que leva cada associação a querer preservar e celebrar a sua identidade de forma autónoma.

Apesar de considerar que hoje em dia existe uma boa divulgação dos eventos nas redes sociais, reconhece que “existe alguma falta de coordenação entre as organizações”, algo que poderia e deveria ser melhorado.

Sobre a realização de vários eventos no mesmo fim de semana, Judite apresenta uma visão equilibrada. Por um lado, destaca que é positivo oferecer opções variadas à comunidade, até porque esta é suficientemente grande para apoiar múltiplas iniciativas em simultâneo. No entanto, alerta para os riscos quando os eventos são demasiado semelhantes. “Torna-se difícil distingui-los e isso pode prejudicar tanto o público como os próprios clubes - sobretudo aqueles que fazem maiores investimentos e esperam um retorno adequado.” Ou seja, a sobreposição pode enfraquecer o impacto coletivo e raramente beneficia alguém em concreto.

Quanto ao papel da ACAPO na mediação entre associações, Judite acredita que essa

intervenção pode - e deve - ser mais ativa. A ACAPO, diz, pode “criar um espaço de diálogo construtivo onde os clubes possam planear e comunicar eventos de forma respeitosa e colaborativa.” Na sua perspetiva, não chega reconhecer o problema - é essencial promover soluções práticas e sustentáveis.

A ACMT, recorda, tem dado o exemplo ao longo dos anos, através de colaborações com outros clubes, partilha de instalações, apoio técnico em candidaturas e fornecedores, e envolvimento direto na fundação da própria ACAPO. “Mais recentemente, temos procurado reforçar a comunicação com outros clubes para melhorar a coordenação de eventos e criar um ambiente mais saudável e cooperativo entre todos.”

Reconhecendo que, sendo compostas por voluntários, estas organizações enfrentam frequentemente mudanças nas direções, Judite reafirma o compromisso da ACMT: “O nosso compromisso tem sido, e continua-rá a ser, o melhor interesse da comunidade.”

Conclui com uma mensagem clara e inspiradora: “A ACMT acredita que, acima de tudo, é fundamental manter o espírito de união e respeito mútuo entre todas as associações. Só com diálogo aberto e colaboração é que podemos continuar a valorizar o trabalho de todos e fortalecer a nossa comunidade portuguesa em Toronto.”

Vítor Santos

(Associação Migrante de Barcelos): “O problema não é de má vontade, mas sim de falta de comunicação e planeamento”

O problema recorrente da sobreposição de eventos culturais, sociais e associativos tem gerado preocupação entre dirigentes comunitários, que apelam a uma maior coordenação e diálogo entre as diversas associações. “O problema não é de má vontade, mas sim de falta de comunicação e planeamento conjunto”, afirma Vítor Santos, presidente da Associação Migrante de Barcelos. Segundo o dirigente, quando clubes que partilham o mesmo público realizam eventos de grande dimensão no mesmo dia, todos saem a perder. O impacto é visível sobretudo em meses de grande atividade associativa, como outubro, período em que muitas associações celebram os seus aniversários.

A situação tem consequências tanto para o público como para os próprios organizadores. “O público divide-se e os clubes perdem força, visibilidade e apoio”, refere Vítor Santos, sublinhando que o problema

se agrava quando os eventos em causa envolvem as mesmas faixas da comunidade luso-canadiana. Ainda que eventos com públicos distintos não causem grande interferência entre si, a sobreposição entre clubes com objetivos e audiências semelhantes acaba por enfraquecer o trabalho desenvolvido.

Outro fenómeno mencionado pelo presidente da Associação Migrante de Barcelos é o surgimento de even-tos privados de angariação de fundos, que por vezes são marcados sem qualquer consulta prévia às associações ou à ACAPO. “Têm todo o direito de existir, mas uma pequena conversa pode evitar conflitos e garantir o sucesso de todos”, salienta.

A ACAPO, por sua vez, tem sido apontada como entidade fundamental para a coordenação do calendário associativo. Segundo Vítor Santos, grande parte da última reunião de membros da ACAPO foi dedicada precisamente à questão da sobreposição de eventos. Ele defende que a organização deve reforçar o seu papel de articulação e facilitar a criação de um calendário comum que evite estes conflitos.

“Desde que estou como presidente, tentamos dar o exemplo”, afirma. A Associação Migrante de Barcelos já enviou à ACAPO o seu calendário de eventos para 2026, mostrando-se disponível para colaborar na criação de um calendário comunitário partilhado.

Para Vítor Santos, o espírito de entreajuda e o respeito mútuo são essenciais para o fortalecimento da comunidade portuguesa no Canadá. “Acreditamos que quando um clube tem sucesso, toda a comunidade sai valorizada. O importante é preservarmos o que nos une: a cultura, as tradições e o orgulho português.”

Jaime Nascimento (Casa do Alentejo de Toronto): "Tudo é uma questão de adequada programação"

Para Jaime Nascimento, presidente da Casa do Alentejo de Toronto, uma calendarização adequada só é possível através de um entendimento entre todos os clubes e associações, o que seria o princípio para minimizar as situações de sobreposição. Segundo ele, a falta de coordenação e comunicação entre as organizações contribui para este problema, mas não acredita que exista qualquer propósito de benefício por parte de quem quer que seja. “Que tipo de benefício é que daqui se pode colher?”, questiona. Para Jaime Nascimento, trata-se essencialmente de uma questão de programação inadequa-

da, onde cada entidade não se apresenta da forma correta no contexto comunitário. A realização de vários eventos no mesmo dia, acrescenta, prejudica a participação do público e os próprios clubes, uma vez que divide a atenção e dificulta a mobilização dos participantes, comprometendo assim a visibilidade e o envolvimento de todos. No que diz respeito a quem realmente beneficia desta sobreposição, o presidente da Casa do Alentejo acredita que não há qualquer ganho direto para nenhuma das partes envolvidas.

Jaime Nascimento destaca, no entanto, que a ACAPO, na pessoa do seu presidente José Eustáquio, já manifestou a necessidade de os seus membros enviarem um calendário das suas atividades para a sede, de modo a analisar e tentar evitar, ao máximo, as sobreposições. Considera que a ACAPO deve assumir um papel mais interventivo e coordenador nesta matéria, para o benefício de toda a comunidade.

Por fim, afirma que a Casa do Alentejo de Toronto está disponível para colaborar mais ativamente na criação e manutenção de um calendário comunitário comum, reconhecendo que esta é uma forma eficaz de fortalecer a organização dos eventos e aumentar a participação do público.

Katia Caramujo (Casa das Beiras de Toronto): “Ninguém realmente beneficia desta sobreposição”

A vice-presidente da Casa das Beiras de Toronto, Katia Caramujo, partilhou a sua visão sobre a frequente sobreposição de eventos comunitários promovidos por diferentes clubes e associações luso-canadianas. Segundo a dirigente, esta situação “nem sempre resulta de falta de comunicação ou coordenação”, mas muitas vezes “acontece sem querer mesmo”. Katia explica que muitos clubes com sede própria enfrentam custos fixos mensais e, por necessidade, acabam por agendar jantares e festas em datas que coincidem com as de outras organizações. “Marcam por necessidade, não por desatenção”, afirma. No entanto, reconhece que “a sobreposição nos eventos principais dos clubes podia ser evitada” se houvesse um maior cuidado ao escolher datas que não coincidam com festas tradicionais e de grande dimensão, como o Santoinho, a Festa de São João ou uma semana cultural. Para a vice-presidente, a realização de vários eventos no mesmo dia pode, sim, prejudicar o público e os próprios clubes, “sobretudo quando se trata de eventos principais”. Ainda assim, observa que nem sempre há gran-

de impacto, uma vez que “o público que participa nas festas do Arsenal, por exemplo, não é o mesmo público que participa nas festas da Casa das Beiras”. No entanto, admite que “há pessoas que frequentam a Casa das Beiras que têm como tradição participar no Santoinho, e isso cria inevitavelmente divisões”. “Ninguém realmente beneficia desta sobreposição”, sublinha Katia Caramujo. “O público não consegue ir a duas festas no mesmo dia, os clubes ficam menos cheios e cria-se um mau ambiente entre as associações envolvidas.”

Quanto ao papel da ACAPO (Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas de Ontário), Katia destaca a importância da entidade como espaço de articulação e partilha de informação entre clubes, mas lembra que o seu papel não é de controlo: “A ACAPO não pode controlar a calendarização e coordenação de eventos, deve continuar a oferecer uma plataforma para os clubes divulgarem as suas atividades e comunicarem entre si.”

A dirigente, que faz parte da ACAPO desde 2009, reconhece que “mesmo a própria ACAPO, que realiza poucos mas grandes eventos, sofre com a sobreposição de outros clubes membros”. E lembra que, numa comunidade com “mais de 30 clubes em Toronto”, é praticamente impossível evitar choques de agenda. “Em cidades mais pequenas, como Leamington ou Cambridge, isso não acontece — há menos clubes e todas as datas estão disponíveis.”

Apesar das dificuldades, Katia Caramujo assegura que a Casa das Beiras de Toronto “estaria disponível para colaborar ativamente num calendário comunitário comum”, desde que isso não interfira com as suas festas tradicionais, que deverão regressar em 2026.

Unidos, somos mais fortes. Divididos, estamos em risco. Foi com esse espírito que procurámos escutar quem faz a diferença tentámos chegar à fala com mais clubes comunitários, associações e organizadores, porque acreditamos que o diálogo é o caminho. Chegou a hora da virada. Porque sempre é tempo - tempo de mudar, de fazer melhor, de fazer diferente. A comunidade gritou, e nós damos voz a essa urgência: chega de divisão, chega do cansaço de escolher entre o que amamos. Como equipa de informação jornalística (MDC), continuaremos empenhados em contar a verdade, em dar visibilidade a cada festa, a cada sonho. Mas, humanamente, é impossível estar em dez eventos num só dia. E essa impossibilidade é o sinal claro de que precisamos, juntos, de encontrar um caminho onde todos brilhem sem se apagarem.

Credito: DR

Olá Sr. Presidente...

Muito bom dia, como está? Tem passado bem? E o Outono já cá está, bora lá a acelerar a chegada do Pai Natal.

Bem, esta semana em cima da mesa fala-se sobre a importância dos clubes e associações, melhor... porquê tanto festa? E o mais grave, porquê tantas e tantas vezes ao mesmo tempo? Falta a qua-

lidade e inovação, mas é mais do mesmo. Afinal, o que são clubes e associações?

Clubes e associações são organizações que reúnem pessoas com interesses ou objetivos comuns, sem fins lucrativos, com a finalidade de promover atividades sociais, desportivas, culturais, ou de defesa de direitos. Embora possam ser usados como sinónimos, um clube é frequentemente caracterizado por ter uma infraestrutura física para os seus membros, enquanto uma associação pode ser mais flexível em termos de estrutura. O lucro gerado é reinvestido na própria organização para manter as atividades, e não distribuído entre os seus membros.

Definimos clubes como sendo agrupamentos de indivíduos com gostos e opiniões partilhadas (desportivos, culturais, sociais).

Muitas vezes possuem uma infraestrutura física (como sede ou campo de desporto) onde os associados se reúnem para atividades de lazer ou desportivas.

Sendo clubes desportivos, clubes sociais, clubes de leitura.

Definimos Associações como a União formal ou informal de pessoas físicas ou jurídicas com objetivos comuns para superar dificuldades ou gerar benefícios mútuos. As suas características podem ser constituídas sem necessidade de uma infraestrutura lo-

cal, reunindo-se por meio de correspondência ou online, por exemplo. São entidades sem fins lucrativos que podem atuar em diversos setores.

Então, há a ideia que já surgiu há algum tempo de uma única casa, mas nunca, jamais, nesta era isso se vai concretizar. Parece que a nossa comunidade está submissa a um fascínio narcisista de sede de poder. Quando o exemplo não vem de cima... mais não digo.

É o que é e vai valer sempre o que vale Fiquem bem e até já, Cristina

Aos sábados às 7:30 da manhã

Aos sábados às 10.30 da manhã e aos domingos às 10 da manhã

Esta semana

• Uma conversa com o cantor e compositor Zé Amaro

• Quem Desdenha - Confesse seus "pecados" de mau gosto com Susana Romana e ouse ser impopular.

Conversas íntimas e autênticas que exploram a alma da lusofonia em Mais do que uma Conversa

• Toronto celebrou a cultura e tradição com os aniversários da Associação Migrante de Barcelos e do seu Grupo Folclórico.

Prepare-se para uma conversa exclusiva! Conheça a carreira e as influências musicais do talentoso artista português, Badoxa.

José Santana Marques, carinhosamente conhecido como "Zé Latas", mantém viva há 65 anos a arte ancestral do latoeiro.

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Cristina da Costa Opinião

Dancing with our culture

In the on-going competition to celebrate Portuguese culture in Ontario, a dismissive attitude has permeated the community regarding what each cultural organization is doing.  More aggravating is the fact that there is no strategy to

align cultural organizations to prevent ways between clubs which could result in financial ruin for some.  ACAPO is an institution which has headed cultural celebrations in Ontario for many years.  While its leader should be lauded for keeping the organization alive, its long-term strategy has never included a vision of entrepreneurial control to ensure an alignment of co-ordinated festivities which would not negatively impact each club.

In assessing the current situation, one cannot point a finger at ACAPO and its leadership. The leadership of each club and association is responsible to organize and strategize the management of its organization, and be responsible to ensure its activities do not create impediments resulting in financial drainage due to careless planning. A review of events for the Portuguese community in Ontario for the months of October and November show a cluster of events to be held in the

same day directly competing with each other with identical offerings of food, entertainment and advancements of barristic elements of different areas of Portugal. How much can a community absorb, not just in cost but ingest when eight different organizations hold events the same day? Is this what a community needs? Perhaps self-serving leaders should consider that cultural celebration is about celebrating a specific indulgence of who we are as people as a whole and not the inauguration of a specific place which represents little but a dilution of what we should celebrate. Have we become so self-obsessed with prioritizing individual visions of importance that diminishing the less significant will resolve the underlying arguments to be had about consumption of culture?

It's puzzling that we complain about each other as volunteers in this community. I too could complain that a fundraiser scheduled long ago on November 22nd, suddenly has competition from a number of other organizations. I could suggest that this could be avoided as many other conflicting events could, but the point of departure for an educated discussion has long become a topic that most don’t care about. Communities and their culture will survive only with strong leadership on a solid platform of ideas and strategies for the benefit of an entire community and not individualistic pipe dreams whose foundations are constructed on foam. Yes, there may be an element of self-servitude in my commentary, however, our history has been to play destructive games when building structures which will become the foundation for the future of the next generations of Portuguese Canadians.

It's time to review the “me” attitude when it comes to community and to build sustainable dreams.

Apresentador

Augusto Bandeira

Tema da semana:

Convidados

Jorge Ribeiro

José Maria Eustáquio

Manuel DaCosta

Por que razão há tanta sobreposição de eventos promovidos por associações e clubes comunitários?

sexta-feira às 18h

Manuel DaCosta

THE SWEETEST INVESTMENT ON THE MARKET

Own a Toronto landmark — the beloved Doce Minho Bakery, its adjoining commercial buildings, and a custom-built home — all part of one rare, turnkey investment.

For decades, Doce Minho has been more than a bakery; it’s been a gathering place and a neighbourhood anchor. Now, for the first time, this entire property package is being o ered as a complete ownership opportunity — the business, the real estate, and the legacy.

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OWN, PAY YOURSELF, BUILD YOUR LEGACY

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free-standing industrial/commercial building, having a commercial employment zoning permitting a spectrum of commercial and industrial uses, including automotive, auto body and collision repairs, gasoline bar, vehicle sales establishment, and car wash. The property is partially owner-occupied and partially tenanted, generating income on a month-to-month basis. The property and business must be sold simultaneously.

CORNER LOCATION | ASSEMBLY OF 5 PROPERTIES

Development Opportunity. An assembly of 5 properties, with a combined land area of approx. 16,000 sq. ft. Walking distance to the future Metrolinx station. Property consists of: Corner 3 bays auto repair garage, o ce washroom& parking; duuplexed 2 story building with full basement; auto leasing dealership facilities with 70 outdoor parking spaces.

ON THE BRIGHT SIDE

It’s been a very long time since I last stepped into a Portuguese club. From a young age, I followed my parents to clubs and events, and for numerous reasons, I continued connected to the cultural community right into adulthood. This edition I was invited to write on the apparent overlapping of Portuguese cultural events in the GTA, and where ACAPO might fit into all this.

My timeline of experience is from the mid-seventies to the mid-nineties, so I can speak of those days. Events weren’t always economically successful, but the attitude was usually the same, “we didn’t make a profit, but we had a good time”. The gatherings themselves were usually a success; music, food, dancing, lectures, presentations, whatever it

was, at the very least you were surrounded by good people. Behind the scenes, anyone that ever sat on a board that runs an organization knows full well; those who do, are all volunteers, but not all who volunteer, actually do. Newbie enthusiasm can often dissipate after the first meeting, so the initial 10 or 20 often tend to whittle down to 3 or 4, who do most of what’s needed, (but expect to hear a grumble or two). I was fortunate to get to know many of them, some of which have, sadly, already passed on. But anyway, in those days things were more hands on, and run by good people who worked hard, and mainly concentrated on their club, or association. There were times when more than one event was scheduled simultaneously, and sometimes that affected the ticket sales. This was mostly due to the fact that

there was little inter-club communication, and things were also more analogue. Sometimes it would end in sort of “feud” between the parties involved, but that also is very much part of our fabric. Eventual talking and coordinating was usually preceded by a few months of cheap shots from either side. But that was how they rolled, and it worked pretty well. ACAPO came about to try and assist in the logistics and other matters.

How things work today, I can’t say with any certainty, but I’d like to think that all the best of the old has fused with the new. Speaking of new, if there really were 11 events scheduled for the same day, then that does ring an alarm. It can’t be easy to coordinate with so many members, but that is one of their responsibilities. I looked up their website, and it sure puts forth an

impressive portfolio of services and goals. Their directives seem to go way beyond juggling the timing of the plans of their members. But all I know is from a webpage. It’s up to the members to figure out if they’re being short-changed. If there are Portuguese cultural entities that don’t belong to the Alliance, that will continue to potentially pose a problem. One thing I do hope is that none of this is happening due to ill tempers. As one who knows nothing of the details and gazing from the outside, I'm willing to stick my neck out and say that responsibility probably lies with all involved, as it usually does.

Fiquem bem,

Raul Freitas/MS

Ps: Go Jays

Credito: Adriana Paparella

Crédito:

Nem tudo está mal, mas nem tudo está muito bem

Meus caros leitores, Esta semana, o tema que dominou as notícias neste jornal, despertou em mim a vontade, quase a obrigação, de escrever este artigo de opinião. Muitos julgam que eu sou “do contra”. Na realidade, não sou. Ao contrário de alguns, apenas opino sobre o que considero ser a verdade. Nem sempre estarei certo, é claro, mas faz parte da vida. Prefiro opinar de forma construtiva do que escrever apenas para agradar a gregos e troianos. Não sou, nem nunca serei, desse tipo de pessoa. Ou se gosta, ou não se gosta.

Reparo, por vezes, críticas, ofensas, intrigas e até o uso de assuntos pessoais, com indiretas sem sentido, que apenas demonstram falta de conhecimento sobre a realidade comunitária. Enquanto andarmos a enganar-nos uns aos outros, a comunidade não conseguirá atingir objetivos em grande escala. As provas estão à vista de todos, é possível contar pelos dedos das mãos as instituições e organizações que verdadeiramente trabalham em prol da nossa cultura e no apoio social ou cultural à comunidade, podia colocar aqui alguns nomes, mas não.

Quero que percebam bem, este artigo não é uma crítica pessoal nem um ataque a ninguém. É simplesmente uma opinião sobre a realidade que se vive hoje na nossa comunidade. E, acreditem, a culpa é de todos, sem exceção. Não se devem apontar dedos quando há três voltados para nós.

E isto para dizer o quê?

Se repararem, estamos a atravessar uma fase de excessos em eventos culturais, se é que assim se podem chamar. Temos fins de semana com 10 a 15 festas ou iniciativas na comunidade. Desculpem, mas isso é demais. Não ajuda nem dignifica a nossa cultura. Quantos desses eventos se podem realmente considerar culturais? É precisamente aqui que falhamos, andamos a fazer concorrência uns aos outros, com o mesmo tipo de festas, onde, no fim, nenhum clube tem uma receita positiva. Afinal, quem controla este tipo de organização?

Antigamente, ouvia-se dizer que a ACAPO pedia aos clubes membros que evitassem marcar eventos nas mesmas datas. Hoje, parece que essa regra desapareceu. Pelo contrário, e desculpem a franqueza, dá a impressão que alguns o fazem de propósito. É irritante, feio e prejudicial para

todos. Demonstra falta de respeito e de gosto pela verdadeira diversidade cultural que o nosso país possui. É um comportamento infantil e desnecessário. Como se tem notado nos meios de comunicação social locais, há uma tendência para o enfraquecimento gradual das atividades comunitárias. E é muito provável que a grande quantidade e a pouca qualidade estejam a acelerar esse processo. Aos poucos, as pessoas afastam-se, o público diminui, os clubes ficam vazios e os prejuízos acumulam-se. O cansaço instala-se, e muitos acabam por desistir.

Acho que é tempo de pensar diferente, envolver mais jovens, ouvir mais, e sobretudo ensinar a aprender, em vez de “ensinar a mandar”. Se trabalharmos assim, poderemos continuar, por muitos anos, a ter eventos com qualidade, e qualidade é muito diferente de quantidade. Reduzam a quantidade e apoiem-se uns aos outros. Só assim se chega mais longe.

Sei que alguns consideram certos artigos de opinião ofensivos. Isso acontece, muitas vezes, por falta de compreensão na leitura. Já o disse antes, enquanto alguns clubes têm património e força, deviam unir-se e começar a pensar numa verdadeira Casa de Portugal, com dimensão e dignidade, onde todas as regiões estivessem representadas. Juntos, poderiam organizar festas de qualidade, não repetitivas, com boa adesão e lucros, onde alguns eventos os lucros podiam ser destinados a instituições de caridade. Isso motivaria as pessoas e traria, a longo prazo, mais união e vontade de trabalhar em conjunto.

Só assim se poderá melhorar, a médio prazo, a diversidade cultural portuguesa em Toronto e arredores.

Um grande abraço a todos os voluntários. Pensem que o amanhã pode ser muito diferente, depende de todos nós. Mas não de costas voltadas. No rumo atual, o futuro é incerto, tanto a curto como a médio prazo. Bom fim de semana!

Augusto Bandeira Opinião

"Teflon” Doug Ford and the latest Scandal...

Ontario Premier Doug Ford, a polarizing figure in Canadian politics, has long faced questions about political resilience and public accountability. The latest controversy involving his labor minister David Piccini and alleged misappropriation of funds intended for skills and development has reignited debates about transparen cy, governance, and Ford’s political durability. I will try and examine the allegations, the potential impact on Ford’s administration, and what it could mean for his logistical hold on power.

Fords labor minister David Piccini misallocated funds designated for skills and development programs. Friends, lobbyists, or politically connected enti ties allegedly receiving favored consideration. Grants, contracts, or subsidies intended for workforce training, apprenticeships, or trades programs were handed out to supporters. In the most recent days, the mainstream media and questions arose in the initial sitting of the house at Queens Park about the minister attending a lobbyists wedding in France. Pictures have floated out of the min ister at sporting events and benefiting from other perks. Skills and development funds are typically meant to expand opportunity and address labor shortages. Misuse could undermine public confidence in program integrity. Fords administration has built a brand around efficiency and reform, and allegations of cronyism or misappropri ation threaten to erode the core Ford foundation, or does it?

We all thought that the Green Belt scandal would take Ford down and his government, but he was re-elected to a bigger mandate and continues to move forward with ease and no push back. The one biggest alleg ation is that his former political campaign man ager from the last election.... Kory Teneycke had received over 80 million in funds that were sup-

colleagues. If proven, issues could prompt audits, legislative inquiries, or criminal investigations, with potential consequences for cabinet minister and the premiere. If funds were channelled improperly, there could be reforms in how skills programs are awarded-tighter controls, independent oversight, and more robust accountability. A scandal can prompt reshuffles or changes in ministerial assignments to reassure the public. Doug Ford seems to never get anything that sticks to him and seems to always skate. The RCMP is still investigating the Green Belt issues and now this latest problem may be

take the fall alone. He is a srude street fighter and has a good sense of what the media will also do. The one thing that l can say, is that many of these folks believe that they are untouchable and that the hammer will never fall on them. When you are close to these power sources, one tends to keep taking without thinking about future consequences. This set of circumstances with the skills and trade portfolio...... that when this amount of money is dolled out, the premier usually knows.

Whether Doug Fords latest scandal with the labor minister David Piccini constitutes a fatal political blow or a temporary setback depends on the verifiable evidence, the government’s response, and the broader public appetite for accountability. As always in democratic governance, transparency, independent scrutiny, and timely corrective action are crucial

Whether Doug Fords government can weather allegations regarding labor funding hinges on the specifics of the evidence, the independence and transparency of investigations, and the government’s capacity to demonstrate accountability and reforms. As with past political storms, the outcome will depend on how convincingly the government addresses concerns, protects taxpayers’ funds, and communicates it vision for workers and communities. This scandal could be Fords biggest challenge thus far and the unfortunate situation is that there is no real opposition to keep the govern-

7:30 am

10:00 am

Photo: Copyright

O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más,mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas.

Martin Luther King Jr

Um quadradinho de esperança

Cresci entre tecidos e retalhos. A máquina de costura de minha mãe ficava a um canto do meu quarto, encostada a uma parede com janela para a rua, de modo a obter a luz natural que lhe entrava pelo lado esquerdo das costuras.

Oruído ritmado da agulha a perfurar o tecido, a cada volta sincopada da roda pedaleira, sempre me foi familiar. Mais tarde, quando surgiram os pedais elétricos, a que minha mãe desde logo aderiu, ela ganhou velocidade nos movimentos a direito - bainhas de lençóis, toalhas, panos da loiça, etc. -, e reduziu o cansaço das varizes, que lhe desenhavam riachos azuis na hidrografia das pernas habituadas a carregar gravidezes seguidas. Mas,

Na cesta de verga junto à máquina, houve sempre retalhos ou tiras de tecidos, sobras das obras que iam saindo das suas mãos. E estes acabavam por ser reaproveitados dando origem às mais variadas peças, conforme a imaginação se punha a jeito. A minha paixão pelos trabalhos de patchwork tem origem nesses tempos de infância e, logo a seguir, de uma adolescência rebelde quando, um dia, por causa de uma desavença com minha mãe, decidi ser eu própria a fazer as minhas coisas.

Por cedo me ter habituado a ver aproveitar retalhos diferentes na cor, na textura e no desenho, passei também eu a fazê-lo na minha própria casa. Um dia, juntei vários e fiz a minha primeira manta de retalhos, que, como uma mascote, me acompanha de todas as vezes que habito outras casas nas diversas diásporas por onde tenho andado. A vida pode-se comparar a uma manta de retalhos, onde, em cada pedaço, habita uma parte do que já vivemos. Não tenho direitos de autor sobre esta comparação, mas confesso que continua a ser uma das minhas preferidas.

Há já uns anos, assisti a uma exposição na Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes, a convite da Associação Animato, ligada à povoação de Carreira do Mato. Tratava-se de uma peça de artesanato denominada «Memórias aos quadradinhos», uma colcha composta de quinhentas e vinte e nove peças unidas em croché, feita pelos

Diane Campos

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populares e em que, aqueles que tinham aderido à iniciativa contribuíram com o seu quadradinho pessoal. Foi enternecedor ver o orgulho, a satisfação e o brilho no olhar dos autores pelo resultado coletivo. Analisados um a um, cada quadradinho, retratava algo de muito íntimo - um pedaço das suas vidas.

O meu recente retorno a África, onde agora me encontro numa missão de voluntariado através da SMV (Ser Mais Valia), avivou-me a memória destes quadradinhos com o mesmo aconchego com que tantas vezes me enrolei na minha manta de retalhos. Se tivesse de lhe acrescentar mais um, que cor escolheria? O negro das vidas que por mim passam prisioneiras de um corpo? O roxo da paixão de um inocente a quem, acabado de nascer, lhe traçaram um destino sem futuro? O vermelho da dor resignada em tantos rostos? O verde da raiva ao perceber que o que acontece aos outros também nos toca a nós? O branco da ingenuidade por fingirmos que somos imunes ao sofrimento? O amarelo da indiferença com que olhamos para o que se passa ao nosso lado?

Não sei qual seria a cor de fundo do meu quadrado, mas tenho a certeza de que nele colocaria uma estrela, para que o brilho da esperança se fizesse ver ao longe e indicasse aos homens de boa vontade o caminho da fraternidade.

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Crédito: DR
Aida Batista Opinião

Idalmiro da Rosa Um fautor da portugalidade em San Diego

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo.

Nos vários exemplos de dirigentes associativos e fautores da cultura lusa na diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso notável de Idalmiro da Rosa em prol da portugalidade em San Diego, cidade dos Estados Unidos da América, localizada no sul do estado da Califórnia. Natural de São Roque, vila açoriana da ilha do Pico, onde nasceu em 1954, e viveu durante os seus primeiros dez anos, entre o Farol da Manhenha, na Piedade, e o Cais do Pico, até emigrar em 1967 para San Diego, a segunda cidade mais populosa da Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos Estados Unidos da América.

A chegada do jovem picaroto a San Diego, ocorreu na senda migratória do núcleo familiar. O pai era faroleiro na segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores e sócio em três barcos, ainda que quando se tenha radicado em San Diego, a ideia fosse trabalhar no estaleiro onde se construíam atuneiros, acabou por oportunidade financeira, a labutar no mar, onde chegou a ser engenheiro maquinista com o irmão.

O percurso paterno, que forjou indelevelmente a têmpera de Idalmiro da Rosa, evidencia o contributo coletivo de várias famílias portuguesas, essencialmente oriundas das ilhas dos Açores e da Madeira, que na centúria passada estabeleceram-se na Baía de San Diego, e desempenharam um papel decisivo no desenvolvimento da indústria do

atum, e na afirmação de San Diego no decurso do séc. XX, como a capital mundial do atum.

O jovem picaroto chegou a trabalhar nos estaleiros, mas nunca se afastando dos estudos. Frequentou a escola primária católica de Saint Agnes, nos anos 70 o Point Loma High School, e na mesma década adquiriu no San Diego Mesa College, o diploma de “Associate Arts”, em Arquitetura. No alvorecer dos anos 80, completou o bacharelato em Engenharia Mecânica, na California Polythenic State University, em San Luis Obispo, encetando um percurso socioprofissional fulgurante de engenheiro. Primeiro como gerente da companhia Enercor Inc., sendo que ainda na década de 1980 iniciou a empresa Da Rosa Design, especializada em arquitetura e engenharia mecânica. E no clarear do séc. XXI, na Câmara Municipal de San Diego, gerindo projetos de engenharia e construção relacionados com Estações de Tratamento de Águas Residuais. Concomitantemente, o emigrante açoriano estabeleceu um profundo comprometimento com a comunidade portuguesa em San Diego, atualmente constituída por cerca de 20 mil luso-americanos, desempenhado um trabalho cultural fundamental na preservação da herança cultural e histórica entre Portugal e San Diego. Assim evidencia o seu envolvimento comunitário, ao longo das últimas décadas, na Aliança Açoreana, no Centro Histórico Português, no Península Youth Soccer League, no grupo coral português de Saint Agnes, no Festival Cabrillo, no Portuguese American Social & Civic Club, ou no United Portuguese Sociedade Espírito Santo, Inc., (UPSES), o coração da comunidade portuguesa em San Diego, onde se localiza a Avenida de Portugal e o museu do Centro Histórico Português.

Desde 2017, o líder comunitário com raízes açorianas, desempenha as funções de Cônsul Honorário de Portugal em San Diego, exercendo assim serviços, não renumerados, de defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos do Estado Português e dos seus nacionais na segunda cidade mais populosa da Califórnia e a oitava mais populosa dos Estados Unidos.

O reiterado orgulho que nutre pelas suas raízes, tem levado ao longo dos anos o engenheiro luso-americano a

alavancar a construção de pontes de cooperação entre a sua pátria de origem e de acolhimento. Por exemplo, ainda este verão, o Cônsul Honorário de Portugal em San Diego, foi recebido pelo presidente e a vice-presidente da Câmara Municipal de São Roque do Pico, num encontro que teve como objetivo reforçar os laços entre o concelho picoense e a comunidade portuguesa residente na Califórnia. Assim como, estreitar as relações com a diáspora açoriana, aprofundar a cooperação em áreas como a promoção cultural, o turismo e a valorização das tradições locais junto das comunidades emigrantes.

Uma das figuras mais consideradas e respeitadas da comunidade portuguesa em San Diego, na Califórnia, o esforço e dedicação desprendida do engenheiro Idalmiro da Rosa, fautor da portugalidade que não olvida as suas raízes, inspira-nos a máxima do antigo presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy: “Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela”.

O Cônsul Honorário de Portugal em San Diego, Idalmiro da Rosa (ao centro), no decurso do encontro, no verão, com a presidente e a vice-presidente da Câmara Municipal de São Roque do Pico, nos Açores. Créditos: Município de São Roque do Pico.
Daniel Bastos Opinião

António José Seguro O voto útil para as comunidades portuguesas

Uma das qualidades mais importantes que um Presidente da República deve ter é a competência política, assim como ter um conhecimento profundo da Constituição da República Portuguesa. Um presidente deve ser alguém de mente aberta, humanista, capaz de compreender as tendências do desenvolvimento mundial, mas com capacidade de ainda poder influenciar os processos da política dentro de portas.

OPresidente deve ser politicamente experiente e, como representante do Estado, ele também precisa de conhecimento de relações diplomáticas. O Presidente deve ser o centro da integridade moral de Portugal. António José Seguro tem estas qualidades a que se junta uma perso-

Tirem

nalidade forte, capaz de suportar a pressão a que este importante mandato está sujeito. A sua ideologia social-democrata será benéfica e útil para o que o país precisa neste momento, porque um Presidente deve ter ideologia política, mas terá de ouvir todos e ser o representante de todos. Vivemos tempos difíceis com alguma tensão na sociedade portuguesa, precisamos de alguém que una os portugueses e esse é um dos grandes propósitos desta candidatura, a União de todos os portugueses. Seguro quer zelar pelos que se sentem inseguros, pelos pobres, os que têm salários baixos, os que sofrem de desigualdade salarial entre mulheres e homens, os jovens que emigram porque não encontram o futuro que desejam em Portugal e os que já emigraram e se querem sentir portugueses por inteiro. Entendo também que as candidaturas de António Filipe e Catarina Martins não têm sentido e que devem sim unir esforços para que António José Seguro seja eleito como presidente da república. Sei das preocupações de António José Seguro

com a diáspora e da importância que este atribui às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Quanto às nossas comunidades, destaco o compromisso em criar um canal permanente de ligação com os nossos emigrantes, com um assessor dedicado exclusivamente às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Porque os portugueses que vivem fora de Portugal são uma parte essencial da nossa identidade e do nosso futuro. A forma como os emigrantes votam nas diferentes eleições é desigual e confusa. É tempo de acabar com este regime a duas velocidades.

É preciso criar condições tecnológicas e logísticas que facilitem o acesso ao voto. Todos os portugueses - em Portugal ou no estrangeiro - têm as mesmas oportunidades de participação, mantendo a confiança no sistema eleitoral.

A democracia deve ser inclusiva e facilitar a participação política dos nossos emigrantes é também um ato de justiça e de respeito. Por tudo isto apoio a candi-

as mãos das nossas pensões

Imagina que a obra para renovar a escola dos teus filhos depende de cortarem no teu direito a uma pensão. Como escrevi há um mês, Portugal é o país da UE onde o investimento público depende mais de haver fundos europeus e, nesta proposta de Orçamento europeu, haverá muito menos dinheiro para países como Portugal. Todavia, além do país pagar uma boa parte do que recebe em contributos, agora alguns senhores engravatados em Bruxelas decidiram inventar uma nova condição.

Não, senhores, desta vez não são umas quaisquer novas burocracias ou exigências técnicas que ficam muito bem nos livros. É que agora o dinheiro é mais curto, tu precisas mais deles e, por isso, eles acham que podem mandar mais. Agora se queres receber o dinheiro vais ter de fazer reformas. Soa bem, não é? Até pode ser bom obrigar os políticos a fazerem reformas, ainda para mais com a instabilidade política em que vivemos. E as ideias vêm lá de fora, e como o que vem lá de fora costuma ter muita consideração, pode ser

Ernesto Rodrigues livro novo CRUZEIRO LITERÁRIO

Jornalista, poeta, tradutor,ficcionista, dramaturgo, cronista, crítico, diarista, editor literário, ensaísta e antologiador, Ernesto Rodrigues (n.1956) neste seu recente livro (Letras Lavadas, capa de Urbano, selecção editorial de Vamberto Freitas) integra seis narrativas; três mais curtas (Série B, Vida Nova e Natal de 1887) e três mais extensas (A morte do autor, Os Lusíadas e Cruzeiro Literário).

«A morte do autor» passa-se num país onde a política das maiorias absolutas «afundava uma nação de minifúndios» e com «mais de quatro mil licenciaturas com saída imediata para o desemprego». Eles passam pelas praxes («urrou como os demais, passando-se garrafão de cin-

que tenha também muita razão. Não tem mal nenhum, pode dizer a senhora von der Leyen, recordando que no PRR também tínhamos reformas associadas e não veio daí mal ao mundo. É verdade, embora também estavam previstos investimentos importantes e, agora, como não vão terminar a tempo, tudo o que sobrar vai para o Banco de Fomento distribuir livremente umas massas. O resto fica em águas de bacalhau à espera de haver verba e vagar para o fazer.

A diferença é que, reforma ou investimento, no PRR escolhíamos nós o que queríamos fazer e a Comissão aprovava ou não. E era dinheiro novo – uma mesada extra se nos portarmos bem. O problema foi termos aceitado o pressuposto de a Comissão Europeia decidir se nos portámos bem ou não. Demos a mão e agora querem-nos o braço. Com menos dinheiro do que nos últimos 7 anos, querem-nos obrigar a aceitar as “recomendações específicas por país” que uns técnicos numa Direção-Geral (ou até quem sabe uns consultores bem remunerados) vão redigir.

Essas “recomendações” são uma bela salada de frutas. Longe de serem específicas para cada país, têm motes repetidos de ano para ano e de geografia em geografia. A sua definição varia bastante, com anos em que era recomendado contenção no salário mínimo e outros em que as pensões sociais eram insuficientes e inadequadas. Há, afi-

co litros, simulou cópula com uma colega quase nua e atirou-se a um lago») e um empregada descobre um morto na Faculdade: «Ontem, glória; hoje sem vida; amanhã pó» Em «Série B» surge o relato de uma sessão de cinema («Éramos dez e oito dormiam») e uma história de encontros e desencontros («Não é o professor? Fui sua aluna»). As cinco páginas de «Vida Nova» começam com uma advertência: «Ser pontual neste país é perder tempo») e continuam com uma viagem ao passado («Uma pastelaria da juventude») e conclui numa relação entre livros e bolos logo a seguir a uma advertência: «Depois da morte do meu marido vendi tudo.» Em «Natal de 1887» são sete páginas de uma carta de Guerra Junqueiro para Ramalho Ortigão. Em «Os Lusíadas» (dedicado a Rita Marnoto) a partir de uma advertência de Luís de Camões («Não há mecenas. A nobreza

nal, que manter aparências – com exceção de uma pequena grande área cujos interesses ainda vou perceber.

A ideia da insustentabilidade da Segurança Social é dos maiores logros que nas últimas décadas a direita soube impor. Sustentado num relatório da insuspeita Comissão Europeu, o Ageing Report, a União Europeia faz os cálculos da pior maneira possível, presumindo que os contribuintes vão ter largos períodos de desemprego ou inatividade. Semelhantes estudos da OCDE e do Banco de Portugal com pressupostos mais próximos da realidade demonstram termos uma das taxas de substituição do rendimento de trabalho em pensões mais elevadas da Europa.

As intenções por trás dessa operação de propaganda são claras – valorizar fiscalmente a poupança-reforma e encorajar a sociedade a plafonar vertical ou horizontalmente a Segurança Social para dar espaço às pensões privadas para crescer. É uma das principais propostas que se antecipa virá pela caneta da comissária Maria Luis Albuquerque.

A mulher que há 10 anos achou ser boa ideia prometer um corte de 600 milhões nas nossas pensões, revelou-se ser a alminha por detrás dessa iniciativa. Numa altura em que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social já tinha e tem suficientes reservas para 2 anos inteiros de

inclina-se para as armas») e no final desta homenagem escreve o autor: «O corpo é muito pouco. Se o Céu nos falta fique um livro como sinal de passagem.» O texto «Cruzeiro Literário» é uma paródia hilariante e cheia de piadas cruzadas numa viagem alucinante com quatro anfitriões: o comandante, o presidente do grupo editorial, o editor geral e a assessora de imprensa» e cujo ponto de partida é uma ordem seca: «Desfaça-se desse sujeito». Portugal é um país onde «qualquer gato-pingado quer o seu livrinho» e onde surgem vinte e seis génios por ano. Um aspecto curioso é a opinião de um pobre diabo («Camões é um poeta interessante. Mas faltou-lhe um grande romance.») que deixa quem o ouve entre pasmado e condoído. Depois há uma senhora de óculos escuros, casada com um amigo do narrador que trata os colegas de ofício do marido por «maricas» numa es-

datura de António José Seguro e convido todos aqueles que residem fora de Portugal a fazer o mesmo, todos ganharemos com a vitória deste humanista.

“Se houver segunda volta nas presidenciais, como é possível garantir que os boletins de voto chegam a tempo às comunidades, com o atual sistema? A resposta, infelizmente, é simples: não é possível. Por isso, temos de agir agora, com antecedência, e não esperar que o problema rebente nas nossas mãos.”António José Seguro

pensões, a opção da Direita é fragilizar essas poupanças comuns que soubemos criar. Ninguém se quer meter com onde é que as pessoas metem o seu dinheiro particular. Todavia, quando alguém mete o dinheiro para ter uma pensão pública, tem de ter confiança no sítio onde o vai meter. Todos os meses, tu abdicas de 11% do teu salário e o teu patrão de 23,75% em contribuições para a Segurança Social. Esses descontos devem servir para reforçar a pensão de velhice, de desemprego ou de doença que vais receber quando não puderes trabalhar. Que Bruxelas agora queira impor uma outra solução para a nossa reforma, exercendo um poder distante de tutela sobre o nosso modelo de sociedade, é o cúmulo da desfaçatez.

Há um problema maior para as nossas democracias do que o populismo. É a tecnocracia. Desde Platão na Grécia Antiga que alguns se acham os maiores do mundo, que tudo sabem enquanto o resto não percebe nada. O populismo sai mais forte e mais amargo quando vem em reação aos rei-filósofos e às suas fantasias. Mas também a tecnocracia se escuda no populismo para nos tentar forçar a engolir o que, de outra forma, não iríamos aceitar.

Está na hora de voltarmos às pessoas: de falarmos verdade e agirmos firmes. Comecemos pelo Orçamento Europeu, dizendo: tirem as mãos das nossas pensões. A nossa democracia não está à venda. Os nossos direitos a uma reforma justa também não.

pécie de má-língua generalizada como na página 141: «É uma lésbica da pior espécie. Meteu-se com a professora baixinha e agora vem dar lições.» Numa viagem de quatro noites e cinco dias, o grupo integra 15 jornalistas, dois críticos também autores e 12 ditos magníficos; o nome do Cruzeiro é «Honra aos Magriços da Literatura. Um deles fala achim. É uma delícia, um fartote. JCF

Crédito: DR
Vitor Silva Opinion
Miguel Costa Matos Opinion

LusoFUTURE 2025

e

reúne líderes,

académicos

a diáspora portuguesa em Toronto

O espírito da diáspora portuguesa voltou a brilhar no Canadá com a realização do LusoFUTURE 2025 – Information Session with Portugal’s Top Business & Economics Schools, um evento promovido pelo Conselho da Diáspora Portuguesa (Canadá), que teve lugar no Revival Event Venue, em Toronto, na passada terça-feira (21). A iniciativa reuniu líderes, académicos, empresários e jovens profissionais da comunidade luso-canadiana, num encontro dedicado a fortalecer as pontes entre Portugal e o Canadá e a promover oportunidades académicas e profissionais entre os dois países.

Asessão teve início com um acolhedor cocktail de receção, seguido da abertura oficial e da apresentação do Conselho da Diáspora Portuguesa e dos conselheiros canadianos. Na ocasião, a Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, destacou a importância do envolvimento das novas gerações da diáspora, sublinhando que “o futuro da relação luso-canadiana depende da capacidade

que tivermos de manter vivos os laços culturais e educativos que nos unem”.

Um dos momentos altos da noite foi a apresentação das principais escolas de negócios e economia portuguesas. Estiveram representadas a Católica Porto Business & Economics (Prof. João Pinto), a Nova SBE (Prof. Catherine da Silveira, online), o ISCTE Business School (Prof. Maria João Cortinhal), a Universidade de Coimbra (Prof. Paulo Peixoto, online), a Porto Business School (Prof. José Esteves), o ISEG Lisbon School of Economics and Management (Prof. João Duque, online) e a Universidade do Algarve (Prof. Luís Coelho, online). As apresentações evidenciaram o dinamismo e a internacionalização do ensino superior português, reforçando o papel das universidades na formação de líderes preparados para um mundo global.

Depois disso, o público foi brindado com testemunhos inspiradores de jovens luso-canadianos, entre eles Jessica Sousa, Daniel da Silva, Claudia Iglesias, João Filipe Fernandes e Cristine Sousa (em vídeo). Cada um partilhou experiências sobre

como a formação em Portugal influenciou positivamente as suas trajetórias no Canadá, demonstrando o valor da educação portuguesa e o impacto da rede da diáspora. Seguiu-se um animado momento de perguntas e respostas, com participação ativa da plateia.

O evento encerrou oficialmente com palavras de agradecimento e um último cocktail com networking que se prolongou até às 21h00, proporcionando um ambiente de convívio e troca de contatos entre participantes e instituições.

O LusoFUTURE 2025 contou com o apoio dos patrocinadores LiUNA Ontario Provincial District Council e LiUNA Local 183, cujo contributo foi essencial para a realização do encontro, e teve como media partner o MDC Media Group (Manuel Da Costa), que garantiu a divulgação do evento junto da comunidade luso-canadiana e apoiou a iniciativa.

Durante a sessão, foi destacado o valor transformador do ensino superior, não apenas pelo conhecimento e competências que oferece, mas também pelas redes

de contactos e pela mobilidade global que promove — especialmente nas áreas de gestão e economia. Outro dos temas em foco foi a língua portuguesa, apresentada como um trunfo profissional presente nos cinco continentes. As universidades portuguesas foram elogiadas pela sua excelência académica e crescente projeção internacional, com reconhecimento em rankings globais. “Um diploma português tem alcance global — é uma credencial que viaja bem”, referiram os organizadores.

Para estudantes luso-canadianos e suas famílias, foram apresentadas as diferentes vias de acesso ao ensino superior em Portugal, desde licenciaturas a mestrados, MBAs e formação executiva. Entre as oportunidades destacadas, o “Contingente Especial” para emigrantes e lusodescendentes reserva 7% das vagas nas universidades portuguesas para candidatos nestas condições, facilitando o ingresso em diversas áreas. Foi igualmente sublinhado que os diplomas portugueses nas áreas de economia e gestão são amplamente reconhecidos por empregadores e instituições na América do Norte, dispensando, em muitos casos, a necessidade de equivalência formal.

O Conselho da Diáspora Portuguesa, entidade organizadora, é uma rede global sem fins lucrativos que liga Portugal às suas comunidades no exterior, promovendo a cooperação nas áreas da educação, negócios, cultura e inovação. Criado com o Alto Patrocínio do Presidente da República — que é também o seu Presidente Honorário —, o Conselho conta atualmente com mais de 300 conselheiros em todo o mundo, incluindo 16 no Canadá, distribuídos pelas províncias de Ontário, Quebeque, Manitoba e Alberta.

O encerramento do LusoFUTURE 2025 ficou marcado por uma nota de cooperação e otimismo: “O Canadá e Portugal são parceiros próximos, ligados pela história, pelos valores e por uma vibrante comunidade luso-canadiana. Esta noite, esses laços transformam-se em oportunidades.” Com este encontro, o Conselho da Diáspora Portuguesa reafirmou o seu compromisso em fortalecer os laços académicos, culturais e profissionais entre os dois países — um passo importante rumo a um futuro partilhado e promissor para a lusofonia no mundo.

A Camões TV - do grupo MDC - vai emitir, nos próximos dias, um documentário que revela novos pormenores e inclui declarações exclusivas dos intervenientes. RMA/MS

Assalto e explosão na Casa da Madeira abala a comunidade portuguesa em Toronto

Suspeito tentou incendiar o edifício e, alegadamente, ficou ferido. Instituição promete reerguer-se com o apoio da comunidade. A madrugada da passada quarta-feira (22) ficou marcada por momentos de grande tensão e tristeza na comunidade portuguesa de Toronto. A Casa da Madeira, situada no 1621 da Dupont Street, foi alvo de um ato criminoso que terminou numa forte explosão e deixou o edifício com danos significativos.

Segundo as informações divulgadas pela direção da instituição, um indivíduo arrombou as portas do edifício com a aparente intenção de incendiar o local, usando uma lata de acelerante. A tentativa resultou numa explosão violenta, que feriu o próprio autor do ato, deixando também extensos estragos nas instalações. Entretanto, ao que se sabe, fugiu. Durante o incidente, o suspeito deixou para trás vários objetos pessoais,

que agora estão a ser analisados pelas autoridades e poderão ser essenciais para a sua identificação.

A polícia e os bombeiros chegaram rapidamente ao local e continuam a investigar as circunstâncias do sucedido.

Em comunicado enviado à nossa redação, a direção da Casa da Madeira expressou o seu profundo pesar e indignação perante o que classificou como um “ato de vandalismo que colocou vidas em risco e atingiu uma instituição de referência da comunidade portuguesa em Toronto”. Suspeita-se que este ato de vandalismo tenha ligação a outros, praticados no Madeira Park, anteriormente relatados pelo nosso jornal.

O vice-presidente da Assembleia Geral, Joe DaSilva, agradeceu a rápida resposta dos serviços de emergência, sublinhando que a sua intervenção “evitou consequências ainda mais trágicas”.

Felizmente, não houve outras vítimas, e o edifício, embora bastante danificado, mantém-se estruturalmente seguro. Des-

de as primeiras horas após o incidente, a Casa da Madeira tem recebido inúmeras mensagens de solidariedade de membros da comunidade e de outras associações luso-canadianas.

A direção garantiu que a instituição irá reerguer-se, reafirmando o seu compromisso com a cultura e a união da comunidade portuguesa em Toronto. Fundada há décadas, a Casa da Madeira é uma das mais antigas e ativas instituições da diáspora portuguesa no Canadá, sendo um ponto de encontro para gerações de emigrantes. O ataque desta semana foi sentido como um golpe profundo, mas também despertou um forte espírito de entreajuda entre os portugueses da cidade.

As autoridades pedem agora a colaboração de quem possa ter informações relevantes sobre o suspeito ou sobre o que aconteceu nas horas que antecederam a explosão.

RMA/MS

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Imagens da câmara de segurança do clube. DR.
Credito: Adriana Paparella

Semana Cultural Alentejana em Toronto celebra tradições e cultura

Toronto voltou a acolher com entusiasmo mais uma edição da Semana Alentejana, um evento já tradicional que, este ano, decorre entre 17 e 25 de outubro, na Casa do Alentejo de Toronto. A iniciativa que arrancou na passada sexta-feira, celebra a cultura, as tradições e a identidade da região alentejana e conta com uma programação diversificada, homenagens e convidados especiais, reunindo a comunidade luso-canadiana num ambiente de confraternização e orgulho pelas raízes. A cerimónia de abertura

teve lugar no restaurante “O Sobreiro”, num serão onde o tom foi o de uma noite marcada pela emoção e pela celebração da cultura portuguesa.

Tânia Barbosa entoou com grande sentimento os hinos do Canadá e de Portugal, num momento solene que simbolizou a união entre as duas pátrias. Após a abertura oficial por parte do MC, Rómulo Ávila, foi servido o tradicional “Alentejo de Honra” e cocktail, proporcionando aos presentes um primeiro sabor das iguarias

típicas da região. O presidente do Executivo, Jaime Nascimento, proferiu o discurso de abertura oficial, destacando a importância de manter vivas as tradições alentejanas e de reforçar os laços entre Portugal e a comunidade emigrante. Seguiram-se intervenções de entidades convidadas, tais como a da Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito e do Conselheiro das Comunidades, Laurentino Esteves, que enalteceram o papel da Casa do Alentejo como espaço de cultura e convivência. Depois disso os participantes foram convidados a dirigir-se ao Salão Nobre da Casa do Alentejo, onde teve início o jantar-espetáculo, com atuações de Daniel Almeida e Tânia Barbosa, que animaram a noite com música e alegria, encerrando a jornada inaugural com chave de ouro. De registar que o cheiro a coentros, bem característico da culinária alentejana estava bem presente. Paralelamente, o público pôde visitar na Galeria Alberto de Castro, uma exposição fotográfica de Ricardo Araújo, e no Museu Rosa de Sousa, estão patentes as mostras “Arraiolos – de Ageless Inspirations” e “Trabalhos Manuais”, realizados pelo Grupo Vida e Esperança do Centro Abrigo.

Jaime Nascimento apela ao envolvimento e regista a emoção do “sentir a cultura”

O presidente Jaime Nascimento, em entrevista do nosso jornal, descreve a Semana Cultural, como “um esforço redobrado, mas sempre recompensador”. Com o cuidado e a dedicação que marcam cada detalhe da organização, Nascimento sublinhou que o sucesso da iniciativa se deve “ao empenho da direção, dos voluntários e ao apoio incondicional dos amigos da Casa”. Do programa, que considera excelente, o presidente quis destacar-se a presença do músico Jorge Fernando, que celebra 50 anos de carreira, e a participação do artista/fotógrafo Ricardo Araújo, com uma exposição inovadora que promete ser um dos pontos altos do evento. Entre momentos de arte e festa, haverá também espaço para a emoção: durante o Dia do Sócio, será prestada homenagem póstuma a Rosa de Sousa, uma das fundadoras da instituição. “A Rosa foi uma lutadora, uma mulher de grande

visão e extraordinária dedicação. Estas paredes falam por si - têm gravadas em letras de ouro tudo o que foi inspirado por ela”, recordou o presidente, emocionado. Com um olhar voltado para o futuro, Jaime Nascimento reforçou a importância de envolver as novas gerações. “Esta Casa precisa de juventude, de sangue novo”, apelou. “Estamos aqui para dar o nosso contributo, mas também para aprender com os jovens. Capacitem-se, envolvam-se, porque sem isso a Casa do Alentejo não faz sentido.”

Cônsul-Geral destaca o valor universal do Alentejo na abertura da 40.ª Semana Cultural

Na abertura da 40.ª Semana Cultural do Alentejo, a Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, enalteceu o papel da Casa do Alentejo como ponto de encontro e de união da comunidade portuguesa no Canadá.

“É uma comunidade que não pára”, afirmou, destacando o dinamismo e a vitalidade dos portugueses no Ontário.

Com emoção, lembrou que celebrar o Alentejo é celebrar o universalismo da cultura portuguesa, uma terra que se estende do montado ao litoral, levando consigo a brisa do Atlântico - a mesma que liga Portugal ao Canadá.

Para a diplomata, a Casa do Alentejo é “mais do que um espaço físico: é um lar de memórias, de música, de cante e de fado, onde se preserva a alma de um povo”. Riquito terminou com um apelo sentido à participação: “Participem todos! Vai ser uma semana em grande, com muitas e boas atividades.”

Há 40 anos a cruzar oceanos de saudade, a Semana Cultural do Alentejo continua a levar a alma das planícies até Toronto. Entre cante e fado, sabores e memórias, o evento celebra a força das tradições alentejanas que, mesmo longe da terra-mãe, continuam a florescer com o mesmo calor e autenticidade em terras canadianas. A semana cultural começou a 17 de Outubro, e só termina dia 25.

RMA/MS

Comunidade Portuguesa une-se em noite de cantoria e solidariedade em Toronto

A noite do passado sábado (18) foi marcada por emoção, música e solidariedade, em Toronto, decorrendo uma iniciativa de angariação de fundos para a feitura dos tradicionais Cabazes de Natal, para aqueles que mais precisam. A sala esteve cheia - e não apenas de gente. Este foi um daqueles encontros onde se sentiu, verdadeiramente, o pulsar de uma comuni-dade viva e unida. O evento, que combinou cantoria tradicional, momentos de forte carga emocional, contou com a pre-sença de convidados, de artistas, de voluntários e de apoiantes da causa. Desde cedo os participantes foram recebidos calorosamente num ambiente que misturava hospitalidade açoriana, alma luso-canadiana e espírito solidário.

Uma abertura de coração cheio

A abertura oficial fez-se pelas palavras do mestre de cerimónias, que partilhou uma mensagem sentida e de profunda gra-tidão, com intervenções especiais, nomeadamente de Soraya Picanço — figura central na organização do evento —, que emocionou os presentes com palavras sinceras e uma força contagiante, agraciando todos os voluntários, logo no começo da festa. Mas o tom solene rapidamente deu lugar a momentos de humor e familiaridade, com a entrada espontânea do MC Emanuel Rocha, que com Rómulo Ávila, criaram um momento divertido de “papéis trocados” que arrancou sorrisos e abriu caminho para o jantar.

Sabores, música e homenagens

Durante o jantar, servido com sabores maravilhosos e com a habitual simpatia das e dos voluntários — houve tempo para tudo: agradecimentos aos patrocinadores (cuja generosidade foi destacada numa lista lida integralmente), uma homena-gem discreta mas sentida conduzida por Soraya, e um lembrete constante para apoiar através das rifas e dos leilões solidá-rios que se realizaram ao longo da noite. Os prémios, cuidadosamente preparados, refletiram o carinho e empenho dos organizadores, enquanto o público respondia com entusiasmo, contribuindo de forma ativa para a causa.

Cantoria e palco cheio de talento

Com a barriga e o coração cheios, o palco abriu-se para a cantoria tradicional terceirense. Foram chamados os tocadores Nicholas Mendes, Paulo Avelar, Nathan Rocha e Carlins Baganha, seguidos pelos cantadores Paulo Miranda - São Miguel, Tiago Clara - São Miguel, Samuel Borges - Terceira e Roberto Picanço - Terceira, este último em estreia, recebendo aplausos entusiásticos. Após uma breve pausa para os artistas recuperarem o fôlego (e para mais rifas e leilões!), seguiu-se oaguar-dado concerto do muito aclamado Duo Marly e Sérgio. A apresentação, feita com palavras que foram quase poesia, pre-parou o público para um momento especial: “O que vai subir a este palco não é apenas um duo. É uma história que se can-ta, é alma que se encontra em cada acorde.”

E foi exatamente isso que aconteceu. Marly e Sérgio não cantaram apenas - partilharam-se. Com emoção na voz e verdade no olhar, conquistaram a sala por inteiro.

Uma comunidade que sabe dar

A noite encerrou-se com um discurso que foi, ele próprio, um hino à força da comunidade portuguesa no Canadá: “Quando disserem mal da comunidade portuguesa, que vejam esta sala. Cheia de gente, de todas as idades, de todas as ilhas e re-giões, todos unidos por uma causa nobre: garantir que ninguém passa o Natal com a mesa vazia.”

Foi um tributo à cora-gem, à fé e à generosidade de uma diáspora que, mesmo longe da terra, continua a afirmar as suas raízes com orgulho. Palavras de gratidão foram dirigidas aos patrocinadores, artistas, voluntários e, em especial, ao casal Picanço, reconhecidos como a alma por detrás desta missão. Entre cantigas, rifas, gargalhadas e partilhas, esta noite foi, como disse a organizadora Soraya, “mais do que um evento cultural. Foi um testemunho de humanidade, um exemplo de como a música pode unir, como a solidariedade pode trans-formar, e como a comunidade portuguesa continua a dar cartas - e coração - no Canadá”. Hoje não foi só um evento. Foi um lembrete de que ainda existe muita gente boa neste mundo. Cada prato servido, cada rifa comprada, cada nota cantada... foi uma semente de esperança. Porque o Natal começa quando alguém se lembra do outro.

E esta noite, lembrámo-nos todos. “Obrigada por fazerem parte desta família que, mesmo longe da terra, nunca esquece as suas raízes - e nunca vira as costas a quem precisa”, enfatizou Rómulo Ávila às mais de três centenas de pes-soas presentes no serão açoriano. RMA/MS

Momento de abertura
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Adriana Paparella

Concurso de cantores de John Santos Onde a música transforma sonhos em realidade

Lançar talentos, promover a música e a voz e combater comportamentos desviantes são três, de muitos objectivos, do Con-curso de Cantores de John Santos. A caminho da vigésima temporada, que começa já com a primeira qualificação a 29 de outubro, este autêntico desfile de talentos, misturados com grandes sonhos no mundo musical, já viu passarem pelo palco centenas de jovens e menos jovens. De uma forma clara é importante dizer que não há derrotados, há pois quem vence o concurso, mas a ideia é fazer com que todos tenham oportunidades, fazer com que todos cresçam musicalmente e fazer com que a aprendizagem seja efetiva.

Contando com grandes júris e equipas técnicas qualificadas, este Concurso de Cantores que tem lugar na Casa do Alentejo de Toronto é, por um lado, o lançamento de grandes carreiras, mas também tem sido, ao longo das últimas dezanove edi-ções, um evento que se caracteriza pela alegria e pelo contributo em formar homens e mulheres na sociedade de hoje. Há casos de sucesso e isso pode orgulhar John Santos, sempre ladeado pela sua dinâmica esposa, Lisa Santos. Abraçando qualquer comunidade, cada concorrente pode cantar na língua que escolher, sendo que os prémios são verdadeiramente estimulantes.

Como refere o Duo Santos: “Os nossos finalistas têm idades compreendidas entre os 10 e os 65 anos e re-presentam o mosaico cultural do Canadá da forma mais ampla e maravilhosa que se possa imaginar. Ao longo de uma temporada, ganham a oportunidade de mostrar o seu extraordinário talento num evento de gala, acompanhados por uma banda com alguns dos melhores músicos de Toronto”.

Tudo começa pelas audições, passando pela provas de qualificação, até chegar à final, que este ano decorre a 2 de Maio de 2026, cada concorrente, seja da primeira à ultima prova, é tratado como um verdadeiro artista, abrindo asas aos sonhos e à qualidade. É ainda justo dizer que todos os anos é realizada uma revista do Concurso de Cantores, retratando tudo ao que àquela edição diz respeito, ficando uma recordação eterna do que se passou, cabendo os artistas, os patrocinadores e todos os envolvidos neste concurso que faz agora 20 anos.

John e Lisa Santos abraçam, assim, as diversas comunidades desde 2006, sendo importante referir que este é um concurso que para além de ter o apoio das maiores autoridades políticas e económicas do Canadá, é capaz de promover o desenvol-vimento vocal, com regras altamente respeitadas e estabelecidas. A vigésima edição está à porta, visite: www.thesingingcontest.com, e “prepare-se para uma temporada fantástica”. Este ano o evento, para além de muitos ou-tros patrocinado-

res, conta com a marca do grupo “MDC”: Camões TV, Camões Rádio e jornal Milénio Stadium e, por isso, vamos continuar a atualizar a informação acerca deste assunto. Muito mais do que uma competição

O concurso é, sem dúvida, único no seu género. Navegando pelo site oficial, é possível conhecer a história deste projeto e todos os elementos que o tornam verdadeiramente especial. Este ano, os prémios são maiores e melhores do que nunca: incluem três álbuns gravados profissionalmente, vídeos promocionais, workshops com profissionais da indústria musical, treino vocal individualizado e muito mais. Todos os finalistas têm a oportunidade de gravar uma canção num estúdio pro-fissional e de integrar o CD de compilações do concurso.

Com participantes entre os 10 e os 65 anos, o concurso celebra a diversidade cultural do Canadá, refletindo a riqueza do seu mosaico multicultural.

Ao longo da temporada, os concorrentes têm a oportunidade de brilhar num evento de gala, acom-panhados por alguns dos melhores músicos da Grande Área de Toronto. É impossível não destacar o crescimento artístico de talentos por esse mundo fora, cujo percurso continua a surpreender o público. Apesar de existirem vencedores nas ca-tegorias Juvenil e Adulto, o objetivo principal do concurso não é distinguir quem ganha ou perde. O verdadeiro propósito é oferecer uma experiência de aprendizagem e crescimento para todos os participantes, independentemente da idade ou nível de

experiência. Para os mais jovens, representa um primeiro grande passo no mundo das atuações. Para os mais ve-lhos, é uma oportunidade de voltar a subir ao palco, mostrar o seu talento e ouvir os aplausos mais uma vez.

DUO SANTOS: “uma breve nota biográfica”

Muito haveria para escrever e dizer de John e Lisa Santos. Para além das qualidades humanas e profissionais no mundo musical, este Duo Santos já viajou, de instrumentos às costas, pelos quatro cantos do mundo, tocando e cantando em vá-rias línguas: português, inglês, grego, italiano, croata, grancês, espanhol e havaiano. São por isso, um duo caracterizado pela versatilidade musical e pela alegria em palco.

Ao longo de quase 40 anos de carreira tem um número sem conta de CD´s publicados e já pisaram o palco ao lado dos nomes mais sonantes do panorama musical, de que é exemplo, entre outros: Quim Barreiros, o Conjunto Típico de Jorge Fontes, Frank Sinatra Jr., Tommy James e o Shondells, George Savalas e Nestor Pistor.

Para além de uma bonita história de família, de amor e de amor há música, como José Mário Coelho, em 2010, escreveu: “John e Lisa: bem combinados na arte como na vida”, eu acrescentaria: a música dá asas ao amor, à criati-vidade e ao sucesso. Dá força para continuarmos em frente. E é isso que, quer o casal, quer o Concurso de Cantores, o faz, edição após edição.

Porto de Honra celebrou os 48 anos da Associação Cultural do Minho de Toronto

A Associação Cultural do Minho de Toronto (ACMT) celebrou com entusiasmo e orgulho o seu 48.º aniversário, reunindo sócios, diretores, representantes institucionais e muitos amigos da casa num animado Porto de Honra, marcado por celebração, tradição e um vibrante espírito minhoto.

Num momento de grande simbolismo, a presidente da ACMT, Judite Carneiro Lopes, destacou a vitalidade da associação e o papel crescente da nova geração: “Hoje é um dia muito especial para todos nós. Celebramos com orgulho os 48 anos da nossa associação, com uma direção jovem e cheia de energia. Isso deixa-me confiante de que o futuro da ACMT está assegurado. Há poucas semanas, tive o enorme prazer de nomear a Michelle Alves como vice-presidente, representando esta nova geração que leva esta casa no coração.”

A própria Michelle Alves, com muito orgulho, partilhou o significado deste novo desafio: “É uma grande honra. Estou nesta casa desde que nasci comecei no rancho com apenas dois anos. Tenho

um enorme carinho pela associação e muito orgulho em poder contribuir para que continue viva nas próximas gerações. Agradeço à presidente e a toda a direção pela confiança.”

O destaque dado à juventude foi, aliás, uma constante ao longo da noite. Foi possível acompanhar os ensaios do rancho infantojuvenil, e ficou evidente o empenho

dos mais novos em manter vivas as tradições do Minho. A energia era contagiante e o espírito de continuidade estava bem presente.

Também entrei na dança! Foi um momento de partilha autêntica, alegria e união uma verdadeira celebração da cultura minhota em Toronto.

Entre os convidados, Kátia Caramujo, em representação da Aliança dos Clubes das Associações Portuguesas de Ontário (ACAPO), fez questão de elogiar o dinamismo da associação e, mais uma vez, a forte presença de jovens: “este clube mostra que tem muitos anos de vida pela frente. Ver esta sala cheia de sócios, diretores e simpatizantes é um excelente sinal. A juventude está presente e ativa e isso dá-me esperança de que a Associação Cultural do Minho poderá celebrar não só 50, mas 100 anos de existência. Estão a fazer um trabalho notável na preservação da nossa cultura minhota.”

A representante da ACAPO sublinhou ainda a homenagem prestada aos fundadores da associação, um gesto comovente que recordou aqueles que, com dedicação e visão, lançaram os alicerces desta casa.

O Porto de Honra encerrou, assim, uma celebração marcada pela emoção, pelas tradições e pela certeza de que a **Associação Cultural do Minho de Toronto continua a ser um pilar da cultura portuguesa no Canadá, guiada por uma juventude empenhada em manter viva a herança dos seus antepassados.

Creditos: DR Credito:

Casa do Alentejo celebra 40.ª Semana Cultural com fado, casa cheia e alma plena

A Casa do Alentejo em Toronto está a ser palco de uma celebração marcante: a 40.ª edição da Semana Cultural Alentejana. Com uma programação rica e diversa, o evento decorre entre os dias 17 e 25 de outubro, reafirmando a vitalidade da cultura portuguesa no estrangeiro viva, relevante e em contínua expansão.

Ao longo dos dias, os visitantes têm tido acesso a um programa que combina música tradicional, fado, gastronomia, literatura, artes visuais, poesia e outras expressões culturais que cruzam gerações e aproximam públicos.

Um dos momentos mais aguardados da semana é, sem dúvida, a Noite do Fado, que voltou a encher por completo a sala da Casa do Alentejo. No palco, estiveram nomes consagrados e emergentes do panorama fadista, como Jorge Fernando, Custódio Castelo, Fábia Rebordão, Soraia Mejdoubi, Hernâni Raposo, Manuel Moscatel e Valdemar Mejdoubi.

Num ambiente de grande proximidade entre artistas e público, o presidente da Casa do Alentejo, Jaime Nascimento, expressou com emoção o que lhe vai na alma: “ver esta casa cheia é uma confirmação do sucesso desta celebração. É isto que se pretende, uma casa com vida, com cultura, com calor humano. A nossa missão é estar de portas escancaradas para tudo o que valorize a cultura portuguesa.”

Vozes que tocam o coração

A fadista Fábia Rebordão, que regressou ao palco da Casa do Alentejo pela segunda vez, falou sobre a emoção de cantar para uma audiência tão recetiva: “cantar fado,

“Expressões

em português, para quem sente o que cantamos, é sempre especial. Estar aqui é estar longe de casa e, ao mesmo tempo, sentirmo-nos em casa.” Refletindo sobre a evolução do fado nos dias de hoje, Fábia acrescentou: “o fado emancipou-se. Ganhou novas formas, atraiu novas gerações, sem perder a sua essência. Isso é essencial. É a nossa canção nacional e merece continuar a crescer.”

A noite teve ainda um sabor especial ao celebrar os 50 anos de carreira de Jorge Fernando, um dos nomes mais respeitados do fado contemporâneo. O compositor, cantor e produtor, visivelmente emocionado, partilhou o que considera ser o segredo da sua longevidade artística: “o meu segredo? O amor que tenho pelas pessoas. Não faço distinções. O amor não se divide, sente-se e partilha-se. Toda esta gente que tem acompanhado o meu percurso, que encheu o Tivoli em Lisboa, em Nova Iorque, e agora até no México, sente que estou cá por amor a eles. Essa é a verdadeira contrapartida:

retribuem-me com o mesmo carinho.” Antes de subir ao palco, Jorge Fernando deixou para os fãs espalhados pelo mundo uma mensagem simples, mas sentida: “enquanto eu puder cantar e compor, o meu tempo será de todos aqueles que gostam de mim e que têm amparado a minha carreira. Mesmo que um dia esteja num lar, continuarei a escrever e vocês continuarão a ser o motivo da minha escrita. Muito obrigado por todos estes anos.”

Outro dos momentos altos da noite foi o regresso da fadista Soraia Mejdoubi, que voltou aos palcos após um período de afastamento. Visivelmente emocionada, confessou: “a Casa do Alentejo é a minha casa no fado. Voltar a este palco, nesta data tão simbólica, é profundamente especial. Tremi ao pegar no microfone, mas é essa emoção que me faz continuar.” Soraia destacou ainda a força contemporânea do género: “o fado tem categoria para atravessar fronteiras e reinventar-se. É tradição com futuro.”

de Barcelos

Entre o público, também houve quem se deixasse inspirar pela noite. O escritor e poeta Luís Marcelino sublinhou a importância da continuidade deste tipo de eventos: “estas celebrações mantêm viva a identidade cultural de um povo. Uma noite de fado como esta reacende a inspiração de quem sente e de quem cria.” Já Cristina Martins, antiga deputada provincial e presença habitual na Casa do Alentejo, recordou com carinho o percurso do evento: “frequento estas semanas culturais desde jovem. É gratificante ver o impacto que continuam a ter dentro e fora da comunidade alentejana. A sua evolução é notável.”

Por sua vez, José Eustáquio, em representação da Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas de Ontário (ACAPO), entidade patrocinadora da Noite de Fado, deixou uma sentida mensagem de agradecimento à organização e aos artistas, sublinhando a importância de preservar os laços entre cultura, identidade e comunidade: “estar aqui hoje, quatro décadas depois, é uma enorme honra. A cultura une-nos, fortalece a nossa identidade e dá sentido à missão comunitária que todos partilhamos.”

A Semana Cultural Alentejana reafirma-se, ano após ano, como um espaço de celebração e projeção da cultura portuguesa no Canadá. Esta 40.ª edição celebra um legado que se constrói entre a tradição e a modernidade, entre a saudade e o orgulho, entre a memória e o futuro. Mais do que um evento, é uma afirmação viva da portugalidade sentida, partilhada e celebrada no coração de Toronto.

FP/MS

Arte e Criatividade” assinala 27 anos da Associação Migrante de Barcelos

A cidade de Toronto foi palco de uma celebração especial da cultura portuguesa com a inauguração da exposição “Expressões de Barcelos – Arte e Criatividade”, promovida pela Associação Migrante de Barcelos Community Centre (A.M. Barcelos C.C), na Câmara Municipal de Toronto (City Hall).

Oevento marcou o 27.º aniversário da A.M Barcelos C.C e reuniu diversas figuras da comunidade luso-canadiana, representantes institucionais, parceiros culturais e convidados especiais, num ambiente de orgulho, emoção e forte identidade cultural.

A exposição prestou homenagem à criatividade dos artesãos da região minhota, com especial destaque para o icónico Galo de Barcelos e para a figura da mulher minhota, símbolos que representaram não apenas a cidade de origem, mas toda a portugalidade. Foram exibidas 30 peças únicas, criadas por mestres artesãos de Barcelos.

“Estou completamente orgulhoso. Este é um sonho tornado realidade, partilhado por toda a minha direção”, afirmou Vítor Santos, presidente da A.M.Barcelos C.C, durante a cerimónia de abertura. “É um trabalho de todos. Sem vocês, nada disto seria possível”, acrescentou emocionado.

A presença do Presidente da Assembleia Municipal de Barcelos, Fernando Santos Pereira, conferiu ainda maior significado à ocasião. “O coração está cheio. Não há palavras para descrever esta alegria”, concluiu Vítor Santos. A A.M. Barcelos C.C aproveitou o momento para prestar homenagem a todos os presidentes, direções,

sócios, membros, patrocinadores e voluntários que, ao longo de quase três décadas, contribuíram para o crescimento e afirmação da associação como um pilar da comunidade portuguesa no Canadá.

A exposição esteve patente ao público entre os dias 14 e 18 de outubro, no átrio principal do City Hall, um espaço de elevada visibilidade por onde circulam milhares de pessoas todas as semanas. O evento contou ainda com momentos de fado ao vivo com Jennifer Bettencourt acompanhada por Hernani Raposo, Valdemar Mejdoubi e uma amostra da gastronomia portuguesa, reforçando a riqueza e diversidade cultural de Portugal. A iniciativa foi amplamente elogiada e destacou-se como um gesto de união entre continentes, promovendo o património cultural português junto das novas gerações e do público canadiano em geral. Símbolos com profundo significado Esta mostra marcou também a segunda fase de um projeto iniciado em 2021, com a instalação do grande Galo de Barcelos na Dundas Street West, no coração da Little Portugal, em Toronto.

Segundo Marlene Araújo, uma das responsáveis pela iniciativa, “esta nova fase resulta de uma oferta da Câmara Municipal de Barcelos, reconhecida como Cidade Criativa pela UNESCO, e visa aproximar as pessoas das técnicas ancestrais e da nossa história cultural”. “As peças expostas não são apenas arte, representam um povo, uma cultura e um simbolismo que, embora nasça em Barcelos, pertence a todos nós”, concluiu Marlene.

Reconhecimento institucional e apelos à continuidade

A Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, sublinhou o impacto e o simbolismo do evento: “Estamos no coração político da cidade e ter aqui esta mostra é uma honra e uma enorme alegria”

Recordando a lenda do Galo de Barcelos símbolo de justiça a diplomata afirmou: “A mensagem que hoje retiramos é que não devemos esperar por milagres para fazer justiça seja ela cultural, social ou ambiental. Esta exposição é também uma forma de fazer justiça cultural aos portugueses que contribuíram para a construção do Canadá”

Também Fernando Santos Pereira, Presidente da Assembleia Municipal de Barcelos, destacou que “a cultura é um denominador comum entre os povos” e elogiou a amizade e parceria entre Barcelos e Toronto. Expressou ainda o desejo de levar a exposição a outras cidades do Canadá promovendo workshops nas escolas, onde jovens possam pintar galos e ligar-se às suas raízes.

Por sua vez, José Eustáquio, em representação da ACAPO, afirmou: “A comunidade portuguesa voltou a marcar presença na Câmara Municipal de Toronto, num evento que celebrou as nossas tradições e identidade. Foi destacada a importância do símbolo de Barcelos como representante da cultura lusa.”

A vereadora Alejandra Bravo, do distrito eleitoral da Davenport, descreveu a mostra como “formosa e emocionante”. Sublinhou o impacto visual da exposição e o facto de o Galo de Barcelos, hoje reconhecido como Património Cultural Imaterial pela UNESCO, representar valores universais como a justiça, a liberdade e a verdade.

A cerimónia foi encerrada com um simbólico e muito participado Porto de Honra, assinalando oficialmente os 27 anos da Associação Migrante de Barcelos Community Centre of Toronto, uma data marcante que celebra o percurso de uma associação que continua a preservar, promover e dignificar a cultura portuguesa no Canadá.

A exposição “Expressões de Barcelos –Arte e Criatividade” reafirmou o dinamismo da comunidade portuguesa no estrangeiro e o seu papel essencial na preservação da identidade cultural lusa no mundo.

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AUTONOMIAS

Albuquerque exige fim de “princípios anacrónicos” e revisão urgente da lei das finanças

O presidente da Assembleia da República foi recebido, na Madeira, pelo chefe do executivo madeirense, para uma breve audiência de prestação de cumprimentos, mas durante a qual a necessidade de mais autonomia e da revisão da lei de finanças regionais foram defendidas por Miguel Albuquerque.

No final do encontro, o governante disse aos jornalistas que sublinhou a necessidade urgente de rever a Lei das Finanças Regionais e lembrou que será apresentado um projeto de revisão constitucional para reforçar os poderes autonómicos, garantindo que a Madeira não ficará “amarrada a princípios perfeitamente ultrapassados”.

Comentando que “foi uma grande honra e um prazer receber aqui a segunda figura do Estado”, Miguel Albuquerque referiu que a reunião com Pedro Aguiar Branco permitiu discutir “os grandes desafios no quadro nacional que se colocam à Região”, destacando em primeiro lugar “a necessidade de atualizarmos e revermos a Lei das Finanças Regionais”.

O líder madeirense classificou-a como “caduca” e “iníqua”, exigindo que assegure “as obrigações constitucionais do Estado relativamente às regiões, no que toca aos sobrecustos da saúde, da educação,

da proteção civil, dos transportes e de um conjunto de itens que fazem parte da outra periferia”.

O chefe do Executivo madeirense afirmou ainda que, 50 anos após a instituição da autonomia, é necessário garantir que as regiões “tenham os poderes democráticos necessários a assegurar o seu próprio desenvolvimento”, sem pôr em causa a unidade nacional. “O princípio da soberania deve ser um princípio funcional, apto a garantir às regiões os instrumentos para assegurar o seu próprio desenvolvimento”, declarou.

Comparando o contexto das ilhas com o território continental, Albuquerque vincou que a Madeira, situada a “900 e tal quilómetros” de Lisboa, tem “necessidades muito próprias”. Criticou ainda decisões do Tribunal Constitucional, referindo-se à chamada “lei das TVDE” e à co-gestão do mar, dizendo que a soberania “está no povo, não está nos poderes de Lisboa”. Assumindo que a atual conjuntura política nacional permite avançar no aprofundamento da autonomia, Albuquerque revelou que será apresentado “um projeto de revisão constitucional”, cabendo depois aos partidos “assumir as suas responsabilidades relativamente à Madeira”.

JM/MS

14% da população madeirense entre os 20 e os 79 anos tem diabetes

Margarida Ferreira, diretora de Serviço de Endocrinologia do SESARAM, destacou a necessidade de reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce, revelando que 14% da população madeirense entre os 20 e os 79 anos tem diabetes.

“Aqui na Madeira não temos dados atualizados, mas o panorama é semelhante ao nacional. Estima-se uma prevalência de 14% de diabetes entre os 20 e os 79 anos. A diabetes é uma doença crónica, silenciosa e cada vez mais prevalente. Preocupa-me que entre 30% a 40% das pessoas com diabetes

não saibam que têm a doença”, afirmou à margem das XVII Jornadas de Diabetes da Madeira e do 1.º Simpósio Satélite de Obesidade.

A especialista lembrou que 80% dos casos de diabetes tipo 2 poderiam ser prevenidos, apontando o envelhecimento, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares como fatores determinantes. “Com mais exercício e melhor alimentação, a incidência e a prevalência da diabetes reduzem. A prevenção é possível, mas exige determinação e o envolvimento de todos — escolas, indústria alimentar, famílias, autarquias e governos.”

Açores permanecem “a milhas” dos objetivos da Estratégia Nacional de

Combate à Pobreza 2021-2030

Apesar das melhorias assinaladas face a 2023, a Região Autónoma dos Açores manteve-se em 2024 como a região do país mais vulnerável à situação de pobreza e exclusão social.

No ano passado, nos Açores, 28,4% da população estava em risco de pobreza ou exclusão social. Embora a situação tenha evoluído favoravelmente face ao ano anterior, tendo registado uma redução de 3,0 p.p., a Região continua bastante distante da média nacional, que é de 19,7%, ou seja, a uma bastante expressiva diferença de +8,7 p.p..

No entanto, a descida agora verificada interrompe a tendência de agravamento que se vinha verificando desde 2021, recuperando, mesmo que parcialmente, o percurso favorável registado até esse ano. Isto mesmo refere o relatório “Pobreza e Exclusão Social 2025”, do (EPAN), divulgado na passada sexta-feira dia 17 de Outubro, data que assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.

Na verdade, todos os indicadores sustentam a vulnerabilidade do dito “povo açoriano”. No âmbito da pobreza monetária, a Região apresentava uma taxa de 24,2%, menos 1,9 p.p. do que em 2023, mas ainda 7,6 p.p. superior à média nacional, que era de 16,6%. Embora o alívio recente seja relevante, a existência deste diferencial, que permanece consideravelmente elevado, salienta as fragilidades estruturais do mer-

PDL26

cado de trabalho e dos rendimentos disponíveis nos açores.

O relatório “Pobreza e Exclusão Social 2025”, analisa os dados numa perspectiva temporal mais alargada, entre 2018 e 2024. A sua leitura demonstra que a Região reduziu, de forma de expressiva, todos os indicadores em análise, embora não de forma continuada. De facto, a trajetória foi marcada por duas fases distintas, com um primeiro período de grande melhoria entre 2018 e 2021, seguido de uma inversão a partir de 2021, com agravamento dos indicadores, e finalmente, em 2024, regista-se uma inversão à linha descendente.

Conclui o relatório que, embora os resultados mais recentes revelem um alívio da vulnerabilidade social, os Açores continuam a registar distâncias estruturais muito relevantes face ao padrão nacional, confirmando a sua posição como a região de Portugal mais exposta ao risco de pobreza e exclusão social.

Aliás, a distância da Região face ao resto do país permanece ainda mais do dobro do limiar fixado pela Estratégia Nacional de Combate à Pobreza (2021–2030).

A este propósito, diz o Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza que “os Açores continuam a evidenciar uma distância estrutural persistente, que poderá exigir políticas públicas mais direccionadas e sustentadas para garantir uma convergência efetiva com os objetivos da Estratégia.

DA/MS

vai "projetar cultura dos Açores a nível nacional e europeu"

O projeto PDL26 - Capital Portuguesa da Cultura, a decorrer no próximo ano em Ponta Delgada, permitirá projetar a cultura que se faz nos Açores a nível nacional e europeu, disse hoje o presidente da autarquia.

"O PDL [Ponta Delgada] 26 representa aquilo que tem sido um esforço para nós fazermos aqui uma boa programação, uma boa organização, para que o ano de 2026 seja um ano em que vamos projetar não só a cultura que se faz em Ponta Delgada, mas também nos Açores, a nível nacional e também europeu, mas também trazer a Ponta Delgada outras manifestações culturais que acontecem pelo país e também fora de portas", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral.

O autarca falava após a sessão de assinatura do protocolo de cooperação de financiamento da PDL26 entre os Ministérios da Cultura e da Economia/Secretaria de Estado do Turismo, o Governo Regional dos Açores e a Câmara Municipal de Ponta Delgada, integrada na conferência "Cultu-

ra, Educação e Território no Lugar do Amanhã", a primeira iniciativa realizada no âmbito do projeto cultural que vai arrancar em janeiro do próximo ano. Segundo o protocolo a que a Lusa teve acesso, o valor global do financiamento é de 5,3 milhões de euros (650 mil euros a cargo do Turismo de Portugal, 650 mil euros do Ministério da Cultura, um milhão de euros através do Governo Regional e três milhões de euros através da Câmara Municipal de Ponta Delgada).

O acordo define que o planeamento, a promoção, o desenvolvimento e a execução da iniciativa fica a cargo do município de Ponta Delgada.

Na ocasião, a comissária da PDL26, Katia Guerreiro, referiu que a equipa do projeto sensibilizou a ministra da Cultura e o secretário de Estado do Turismo - presentes na assinatura do documento -, para a dificuldade que é a insularidade e os custos que acarreta e foi concedida "uma majoração ao financiamento em mais 300 mil euros acima do que estava esperado". NM/MS

Creditos: DR

Carney afirma que o Canadá deve preparar-se para “sacrifícios”

O primeiro-ministro Mark Carney afirmou que os canadianos devem estar preparados para alguns “desafios” e “sacrifícios”, num discurso onde apresentou algumas das prioridades do seu governo para o próximo orçamento federal.

Carney destacou que o governo está a preparar-se para “construir uma economia mais forte” num contexto mundial “mais dinâmico, mais competitivo e mais hostil”.

“Se não agirmos agora, as pressões só irão aumentar”, afirmou o primeiro-ministro num discurso dirigido a estudantes universitários em Ottawa. “Eu serei sempre transparente quanto aos desafios que temos de enfrentar e às escolhas que temos de fazer. E, para ser claro, não transformaremos a nossa economia facilmente, nem em poucos meses, isso exigirá alguns sacrifícios e algum tempo.”

Durante o discurso, Carney falou sobre a natureza em mudança das relações comerciais do Canadá com os Estados Unidos e anunciou que o governo pretende duplicar

as exportações destinadas a países fora dos EUA na próxima década.

O próximo orçamento incluirá uma estratégia de competitividade climática, um novo plano de imigração e uma estratégia internacional de atração de talento, adiantou Carney.

O discurso antecedeu uma viagem ao estrangeiro que o primeiro-ministro fará para participar em duas cimeiras multilaterais no Sudeste Asiático, a decorrer a partir de sexta-feira (24), terminando pouco antes de o governo apresentar o orçamento, a 4 de novembro.

Carney reuniu-se em privado com o líder conservador Pierre Poilievre para discutir o orçamento, depois de já se ter encontrado com os líderes do NDP, do Bloco Quebequense e do Partido Verde. Após a reunião, Poilievre declarou estar “grato” pela oportunidade de expor as prioridades do seu partido para o próximo orçamento. “Tivemos uma boa conversa. Ele não assumiu compromissos, por isso estou curioso para ver o que vai propor”, disse o líder conservador aos jornalistas.

CBC/MS

Ottawa deu 105 milhões de dólares à Stellantis antes de fabricante anunciar planos para os EUA

Depois de atribuir quase 105 milhões de dólares à Stellantis para modernizar duas fábricas em Ontário, o governo federal está agora a rever o contrato para avaliar se a empresa violou o acordo ao anunciar a transferência de parte da produção para os Estados Unidos.

AStellantis revelou publicamente, na semana passada, planos para transferir a produção do Jeep Compass de Brampton (Ontário) para o Illinois.

Questionado pela CBC News sobre se pretende recuperar o dinheiro dos contribuintes já entregue à empresa, o ministro das Finanças, François-Philippe Champagne, sugeriu que o governo está a agir.

“Vamos certamente fazer valer os nossos direitos contratuais”, afirmou Champagne, que participou nas negociações com a Stellantis. “É preciso analisar as circunstâncias, o que foi prometido e o que está a ser concretizado.”

O novo plano de expansão da Stellantis nos EUA foi considerado um duro golpe para o Canadá e celebrado pela Casa Branca como uma vitória.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou a sua intenção de dominar a indústria automóvel. O seu se-

cretário do Comércio, Howard Lutnick, afirmou recentemente, num evento em Toronto, que pretende “esvaziar” o setor de montagem automóvel no Canadá.

O governo canadiano confirmou à CBC News que entregou à Stellantis mais de 18,6 milhões de dólares no exercício fiscal de 2023 e outros 85,9 milhões em 2024, destinados à modernização das fábricas de Windsor e Brampton.

Apesar de Ottawa ter concedido milhões à empresa, não está claro até que ponto o governo tem poder para fazer cumprir os contratos ou recuperar o dinheiro.

Questionada sobre se tem autoridade para reaver os fundos, a ministra Mélanie Joly não respondeu diretamente. “Estamos confiantes de que podemos exercer bastante pressão sobre a empresa, porque, quando assinamos contratos de apoio, tudo está obviamente ligado à criação de emprego”, disse Joly.

A ministra acrescentou ainda que tem mantido contacto com outros fabricantes automóveis.

“Voltei a conversar este fim de semana e na sexta-feira com a Honda, com a Ford, e continuarei, claro, a dialogar com a GM”, afirmou.

CBC/MS

CANADÁ

Sindicato dos trabalhadores dos Correios do Canadá perde recurso a ordem de regresso ao trabalho

O Conselho Canadiano das Relações Industriais (CIRB, na sigla inglesa) rejeitou o argumento apresentado pelo sindicato dos trabalhadores dos Correios do Canadá de que uma ordem governamental de regresso ao trabalho era inconstitucional.

Em dezembro de 2024, o ministro federal do Trabalho exerceu o seu poder ao abrigo do artigo 107 do Código Laboral do Canadá, instruindo o CIRB a pôr fim à greve dos trabalhadores dos correios e a assumir a arbitragem do conflito.

O Sindicato Canadiano dos Trabalhadores dos Correios (CUPW) alegou que o recurso ao artigo 107 para forçar o fim da greve era inconstitucional e violava os direitos constitucionais dos trabalhadores à liberdade de expressão, de associação e à vida, liberdade e segurança pessoal.

Na decisão da audiência, o CIRB concluiu que o direito à greve é “essencial”, mas “não absoluto”. Um dos três membros do conselho votou contra.

O CUPW também apresentou um pedido de revisão judicial, mas até ao momento o tribunal federal não tomou qualquer decisão. Os sindicatos têm criticado de forma consistente o uso do artigo 107 por parte do governo como instrumento de intervenção em conflitos laborais, afirmando que tal prática cria um precedente perigoso para o direito à greve dos trabalhadores.

Argumentam ainda que este mecanismo, utilizado várias vezes pelo governo liberal nos últimos anos, desencoraja os empregadores em setores sob regulamentação federal de negociarem de forma significativa e prejudica a capacidade do próprio governo de resolver greves.

A utilização do Código Laboral do Canadá para intervir numa greve voltou recentemente à ribalta quando a então ministra do Trabalho, Patty Hajdu, ordenou o fim da greve dos assistentes de bordo da Air Canada apenas algumas horas depois de ter começado, uma ordem que o sindicato ignorou.

CBC/MS

Oshawa quer limitar localização dos serviços sociais

Alguns serviços sociais em Oshawa afirmam que tencionam juntar-se num recurso contra um regulamento municipal que restringe onde podem expandir os seus serviços.

Em junho, o executivo municipal alterou o regulamento de ordenamento do território para proibir a instalação de novos serviços sociais a menos de 800 metros de outros já existentes.

“Tememos ficar paralisados por isto, sem poder oferecer nada de novo”, afirmou Debra Mattson, gestora de comunicação e desenvolvimento de fundos da YWCA Durham.

A organização sem fins lucrativos integra uma coligação de serviços sociais e residentes que recorreram ao Tribunal Fundiário de Ontário, responsável por casos de planeamento municipal e ordenamento do território. As entidades alegam que o regulamento é demasiado abrangente e limitará o acesso das pessoas a serviços essenciais em toda a cida-

de de Oshawa. O presidente da câmara, Dan Carter, recusou comentar o caso devido ao recurso, informou o seu gabinete por e-mail. A CBC News também contactou o advogado que representa a cidade, mas não obteve resposta.

Não está ainda claro se as instituições poderão abrir novos serviços dentro das suas atuais instalações.

CBC/MS

Creditos:

Lisboa é a cidade da UE onde se gasta mais salário para ter casa

Lisboa, Barcelona e Madrid são as cidades da União Europeia (UE) onde os habitantes destinam uma maior percentagem do salário para pagar a habitação, de acordo com um relatório divulgado esta quarta-feira pelo Conselho Europeu.

Orelatório divulgado pela equipa liderada pelo ex-primeiro-ministro português, António Costa, recolheu informações a partir do Deutsche Bank e revelou que os cidadãos em Lisboa destinam 116% do salário para habitação.

A situação apontada pelo Deutsche Bank tem em conta valores para apartamentos no centro das principais cidades europeias

Lisboa

e salários médios. Em Barcelona e Madrid o rácio para a habitação é de 74%.

As três cidades ultrapassam cidades com níveis de vida considerados superiores, como Viena (37%) o Luxemburgo e Frankfurt (34%) ou Helsínquia (35%).

Ainda que a crise na habitação tenha "características locais e variações entre regiões", é um problema transversal à UE e a média aumentou 58,33% entre 2015 e o primeiro trimestre de 2025.

A Hungria é o país que lidera este crescimento (237%), seguida por Portugal e a Lituânia (147%), de acordo com a informação disponibilizada pelo Gabinete de Estatística da UE (Eurostat).

Presidente da Carris

demite-se. Moedas aceita e agradece a coragem

O presidente do Conselho de Administração da Carris, Pedro de Brito Bogas, apresentou a demissão a Carlos Moedas, na sequência do acidente mortal no Elevador da Glória. O autarca lisboeta, reeleito para um segundo mandato nas eleições de 12 de outubro, "compreende e aceita os motivos".

Pedro de Brito Bogas apresentou a renúncia ao cargo, extensível a todos os restantes elementos do Conselho de Administração da empresa, informou esta quarta-feira a Câmara Municipal de Lisboa, num comunicado enviado às redações na sequência de uma reunião entre Carlos Moedas e a estrutura administrativa da Carris.

"O presidente Carlos Moedas destaca a forma profissional e corajosa com que, no momento mais duro do mandato, na sequência do trágico acidente do Elevador da Glória, o atual Conselho de Administração defendeu os interesses da empresa e, apesar de terem colocado o lugar à disposição desde a primeira hora, aceitaram manter-se em funções", acrescenta a nota.

O autarca de Lisboa "compreende e aceita os motivos apresentados, considerando fundamental a nomeação de uma nova Administração, que será apresentada oportunamente, para um novo mandato", diz ainda a autarquia. A administração demissionária garantirá a gestão, dentro dos prazos e limites legais, até à escolha de um novo presidente. "Carlos Moedas reforça e assume a preocupação de querer restabelecer o

mais depressa possível a total confiança e credibilidade de uma empresa fundamental para a cidade de Lisboa", remata a nota.

A demissão do Conselho de Administração da Carris acontece dias depois da divulgação do relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) ao acidente ocorrido com o Elevador da Glória, que detetou falhas e omissões na manutenção do ascensor, apontando também a falta de formação dos funcionários e de supervisão dos trabalhos efetuados pela empresa prestadora do serviço.

Além disso, apurou a investigação, o cabo que unia as duas cabinas do Elevador da Glória e que fez com que a carruagem descarrilasse não respeitava as especificações da Carris, nem estava certificado para uso em transporte de pessoas. Terá havido falhas no processo de aquisição do cabo pela Carris e nos mecanismos internos de controlo desta empresa responsável pelos ascensores.

JN/MS

Moedas garante segurança dos elétricos e autocarros da Carris

O presidente da Câmara de Lisboa garantiu, esta quinta-feira, a segurança dos elétricos e dos autocarros da empresa municipal Carris e reforçou que o relatório preliminar do GPIAAF sobre a tragédia do Elevador da Glória "não aponta nenhuma responsabilidade política".

Questionado

sobre as falhas no enquadramento legal dos sistemas de transportes da Carris, para garantir uma adequada fiscalização e supervisão que salvaguarde a segurança dos utentes, Carlos Moedas disse desconhecer essa informação presente no relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), divulgado na segunda-feira, relativo ao acidente com o elevador da Glória.

"Eu não tenho conhecimento. Aquilo que eu tenho conhecimento do relatório é em relação aos elevadores e aos ascensores. Não estamos aqui a falar dos elétricos de todos os dias", afirmou o autarca social-democrata à margem da conferência "Gebalis 30 Anos - Desafios da Gestão da Habitação Municipal".

"Desta forma, as condições de segurança dos elétricos, históricos, modernizados ou modernos, que circulam nos arruamentos públicos em comum com veículos rodoviários, quer na sua entrada ao serviço, quer durante a sua vida", não estão, em Portugal, sujeitas "ao cumprimento de quaisquer regras que não as definidas pela própria empresa, nem, principalmente, a qualquer tipo de supervisão independente", concluiu.

Na terça-feira, o ministro das Infraestruturas afirmou que o Governo detetou, após o acidente do elevador da Glória, em Lisboa, uma lacuna na supervisão destes transportes, tendo imediatamente mandatado o IMT para a colmatar.

JN/MS

"Os lisboetas sabem que a Carris tem sido uma empresa que durante todos estes anos tem transportado milhões de pessoas de forma segura, portanto, estarmos aqui a levantar dúvidas sobre a segurança da empresa ao nível dos autocarros e dos elétricos, eu penso que isso não é verdade, nunca foi. As pessoas podem estar seguras quando andam de elétrico ou de autocarro. O que estávamos aqui a falar é dos elevadores e os elevadores estão parados", declarou. De acordo com o relatório preliminar do GPIAAF ao acidente com o elevador da Glória, em 3 de setembro, que causou 16 mortos e cerca de duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades, os ascensores, como o da Glória e do Lavra, em Lisboa, assim como os elétricos da Carris, estão fora da supervisão do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), estando apenas debaixo da fiscalização da própria empresa gestora. O GPIAAF "constatou que os carros elétricos" da Carris "estão na mesma situação [sem supervisão independente], por não existir um enquadramento legal para a regulação técnica e de segurança dos sistemas de elétricos que circulam em via não reservada".

Tapetes de Arraiolos candidatos a Património Imaterial da UNESCO

O processo de candidatura dos genuínos tapetes de Arraiolos a Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO já foi entregue por esta câmara municipal, no distrito de Évora, à comissão nacional daquele organismo.

Em comunicado, o município revelou ter entregado, na segunda-feira (20), "toda a documentação" da candidatura denominada "Processo de Confeção do Tapete de Arraiolos" à inscrição na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Huma-

nidade. "Após uma boa avaliação prévia, o avanço do processo", ou seja a apresentação da candidatura ao Comité do Património Mundial da UNESCO, "fica dependente de uma decisão da Comissão Nacional", assinalou a autarquia.

A comissão nacional, salientou, vai definir "o momento em que, entre as várias candidaturas portuguesas em análise, deverá ser apresentado o 'Processo de Confeção do Tapete de Arraiolos' a candidatura nacional à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNES-

CO, na sigla inglesa)". Segundo a entidade proponente, a entrega do processo culminou "um longo processo de investigação, estudo e desenvolvimento de medidas de salvaguarda", que incluiu a realização de entrevistas na comunidade e de um documentário.

Contactada pela Lusa, a presidente da Câmara de Arraiolos, Sílvia Pinto, destacou que a confeção desta tapeçaria "é um património de séculos" deste concelho alentejano, realçando que a candidatura pretende valorizar este "saber fazer ancestral. É o

município proponente, mas é uma candidatura da população do concelho de Arraiolos e das suas bordadeiras", sublinhou. Questionada sobre o número de bordadeiras de tapetes de Arraiolos ainda em atividade no concelho, a autarca respondeu que existem "à volta de 100 pessoas que sabem fazer o tapete do início ao fim".

O processo de confeção do Tapete de Arraiolos foi inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, em 2021.

Credito: JN

Joe Carter, dos Toronto Blue Jays, com o braço levantado, é cercado pelos companheiros de equipe após fazer o último out da World Series em Atlanta, 24 de outubro de 1992.

Esta campanha de pós-temporada marca a 11ª vez que os Jays chegam aos playoffs desde a fundação da equipe em 1976.

Em agosto, os Blue Jays conseguiram uma vitória de 20–1 sobre o Colorado Rockies, marcando uma das performances mais dominantes na história da franquia.

Os Blue Jays conquistaram o segundo título consecutivo da World Series ao vencer os Philadelphia Phillies em seis jogos. Voltam a lutar pelo título após 32 anos.

Esta foi a última vez que os Jays chegaram às ALCS, onde perderam para Cleveland em cinco jogos. Em 2025, venceram o New York Yankees na Série de Divisão da Liga Americana (ALDS) para enfrentar os Mariners nas ALCS.

Max Scherzer, também conhecido como “Mad Max”, entrou para a história ao se tornar apenas o quarto arremessador titular da MLB a vencer um jogo de pós-temporada com 41 anos ou mais. Foi a sua primeira partida de pós-temporada pelos Jays, no Jogo 4 das ALCS — e o seu 500º jogo de carreira.

Vladimir Guerrero Jr., também conhecido como Vladdy Jr., entrou para a história dos Blue Jays ao bater o seu sexto home run de pós-temporada no Jogo 6 das ALCS contra os Mariners. Ele superou o recorde anterior de quatro home runs numa única pós-temporada, estabelecido pelo lendário Jose Bautista, e agora está empatado com Bautista e Joe Carter pelo maior número de home runs de carreira em pós-temporada. Guerrero também lidera todos os jogadores da MLB em home runs nesta pós-temporada.

Os Blue Jays precisam de quatro vitórias contra o L.A. Dodgers para conquistar a World Series. Os Dodgers, que varreram os Brewers nas NLCS, defenderão seu título da World Series a partir de 24 de outubro.

nesta pós-temporada. Em contraste, o Milwaukee Brewers, derrotado em quatro jogos consecutivos pelo L.A. Dodgers na Série de Campeonato da Liga Nacional (NLCS), teve um total de 14 rebatidas em toda a NLCS.

Líderes em rebatidas na pós-temporada

Vladimir Guerrero Jr. Toronto Blue Jays 19

Ernie Clement Toronto Blue Jays 18

Josh Naylor Seattle Mariners 16

Cal Raleigh Seattle Mariners 14

13

Lukes Toronto Blue Jays 13 Nico Hoerner Chicago Cubs 13 Mookie Betts Los Angeles Dodgers 12

Daulton Varsho Toronto Blue Jays 12

George Springer Toronto Blue Jays 11

Corridas impulsionadas (RBIs) pelos Blue Jays na pós-temporada de 2025, liderando todas as equipes da MLB.

Rebatidas pelos Blue Jays na pós-temporada de 2025, liderando todas as equipes da MLB.

Home runs dos Blue Jays na pós-temporada de 2025, empatados em 1º lugar na MLB.

Se necessário

Jogo Data Local Horário (ET)

Rússia

Venezuela PORTUGAL MUNDO

Nicolás Maduro lança app para vigilância da população

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou que a plataforma tecnológica VenApp, propriedade do Governo do país, desenvolvesse imediatamente uma aplicação que permita às comunidades reportarem, 24 horas por dia, qualquer situação que pudesse ameaçar a paz da nação sul-americana.

ARússia executa manobras militares nucleares com Putin na liderança

O presidente russo, Vladimir Putin, liderou manobras militares terrestres, marítimas e aéreas de forças nucleares, apenas um dia após a cimeira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, ter sido adiada por tempo indeterminado.

Putin ordenou o início das manobras na presença do Ministro da Defesa, Andrei Belousov, e do chefe do Estado-Maior general das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, através de uma videoconferência. "Hoje temos exercícios de rotina, insisto, de rotina, sobre a utilização de forças nucleares", sublinhou Putin no vídeo publicado na página do Kremlin no Telegram.

Os exercícios servem para testar "o procedimento para autorizar a utilização de armas nucleares", disse Gerasimov.

O último exercício militar deste tipo foi realizado pela Rússia há dois anos.

As forças nucleares lançaram um míssil balístico intercontinental Yars - com um alcance de até 12.000 quilómetros - a partir da base espacial russa, o Cosmódromo de Plesetsk, que fica quase 800 quilómetros a norte de Moscovo.

O míssil foi lançado para o campo de tiro de Kura, na península de Kamchatka, a mais de 6.000 quilómetros do local de lançamento.

Além disso, participaram também nas manobras o submarino nuclear "Bryansk", que lançou um míssil balístico Sineva do Mar de Barents, e vários bombardeiros estratégicos Tu-95C, que dispararam mísseis de cruzeiro.

"Todos os objetivos das manobras foram alcançados", declarou o Kremlin.

Estas manobras nucleares surgem depois de recentemente Putin ter proposto prorrogar por um ano o START III, também conhecido como "New Start", o último tratado de desarmamento nuclear entre Moscovo e Washington.

"A Rússia está disposta, após 05 de fevereiro de 2026, a continuar por um ano a cumprir as limitações previstas pelo START III", disse Putin em 22 de setembro.

Trump respondeu na ocasião que era "uma boa ideia", mas as partes ainda não iniciaram negociações sobre a sua extensão. A cimeira entre os Estados Unidos e a Rússia em Budapeste, que deveria ter lugar dentro de duas semanas, foi adiada depois de Moscovo ter excluído liminarmente a possibilidade de cessar os combates na Ucrânia, como tinha proposto o líder da Casa Branca.

Um responsável da Casa Branca afirmou que a cimeira entre Trump e Putin não deverá ocorrer num "futuro próximo".

JN/MS

Carlos III é o primeiro monarca britânico a rezar com o

Papa em cinco séculos

De visita ao Vaticano, o rei Carlos III e a rainha Camila rezaram com o Papa Leão XIV, o que acontece pela primeira vez em 500 anos. A agenda incluiu debates sobre clima, encontros com a Cúria e a atribuição do título de Confrade Real na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

Orei Carlos III e a rainha Camila realizam uma visita histórica ao Vaticano, marcada por momentos sem precedentes na relação entre a monarquia britânica e Igreja Católica.

Pela primeira vez em 500 anos, um monarca britânico rezou lado a lado com um Papa, numa cerimónia realizada na Capela Sistina e presidida por Leão XIV. À chegada, a área em redor do Vaticano estava blindada, com reforço de segurança e cães farejadores de explosivos. O casal real atravessou a Praça de São Pedro e foi recebi-

do pelo regente da Prefeitura da Casa Pontifícia, monsenhor Leonardo Sapienza, antes de ser apresentado na biblioteca do Palácio Apostólico. Camila chamou a atenção pelo seu vestido negro de seda da designer Fiona Clare, mantilha de Philip Treacy e um tocado em forma de coroa com folhas negras, acompanhado de um alfinete em forma de cruz que pertenceu a Isabel II. Como rainha anglicana, seguiu a tradição de se apresentar de negro perante o Papa. No final da oração, o rei reuniu-se com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e primeiro representante papal a assistir à coroação de Carlos, em maio de 2023. A visita incluiu ainda um encontro com representantes da Cúria Romana, associações civis e religiosas e figuras do mundo empresarial, reforçando a vertente de diálogo sobre o clima e o ambiente.

medida visa responder ao aumento das tensões diplomáticas e militares com os Estados Unidos, que tem conduzido o Executivo venezuelano a concentrar-se cada vez mais na segurança nacional, reforçando o controlo político e social sobre a população.

Assim, a plataforma "deve operar em conjunto com as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, as Unidades da Milícia Comunitária e as Bases Populares de Defesa Integral, parte do Sistema Nacional de Defesa Territorial", declarou o presidente num ato governamental transmitido pela televisão pública, citado pelo jornal norte-americano "Los Angeles Times".

Esta funcionalidade estará disponível na aplicação VenApp, criada em 2022 e concebida para recolher denúncias sobre problemas que afetam as comunidades, tais como cortes de energia elétrica e outras falhas nos serviços públicos.

Segundo o periódico espanhol "El País", pouco antes do anúncio de Maduro, o mi-

Gaza

nistro do Interior e da Justiça, Diosdado Cabello, também revelou planos para a instalação em massa de câmaras de vigilância, que visam "reforçar a segurança pública". A iniciativa faz parte do chamado "plano de paz", que reforçou visivelmente a presença de forças de segurança nas grandes cidades, especialmente à noite.

Estas medidas poderiam culminar na ativação do "decreto de estado de comoção externa" (equivalente ao estado de emergência), que permite a Maduro ocupar militarmente todo o território venezuelano, dando ao Governo uma ampla autoridade para impor controlos de segurança e punir setores da oposição que Caracas suspeita estarem envolvidos em "homicídios de pessoas ou ações militares contra a pátria".

A aposta nos denunciantes para enfrentar a oposição não é novidade. Criados em 2011, os "patriotas cooperantes", ativistas chavistas que vivem em bairros operários ou áreas residenciais, têm vindo a denunciar movimentos suspeitos ou comportamentos alheios em momentos de agitação política.

Muitas das pessoas presas após as eleições presidenciais de julho de 2024 foram denunciadas por estes informadores, depois de saírem às ruas para protestar contra a declaração oficial da vitória de Nicolás Maduro.

JN/MS

Netanyahu nega que Israel seja controlado pelos EUA

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, negou que Israel seja "um protetorado" dos Estados Unidos (EUA) e classificou tais ideias como "lixo", após se reunir com o vice-presidente norte-americano, JD Vance, de visita ao país.

"Quero dizê-lo muito claramente: uma semana dizem que Israel controla os Estados Unidos. Na semana seguinte, dizem que são os Estados Unidos que controlam Israel. Isto é um lixo", sublinhou. Segundo Netanyahu, o que os dois países partilham é "uma aliança".

Nesse sentido, assegurou que as duas partes "têm valores e objetivos comuns", apesar de "divergências em algumas questões". "Devo dizer que ao longo do último ano chegámos a acordos, não só em relação aos objetivos que estão para vir, mas também sobre como alcançá-los", afirmou o primeiro-ministro israelita. Netanyahu considerou ainda que Israel conseguiu "colocar a faca no pescoço do Hamas" e "isolá-lo dentro do mundo muçulmano e árabe". Por isso, agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à sua equipa, por uma ação "brilhante".

Por seu lado, Vance destacou que as partes têm a "árdua tarefa" de conseguir o desarmamento do grupo radical palestiniano Hamas e a "reconstrução de Gaza", sublinhando o "papel positivo que tanto Israel como os aliados do Golfo podem desempenhar" na região. "Isso não significa que não tenhamos interesses aqui ou que não nos importemos com o que acontece, mas vemos isto como uma oportunidade para

construir os Acordos de Abraão e acredito que o acordo de Gaza é uma peça crucial para desbloquear esses acordos", defendeu o vice-presidente norte-americano.

Os Acordos de Abraão foram celebrados em 2020, durante o primeiro mandato presidencial de Trump, permitindo uma normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.

Vance enfatizou a importância de alcançar uma "estrutura para a aliança no Médio Oriente, uma questão que é do melhor interesse dos Estados Unidos e de Israel".

Nesse sentido, assegurou que "está em curso o plano de paz, numa infraestrutura que não existia há uma semana".

JN/MS Credito: JN

Credito:

Luis Camara Secretary Treasurer

Ricardo Teixeira Recording Secretary

Jack Oliveira Business Manager

Nelson Melo President

Jaime Cortez E-Board Member

Marcello DiGiovanni Vice-President

Pat Sheridan E-Board Member

ADepois da pausa das seleções, a Taça trouxe emoção, surpresas e grandes jogos. Pequenos brilharam, grandes mostraram força!

pós a pausa nas provas nacionais para a dupla jornada de seleções, está de regresso o futebol nacional com a realização da terceira jornada da Taça de Portugal, a primeira onde participam as equipas do primeiro escalão português. Conhecida por ser uma prova fértil, sobretudo nestas primeiras rondas da prova, esta terceira eliminatória não fugiu à regra. Várias equipas da Liga Betclic foram prematuramente eliminadas da prova. A maior surpresa da ronda foi a derrota do Gil Vicente, e consequente afastamento da

prova, ante o Académico de Viseu por 2 bolas a 1. A equipa gilista tem sido a surpresa na Liga Betclic, mas na Taça não conseguiu manter o registo, tendo sido eliminada pelo 15º classificado da Liga Portugal 2 Meu Super, que não se amedrontou ante o quarto classificado da Liga Betclic.

Outra eliminação inesperada foi a do primodivisionário Alverca nas grandes penalidades, que perdeu nas grandes penalidades por 4-2 frente ao UD Leiria, após 2-2 no final do tempo regulamentar. O histórico do futebol português milita atualmente na Liga Portugal 2 Meu Super.

Também o Estrela da Amadora, da Liga Betclic, foi surpreendido ao perder por 3-1 ao terreno do Alpendorada, equipa do Campeonato de Portugal, o quarto escalão do futebol português. O primodivisionário Moreirense teve o mesmo destino, sendo derrotado pelo Fafe, da Liga 3, por 1-0.

Por fim, o Rio Ave também não conseguiu evitar a surpresa, perdendo por 3-2 na deslocação ao terreno do Sintrense, do Campeonato de Portugal. Quanto aos restantes jogos onde estiveram envolvidas equipas da Liga Betclic, com maior ou menor dificuldade cumpriram com as suas obrigações e passaram à fase seguinte da prova.

O SL Benfica deslocou-se ao terreno do Chaves, onde venceu por 2-0, com ambos os golos a serem apontados pelo ponta de lança grego Pavlidis. José Mourinho manteve praticamente inalterado o onze titular, uma decisão perfeitamente compreensível tendo em conta o pouco tempo de treino que consegue ter com a equipa. O técnico luso tem aproveitado os jogos oficiais para cimentar processos e criar rotinas.

Mesmo com a pausa para seleções, a grande maioria dos jogadores do plantel esteve ao serviço das respetivas seleções, não permitindo a Mourinho trabalhar em contexto de treino as dinâmicas e conceitos que pretende implementar. Certo é que, mesmo com pouco tempo de trabalho, já se começam a notar claros sinais do trabalho do treinador português: vemos um Benfica mais coeso do

ponto de vista defensivo, com as linhas mais juntas, e um controlo mais eficaz dos espaços e ritmos do jogo. Consolidado que começa a estar o jogo defensivo da sua equipa, é agora altura de se começar a focar no plano ofensivo. Também aí já começam a ser visíveis as ideias de José Mourinho. O técnico pretende dar mais verticalidade e criatividade à equipa, mas faltam-lhe extremos que consigam dar no flanco esquerdo aquilo que Lukebakio oferece no flanco oposto: velocidade, forte no 1x1 e aproveitamento dos espaços nas diagonais. Perante esta carência, Mourinho olhou para os atletas da formação do Benfica e parece ter identificado em Ivan Lima alguém com o perfil pretendido. Ainda assim, tudo indica que será uma posição que Mourinho pretenderá ver reforçada no mercado de janeiro.

Já o Sporting, apesar de ter vencido o seu jogo por 3-2 na Mata Real frente ao Paços de Ferreira, num resultado apensas alcançado no prolongamento, continua a mostrar dificuldades no jogo coletivo. Tem sido, sobretudo, a qualidade individual dos seus jogadores a garantir as vitórias e a resolver os encontros. O FC Porto, por sua vez, mantém o registo sólido de vitórias confortáveis, com um estilo de jogo já consolidado e assente no coletivo, embora se destaque claramente Froholdt, desta feita por 4-0 frente ao Celoricense.

Nas modalidades, num fim de semana onde não se jogou para a Liga Placard de Futsal, a nota de destaque vai para o hóquei em patins, onde Benfica e Sporting somaram vitórias confortáveis por 3-0, frente ao Valongo e ao Póvoa, respetivamente. Já o Porto sofreu a primeira derrota do campeonato, ao perder por 4-3 frente ao HC Turquel.

Na Liga Betclic de basquetebol, jogou-se o dérbi FC Porto vs Sporting CP, tendo a equipa verde-e-branca vencido por 82-76. O Benfica, por sua vez, recebeu e venceu de forma categórica o Imortal, por expressivos 98-57.

Crónica escrita com análises e ponto de vista do seu autor.

Paulo Freitas Opinião
Creditos: OpenAI

LIGA DOS CAMPEÕES

José Mourinho lamenta desperdício e quebra psicológica em Newcastle

te injusto, devíamos estar empatados no mínimo. Na segunda parte o golo muda a direção do jogo", reagiu José Mourinho, após o encontro.

O treinador do Benfica, José Mourinho, considerou que as águias pagaram caro os erros cometidos em St. James Park, num jogo que acabou com a terceira derrota benfiquista na Liga dos Campeões.

"O que faltou? Na primeira parte, faltou marcar porque acho que na primeira parte o jogo foi equilibrado, mas com mais oportunidades para nós. Tivemos quatro e é difícil criar tanto e não marcar. Ao intervalo, o resultado era extremamen-

Rui Borges:

O treinador benfiquista considera que a equipa quebrou depois do segundo golo do Newcastle. "É um golo que não se pode sofrer, perderam-se posições, velocidade... Depois a equipa caiu psicologicamente e veio ao de cima uma diferença muito grande, com o Newcastle com alas muito rápidos no banco. Se estivéssemos em vantagem ou em igualdade nessa fase, podíamos esconder essas debilidades de diferença de ritmo e velocidade, mas a perder 2-0 a equipa quebrou e sofremos", acrescentou.

Apesar de três derrotas em três jogos, José Mourinho continua a acreditar no apuramento para os oitavos de final e salienta a necessidade de as águias "limparem a cara" nos próximos jogos. "Não é demagogia barata dizer que podemos qualificar-nos apesar de termos jogos difíceis. Temos dois jogos para jogar em casa e temos de limpar a cara. Não interessa que fizemos uma boa primeira parte, nada disso interessa. Aquilo que interessa é que perdemos 3-0. Temos de limpar a cara", completou.

JN/MS

“Só uma grande equipa conseguia esta reviravolta”

O treinador do Sporting, Rui Borges, elogiou o espírito demonstrado pela equipa na reviravolta frente ao Marselha, que permitiu aos leões passarem a somar seis pontos em três jogos na fase principal da Liga dos Campeões. "O Alisson e o Geny são jogadores verticais e estávamos a precisar disso", reconheceu o técnico.

"O Sporting teve uma atitude competitiva muito grande. Grande coração, claro, a correr atrás do prejuízo, mas só com muita qualidade se consegue dar a volta. Mantivemos a calma. Nos últimos minutos a perder o discernimento, a querer ganhar à pressa. Mas a primeira parte foi muito boa, sofremos um golo como com o Nápoles após perda de bola que não pode acontecer. Mas é o que é, soubemos reagir e só uma grande equipa conseguia esta reviravolta", resumiu Rui Borges, voltando a recusar as críticas que têm sido feitas à qualidade do futebol verde e branco.

"O Sporting está igual a si próprio. O grupo sabe, eles percebem quando não estamos tão bem. Importa-me é o espírito de equipa, que é enorme e fantástico. O nos-

so discurso interno é o mais importante. Estamos bem esclarecidos no que queremos e desejamos. Sabemos que não vamos estar sempre no nosso melhor, jogadores e técnicos sabem isso. Mas o espírito de grupo é fantástico, há alegria no dia a dia e sabemos bem o que queremos e desejamos", realçou, antes de abordar a aposta em Geny Catamo e Alisson, que assinaram os golos do triunfo.

"São jogadores verticais, que gostam de ir no um contra um e estávamos a precisar disso. Também metemos dois homens na área porque sabíamos que ia ser preciso cruzar mais bolas. Desta vez correu bem [ao nível das substituições], claro que um dia não vai correr tão bem", reconheceu. Com seis pontos conquistados nos três primeiros jogos da Champions, Rui Borges lembrou a importância que o VAR teve na noite de Alvalade: "Significa que temos seis pontos. É pensar jogo a jogo, sabemos as dificuldades. Queixamo-nos tanto do VAR, hoje se não existisse VAR era totalmente... não digo uma mentira, mas era totalmente diferente... Era um penálti contra nós, um golo mal anulado. Temos de nos preocupar no nosso papel e tentar melhorar. Eu também tenho culpa, às vezes falamos o que não devemos", referiu. JN/MS

Bednarek, central do F. C. Porto, explicou, numa entrevista ao magazine da UEFA, o papel que tem no grupo de trabalho entre os mais jovens e mostrou-se feliz por estar nos azuis e brancos.

Jan Bednarek aterrou no Porto no mercado de verão e rapidamente se tornou uma imagem de liderança dentro do campo, sendo, inclusive, uma das peças-chave para os azuis e brancos manterem um registo defensivo quase que impermeável.

Em vésperas de novo duelo europeu, o internacional polaco explicou à magazine da UEFA como têm sido estes primeiros tempos e falou sobre a missão.

"Quero tentar colocar o F. C. Porto no local onde pertence, que é no topo. Quando a equipa está num momento difícil e precisa de maior controlo, consigo avaliar a situação, ver o que está a acontecer e também apoiar os mais jovens. Temos uma equipa muito jovem. Penso que os jogadores jovens precisam de alguém que

seja um exemplo para eles, que ofereça orientação nos momentos difíceis, alguém que os motive e os apoie", disse, antes de aprofundar um pouco mais sobre o novo desafio.

"Contribuo para a minha equipa mentalmente e em campo e é isso que espero de mim. Tudo isso é um enorme desafio, mas é empolgante. Perguntamo-nos como é que vai correr, mas é muito fixe e é ótimo que aos 29 anos tenha a oportunidade de jogar futebol europeu", atirou.

Por fim, o central deixou, ainda, uma pequena confissão: "Penso que o F.C. Porto estava destinado para mim e estou feliz por estar aqui", finalizou. JN/MS

Rui Borges dá indicações durante o encontro com o Marselha. (AFP)
Sporting CP 2 Olympique de Marseille 1
José Mourinho sofreu a segunda derrota como treinador do Benfica. (Adam Vaughan / EPA)
O central polaco tem sido uma âncora defensiva dos azuis e brancos. (Miguel Pereira)

LIGA

Braga vence Estrela Vermelha e mantém o pleno na Liga Europa

meiro tempo (22 minutos), por intermédio de Fran Navarro, assistido na grande área por Ricardo Horta. Foi o quinto golo do avançado espanhol nesta temporada, o terceiro na UEFA.

O Sporting de Braga venceu, em casa, o Estrela Vermelha, por 2-0, em jogo da terceira jornada da fase de liga da Liga Europa de futebol. Foi o terceiro triunfo da equipa minhota, em outros tantos jogos na prova.

A equipa bracarense entrou bem e inaugurou o marcador a meio do pri-

Ao domínio claro do Braga no primeiro tempo, que até podia ter rendido mais golos, sucedeu uma segunda parte com maior equilíbrio, com os guerreiros a procurarem gerir a vantagem no marcador e a equipa sérvia em busca da igualdade.

No entanto, os arsenalistas mostraram-se mais eficazes e, aos 72 minutos, elevaram para 2-0, com Dorgeles, que entrara seis minutos antes, a fazer o segundo tento, em nova assistência de Ricardo Horta. Pau Victor, outro recém-entrado, ganhou o duelo a Rodrigão, soltou no capitão e este serviu o médio costa-marfinense, que concluiu com o pé esquerdo, estreando-se assim a marcar pelos guerreiros.

Na reta final, o Braga segurou o triunfo, somando deste modo já nove pontos na fase regular da Liga Europa, o máximo possível, enquanto o Estrela Vermelha, que já perdera com o F. C. Porto (12), continua só com um ponto.

Com o apito para o final do encontro, os sorrisos invadiram a comitiva bracarense, que conseguiu, assim, não manchar a pintura. Ao cabo de três jogos na Liga Europa, o clube luso não só sabe vencer como também ainda não sofreu golos.

SC Braga lidera classificação

O registo perfeito na competição eleva o SC Braga ao primeiro lugar da classificação geral, posição que ocupa com nove pontos, os mesmos do Lyon de Paulo Fonseca.

JN/MS

Creditos:

F.

C. Porto sofre primeira derrota da época em Nottingham

tro assinalou penálti para os ingleses, convertido por Gibbs-White, aos 19 minutos.

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Jogos em Inglaterra continuam a ser um pesadelo para o F. C. Porto, que perdeu por 2-0 com dois golos de penálti

ONottingham Forest aplicou a primeira derrota da temporada ao F. C. Porto (2-0), aos fim de 12 jogos, na terceira jornada da fase regular da Liga Europa, numa noite em que os dois golos da equipa inglesa foram marcados de grande penalidade.

A equipa portista, com a novidade Pablo Rosario no onze no lugar habitualmente ocupado por Gabri Veiga a meio-campo, começou mal a partida e o Nottingham Forest mostrou cedo que queria incomodar Diogo Costa.

No espaço de dois minutos, aos 15 e aos 16, a equipa inglesa criou dois lances de muito perigo, primeiro num tiro de Hudson-Odoi que o guarda-redes dos dragões defendeu com categoria, e depois num lance de insistência em que Alan Varela cortou uma bola que parecia levar a direção da baliza.

Logo a seguir, num lance pelo ar, Bednarek jogou a bola com o braço numa disputa na área com o avançado Igor Jesus, e o árbi-

A perder, o F. C. Porto reagiu, ainda que de forma tímida, em busca do empate, que podia ter surgido aos 38 minutos num grande remate de longa distância de Alan Varela, que obrigou o guarda-redes Matz Sels a aplicar-se.

Na segunda parte, a equipa azul e branca chegou a festejar o 1-1, aos 51 minutos, mas o remate certeiro de Bednarek seria invalidado pelo VAR, que descobriu um fora de jogo de Samu antes do golo.

Aos 75 minutos, novamente com o VAR a entrar em ação, o Forest beneficiou do segundo penálti da noite, depois de o árbitro inicialmente ter considerado simulação do jogador da casa, Savona, num lance com Martim Fernandes. Na conversão, o avançado Igor Jesus fez o definitivo 2-0.

Ao 24.º jogo em Inglaterra nas provas europeias, o F. C. Porto continua sem ganhar e mantém os seis pontos na tabela da Liga Europa, já fora dos oito primeiros (que passam diretamente aos oitavos de final), mas em igualdade pontual com o sétimo e o oitavo classificados. Na quarta jornada, a 6 de novembro, os portistas voltam a jogar fora, no terreno do Utrecht.

JN/MS

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FUTEBOL INTERNACIONAL

Flamengo vence Palmeiras, de Abel Ferreira, e iguala rival no topo da tabela

O Flamengo venceu em casa o Palmeiras, treinado pelo português Abel Ferreira, por 3-2, na 29.ª jornada do campeonato brasileiro de futebol, igualando o rival no topo da tabela classificativa.

O"Fla" resolveu o jogo, um dos clássicos do futebol brasileiro, no primeiro tempo, com golos de De Arrascaeta, aos 10 minutos, de Jorginho, de penálti aos 42, e de Pedro, aos 45, de nada valendo o tento de Vítor Roque, aos 25, e de Gustavo Gómez, aos 90+4.

O "Verdão", que esta semana vai ao Equador visitar o Liga de Quito na primeira mão das meias-finais da Taça Libertadores, foi assim igualado no topo, somando ambas as equipas 61 pontos, e perdeu a boa fase que vivia, de quatro triunfos seguidos no "Brasileirão".

O Flamengo, por seu lado, vinha de dois jogos seguidos sem vencer no campeonato, disputando também as "meias" da Libertadores, no caso com os argentinos do Racing Club.

Open house 1-4 Sa t Oct 11

Português deslumbra no Brasileirão: «Dos mais inteligentes com que trabalhei»

Nuno Moreira continua em alta pelo Vasco da Gama e recolheu palavras abonatórias do treinador, Fernando Diniz.

Peça cada vez mais influente de um Vasco da Gama em clara ascensão no Brasileirão, cinco vitórias nas últimas seis jornadas, Nuno Moreira voltou a picar o ponto ao marcar no triunfo (2-0) sobre o Fluminense, no São Januário.

O extremo português, de 26 anos, soma já nove tentos e sete assistências pelos vascaínos em 2025 e, após o encontro com o Flu, recebeu fortes elogios por parte do treinador Fernando Diniz. «É um dos jogadores mais

inteligentes com que já trabalhei. Tem muita inteligência para jogar e absorver informação. Vai reconhecer o próprio potencial. Assentou como uma luva no Vasco. Fico feliz por estar a jogar bem, a fazer golos e assistências. É tático, solidário e ajuda-nos em todas as fases do jogo», afirmou o técnico do Vasco.

Além dos números apresentados, Nuno Moreira tem mostrado queda para os dérbis cariocas: antes de faturar ante o Fluminense, o ala português já tinha marcado a Botafogo e Flamengo, os outros emblemas primodivisionários do Rio de Janeiro. A Bola/MS

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Creditos: DR
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PATINAGEM ARTÍSTICA

Madalena Costa faz história ao sagrar-se campeã do Mundo de patinagem artística

Madalena Costa, de apenas 17 anos, fez história ao sagrar-se campeã mundial de seniores de patinagem artística, estilo livre, em Pequim, na China. A atleta, que ainda cumpre o seu primeiro ano de júnior e que já se sagrou, este ano, tetracampeã europeia, tornou-se na primeira patinadora portuguesa a conquistar o título mundial sénior na disciplina.

" Sinto-me muito feliz. Muito satisfeita com a minha capacidade de estar no escalão com atletas mais velhas e de conseguir fazer aquilo a que me tinha proposto", considerou Madalena Costa. A patinadora nacional reforça o feito com o facto de a nível mundial ser a mais jovem de sempre a realizar esta conquista, conseguindo também a maior pontuação de sempre em todos os escalões da patinagem artística mundial feminina (260.15).

Madalena Costa terminou com a pontuação 260.15 no total das provas de programa curto e longo, à frente da italiana Cioia Fiori (224.76), prata, e da espanhola

MOTOGP

Sira Bella Gallardo (185.66), bronze, tendo as compatriotas Catarina Craveiro e Mariana Almeida terminado em sétimo (151.78) e oitavo (142.91), respetivamente.

Madalena Costa disse ainda que o ouro representa todas as quedas que custaram um pouco mais a levantar e todas as vezes que duvidou de si, bem como de outras pessoas que também duvidaram, e que o título representa tudo isso e muito mais. "Representa a Madalena pequenina que tinha sonhos muito grandes, mas provavelmente não tão grandes como estar a competir no campeonato do mundo com 17 anos e sair com a medalha de ouro", adiantou.

Esta é a primeira medalha de ouro de sempre, em patinagem livre, no escalão de seniores, para Portugal.

Madalena Costa, que completou 17 anos em 14 de outubro, está este ano a competir no escalão de seniores, tendo já conquistado o Campeonato da Europa em setembro.

Miguel Oliveira sobe no Mundial após 12.º lugar no GP da Austrália

O piloto português Miguel Oliveira (Yamaha) ganhou uma posição no Mundial de MotoGP após terminar em 12.º o Grande Prémio da Austrália de MotoGP, ganho pelo espanhol Raul Fernandez (Aprilia), em Philip Island.

Oliveira, que largou da 16.ª posição, cortou a meta a 17,677 segundos do vencedor, Raul Fernandez, que bateu o italiano Fábio DiGiannantonio (Ducati) por 1,418 segundos, com o também italiano Marco Bezzecchi (Aprilia) em terceiro, a 2,410.

Raul Fernandez deu, assim, a primeira vitória de sempre à equipa Trackhouse, a mesma em que militava Miguel Oliveira em 2024, tornando-se no sétimo vencedor diferente esta época.

AUTOMOBILISMO

Já Miguel Oliveira arrancou do 16.º posto, ainda desceu ao 17.º lugar, mas foi ganhando posições, beneficiando ainda das quedas do italiano Francesco Bagnaia (Ducati) e do espanhol Joan Mir (Honda).

Na última volta, o português ainda conseguiu passar o espanhol Fermin Aldeguer (Ducati), subindo ao 12.º lugar, que lhe permitiu somar quatro pontos que o colocam na 20.ª posição do campeonato, ultrapassando o espanhol Jorge Martin. Oliveira tem, agora, 36 pontos. Marc Márquez já garantiu matematicamente o título, com 545 pontos. Bezzecchi subiu ao terceiro posto, com 282, impedindo já o vice-campeonato do espanhol Alex Márquez (Ducati), que tem 379.

A próxima ronda será o GP da Malásia.

JN/MS

Dani Sordo conquista campeonato nacional de ralis ao vencer Rali Vidreiro

A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting considerou o piloto espanhol Dani Sordo (Hyundai i20) campeão de Portugal de Ralis, depois de vencer o Rali Vidreiro, oitava e última prova do Nacional.

Sordo, que se estreou este ano no campeonato português, terminou as nove especiais desenhadas pelo Clube Automóvel da Marinha Grande, com 0,8 segundos de vantagem sobre o norte-irlandês Kris Meeke (Toyota Yaris), com o português Gonçalo Henriques (Hyundai i20) em terceiro, a 1.01,4 minutos.

"Foi o melhor campeonato dos últimos anos", frisou Ni Amorim, presidente Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, em declarações à Lusa.

O presidente da FPAK sublinha que "foi um campeonato espetacular" com "dois dias de rali decididos por apenas 0,8 segundos".

Sordo entrou ao ataque, liderando desde o início. Mas Kris Meeke procurou recuperar terreno este sábado, chegando a

recuperar 2,2 segundos na penúltima especial.

Os dois entraram no derradeiro troço separados por apenas 0,6 segundos, mas Sordo, que já foi duas vezes terceiro classificado do campeonato do mundo (2008 e 2009), venceu a última especial (com o estatuto de "power stage") por duas décimas, festejando o campeonato.

O melhor português foi Gonçalo Henriques, mas já a mais de um minuto do vencedor.

Armindo Araújo (Skoda Fabia), que chegava a esta ronda na liderança do campeonato, mas com a necessidade de ainda deitar fora 15 pontos correspondentes ao pior resultado do campeonato, terminou na quinta posição, a 1.10,3 minutos do vencedor e atrás de Ricardo Teodósio (Toyota Yaris), depois de um engano no percurso e de um pião. Com este resultado, Araújo fechou o campeonato no terceiro lugar. JN/MS

SELEÇÃO

SUB-16

Cristianinho na lista de convocados da Seleção Nacional de sub-16

A Seleção Nacional de sub-16 vai participar na Taça das Federações, certame para o qual Filipe Ramos convocou 22 jogadores.

OSporting, com sete atletas da formação chamados à equipa das Quinas, é o clube mais representado, seguido de Benfica (cinco) e FC Porto (quatro). Nota para a chamada de Cristianinho (Al Nassr), filho do capitão da principal Seleção Nacional.

O jovem de 15 anos, que atua preferencialmente pela ala esquerda do ataque, já soma quatro internacionalizações pelo escalão de sub-15. No Torneio de Desen-

volvimento que se disputou na Croácia, em maio, bisou na final, diante do país anfitrião, assumindo papel decisivo na conquista da prova.

Nesta competição, que vai decorrer entre 30 de outubro e 4 de novembro, em Antalya, Portugal vai defrontar Turquia (30 de outubro), País de Gales (1 de novembro) e Inglaterra (4 de novembro).

Todos os jogos são disputados no Emirhan Sports Centre. A concentração da Seleção está marcada para 27 de outubro, na Cidade do Futebol, com a comitiva a viajar no dia seguinte para a Turquia.

A Bola/MS

Neemias a titular brilha com 17 pontos na estreia dos Celtics na nova época

O português Neemias Queta esteve em grande plano na estreia na edição 2025/2026 da Liga norte-americana de basquetebol (NBA), como titular, pelos Boston Celtics, que perderam em casa por 116-117 com os Philadelphia 76ers.

Como anunciado, o poste internacional luso começou de início e justificou a opção de Joe Mazzulla, ao concluir o encontro com 17 pontos, a dois do seu máximo de carreira, com sete em oito nos tiros de campo e três em quatro nos lances livres, aos quais juntou oito ressaltos, em 25.06 minutos.

Neemias brilhou sobretudo no quarto e último período, ao marcar oito pontos, incluindo três lançamentos consecutivos, num parcial de 10-6 dos anfitriões, que passaram o marcador de 99-94 para 109100, com 3.47 minutos para jogar.

Os anfitriões pareciam ter o jogo na mão, mas o poste português cometeu, então, duas faltas num curto espaço de tempo e foi excluído, com a sexta, numa altura em que faltavam 1.42 minutos para jogar e os Celti-

cs já só lideravam por 111-107.

A formação forasteira acabou por dar a volta ao jogo na parte final, com os locais ainda a terem um lançamento para vencer o encontro, que Payton Pritchard falhou em "cima" da buzina.

Neemias, o sexto com mais minutos da equipa, foi o terceiro melhor marcador dos Celtics, apenas atrás de Jaylen Brown e Derrick White, que somaram ambos 24 pontos, e o melhor ressaltador do encontro, a par de Dominick Barlow, dos Sixers.

As grandes figuras do encontro foram, porém, dos Sixers, com Tyrese Maxey a somar 40 pontos e VJ Edgecombe a marcar 34, o terceiro melhor registo de um "rookie" na estreia e o melhor desde o longínquo ano de 1959.

Os Celtics, que entraram para 2025/26 sem ambições de título, face às saídas de Jrue Holiday, Kristaps Porzingis e Al Horford e à grave lesão sofrido por Jayson Tatum, voltam a jogar na sexta-feira, no reduto do New York Knicks.

JN/MS

HOUSE LEAGUE

• Boys & girls 5 to 16 [born 2021-2010]

• Season begins mid October to mid March

• Weekly games & season ending tournament

• Team jersey, shorts and socks included

• Trophy and medals for all participants

SC TORONTO

Schedules for each age group, including playing days and locations, are posted at sctoronto.ca/indoor-house-league/

Creditos: DR
Creditos: DR

Pichardo candidato a atleta mundial do ano

O português que se sagrou campeão do Mundo do triplo salto em setembro, em Tóquio2025, é um dos finalistas à distinção que será entregue pela World Athletics. Pedro Pichardo está entre os cinco nomeados para melhor atleta de disciplinas técnicas de 2025.

Pichardo é líder do ranking mundial e sagrou-se pela segunda vez campeão do mundo do triplo salto em 19 de setembro, repetindo o feito de Oregon em 2022, com uma marca de 17,91 metros. Dois títulos, entre outros, a que junta os de campeão olímpico em

Tóquio2020 e medalha de prata em Paris2024.

Entre os concorrentes do português estão o sueco Armand Duplantis, campeão do mundo do salto com vara em pista coberta e ao ar livre, batendo quatro vezes o recorde mundial este ano, que surge como grande favorito ao troféu e aindao italiano Mattia Furlani, campeão do mundo do salto em comprimento, o canadiano Ethan Katzberg, medalha de ouro no lançamento do martelo, e o neozelandês Hamish Kerr, campeão mundial do salto em altura.

A votação para determinar quem são os finalistas do Atleta de Campo do Ano já está aberta nas plataformas de social media da World Athletics – Facebook , Instagram e X. A votação termina a 26 de outubro e os vencedores serão anunciados no World Athletics Awards no dia 30 de novembro.

A Bola/MS

O terceiro lugar no Mundial de triatlo foi "um passo bastante importante" na carreira de Vasco Vilaça, com o olímpico português a "dividir" o bronze com Miguel Tiago Silva e Ricardo Batista, que o ajudaram na finalíssima.

"

Este é o meu melhor resultado de sempre numa série mundial "normal", com as sete, oito etapas que temos. Para além

disso, também é o meu melhor resultado de sempre numa finalíssima", destacou o triatleta português, após ter fechado as contas do Campeonato do Mundo com um quinto posto em Wollongong, na Austrália.

Vilaça, de 25 anos, cumpriu a sua prova em 1:43:44 horas, ficando a apenas 22 segundos do terceiro lugar, e confirmou o seu primeiro pódio "na série Mundial", que o deixou "muito feliz".

Mariana Machado segunda no País Basco

"Não falhar [na finalíssima] e começar como terceiro do mundo e acabar como terceiro do mundo foi muito especial e muito importante para mim. Acho que foi um passo bastante importante na minha carreira", salientou, em declarações à assessoria de imprensa da Federação de Triatlo de Portugal. Embora já tivesse sido vice-campeão mundial em 2020, num formato de Campeonato do Mundo de apenas um dia de competição devido à pandemia de covid-19, Vilaça nota que o bronze conquistado é "o melhor resultado de sempre de um português na série mundial".

"É um passo muito importante no que será a qualificação olímpica, que vai começar no próximo ano, para o grande objetivo de Los Angeles2028", destacou. Vilaça quis deixar um agradecimento à federação, mas, sobretudo, a Miguel Tiago Silva e Ricardo Batista, os seus compatriotas que foram, respetivamente, sétimo e 15.º na finalíssima. Para Vilaça, a ajuda dos compatriotas foi "incrível". "Deixa-me bastante emocionado eles fazerem isso. É um pódio mundial não só meu, mas deles também", concluiu.

Nas contas finais, Ricardo Batista, sexto em Paris2024, ocupou o 12.º lugar do ranking do Mundial, com 2.089,91 pontos, e Miguel Tiago Silva subiu a 18.º, com 1.689,57.

JN/MS

A atleta do SC Braga começou da melhor forma a época de inverno com uma subida ao pódio no corta-mato de Zornotza, no País Basco. A atleta portuguesa Mariana Machado terminou em segundo lugar, a primeira prova do circuito internacional de cross e que marca o arranque da temporada de inverno da bracarense.

Mariana Machado completou os 8.700 metros do percurso em 30.42 minutos, só sendo superada pela etíope Likina Amebaw (30.21). Ainda na principal prova feminina, a famalicense Ana Marinho foi sexta classificada (31.41), enquanto Beatriz Rios foi nona (32.14).

Na competição masculina, também de 8.700 metros, o melhor português foi Luís Oliveira, sétimo, em 27.38, enquanto Rafael Lopes foi 14.º (28.17) e Ruben Monteiro 16.º (28.44).

A vitória foi para Emile Hafashimana (25.50), atleta de apenas 20 anos do Burundi.

A Bola/MS

SURF

Surfista portuguesa

Yolanda Hopkins vence Saquarema Pro no Brasil

A surfista Yolanda Hopkins conquistou o Saquarema Pro, no Rio de Janeiro, no que é a primeira vitória em Challenger Series da Liga Mundial de Surf (WSL) na carreira da portuguesa.

A algarvia, de 27 anos, superou na final a espanhola Annette Gonzalez Etxabarri, somando 13,16 pontos, em 20 possíveis, nas duas melhores ondas (7,33 e 5,83), contra 10,20 (5,33 e 4,87) da adversária basca.

Yolanda Hopkins já tinha assegurado matematicamente a entrada no World Surf League Championship Tour (CT) de 2026.

Será a primeira portuguesa a conseguir alcançar o Championship Tour - nos homens, Portugal já contou no passado com dois atletas (Tiago Pires e Frederico Morais) no circuito principal. Francisca Veselko, quarta do ranking, e Teresa Bonvalot, oitava, continuam na corrida por um lugar entre as sete melhores do ranking, quando faltam apenas duas etapas para o fim da época.

Já em 2026, o Lexus Pipe Challenger, em Oahu, no Havai, entre 29 de janeiro e 09 de fevereiro, e o Newcastle Surfest, de 09 a 15 de março, na Austrália, são as duas últimas provas do circuito secundário.

Veselko esteve muito bem no início da temporada, com um triunfo em Newcastle, na Austrália, no que foi então o segundo triunfo luso na modalidade, depois de Teresa Bonvalot ter vencido em Sydney, em 2022.

O Banco do Brasil Saquarema Pro, na Praia de Itaúna, no Rio de Janeiro, é a quinta e penúltima etapa das Challenger Series (CS), que oferecem as vagas de acesso para o CT de 2026, 10 para a competição masculina, e sete para a feminina.

Creditos: DR
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Vilaça no pódio (à direita). (EPA)

Portugal continua a sonhar com o Europeu

Seleção Nacional Feminina de Andebol venceu a Islândia na segunda jornada de qualificação para o Europeu de 2026 após vencer por 26-25 com Jéssica Ferreira a segurar a vantagem no último segundo.

Aimagem de José António Silva, sentado no banco, imperturbável enquanto as suas jogadoras celebravam a vitória frente à Islândia, em Matosinhos, diz bem do que o Selecionador Nacional sofreu durante toda a partida, determinante para manter de pé as ambições das Lusitanas poderem marcar presença no Campeonato da Europa do próximo ano. Depois da derrota no Montenegro era essencial somar pontos nesta segunda jornada do Grupo 4 de qualificação.

Portugal entrou bem com um golo de Rita Campos, a que a defesa correspondeu permitindo à Seleção chegar aos dois golos

de vantagem. Mas a Islândia reagiu e conseguiu empatar (4-4), de livre de 7 metros. Joana Resende não gostou e colocou as Lusitanas, novamente, no comando, novamente (5-4), e aumentando até para 7-5 a vantagem. Num bom momento do encontro, a formação orientada por José António Silva continuou a crescer e, aos 20 minutos, instalou-se no marcador com um confortável 11-7 que obrigou o técnico adversário, Arnar Pétursson, a pedir time out para reorganizar a Islândia. E conseguiu, marcando dois golos sem resposta, o que motivou de imediato o mesmo gesto por parte do treinador luso. Portugal não evitou as falhas e Thea Sturludottir conseguiu mesmo encostrar à margem mínima (14-13), resultado com que as equipas foram para o descanso.

Na segunda parte, a eficácia portuguesa esteve longe do seu melhor e mesmo com

Jéssica Ferreira a ajudar, a diferença não passou dos dois golos (18-16).

Joana Resende, que seria eleita MVP do jogo, bem deu o exemplo, mas a Islândia não baixou os braços e conseguiu mesmo empatar (19-19). Patrícia Rodrigues saltou do banco para através de um livre de sete metros devolver os dois golos (22-20) de vantagem às portuguesas, mas seguiu-se nova sequência de falhas técnicas e um jogo trapalhão até que Rita Campos conseguiu marcar. Daí até ao final foram minutos e segundos de sofrimento para segurar

BASQUETEBOL

Sporting vence

F. C. Porto no Dragão Arena

O Sporting foi até ao reduto do F. C. Porto vencer pelo marcador de 82-76. Uma entrada forte dos leões mostrou-se determinante para o desfecho.

Depois da pesada derrota frente ao rival Benfica (103-66), os leões voltaram aos triunfos no campeonato português de basquetebol ao bater o F. C. Porto, no Dragão Arena, por 82-76. Em duelo a contar para a terceira jornada, uma entrada a todo o vapor permitiu aos verdes e brancos abrir vantagem e ao intervalo o marcador estava fixado em 42-24. Na segunda parte, os dragões até encurtaram distâncias, mas mostrou-se insuficiente

Jay in World Series for 1st time since 1993

Touch ’em all, George — Canada’s got another October legend.

Carrying echoes of 1993, George Springer delivered the biggest home run of his life Monday night, a thunderous three-run blast that lifted the Toronto Blue Jays to their first World Series in 32 years. His seventh-inning homer off Eduard Bazardo turned a tense 3-1 deficit into a 4-3 victory over the Seattle Mariners in Game 7 of the American League Cham-

pionship Series, sending Rogers Centre — and the entire country — into euphoria.

Limping slightly as he rounded the bases, Springer’s celebration called to mind Kirk Gibson’s grit and Joe Carter’s joy, his fists raised as fireworks burst overhead. The veteran outfielder, who’d been hit on the knee earlier in the series, could hardly contain his emotions afterward.“

I’m just so happy for our team, our fans, our city, our country,” Springer said. “This is exactly why we love playing here.

The

It’s electric. We love every single one of these fans.”

Vladimir Guerrero Jr. earned ALCS MVP honours as Toronto booked its place in the Fall Classic, where they’ll face the defending champion Los Angeles Dodgers beginning Friday. For manager John Schneider, it was the culmination of a season built on belief.“

When you have a group of guys that truly play for one another, that’s real,” Schneider said. “You can’t measure it, but

Toronto’s sports scene flipped overnight.

On Monday, the Blue Jays sent the city into chaos with a dramatic Game 7 win to clinch a World Series berth. By Tuesday, the Maple Leafs had played their own “Game 7” — the seventh game of their season — and the city’s reaction was muted at best. A 5-2 loss to the New Jersey Devils dropped Toronto to 3-3-1, and while it’s early, there’s already plenty to unpack about how this team looks.

Let’s strike a balance between early overreactions and legitimate concerns. The Leafs failed to respond to Anthony Stolarz’s public challenge after Saturday’s loss to Seattle. His postgame comments showed rare emotion, but instead of channeling that into energy, the Leafs came out lifeless against New Jersey — flat, undisciplined, and outworked. They didn’t play with the physical edge they showed in last year’s playoffs. Instead, they were slow on the forecheck, sloppy with penalties, and looked secondbest in every area.

This doesn’t resemble the “DNA change” general manager Brad Treliving promised in the offseason. Toronto added size and grit with Nic Roy, Dakota Joshua, and Michael Pezzetta, plus creativity with Matias Mac celli. Yet seven games in, the team’s identity

you can feel it. We’re one of the last two teams standing — that says it all.”

For the Mariners, heartbreak lingered. Julio Rodríguez and Cal Raleigh each homered, but the club that began the series up 2-0 couldn’t hold on. “I hate to use the word failure, but it’s a failure,” said a tearful Raleigh. “We expected to get to the World Series — and win it.” Seattle manager Dan Wilson echoed the sentiment. “It’s going to sting,” he said. “That’s a special team in there, and it’s a shame to be on the wrong side of it.”

Bazardo’s fateful pitch came after Bryan Woo allowed a walk, a hit, and a sacrifice bunt to open the inning. Ironically, Woo had been the same pitcher who drilled Springer with a 97-mph fastball in Game 5 — an injury that nearly kept him out. But Springer refused to sit.“

For him to come through like that, I’d love to say I’m surprised — but I’m not,” said Shane Bieber. “George is George. He’s incredible.”

Springer’s resilience mirrored the Jays’ journey. After a 94-win regular season and an early hole in the ALCS, Toronto clawed back with relentless determination. Most of the roster wasn’t alive when Carter’s 1993 home run made history, but they now own a moment that will live alongside it.“I knew it was gone,” said Kevin Gausman. “We went absolutely crazy. George is a big-time player in a bigtime spot. That’s who he is.”

As fireworks burst above downtown Toronto and fans poured into the streets, Springer summed it up best:“ That’s my job. I love this team, I love this place, and I’ll do anything for these guys.”

This time, it wasn’t Joe — it was George — who touched ’em all. RS/MS

feels fuzzier than ever. Without Mitch Marner and consistent contributions throughout the lineup, their trademark skill hasn’t been enough to overcome getting outshot and outskated nightly.

The newcomers haven’t stood out, combining for just two goals and five points. Roy, the most effective of the group, has been underused at just over 12 minutes a game — far below his workload in Vegas. Giving him more opportunity seems like a logical first adjustment. Joshua and Maccelli may take longer to find traction, but both have shown they can produce in the right situations.

Still, the blame doesn’t rest on the new guys. Most of this roster is unchanged from last year’s playoff squad, so the disjointed play is concerning. Toronto’s top line, in particular, has struggled to generate sustained pressure — a frustration coach Craig Berube voiced publicly after the Devils game.

There’s no reason to panic yet. The Leafs have rebounded from sluggish Octobers before, and their offense is still top-10 in the league. But given the soft early schedule and a stretch of key injuries, the margin for error is shrinking fast. If this group doesn’t rediscover its structure and bite soon, a mediocre start could quickly turn into something much worse.

HOCKEY
Creditos: DR

Luis Camara Secretary Treasurer

Ricardo Teixeira Recording Secretary

Jack Oliveira Business Manager

Nelson Melo President

Jaime Cortez E-Board Member

Marcello Di Giovanni Vice-President

Pat Sheridan E-Board Member

ACO’s 19th annual heritage awards celebrate major achievements in conservation

Architectural Conservancy Ontario (ACO) recently celebrated its 19th annual heritage awards with a vast array of winners, from individuals to unique projects that are preserving history while celebrating design. Over the course of the awards ceremony, numerous achievements in heritage conservation were honoured from six communities across the province.

Over a decade, Giannone Petricone Associates (GPA) worked with its client to revive and transform the dilapidated 1881 Victorian railway hotel in Picton into an exemplary community landmark. GPA’s aim was to create lasting, impactful change by elevating Main Street’s most prominent building, via a surgical process of restoration and character recovery. In collaboration with heritage specialists ERA Architects, the architects successfully breathed new life into the 1881 structure, to endure another 150 years.

Boarded up since 2008, the clients acquired the structure in 2013 with the goal to protect it from a fate of demolition and to return it to the community as a landmark gathering place. Their extraordinary commitment supported GPA’s approach to conserve as much of the building’s original character as was salvageable, beyond restoration of the heritage protected top two floors of the front façade.

A key challenge was restoring the lost lustre of the 31,000-square-foot hotel, while also elevating it to a contemporary version of itself. When the project started, the building was in a state of ruin: staircases were waterlogged, floors were lined with thick green moss and just as construction was to begin, the roof caved in. Within the building’s three salvageable brick walls the team established a new 28-room hotel, with programming intended for the local community as well as hotel guests, including a cafe, three bars, a fine-dining restaurant, a spa, gym, and outdoor porch and garden.

A catalyst for change, The Royal Hotel has sparked the restoration of additional properties in Picton and serves as a benchmark for future heritage conservation efforts in the area as well as in the larger context of small-town Ontario. DCN/MS

The Richmond Hill City Council has demonstrated an exceptional commitment to the rehabilitation and conservation of the David Dunlap Observatory (DDO) in Richmond Hill. With Council’s efforts, the DDO’s doors have been opened to the public so that anyone can be a student of the stars. Established in 1935 by the University of Toronto, the DDO is a 40-hectare site which includes an Observatory and Administration Building.

When the DDO was sold to a developer in 2008, residents and astronomy advocates feared that the Observatory would be destroyed and the property converted to housing. In 2009, the site was even named one of Heritage Canada’s Top 10 Endangered Sites.

However, after an Ontario Municipal Board hearing and negotiations between resident groups, the City, and other parties, a large portion of the lands were given

to the City in 2017. The City is transforming the DDO to a destination park that will serve the residents of Richmond Hill and attract visitors from across the GTA. However, major work was required to restore the buildings to public use, and Council took steps to ensure this. Through a Conservation Management Plan and a Master Plan, the long-term vision for the property was established. In 2021, the Observatory and Administration Building were restored to their former glory. Further repairs were made in 2024 and 2025 to the Observatory dome’s interior. Today, the DDO is designated under the Ontario Heritage Act and as a National Historic Site for its contributions to astronomical research. This project is an example for other communities who are facing large and daunting restoration projects.

DCN/MS

The Royal Hotel, post-restoration (photo credit: Jeff McNeill)
The David Dunlap Observatory in 2021, post-restoration DR.

Crónica ao contrário: HUMOR COM REALIDADE

Rómulo Medeiros Ávila

Mais eventos que juízo (e mais Filosofia que sentido)

Prepare-se, caro leitor, para entrar num mundo onde a cultura é servida às fatias e a filosofia se faz com frases que fariam corar um horóscopo mais “requintado”. De um lado, temos o drama glorioso da comunidade emigrante, onde num só sábado há mais eventos que em todo o calendário da UNESCO. Do outro, temos o génio popular - esse Einstein de tasca - que nos brinda com verdades tão evidentes que, só por isso, já deviam estar num azulejo. É uma viagem pela portugalidade moderna: onde a identidade se defende com febras grelhadas e a sabedoria se constrói com constatações do género “se está escuro, é porque não está claro”. Prepare a digestão e o riso. Isto vai ser intenso. E, com sorte, ainda aprende qualquer coisa - nem que seja que o cão só sai à rua se alguém o levar.

A cultura aos pedaços

Há noites - mais do que gostaríamos de admitir - em que a comunidade emigrante parece empenhada em provar que é possível estar em dez sítios ao mesmo tempo. Não é um teste de resistência física. É uma maratona de pertença, com direito a sopa da pedra no posto de abastecimento e uma filarmónica a marcar o ritmo. E o calendário comunitário transforma-se num campo de batalha onde cultura, tradição e egos locais disputam o protagonismo à garfada, entre o arroz de forno e o inevitável pastel de nata. Dizem que o emigrante tem saudades. É verdade. Mas o emigrante também tem pressingas. Pressa de não deixar morrer o que já vai morrendo devagar nas aldeias de origem. Pressa de mostrar que ainda se sabe fazer, ainda se sabe dançar, ainda se sabe cantar e, sobretudo, ainda se sabe organizar eventos com mesas corridas e toalhas de papel estampadas. Só não se sabe é combinar. E é aí que começa o grande folclore invisível. Não o que se dança no palco -esse ainda vai saindo afinado -mas o que se vive nos bastidores. Na mesma noite, há dez janta-

res de angariação de fundos, cinco encontros culturais “com artistas vindos de Portugal” (normalmente um primo de férias), três bailes, quatro ranchos, duas exposições de fotografia “com fotos da aldeia antiga” (as mesmas desde 2004) e uma homenagem póstuma a alguém que, por lapso, ainda está vivo e jura que “foi só um susto”. concorrência é feroz. Há quem esconda cartazes uns dos outros, quem mude a hora do evento à última da hora “por motivos de agenda”, e quem boicote descaradamente o jantar da coletividade vizinha, alegando indigestão — que misteriosamente passa no dia seguinte para ir ao convívio do clube rival. Com tanto fervor associativo, o verdadeiro talento da comunidade não é o de manter viva a cultura, é o de gerir logística de guerra. Há quem jante num lado, beba o digestivo no outro e ainda apareça no terceiro “só para marcar presença e tirar uma foto para o Facebook”. O corpo vai a um, o nome vai a outro, e o espírito… já ficou em casa, de pantufas, a ver os resumos dos eventos no grupo de WhatsApp.

A pergunta impõe-se, com o peso de uma travessa de bacalhau espiritual: quem ganha com isto?

Ganha a cultura? Talvez. Mas uma cultura fatiada, dispersa, às vezes tão repetida que já soa a versão pirata de si própria. Ganha a tradição? Sim, mas com remendos, com datas trocadas, com oradores improvisados que acabam sempre a agradecer “à senhora da limpeza, que ninguém agradeceu ainda, coitada”. Ganha o sentido de comunidade? Depende. Há noites em que parece mais um campeonato de popularidade do que um reencontro de raízes.

Mas continua. Semana após semana, como se fosse preciso provar, por excesso, aquilo que já se sabe: que a identidade não se perde. Que ser português não se esquece. Mesmo quando a música começa atrasada, o microfone não funciona e o arroz de pato vem com arroz branco, ou seja, repete-se. O problema não é fazer muito. O proble-

ma é fazer tudo ao mesmo tempo, sem fôlego nem filtro, como quem tem medo de que, se parar um fim de semana, o país se apague do coração. Como se a cultura fosse uma planta frágil, que morre se não lhe deitarmos febras grelhadas em cima. Talvez fosse tempo de parar, respirar e repensar o calendário. De articular vontades. De conversar entre associações. De perceber que partilhar o palco não é perder espaço, é ganhar plateia. E que a cultura não é um campeonato distrital. Não ganha quem faz mais, nem quem grita mais alto. Mas pronto.

Agora mais a sério.

Isto é um caso sério: a vida comunitária exige que despertemos. Parar, pensar, romper a rotina que nos adormece e confunde o essencial com o supérfluo. Vivemos entre cerimónias vazias e regras inventadas por mãos invisíveis que medem o valor humano em ar e aparência. Enquanto servem mais leitão e feijoada, disfarçamos o vazio com conforto e consumo, fingindo que tudo está bem. Mas o banquete é distração, e a distração mata-nos.

Este é um manifesto contra a apatia - um grito para que acordemos antes que o silêncio se torne cumplicidade e a nossa inércia, sentença. Se fui corajoso? Serei sempre.

E não se esqueça: as portas abrem às 19h. Em todo o lado. Antes a mais do que a menos, mas tenham mais juízo, para que ganhemos todos. Ou melhor, pelo menos ninguém perca.

O incrível mundo das verdades absolutas

Há dias em que a humanidade se supera. Não com descobertas, mas com constatações tão óbvias, tão brilhantemente banais, que até fazem parecer que estamos a assistir ao nascimento de uma nova filosofia: o "óbviocentrismo". São frases ditas com ar grave, dedo no ar e tom solene, como se alguém tivesse acabado de descobrir a roda. Mas a roda já lá estava. Vejamos algumas pérolas:

Se não chover, vai estar seco: chama-se meteorologia minimalista. Cabe num guarda-chuva e numa cabeça leve.

Um triângulo tem três lados: se tivesse quatro, chamava-se “erro no teste de matemática”.

Se ele não tivesse perdido, tinha ganho: reflexão de café, dita entre tremoços e sapiência: “Se a bola tivesse entrado, era golo.” Pois era.

Os ricos têm mais dinheiro do que os pobres: economia resumida num guardanapo. Marx chora, mas aceita.

Amanhã será um novo dia: profundo. E inevitável, a não ser que não seja, para alguns.

O jantar só fica pronto quando estiver feito: dito por quem não cozinha, mas opina. Normalmente ao lado do tacho, com fome.

Se a luz estiver apagada, está escuro: iluminador. Literalmente. Um pensamento de quem descobriu o interruptor… ontem. Quem não vai às compras, não tem nada no frigorífico: a frase que destrói mitos de infância. Afinal, o iogurte não nasce ali.

O cão só sai à rua se alguém o levar: simbolismo profundo ou só uma indireta para quem está no sofá? Nunca saberemos.

A loiça só fica limpa quando for lavada: mais dramática que a novela das nove. E menos ficção.

Se não fizer frio, está calor: palavra de especialista em tempo que diz “isto anda tudo trocado”.

Quando o despertador toca, é porque é hora de acordar: e é também a hora exata de renegociar a existência com o universo. No fundo, estas frases são um espelho da nossa genialidade preguiçosa. Não mudam o mundo, mas enchem silêncios. E às vezes, isso basta. Porque a vida, meus amigos, é isso mesmo: um festival de verdades absolutas ditas com cara séria e ouvidos que fingem não saber. Sejam felizes.

Ousada

A atriz Dakota Johnson mostrou que não se importa com a opinião dos outros quando chega a hora de escolher um look, seja ele muito ou pouco transparente. "Eu não me importo mesmo", disse Dakota Johnson. "Consegui usar alguns dos vestidos mais lindos e sinto-me bonita neles, por isso uso-os", acrescentou, mas não ficou por aqui. "Por isso, se encontrar um vestido lindo com o qual me sinto confortável, é claro que quero usá-lo! E é divertido usar um vestido sexy."

O mágico Mário Daniel sofreu uma grande hemorragia durante um espetáculo que o levou a ir de urgência para o hospital. A notícia foi partilhada pelo próprio na sua página de Instagram onde relatou como tudo aconteceu. "Tinha feito recentemente uma cirurgia endoscópica nasal para resolver um problema crónico de sinusite e tudo estava a correr muito bem. Já me sentia recuperado, tinha autorização médica para regressar ao palco. No entanto, por razões que ainda não conseguimos compreender com precisão, surgiu de forma totalmente inesperada uma hemorragia intensa", explicou o mágico garantindo que já se encontra bem de saúde.

O ator lusodescendente Dave Franco, que protagoniza o novo filme baseado num livro de Colleen Hoover 'Sempre Tu', disse que visitar Portugal está no topo da sua lista durante uma entrevista em Los Angeles. "Sou 1/4 português", apontou o ator, que tem raízes na ilha da Madeira através do avô paterno. Referindo que não fala português, afirmou que quer visitar Portugal e esse é um objetivo de há muito tempo. "Tem estado no topo da minha lista desde sempre", disse o ator, em entrevista à Lusa. "Este é um bom lembrete de que tenho de o fazer acontecer, porque toda a gente que conheço que vai lá fica obcecada". Dave Franco, irmão dos atores James e Tom Franco, falou sobre a origem portuguesa durante uma entrevista em Los Angeles a propósito de 'Sempre Tu', filme realizado por Josh Boone que adapta o popular romance de Colleen Hoover 'Regretting You', no original em inglês. Dave Franco interpreta Jonah e contracena com Allison Williams, que dá corpo a Morgan Grant, Mckenna Grace, no papel de Clara, e Mason Thames, a interpretar Miller. O romance de Colleen Hoover (autora de 'Isto Acaba Aqui') foi publicado em 2020, tendo a escritora servido como produtora executiva do filme.

Madrinhas

Zé, ex-companheiro de Liliana, participante do 'Secret Story', esteve à conversa com Cláudio Ramos e Cristina Ferreira sobre o seu estado atual e disse que não se imagina a reatar a relação. Zé diz que já não tem os mesmos sentimentos que tinha em relação a Liliana. "Porque esta pessoa mostrou-me ser algo que eu não tinha à frente dos meus olhos. Estou completamente desiludido." Terá ainda esperança de reatar com a 'ex'? "Essa esperança, para mim, neste momento já morreu. Acho que é impossível voltar para a Liliana.

O comentador do programa do social 'Passadeira Vermelha', Nuno Azinheira, partilhou nas redes sociais o orgulho que sente da sua sobrinha, Rita Azinheira, que se sagrou campeã mundial júnior na prova livre de patinagem artística em Pequim. "Faltam palavras para te elogiar, Rita Azinheira. Faltam adjetivos e até - tu conheces-me - faltam lágrimas para festejar a tua determinação, capacidade de luta, confiança, trabalho árduo. Nada acontece por acaso. Têm sido anos de subida de cada degrau. E nós estamos sempre cá para te apoiar. Nos momentos bons e nos maus. Pela primeira vez participaste num campeonato do Mundo", começou por escrever o comentador. “É difícil, não é como o Europeu", disseste-me tu antes de partires para Pequim, mas uma mulher como tu, a chegar aos 18 anos, não quebra, não esmorece, não desiste. Primeiro, por ti. Depois pelo apoio constante dos teus pais que, claro, estavam em Pequim a sofrer por dentro. E toda a restante família, a começar pelos teus irmãos para quem és um exemplo. E depois os avós e nós, os tios babados, que vibram contigo. Parabéns, meu amor! Que venham essas notícias, esses aplausos, esses beijos que tanto mereces. Parabéns também à tua equipa técnica. Sem ela, porventura, tudo seria mais difícil. Que orgulho incrível!", concluiu o jornalista.

Depois de cumprirem os compromissos profissionais no mundo da moda em Nova Iorque, Gigi e Bella Hadid voaram até Los Angeles para o casamento da irmã, Alana. As modelos combinaram o look e surgiram descalças. Gigi e Bella Hadid viveram um momento muito feliz depois de terem cumprido as suas agendas profissionais no mundo da moda em Nova Iorque. As modelos viajaram até Los Angeles para marcar presença no casamento da irmã Alana Hadid, que deu o nó com Ross Williams - produtor e vencedor de um Emmy. De acordo com a People, que falou com o representante da noiva, a cerimónia decorreu na propriedade do pai, Mohamed Hadid, no sábado, dia 18 de outubro. Neste dia especial, Alana Hadid usou um vestido vintage Vivienne Westwood, joias Dorsey e uma aliança de ouro personalizada de Sofia Kaman. Ainda em relação aos acessórios, segundo a Vogue, Alana optou por um herança de família: os brincos da mãe, Mary. E prendeu o anel da avó ao ramo de flores. Já as madrinhas de Alana - as irmãs Bella, Gigi (que foram descalças) e a meia-irmã Marielle – usaram vestidos verdes, escolhidos pelas próprias, e joias Dorsey.

Alma lusitana
Credito:

artesonora

Carminho A voz que resiste e transforma o Fado

Carminho, nome artístico de Maria do Carmo de Carvalho Rebelo de Andrade, consolidou-se, ao longo da sua carreira, como uma das vozes mais inovadoras e influentes do fado contemporâneo. Nascida em Lisboa numa família intimamente ligada ao fado — sendo a sua mãe, Teresa Siqueira, também fadista —, Carminho não só herdou uma tradição, como assumiu a missão de a manter viva e em constante mutação. A sua arte é o cruzamento de um profundo respeito pelas raízes com uma coragem artística que a leva a explorar novos territórios musicais e temáticos.

Oseu mais recente trabalho, "Eu Vou Morrer de Amor ou Resistir", lançado em outubro de 2025, não é apenas o seu sétimo álbum de estúdio; é uma declaração de princípios, uma obra que reafirma o fado como uma linguagem viva, capaz de traduzir o presente, o futuro e, sobretudo, a complexidade da alma feminina. Produzido integralmente pela própria artista, Carminho aprofunda neste disco uma proposta estética e autoral de grande nível. A voz assume o papel primordial, não só como instrumento de uma intérprete de exceção, mas também como artista de múltiplas "vozes" que a atravessam: a tradição ancestral, a herança de outras cantoras e as experiências humanas. O título, por si só, mostra esta dualidade intrínseca ao fado – o eterno "morrer de amor" – mas acrescenta um elemento: "o resistir". É nesta tensão que se encontra a essência do álbum, que procura equilibrar a entrega lírica do fado com uma postura de força e reflexão. "Eu Vou Morrer de Amor ou Resistir" destaca-se pela sua inegável vertente feminista, celebrando a mulher não apenas como intérprete central no fado, mas também como criadora e como uma figura mística, ligada com o espiritual e o intangível. A fadista reforça o seu lado de compositora, assinando oito das onze faixas do álbum, e arrisca na experimentação sonora, um passo que a afasta da repetição de fórmulas. Elementos tradicionais como a viola de fado e a guitarra portuguesa convivem com texturas da música experimental e eletrónica, nomeadamente o mellotron e o vocoder, que misturam e sintetizam a sua voz, criando paisagens sonoras inesperadas no universo fadista. A obra propõe um fado em constante transformação, vivo e contemporâneo.

Desde o lançamento do seu primeiro álbum, "Fado" (2009), Carminho tem vindo a traçar um percurso de excelência, reconhecido com inúmeros prémios e atuações nos mais prestigiados palcos mundiais. A sua voz, de timbre quente e expressivo, possui uma maturidade rara, que lhe permite navegar nos fados tradicionais com uma autenticidade comovente, e participar em colaborações audazes que a levaram a cantar com artistas brasileiros como Chico Buarque e Marisa Monte, ou, mais recentemente, no álbum de Rosalia, "Lux". No entanto, é em "Eu Vou Morrer de Amor ou Resistir" que a sua visão autoral e estética atinge um novo patamar de profundidade e experimentação.

O título do álbum, uma frase de um inédito de Carlos Barrela, sintetiza a tensão emocional que percorre o fado e a própria condição humana: a escolha entre a "morte de amor" tradicional ou a "resistência". A fadista, que pela primeira vez assume a produção integral do seu disco, explora o conceito de "a voz" em múltiplas dimensões: como instrumento técnico, como legado ancestral e como

expressão mística. O álbum torna-se um manifesto sobre a mulher: a mulher fadista, intérprete e criadora, e a mulher mística, conectada com o intangível. vação de "Eu Vou Morrer de Amor ou Resistir" reside na forma como Carminho entrelaça a tradição com a vanguarda sonora. Este não é um álbum de fusão mas sim de "abertura", onde a emoção do fado aco lhe texturas e influências que lhe ampliam o cam po expressivo sem comprometer a integridade; é o exemplo máximo desta vontade de cruzar mundos e gerações, fortalecendo a imagem de Carminho como uma embaixadora cultural que leva o fado para o século XXI sem receios. A própria Carminho descreve o seu trabalho como o de uma artesã, que trabalha "sobre o fado, com as mãos", transforman do-o sem o desvirtuar. Este compromisso com a experimentação é sublinhado por participações no táveis, como a da artista performativa e pioneira da música eletrónica Laurie Anderson, que faz um con traponto sussurrado em inglês no tema "Saber" (música de Carminho para um poema da experimentalista portu guesa Ana Hatherly), um dos singles do álbum. A presença de Anderson e a influência da compositora Annette Pea cock refletem o olhar de Carminho para as mulheres que, na história da música, ousaram romper padrões estéticos e emocionais, usando a voz feminina como ferramenta de liberdade e transformação. "Sem elas, eu não teria feito este álbum," afirma Carminho, sublinhando que a sua voz carrega consigo a ancestralidade de todas as cantoras que a precederam.

Com oito das onze faixas assinadas pela própria artista, o álbum é profundamente pessoal e abertamente feminista, questionando e reinventando as narrativas tradicionais do fado. A mulher ocupa um lugar central, explorando-se as suas narrativas paralelas e ambíguas. O álbum é um diálo go entre o passado e o futuro, o amor e a resistência.

"Eu Vou Morrer de Amor ou Resistir" é a obra de uma artista no auge da sua maturidade criativa, que não tem medo de expandir as fronteiras do fado para garantir a sua permanência e relevância no século XXI. Ao abraçar a experimentação e a perspetiva feminina, Carminho entrega-nos um disco poderoso, que não só presta homenagem à tradição, como a catapulta para o futuro. Não é apenas um álbum de fado; é, como sugerem os críticos, o mais poderoso álbum que o género nos ofereceu neste ano, consolidando Carminho como uma embaixadora cultural de Portugal, com a visão de quem transforma a herança em vanguarda. A minha nota final acerca desta obra prima: este álbum de Car minho, "Eu Vou Morrer de Amor ou Re sistir", passa a fronteira da definição do que é beleza, apresentando-se como uma experiência de escuta absolutamente divinal e completa. Desde a primeira escuta, senti-me irremediavelmente atraído pela sua profun didade e coragem estética. A voz de Carmi nho é, como sempre, um universo em si, quente e carregada de uma maturidade ex pressiva rara, mas aqui assume uma nova dimensão, que confere uma textura ines

perada ao ambiente tradicional das guitarras. O resultado é um som que te envolve, ideal para uma manhã chuvosa, onde a melancolia se mistura com um sentimento de força e resistência. As letras em particular o lado feminista e a exploração da "mulher mística", tornam a obra profundamente pessoal e relevante. Não é apenas um álbum para ser ouvido; é um disco para ser sentido, uma declaração ga total ao "morrer de amor" e a urgência de "resistir". É, sem dúvida, um dos sos álbuns que ouvi nos últimos anos, um marco que

Aos sábados 7h30am Sábado às 10:30am | domingos 10am.

Palavras cruzadas Sudoku

O objetivo do jogo é a colocação de números de 1 a 9 em cada um dos quadrados vazios numa grade de 9×9, constituída por 3×3 subgrades chamadas regiões. O quebra-cabeça contém algumas pistas iniciais. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo.

1. Recipiente de gargalo e boca estreitos, destinado a conter líquido

2. Construção com uma ou mais bicas por onde corre água; fonte

3. Ato, processo ou efeito de ser consumido pelo fogo; combustão

4. Jogo de cartas que tem como objetivo a formação de uma combinação de sete cartas

5. Peça ou conjunto de peças de vestir; traje

6. Indivíduo que comete homicídio; homicida

7. Interrupção de uma atividade ou trabalho, para descanso

8. Entidade das lendas europeias, de aspecto humano, orelhas pontudas e pe-

Jogo das 10 diferenças

quenina estatura

9. Aquele que ensina, ministra aulas; mestre

10. Peça de couro, tecido, plástico etc. que reveste internamente a sola do sapato

11. Impresso que acompanha medicamento e contém informações sobre ele

12. Terreno onde se cultivam flores e plantas ornamentais para lazer ou estudo

13. Inspiração involuntária longa com a boca aberta

14. Aquele que não crê em Deus ou nos deuses

15. Objeto de madeira, papelão, metal etc., destinado a guardar ou transportar objetos

K R Q A O P D E S T A Q U E R

Y A B L F D A S M N C A Y S J

X Q L N I A T T P W B N R O I

A C G T C I L R A S H I H C C

T E R O I M E A S X V H H I P

C Y M G A E T T R T S C H P O

A P N

N

A O T O X A O I P J E S G L T

D T I W F P J A B I D T B O I

A E C A M I N H O N I S T A C

R S I C L B S I T X L W M T O X T A M H Q P F L L I A Q N S T O S N Z I K L Y Z X K V Z U

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Baba de Camelo

Ingredientes

• 1 lata de leite condensado cozido

• 3 ovos

• Amêndoa palitada

Modo de preparação

Bater o leite condensado com as gemas até ob-

ter um creme homogéneo. Bater as claras em castelo bem firme. Envolver delicadamente as claras no creme anterior.

Colocar delicadamente em taças de vidro. Levar ao frigorífico durante 6 a 8 horas. Decorar com amêndoa palitada antes de servir. Até à próxima e bom apetite!

Caça palavras
Culinária por Rosa Bandeira

OLHAR COM OLHOS DE VER

In the air. Créditos: Fa Azevedo
Outono. Créditos: Manuel DaCosta
Has Thanksgiving already passed? Créditos: Stella Jurgen
Dalimorfose. Créditos: Paulo Perdiz

CARNEIRO 21/03 A 20/04

Este é um período de transformação, de grandes mudanças, mas procure não impor as suas ideias nem permita que lhe façam o mesmo. É a altura de se decidir levar por diante os seus projetos, não adiando mais a sua concretização. Por outro lado, evite as multidões e não corra riscos físicos desnecessários.

TOURO 21/04 A 20/05

Durante este período sentirá menos paciência para a execução de trabalhos rotineiros e repetitivos e procurará ocupações mais ativas e com maior iniciativa. No trabalho poderá ter alguns conflitos com superiores ou subordinados, pois achará que eles ou não lhe reconhecem o devido valor ou não acompanham o seu ritmo.

GÉMEOS 21/05 A 20/06

Durante este período sentirá menos paciência para a execução de trabalhos rotineiros e repetitivos e procurará ocupações mais ativas e com maior iniciativa. No trabalho poderá ter alguns conflitos com superiores ou subordinados, pois achará que eles ou não lhe reconhecem o devido valor ou não acompanham o seu ritmo.

CARANGUEJO 21/06 A 20/07

Talvez algum episódio mais marcante do seu passado, tenha-lhe deixado algum complexo, que esteja a perturbar a sua realização nesta altura. Tente fazer uma autoanálise com rigor e isenção e verá que, afinal, não há razões válidas para essa sensação tão desagradável. Aproveite e encontre a paz interior que lhe trará, a curto prazo, uma serena disponibilidade para enfrentar o futuro com outros olhos.

LEÃO 22/07 A 22/08

É provável que durante este trânsito sinta um grande desejo de movimento, o que lhe poderá gerar alguma tensão. Procure fazer coisas diferentes, como uma pequena viagem ou iniciar um estudo sobre um tema inovador. Se não aliviar essa tensão é possível que se sinta muito insatisfeito e frustrado.

VIRGEM 23/08 A 22/09

Esta é uma fase em que sentirá uma enorme vontade de comunicar, de expor as suas ideias e de aprender com a experiência dos outros, o que poderá fazer através das novas tecnologias. Aproveite para contactar com os seus parentes e os seus amigos. A troca de informação e a aquisição de conhecimentos será enriquecedora.

BALANÇA 23/09 A 22/10

Nesta altura dará uma especial atenção aos bens materiais de que dispõe, sejam eles, propriedades, dinheiro ou status. Isso será importante para que o seu ego se sinta realizado. Sentirá um grande impulso para adquirir bens, mas terá de ter cuidado para não cair em excessos que poderão originar despesas inoportunas.

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

Durante este trânsito sentirá uma grande vontade de se dedicar a ajudar os outros de uma forma desinteressada e altruísta, colaborando a qualquer nível. Os laços que se vão estabelecer, sem segundas intenções, durante essa convivência poderão ultrapassar a simples amizade, dando origem a amor e dedicação.

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

A sua relação com o grupo, com o mundo dos amigos e na esfera social poderá ser amplamente desenvolvida nesta altura. Envolva os outros nas ações e projetos que quer ver desenvolvidos e analise depois as pessoas com quem se relaciona e verificará que são um desdobramento de si. Agora os projetos e os amigos poderão ser para si da maior importância.

CAPRICÓRNIO 22/12 a 20/01

Este é o momento ideal para estabelecer contactos com os seus amigos ou com grupos em geral. Haverá tendência para estabelecer diálogos criativos, envolventes e pouco sujeitos a imposições ou regras sociais. Poderá tirar partido da opinião de pessoas mais jovens e assim obter uma sensação de descompressão.

AQUÁRIO 21/01 A 19/02

Este é um bom momento para trabalhar planeando cuidadosamente uma ideia. Nestes dias consegue transmitir com maior facilidade o que tem em mente devido a estar mais seguro e exato na forma de se expressar. Esta poderá ser uma boa altura para melhorar a sua imagem social e profissional.

PEIXES 20/02 A 20/03

Durante esta fase sentirá uma maior perspicácia e intuição para os assuntos de origem afetiva e o seu relacionamento poderá tornar-se mais profundo e intenso. Poderá, mesmo, encetar uma nova fase da sua vida, de uma forma até para si surpreendente, cheia de paixão e com novos relacionamentos e novos interesses.

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