MILÉNIO STADIUM 1769 - 31 DE OUTUBRO

Page 1


Liberdade e Criminalidade

Manuel DaCosta Editorial

Ao ler as notícias diárias, somos constantemente bombardeados com histórias sobre criminalidade, ocorrências que acontecem sobretudo durante a noite, mas que são repetidas até à exaustão ao longo do dia, até que a noite seguinte traga novos exemplos de transgressão para substituir os de ontem. Naturalmente, os meios de comunicação alimentam-se dessas histórias para encher as ondas hertzianas, as redes sociais e as páginas dos jornais, pois constituem bom conteúdo e reforçam a ideia de que os media são uma fonte de alerta e proteção para os cidadãos que consomem essa informação.

Os comportamentos desviantes, que acontecem diariamente nas grandes cidades, levaram-nos a ficar insensíveis à gravidade das atrocidades cometidas, é mais fácil ignorar o que se passa

no quintal dos outros do que considerar os efeitos duradouros da corrupção e das violações que todos os cidadãos acabam por suportar, direta ou indiretamente, devido aos custos associados ao combate ao crime. Cada crime tem um custo, grande ou pequeno, e alguém é sempre afetado.

Na minha opinião, a falta de aplicação da lei e um sistema judicial degradado têm um papel central na expansão da criminalidade. Ficamos chocados sempre que ouvimos falar de um jovem de 12 ou 14 anos preso por um crime cometido às duas da manhã, mas deveríamos mesmo surpreender-nos? A sociedade, sobretudo os adultos, abandonou as crianças às redes sociais e a escolas que se inclinam para uma visão permissiva, onde a ausência de disciplina e de consequências alimenta a delinquência juvenil, conduzindo à quebra de regras, à erosão da moral e à proliferação de falsos valores.

Para garantir que todos têm direito a um julgamento justo perante um juiz após a detenção, uma pessoa é considerada inocente até prova em contrário, e essa presunção mantém-se até o juiz decidir sobre a culpa ou inocência. Para evitar que inocentes se-

jam presos injustamente, a sociedade criou o sistema de fiança, destinado a equilibrar a presunção de inocência com a necessidade de assegurar que os arguidos compareçam em tribunal. Este mecanismo permite que indivíduos acusados aguardem o julgamento em liberdade, um processo que, muitas vezes, leva anos e, mesmo depois da decisão, as sentenças negativas são frequentemente alvo de recurso.

Muitos consideram este sistema uma salvaguarda da liberdade dos acusados, mas quem protege o cidadão comum que vive respeitando as leis? As vítimas raramente recebem a mesma atenção concedida aos criminosos, vivendo com medo e dor, confrontadas com uma sociedade indiferente e atolada em burocracia paralisante. Costuma-se apontar o impacto socioeconómico como justificação para que o sistema de fiança tenha em conta as origens dos arguidos, mas crime é crime, independentemente da cor da pele ou da condição social. À medida que a ignorância e a complacência se instalam, toleramos um sistema judicial politizado e ineficaz, que culpa a falta de recursos pela incapacidade de aplicar a justiça de forma adequada.

A inação das forças policiais e judiciais transformou-as em cúmplices da própria criminalidade, contribuindo para o mesmo problema que deveriam combater. De facto, vivemos uma degradação geral do respeito pelas leis criadas para nos proteger. A maioria de nós vive e morre cometendo pequenas infrações que consideramos inofensivas, mas esse hábito cria uma tolerância mental que nos faz acreditar que delitos um pouco maiores também não são graves. Talvez seja assim, mas a realidade é que um país que permite que o crime aumente 37% desde 2014 e continue a subir não pode ter comunidades seguras.

Não devemos apontar o dedo apenas às crianças de 12 anos que cometem crimes, mas sim aos cidadãos marginalizados e vulneráveis que não conseguem levar vidas familiares exemplares e aos adultos que exploram e recrutam esses jovens para o crime.

Ano XXXII- Edição nº 1769

31 de outubro a 6 de novembro de 2025

Semanário. Todas as sextas-feiras, bem pertinho de si!

Propriedade de: Milénio Stadium Inc./MDC Media Group 309 Horner Ave. Etobicoke, ON M8W 1Z5

Telefone: 416-900-6692

Manuel DaCosta

Presidente, MDC Media Group Inc. info@mdcmediagroup.com

Madalena Balça

Diretora, Milénio Stadium m.balca@mdcmediagroup.com

Diretor Criativo: David Ganhão d.ganhao@mdcmediagroup.com

Edição Gráfica: Fabiane Azevedo f.azevedo@mdcmediagroup.com

Publicidade: Rosa Bandeira 416-900-6692 / info@mdcmediagroup.com

Redação: Adriana Paparella, Francisco Pegado e Rómulo M. Ávila.

Colaboradores do jornal: Adam Care, Aida Batista, Augusto Bandeira, Cristina Da Costa, Daniel Bastos, Paulo Perdiz, Raul Freitas, Reno Silva, Rosa Bandeira, Vincent Black, Vítor M. Silva.

Traduções: David Ganhão e Madalena Balça

Parcerias: Diário dos Açores e Jornal de Notícias

A Direção do Milénio Stadium não é responsável pelos artigos publicados neste jornal, sendo os mesmos da total responsabilidade de quem os assina.

Versão em inglês Pág. 11

Por umajustiça

MAISEQUILIBRADA

O governo do Canadá está a preparar, através da Bill C-14, uma reforma profunda para tornar as leis de liberdade provisória e fiança mais rigorosas e endurecer as leis de sentença para reincidentes e crimes violentos, com o objetivo de apoiar as forças policiais e investir na prevenção a longo prazo.

A reforma prevê mais de 80 cláusulas com alterações específicas ao regime de fiança e de sentença previsto no Código Penal. Inclui também alterações destinadas a melhorar o sistema de justiça juvenil.

Princípio de “inversão do ónus da prova”

A nova lei tornará a liberdade condicional mais difícil de obter, especialmente em casos de reincidência e de crimes violentos. Será criado um novo princípio de “inversão do ónus da prova”, o que significa que o ponto de partida será a detenção, cabendo ao arguido demonstrar por que razão deve ser libertado sob fiança.

Ao considerar a concessão de fiança, as alterações determinam que um arguido não deverá ser libertado quando tal seja contrário ao interesse público ou quando a detenção seja necessária para proteger vítimas ou testemunhas.

Os tribunais serão obrigados a considerar fatores específicos que justificam a imposição de condições mais rigorosas (incluindo proibição de posse de armas), como

por exemplo se as acusações en volvem violência aleatória ou não provocada e se o arguido tem acu sações pendentes.

As alterações também esclarecem que, nos casos de inversão do ónus da prova, os tribunais devem examinar cuidadosamente o plano de fiança apresentado pelo arguido, que terá de demonstrar de forma clara que o seu plano é fiável e credível para poder ser libertado sob fiança.

Sentenças mais severas

Razões para a Reforma

A lei também endurecerá as penas para crimes repetidos e violentos, incluindo roubo de automóveis e extorsão, significando que os condenados poderão passar mais tempo na prisão.

As alterações propostas exigem penas consecutivas para crimes como roubo violento de automóvel, arrombamento, extorsão e incêndio, podendo também ser aplicadas a casos de reincidência violenta. Isto significa que as penas serão cumpridas uma após a outra, em vez de simultaneamente.

Novos fatores agravantes serão aplicados a crimes cometidos contra polícias, a furtos em

• Houve um aumento global da criminalidade na última década;

• Embora a taxa nacional de criminalidade registada pela polícia tenha diminuído entre 1998 e 2014 (-37%), iniciou uma tendência ascendente (+12%) entre 2014 e 2024. Verificou-se uma diminuição de 4% em 2024 face a 2023;

• Desde 2014, as taxas de criminalidade reportadas pela polícia aumentaram, especialmente em homicídios, agressões sexuais, extorsão, crimes sexuais contra crianças, crimes violentos com armas de fogo e vários outros crimes contra a propriedade. O Índice de Gravidade da Criminalidade Violenta do Canadá foi 41% mais elevado em 2024 do que em 2014;

• As taxas de reincidência (ou seja, repetição de crimes) diminuíram de forma geral nos últimos 10 anos. No entanto, criminosos com 10 ou mais condenações anteriores têm uma probabilidade muito maior de voltarem a ser condenados dentro de três anos do que aqueles com menos de 10 condenações prévias;

estabelecimentos comerciais e a roubos ou danos que afetem infraestruturas essenciais.

A lei também acabará com o regime de prisão domiciliária para determinados crimes sexuais e infrações sexuais contra crianças, restabelecerá proibições de conduzir em casos de negligência criminosa com danos corporais, homicídio involuntário, e reforçará a cobrança de multas.

O Governo Federal baseia esta proposta de Lei de Reforma do sistema criminal com base em dados estatísticos que vão ao encontro da perceção generalizada da população canadiana – aumento da criminalidade – apesar de em 2024 se ter verificado uma descida de 4% na taxa de criminalidade, relativamente aos dados de 2023.

• Os indivíduos libertados da prisão têm maior probabilidade de voltar a cometer crimes do que aqueles sujeitos a alguma forma de supervisão comunitária. A reincidência envolve frequen temente o incumprimento das condições impostas em conde

Equilíbrio entre segurança e direitos fundamentais

Alguns especialistas em direito e organizações civis têm expressado preocupações quanto ao impacto da reforma no cumprimento da Carta Canadiana dos Direitos e Liberdades. Argumenta-se que medidas como a inversão do ónus da prova podem levantar questões sobre o princípio da presunção de inocência. As autoridades sublinham, contudo, que o objetivo é encontrar um equilíbrio entre o reforço da segurança pública e a preservação dos direitos fundamentais dos cidadãos, garantindo que o sistema judicial continue a funcionar dentro dos parâmetros constitucionais e de justiça equitativa.

Este projeto de lei respeita os princípios constitucionais, garantindo ao mesmo tempo que os criminosos violentos permanecem sob custódia
- Vince Gasparro

As mudanças, reunidas no Projeto de Lei C-14, visam, segundo o Governo do Canadá, responder a uma crescente preocupação nacional com o aumento dos crimes violentos e a reincidência de infratores em liberdade condicional. A ideia destas medidas será reforçar a segurança pública e restaurar a confiança dos canadianos no sistema judicial.

As novas disposições introduzem mais de 80 alterações ao Código Penal, incluindo o princípio do ônus invertido para determinados crimes graves, o agravamento das penas para agressores reincidentes e restrições mais severas no acesso a armas de fogo. Ao mesmo tempo, o executivo sublinha que as reformas respeitam os princípios constitucionais e salvaguardam os direitos das populações mais vulneráveis, como as comunidades indígenas e pessoas com problemas de saúde mental.

Contudo, o sucesso da reforma dependerá em larga medida da cooperação entre o governo federal e as províncias, responsáveis pela aplicação das leis e gestão dos tribunais. A proposta tem recebido apoio de várias jurisdições, incluindo Ontário e Colúmbia Britânica, e é vista como um passo importante na modernização da justiça criminal canadiana.

Vince Gasparro, MP por Eglinton-Lawrence, é Secretário Parlamentar (Combatting Crime) e aceitou responder às nossas questões. Nesta entrevista, Gasparro explica os objetivos e implicações do Projeto de Lei C-14, sublinhando que não é esquecido o necessário equilíbrio entre o reforço da segurança pública e o investimento contínuo nas causas sociais que estão na origem do crime.

Milénio Stadium: Estas reformas tornam mais difícil a obtenção de fiança, especialmente para reincidentes. Como responde às preocupações de que isso possa levar a um aumento da detenção preventiva de pessoas que ainda não foram condenadas?

Vince Gasparro: O status quo não está a funcionar. Temos ouvido os nossos parceiros provinciais, chefes de polícia e entidades de segurança nacional afirmarem que a reforma do sistema de fianças é necessária. O sistema de justiça criminal é uma responsabilidade partilhada. As províncias dependem do governo federal para fazer as leis, e nós dependemos das províncias para as aplicar. Como governo federal, estamos a cumprir a nossa parte; e temos ouvido repetidamente das províncias que elas também cumprirão a sua, mantendo um siste-

ma judicial eficiente. As reformas só podem ser eficazes se os governos provinciais e territoriais fizerem a sua parte.

MS: O governo afirma que estas medidas visam proteger as vítimas e as comunidades. Que provas existem de que leis mais duras sobre fiança e sentenças reduzirão efetivamente o crime violento?

VG: Enquanto governo, temos visto repetidamente dados que sugerem que um pequeno número de infratores é responsável por uma grande proporção de crimes no Canadá. Ouvi isto diretamente do chefe da polícia de Toronto e da sua equipa de dados, que nos mostraram informações sobre reincidentes.

Como Liberais, acreditamos firmemente que, para combater o crime de forma eficaz, é preciso abordar as suas causas profundas, mantendo uma rede de proteção social forte; contudo, também temos de ser firmes na resposta ao crime em si.

MS: As reformas introduzem mais de 80 alterações específicas ao Código Penal. Quais são as três que considera mais urgentes e com maior impacto imediato na segurança pública?

VG: 1. O artigo 523(2.1) introduz o ônus invertido, o que significa que aqueles acusados de crimes graves — como crimes violentos, arrombamentos, agressões sexuais e roubos de automóveis — terão de provar porque devem ser libertados sob fiança.

2. Introduzimos novos fatores agravantes nas sentenças, que aumentam as penas para reincidentes violentos, agressores de socorristas, membros do crime organizado e indivíduos que interfiram com infraestruturas essenciais. Estas medidas garantem que criminosos envolvidos em furtos organizados ou roubos que afetem infraestruturas críticas, como telecomunicações, não sejam tratados como pequenos ladrões, mas responsabilizados plenamente.

3. Por fim, na subsecção 515 (4.1), exigimos que os tribunais imponham proibições mais rigorosas de posse de armas a certos infratores. Indivíduos que cometeram violência, extorsão ou terrorismo não devem ter acesso a armas de fogo. Estamos a clarificar a lei para garantir que as armas não cheguem às mãos erradas.

MS: O governo federal afirmou que o sucesso destas reformas depende da cooperação provincial. Alguma província ou território já se comprometeu a apoiar a sua implementação ou financiamento?

VG: O nosso novo governo tem trabalhado em estreita colaboração com as províncias e territórios, que se mostraram recetivos às reformas. Este projeto de lei foi elaborado com uma colaboração profunda de costa a costa.

O primeiro-ministro Doug Ford e o procurador-geral de Ontário, Doug Downey, receberam a notícia com otimismo, considerando-a “um passo positivo em frente”. Ford declarou: “Estamos satisfeitos por ver o governo federal aceitar muitas das [nossas] recomendações e dar um passo firme na direção certa.”

A procuradora-geral da Colúmbia Britânica, Niki Sharma, afirmou que o projeto de lei incluía várias alterações solicitadas pela província. Não é comum vermos conservadores progressistas e novos democratas concordarem com um governo liberal.

MS: Alguns críticos argumentam que estas medidas podem afetar desproporcionalmente populações vulneráveis, como povos indígenas ou pessoas com problemas de saúde mental. Que salvaguardas existem para evitar essas desigualdades?

VG: É uma questão muito boa e uma preocupação muito importante. O objetivo deste projeto de lei é colocar atrás das grades os reincidentes violentos e os que representam um risco para a sociedade.

O Projeto de Lei C-14 orienta os tribunais sobre como aplicar o princípio da moderação, garantindo que os juízes considerem fatores como problemas de saúde mental e as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas.

Segundo esse princípio, consagrado pelo Supremo Tribunal, a detenção preventiva e as condições de libertação só podem ser impostas quando necessárias para a segurança pública, manutenção da confiança do público ou prevenção de fuga.

Este projeto de lei respeita os princípios constitucionais, garantindo ao mesmo tempo que os criminosos violentos permanecem sob custódia.

MS: A longo prazo, como planeia o governo equilibrar uma aplicação mais dura da lei com investimentos em prevenção, como habitação, saúde mental e programas para jovens?

VG: O nosso novo governo adota uma postura firme contra o crime, mas, como Liberais, estamos igualmente empenhados em combater as causas profundas.

Estamos a levar a cabo o maior esforço de construção habitacional desde a Segunda

Guerra Mundial através da nova agência federal Build Canada Homes, que está a construir habitação acessível, de transição e comunitária a um ritmo acelerado.

Desde que foi eleito, o governo investiu 80 milhões de dólares na construção de um novo complexo de arrendamento, com várias unidades a preços acessíveis, em Eglinton-Lawrence. Continuamos também a apoiar iniciativas locais importantes, como a Reena Foundation Frankfurt Residence, atualmente em construção, que oferecerá habitação de apoio para pessoas com deficiência.

O governo investiu ainda mais de 500 milhões de dólares no Fundo de Saúde Mental Juvenil, para ajudar jovens canadianos a aceder a cuidados.

A Estratégia Nacional de Prevenção do Crime apoia iniciativas como o Fundo de Prevenção de Gangues Juvenis, o Fundo de Prevenção do Crime nas Regiões do Norte e Indígenas, o Fundo de Ação para a Prevenção do Crime e o Programa de Segurança Comunitária do Canadá.

Investimos também em programas como o Programa Multicultural e Anti-Racismo, que apoia projetos destinados a proteger comunidades em risco de crimes motivados pelo ódio.

Nenhuma política existe num vácuo. O Projeto de Lei C-14 faz parte da nova estratégia global do governo para combater o crime, sendo rigoroso tanto com as causas como com os próprios crimes.

MB/MS

Vince Gasparro. Créditos: DR
Credito: DR

A reforma da Lei da Fiança e os direitos fundamentais

Nos últimos meses, o debate em torno das reformas ao sistema de justiça criminal no Canadá tem ganhado intensidade, sobretudo no que diz respeito às alterações às regras de fiança e às disposições de “reverse onus”, que transferem para o arguido o ónus de provar que deve ser libertado antes do julgamento. O governo federal defende que estas medidas visam reforçar a segurança pública e responder à perceção de aumento da criminalidade violenta, mas várias organizações de direitos civis alertam para os riscos de injustiça e desigualdade que podem advir destas mudanças.

Entre as vozes mais críticas está a Canadian Civil Liberties Association (CCLA), que tem acompanhado de perto o avanço legislativo e os seus potenciais impactos no sistema prisional e nas comunidades mais vulneráveis. Em entrevista ao Milénio Stadium, Shakir Rahim, diretor do Programa de Justiça Criminal da CCLA, explica porque considera que estas reformas podem violar princípios constitucionais, agravar a sobrelotação das prisões provinciais e afetar desproporcionalmente pessoas com baixos rendimentos e minorias raciais. Rahim defende que, em vez de medidas punitivas, o Canadá deveria investir em soluções baseadas na reabilitação, no apoio social e na prevenção. A sua perspetiva lança um olhar crítico e fundamentado sobre o futuro da justiça criminal no país.

Milénio Stadium: As novas disposições de “reverse onus” alteram substancialmente o equilíbrio entre segurança pública e direitos individuais. Considera que estas mudanças violam princípios fundamentais da Carta Canadiana dos Direitos e Liberdades?

Shakir Rahim: Estamos preocupados com a coerência destas alterações, e é provável que algumas delas não o sejam. A razão é que o Supremo Tribunal do Canadá já reconheceu que uma disposição de “reverse onus” (inversão do ónus da prova) só se justifica em circunstâncias restritas e bem delimitadas. Este projeto de lei, no entanto, alarga consideravelmente a lista de crimes em que a inversão do ónus se pode aplicar. Não acreditamos que isso cumpra o critério de ser uma medida limitada e direcionada.

MS: Há o risco de que as novas regras de fiança aumentem o encarceramento preventivo de pessoas de baixos rendimentos ou de minorias raciais? Que consequências sociais antevê a CCLA?

SR: O que sabemos é que, quando alguém tenta obter liberdade sob fiança, tem de demonstrar certos fatores, por exemplo, laços com a comunidade, um ambiente estável para o qual possa regressar, e assim por diante. Quando as regras de fiança se tornam mais rígidas, o padrão exigido para ser libertado é mais elevado. Isso significa que pessoas que não dispõem dos mesmos recursos ou ligações comunitárias, como aquelas com rendimentos mais altos, serão mais prejudicadas por regras mais duras, já que terão menos probabilidade de ser libertadas até ao julgamento.

Outro problema é que sabemos que as condições nas prisões provinciais estão em crise: há sobrelotação, falta de cuidados médicos e dificuldades de acesso a advogados. Acreditamos que estas condições terão um impacto especialmente negativo sobre pessoas com baixos rendimentos e racializadas.

MS: O Governo argumenta que estas reformas são uma resposta à criminalidade crescente e à preocupação pública. Como avalia a CCLA os dados apresentados para justificar estas medidas?

SR: Em primeiro lugar, reconhecemos plenamente que todos têm direito a sentir-se seguros nas suas casas e comunidades. A questão é saber se este tipo de reformas aumenta realmente a segurança pública. Nenhum governo recolhe dados sobre quantas pessoas alegadamente reincidem enquanto estão em liberdade sob fiança. Isso dificulta a avaliação destas medidas, porque não há forma de medir se as alterações introduzidas há três anos, também com disposições de “reverse onus”, foram eficazes.

Sabemos também que muitos indicadores apontam para uma diminuição da criminalidade. Em Toronto, por exemplo, a polícia anunciou no início deste ano que o roubo de automóveis diminuiu 39%, as invasões de domicílios 42% e os tiroteios 46%. Quando ouvimos a própria polícia afirmar que o crime está a diminuir de forma significativa, isso leva-nos a concluir que a questão da fiança não foi, nem é, a causa de qualquer aumento percebido na criminalidade.

MS: A lei prevê penas consecutivas e a eliminação da prisão domiciliária em certos crimes. Isto poderá comprometer o princípio de proporcionalidade das penas?

SR: Sim, temos preocupações. A diferença entre uma pena consecutiva e uma pena simultânea (concorrente) é que, quando

alguém é acusado de vários crimes resultantes do mesmo incidente, a questão é saber se as condenações e respetivas penas se somam entre si, por exemplo, cinco mais cinco mais cinco mais dois anos, ou se o juiz pode avaliar o caso globalmente e determinar qual a duração total mais adequada. Atualmente, os juízes têm essa capacidade de decisão, podem escolher se a pena deve ser consecutiva ou simultânea. Este projeto de lei, porém, retira aos juízes essa faculdade em determinados crimes. Assim, por exemplo, alguém que demonstre fortes possibilidades de reabilitação, que tenha mudado de vida até à altura da sentença, ou que estivesse a atravessar problemas graves de saúde mental no momento dos crimes, poderia beneficiar de uma pena simultânea, mas o juiz deixará de poder aplicar essa opção.

A eliminação das sentenças condicionais levanta preocupações semelhantes. Estas penas podem ser bastante rigorosas, equivalentes a prisão domiciliária 24 horas por dia, com tornozeleira eletrónica e várias restrições —, portanto não são uma “pena leve”. Dadas as condições atuais das prisões provinciais, consideramos que esta deveria continuar a ser uma opção disponível, não em todos os casos, mas quando o juiz a considere apropriada.

MS: Que alternativas a CCLA propõe para reforçar a segurança pública sem comprometer os direitos fundamentais dos acusados?

SR: Existem várias medidas que podem ser implementadas. Sabemos que muitas pessoas que entram e saem do sistema de justiça criminal enfrentam graves problemas pessoais, falta de habitação, insegurança alimentar ou dependências. Para lidar com esses casos, é necessário oferecer serviços intensivos de apoio, que ajudem a quebrar o ciclo de reincidência.

Há provas de que isto funciona. Em Toronto, por exemplo, existe uma iniciativa de habitação apoiada chamada “Dun House”, que oferece casa e apoio psicológico. Esta abordagem é mais barata do que encarcerar alguém durante anos e tem permitido que pessoas reincidentes deixem de cometer crimes.

Outra medida seria reforçar o sistema de fiança sem recorrer a leis mais repressivas. Por exemplo, poderia haver investimento em “bail beds”, alojamentos temporários para pessoas libertadas sob fiança sem mo-

rada fixa. Isso facilita a vigilância e o acompanhamento. Existem também programas de verificação e supervisão de fiança, em que organizações comunitárias acompanham os libertados para garantir que cumprem as condições impostas. Estas iniciativas precisam de mais financiamento e apoio, e melhorariam a segurança pública.

MS: De que forma a associação pretende acompanhar e contestar judicialmente estas reformas, caso sejam aprovadas e implementadas?

SR: Há várias formas de acompanhar a situação. Prestamos atenção à percentagem de pessoas detidas em prisões provinciais sem fiança, atualmente, cerca de 80% das pessoas nas prisões de Ontário estão nessa condição, um número que aumentou muito nos últimos anos. Continuaremos a monitorizar essa estatística para avaliar o impacto na acessibilidade à fiança. Quanto à nossa resposta, já testemunhámos no Parlamento, transmitimos as nossas posições diretamente ao Ministro da Justiça e a outros responsáveis. À medida que o projeto de lei avança no processo parlamentar, continuaremos a intervir e a reunir com legisladores. Por fim, dependendo do texto que for aprovado, ponderaremos avançar com uma contestação constitucional, caso entendamos que a lei viola o direito garantido pela Carta a não ser negada fiança razoável. MB/MS

Shakir Rahim. Créditos: DR
Credito: DR

A Bill C-14, projeto de lei proposto pelo Governo Federal, pretende responder às inquietações relacionadas com uma crescente preocupação com a reincidência criminal e a perceção de que indivíduos violentos são frequentemente libertados demasiado cedo. Com esta reforma, o governo endurece as disposições legais para reincidentes e infratores violentos e introduz penas mais severas para crimes como o roubo de automóveis e a extorsão.

Para a Canadian Police Association (CPA), que representa mais de 60.000 agentes de polícia em todo o país, estas mudanças representam um passo positivo para restaurar a confiança no sistema judicial e reforçar a segurança das comunidades. Contudo, a implementação destas reformas exigirá coordenação entre os diferentes níveis de governo e garantias de que os serviços policiais dispõem dos recursos necessários para enfrentar os novos desafios.

Nesta entrevista concedida pela CPA (através do seu porta-voz) analisa-se o impacto das medidas introduzidas pelo Bill C-14, abordando o equilíbrio entre segurança pública e direitos individuais, a necessidade de financiamento adequado e o papel da polícia na fase de implementação. Milénio Stadium: Os serviços policiais há muito expressam frustração com o facto de reincidentes violentos serem libertados sob fiança pouco tempo depois da detenção. Estas reformas vêm finalmente responder a essa preocupação?

Canadian Police Association: As associações policiais em todo o país têm vindo a pedir reformas significativas no sistema de fianças há já algum tempo, e reconhecemos

que o governo ouviu essas preocupações.

As mudanças introduzidas no Bill C-14 representam um passo positivo para enfrentar o chamado “efeito de porta giratória”, que tem minado a confiança no nosso sistema de justiça.

Ao endurecer as disposições de inversão do ónus da prova (reverse onus) para determinados infratores violentos e reincidentes, estas reformas respondem diretamente ao que os agentes de primeira linha e as comunidades têm dito: que indivíduos que repetidamente se envolvem em condutas violentas graves devem enfrentar um critério mais rigoroso antes de serem libertados. Isto ajuda a restaurar a confiança pública na justiça e na segurança do sistema, permitindo que a polícia dedique mais tempo a proteger as comunidades, em vez de voltar a deter as mesmas pessoas repetidas vezes.

MS: A introdução de novas disposições de inversão do ónus da prova poderá reduzir esse ciclo, mas também poderá aumentar o número de pessoas detidas. Os serviços policiais estão devidamente equipados para lidar com esse possível aumento?

CPA: Qualquer reforma legislativa tem impactos operacionais, e é essencial que os governos trabalhem em conjunto com os serviços policiais para garantir que os recursos correspondem às expectativas. Os agentes de primeira linha já estão sobrecarregados, especialmente no que diz respeito ao tempo e à burocracia envolvidos no processo de fiança.

Dito isto, o objetivo destas reformas não é simplesmente deter mais pessoas. É garantir que o pequeno número de infratores crónicos e violentos, que representam uma verdadeira ameaça à segurança pública,

não seja libertado antes de poder ser devidamente supervisionado. Se esse objetivo for alcançado, poderemos até ver uma maior eficiência, já que os agentes passarão menos tempo a lidar repetidamente com os mesmos infratores.

O financiamento adequado e a coordenação com as províncias e territórios serão fundamentais para garantir que estas reformas funcionem conforme o previsto.

MS: As penas mais severas propostas para crimes como roubo de automóveis e extorsão podem funcionar como elemento dissuasor. Que impacto espera que estas mudanças tenham no terreno?

CPA: Os agentes policiais no terreno veem diariamente o impacto do crime organizado e reincidente contra a propriedade, especialmente em crimes como o roubo de automóveis, que envolvem cada vez mais redes criminosas sofisticadas. Opções de condenação mais severas, quando combinadas com uma aplicação eficaz da lei, enviam uma mensagem importante de que estes crimes são levados a sério.

Embora as penas, por si só, não sejam uma solução total, consequências consistentes podem ajudar a dissuadir reincidentes e a perturbar a atividade organizada. Para os agentes no terreno, isso significa resultados mais previsíveis e uma maior possibilidade de reduzir a vitimização que frequentemente acompanha estes crimes.

MS: Do seu ponto de vista, estas reformas atingem o equilíbrio certo entre segurança pública e direitos individuais?

CPA: Sim. A Canadian Police Association sempre defendeu que uma política de segurança pública eficaz deve equilibrar os direitos do acusado com a segurança do

By

público. O Bill C-14 não cria novos crimes nem enfraquece a presunção de inocência. O que faz é recalibrar o equilíbrio para um pequeno grupo de infratores que demonstraram, através de repetidas ações violentas, representar um risco elevado.

Estas reformas reafirmam o princípio de que todos merecem um processo justo, ao mesmo tempo que reconhecem que a segurança pública também é um direito fundamental. Os canadianos esperam um sistema de justiça que proteja as suas comunidades sem comprometer a equidade, e acreditamos que este projeto de lei vai nessa direção.

MS: Que papel prevê para a polícia na fase de implementação, especialmente no apoio aos tribunais e na gestão dos programas de supervisão de fiança?

CPA: A implementação será crucial. A polícia desempenhará um papel importante em colaboração com os parceiros do sistema judicial para garantir que a intenção destas reformas se reflete na prática. Isso inclui uma comunicação clara com os procuradores e tribunais, uma forte coordenação com os programas provinciais de supervisão de fiança e a recolha contínua de dados para avaliar os resultados.

A Canadian Police Association e as nossas associações-membro estão comprometidas em contribuir para esse processo. O nosso objetivo é garantir que as reformas sejam aplicadas de forma consistente em todas as jurisdições, com formação e recursos adequados, para que produzam os resultados de segurança pública que os canadianos esperam.

Photo
Ashley Fraser /Postmedia

A presunção de inocência não deve ser subestimada nem enfraquecida

O Governo Federal do Canadá avança com uma das reformas mais significativas das últimas décadas no sistema de justiça criminal. Através da proposta Bill C-14, pretende endurecer as regras de liberdade sob fiança e agravar as penas para crimes violentos e reincidentes, justificando as medidas como resposta ao aumento da perceção pública de insegurança. Contudo, juristas, organizações de direitos civis e advogados de defesa alertam para as implicações constitucionais e sociais destas alterações, nomeadamente a possibilidade de erosão da presunção de inocência, princípio fundamental da Carta Canadiana dos Direitos e Liberdades.

Para Melissa Azevedo, que exerce exclusivamente a advocacia criminal há quase duas décadas e é membro fundadora da Heller Hunter Azevedo, escritório de advocacia de Toronto, o risco está em alargar demasiado a “rede de detenção”, afetando não apenas reincidentes violentos, mas também pessoas com perturbações mentais, dependências ou em situação de vulnerabilidade social. Nesta entrevista, Melissa Azevedo sublinha que a detenção não resolve os problemas estruturais que estão na origem de muitos crimes, lembrando que o encarceramento excessivo pode agravar a exclusão e sobrecarregar ainda mais um sistema prisional já em colapso.

Azevedo defende que a segurança pública deve ser equilibrada com a proteção dos direitos individuais e com investimentos em prevenção, habitação e reabilitação. Penas mais duras, afirma, raramente se traduzem em maior segurança, mas sim em prisões sobrelotadas, tribunais congestionados e vidas destruídas antes mesmo de um julgamento.

Nesta entrevista, a advogada analisa os efeitos jurídicos e humanos das reformas e lança uma reflexão sobre o que está realmente em causa: o futuro da justiça no Canadá e o respeito pelos princípios que a sustentam.

Milénio Stadium: As reformas enfatizam a “detenção como ponto de partida” em certos casos. Considera que isto representa uma erosão do princípio da presunção de inocência?

Melissa Azevedo: A ideia de “detenção como ponto de partida” visa responder à preocupação pública relativamente a reincidentes violentos. Trata-se, em geral, de pessoas com longos antecedentes criminais

por violência, que já passaram grande parte das suas vidas presas e que estão sujeitas a proibições de posse de armas. Nestes casos específicos, a liberdade sob fiança é regularmente recusada.

Os indivíduos sem antecedentes criminais, acusados de crimes graves ou violentos, quando conseguem ser libertados, já ficam normalmente sujeitos às condições de liberdade mais restritivas, que incluem prisão domiciliária (confinamento em casa 24 horas por dia), supervisão por várias pessoas aprovadas pelo tribunal e monitorização através de GPS. A realidade é que o público raramente ouve falar dos arguidos em liberdade provisória que não voltam a cometer crimes e que cumprem rigorosamente as suas condições de libertação.

O risco das disposições propostas na reforma da fiança é o de alargar demasiado a rede de “detenção”, abrangendo infratores que repetidamente cometem crimes de baixo nível e não violentos, frequentemente provocados por dependência de substâncias e problemas de saúde mental não tratados, o que acabará por afetar de forma desproporcionada grupos já desfavorecidos. A detenção não resolverá estas causas subjacentes, que permanecerão quando essas pessoas regressarem à comunidade.

Embora a preocupação pública com reincidentes violentos seja compreensível e deva ser uma prioridade comunitária, estes casos são exceções, e não a norma, entre os arguidos libertados sob fiança. Para muitos acusados que poderão ser apanhados pela nova rede mais ampla de “detenção” - reincidentes de baixo nível e não violentos com problemas de saúde mental ou de dependência, bem como pessoas que antes levavam uma vida cumpridora da lei e agora enfrentam acusações abrangidas pela reforma - conciliar o princípio da “detenção como ponto de partida” com o direito protegido pela Carta Canadiana dos Direitos e Liberdades (secção 11(d)) de que “todas as pessoas acusadas de um crime são presumidas inocentes” será uma tarefa difícil. A presunção de inocência não deve ser subestimada nem enfraquecida. Sem uma possibilidade razoável de libertação pré-julgamento, pessoas inocentes arriscam perder a liberdade, as suas famílias e os seus meios de subsistência enquanto aguardam uma resolução ou julgamento.

MS: Penas consecutivas mais severas e o fim da prisão domiciliária para certos crimes poderão aumentar a pressão sobre os estabelecimentos prisionais. O sistema prisional está preparado para isso?

MA: Atualmente, os estabelecimentos prisionais estão severamente sobrelotados. Essas condições levam frequentemente a uma redução do tempo de prisão efetiva quando os arguidos são finalmente condenados. As instituições são concebidas para albergar duas pessoas por cela, mas é cada vez mais comum haver três indivíduos em cada cela.

A realidade de qualquer reforma da fiança que amplie excessivamente a rede de “detenção” ou elimine a possibilidade de prisão domiciliária para determinados crimes é que cria uma pressão acrescida sobre os tribunais, o sistema de fianças e as infraestruturas de detenção. Isso conduzirá a um aumento da sobrelotação com pessoas que ainda são presumidas inocentes e aguardam audiências de fiança ou julgamento, além daqueles que poderiam cumprir com sucesso uma pena condicional (prisão domiciliária) na comunidade. Estas pressões implicarão inevitavelmente a necessidade de construir mais instituições e contratar mais pessoal, o que terá custos adicionais para o público.

Recursos escassos deveriam ser prioritariamente direcionados para lidar com o menor número de reincidentes violentos graves, em vez de serem usados para acomodar a maioria dos infratores não violentos e de menor gravidade.

MS: O governo argumenta que estas medidas são necessárias para proteger o público. Há evidência jurídica ou empírica de que penas mais severas dissuadem o crime de forma mais eficaz do que a prevenção e a reabilitação?

MA: É necessário equilíbrio entre proteger a segurança pública e abordar as causas subjacentes do crime. A detenção não resolve problemas de saúde mental, dependência, sem-abrigo ou pobreza, que permanecem quando os indivíduos regressam à comunidade.

• Ignorar estas causas e confiar apenas na prisão como solução cria um círculo vicioso dentro do sistema de justiça, uma “porta giratória” para os mesmos indivíduos. Estas situações sobrecarregam ainda mais os já escassos recursos do sistema.

• Quanto à questão de saber se penas mais severas dissuadem o crime de forma mais eficaz do que a prevenção e a reabilitação... se há alguma evidência, ela é contrária a isso.

MS: Como é que estas reformas poderão afetar os processos judiciais em termos de duração, custos e volume de casos?

MA: • As alterações propostas abordam áreas que já são rotineiramente consideradas durante audiências de fiança e de sentença.

• As reformas correm o risco de desviar os já escassos recursos do sistema de justiça criminal dos casos mais graves.

• As novas disposições sobre fiança levarão a um aumento de audiências contestadas.

• Isto criará inevitavelmente um problema circular - mais audiências contestadas e poucos recursos resultarão em mais pessoas detidas a aguardar audiências, gerando atrasos e maiores tempos de espera para marcar julgamentos. Se a “detenção” se tornar o ponto de partida, indivíduos presumidos inocentes permanecerão presos durante períodos mais longos enquanto aguardam julgamento.

• A falta de recursos para lidar com esta situação fará com que casos mais graves e violentos compitam com casos menos sérios pelo tempo e atenção dos tribunais.

• Tudo isto agravará a sobrelotação das prisões e poderá levar à necessidade de construir mais instituições, sem resolver as causas profundas da criminalidade.

Melissa Azevedo. Créditos: DR

A reforma das leis de Fianças e Sentenças do Governo Federal

Segurança real ou só conversa do governo?

Nas ruas, as opiniões dividem-se sobre as novas leis da fiança. Enquanto o governo promete mais segurança e controlo sobre quem é libertado, muitos cidadãos duvidam que as mudanças tragam resultados concretos. Fomos ouvir pessoas entre os 35 e os 65 anos, de várias profissões e realidades, para perceber o que pensam sobre as novas regras, a justiça e o papel do governo nesta questão.

RMA/MS

António, 65 anos

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Já vi muita lei mudar e nada ficar diferente. As ruas continuam perigosas, é mais conversa do governo.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

Quem faz asneira devia ficar dentro, pelo

menos até o tribunal decidir. Fiança devia ser exceção.

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

O problema é a falta de juízes e prisões, não as leis em si. A polícia prende, mas o sistema não segura.

O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

Isto é metade proteção, metade teatro. Fazem barulho para parecer que estão a agir.

pronto, ainda se percebe. Mas crimes graves? Nem pensar, tem de ficar dentro.

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Acho que pode ajudar um bocadinho, sim. Se as pessoas perceberem que já não saem logo com fiança, talvez pensem duas vezes antes de fazer asneira.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

Sou a favor da fiança, mas com regras. Não é para sair e voltar a fazer o mesmo no dia

seguinte. Tem de haver controlo.

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

Acho que o problema é mais fundo. Não é só lei, é organização, é meios, é justiça a funcionar devagar.

O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

Quero acreditar que é para proteger as pessoas, mas cada vez confio menos. Prometem segurança, mas a gente continua com medo.

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Olhe, eu já ouvi promessas dessas antes. Dizem sempre que vai ficar tudo mais seguro, mas na prática não muda muito. É conversa de político.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

Depende do crime. Se for uma coisa leve,

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

A polícia faz o trabalho dela, o problema é o sistema. Prendem hoje, soltam amanhã. Falta gente e espaço nas cadeias.

O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

É mais para mostrar serviço. O governo gosta de dizer que faz, mas o resultado raramente aparece.

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Talvez ajude, mas não acredito que seja a solução. A criminalidade não se resolve só com leis.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

Depende do caso, mas sou contra soltar quem representa perigo. Fiança devia ser exceção, não regra.

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

A polícia precisa de apoio, não de leis novas. Se não houver meios, tudo fica na mesma.

O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

Sinto que o governo está a fazer isto mais para aparecer bem do que por convicção. Falta sinceridade.

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Depende de como aplicarem a lei. Se for só para mostrar serviço, não vai adiantar nada. Mas se for a sério, pode ter algum efeito.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

Acho justo que quem comete um erro leve

possa sair com fiança, mas há limites. Se for reincidente, devia ficar.

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

Sem mais prisões e juízes, é impossível a polícia dar conta de tudo. As leis ajudam, mas o problema é estrutural.

O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

Parece-me que é mais um movimento político do que uma solução real. Querem parecer duros, mas na prática é o mesmo.

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Se for bem feita, a mudança na fiança pode ter efeito. Mas o problema é que as leis mudam e a aplicação continua igual.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

pa para fugir à justiça.

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

O problema é estrutural: falta investimento no sistema judicial. A polícia sozinha não consegue.

O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

É preciso ver resultados antes de acreditar. Falam muito em segurança, mas o impacto real ainda é zero.

João,

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Mudar as leis da fiança até pode ajudar um bocadinho, mas não vai resolver tudo. O problema é o sistema inteiro.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

Depende do caso. Há gente que aprende com o erro, mas há outros que aproveitam a fiança para continuar a fazer asneira.

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

A polícia faz o que pode. Falta é espaço nas prisões e juízes para despachar os processos.

O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

Isto parece mais para mostrar trabalho. O governo quer parecer que está a agir, mas é só para as notícias.

Sou a favor da fiança, mas devia ser mais controlada. Há quem use isso como descul-

Teresa, 64 anos

Acha que mudar as leis da fiança vai mesmo deixar as ruas mais seguras — ou é só conversa do governo?

Eu sinto-me insegura. Se o governo fizer mesmo cumprir, ótimo. Mas o problema é que falam muito e fazem pouco.

Quem é preso devia poder sair com fiança ou quem faz asneira tem de ficar logo dentro?

Depende. Há casos em que a pessoa devia mesmo ficar dentro, porque sai e volta a fazer o mesmo.

Estas novas leis vão mesmo ajudar a polícia ou o problema é outro — falta de prisões e juízes?

Sem juízes e prisões, não há lei que funcione. É andar a tapar o sol com a peneira. O governo está a fazer isto para proteger as pessoas ou só para mostrar serviço?

Dizem que é para proteger as pessoas, mas parece-me mais teatro político. Querem é votos.

Helena, 42 anos
Carlos, 58 anos
Marta, 39 anos
45 anos
Pedro, 41 anos
Manuela, 57 anos

Os fora da lei

Ora viva, bom dia, e bom fim de semana. Mais um mês a sair de “cena” e o Natal na iminência de nos entrar porta dentro, sem pedir licença.

Ea vida a passar sem olhar para trás...

Esta semana, em cima da mesa desta edição do Milénio está um tema relacionado com a justiça criminal, que é muito vulgar acontecer - “Setting bail”, ou seja colocar quem infringe a lei em liberdade ainda que seja

momentânea, enquanto aguarda julgamento, o que pode significar que essa pessoa se sente “livre” para voltar a infringir a lei.

O nosso sistema judicial está a ficar banalizado, mas não é de agora. Um pais como o Canadá não acarta condições a todos os níveis para manter os “fora da lei” onde eles merecem ficar, na prisão. E que precedente esta realidade está a criar na sociedade, graças a esse mesmo sistema? Gera-se um sentimento de impunidade... “olha, fazemos o que queremos e não somos punidos porque não há condições de nos manterem aprisionados”.

Se eu tivesse algum poder, esse sistema seria um pouco diferente. Se foste preso por justa causa, vais ficar preso até o dia do teu julgamento. Se fores condenado, vais cumprir

a pena na íntegra, vais trabalhar arduamente para aprenderes que todo o cidadão tem o direito a uma vida digna, andar na rua ou mesmo estar em sua casa e viver sem o “medo”, infringido em nós numa sociedade débil e fora de controlo.

Ensinar, reeducar, também, mas creio que este problema vai muito mais além que isso. Infelizmente para todos nós, e digo mesmo para todos nós, temos uma sociedade corrupta e viciada no menos bom. Enquanto os policias, tribunais e juízes, (o tal chamado sistema”) não tomarem uma posição mais acertada, será tudo mais do mesmo, com tendência a piorar. Mais não digo, Fiquem bem e até já, Cristina

Aos sábados às 7:30 da manhã

Aos sábados às 10.30 da manhã e aos domingos às 10 da manhã

Esta semana

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas Emídio sousa em Toronto: Reforçando laços.

• Semana Cultural da Casa do Alentejo: Fado, saudade e orgulho português. Quatro décadas de tradição.

• Healthy Bites: Prove que cuidar do corpo pode ser deliciosamente fácil.

Sentir, Pensar e Agir: Do fundo da dor à distinção real. A superação pela música de Luís Martelo

• Quem Desdenha: Confissões do que é que não gosta mas que todos adoram.

• Encontro com a Diáspora Luso-Canadiana: Empresários da diáspora fortalecem a ponte Portugal-Canadá.

• Semana Cultural da Casa do Alentejo: O Alentejo regressa a Toronto. Celebração e orgulho nas raízes.

Acompanhe todos os nossos conteúdos em CAMÕES TV+

Cristina da Costa Opinião

Freedom and Criminality

Reading the morning daily news, there's a constant mental bombardment of stories about criminality which happen mostly overnight but to be repeated ad nauseum during the day until next night arrives to replace yesterday's crimes with new examples of lawlessness.

Of course, media feeds on these stories to fill the airwaves, social media and pages of paper as it makes good content and jus-

tifies that media is a source of warning and protection for the citizens who consume the content. The misconducts, which occur daily in a big city, have resulted in our minds becoming impaired about the seriousness of atrocities being committed because it's easier to ignore what goes on in someone else's backyard, without considering the long-term effects of corruption and violations being endured by every citizen because of the costs associated with fighting crime. Every crime has a cost, be it large or small, someone is affected. In my mind, the lack of enforcement and a broken judicial system within the courts play a major role in the burgeoning system of criminality. We open our eyes wide every time

we hear about a 12- or 14-year-old being arrested for a crime committed at 2 in the morning, but should we be surprised? Society, particularly adults, have abandoned our children to social media and left leaning schools where lack of enforcement of rules allows the festering of juvenile delinquency leading to broken rules and a collapsing system of morals and false pretenses.

To ensure that everyone has an opportunity at a fair judicial review by a judge after being arrested, a person is still considered innocent until proven guilty, and the presumption will remain as such until a judge decides guilt or innocence. To ensure that innocent criminals are not jailed unfairly, society created a bail

system designed to balance the presumption of innocence with the need to ensure defendants appear for trial. It serves as a mechanism to allow individuals accused of crimes to remain free while awaiting trial, which in most cases can take years and then negative decisions are often appealed. Many consider this a safeguard of liberty of the accused but who is looking after the common citizen who lives a life upholding the laws of this land? Often victims do not receive the consideration that criminals are afforded and live in fear and pain, left to look at an uncaring society for answers, which are often stuck in mounds of bureaucratic red tape. Often socioeconomic impacts are cited as a reason that the bail system should look at criminality committed by certain citizens as being the result of the white rule being unfair, but crime is crime, regardless of the colour of people's skin or the socioeconomic backgrounds. As rot creeps into our minds due to ignorance of the society which surrounds us, we allow a left-leaning judicial system which claims that a deficiency in useful resources to perform their job adequately prevents the proper implementation of justice in our courts.

Law enforcement from police and judges has become as much contributors to the lawlessness and criminality as the criminals themselves because of its inaction. Yes, we are experiencing an overall degradation of respect for the laws which were created to protect us. Most of us live and die committing small crimes which we consider to be innocuous, but often small is a license to tell our minds that a little bigger offense is not a problem. Maybe so, but the reality is that a country who allows crime to increase 37% since 2014 and continues on an upward path, cannot end up with safe communities. Let's not point our fingers at the 12-year-old criminals, but look at marginalized and vulnerable citizens not capable to lead exemplary family lives and the adults that use recruitment of these kids to commit the crimes.

Apresentador Augusto Bandeira

Tema da semana:

Convidados

Laurentino Esteves

Rómulo M. Ávila

Vítor Silva

A reforma da lei das Fianças e Sentenças.

Manuel DaCosta Editorial
Photo: Copyrights

THE SWEETEST INVESTMENT ON THE MARKET

Own a Toronto landmark — the beloved Doce Minho Bakery, its adjoining commercial buildings, and a custom-built home — all part of one rare, turnkey investment.

For decades, Doce Minho has been more than a bakery; it’s been a gathering place and a neighbourhood anchor. Now, for the first time, this entire property package is being o ered as a complete ownership opportunity — the business, the real estate, and the legacy.

A RARE RECIPE FOR SUCCESS:

OWN, PAY YOURSELF, BUILD YOUR LEGACY

• Prime Toronto location with mixed-use zoning

free-standing industrial/commercial building, having a commercial employment zoning permitting a spectrum of commercial and industrial uses, including automotive, auto body and collision repairs, gasoline bar, vehicle sales establishment, and car wash. The property is partially owner-occupied and partially tenanted, generating income on a month-to-month basis. The property and business must be sold simultaneously.

CORNER LOCATION | ASSEMBLY OF 5 PROPERTIES

Development Opportunity. An assembly of 5 properties, with a combined land area of approx. 16,000 sq. ft. Walking distance to the future Metrolinx station. Property consists of: Corner 3 bays auto repair garage, o ce washroom& parking; duuplexed 2 story building with full basement; auto leasing dealership facilities with 70 outdoor parking spaces.

The hole in the fence

The federal government has decided to go all Ronald Reagan on us by announcing that they're getting tough on crime. They're apparently betting on the tightening of bail laws and beefing up sentencing laws to be the next great weapon. Of main concern seems to be repeat and violent offenders.

All around, it makes it tougher to get bail and more likely to get concurrent sentences, for those who commit various crimes before getting caught. People all for it, others, not so much. After all, isn’t it just more of the same? I’m pretty sure that just about everyone knows that the American-styled, heavy-handed punishments do more for the pockets of the privately-run prisons than they do

to deter criminals. It’s blatantly obvious that stiffer sentences don’t bring down the numbers, but there are a lot of people out there that still believe that tougher stances against criminals work well to deter them. But look at the States, the highest number of incarcerated people on the entire planet, yet they continue to use the same line of thinking.

No government is going to make it easier on criminals and expect to get elected, except if you’re Donald Trump. Generally, a ‘tough on crime’ approach never costs you votes. So Carney is now diverting attention to crime, while other issues that speak more to the cause of crime than the new reforms, sit on the desk, (and I wonder if this isn’t to appease the southern king). There seem to be issues of letting violent

criminals walk the street while they await trial, and sex offenders that shouldn’t be walking around at all, but these issues have been in the public domain for decades, and no other ‘fixes’ seem to have worked because here we are today. It’s like the farmer whose orchard keeps getting invaded by the neighbour’s goats.

The goats come in through a hole in the farmer’s fence. When he sees the goats in his orchard, he grabs a stick to shoo them away. When they come back again, he gets a bigger stick, and then a bigger one, and the cycle continues. No government ever takes the time to fix the damn fence! Ok, we’re not talking about problems as simple as mending an enclosure, but the fact remains that a problem can only be resolved by going to the root. This is what you do

when you are working for the wellbeing of everyone. Heavier sentences ignore the root of the problem. The system we live in doesn’t have safeguards ‘in case’ of certain societal problems; it can predict them, because they are a product of the system itself. What the system does well is convince most of us that the causes of all these problems lie within our ranks. The real crooks are up there telling us how great they are and how much of a benefit they are to all of us. They tighten the screws daily while simultaneously telling us they are making it better for everyone. They tell us they are taking great strides, while they sit in a comfy chair.

Fiquem bem, Raul Freitas/MS

Bail Reform in Canada

Understanding Bill C-14 and the push for change

Bail reform has been a prominent topic in Canadian politics, particularly in recent years as governments respond to concerns about public safety, repeat offenses, and the balance between individual rights and community protection. I will try to outline the key aspects of bail reform debates in Canada, with a focus on Bill C-14, the rationale behind the proposed changes, and the potential long-term implications for Canadians.

What is Bill C-14 and the bail/sentencing reform conversation?

Bill C-14 refers to a legislative initiative in the Canadian Parliament that has been discussed in the context of criminal justice reform, including bail and sentencing measures. While the specific contents of Bill C-14 can vary by session and legislative amendments, the bill has generally been associated with tightening the conditions under which accused individuals can be released on bail. Reforms to sentencing, including considerations for consecutive sentences and the handling of repeat or violent offenses. Adjustments to how judges apply remand and release conditions to better address public safety concerns. Bail reform...stricter bail eligibility criteria, longer wait times for trials, and more stringent conditions on release. Provisions that guide judges toward tougher penalties for certain categories of offenses and repeat offenders. Also, proposals that direct or encourage judges to impose consecutive sentences in appropriate cases, rather than concurrent sentences, to reflect the cumulative harm of multiple offenses. Push for stronger measures related to protection against sexual violence, including housing and monitoring considerations for impacted victims. Why are Canadian politicians pushing for these reforms?

Several factors drive the push for bail and sentencing reforms, including public safety and crime trends. Increase in certain property crimes like motor vehicle theft, breakins and violent offenses can heighten public concern about the effectiveness of current bail and sentencing policies. Critics argue that the current system allows individuals with prior convictions to be released too readily, con-

João de Melo

tributing to cycles of reoffending. Communities often seek assurances that offenses will be taken seriously and that courts have tools to address harm and prevent re-offense. Calls for clearer guidelines on sentencing and for consistent application of penalties across cases. Figures like Doug Ford and other provincial and federal leaders advocate for reforms they frame as necessary to protect residents, support law enforcement, and modernize the justice system.

Most politicians in the past would talk rhetoric and never deliver, however, today the public pressure is so immense that politicians all need to sing from the same sheet. Polit icians like Vince Gasparro who is sponsoring the new bill next week in the house of commons is pushing for longer or mandatory minimum-type penalties in certain circum stances. Encouraging or directing courts to impose con secutive rather than concurrent sentences when offenses are separate and cause cumulative harm. Stricter cri teria for release on bail for accused individuals, es pecially those with prior offenses or certain risk factors. Strengthening protections for victims of sexual offenses and other violent crimes, including monitoring and post-release con ditions. Alternatives to incarceration, such as electronic monitoring, and the use of house arrest in appropriate situations.

Bail reform and related sentencing chan ges, such as those discussed in the con text of Bill C-14, reflect a broad political and public safety agenda. Proponents argue that tougher bail rules, stricter sentencing for repeat and violent of fenses, and clearer judicial directions are necessary to protect Canadians and restore confidence in the justice sys tem. Critics caution against potential unintended consequences, including possible infringements on civil liberties, increased costs, and unintended dispro portionate impacts on already marginal ized communities.

For Canadians considering these reforms, the key questions are....do the proposed changes demonstrably reduce crime and recidivism? Do they safeguard the rights of

the accused and victims alike? Are there robust supports and safeguards to prevent negative societal outcomes, such as over-incarceration or inequitable applications?

As debates continue, keeping abreast of official bill texts, parliamentary analyses, and independent evaluations will help voters and policymakers assess whether these changes serve the long-term interests of Canadian society.

Bail reform is coming soon, and l am more optimistic than ever before that something will change.... let’s keep our

Copyright

Longos Versos Longos

João de Melo (n.1949) regressa à Poesia 44 anos depois de «Navegações da terra» e invoca uma ideia de Antoni Gaudí: «A originalidade consiste em voltar à origem».

Oprimeiro poema dá título ao volume de 106 páginas, dividido em 5 sequências (Editora D- Quixote, capa Maria Manuel Lacerda, revisão Sandra Mendes, edição Cecília Andrade) e faz uma advertência sobre os seus versos: «Não comportam imagens/nem o parco

consolo da voz». Mais à frente no poema «Soneto absinto» nova advertência: «Sou dado às prosas, não às musas.» Mas é tudo relativo. Desde logo um dos poemas lembra o poeta Marcolino Candeias («Os poetas não adoecem»), depois pela profissão de fé na Poesia: «A palavra é o totem da tribo, a inscrição/do poeta na voz renascida do coração.» As viagens antigas («Vim das ilhas para Lisboa num navio de vacas») continuam em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo Porto Alegre, Heidelberg, Madrid, Galiza, Singapura, Alexandria,

Nepal ou Bagdade. Mas também Angra do Heroísmo («Também eu por ti jazia qual feto/expelido de um ventre. Na dor/e no heroísmo do teu nome/cidade de Angra/ tão donzela tão dorida». E também o Pico («O Pico é o mundo/em volta, aonde se chega por destino justo») ou o Corvo: «O Corvo é um búzio, o vaso da cornucópia/à flor do mar.» Mais do que convite à viagem, este livro é (ele mesmo) uma viagem, um desafio, uma festa. JCF

Camões TV+ APP

Available NOW

Host Vince Nigro

Guest Howard Green

Saturday 10:30 am Sundays 10:00 am

Saturdays 7:30 am

Photo:
Vincent Black Opinion
Photo: DR

Elas aproximam-se, três caminhos para Belém

A corrida presidencial começa a aquecer. Três nomes destacam-se, Gouveia e Melo, Marques Mendes e António José Seguro. Cada um com virtudes, fragilidades e visões diferentes para o futuro de Portugal.

Caros leitores do Jornal Milénio, nem era minha intenção escrever já sobre este tema, ainda é cedo, mas nada melhor do que alertar quem segue menos a política, especialmente os que vivem fora do país.

Mesmo longe, Portugal continua a ser o nosso país, e todos desejamos o melhor para aquele “cantinho florido à beira-mar”. E digo bem à beira-mar, porque temos uma costa de luxo que nos distingue e nos orgulha.

Na minha modesta opinião, há três candidatos que merecem atenção nas próximas eleições presidenciais. Embora existam outros, as qualidades destes três colocam-nos noutro patamar. Tenho mais inclinação

para um deles, mas respeito todas as opiniões e não sigo estatutos partidários nem apoios políticos.

Deixo aqui a minha análise, simples e direta, para que cada leitor possa refletir e decidir por si.

Henrique Gouveia e Melo

Como todos sabem, é almirante da reserva da Marinha Portuguesa e ficou conhecido por coordenar a vacinação durante a pandemia da COVID-19. Surge como candidato independente e lidera várias sondagens. Mas fica a questão, será que Portugal precisa de um militar como Presidente?

As suas qualidades são reconhecidas. Mostra uma imagem de autoridade, liderança e competência em gestão de crises. Muitos veem nele alguém capaz de unir eleitores de diferentes quadrantes, da direita, esquerda e centro.

Contudo, há fragilidades a considerar, a falta de experiência política é a principal. Embora tenha grande capacidade de comando, não tem um percurso político estruturado. O seu posicionamento ideológico é vago e, sem uma máquina partidária forte, poderá enfrentar dificuldades em mobilizar apoios a nível nacional.

Ex-líder do PSD e figura política de longa data, apresentou a sua candidatura destacando a experiência como trunfo. Defende que o cargo de Presidente da República deve ser “eminentemente político” e não apenas simbólico.

Entre as suas qualidades estão a vasta experiência política, o conhecimento profundo das instituições e a clareza do seu papel como presidente interventivo. É um homem que conhece o país e o funcionamento do Estado como poucos.

Por outro lado, carrega a imagem de político tradicional, e isso pode afastar quem procura mudança. Tem um perfil mais técnico do que carismático, mas é, sem dúvida, um dos estadistas mais experientes que Portugal ainda tem.

Com uma boa campanha, poderá chegar à segunda volta e vencer, pela maturidade e credibilidade que transmite.

António José Seguro

Ex-secretário-geral do PS, foi deputado, eurodeputado e professor universitário. Ao anunciar a sua candidatura, defendeu um país “justo e de excelência”, valorizando

princípios como liberdade, igualdade e solidariedade. Apresenta-se como candidato independente, embora a sua história esteja ligada ao Partido Socialista.

Entre as suas qualidades contam-se a experiência política e académica, a coerência nos valores e a defesa do serviço público. Pode conquistar eleitores que procuram uma alternativa à direita, com uma visão de centro-esquerda. Mas também aqui há fragilidades, esteve afastado da política ativa durante vários anos e poderá ter dificuldades em ganhar visibilidade e ritmo de campanha. Além disso, o seu passado partidário pode limitar o alcance junto dos eleitores mais independentes.

Conclusão

Um destes três poderá ser o próximo Presidente da República. Na minha análise pessoal, o mais bem preparado e conhecedor do país é Luís Marques Mendes. Não basta ser uma figura pública ou ter popularidade momentânea, o cargo exige visão, equilíbrio e experiência.

A escolha será de todos nós. Comecem desde já a avaliar e a pensar no próximo presidente da República. Bom fim de semana!

Henrique Gouveia e Melo. Créditos: DR. Luís Marques Mendes. Créditos: DR.
António José Seguro. Créditos: DR.
Augusto Bandeira Opinião

Também fui visitar Pastores

A diástole da vida me governa. o corpo fustigado pela carência das águas... e obedeço ao vento, ao sol, as luas da verdura. Ruy Duarte de Carvalho

Revejo-me numa tradicional sala de aulas da instrução primária a apontar, num mapa amarelecido pelo tempo, as diferentes províncias (como então se chamavam) que compunham o pequeno retângulo a que chamávamos de Metrópole. Começava pelo Minho e, numa cantilena muito bem ensaiada, vinha embalada por ali abaixo, atravessava sofregamente o Alentejo para, por fim, me quedar pelo Algarve, não fosse mergulhar no mar.

Depois, seguiam-se as ilhas adjacentes (era também assim que se designavam), dispersas por dois arquipélagos, cujas ilhas aprendi também

me cruzar com um crocodilo que se chamava Timor.

Aquela onde eu vivia chamava-se Angola e, muito cedo, soube que era catorze vezes maior do que o espaço onde estavam plantadas as minhas raízes. Enchia-me de orgulho saber que eu vivia na maior delas, naquela onde o olhar não alcança o horizonte dos espaços que indefinidamente se multiplicam. Esse era o meu lugar de pertença, embora soubesse que viera de um outro, que aprendi a conhecer cavalgando as memórias de meus pais, quando a geografia se forma por via da oralidade. E esse lugar era feito de serranias e vales profundos, onde corria o Douro encurralado entre margens apertadas.

Da primeira vez que o visitei, numas férias de família, ao percorrer as sinuosas e íngremes estradas da Régua até Tabuaço, percebi melhor o sentido figurativo do verbo serpentear como figura de estilo. Ha

num abecedário de luzes dispersas aqui e acolá, fui-me familiarizando com o nome das aldeias encavalitadas nas encostas.

Só mais tarde, quando regressei definitivamente, tive oportunidade de atravessar o Alentejo e perceber a diferença entre aquele norte telúrico de Aquilino e Torga e a “charneca rude a abrir em flor” de Florbela Espanca. A sensação mais forte foi sentir que o Alentejo era afinal um pedaço daquela África que eu deixara. À minha frente, desenhavam-se os mesmos espaços a perder de vista, o mesmo silêncio, as mesmas solidões humanas nascidas da falta de vizinhança.

A Casa do Alentejo em Toronto - que tantas vezes frequentei durante a celebração das suas semanas culturais e outras iniciativas de reconhecido mérito, que na passada semana se repetiram -, fez-me muitas vezes regressar à magia desse espaço, onde os dois chãos se fundiam e confundiam no meu imaginário afetivo.

Diane Campos Founder/RCIC

Com mais de 10 anos de experiência a ajudar a comunidade imigrante a construir uma nova vida no Canadá, Diane Campos dá agora início a um novo capítulo com a criação da Campos Immigration Consultancy Inc.

Desde vistos temporários a residência permanente e cidadania, oferecemos orientação personalizada, profissional e dedicada a cada etapa do processo. O nosso compromisso é consigo — com o seu futuro, a sua família, e os seus sonhos.

Afinal, que sabia eu de lonjuras e solidões humanas quando o meu país se reduz a uns

meros 740 km de Estrada Nacional 2 (EN2) que liga Chaves, a Norte, a Faro, no Sul, e cujo trajeto pode ser feito em menos de meia dúzia de horas? Nesta tão curta extensão, o que é o Alentejo senão um pequeno vazio num mapa reduzido à sua pequenez? Sei-o agora, em pleno deserto do Namibe, onde podemos embrenhar-nos por estradas e picadas sem que vivalma se cruze no nosso caminho. Olhar o horizonte e perceber que ele se afasta à medida que vamos avançando. Sentir a nudez da terra onde, no castanho da terra, despontam solitárias welwitschias, plantas que não precisam de água para poderem viver. Olhar as nuvens do céu e saber que em nenhuma delas mora a água que permita sentir o cheiro a terra molhada.

E, agora sim, compreender por que houve uma vez um poeta – Ruy Duarte de Carvalho - que, em vez das lápides dos cemitérios, escolheu ficar sepultado na transumância dos silêncios das tribos de pastores que ele tão bem soube ouvir.

69 REASONS TO RAISE A GLASS

From bold reds to crisp whites, Costa’s Wine Country brings you the finest juices from California, Chile, & Italy. 69 unique varieties and styles ready for your cellar.

Alicante • Albarola • Amarone • Arneis • Barbera • Barolo • Brunello Cabernet Franc • Cabernet Merlot Blend • Cabernet Sauvignon Carignan • Carmenere • Châteauneuf-du-Pape • Chardonnay Chenin Blanc • Chianti • Dolcetto • French Colombard • Gamay Noir Gewurztraminer • Grenache • House White • Lambrusco Liebfraumilch • Malbec • Malaise • Malvasia • Malvasia Nera • Merlot Montepulciano • Moscatel Alejandria • Moscato • Moselle • Nebbiolo Negro Amaro • Nero d’Avola • Palomino • Petit Sirah

Pinot Blanc • Pinot Grigio • Pinot Gris • Pinot

Noir Riesling • Ruby Cabernet • Sangiovese

Sauvignon Blanc • Semillon • Shiraz

Syrah • Thompson Seedless • Torontel

Trebbiano • Valpolicella • Verdicchio

Vermentino • Viognier • White Merlot White

Zinfandel • Zinfandel • Zinfandel Royal

Crédito:
DR Aida Batista Opinião

O ilusionismo orçamental

Esta semana inicia um mês de intenso debate orçamental, em que os trabalhos parlamentares sobre todas as demais matérias ficam suspensos. Na medida em que as políticas públicas habitualmente têm expressão orçamental, às vezes nem reparamos que estamos a discutir cifras e não só palavras. Num certo nível, tudo cabe e tudo é anunciado num Orçamento do Estado. O pior é mesmo esse, quando tanta filosofia não passa daí e o que se prometeu fica muito longe do que é executado. Infelizmente, no próximo ano de 2026, é para onde caminhamos.

Oproblema começa logo no cenário macroeconómico que o Governo traça. Desde o crescimento do PIB ao défice, não é só o Governo da AD que desmente o otimista programa eleitoral da AD. Na verdade, nenhuma outra entidade prevê que o Governo possa obter um excedente orçamental. O Conselho de Finanças Públicas alerta mesmo para “uma possível sobrestimação do comportamento real da economia para 2026”, correspondente a menos 650 milhões em receita, a que acresce em despesa um valor de 1650 milhões acima do previsto.

Isto não é brincadeira nenhuma. Apesar de Portugal se encontrar bem cotado nos mercados financeiros, o nervosismo quanto a soberanos (nomeadamente, a França) existe e a queda em situação de défice ou a violação dos limites de despesa primária

líquida podem, muito bem, merecer uma súbita reapreciação dos mercados financeiros. Isso é especialmente verdadeiro quando se evidencia o descontrole da despesa primária líquida. Inicialmente prevista crescer 5,0% em 2025, chegou a antecipar-se um crescimento de apenas 3,4% em abril. Já neste processo orçamental, no espaço de apenas uma semana, o Governo passou de uma previsão de 4,2 para 5,5%. Está declarado o “fim de festa”, como diz Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia do Porto e recente candidato da AD. Há várias coisas que indicam que este será um primeiro ano de grande contenção, como por exemplo os limites menores para a aquisição de serviços, o aumento inexplicável em quase 50% do saldo orçamental das autarquias ou, ainda, a não-atualização das transferências para a União Europeia.

Também a receita com a venda de imóveis tem sido denunciada como um potencial risco no plano da receita, enquanto o Ministério não qualifica como é que tenciona evitar a consideração em 2026 da descida do IVA sobre a construção ou a descida do IRS para arrendatários e senhorios. Este pacote fiscal dirigido à habitação e orçado em cerca de mil milhões de euros, foi anunciado a 26 de setembro. Mas pode ter a certeza que o assunto não passou impune e que vai deixar marcas num já exíguo exercício orçamental.

Tudo isto foi preciso fazer para “martelar” os números para haver excedente. Não ficaram por aqui. Não é por acaso que a despesa corrente do Ministério da Saúde prevê um corte, em nada explicado por eficiências e poupanças. O mesmo se poderia dizer do corte de 1500 milhões na “despesa verde”, de 400 milhões no Orçamento da Agricultura e no travão ao poder local, que

passa de um crescimento de 12,3 para 1,9%, abaixo da inflação.

É evidente que um dos sacrificados destes furos no cinto será o investimento público. 2024 já foi o pior ano da última década em termos da taxa de execução deste investimento. 2025 promete ser um ano com dificuldades iguais ou maiores, mas o cenário para o próximo ano é mesmo dantesco, com uma quebra de 4% no investimento PRR e de 6% no investimento em infraestruturas e habitação. Também a previsão orçamental do investimento nas escolas desapareceu por completo. Não é por acaso que o investimento militar (1200 milhões de euros) está colocado no obscuro capítulo 60, onde não se reflete na atual previsão do saldo.

Perante este imbróglio, o Governo teve

Miranda e associados queiram fazer do Orçamento aquilo que não é. Afinal, para tentar preservar a bonita expressão de que “este é o segundo orçamento que não aumenta impostos”, a AD precisa de fingir que não irá aumentar os impostos sobre os combustíveis.

A consideração da subida do ISP e do pacote fiscal da habitação fora dos quadros do Orçamento do Estado permitem levantar dúvidas sobre o cumprimento da Lei de Enquadramento Orçamental. São a prova de que se pode ter tirado “cavaleiros orçamentais” mas também se perdeu transparência e visão de conjunto. Noutros anos, chamar-lhe-iam desorçamentação e diriam que é grave. A mim e por nós, o mínimo é chamar-lhe ilusionismo orçamental.

Miguel Costa Matos Opinion

Os filhos dos emigrantes SÃO portugueses de direito

Não é aceitável a demora, por parte da Conservatória dos Registos Centrais do Instituto de Registos e Notariado, na confirmação dos processos de integração dos assentos de nascimento para obtenção da nacionalidade portuguesa, tanto de recém-nascidos ou jovens, como de maiores de idade, todos filhos de pai e/ou mãe portugueses.

Esta demora no Instituto de Registos e Notariado é insustentável, dado o número de cidadãos lusodescendentes que querem adquirir a nacionalidade e têm

o seu processo preso em Portugal. Não se pode atribuir culpa aos postos consulares, pois nestes o processo corre com celeridade. Mesmo com a urgência que deveriam ter as nacionalidades de recém-nascidos e jovens, a demora pode ir até aos dois meses de espera, criando assim uma diferença entre os que residem no território nacional e os que estão fora, não tendo, como se percebe facilmente, igual tratamento. Para além de se tratar de uma situação discriminatória os pais ficam impedidos de viajar com os seus filhos por falta de documentos de identificação. Mas se falamos de dois meses para os atrás referidos, para os maiores de idade, neste caso, a demora na validação da informação enviada pelos consulados ao IRN pode chegar, pasme-se, a um ano e meio. Li algures, e tem todo o sentido, que uma nação se mede pela força

de sua economia, mas define-se pela qualidade de sua cidadania.

Esta situação existe em todo o mundo, tanto na Europa como fora da Europa, e é tanto mais grave e incompreensível quanto o processo de integração. Se recuarmos a 2024, os assentos de nascimento para atribuição de nacionalidade eram feitos em poucos dias ou até mesmo no próprio dia. O governo português tem a obrigação de acabar com estes processos acumulados na Conservatória dos Registos Centrais/ IRN e exigir um processo célere para os que serão agora apresentados. Estes atrasos no Instituto de Registos e Notariado, nos pedidos de nacionalidade portuguesa solicitados através dos postos consulares, têm de acabar imediatamente, a demora é mesmo uma vergonha internacional, mostrando que não valorizamos os nossos.

Os filhos dos emigrantes são portugueses de direito. Isto é uma afirmação, não uma interrogação ou exclamação. Não estamos a falar de crianças recém-nascidas de pais não portugueses, mas sim filhos de mães e pais com nacionalidade lusa que residem fora do território nacional. Exigimos ser tratados como portugueses de primeira, chega de sermos discriminados negativamente, como portugueses de segunda, só porque não vivemos dentro das fronteiras portuguesas.

“Há nações que nascem feitas e nações que se fazem. Portugal é das que se fizeram, contra todos e contra tudo, e nunca teve sossego nas fronteiras, que chegaram a situar-se nos cinco continentes”- Miguel Torga

John Dos Passos O homem, a obra e as raízes portuguesas

No passado mês de outubro, assinalaram-se 55 anos sobre o falecimento de John Dos Passos (1896-1970), um dos mais importantes escritores modernistas norte-americanos, que nunca olvidou ao longo da sua renomada carreira literária o carinho e orgulho pelas suas raízes familiares portuguesas.

As origens lusas do autor de Manhattan Transfer e U.S.A. Trilogy, livros marcantes da América da primeira metade do século XX, descendem de Manuel Joaquim dos Passos, avô paterno do afamado escritor, natural da vila madeirense de Ponta do Sol, onde nasceu em 1816. Manuel Joaquim dos Passos emigrou aos 14 anos de idade para os Estados Unidos da América (EUA), tendo-se radicado em Filadélfia, cidade da Pensilvânia, onde contraiu matrimónio com a americana Ann Cattel. Dessa união nasceram vários filhos, entre eles, um prestigiado advogado, John Randolph dos Passos (1844-1917), pai do escritor americano de origem portuguesa que em 1936, no auge da fama, chegou a ser capa da revista Time.

Amigo de Ernest Hemingway e de outros grandes nomes da literatura mundial, Jonh Dos Passos, que acompanhou as tropas americanas durante a Primeira Guerra Mundial como condutor de ambulâncias, e trabalhou como correspondente durante a Segunda Guerra Mundial, visitou a ilha da Madeira em três ocasiões.

A primeira, ainda em criança, no ano de 1905, acompanhado pelo seu pai, como o mesmo refere na introdução do seu livro The Portugal Story: “Embora eu fosse educado sem qualquer conhecimento da língua portuguesa, a minha família não perdera por completo o contacto com os parentes do meu avô, na Madeira. O meu pai, embora falasse apenas um pouco de francês, além do inglês, nunca se esqueceu de que era meio português. Tinha oito anos quando ele me levou ao Funchal. Lembro-me das visitas de um primo idoso que me dava, no jardim do velho Reid's Hotel, uma lição diária de latim”.

A segunda visita de John dos Passos à Madeira ocorreu em 1921, onde em trânsito a caminho de Lisboa, passeou pelo Funchal relembrando as raízes humildes do seu avô paterno, que fora sapateiro no torrão natal. Mais tarde, em 1960, voltou a visitar a pérola do Atlântico, desta feita, acompanhado pela mulher, Elizabeth Hamlin Dos Passos, e a filha Lucy dos Passos Coggin, onde

foram recebidos pelos familiares e autoridades locais.

No então discurso que realizou em agradecimento à homenagem que recebeu na Ponta do Sol, no decurso dessa terceira e última visita à região arquipelágica, John dos Passos mencionaria: “Desculpem eu não falar a língua dos meus avós. Como sabem o meu avô deixou a Ponta do Sol há muito mais de cem anos. É deveras enternecedor para mim ser recebido com tão grandeza gentileza e consideração. [...].

Mais tarde o meu pai tornou-se cada vez mais interessado a respeito da Madeira e das suas raízes portuguesas. Quando eu tinha oito anos trouxe-me, por algumas semanas ao Funchal. Assim quando aqui cheguei há dias reconheci os rochedos cor púrpura, o mar azul, os mergulhadores e as pequenas lagartixas que correm através dos jardins do Reid’s Hotel. Recordo amável hospitalidade de amigos e parentes da Madeira.”

A ligação estreita de John Dos Passos com a terra do avô paterno é desde o alvorecer do séc. XXI, preservada e dinamizada pelo Centro Cultural John dos Passos, fundado em homenagem ao escritor americano com raízes lusas e localizado no centro da vila da Ponta do Sol.

A instituição, que acolhe exposições temporárias, seminários e conferências,

com destaque particular para o simpósio anual dedicado ao insigne lusodescendente, e incentiva a produção literária e a investigação histórico-literária através do Prémio John Dos Passos, perpetua aquém e além-fronteiras a memória, a obra e as raízes portuguesas de um dos maiores escritores de todos os tempos.

Vitor Silva Opinion
Daniel Bastos Opinião
John Dos Passos (1896-1970)
Crédito: DR

Laços luso-canadianos reforçados na primeira visita oficial de Emídio Sousa

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, realizou de 25 a 31 de outubro a sua primeira visita oficial ao Canadá, com o objetivo de estreitar laços com as comunidades portuguesas e lusodescendentes, bem como reforçar a promoção da língua e cultura portuguesas. A viagem incluiu passagens por Toronto, Edmonton (Vancouver), Otava e Montreal, cidades com importantes comunidades portuguesas. Segundo o censo canadiano de 2021, vivem no país cerca de 448.310 pessoas de ascendência portuguesa, cerca de 1,21% da população, concentradas principalmente em Ontário e Quebec.

Em Toronto, o primeiro dia foi marcado por dois momentos simbólicos. O governante presidiu à cerimónia de entrega da Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, Grau Ouro, a Anabela Taborda, presidente da Associação Comercial do Little Portugal, em reconhecimento ao seu trabalho discreto, mas essencial, em prol do associativismo e da valorização da cultura luso-canadiana. Emídio Sousa destacou que “muitas vezes, o trabalho mais importante é feito de forma discreta, e é justo reconhecê-lo”. Visivelmente emocionada, Anabela Taborda afirmou que ajuda os outros de coração, e que o reconhecimento é também dedicado aos portugueses que sempre marcaram a sua vida.

Durante a visita, Emídio Sousa participou ainda na assinatura de um protocolo de cooperação entre o Instituto Camões e o Portuguese-Canadian History Project, com o apoio da Universidade de York. O acordo visa aprofundar o estudo da presença portuguesa no Canadá e reforçar a língua e cultura portuguesas no meio académico. Ao longo da estadia, o governante reuniu-se com empresários portugueses, dirigentes associativos e autoridades locais, e visitou os consulados-gerais de Portugal em Toronto e Montreal, além da Secção Consular da Embaixada em Otava. Em Edmonton, participou na apresentação da nova Câmara de Comércio Portugal-Canadá, fortalecendo o papel das comunidades como ponte económica e cultural entre os dois países. Um dos pontos altos da visita foi o anúncio de que Portugal estuda criar um Centro de Atendimento Consular (CAC) em Toronto. Este modelo, implementado desde 2018 em países europeus, centraliza e agiliza o atendimento consular por telefone, e-mail ou videoconferência. Apesar de ainda não existir verba no Orçamento de Estado, Emídio Sousa confirmou que a extensão do CAC ao Canadá faz parte das intenções do Governo, garantindo maior eficiência e qualidade nos serviços consulares. Ele destacou que os serviços atuais já funcionam bem e que a criação do CAC permitiria melhorar a comunicação entre os consulados de Toronto, Montreal e Vancouver. No âmbito do fortalecimento comunitário, a comitiva visitou o Magellan Community Centre, em Toronto, acompanhado pelo Chair do Board, Comendador Manuel Da Costa. A visita permitiu conhecer a nova unidade de cuidados continuados, destacando o impacto e a solidariedade da comunidade portuguesa no Canadá.

Emídio Sousa ressaltou a importância do cuidado familiar e comunitário, reconhecendo a dificuldade de conciliar trabalho e vida familiar, e elogiou a solidariedade dos portugueses. Manuel Da Costa destacou que o projeto é fruto do envolvimento ativo da comunidade, com voluntários comprometidos e empresários empenhados em garantir o financiamento da obra. A Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, elogiou a rápida evolução do projeto, lembrando que há poucos meses existia apenas uma tenda e hoje já conta com cinco andares, representando solidariedade, persistência e espírito comunitário português.

Outro momento simbólico da agenda foi a visita ao Portuguese Walk of Fame e à Praça Camões, locais que homenageiam o trabalho comunitário da diáspora luso-canadiana. O Embaixador de Portugal no Canadá, António Leão Rocha, destacou a importância da visita para conhecer a realidade local e valorizar o papel das pessoas e instituições que mantêm viva a comunidade. A última etapa da visita em Toronto incluiu o Centro Cultural Português de Mississauga, onde foi assinado um Protocolo de Cooperação entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a Escola Fernando Pessoa, visando o ensino e valorização da língua portuguesa.

Ao longo de toda a visita, Emídio Sousa constatou o dinamismo, a solidariedade e o empenho das comunidades portuguesas no Canadá. O governante destacou o interesse crescente pelo aprendizado da língua portuguesa, não apenas entre jovens luso-

descendentes, mas também entre adultos não portugueses, motivados por negócios, casamento, turismo ou simples curiosidade cultural. Para ele, o sucesso da comunidade deve-se ao esforço e à dedicação dos próprios emigrantes, que levam consigo uma cultura de trabalho, respeito e integração, tornando-se verdadeiros embaixadores de Portugal. Sobre os serviços consulares, Emídio Sousa garantiu que funcionam de forma eficiente. Ele explicou que muitos adultos, nascidos no Canadá ou residentes há décadas, procuram regularizar a documentação, e que o Consulado de Toronto está a atender a demanda, com permanências consulares para facilitar o acesso. A visita, portanto, reforça não apenas o orgulho de Portugal pela sua diáspora, mas também a valorização do trabalho comunitário, do associativismo e da solidariedade, elementos centrais na preservação da identidade portuguesa no exterior.

Em síntese, a primeira visita oficial de Emídio Sousa ao Canadá foi um marco de proximidade institucional, reconhecimento do contributo português à sociedade canadiana e fortalecimento dos laços culturais, económicos e sociais entre Portugal e a sua diáspora. Entre homenagens, protocolos, projetos comunitários e encontros com a comunidade, a mensagem foi clara: os portugueses no Canadá são ativos, solidários e respeitados, mantendo vivas tradições, promovendo a língua e cultura e deixando um legado de solidariedade, esforço coletivo e esperança para as futuras gerações.

RMA/MS

MAIS FOTOS

Dia dos Seniores celebrou a alegria e o espírito alentejano em Toronto

Integrado na quadragésima edição da Semana Cultural Alentejana, o Dia dos Seniores foi celebrado na quar-ta-feira, dia 22, com um animado almoço-convívio no Salão Nobre da Casa do Alentejo de Toronto. O en-contro reuniu dezenas de idosos que, ao longo das décadas, ajudaram a construir a história da comunidade portuguesa no Canadá — homens e mulheres que, com trabalho e saudade, levaram o Alentejo e Portugal no coração para terras longínquas.

Oalmoço, oferecido com carinho ao Grupo Vida e Esperança do Centro Abrigo, ao First Portuguese e à Casa dos Açores do Ontário, proporcionou um momento de partilha, reencontros e muita alegria. À volta da me-sa, trocaram-se sorrisos, histórias e abraços, num ambiente onde a amizade e o espírito comunitário falaram mais alto.

A tarde foi animada por Ruben Lameira e pela Banda “Modas Avulso”, que encheram o salão de música e emoção. As sonoridades do cante e das modas alentejanas ecoaram com força, convidando todos a cantar e a dançar — como se o Alentejo tivesse atravessado o oceano para se fazer ouvir no coração de Toronto.

A Casa do Alentejo de Toronto, organizadora e patrocinadora da iniciativa, sublinhou a importância de ce-lebrar os mais velhos, reconhecendo neles o alicerce da comunidade. “Estes momentos são um tributo à vida, à memória e à identidade que os nossos seniores continuam a preservar com tanto amor”, destacou a direção da instituição.

Teresa Luís, vice-presidente da Casa, reforçou o compromisso da associação em manter viva esta tradição de carinho e respeito pelos mais velhos: “Os nossos seniores são parte essencial da história da Casa do Alentejo. São eles que nos mostraram o valor do trabalho, da união e da perseverança. Tudo o que hoje temos - esta comunidade forte, ativa e reconhecidadevemos em grande parte a eles”, afirmou Teresa Luís.

“Aqui, nunca serão esquecidos. A Casa do Alentejo será sempre a sua casa, um espaço onde são acolhidos com o mesmo carinho e gratidão de sempre. Fazemos questão de lhes retribuir um pouco do muito que nos deram.”

A vice-presidente sublinhou ainda que a instituição pretende continuar a promover iniciativas dedicadas aos mais velhos: “É fundamental honrar o caminho de quem chegou antes de nós, de quem enfrentou

tantas dificuldades para abrir portas às novas gerações. Celebrar os nossos seniores é celebrar as nossas raízes, a nossa cultura e a força da comunidade portuguesa no Canadá. Enquanto cá estivermos, estas homenagens vão continuar.”

Por seu turno, Teresa de Sousa, diretora da Casa do Alentejo e coordenadora deste evento em particular de-dicado aos mais velhos da comunidade, mostrou-se emocionada ao ver tantos idosos reunidos e felizes. “Es-te é um dos dias que mais prazer me dá organizar. É maravilhoso ver a energia, a alegria e a gratidão com que os nossos seniores participam”, afirmou.

Ver este salão cheio de alegria e boa disposição é, segundo Teresa de Sousa, um sinal claro de que a comuni-dade está no caminho certo. “Quando conseguimos proporcionar momentos assim, em que todos se sen-tem valorizados e incluídos, percebemos que o nosso trabalho faz realmente a diferença”, sublinhou.

Teresa de Sousa salientou ainda que “construir o presente e o futuro é também honrar o passado” e garantiu que, enquanto puder, continuará a dedicar-se a esta faixa etária que tanto contribuiu para a comunidade. “Nunca me esquecerei deles”, concluiu.

Com mais um Dia dos Seniores vivido com emoção e ternura, ficou a certeza de que envelhecer com digni-dade, alegria e pertença continua a ser uma prioridade para a Casa do Alentejo — onde cada gesto de conví-vio é também um gesto de gratidão.

Tenha a tranquilidade que só um advogado experiente

pode oferecer

Fernando Martins é advogado e notário público com mais de 30 anos de experiência a servir clientes no Canadá, Portugal, Brasil e em todo o mundo.

MARTINS LAW FIRM especializa em:

Imigração: Todas as áreas da lei de imigração canadiana, incluindo:

• residência permanente • entrada expressa • residência temporária

• pedidos de cidadania • renovações de cartão de residente permanente

• apelos ao Tribunal Federal • apelos de ordens de deportação • LMIAs

Direito Criminal: incluindo assaltos, agressões e roubos; crimes de condução sob influência de álcool ou droga; assédio.

Testamentos e Procurações (Powers of Attorney)

MARTINS LAW FIRM preocupa-se com os melhores resultados possíveis.

O nosso objetivo é prestar soluções honestas e uma abordagem altamente personalizada e de alta qualidade para cada caso.

Fernando Martins tem representado clientes no Tribunal Federal, Tribunal Superior de Ontário, Tribunal de Justiça de Ontário e Immigration Appeal Division.

RMA/MS
Credito:
Adriana
Paparella
MAIS
FOTOS

PS nomeia Vítor Silva coordenador

Para o círculo de fora da Europa

No âmbito da criação do Departamento de Comunidades do PS e do reforço da ligação às estruturas e militantes do PS no estrangeiro e às Comunidades nas suas diversas componentes setoriais, o PS designa “Coordenador do PS para o Círculo de Fora da Europa” Vítor Silva, militante da secção do PS/Toronto, Canadá, e cabeça de lista por este círculo eleitoral nas últimas eleições legislativas.

Vítor Silva, nascido em Angola há 51 anos, viveu em Trás-os-Montes e emigrou para o Canadá em 2018, onde é sócio e diretor financeiro de uma empresa de referência da comunidade portuguesa local. É membro do Conselho de Administração do lar de idosos Magellan — um dos mais emblemáticos projetos da comunidade luso-canadiana — e tem um percurso marcado pelo envolvimento cívico e político.

Entre as suas prioridades, em articulação com o Departamento de Comunidades, dirigido pelo ex-deputado Paulo Pisco, Vítor Silva tem como tarefas afirmar o PS no Círculo de Fora da Europa, incentivando a militância no PS e promovendo iniciativas que auscultem as necessidades dos portugueses residentes no estrangeiro e defendam os seus interesses.

Para Vítor Silva, as Comunidades Portuguesas representam uma extensão viva de Portugal, constituindo um dos principais ativos da política externa e do desenvolvimento nacional.

São pontes económicas, culturais e sociais entre o país e as sociedades que as acolhem, e uma expressão dinâmica da lusofonia contemporânea, com uma extraordinária capacidade de projetar Portugal no mundo.

A Voz Identitária em O Herdeiro de Michael Gouveia

O romance O Herdeiro, de Michael Gouveia, dá voz a uma geração de jovens que cresceram entre duas culturas e procuram o seu lugar num mundo dividido entre a herança familiar e a realidade contemporânea. Com delicadeza e autenticidade, o autor canadiano de origem açoriana constrói uma narrativa que reflete as tensões e as esperanças da diáspora portuguesa no Quebeque.

Ahistória acompanha João Silva, um jovem introspectivo e sensível, cuja vida se desenrola entre o lar protetor dos pais e o espaço social onde se sente, muitas vezes, estrangeiro. Filho de imigrantes, João é amado, mas cresce isolado, encontrando refúgio nos estudos e na observação silenciosa do mundo que o rodeia. Ao longo do livro, Gouveia explora a solidão e a busca de identidade que marcam tantas trajetórias familiares da emigração. A escola, o recreio e a convivência com os colegas tornam-se espelhos de um sentimento de diferença que, longe de o afastar, o ensina a compreender o valor da interioridade e da palavra.

A força de O Herdeiro está na sua sinceridade. Sem dramatismos, o autor revela

as contradições emocionais de quem tenta conciliar duas pertenças: a dos pais e a do país onde nasceu. Muitos jovens filhos de imigrantes vivem esse mesmo dilema — entre o desejo de integração e o medo de perder as raízes. Uns disfarçam o sotaque familiar, outros esforçam-se por preservar a língua e os costumes. Mas todos partilham o mesmo desafio: descobrir uma voz própria entre mundos que raramente se encontram.

Gouveia escreve com maturidade e empatia, mostrando que a identidade não se escolhe entre “isto” ou “aquilo”, mas se constrói no encontro de muitas partes. Ser luso-canadiano é, para o protagonista, uma aprendizagem de equilíbrio e aceitação — uma forma de compreender que as fronteiras culturais podem tornar-se pontes de pertença.

Essa visão amplia a leitura do romance para além da experiência pessoal. O Herdeiro fala de todas as fronteiras invisíveis — as que separam gerações, línguas, afetos e modos de ser. O que começa como um retrato íntimo de um jovem em formação transforma-se num testemunho universal sobre a necessidade de reconciliação entre o que herdamos e o que escolhemos ser. A escrita de Gouveia destaca-se pela sua

clareza e sensibilidade poética. Há nela ecos da introspeção de quem olha o passado sem nostalgia e o futuro sem pressa. O autor parece dizer-nos que a verdadeira liberdade nasce quando deixamos de procurar um único lugar de pertença e aceitamos a pluralidade do nosso ser.

Com O Herdeiro, Michael Gouveia afirma-se como uma das vozes emergentes e promissoras da nova geração luso-canadiana. Através de uma linguagem simples e luminosa, transforma a experiência da diferença em matéria de arte e reflexão.

O seu livro lembra-nos que, entre culturas, não se perde — ganha-se amplitude. E que é possível, mesmo longe das origens, reinventar a herança recebida e dar-lhe novo significado.

Nota biográfica

Michael Gouveia é de origem portuguesa, filho de imigrantes açorianos. Nasceu em Montréal e cresceu em Laval, no Quebeque. Com um bacharelato em Estudos Literários pela Université du Québec à Montréal (UQAM), trabalha atualmente no setor educacional, prestando apoio a alunos com necessidades especiais. Publicou em 2021 a coletânea de poesia Les exercices somnam-

bules e estreou-se na ficção com L’Héritier em 2023. Os dois livros estão traduzidos em português e foram publicados pela Imprensa Nacional, Lisboa em 2025. Manuela Marujo

Intercâmbio cultural organizado pelo Núcleo de Leitura da Casa do Alentejo

Após a pausa de verão, em julho e agosto, o Núcleo de Leitura voltou à atividade tendo sido a reunião de setembro selecionada para os membros partilharem as suas leituras de verão.

Em outubro, o Núcleo organizou uma atividade literária fora de vulgar para o dia 23: reunir na Casa do Alentejo, no decorrer da sua Semana Cultural, os membros e amigos do Núcleo e da Casa, e o público em geral, para ficarem a conhecer vários autores luso-canadianos de Montreal e Laval e as suas obras. O evento foi enriquecedor e bem concorrido.

Como sabemos, as duas grandes comunidades luso-canadianas situam-se nas vizinhas províncias do Ontário e do Quebeque. Infelizmente, os encontros proporcionados para se organizar atividades conjuntas, culturais e outras, são ainda raros, embora muito apreciados. Vieram de Montreal,

quatro autores que apresentaram as suas obras, sendo três deles mulheres:

• Joaquina Pires, com a antologia MULHERES PORTUGUESAS NO QUEBEQUE. CAMINHOS DA LIBERDADE, coorganizada com a cronista Aida Baptista;

• Maria Adelaide Oliveira, autora de um romance, O MANUSCRITO. ANTES QUE A MEMÓRIA SE APAGUE;

• Maria João Sousa, com um livro de poesia, RAMALHETE DE EMOÇÕES.

O autor em destaque do evento foi o jovem Michael Gouveia, cujo livro chamou a atenção de intelectuais luso-norte-americanos logo após a sua publicação, tanto no Quebeque como nos Estados Unidos, pelo que já foi traduzido do francês para português pela Dra. Leonor Simas Almeida com o título de O HERDEIRO (L’HÉRITIER). Lusodescendente, filho de pais açorianos, Michael publicou um primeiro livro de poesia

em francês, e em seguida o romance. Foi a Prof. Manuela Marujo quem fez uma excelente apresentação do livro nesse fim de tarde. Para terminar, Michael agradeceu, num português bastante fluente, as atenções que tem recebido da parte daqueles que apreciaram a sua obra. Depois das apresentações, os presentes puderam folhear e obter as obras expostas na Feira do Livro Interativa. Presentes como convidadas de honra, estiveram a Dra. Ana Riquito, Cônsul-Geral; a Leitora de Português da Universidade de Toronto, Anaísa Gordino; e Maria Rosário Gaspar, Coordenadora do Ensino Português para o Canadá, sendo ambas vinculadas ao Instituto Camões. Houve tempo de sobra para os autores conviverem com estas entidades, cujos contactos poderão facilitar a promoção das suas obras. Houve também tempo, nesses dois dias em que as autoras ficaram em Toronto, para visitar alguns pontos de interesse na comunidade e na Universidade de Toronto.

Quanto ao jovem autor, tinha família a visitar não longe de Toronto. A ele e às nossas viajantes, desejamos continuada criatividade e ativismo comunitário para ajudar a fortalecer os laços que nos unem como membros de comunidades luso-canadianas em transição.

Nota: O Núcleo de Leitura da Casa do Alentejo pode ser contactado por Messenger no seu Facebook Group do mesmo nome, ou pelo e-mail: nucleodeleituracat@gmail.com

Ilda Januário e Carmen Carvalho

Carney visita novo submarino sul-coreano O Canadá pondera encomenda de vários milhares de milhões de dólares

A Coreia do Sul colocou todo o seu peso político por detrás da sua ousada e arriscada tentativa de vender submarinos ao Canadá quando o primeiro-ministro Mark Carney visitou um dos novos submarinos do país e as instalações navais onde seriam construídas as embarcações.

Oprimeiro-ministro sul-coreano

Kim Min-seok acompanhou Carney na visita às instalações da Hanwha Ocean Ltd., em Geoje, a 96 quilómetros de Gyeongju, onde decorre a cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC). Mais cedo, no mesmo dia, Carney reuniu-se também com o novo presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung. A Hanwha Ocean e o seu parceiro Hyundai Heavy Industries têm sido bastante agressivos na tentativa de vender ao Canadá o submarino KSS-III (Batch 2), tendo entregue ao governo federal, no inverno passado, pouco antes das últimas eleições, uma proposta detalhada e não solicitada.

O submarino que Carney visitou foi lançado recentemente e construído para a marinha sul-coreana. Contudo, num ousado gesto de marketing, içava uma bandeira canadiana no mastro, enquanto uma segunda embarcação, ainda em construção nas proximidades, estava decorada com bandeiras da Coreia do Sul e do Canadá.

Mostrar ao primeiro-ministro um submarino ainda em construção foi uma forma pouco subtil dos coreanos demonstrarem que as suas linhas de produção estão ativas e que conseguem cumprir a promessa de entregar quatro submarinos ao Canadá até 2035, data limite para a Marinha canadiana começar a retirar os quatro antigos submarinos da classe Victoria.

O ministro da Defesa, David McGuinty, e o vice-almirante Angus Topshee, comandante da Marinha Real Canadiana, também participaram na visita. “É um submarino lindíssimo”, afirmou Topshee aos jornalistas, “Fiquei realmente impressionado com o tamanho da embarcação, a qualidade das acomodações da tripulação e a disposição do centro de informações de combate, de onde o submarino é controlado. É um navio impressionante.”

Carney não fez declarações após a visita nem depois do encontro com os principais executivos da empresa.

O executivo da Hanwha Ocean, Steve Jeong, antigo vice-almirante da marinha sul-coreana, afirmou que Carney fez muitas perguntas específicas e pareceu impressionado com o que viu.

A visita teve um significado importante, pois indica que o governo federal está preparado para tomar uma decisão rapidamente, possivelmente já no próximo ano. CBC/MS

Ford apela ao embaixador dos EUA para “enterrar o machado” e pedir desculpa após tirada ofensiva

O primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, classificou como “absolutamente inaceitável” e “indigna de um embaixador” a tirada repleta de palavrões do embaixador dos Estados Unidos, Pete Hoekstra, dirigida ao representante comercial de Ontário.

Oincidente ocorreu na segunda-feira (27), durante um evento do Canadian American Business Council, em Ottawa, onde, segundo várias testemunhas ouvidas pela CBC News, Hoekstra foi visto num acalorado confronto com David Paterson, representante comercial de Ontário. As fontes que assistiram ao episódio falaram com a CBC sob condição de anonimato. A discussão, alegadamente repleta de insultos e linguagem ofensiva, mencionou o nome de Doug Ford e parece ter sido motivada por um anúncio televisivo anti-tarifas lançado pelo governo de Ontário nos Estados Unidos, que foi transmitido até segunda-feira (27) e que enfureceu o presidente norte-americano Donald Trump.

Embora Ford tenha reiterado que o anúncio foi “a coisa certa a fazer”, apelou a Hoekstra para pedir desculpa a Paterson e retomar as negociações. “Pete [Hoekstra], tens de ligar ao Dave [Paterson] e pedir-lhe desculpa. É simples”, disse Ford numa conferência de imprensa. “Eu também me exalto às vezes, mas basta ligar ao homem e enterrar o machado.”

Ford explicou que o anúncio foi uma forma de responder aos repetidos ataques de Trump contra Ontário e o Canadá. “O que é que eles esperam que eu faça? Que fique quieto e me renda, como toda a gente?”, questionou, acrescentando que o vídeo foi “um sucesso”, com mais de 11,4 mil milhões de visualizações.

“Então, porque é que o presidente não começa a ser simpático? Porque não joga limpo no mesmo campo de areia com o seu maior cliente do mundo inteiro e assim fica tudo bem?”, afirmou Ford.

O anúncio apresenta um discurso anti-tarifas do ex-presidente norte-americano Ronald Reagan, que Ford disse ser uma posição que o conhecido líder republicano defendeu em várias ocasiões.

“O Ronald Reagan diz a verdade. Uma tarifa sobre o Canadá é um imposto sobre o povo americano”, concluiu Ford.

Apesar do conflito, Ford descreveu Hoekstra como “um bom tipo” e contou que tem uma aposta com ele sobre as World Series, em que o perdedor terá de vestir a camisola da equipa vencedora.

Hoekstra já tinha sido notícia no passado por declarações controversas sobre as relações entre o Canadá e os Estados Unidos. Chegou a descrever as represálias canadianas às tarifas impostas por Trump como “mesquinhas”, criticando os boicotes norte-americanos a bebidas e o facto de muitos canadianos escolherem passar férias fora dos EUA.

O embaixador também tentou minimizar as provocações de Trump sobre o Canadá “tornar-se o 51.º estado americano”, descrevendo-as como uma expressão de carinho.

CBC/MS

O Training Centre da LiUNA Local 183 destacou-se novamente na terça-feira, 28, ao realizar o Industry Awareness Event, evento dedicado a reconhecer alunos e colaboradores que se distinguem diariamente pelo seu contributo essencial à segurança e qualidade na construção. Mais do que um encontro, o evento é um espaço de partilha, atualização e celebração do trabalho desenvolvido pelo Centro de Formação, valorizando o empenho, dedicação e mérito dos formandos e da equipa.

Aabertura contou com Sandro Pinto, diretor executivo do Training Centre, que reforçou que a formação é um dos pilares do sindicato. Em um setor cada vez mais exigente, salientou a necessidade de preparar melhor os profissionais, investir continuamente em inovação e qualificação. Num contexto de escassez de mão-de-obra, Pinto destacou que o futuro da construção depende de profissionais capacitados e preparados para enfrentar novos desafios. Joseph S. Mancinelli, Vice-Presidente Internacional da LiUNA e Diretor do Canadá, enfatizou a importância de parcerias estratégicas entre trabalhadores, empresas e governo, destacando que a colaboração gera os melhores resultados. “Quando trabalhamos juntos – com autoridades, empresas ou comunidades – alcançamos resultados duradouros”, afirmou. A segurança laboral foi apontada como prioridade máxima. “A segurança é nosso compromisso número um. Queremos que todos regressem a casa em segurança, junto de suas famílias. Esse é o verdadeiro significado do lema Home Safe”, reforçou Mancinelli.

O evento celebrou ainda a assinatura de novos contratos e o fortalecimento de laços, tanto no sentido literal – construção de pontes – como no figurado, na relação entre trabalhadores e empregadores. Mancinelli destacou o papel da LiUNA na assistência à indústria e na promoção de uma cultura de trabalho colaborativa e responsável. Outro tema central foi o futuro da construção e o papel das novas gerações. Os jovens trabalhadores foram elogiados como essenciais para a continuidade e crescimento do setor. “Precisamos oferecer oportunidades, formação e estabilidade. É assim que asseguramos o futuro das nossas comunidades”, afirmou Mancinelli. Ele ressaltou também que a imigração é fundamental para suprir a demanda por mão-de-obra qualificada e manter o dinamismo da construção civil, tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos e outros países.

Jack Oliveira, Business Manager da LiUNA Local 183, dirigiu-se aos presentes com agradecimentos e otimismo. Saudou

sócios, pensionistas e a comunidade, destacando a importância de parceiros empresariais na formação dos trabalhadores. Oliveira reforçou que a modernização tecnológica deve caminhar lado a lado com a segurança laboral. “Todos os anos surgem novas tecnologias e é essencial analisar formas eficientes e seguras de implementação. Queremos que os nossos trabalhadores exerçam funções com segurança e que nossos parceiros se sintam confiantes, evitando acidentes”, sublinhou. Para Oliveira, o sucesso da organização reside na união e partilha de responsabilidades. “A tecnologia é um desafio constante, não só todos os anos, mas diariamente. Temos de estar atentos e preparados para garantir que nossos membros vão para o trabalho contentes e seguros, e regressem a casa junto de suas famílias. Esse é nosso principal objetivo”, acrescentou. Durante a cerimónia, trabalhadores e empresas foram homenageados pelo contributo à formação e pelo compromisso com a excelência profissional. “Reconhecemos aqueles que vão além, que se esforçam para fazer sempre melhor. Estas empresas dão oportunidades à nova geração, jovens que, através da formação sindical, se tornam profissionais essenciais na construção de Ontário”, explicou Oliveira.

O dirigente destacou ainda a importância do trabalho diário da LiUNA na integração e formação de novos trabalhadores. “Trabalhamos todos os dias para preparar a força laboral do futuro, contando com organizações parceiras que realizam um trabalho magnífico.” No encerramento, Oliveira deixou uma mensagem de gratidão e compromisso: “Agradecemos a todos – empresários, trabalhadores e parceiros – e à comunicação social, que divulga estas iniciativas. Esperamos continuar assim, ano após ano, e que daqui a 50 anos possamos estar juntos, com mais tecnologia, mais sabedoria e o mesmo espírito de equipa. Isso não é apenas uma organização – é teamwork. Quando trabalhamos juntos, os resultados são sempre positivos.”

O evento terminou com sentimento de orgulho e motivação renovada. A LiUNA Local 183 reafirmou seu papel essencial na formação profissional, valorização do trabalhador e construção de um futuro mais seguro, inovador e solidário para o setor da construção em Ontário. O Training Centre foi ainda reconhecido como um dos melhores da América do Norte.

RMA/MS

Credito: Adriana Paparella Creditos:

AUTONOMIAS

Madeira

reforça prevenção do cancro da mama com nova ronda de rastreios

O cancro da mama é uma doença que tem vindo a aumentar, mas também é uma das que apresentam uma elevada taxa de sobrevivência, afirmou Ricardo Sousa, presidente do Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro, no âmbito da sessão pública so-

bre prevenção e diagnóstico precoce da doença, que decorre ao longo desta manhã, no Museu de Arte Sacra no Funchal.

“Em Portugal, cerca de nove mil pessoas são diagnosticadas, sendo que duas mil já chegam tarde. Isso significa

que há dois aspetos que devemos ponderar. O primeiro é que estamos a diagnosticar mais o serviço de saúde está a funcionar. No entanto, há também casos que nos devem preocupar: muitas pessoas não comparecem aos rastreios, nem respondem às convocatórias, e isso faz a diferença para

essas duas mil que, infelizmente, não vão a tempo”, explicou.

O presidente acrescentou que um estudo divulgado ontem revelou que quem falta ao primeiro rastreio aumenta em 40% a probabilidade de vir a ter a doença num estado mais avançado.

Em média, na Madeira são registados cerca de 300 novos casos por ano de cancro da mama. Ricardo Sousa salienta ainda que o autodiagnóstico pode ser uma ajuda importante.

Também em declarações aos jornalistas, a secretária regional da Saúde e Proteção Civil afirmou que está a decorrer a décima volta do rastreio do cancro da mama um programa que já se realiza há 25 anos na Madeira destinado a mulheres assintomáticas entre os 45 e os 74 anos.

Micaela Freitas estima que nesta nova fase sejam chamadas cerca de 62 mil mulheres. “Neste momento, o primeiro concelho abrangido é o de Santa Cruz. Estamos lá a realizar os exames, foram notificadas várias utentes e estimamos que, ao longo desta décima ronda, cheguemos às 62 mil. O que pedimos é que todas adiram ao rastreio, que é uma forma eficaz de, primeiro, evitar mortes e, depois, garantir que o tratamento seja menos agressivo e que a taxa de sobrevivência seja maior”, sublinhou. JM/MS

Nova via rápida entre a Ribeira Brava e a Calheta depende de parcerias público-privadas

A habitação a preços acessíveis foi apontada como “prioridade absoluta” do Governo Regional, com o compromisso de continuar a apoiar a construção e reabilitação habitacional em todas as freguesias do concelho. Joana Sousa

Entre os principais investimentos previstos para a Calheta, Albuquerque destacou o “projeto âncora” da Ponta do Pargo, que inclui um campo de golfe, empreendimentos imobiliários e infraestruturas sociais, destinado a “criar uma nova centralidade na zona oeste da Madei-

ra e dinamizar a economia local”. A habitação a preços acessíveis foi apontada como “prioridade absoluta” do Governo Regional, com o compromisso de continuar a apoiar a construção e reabilitação habitacional em todas as freguesias do concelho. O governante referiu ainda a intenção de melhorar as acessibilidades, nomeadamente através da criação de uma nova via rápida entre a Ribeira Brava e a Calheta, obra que dependerá da renegociação das atuais parcerias público-privadas.“Mesmo que não seja concretizada de imediato, é fundamental deixar o projeto lançado, por-

que será determinante para o futuro desta zona”, explicou.

No final, Miguel Albuquerque dirigiu palavras de apreço pessoal a Leça, reconhecendo “a sua dedicação, integridade e simpatia”, e evocando o legado político do seu pai, antigo autarca calhetense.

“A política não se herda, conquista-se. E a nova presidente tem demonstrado qualidades próprias que honram o exemplo do seu pai”, concluiu o líder do Governo Regional.

JM/MS

Açores 2030 lidera execução dos Programas Regionais do Portugal 2030

O programa Açores 2030 continua a liderar a taxa de execução entre os programas regionais do Portugal 2030, mantendo a posição cimeira desde Dezembro de 2023 (com excepção apenas em Junho de 2025), revela comunicado.

De acordo com o boletim mensal do Portugal 2030, reportado a 30 de Setembro de 2025, o programa regional dos Açores apresenta uma taxa de execução de 10,3%, correspondente a 117,9 milhões de euros executados, de um total de 1 140 milhões de euros de fundo programado. Este desempenho mantém o Programa dos Açores “à frente dos restantes programas regionais, reflectindo uma gestão estratégica dos fundos europeus, em estreita colaboração com as entidades beneficiárias, enquanto entidades executoras. Entre as prioridades com maior execução destacam-se, além do apoio específico para as Regiões Ultraperiféricas, o Apoio aos Jovens (21,3 milhões de euros), Energia, Acção Climática e Sustentabilidade (14,3 milhões de euros) e Qualificação e Emprego (10,9 milhões de euros). No sector privado, no âmbito do Construir 2030, foram aprovadas 404 candidaturas, com investimento total de 168,3 milhões de euros, permitindo alavancar os investimentos das empresas regionais”. Até ao final de Setembro, o programa Açores 2030 “contabilizava 533 operações

aprovadas, que representam 337,2 milhões de euros de fundo comprometido e um investimento total de 569,1 milhões de euros na Região. Os pagamentos a beneficiários atingiram os 112,6 milhões de euros, o que corresponde a 95,5% do total executado”. Desde o início da sua operacionalização, o programa já colocou a concurso 582,7 milhões de euros através da publicação de 52 avisos.

Para Nuno Melo Alves, Director Regional do Planeamento e Fundos Estruturais e Gestor do Açores 2030, “estes resultados reflectem a consolidação da Região na utilização eficiente dos fundos europeus, reflectindo o compromisso assumido pelo Governo Regional dos Açores de criar condições para alavancar e aumentar os valores executados de fundos europeus, pugnando pela sua rigorosa utilização. Estes dados, oficiais e objectivos, contrariam as afirmações, que os dados demonstram não ter adesão à realidade, que a aplicação dos fundos europeus nos Açores tem sido negativa, quando efectivamente tem sido das melhores a nível nacional e a melhor entre os programas regionais.” Acrescentou que estes números “reflectem o compromisso com o desenvolvimento económico, através do financiamento a projectos empresariais, e para com os açorianos mais vulneráveis, através do financiamento a projectos nas áreas sociais”.

Credito:
Credito:

Governos da República, Madeira e Açores criam grupo de trabalho para nova lei de finanças regionais

O Conselho de Ministros constituiu um grupo de trabalho conjunto com representantes dos Governos da República, da Madeira e dos Açores para levar ao parlamento uma nova lei das finanças regionais em 2026.

Luís Montenegro fez uma declaração no final da reunião de Conselho de Ministros, que contou, de forma inédita, com a presença dos presidentes das Regiões Autónomas dos Açores, José Manuel Bolieiro, e da Madeira, Miguel Albuquerque, mas nenhum dos três respondeu a perguntas da comunicação social.

O primeiro-ministro anunciou ainda que, no início de 2026, vai realizar-se nos Açores a primeira cimeira entre os três governos - todos liderados pelo PSD -, que chegou a estar prevista para o final de

Presidenciais

2024, mas foi sendo adiada devido a crises políticas primeiro na Madeira e depois no Continente.

"Tentaremos depois, regularmente, não só promover estes fóruns de articulação entre os Governos, como a própria realização das cimeiras, que podem ser uma oportunidade de podermos subscrever muitas das decisões conjuntas que temos para servir o interesse das Regiões Autónomas, mas o interesse de Portugal como um todo", disse.

Montenegro classificou a participação dos presidentes dos Governos Regionais, pela primeira vez, numa reunião do Conselho de ministros como "um importante marco na relação institucional e na articulação e parceria" entre os Governos da República e os Governos das Regiões Autónomas. JN/MS

Eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou as eleições presidenciais para 18 de janeiro de 2026.

"Nos termos previstos na Constituição e na Lei Eleitoral, o presidente da República assinou o Decreto que fixa as eleições presidenciais para domingo 18 de janeiro de 2026, o qual seguiu para publicação no Diário da República", lê-se numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet.

O chefe de Estado tinha confirmado a meio de setembro estar inclinado a marcar as eleições presidenciais para esta data, referindo querer evitar que o prazo limite para entrega de candidaturas coincidisse com o Natal e que uma eventual segunda volta calhasse no domingo de Carnaval. Com as presidenciais marcadas para 18 de janeiro, uma eventual segunda volta, que por lei acontece três semanas depois, calhará em 8 de fevereiro. Se as eleições fossem em 25 de janeiro, data que chegou a ser indicada, no início deste ano, por Marcelo Rebelo de Sousa, a segunda volta calharia em 15 de fevereiro, que em 2026 será domingo de Carnaval.

A Lei Eleitoral do presidente da República estabelece que o chefe de Estado "marcará a data do primeiro sufrágio para a eleição para a Presidência da República com a antecedência mínima de 60 dias".

Um eventual segundo sufrágio, se nenhum dos candidatos obtiver "mais de metade dos votos validamente expressos, não se considerando como tal os votos em branco", acontecerá "no vigésimo primeiro dia posterior ao primeiro" entre os dois candidatos mais votados.

As candidaturas podem ser apresentadas até "trinta dias antes da data prevista para a eleição" por "cidadãos eleitores portugueses de origem, maiores de 35 anos", propostas por "um mínimo de 7500 e um máximo de 15 mil cidadãos eleitores".

Todas as anteriores eleições presidenciais em democracia se realizaram em janeiro, excetuando as duas primeiras após o 25 de Abril de 1974, para as quais a Constituição de 1976 estabelecia prazos especiais, associadas ao início e termo da primeira legislatura.

Ligação ferroviária Lisboa-Madrid

Os governos de Portugal e Espanha e a Comissão Europeia acordaram um conjunto de ações que vão permitir avançar com a ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid até 2030, com viagem de cinco horas, anunciou o Ministério das Infraestruturas.

"Portugal e Espanha deram um passo decisivo para aproximar ainda mais as capitais ibéricas, com a definição de um conjunto de ações concretas que permitirão estabelecer ligações ferroviárias entre Lisboa e Madrid até 2030, com tempo de viagem de cerca de 5 horas, e uma ligação de alta velocidade - cerca de 3 horas - até 2034", informou o ministério liderado por Miguel Pinto Luz, em comunicado.

Até 2034 está previsto avançar com uma ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, com um tempo de viagem de cerca de três horas, bem como a construção da nova linha de alta velocidade Lisboa-Évora, incluindo a Terceira Travessia sobre o Tejo e duplicação da linha Évora-Caia, "caso se justifique a necessidade", detalhou o Governo.

Está ainda prevista, até àquela data, a implementação do sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário (European Rail Traffic Management System - ERTMS) em diversos trechos entre Lisboa e Madrid, bem como a elaboração de estudos e eventual construção do novo troço de alta velocidade entre Caia e Badajoz e Estação Ferroviária Internacional Elvas-Badajoz, na

PORTUGAL

Governo reafirma compromisso com novo Centro Hospitalar de Barcelos

A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, reafirmou que o Governo mantém total compromisso com a construção do novo Centro Hospitalar de Barcelos, classificando o projeto como estratégico para o futuro da saúde pública no Cávado.

"O novo hospital de Barcelos é um compromisso deste Governo. Trata-se de um investimento de 200 milhões de euros, que reforçará a proximidade, a qualidade e a capacidade de resposta dos cuidados de saúde prestados à população", afirmou a governante.

A declaração foi feita em Barcelos, durante a cerimónia de constituição da Rede Europeia de Saúde Mental, integrada na sessão de abertura do 1.º Congresso Mundial da Saúde Mental, que decorre até 1 de novembro. Ana Povo destacou que a saúde mental e a resposta de proximidade estão no centro das políticas públicas de saúde, elogiando o papel ativo do Município de Barcelos e da futura Unidade Local de Saúde de Barcelos/Esposende (ULSBE) em iniciativas como a Rede Municipal de Saúde Mental, o projeto "Abraça-te" e o "Mais Contigo". Antes, o presidente da Câmara Municipal, Mário Constantino Lopes, tinha apelado à continuidade do apoio governamental para concretizar o novo centro hos-

pitalar, "um marco decisivo para a saúde na nossa região e que, este ano, deu já passos importantes".

Infraestrutura moderna para servir a região

O futuro Hospital de Barcelos/Esposende será uma infraestrutura moderna e tecnologicamente avançada, com mais de 25 mil metros quadrados de área construída. O projeto prevê 218 camas de internamento, 30 gabinetes de consulta externa, seis salas operatórias, mais duas de reserva, 11 postos de hospital de dia e uma área de diagnóstico equipada com ressonância magnética, TAC, RX e ecografia. A nova unidade oferecerá também diversas especialidades médicas e cirúrgicas, incluindo Medicina Interna, Pediatria, Cardiologia, Pneumologia, Psiquiatria, Cirurgia Geral, Ginecologia, Ortopedia, Oftalmologia e Urologia, entre outras.

O novo hospital incluirá ainda áreas dedicadas à formação, investigação e inovação tecnológica, nomeadamente através da telemonitorização e de apoio domiciliário, respondendo de forma integrada às necessidades da população dos concelhos de Barcelos e Esposende.

JN/MS

fronteira entre os dois países. Este projeto insere-se na estratégia europeia de mobilidade sustentável e interligação ferroviária transfronteiriça, "envolvendo investimentos estruturantes em infraestrutura, modernização tecnológica e interoperabilidade ferroviária", realçou o Ministério das Infraestruturas. "O desenvolvimento da rede ferroviária de alta velocidade é essencial para promover uma mobilidade mais sustentável, eficiente e ambientalmente responsável sobretudo nas viagens internacionais mais curtas", representando uma alternativa para os passageiros dos mais de 40 voos diários entre as duas capitais ibéricas.

Cruzar os dedos

Atirar sal por cima do ombro esquerdo Ferradura

É uma lenda popular entre os povos turcos. Para eles, todo o infortúnio seria culpa de um anjo mau que vive no nosso ombro esquerdo e fica ali a tentar prejudicar­nos. Para evitar desgraças, o segredo seria cegá­lo com um pouco de sal nos olhos.

Em locais e épocas nas quais ser cristão era perigoso, como no Império Romano, cruzar os dedos era uma forma de fazer referência à cruz e pedir a proteção de Jesus Cristo sem ser notado. Pouco a pouco, o sentido religioso perdeu­se e o gesto passou a ser interpretado simplesmente como um pedido de boa sorte.

Diz a lenda que São Dunstan, que era ferreiro e viveu no século X, teria recebido certo dia um cliente a solicitar uma ferradura para si próprio (em vez de para um cavalo). Ao tirar as medidas do homem, Dunstan percebeu que o pé dele era rachado e tinha apenas dois dedos: era o diabo em pessoa. Para dar­lhe uma lição, o ferreiro cravou os pregos bem no meio do pé do tinhoso, causando tanta dor que o diabo jamais ousou chegar perto de uma ferradura. Nos EUA e em Inglaterra, a ferradura deve ser usada com a parte aberta para cima, para que a boa sorte não "caia".

Superstições de sorte

Orelhas a arder indicam que alguém está a falar mal de si

O mito ganhou força na Idade Média, pois achava­se que a pessoa estava a ser vítima de um feitiço. A recomendação seria lamber a ponta do dedo e pressioná­la na bochecha, dizendo o nome dos suspeitos: ela arrefeceria na hora em que se mencionasse o culpado.

Quebrar um espelho

A catoptromancia, adivinhação por meio de reflexos na água, era muito popular na Antiguidade. Porém, se o recipiente caísse e quebrasse, o curioso teria maus bocados pela frente. Os romanos diziam que dava sete anos de azar porque, segundo uma teoria da época, o corpo de um homem se renovava completamente ao longo de sete anos.

Trevode

De acordo com uma foram expulsos do Jardim um destes trevos. Por é um símbolo positivo encontra. Para druidas tivesse um trevo de os demónios e, assim, usava um trevo para dade (Pai, Filho passaram a ver mais um elemento,

Superstições: De onde vêm as

Superstições fazem parte do dia a dia: mesmo que nunca tenha tido nenhuma, E são tão estranhas que é inevitável perguntar: quem foi o "louco" que Fomos atrás das origens folclóricas e históricas das principais.

Antes da existência dos frigoríficos, a única maneira de preservar alimentos perecíveis era colocando sal. No entanto, a falta de tecnologia tornava a extração dos grãos muito cara e desperdi çá­los significava prejuízo na certa. Para aumentar o cuidado das pessoas, começou­se a dizer que entornar sal dava azar. O mito reforçou­se graças ao pintor Leonardo da Vinci, que retratou um saleiro caído em frente a Judas no quadro A Última Ceia.

SI / MS. Ilustrações: Chiquinha

Passar por baixo de uma escada

Esteja parede acaba triângulo, da Santíssima Passar então, ameaça Pai, Filho e, consequentemente, pecado. ­se sinónimo Não é Católica interpretação triângulo: cios diziam símbolo

Noivo ver a noiva com o vestido antes do casamento

Durante boa parte da nossa história, o casamento foi uma relação comercial. Por receio de que o noivo não gostasse da futura esposa e desistisse, a família da rapariga a escondia até à hora da cerimónia, sob a desculpa de que vê­la antes traria azar.

e

uma lenda cristã, quando Adão e Eva Jardim do Éden, ela trouxe consigo Por ser um pedaço do paraíso, ele positivo e que traz sorte para quem o druidas (sacerdotes celtas), quem de quatro folhas poderia avistar assim, escapar deles. Já São Patrício para explicar a Santíssima Trine Espírito Santo). Alguns fiéis a eventual quarta folha como elemento, a "Graça de Deus".

quatro folhas Figa

Era um amuleto comum na Grécia e na Roma

Antiga, principalmente entre as mulheres, por ser considerado um símbolo de fertilidade: o polegar entre os dedos representa o órgão masculino a penetrar no feminino. Com o tempo, o símbolo perdeu a conotação sexual.

as lendas?

nenhuma, conhece alguém que tem. que inventou cada uma? principais.

apoiada numa ou aberta, a escada por formar um triângulo, um dos símbolos Santíssima Trindade. pelo centro dele, representaria uma ameaça ao equilíbrio entre Filho e Espírito Santo consequentemente, um pecado. Por isso, tornousinónimo de má sorte. é apenas a Igreja Católica que dá uma interpretação peculiar ao triângulo: os antigos egípdiziam que ele é o símbolo da vida.

Olho turco (ou olho grego)

Essa proteção contra o mau­olhado foi usada por diferentes povos ao longo da história, mas começou no Mediterrâneo. A lenda dizia que um homem teria conseguido estourar, apenas com a força de um olhar invejoso, uma rocha que até então não havia sido rompida nem por mil homens juntos. Se o seu olho turco aparecer rachado, significa que cumpriu a função de o proteger de algo e, portanto, deve ser deitado fora.

Superstições de azar

Deixar

Essa história está relacionada com a moda dos chinelos no Brasil nos anos 60. Como muitas casas ainda não tinham acabamento no chão, os calçados ficavam mais sujos se estivessem com a sola para cima. Daí essa falsa maldição, que tinha como objetivo fazer os filhos não largarem os calçados de qualquer maneira.

Abrir guarda-chuva dentro de casa

Pata de coelho

Vem de uma religião chamada hoodoo, criada pelos negros americanos. Um dos seus amuletos mágicos é justamente a pata de coelho. Mas não uma qualquer: somente a pata esquerda de um coelho morto com um tiro ou num cemitério serviria. Se a morte dele ocorrer em cima de uma sepultura, em noite de lua cheia ou numa sexta­feira 13, melhor.

Na Idade Média, eles foram associados às bruxas devido aos seus hábitos noturnos. O papa Inocêncio VIII chegou a incluir os felinos dessa cor na lista dos perseguidos pela Igreja Católica. Para piorar, em 1561 o autor inglês William Baldwin escreveu um trabalho satírico chamado Beware the Cat, no qual os gatos pretos eram, na verdade, bruxas disfarçadas que tinham nove vidas, ajudando a espalhar ainda mais a lenda. Devido às superstições, gatos pretos são menos adotados em abrigos – há até estudos a comprovar isso! Não entre nessa: os felinos de pelagem negra têm tanto potencial para ser o seu animal de estimação quanto quaisquer outros. Na hora de adotar, porque não dar uma oportunidade?

Os guarda­chuvas só se tornaram um objeto usado em larga escala na Inglaterra da Vitoriana (século XVIII). Essas primeiras sombrinhas tinham um mecanismo feito de metal que podia causar ferimentos sérios se atingisse alguém. Para evitar acidentes, as pessoas passaram a falar em azar para quem abrisse o guarda­chuva em ambientes fechados.

Número

13

Revoltada por ter perdido espaço para o cristianismo, a deusa nórdica do amor e da beleza, Friga, teria­se exilado no alto de uma montanha onde, às sextas­feiras, se reuniria com 11 feiticeiras e com o próprio diabo (total: 13 pessoas) para praguejar contra a humanidade. Ainda segundo uma lenda nórdica, 12 divindades participavam de um banquete quando, inesperadamente, apareceu um 13º convidado, Loki, figura associada à trapaça. Malicioso, ele induziu o deus cego Hoder a atirar uma flecha no próprio irmão, Balder. Na Pérsia antiga, acreditava­se que existiam 12 constelações e cada uma delas regeria o mundo por um milénio. No 13º milénio, o caos reinaria, pois não haveria uma constelação dominante. E, na Última Ceia, Jesus Cristo convidou os seus 12 apóstolos para jantar, totalizando 13 pessoas. Além disso, Jesus foi crucificado justamente numa sexta­feira.

As estrelas também são supersticiosas! Conheça as rotinas e rituais mais insólitos do desporto no artigo de Reno Silva na página 39 (secção Stadium).

PORTUGAL MUNDO

Brasil

Golpe contra o Comando Vermelho e tragédia humana

Com um balanço oficial de 120 mortos, quatro dos quais polícias, a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, mostrou a face mais violenta do bilhete-postal do Brasil. Eis o que se sabe até ao momento.

O alvo: Comando Vermelho

A chamada "Operação Contenção" tinha como objetivo enfraquecer o Comando Vermelho, a principal fação criminosa do Rio de Janeiro e a que mais se expandiu nos últimos anos, segundo as autoridades. As forças de segurança invadiram os complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, considerados bases centrais do Comando Vermelho. Recentemente, esta fação superou as milícias em extensão territorial, embora a hegemonia do crime organizado siga em disputa no Rio, segundo especialistas.

Mortos e presos

O governo do estado registou até agora 120 mortos, embora o Ministério Público esta-

TikTok

dual tenha reportado 132 à agência de notícias France-Presse. As autoridades do Rio informaram, ainda, a detenção de 113 pessoas. No total, foram apreendidos 91 fuzis. Também foi apreendida "uma quantidade enorme de drogas", disse o governador Cláudio Castro (PL).

No entanto, até o momento não há informação nem sobre a quantidade, nem sobre o tipo de estupefacientes apreendidos.

A operação mais letal do Rio e do Brasil

Esta operação policial foi a mais letal da história do Brasil, superando os 111 mortos no massacre de Carandiru, em 1992, quando as forças de segurança executaram reclusos numa prisão.

No Rio, a segunda e a terceira operações mais letais ocorreram em 2021 e 2022, nas comunidades do Jacarezinho e da Vila Cruzeiro, que deixaram, respetivamente, 28 e 25 mortos. Cláudio Castro era também governador quando as duas operações foram realizadas.

Pequim e Washington aliviam tensões, mas TikTok continua sem destino definido

A reunião de quinta-feira (29) entre os presidentes dos Estados Unidos e da China resultou numa série de decisões destinadas a aliviar as tensões comerciais, mas terminou sem acordo sobre a propriedade da rede social TikTok.

"A China trabalhará com os EUA para resolver adequadamente as questões relacionadas com o TikTok", declarou o Ministério do Comércio chinês depois do encontro, sem dar detalhes sobre qualquer avanço quanto ao futuro da popular aplicação de partilha de vídeos nos Estados Unidos.

A administração de Donald Trump indicou que um entendimento com Pequim podia estar próximo, permitindo que o TikTok continuasse a operar no país.

Maiorias bipartidárias no Congresso aprovaram, e o ex-presidente norte-americano Joe Biden promulgou, uma lei que proíbe o TikTok de operar nos EUA, a menos que encontre um novo proprietário em substituição da chinesa ByteDance.

A plataforma chegou a suspender temporariamente os serviços nos EUA, em janeiro, mas, no primeiro dia do novo man-

dato, Trump assinou uma ordem executiva que permitiu o funcionamento enquanto tentava fechar um acordo para a venda da empresa. Desde então, Trump assinou mais três ordens executivas, alargando sucessivamente os prazos para a conclusão de um acordo, sem uma base legal clara.

A intenção de Trump é permitir que um consórcio de investidores liderado por empresas norte-americanas adquira a aplicação à ByteDance, operação que exige também o aval de Pequim.

JN/MS

Credito: JN

Lula, à margem

A operação foi concebida e executada pelo governo do estado do Rio de Janeiro, sob o comando de Castro, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A execução ocorreu "sem o conhecimento do governo federal", chefiado pelo presidente Lula da Silva (PT), assegurou, na quarta-feira (dia 29), o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski. "Não podemos aceitar que o crime organizado continue a destruir famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades", afirmou o presidente Lula da Silva, na rede social X na noite de quarta-feira, depois de num primeiro momento ter permanecido em silêncio. "Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar polícias, crianças e famílias inocentes em risco."

O que falta saber

Até agora, a identidade dos mortos é desconhecida, portanto, não se sabe se todos eram ou não suspeitos procurados com ordem judicial. Ainda não foi divulgada a

Marketing

Assalto

identidade da grande maioria dos presos, o que impede saber o nível do impacto sofrido pela estrutura do Comando Vermelho. Segundo informações da imprensa, um dos capturados será Thiago "Belão" do Nascimento Mendes, apontado como braço direito de Edgar Alves de Andrade, o "Doca", suposto chefe do Comando Vermelho na região, que conseguiu escapar.

Os moradores denunciaram "execuções" e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu ao governador Cláudio Castro detalhes sobre a operação para determinar se a atuação da polícia ocorreu no cumprimento da lei, e convocou-o para uma audiência.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que se investigue o caso "imediatamente".

Enquanto o Rio tenta voltar à normalidade, os moradores perguntam-se se nos próximos dias haverá novos episódios de violência.

JN/MS

ao Louvre com elevador de carga dá lugar a "golpe" de marketing alemão

A empresa Böcker, fabricante do elevador de carga usado no assalto milionário ao Museu do Louvre, reagiu com humor e transformou o incidente num anúncio viral. A polícia francesa já deteve vários suspeitos ligados ao roubo das joias napoleónicas.

Oroubo das joias napoleónicas da Coroa francesa, avaliado em 88 milhões de euros, deixou Paris em sobressalto, mas, na Alemanha, a marca de elevadores Böcker encontrou no crime uma forma inesperada de brilhar. A fabricante do equipamento usado no assalto ao Museu do Louvre aproveitou o momento com humor e uma reação rápida a seu favor.

Segundo a procuradora de Paris, Laure Beccuau, quatro indivíduos não armados, mas munidos de rebarbadoras, estacionaram um camião com uma plataforma elevatória junto ao edifício e subiram até um terraço para forçar a entrada na Galeria de Apolo. Em apenas sete minutos, fugiram com oito peças valiosas, incluindo diademas, colares e uma coroa pertencente à imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III.

Um dia depois do crime, já com a confir-

mação de que ninguém tinha ficado ferido, a Böcker decidiu reagir com ironia. A empresa publicou nas redes sociais uma imagem do seu elevador junto ao Louvre, com o slogan: "Quando é preciso agir depressa, o Böcker Agilo transporta os seus tesouros até 400 kg a 42 m/min, silencioso como um sussurro".

À AFP, o diretor-geral, Alexander Böcker, explicou que a publicação quis "acrescentar um toque de humor" à situação. "O crime é, claro, absolutamente censurável, isso está-nos perfeitamente claro. Mas foi uma oportunidade para usarmos o museu mais famoso e mais visitado do mundo para ganhar alguma atenção para a nossa empresa", afirmou.

A reação online não se fez esperar. "Este pode ser o melhor anúncio que vi este ano!", escreveu um utilizador. Outro comentou: "A vossa mensagem leva a coroa."

A empresa esclareceu que o equipamento tinha sido vendido há vários anos a uma empresa francesa de aluguer, à qual os assaltantes terão pedido emprestado o elevador, simulando uma demonstração falsa dias antes do crime.

Luis Camara Secretary Treasurer

Ricardo Teixeira Recording Secretary

Jack Oliveira Business Manager

Nelson Melo President

Jaime Cortez E-Board Member

Marcello DiGiovanni Vice-President

Pat Sheridan E-Board Member

A 9.ª jornada da Liga Betclic trouxe triunfos previsíveis no relvado, mas também um feito histórico fora dele, com o Benfica a mobilizar mais de 85 mil votantes.

Jogou-se no último fim de semana a nona jornada da Liga Portugal Betclic. Numa jornada sem surpresas nos resultados finais, há, contudo, a destacar a goleada imposta pelo Gil Vicente ao Alverca por 4-0.

Nas equipas do topo da tabela, confirmaram-se os resultados expectáveis. O líder FC Porto deslocou-se a Moreira de Cónegos e venceu com muita dificuldade o Moreirense por 2-1, golos marcados por Samu e Gul, tendo estado a perder por 1-0 e o golo da vitória a surgir aos 88’. O jogo ficou também marcado por um facto curioso: treze anos e meio depois, o FC Porto voltou a ter um jogo seu para o campeonato transmitido em sinal aberto. Tal aconteceu graças ao acordo de direitos televisivos que o Moreirense estabeleceu com a TVI. Como nota de curiosidade: da última vez que tal se sucedera, a 21 de abril de 2012 frente ao Beira-Mar para a época 2011/2012, Rodrigo Mora frequentava a pré-primária e Bednarek ainda jogava no escalão de juvenis do Lech Pozan. Em Tondela, o Sporting bateu o CD Tondela por 3-0, com os golos leoninos a serem marcados por Suárez, Pote e por Quenda. Entre críticas e ruído, a verdade é que o Sporting de Rui Borges continua a somar vitórias e pontos que podem revelar-se decisivos nas contas finais do campeonato.

No Estádio da Luz, O SL Benfica viveu um sábado intenso. No mesmo dia em que se realizaram as eleições para a direção do SL Benfica, os encarnados receberam o Arouca e aplicaram uma goleada por 5-0. Pavlidis assinalou um hatrick, com Otamendi e Ivanovic a completarem a lista de marcadores. Num jogo marcado por 3 grandes penalidades (todas elas corretamente marcadas), José Mourinho teve a oportunidade de gerir alguns dos seus atletas, e de dar oportunidades a jovens atletas para ganharem mais minutos. Bom resultado para sarar as feridas da derrota obtida na jornada europeia frente ao Newcastle.

Nos restantes encontros, tal como referido, o destaque vai para a expressiva vitória do Gil Vicente sobre o Alverca (4-0). O Santa Clara bateu o AFS por 2-0 e o Braga impôs-se ao Casa Pia com um claro 4-0. Fora das quatro linhas, o foco centrou-se nas eleições presidenciais no Benfica. O processo eleitoral começou muito antes, com a aprovação dos novos estatutos do clube. Esses mesmos estatutos que inviabilizam desde logo o voto eletrónico, caso não exista consenso entre todas as eventuais listas concorrentes. Na minha perspetiva, estamos perante um claro regresso ao passado: ao invés de se investir num sistema robusto misto, que não discrimine nenhum sócio em relação à sua zona de residência de cada associado, optou-se pela via mais cómoda e cortou-se o mal pela raíz. Mal, na minha singela opinião. Não obstante, nestas eleições foi batido o record mundial de número de votantes em eleições de clubes desportivos. Votaram 85.710 sócios do SL Benfica, quando o record anterior pertencia ao FC Barcelona, e tinha sido atingido em junho de 2010 então com 57.088 votantes. Praticamente 30.000 votantes de diferença! Rui Costa

venceu com 42,1% dos votos, sendo que a segunda volta se realizará a 8 de novembro frente a Noronha Lopes, uma vez que nenhum dos candidatos superou os 50% de votos.

No futebol internacional, os indicadores mostram-nos que Rúben Amorim e o seu Manchester United conseguiram encontrar o seu equilíbrio, vencendo o seu terceiro jogo consecutivo, desta feita recebendo e vencendo o Brighton por 4-2. Fica a curiosidade: será que em breve o conhecido adepto dos red devils Frank Ilett corta o seu cabelo? Recordo que, tendo em conta o mau momento da equipa de Old Trafford, a 5 de outubro de 2024 fez uma promessa de que só voltaria a cortar o cabelo quando o Manchester United vencesse 5 jogos consecutivos. Mais de um ano depois, o adepto está a 2 vitórias do seu clube de coração de se sentar na cadeira do barbeiro. Será desta?

Em contrapartida, as derrotas de Chelsea (1-2 frente ao Sunderland), Manchester City (0-1 com o Aston Villa) e Liverpool (2-3 diante do Brentford) marcaram o fim de semana. Com estes resultados, o Arsenal, que bateu o Crystal Palace por 1-0, lidera a Premier League com quatro pontos de vantagem sobre o Bournemouth.

Em Espanha, jogou-se o dérbi eterno.

Num jogo escaldante e com expulsões de parte a parte, o Real Madrid recebeu o Barcelona no Santiago Bernabéu e venceu por 2-1reforçando a liderança na La Liga com 5 pontos de avanço sobre o rival catalão.

Em Itália, o destaque vai para a vitória contundente do Napoli por 3-1 frente ao Inter. Napoli e Roma lideram a prova com 18 pontos cada, com o AC Milan em terceiro lugar com 17 pontos.

Nas modalidades nacionais, num fim de semana onde não se realizaram jogos na Liga Betclic de basquetebol, na Liga Pla-

card de Futsal os favoritos confirmaram as suas credenciais por goleadas: Leões Porto Salvo recebeu e venceu o Torrense por 4-1; o Benfica deslocou-se ao Fundão e bateu a equipa da casa por 7-2; já o Sporting, recebeu e venceu por uns expressivos 8-0 a equipa da Quinta dos Lobos.

No hóquei em patins, disputou-se a terceira jornada do campeonato nacional. No Pavilhão João Rocha, o Sporting venceu o Hóquei Clube de Braga por 8-2. À hora de fecho desta crónica, ainda faltava disputar o grande clássico da ronda: Benfica x Porto, no Pavilhão da Luz.

Por fim, nota de destaque para o ténis português: Francisco Cabral alcançou o 23.º lugar do ranking de pares da ATP, a melhor classificação de sempre para um tenista nacional nesta vertente.

Crónica escrita com análises e ponto de vista do seu autor.

Paulo Freitas Opinião
Creditos: DR

Moreirense

O F. C. Porto venceu no terreno do Moreirense, por 2-1, e continua isolado no comando do campeonato, com três pontos de vantagem sobre o Sporting e quatro em relação ao Benfica. Os dragões sofreram no Minho, mas Samu, de grande penalidade, e Deniz Gul, a dois minutos dos 90, marcaram os golos que permitiram a festa dos azuis e brancos em Moreira de Cónegos. Poucas dias depois de sofrer a primeira derrota na temporada, frente ao Nottingham Forest, na Liga Europa, o F. C. Porto não demorou a assumir as despesas do jogo em Moreira de Cónegos, mas a verdade é que a equipa de Francesco Farioli mostrava muitas dificuldades para ultrapassar a boa organização defensiva do Moreirense, sempre com as linhas muito juntas. Um remate ao lado de Froholdt foi tudo o que se viu até que o primeiro ataque do Moreirense digno desse nome resultou em golo. Bednarek fez dois cortes consecutivos, mas a bola sobrou para Alanzinho, cujo remate desviou na perna do central polaco e passou por cima de Diogo Costa.

Um grande passe de Pepê e um remate de primeira de Gabri Veiga ainda fez os adeptos portistas festejarem, mas o lance foi

anulado por fora de jogo do médio espanhol e o empate só surgiria nas compensações da primeira parte. Num canto, Froholdt foi agarrado por Yan Maranhão e, após ser alertado pelo VAR, o árbitro assinalou a grande penalidade que Samu transformou no 1-1. Francesco farioli prescindiu de Borja Sainz para lançar William Gomes no arranque da segunda parte e não demorou a voltar a mexer, com Rodrigo Mora a entrar para o lugar de Gabri Veiga.

A pressão do F. C. Porto intensificou-se muito, com André Ferreira a negar nova festa a Samu e a brilhar num remate cruzado de Francisco Moura, enquanto o Moreirense assustou Diogo Costa numa tentativa de chapéu de Benny, que passou por cima do alvo.

À entrada do último quarto de hora apenas o poste impediu um grande golo de Rodrigo Mora e, na resposta, Diogo Travassos ficou a poucos centímetros de dar nova vantagem ao Moreirense.

Farioli tirou Samu para proporcionar a estreia de Yann Karamoh na equipa principal e os dragões continuaram a insistir em busca do golo que valesse os três pontos, que acabou por surgir a dois minutos dos 90. Canto da esquerda, desvio de Kiwior e Deniz Gul, que tinha entrado para o lugar de Pepê, a desviar de cabeça para devolver a liderança isolada ao F. C. Porto.

Rui Borges destaca "grande

resposta" frente ao Alverca

O treinador do Sporting, Rui Borges, elogiou a exibição leonina no jogo com o Alverca (5-1), que valeu o apuramento para as meias-finais da Taça

da Liga. "Foi um grande jogo de todos. Vê-se que toda a gente está ligada, que a energia é coletiva. Quem é da equipa principal deu uma grande resposta", realçou Rui Borges, destacando a prestação de alguns jogadores que não têm sido tão utilizados. O técnico sportinguista também deixou muitos elogios aos jogadores da equipa B que foram chamados.

" É mérito dos miúdos aparecerem desta maneira e também de quem trabalha com eles, de que os prepara para chegarem à primeira equipa com esta qualidade. Estão cada vez mais competitivos e todos corresponderam da melhor forma", acrescentou. Salvador Blopa foi um desses casos e marcou dois dos golos do Sporting ao Alverca, mas Rui Borges põe gelo no entusiasmo. "Não ganhou nada ainda, mas aproveitou a oportunidade. Agora é preciso continuar a trabalhar", avisou.

JN/MS

Pavlidis faz um hat-trick na goleada do Benfica sobre o Arouca

S.L. Benfica 5

F.C. Arouca 0

O Benfica venceu o Arouca, no Estádio da Luz, por 5-0. A grande estrela da noite acabou por ser Vangelis Pavlidis. Em dia de eleições e com mais de 80 mil sócios a participar nas votações, os jogadores do Benfica também quiseram aplicar uma forte resposta dentro do campo e bateram o Arouca, na Luz, por cinco bolas sem resposta. O internacional grego Vangelis Pavlidis foi o destaque ao fazer

um hat-trick (9 m, 21 m e 49 m), sendo que os dois primeiros foram de grande penalidade.

Os restantes golos foram apontados por Nico Otamendi (45+ 6m) e Ivanovic (90+2 m), também ele dos onze metros. O jogo fica, ainda, marcado por um remate à barra do goleador Pavlidis (42 m), num lance em que procurou fazer um chapéu sobre o guardião João Valido. Desta forma, o Benfica chega aos 21 pontos e sobe, à condição, ao segundo posto do campeonato. JN/MS

Sporting vence em Tondela e pressiona F. C. Porto no topo da Liga

C.D. Tondela 0 Sporting CP 3

O Sporting foi a casa do Tondela vencer por 0-3, igualando os mesmos 22 pontos do F. C. Porto, que tem um jogo a menos, podendo responder já esta segunda-feira em casa do Moreirense e voltar a ganhar vantagem. Depois de dois jogos sem faturar, o colombiano Luis Suárez marcou o primeiro golo do Sporting aos 18 minutos, com um drible no meio da defesa adversária, sendo que os leões só foram para o intervalo a vencer pela margem mínima graças ao guar-

dião Bernardo Fontes, dos beirões, que apontou oito defesas na primeira parte. A toada do jogo não mudou e Pedro Gonçalves aumentou a vantagem leonina, após passe de Trincão, controlando o resto do jogo, já a pensar na próxima jornada europeia, com o golo de Quenda a colocar um ponto final, já no período de descontos final.

Com esta vitória, o Sporting iguala o F. C. Porto no primeiro lugar, ambos com 22 pontos, enquanto o Tondela continua no penúltimo lugar, com apenas cinco. JN/MS

ELEIÇÕES NO BENFICA

Rui Costa vence eleições do Benfica mas disputa segunda volta com Noronha Lopes

Rui Costa, atual presidente do Benfica, venceu este domingo as eleições à direção do Benfica, por larga margem, mas vai discutir novo mandato com João Noronha Lopes, a 8 de novembro.

Espera de quatro horas não evita romaria cheia de benfiquismo em Paredes A Lista G, liderada por Rui Costa, foi a mais votada (42,13%), mas não alcançou a maioria absoluta, indo a uma segunda

volta contra a Lista F, encabeçada por João Noronha Lopes (30,26%). Neste cenário, o segundo sufrágio fica marcado para 8 de novembro. O atual presidente das águias venceu em 94 das 108 secções de votos, sendo que em território nacional só não conseguiu levar a melhor em Paço de Arcos e no Pavilhão 2 da Luz, a última secção de votos a ser apurada, onde João Noronha Lopes obteve 118.280 votos, à frente do vencedor Rui Costa, com 93.620.

Em terceiro lugar ficou o ex-presidente Luís Filipe Vieira, com 13,86% dos votos, seguido de João Diogo Manteigas (11,48%), com Martim Mayer em quinto (2,10%) e Cristóvão Carvalho no último lugar (0,18%).

Este ato eleitoral do Benfica tornou o clube encarnado no recordista de votantes em eleições para um clube desportivo, ao registar um total de 85.422 sócios a votarem. Ao abrigo dos novos estatutos, haverá lugar a uma segunda volta entre os dois candidatos com mais votos, marcada para 8 de novembro.

Rui Costa: "Se há 58% que não acreditam em mim, há 70% que não acreditam no outro lado

Rui Costa vai a uma segunda volta contra João Noronha Lopes, a quem deixou um recado nas primeiras reações após ter maior percentagem nas eleições do Benfica, em comparação com os outros candidatos. "Começo por agradecer a todos os benfiquistas e enaltecer este dia tão bonito da história do nosso clube. Obrigado a todos os sócios que se mostraram uma vez mais presentes. Agradecer também a toda a organização desta operação que foi magnífica, em nome de Pereira da Costa, por todo o trabalho que desenvolveu. Agradecer à minha lista Estou muito orgulhoso do que é ser benfiquista", começou por dizer.

Rui Costa considera que era inevitável a segunda volta. "Toda a gente pensava o mesmo. Com seis candidatos era quase inevitável que não houvesse segunda volta, estou muito feliz por este voto confiança que me deram. Não posso estar mais orgulhoso. Sabíamos todos que dificilmente alguém sairia vencedor à primeira volta, mas estas pessoas que se mobilizaram para votar em

palavras de João Noronha Lopes. Rui Costa revelou não pensar em receber o apoio de Luís Filipe Vieira. "Conto com o apoio dos benfiquistas. Não estou a pensar nos outros candidatos. Acho que foi uma campanha muito interessante, proporcionaram este envolvimento. Continuarei a fazer a minha campanha", assumiu.

Noronha Lopes garante presença na segunda volta: "Não desisto do Benfica João Noronha Lopes diz que vai à segunda volta contra o atual presidente do Benfica, Rui Costa, que venceu sem maiorita absoluta a primeira volta, na primeira reação após os resultados finais das eleições do Benfica. "Em primeiro lugar, ontem [sábado] foi um dia excelente para os benfiquistas, no qual todos nós temos que ter orgulho. Quero agradecer a todos os funcionários e voluntários que tornaram isto possível", começou por dizer. João Noronha Lopes garante que se apresenta na segunda volta. "Não desisto do Benfica. A minha energia e convicção são hoje iguais aquelas que eu tinha em junho quando apresentei a minha candidatura. Não é o resultado que gostaria de ter, mas é preciso referir que quase 60% dos benfiquistas não se revêem no rumo que a atual direção está a levar. Vou trabalhar para agregar os sócios que querem que exista uma evolução na tranquilidade", revelou. O candidato à presidência diz respeitar a vontade dos benfiquistas. "Tenho uma grande humildade democrática. Os sócios votaram e são soberanos. O que irei fazer é procurar agregar as pessoas que não se reveem no rumo que o clube está a tomar. Nunca dei nenhum voto por adquirido e nunca dou um por perdido. A isto chama-se democracia. A segunda volta é uma eleição nova e

I LIGA - CLASSIFICAÇÃO

II LIGA - CLASSIFICAÇÃO

RESULTADOS - 9ª JORNADA

FC Alverca 0-4 Gil Vicente

Santa Clara 2-0 AFS

Benfica 5-0 FC Arouca

Est. Amadora 1-2 Rio Ave

FC Famalicão 2-0 Vitória SC

Estoril Praia 1-1 Nacional

CD Tondela 0-3 Sporting

SC Braga 4-0 Casa Pia AC

Moreirense 1-2 FC Porto

10ª JORNADA (HORA EM PORTUGAL) 31/10

Sporting 20:15 FC Alverca 01/11

Nacional 15:30 FC Famalicão

Rio Ave 18:00 Estoril Praia

Casa Pia AC 18:00 Est. Amadora

Vitória SC 20:30 Benfica 02/11

AFS 15:30 CD Tondela

FC Arouca 18:00 Moreirense

FC Porto 20:30 SC Braga 03/11

Gil Vicente 20:45 Santa Clara

RESULTADOS - 9ª JORNADA

FC Penafiel 1-2 Feirense

Lourosa 1-1 FC Vizela

UD Oliveirense 1-0 FC Porto B

Benfica B 2-1

Paços Ferreira

Portimonense 0-1 Torreense

Leixões 0-2 Académico

Marítimo 1-0 UD Leiria

FC Felgueiras 11/16 Farense

GD Chaves 23/11 Sporting B

10ª JORNADA (HORA EM PORTUGAL)

01/11

Sporting B 11:00 Feirense 02/11

FC Vizela 11:00 FC Penafiel

Farense 15:30 Benfica B 03/11

UD Oliveirense 18:00 Marítimo

Paços Ferreira 18:00 Leixões

UD Leiria 20:00 GD Chaves 04/11

Torreense 16:00 FC Felgueiras

Académico 18:00 Lourosa

TAÇA DA LIGA Benfica vence Tondela e vai à final four da Taça da Ligao

Triunfo por 3-0, com golos de Otamendi, Lukebakio e Pavlidis, vale apuramento ao Benfica e meia-final com o Braga. O Benfica juntou-se a Sporting e Braga na final four da Taça da Liga, ao vencer esta quarta-feira o Tondela (3-0), no Estádio da Luz. Para os quartos de final da prova ficarem completos, falta o embate entre F. C. Porto e V. Guimarães, agendado para 4 de dezembro, no Dragão.

Num jogo em que José Mourinho mexeu cinco peças no onze benfiquista relativamente à partida do campeonato com o Arouca (Samuel Soares, António Silva, Leandro Barreiro, Schjelderup e Ivanovic foram titulares, nos lugares de Trubin, Tomás Araújo, Richard Ríos, Prestianni e Pavlidis), as águias abriram o marcador aos 41 pontos, num penálti polémico assinalado após consulta às imagens do VAR, convertido por Otamendi.

Na segunda parte, aos 47 minutos, Sudakov chegou a festejar o 2-0 para o Benfica, mas o golo seria anulado pelo videoárbitro, por fora de jogo de Lukebakio antes de este assistir o internacional ucraniano.

O segundo golo benfiquista acabaria, no entanto, por surgir, já perto do final da partida. Aos 83 minutos, o recém-entrado Richard Ríos conduziu muito bem um contra-ataque das águias e serviu Lukebakio de forma brilhante, sem que o guarda-redes do Tondela nada pudesse fazer. Aos 90+5, Pavlidis, que também entrou na segunda parte, selou o resultado em 3-0 para o Benfica, com uma finalização de qualidade na área tondelense.

JN/MS

Roberto Martínez divulga convocados de Portugal a 7 de novembro

O selecionador Roberto Martínez divulga no dia de 7 de novembro a lista de convocados de Portugal para os duelos com Irlanda e Arménia, os dois últimos da fase de apuramento para o Mundial 2026. Numa nota publicada no site oficial da Federação Portuguesa de Futebol, o organismo avançou que o anúncio da convocatória está agendado para as 12.30 horas, na Cidade de Futebol, em Oeiras. Portugal defronta a Irlanda, em Dublin, em 13 de novembro, numa partida agendada para as 19.45 (20.45 locais), e depois recebe a Arménia no dia 16, no Estádio do Dragão, no Porto, às 14 horas.

Um triunfo na Irlanda garante logo à seleção nacional o nono apuramento, sétimo seguido, para a fase final de um Campeonato do Mundo.

Caso não consiga a vitória, Portugal necessita de somar dois pontos nas duas últi-

mas jornadas do Grupo F para assegurar a qualificação.

A seleção lusa lidera o grupo com 10 pontos, mais cinco do que a Hungria, segunda classificada, seguida da Irlanda, com quatro, e da Arménia, com três.

O vencedor do grupo assegura um lugar no torneio que se vai disputar no próximo ano nos Estados Unidos, no Canadá e no México, e que pela primeira vez vai ter 48 seleções. Já o segundo colocado terá de disputar o play-off.

Logo após a conferência de imprensa de Roberto Martínez, também na Cidade do Futebol, o selecionador dos sub-21, Luís Freire, revela os escolhidos para o encontro com a República Checa, que vai decorrer em Hradec, em 18 de novembro, de apuramento para o Euro2027.

Sérgio Conceição acaba com estado de graça de Jorge

O Al Ittihad venceu o Al Nassr, por 1-2, e apurou-se para os quartos de final da Taça do Rei saudita, num jogo em que atuou a segunda parte praticamente toda em inferioridade numérica.

Aequipa comandada por Jorge Jesus, que contou com João Félix e Cristiano Ronaldo no onze, chegou a este confronto sem derrotas, mas foi incapaz de derrubar o campeão, que contou com a inspiração das principais figuras. Diaby e Benzema construíram o primeiro golo, enquanto Aouar assinou o 1-2 em cima do intervalo, depois de Ân-

Jesus

gelo empatar para o Al Nassr, que jogou em casa.

O Al Ittihad, que teve Danilo Pereira e Roger a titulares, viu-se reduzido a dez jogadores aos 49 minutos, por expulsão de Al Julaydan, mas segurou a vantagem mínima e o apuramento, concedendo poucas oportunidade ao Al Nassr, que, desta forma, vê fugir o primeiro troféu da temporada.

Nos quartos de final também estará o Al Hilal, de João Cancelo e Rúben Neves, que afastou o Al Okhdood (0-1), comandado por Paulo Sérgio.

SARAIVA LEGAL SERVICES

OLÍVIA SARAIVA

Paralegal licenciada | Notária pública

Notariado de documentação e representação no tribunal

INFRAÇÃO DE TRÂNSITO?

• CONDUÇÃO IMPRUDENTE

• CONDUZIR COM CARTA SUSPENSA

• PARAR EM SINAL DE STOP

• EXCESSO DE VELOCIDADE

• CONDUÇÃO TEMERÁRIA (STUNT DRIVING)

• USO DE TELEMÓVEL

Serviço de catering e take-out para todas as ocasiões, mesmo as mais especiais

Descubra os melhores sabores da cozinha portuguesa nas nossas três localizações

• FURAR SINAL VERMELHO

• CONDUZIR SEM SEGURO E TODAS AS OUTRAS MULTAS DE TRÂNSITO

saraivaparalegal@gmail.com

@saraivalegalservices

JN/MS
Num duelo de titãs, Benzema levou a melhor sobre Ronaldo. (Wun Suen/AFP)

SAD

aprova

contas de 2024/25 do F. C. Porto

As contas da SAD do F. C. Porto foram aprovadas no Estádio do Dragão, durante uma AG. André Villas-Boas, presidente do clube, salienta que se trata do "primeiro passo de uma nova fase". No primeiro exercício completo sob a nova direção, o relátorio de contas relativo a 2024/25 foi aprovado por unanimidade pelos acionistas da SAD do F. C. Porto e deixaram "um voto de louvor aos órgãos de administração e fiscalização". De recordar que a SAD azul e branca bteve um resultado líquido consolidado de 39,2 milhões de euros e contrariou o prejuízo de 21,1 milhões de euros apresentados em 2023/24.

"A Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD vem informar o mercado que, na Assembleia Geral realizada hoje, dia 28 de outubro de 2025, com início às 11 horas, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovação do Relatório Anual Integrado, que inclui as Contas Individuais e as

Open house 1-4

Sa t Oct 11

Contas Consolidadas, relativo ao exercício 2024/2025; 2. Aprovação da proposta de aplicação dos resultados 2024/2025; 3. Aprovação da proposta relativa às medidas a adotar nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais", pode ler-se na nota de comunicado.

André Villas-Boas, presidente do F. C. Porto, falou sobre o exercício: "Estes resultados não são apenas números; representam o restabelecimento da confiança, a validação da competência e a prova de que o FC Porto voltou a ter o controlo sobre o seu destino. Este é o primeiro passo de uma nova fase: transparente, sustentada e vencedora", disse perante os acionistas.

"Foi um ano de consolidação, equilíbrio e reconstrução sustentada, que nos permite encarar os futuros exercícios com confiança renovada e bases firmes para crescer", completou.

JN/MS

541 Blackthorn Ave, unit 206 À venda: $489,000

Treinadores portugueses demitidos na Bulgária

e na Polónia

Rui Mota e João Henriques estão de saída do Ludogorets e do Radomiak Radom, respetivamente. O segundo, ao que tudo indica, será substituído por outro treinador português. Na Bulgária, o Ludogorets, atual campeão, anunciou a saída de Rui Mota, que chegou no início da época ao clube, proveniente do Noah (Arménia). Em comunicado, o Ludogorets adianda que decorrem negociações com Rui Mota e a respetiva equipa técnica para a rescisão do contrato, decidida devido aos maus resultados e ao desempenho abaixo do esperado nos últimos meses, que, segundo o clube,

não correspondem aos padrões estabelecidos ao longo dos anos. Para já, Rui Mota será substituído interinamente por Todor Zhivondov, atual treinador da equipa B.

Já no que diz respeito a João Henriques, a saída do Radomiak está por oficializar, mas é um dado adquirido, segundo informações vindas a público esta quarta-feira. Alguma Imprensa portuguesa adianta que Gonçalo Feio, de 35 anos, será o escolhido para ocupar o cargo.

Comece já a procurar a sua casa

216 Palmerston Ave

T2 espaçoso num pequeno edifício, virado a sul, com varanda. Inclui um lugar de estacionamento, com opção de alugar outro a baixo custo. Excelente oportunidade para quem procura reduzir espaço ou comprar a primeira casa. A poucos passos da estação Caledonia (LRT). Condomínio com todas as despesas incluídas.

Call Britney: 647-968-9217

Esta propriedade vendeu-se em 7 dias, com mais de 10 propostas e acima do preço pedido.

Ligue para saber mais sobre o nosso serviço completo e como preparar a sua casa para vender com o melhor resultado.

Call Rudy: 416-858-9832

@cardinalREG

101 Bernice Cres, unit 3

$2,500 por mês

T2 com 2 casas de banho em 2 pisos. Acabamentos de luxo, lavandaria própria, eletrodomésticos de topo e duas varandas privadas.

Inserido em prédio gerido profissionalmente, perto de escolas, cafés e transportes.

Call Catarina: 647-983-4608

371 Wallace Ave, unit 10 À venda: $759,000

Loft com tijolo à vista e tectos altos. 1 quarto, 1 casa de banho, 1 lugar de estacionamento.

Excelente localização junto a transportes, restaurantes e comércio na Junction Triangle.

Call Rudy: 416-858-9832

Supreme Realty, Brokerage
Vendido
JN/MS
Português Rui Mota não resistiu aos maus resultados no Ludogorets. (Ludogorets)
André Villas-Boas, presidente do F. C. Porto. (Pedro Correia)

RALI

Luís Miguel Rego imparável no Pico e sagra-se campeão de ralis dos Açores

Luís Miguel Rego venceu o XIV Rali Vinho do Pico e sagrou-se campeão de ralis dos Açores pela quarta vez na carreira, repetindo os êxitos alcançados em 2018, 2019 e 2022. Luís Miguel Rego venceu a 14.ª edição do Rali Vinho do Pico e sagrou-se o novo campeão de ralis dos Açores.

Acompanhado pelo navegador José Janela, o piloto micaelense esteve imparável no seu Skoda Fabia RS Rally2, dominando a sétima e penúltima etapa do calendário do Campeonato dos Açores de Ralis (CAR) do início ao fim - vitória em todas as oito provas especiais de classificação e também na “power stage”. Na 14.ª edição do rali picoense, Rego

BASQUETEBOL

e Janela “gastaram” apenas 45 minutos (m) e 50.7 segundos (s) para percorrer todos os 80,10 quilómetros (km) do “renovado” trajeto da prova. Após a “colheita” máxima de pontos na “ilha montanha” - Luís Miguel Rego, que alcançou a quinta vitória na época, recuperou a liderança absoluta do campeonato e sagrou-se virtual campeão dos Açores, título que conquista pela quarta vez na carreira, repetindo os êxitos de 2018, 2019 e 2022.

Também já virtuais campeões nas 2 Rodas Motrizes (2RM), Rafael Botelho e Rui Raimundo, em Peugeot 208 Rally4, somaram o sexto triunfo da época nas 2RM e concluíram o rali levado a cabo pelo Pico Automóvel Clube no segundo

FC Porto ganha na Taça Europa: nunca tantos deveram tanto a tão poucos

Dragões conquistam segunda vitória nas competições europeias com uma exibição sem loucuras, lamentos e com cada um a dar o que conseguia contra os Rostock Seawolves. «Nunca tantos deveram tanto a tão poucos» é uma famosa frase do discurso do primeiro ministro Winston Churchill na Câmara dos Comuns, durante a II Guerra Mundial, pelo esforço heróico da força aérea britânica, e alguns aliados, na defesa do país na Batalha de Inglaterra, contra a Alemanha.

OFC Porto travou outra para a 3.ª jornada do Grupo G da Taça Europa, para a qual Fernando Sá só conseguiu fazer alinhar dez jogadores e desses apenas utilizou sete devido à onda de lesões que a equipa tem sofrido. No final, foram os suficientes para, num embate que marcou o regresso de Gonçalo Delgado (10 pts, 3 res) à competição desde que, em julho, sofreu uma fratura de stress num pé durante a preparação da Seleção para o EuroBasket, o FC Porto ganhar por 87-75 (22-20, 19-21, 28-19, 18-15) e provocar a primeira derrota dos alemães do Rostock Seawolves.

O segredo do sucesso, além de uma exibição do adversário que deixou a desejar, tendo terminado com 21/47 em lançamentos de 2 (44,7%), 4/28 em triplos (14,9%) e cometido 28 turnovers, a atitude dos dragões em campo. Nunca se enervaram, nem mesmo quando ficaram sem Javian Davis no início do 4.º período (71-60) por limite de faltas, e raramente procuraram fazer mais do que podiam e sabiam, conseguindo marcar o ritmo da partida através de Miguel Maria (4 pts, 2 res, 14 ass). Por fim, ninguém quis ser herói e todos ajudaram a defender.

rimeiro Davis (2 res, 2 ass) dentro da área restritiva, onde marcou 14 dos seus 24 pon-

tos até ao intervalo (41-41), e depois e Jhonathan Dunn (24 pts, 6 res) no 3.º quarto, auxiliaram os donos da casa a anular os escassos momentos de liderança do Rostock. A última por 51-54 durante um decisivo parcial de 10-2 (59-54) que deixou os dragões definitivamente no comando.

Mais tarde, Vlad Voytso (18 pts, 11 res. 4 ass) abrilhantou tudo o que já fizera, sobretudo em ir buscar ressaltos que pareciam perdidos, com dois sensacionais cesto consecutivos: primeiro num afundanço em que bate o defensor no arranque, e depois através de um triplo que matou o jogo a 1.18m do fim (87-75).

lugar absoluto, posição que vale à dupla o segundo lugar absoluto do campeonato.

Rui Borges e Fábio Reis, em Skoda Fabia N5, asseguraram o lugar mais baixo do pódio absoluto, alcançando, no entanto, o primeiro lugar entre os concorrentes participantes na quarta e derradeira prova do Troféu de Ralis de Asfalto dos Açores (TRAA), prestação que lhe vale a conquista do troféu.

Fernando Soares e Alberto Almeida, no “novo” Lancia Ypsilon Rally4 foram quartos à geral e segundos entre os concorrentes das 2RM, com Gonçalo Rego e Pedro Castro, também em Peugeot 208 Rally4, a “fecharem” o pódio nas 2RM (quintos à geral).

Destaque, ainda, para os muitos abandonos registados durante a manhã de ontem (apenas 19 das 31 equipas inscritas concluíram o XIV Rali Vinho do Pico), muitos por avarias mecânicas, como foi o caso de João Borges e Miguel Sousa Azevedo (Renault Clio Rally3), mas outros motivados por despistes, com destaque para Estevão Rodrigues e Nuno Cabral (Peugeot 208 Rally4).

O Campeonato dos Açores de Ralis conclui-se nos próximos dias 28 e 29 de novembro, com a realização do Azores Rallye 2025, prova organizada pelo Grupo Desportivo Comercial.

AO/MS

D’Shawn Schwartz (13 pts, 7 res), TJ Crockett (12) e Kassim Nicholsson (10 pts, 10 res) cotaram-se como os melhores marcadores do Rostock.

«Acima de tudo queria manifestar o orgulho no plantel que tenho. Mesmo quem está lesionado tem apoiado durante a semana em todos os treinos e a forma dedicada e de sacrifício que toda a gente tem trabalhado. Quanto ao jogo, penso que estivemos exemplares em termos defensivos, com muita luta no ressalto defensivo, excelentes opções ofensivas que nos deram boas transições. Depois exploramos bem o jogo exterior na relação com o interior, reagindo às alterações que eles iam fazendo. Acima de tudo foi um jogo inteligente. Para mim é uma vitória muito especial devido àquilo que temos vivido no dia a dia», analisou Fernando Sá ao Porto Canal.

A Bola/MS

ANDEBOL

Portugal sobe no ranking e coloca duas equipas na Liga Europeia feminina

A Federação Europeia de Andebol (EHF, na sigla inglesa) divulgou nesta sexta-feira a atualização do ranking feminino no qual consta uma subida de dois lugares de Portugal. O 17.º lugar atual vai ter implicações já na próxima época, com o apuramento de duas equipas para a Liga Europeia – atualmente apenas o campeão entrava na qualificação -  segunda competição mais importante, tantas como na Taça Europeia.

Refira-se que as classificações têm como base o desempenho dos clubes durante um período de três épocas. A Bola/MS

Mikkel Hansen rapa o cabelo na luta contra o cancro

O antigo internacional dinamarquês retirou-se no final dos Jogos Paris 2024 depois de conquistar a medalha de ouro na maior goleada da história das finais olímpicas. A estrela dinamarquesa do andebol, Mikkel Hansen, é o protagonista de uma nova campanha para a Sociedade Dinamarquesa de Luta contra o Cancro. edicado a todos aqueles cujas vidas são diariamente afetadas pelo cancro, o filme simbólico mostra o atleta, eleito melhor andebolista do Mundo três vezes, antes de se retirar há pouco mais de um ano, a rapar o seu característico cabelo comprido como um gesto de apoio à causa.

A campanha parte da premissa de que «Todos conhecem alguém» que luta contra a doença, uma ideia baseada na estatística de que uma em cada três pessoas será diagnosticada com cancro antes dos 75 anos. A abordagem minimalista da realizadora Naghmeh Pour procura transmitir um otimismo sereno, onde o silêncio e a simplicidade se tornam veículos de força e significado. «O cancro não atinge apenas a pessoa que adoece, afeta todos à sua volta. O meu pai foi diagnosticado com cancro e, felizmente, hoje está bem. Cortar o cabelo é a minha forma de mostrar que estamos juntos na luta contra o cancro», explicou o antigo internacional dinamarquês. «O filme é sobre reconhecimento e esperança. A minha intenção foi criar um momento que parecesse genuíno, onde se pudesse sentir o ser humano, Mikkel Hansen, e não apenas o atleta. O campo de andebol faz parte da história do Mikkel, mas aqui cria um contraste visual e simbólico. É um lugar que normalmente associamos à força e ao desempenho, mas que aqui se torna um espaço silencioso e escuro que permite a Mikkel apresentar-se como pessoa. A sua ligação pessoal deu ao filme a autenticidade que eu procurava», explicou a realizadora. Mikkel Hansen colocou um ponto final na carreira aos 37 anos com a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, em Paris2024, que juntou à prata de Tóquio 2020 e ao ouro Rio20216. Campeão do Mundo, marcou 1350 golos em 266 jogos com a Seleção dinamarquesa.

Creditos: DR
Creditos: DR

AUTOMOBILISMO

Porsche Sprint Challenge Ibérica encerra temporada 2025 no Estoril

O Circuito do Estoril será palco, nos dias 22 e 23 de novembro, do Cascais Porsche Sprint Challenge Ibérica (PSCI) Grand Finale, a última ronda da temporada e um dos maiores eventos dedicados à marca alemã já realizados em território nacional. O momento alto do fim de semana será o Porsche Meeting, que pretende reunir a maior concentração de modelos Porsche vista no nosso país, numa celebração que junta o legado histórico da marca aos seus ícones modernos. A participação é gratuita para proprietários Porsche e respetivos acompanhantes, mediante inscrição prévia.

Em simultâneo, o público poderá assistir às corridas finais da PSCI, com os potentes Porsche 911, numa jornada decisiva para os campeonatos de Pilotos (Categorias 1 e 2), Equipas e respetivas classes.

Com dois eventos por disputar - Jerez de la Frontera e Estoril - os títulos permanecem em aberto e promete-se uma

batalha até à bandeirada da temporada.

"O nosso objetivo é que este evento vá além das corridas e seja uma verdadeira celebração da paixão Porsche em Portugal", afirma José Monroy, responsável máximo da P21 Motorsport, parceira oficial da Porsche Motorsport na organização do evento.

O responsável acrescenta que a ambição é tornar o Estoril, durante dois dias, "o palco perfeito para encerrar a temporada em grande estilo".

Os bilhetes para o público estão já disponíveis através da MEO Blueticket, com duas opções distintas: Paddock, com acesso à zona de boxes, e Paddock Lounge, que inclui também o acesso ao lounge e almoço, podendo ser adquiridos para um ou dois dias de evento.

O acesso automóvel ao recinto é exclusivo para modelos Porsche, sendo que proprietários da marca e respetivos acompanhantes têm entrada gratuita no Paddock, exceto na área lounge.

TÉNIS

Francisco Cabral torna-se o melhor português de sempre num ranking ATP

Francisco Cabral tornou-se o português mais bem classificado de sempre num ranking ATP, depois de subir ao 23.º lugar da hierarquia de pares, um dia após perder a final do torneio de Viena. Cabral já partilhava o recorde anterior, com João Sousa, depois de ambos terem chegado ao 26.º posto de pares, embora o vimaranense, que esteve nesse posto em maio de 2019, mantenha a melhor posição de sempre em singulares, com o 28.º posto em maio de 2016.

Oportuense, de 28 anos, que tinha sido 26.º em final de agosto, está a viver uma das melhores temporadas da carreira, contando já com dois títulos, em Hangzhou e Gstaad, além de

A dupla luso-austríaca é também 11.ª na corrida para a presença nas ATP Finals, destinada aos oito melhores pares, numa lista liderada pelos britânicos Julian Cash e Lloyd Glasspool, que venceram Cabral e Miedler na final de Viena.

Em singulares, Nuno Borges subiu uma posição e é 46.º, com Jaime Faria (151.º) e Henrique Rocha (162.º) a descerem, num ranking que continua a ser liderado pelo espanhol Carlos Alcaraz, seguido do italiano Jannik Sinner e do alemão Alexander Zverev.

No setor feminino, a bielorrussa Aryna Sabalenka mantém a liderança, à frente da polaca Iga Swiatek e da norte-americana Coco Gauff, com Francisca Jorge a aproximar-se do top 200, ao subir ao 206.º posto, com a sua irmã Matilde Jorge

• Boys & girls 5 to 16 [born 2021-2010]

• Season begins mid October to mid March

• Weekly games & season ending tournament

• Team jersey, shorts and socks included

• Trophy and medals for all participants

SC TORONTO

Schedules for each age group, including playing days and locations, are posted at sctoronto.ca/indoor-house-league/

Creditos:

BASEBALL Trey Yesavage, part-time student / full-time World Series hero

Trey Yesavage hesitated before explaining why he couldn’t join the celebration for the Blue Jays’ first AL East title in a decade.

Just a month later, he’d be rewriting World Series record books and carrying Toronto within one win of a championship. But on that September night, the 22-year-old rookie stood in a quiet clubhouse with a simple reason for leaving early.

“I have homework,” he said.

Months earlier, before his meteoric rise from Low-A ball to the heart of a pennant race, Yesavage assumed he’d have time to balance baseball and four online fall class-

es — one of them in media criticism. He never expected to become the story himself. Each of his eight big-league starts felt bigger than the last, culminating in a calm, commanding Game 5 against the Dodgers. Under the brightest lights, Yesavage struck out 12 in a 6-1 win — one of the most dominant performances in franchise history.

“This kid just shoved,” said teammate Braydon Fisher. “Now he’s got homework.”

After Game 162, the Blue Jays managed to pull Yesavage into the celebrations — briefly. He went, he smiled, then went home to finish his assignments. But the champagne kept flowing, and the rook-

ie kept earning it. Each week since that division-clincher, Yesavage had given Toronto another reason to celebrate. By Wednesday, he’d brought them to the brink of baseball’s biggest party. His calm under pressure wasn’t always there. In his final high school game, on the turf mound at Boyertown, Pennsylvania, Yesavage slipped mid-delivery. His longtime coach, Todd Moyer — who’d known him since youth basketball — thought he was injured and pulled him from the game. Boyertown lost 1-0, ending Yesavage’s high school career. He still remembers his near-miss at the plate — a deep fly ball to center that came up just short.

“One more squat, one more bench press,” he said. “That ball would’ve been gone.” The stages only grew from there — from East Carolina University to Low-A Dunedin, and now the World Series. Against Los Angeles, Yesavage became the youngest pitcher ever to record double-digit strikeouts in the Fall Classic — and the only rookie to ever reach 12. Unlike that painful high school ending, this time manager John Schneider didn’t take the ball from him.

“Historic stuff,” Schneider said. For 6⅓ innings at Dodger Stadium, Yesavage kept his emotions in check. Once quick to frustration as a teen, he’d learned composure through college and the minors, discovering that his edge came from balance — holding his fire until the moment demanded it. “I’m cool, calm, collected,” Yesavage said. “But when I get a big punchout, you’re gonna know.”

When he froze Tommy Edman with a double-play ball to end the seventh, he finally let go — flexing both arms, roaring toward the dugout, pointing to Ernie Clement as the Jays escaped the jam. The control, then the eruption — it’s become his trademark. Moyer now compares him to Ferdinand the Bull: calm, thoughtful, patient — until it’s time to fight. That tranquility is what keeps Yesavage grounded, the same calm that kept him from an afterparty to finish his coursework. He didn’t know a World Series would interrupt his semester. He didn’t know a sealed bottle of tequila would sit by his locker as a memento of history. He didn’t know how quickly his name would belong beside legends. Because for all the dominance, all the records, and all the champagne, Trey Yesavage is still a kid — one who’s pushed the Toronto Blue Jays to the doorstep of immortality, and still remembers to turn in his homework.

RS/MS

OUTONO, CASTANHAS E COMUNIDADE...

É TEMPO DE MAGUSTO!

O Outono chega, trazendo as cores da mudança e a alegria do Magusto. Esta tradição celebra o calor e a partilha, valores essenciais para a nossa comunidade.

É com este espírito que eu estou aqui para o servir. Precisa de apoio ou de ajuda com programas federais?

Ligue para o meu escritório ou visite o meu website. Estamos aqui para servi-lo!

JULIE DZEROWICZ

Creditos: DR

Can the bizarre influence the result?

We’ve all seen it before — the little quirks, routines, and habits that athletes cling to before or during a game. A football player stretches in the same order every week. A basketball player spins the ball and takes the same deep breath before each free throw. A hockey goalie taps his posts before every faceoff. Whether they’re called superstitions or rituals, these behaviors are woven deeply into the fabric of sports. They bring comfort, focus, and maybe — just maybe — a bit of luck. From playoff beards to pre-game routines, these traditions are as much a part of the game as the scoreboard itself.

Here’s a look at some of the most fascinating and iconic examples from the world of sports superstition.

PATRICK ROY

The goalie who talked to his posts

When it comes to superstitions, few can rival legendary goaltender Patrick Roy, one of the most eccentric players ever to lace up in the NHL. Roy’s quirks were legendary — and plentiful.

He refused to skate over the lines on the ice, always stepping over them instead. Before every game, he would crouch at the blue line, fix his gaze on the net, and visualize it shrinking smaller and smaller — a mental exercise to help him feel more dominant in the crease.

Roy also carried on full conversations with his goalposts, giving them pep talks and thanking them when pucks rang off the iron instead of going in. In the locker room, his gear had to be laid out piece by piece on the floor in a specific order, and he’d put it on the same way every time. Between periods, he could often be found juggling pucks or bouncing them off the floor to stay loose. For Roy, these routines weren’t just habits — they were sacred steps toward mental control and focus.

WAYNE GRETZKY

The great one’s great rituals even the greatest player in hockey history wasn’t immune to superstition. Wayne Gretzky had his own elaborate pregame routine, right down to the smallest detail.

He dressed in a precise sequence: left shin pad, left sock, right shin pad, right sock,

pants, left skate, right skate, shoulder pads, left elbow pad, right elbow pad, and finally, his jersey. He dusted his stick with baby powder before every game — perhaps part of what made the puck seem magnetically drawn to him.

During warmups, Gretzky’s first shot always went wide to the far right of the net — never on goal. After warmups, his beverage ritual was almost as famous as his scoring touch: a Diet Coke, followed by ice water, a Gatorade, and then another Diet Coke. And no matter what, he would never get his hair cut on the road — the one time he broke that rule, his team lost.

CRISTIANO RONALDO

A perfectionist’s peculiar habits

soccer superstar Cristiano Ronaldo is known for his precision, discipline, and flair — on and off the field. But beneath that polished image lies a deep commitment to ritual.

When traveling by plane to a game, Ronaldo insists on being the first to disembark. However, if the team takes a bus, he must be the last one off. Before stepping onto the pitch, he always leads with his right foot — a symbolic gesture for good luck.

But Ronaldo’s most unusual superstition might be his halftime hair change. He never plays both halves of a match with the same hairstyle. Whether it’s a subtle adjustment or a total redo, it’s his way of resetting mentally for the second half — a fresh look for a fresh start.

MICHAEL JORDAN

The birth of a basketball tradition

No athlete may have turned superstition into style quite like Michael Jordan. During his college days, Jordan helped lead the North Carolina Tar Heels to a national championship in 1982 — and afterward, he became convinced that his blue Tar Heels practice shorts brought him luck.

So when he joined the Chicago Bulls, he continued to wear those same shorts under his NBA uniform throughout his entire career. To hide them, he began wearing longer Bulls shorts — unintentionally sparking a fashion trend that swept through the NBA. Thanks to Jordan, short-shorts all but disappeared from the league.

Jordan’s attention to detail extended to every part of his gear. He carefully adjusted his socks to make sure they were perfectly even and wore a brand-new pair of sneakers before every game. For Jordan, preparation and superstition were inseparable — and his results speak for themselves.

THE KANSAS CITY ROYALS and the “Rally Mantis”

In 2016, the defending World Series champion Kansas City Royals found themselves struggling to stay above .500 — until an unexpected visitor showed up in their dugout.

A green praying mantis landed on outfielder Billy Burns’ cap during a game, and the team immediately adopted it as their good

luck charm. They called it Rally Mantis. That night, the Royals won — and then they won five of their next six games. Suddenly, the season felt alive again.

When the original Rally Mantis died (as Burns put it, “he was dying when we found him”), the magic briefly faded — until another mantis appeared. Dubbed Rally Mantis Jr., he was given a proper home complete with grass, bugs to eat, and a dedicated caretaker in Burns. The Royals finished the year at .500 — not exactly a miracle run, but the Rally Mantis remains one of baseball’s most endearing superstitions.

The NHL’S CONFERENCE TROPHY dilemma

One of hockey’s longest-standing superstitions doesn’t belong to a single player but to the entire league. After winning the Eastern or Western Conference Final, NHL teams are presented with a trophy — either the Prince of Wales Trophy or the Clarence S. Campbell Bowl.

And that’s where things get tricky: some players believe touching the trophy before winning the Stanley Cup brings bad luck. The logic? The real prize is the Cup — and celebrating early tempts fate.

The results, however, tell a different story. Teams that touch the conference trophy win the Stanley Cup about half the time — meaning it’s more myth than magic. Still, players stick to their beliefs.

In 2008, Sidney Crosby and the Pittsburgh Penguins refused to touch the Prince of Wales Trophy — and lost in the Finals. The next year, Crosby lifted it without hesitation. The Penguins went on to win the Stanley Cup.

From Gretzky’s baby powder to Ronaldo’s halftime hairstyles, these rituals might seem strange to outsiders — but to athletes, they’re sacred. In sports, where the difference between winning and losing can be a single bounce, a little superstition might just make all the difference. Whether it’s luck, mindset, or sheer habit, one thing’s for sure: the world’s best athletes will do whatever it takes to keep the magic alive.

RS/MS

Luis Camara Secretary Treasurer

Ricardo Teixeira Recording Secretary

Jack Oliveira Business Manager

Nelson Melo President

Jaime Cortez E-Board Member

Marcello Di Giovanni Vice-President

Pat Sheridan E-Board Member

Experts weigh in on the risks of AI in construction

Artificial Intelligence (AI) is growing relentlessly and impacting the way the construction industry processes and formulates information. While AI can improve efficiency, save time and even make projects safer, it opens the door to new risks, considerations and challenges.

Failure to mitigate AI risks can be very costly. In fact, a report from digital consultants Infosys says from a governance perspective based on an all-industry viewpoint, 95 per cent of executives have experienced at least one type of problematic incident from their use of enterprise AI.

Almost three-quarters of those who experienced damage from an enterprise AI deployment rated it at least moderately severe.

“Most of the time (77 per cent) the damage incurred from an AI incident is a direct financial loss to the business; however, executives find reputational damage much more threatening to their business than financial losses.”

This sounds similar to the threats posed in the past by cyber-attacks and ransomware infiltration. In the case of AI, malicious attempts might be made to distort the data used by a company’s AI resources and thereby compromise sensitive project data or disrupt operations. It’s called “Data Poisoning.”

Data Poisoning could lead to dangerous situations, says U.S. construction law firm Bradley, possibly the actual collapse of structures. Adversarial attacks could introduce carefully-crafted inputs designed to deceive an AI system into believing a machine is in good working condition when it is actually about to fail and

harm workers onsite.

“Data governance should embrace classification and security as a priority,” says international business consultancy Deloitte. “AI and advanced analytics enterprise (AA) are enabling new efficiency and creating new risk management paths. Cyber-physical systems should enhance the delivery and management of connected construction facilities for both greenfield and brownfield projects. Digital security will be considered essential to avoid disruption and raise resilience.”

This is particularly important in a time of supply chain uncertainties.

“Construction and Infrastructure (C&I) should transform its entire value chain,” Deloitte continues. “Vertical integration needs to break barriers throughout the chain. Digital identity and privilege access management should be deployed to ensure access control while integrating suppliers and contractors.”

Human oversight, data access restrictions and AI access via vetted and trusted technology providers can reduce risk.

“Self-sufficiency approaches in cybersecurity are no longer an option,” concludes Deloitte. “C&I players should invest in hybrid models to ensure they reach a proper level of maturity in cyber security.”

“Exploring the appropriate use of AI in a construction workflow is the first step in adopting AI,” says John Paolin, partner with international law firm HKA. “In their highest form, AI systems attempt to simulate human intelligence.”

That can introduce questions surrounding intellectual property rights.

“Who holds the rights?” asks Frank Kalman of the Bluebeam Blog. “AI-gener-

ated designs may involve multiple stakeholders — construction firms, AI software developers and project clients — all of whom could claim ownership.”

Kalman suggests rigour regarding contract clarity, the licensing terms of services and the protection of proprietary data.

His message for construction leaders and other industry stakeholders is clear: “Understanding and managing the legal implications of AI is essential to staying competitive in an increasingly digital industry.”

That legal understanding goes beyond the exciting parts concerning AI-generated design. It also includes recognition that AI-generated documents such as scopes of work, RFIs, meeting notes and change orders could be unreliable, writes E. Peyton Aldrich of Atlanta-based law firm Smith Currie Oles LLP.

“For instance, they sometimes generate false, misleading or fabricated information without any clear warning. Important context is also frequently missed, and the tools often make assumptions that haven’t been stated.”

AI might also overlook or misinterpret important provisions, or misunderstand how certain clauses relate to one another, especially in custom or negotiated contracts, Aldrich writes.

“If a project manager relies on an inaccurate contract summary, the consequences can be serious,” continues Aldrich. “They might miss a deadline, misunderstand a payment obligation, or overlook a clause that shifts risk to their company, leading to waived rights, breach claims or unexpected financial losses.”

A broad survey of corporate leaders conducted by AI governance platform provider OneTrust found while 75 per cent say team goals have shifted significantly to support faster, safer AI adoption, 82 per cent of them say AI risks have accelerated the need to modernize and improve governance. In terms of action, 98 per cent are expecting budgets to rise significantly to support faster, smarter oversight.

Meanwhile, adoption of AI in construction specifically appears slower than with most industries.

A global survey of 86 senior construction people, comprised of multiple industry-related professions concerning their AI plans, actions and perceptions, found 58 per cent either have not deployed any policy or have not put their planned AI deployment into effect.

Once they get on board, construction projects partners using AI need to recognize the risks associated with AI in their work and take proactive steps to mitigate them.

DCN/MS

Ontario proposes to rebate HST for some first-time homebuyers

Some first-time homebuyers in Ontario could soon save tens of thousands of dollars on the cost of a home under a proposal from the provincial government to rebate the HST.

The Ontario government had previously signalled that if the federal government removed its portion of the harmonized sales tax for first-time homebuyers, the province would follow suit.

The federal government proposed earlier this year to rebate the federal portion of the HST on new and substantially renovated homes valued up to $1 million for first-time homebuyers.

Finance Minister Peter Bethlenfalvy says Ontario’s provincial rebate will be in next week’s fall economic statement.

While homes valued up to $1 million would qualify for the full rebate, there will be partial rebates on a phased-in basis for homes valued up to $1.5 million.

Ontario is behind its goals on housing starts and Municipal Affairs and Housing Minister Rob Flack says the move will help spur new home construction.

SAÚDE & BEM-ESTAR

Sinusite

Um problema comum que afeta muito mais do que o nariz

A sinusite é uma das condições respiratórias mais frequentes em todo o mundo, mas também uma das mais subestimadas. Embora muitos a associem apenas a uma constipação mal curada ou a um simples entupimento nasal, a verdade é que a sinusite pode causar um impacto significativo no bem-estar geral, afetando a respiração, o sono, o humor e até a capacidade de concentração. Quando não tratada adequadamente, pode evoluir para formas crónicas e trazer complicações para outras partes do corpo.

Asinusite é uma inflamação dos seios perinasais, cavidades localizadas à volta do nariz, maçãs do rosto e testa, que têm a função de aquecer, humedecer e filtrar o ar que respiramos. Quando estas cavidades ficam inflamadas ou bloqueadas, o muco deixa de drenar corretamente, acumulando-se e criando um ambiente propício à proliferação de bactérias, vírus ou fungos. Em alguns casos, a sinusite pode ter origem alérgica, estando associada à rinite, à asma ou à exposição prolongada a poluentes e poeiras.

Existem dois tipos principais de sinusite: a aguda, geralmente provocada por uma infeção viral (como uma constipação comum) e que dura até quatro semanas; e a crónica, quando a inflamação persiste por

mais de doze semanas, mesmo após tratamento adequado.

Os sintomas variam consoante o tipo e a gravidade da sinusite, mas os mais comuns incluem:

• Congestão e obstrução nasal;

• Corrimento espesso e amarelado (ou esverdeado);

• Dor ou pressão facial, especialmente à volta dos olhos, nariz e testa;

• Dores de cabeça que pioram ao inclinar a cabeça;

• Diminuição do olfato e do paladar;

• Mau hálito e fadiga geral. Nos casos crónicos, podem ainda surgir tosse persistente, sensação de peso na cabeça, irritabilidade e dificuldades de sono, o que, a longo prazo, afeta a qualidade de vida. Em situações mais graves — embora raras — a infeção pode estender-se a zonas próximas, como os olhos ou o cérebro, exigindo intervenção médica urgente.

As causas da sinusite são variadas. A mais comum é a infeção viral que acompanha constipações ou gripes. No entanto, alergias sazonais, desvio do septo nasal, pólipos nasais, alterações anatómicas das fossas nasais ou a exposição contínua a ar poluído e fumo de tabaco também contribuem para o seu aparecimento.

A sinusite tem efeitos que ultrapassam o sistema respiratório. A falta de oxigenação adequada causada pela obstrução nasal pode provocar cansaço, dificuldades de concentração e dores musculares. A respiração pela boca, frequente em pessoas com sinusite crónica, resseca a garganta e aumenta o risco de faringites e bronquites. Além disso, o sono interrompido e a dor constante podem gerar irritabilidade e até sintomas de ansiedade ou depressão. O organismo, em estado inflamatório prolongado, também fica mais vulnerável a outras infeções e desequilíbrios. Embora pareçam sistemas completamente distintos, a sinusite e o coração podem estar ligados através da propagação de bactérias ou inflamações sistémicas. Em casos raros, uma sinusite bacteriana não tratada pode permitir que microrganismos entrem na corrente sanguínea — fenómeno conhecido como bacteriemia. Se essas bactérias atingirem o coração, podem fixar-se nas válvulas cardíacas e causar uma infeção grave chamada endocardite bacteriana. Esta condição, que afeta o revestimento interno do coração e as suas válvulas, é potencialmente fatal se não for tratada com urgência. Pessoas com válvulas cardíacas artificiais, defeitos cardíacos congénitos ou histórico de endocardite estão particularmente em risco. Mesmo quando não há infeção direta, a inflamação crónica causada

pela sinusite pode aumentar o nível de marcadores inflamatórios no sangue, como a proteína C reativa, o que tem sido associado a um maior risco de doenças cardiovasculares a longo prazo. Ou seja, cuidar da saúde nasal é também uma forma de proteger o coração.

Quando a sinusite já se instalou, o tratamento depende da causa. No caso de infeções virais, o alívio dos sintomas é geralmente suficiente: repouso, hidratação, descongestionantes nasais e, se necessário, analgésicos. Se a origem for bacteriana, o médico pode prescrever antibióticos. Já na sinusite crónica, pode ser necessário um tratamento prolongado com anti-inflamatórios, sprays nasais à base de corticoides ou, em casos mais complexos, cirurgia endoscópica para corrigir obstruções anatómicas.

A sinusite é um problema comum, mas não deve ser ignorada. O desconforto que provoca é apenas a face visível de um distúrbio que pode afetar todo o equilíbrio do organismo. Cuidar da saúde nasal é cuidar da respiração — e respirar bem é essencial para o bom funcionamento do corpo e da mente. Reconhecer os sinais, prevenir e tratar precocemente são passos fundamentais para evitar que uma simples inflamação se transforme num problema crónico e debilitante.

Nutrição & Bem-Estar com Ana Lucas Rebelo nutricionista
Credito: DR

Nasceu!

Alba Baptista e Chris Evans foram pais de uma menina. Alma Grace Baptista Evans é o nome da primeira filha dos atores, revela o Entertainment Tonight. Segundo este meio de comunicação, a bebé nasceu na passada sexta-feira, 24 de outubro, no estado do Massachusetts, Estados Unidos da América, onde o casal vive. Recorde-se que a gravidez da atriz portuguesa, de 28 anos, passou despercebida e foi uma surpresa para os fãs do casal quando se soube da notícia do nascimento da pequena Alma esta terça-feira (28).

Catarina Siqueira está grávida do segundo filho, um menino, que resulta da relação atual com Henrique Carvalho. O bebé, o primeiro em comum entre o casal, está prestes a nascer, para alegria da atriz que está a enfrentar momentos de exaustão na reta final desta gestação. Na terça-feira, 28 de outubro, ao chegar ao hospital para fazer "as últimas análises desta gravidez", Catarina Siqueira partilhou um desabafo no qual assume que se sente farta de estar grávida. "Já estou farta. Posso estar farta, ou vão cair-me todos em cima?", questionou em tom irónico.

Zulmira Garrido viveu momentos de tensão quando se encontrava no estacionamento de um centro comercial em Lisboa. A comentadora do programa de social 'Passadeira Vermelha' explicou aos colegas de painel que estava ao telefone dentro do seu carro quando um homem entrou abruptamente na viatura aos gritos. "Estava um carro estacionado com um senhor. Eu estava a atender o telefone rapidamente para sair e vi-o a esbracejar, mas não liguei. [...] Então ele abre a porta do meu carro com uma agressividade e a dizer: 'A senhora desligue já o carro, eu sou obrigado a levar com a combustão do seu carro? '", explicou a comentadora. "Eu fiquei branca e com o rabo colado ao banco e não tive reação para nada", referiu, por fim.

Sem descanso...

Depois de ter revelado publicamente que a sua casa foi assaltada no último domingo, 26 de outubro, Dânia Neto contou num testemunho emotivo todos os detalhes deste roubo que deixou a sua família num momento de enorme desespero e dor. A atriz gravou um vídeo, disponível na galeria, no qual surge de voz embargada e lágrimas nos olhos para explicar o que aconteceu. Dânia referiu ter ponderado se deveria ou não gravar estas imagens, mas decidiu fazê-lo por ter recebido "centenas de mensagens" de preocupação e carinho. "Estamos bem, dentro de tudo o que aconteceu. Não está a ser fácil, está a ser muito duro", começou por dizer. "No domingo nós saímos ao meio-dia para um almoço de família muito perto de casa, dois quarteirões. Quando regressámos, às 19h00, a nossa casa tinha sido assaltada. Tinham entrado por uma janela, tinham ido diretos aos sítios onde tínhamos as nossas coisas de valor guardadas. Rebentaram com esses sítios e levaram tudo, tudo o que nós tínhamos. Tudo o que nós comprámos com fruto do nosso trabalho, com a dedicação de uma vida, desapareceu", lamentou de lágrimas nos olhos.

Chantagem

Nos últimos tempos, a Casa Real britânica não tem tido descanso no que diz respeito a polémicas. A mais recente - que na verdade já tinha começado em 2021 - tem como protagonistas o príncipe André e Sarah Ferguson, devido à relação de amizade que ambos mantinham com Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais. Após o escândalo, André estará, alegadamente, em negociações para sair da Royal Lodge, uma mansão com 30 quartos na qual vive atualmente e que se localiza no Windsor Great Park. A acontecer, a mudança também afetaria Ferguson, uma vez que a duquesa de York também reside nesta casa, apesar dos dois se terem divorciado em 1996. Sarah Ferguson viu-se envolvida num escândalo depois da imprensa britânica ter revelado e-mails que esta trocou com Jeffrey Epstein, nos quais esta reafirma a sua amizade com o empresário, apesar de ter dito em entrevistas na altura que os dois estavam de relações cortadas. O caso veio a público através do jornal Mail on Sunday. O caso escalou de tal formainclusive também com a revelação de e-mails de André - que o príncipe renunciou aos seus títulos reais.

Bárbara Norton de Matos usou a sua página de Instagram para fazer um comunicado aos seguidores onde conta detalhes da relação complicada que mantém com a filha Luz, de 19 anos. A atriz relata que a jovem foi viver com o pai, Gonçalo Pina e Melo, há três anos e que desde então a ligação das duas tem sido pautada por momentos menos bons. "Nos últimos dias, foi tornada pública uma situação familiar que, até agora, sempre fiz questão de manter em privado. Infelizmente, após um momento de partilha afetiva que fiz com a minha filha, a Luz, ela tomou a decisão de se expressar publicamente, expondo-me nas redes sociais e recorrendo a uma forma de chantagem emocional após uma decisão judicial que não lhe foi favorável", começa por explicar a artista. [...] "A minha filha decidiu, aos 16 anos, deixar de viver comigo e foi viver com o pai. É muito triste ver a importância gigante que uma mãe tem depois de criar uma filha sozinha até aos 15 anos, ser apagada e transformada em algo negativo", acrescentou ainda a atriz. Apesar de tudo, quero que saibam que a minha resposta à chantagem da minha filha será sempre com amor de mãe porque o meu amor por ela é maior do que qualquer conflito", explica Bárbara Norton de Matos.

Assalto
Credito:

artesonora

Hugo Sousa O comediante que faz do riso a sua vida

De aluno de Educação Física no Porto a dono dos palcos mais importantes de Portugal (e do Estrangeiro)

OPorto. É daqui que vem a voz e o sotaque sem filtros que caracterizam um dos nomes mais sólidos da stand-up comedy em Portugal: Hugo Sousa. Com 45 anos e mais de duas décadas de carreira, Hugo não é apenas um comediante; é um contador de histórias, um observador do quotidiano e, acima de tudo, um artista que ousou trocar um futuro seguro pelo risco (e o riso) do palco. O seu novo espetáculo “Premissas”, é o momento para o portuense transformar as suas observações mais ridículas e existenciais em piadas de sucesso. A história de Hugo Sousa começa de forma inesperada. Ao contrário de muitos artistas que se dedicam às artes desde cedo, Hugo fez um caminho académico bem diferente: formou-se em Educação Física.

O jovem Hugo, preparou-se para ensinar ginástica, mas com a cabeça e o coração já nos palcos e na comé dia; a sua formação deu-lhe ferramentas para uma vida estável e previsível, mas foi posta de lado. O apelo dos holofotes era mais forte do que a chamada para o ensino. Quem vê Hugo Sousa atuar percebe a sua expressividade corporal – ele não conta apenas piadas, ele vive as piadas, numa performance que é intensa e envolvente. Em 2003, dá-se a grande vol ta; é o ano em que Hugo Sousa se inicia nos espetáculos ao vivo. Portugal estava a viver um momento de transição no humor, e ele surge na altura certa. Não se pode falar da carreira de Hugo Sousa sem falar no fenómeno “Levanta-te e Ri” (SIC). Este programa, apresentado pelo amigo e também comediante Marco Horácio, foi o catalisador que profissionalizou e popularizou o stand-up em Portugal. Em 2003, Hugo integra as atuações do programa e a sua vida muda. A exposição nacional foi avassaladora, de repente, o humorista portuense, com o seu estilo descomplexado e direto, estava na casa de milhões de portugueses. Foi o momento em que a comédia deixou de ser um nicho em bares escuros e passou a encher teatros. O programa “passou a ser a moda de algo que não havia”, criando um mercado e, mais importante, incutindo a crença em muitos jovens de que era possível, de facto, viver da comédia em Portugal. Hugo Sousa foi um dos pioneiros a provar que sim, era possível. Graças a esta projeção, ele estabeleceu-se como um nome de peso.

O sucesso do stand-up abriu-lhe as portas da televisão de forma mais ampla. Hugo Sousa tem uma versatilidade notável que lhe permitiu transi tar entre vários formatos. Embora valorize e participe em todos estes pro jetos, o seu coração e a sua identidade artística estão ligados ao microfone e à solidão criativa do stand-up. É ali que ele se sente completo, é ali que a sua escrita e o seu ritmo se encontram sem intermediários.

Com 45 anos, Hugo Sousa soma já dez espetáculos a solo que encheram salas por todo o país e em palcos internacionais. Cada solo é um capítulo da sua vida e da sua evolução como artista. A sua determinação é evidente na sua constante presença nas redes sociais, que usa como um laboratório de piadas e um con tacto direto com os seus milhões de seguidores. E é notória também a sua pre sença internacional, levando o seu humor a países como Reino Unido (Londres), Suíça, Brasil, Canadá e Angola, solidificando-o como um embaixador do humor português. Agora, Hugo Sousa apresenta-se com o seu 11.º solo: “Premissas”. Este espetáculo é o culminar de toda essa experiência, uma síntese da sua maturidade humorística.

O nome “Premissas” é escolhido a dedo, referindo-se ao ponto de partida de toda a piada: a ideia inicial, a observação. Hugo Sousa convida o público a acompanhar o pro cesso criativo, desde a ideia mais simples até à gargalhada final. O artista garante que, quem já o conhece, “sabe ao que vai”: um riso honesto e direto. Se não o conhece, esta é a “oportunidade de começar por onde se começa qualquer piada: pela premissa”. Ao longo dos seus 22 anos de carreira, Hugo Sousa fez mais do que apenas contar piadas; ele ajudou a moldar a cena da stand-up em Portugal. Ele representa a voz do Norte que não se cala, um humorista que valoriza o texto e a performance crua, cara a cara com o público. Hugo Sousa é um comediante que se recusa a estagnar. A sua contínua capa cidade de criar, de inovar a cada solo e de manter a sua voz autêntica e "sem filtros" é o que o mantém no topo e a encher as salas.

Aos sábados 7h30am Sábado às 10:30am | domingos 10am.

Palavras cruzadas Sudoku

O objetivo do jogo é a colocação de números de 1 a 9 em cada um dos quadrados vazios numa grade de 9×9, constituída por 3×3 subgrades chamadas regiões. O quebra-cabeça contém algumas pistas iniciais. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo.

1. Trocar palavras, ideias (com alguém), sobre qualquer assunto

2. Representar por meio de caracteres ou escrita

3. Não aprovar; recusar algo

4. Fazer perder a casca ou qualquer outro revestimento que envolva algum objeto

5. Vingar uma agressão com outra maior, mais violenta; responder

6. Sustentar-se ou mover-se no ar por meio de asas ou algum meio mecânico

7. Transportar, levar (alguém ou algo) em direção ao lugar onde está quem fala ou de quem se fala

8. Provocar alguém amorosamente, de-

Jogo das 10 diferenças

monstrar interesse amoroso por; azarar

9. Exprimir por meio de palavras

10. Fazer trepidar ou trepidar; fazer estremecer ou estremecer; tremer

11. Entregar em troca; permutar

12. Causar dano, prejuízo, apodrecimento em, ou ficar em mau estado, danificado, quebrado

13. Transferir (bem ou mercadoria) para outrem em troca de dinheiro

14. Ocupar o espaço de; ser o conteúdo de; tornar(-se) cheio

15. Perceber (som, palavra) pelo sentido da audição

Ervilhas Escalfadas

V Z W F A C C F V Y L Z L D S

A M C Z N O H N I M A C J Y E

D K D N R S I M P A C T O V C

E O E A I L

A R K R A R Q O A M T T U X A D B B R G V R Z P G S H E F F E Q G G T P M U N D I A L Q S O T A N O E P M A C M E I O S COMPETIR EXEMPLO CAMPEONATO

IMPACTO

CAMINHO JOGAR

Ingredientes

• 500 g de ervilhas

• 4 ovos

• 1 chouriço cortado às rodelas

• 1 cebola picada

• 1 dl vinho branco

• 2 dentes de alho picados

• 1 dl de polpa de tomate

• Azeite

• 1 folha de louro

• Salsa picada

• Sal e pimenta q.b.

Modo de preparação

Levar um tacho largo ao lume com o azeite, juntar a cebola, os alhos e a folha de louro. Deixar refogar em lume brando até a cebola ficar macia. Adicionar o vinho branco, e a seguir, as rodelas de chouriço e a polpa de tomate. Cozinhar durante mais 3 minutos, mexendo de vez em quando. Juntar as ervilhas e água quente até cobrir. Temperar com sal e pimenta. Deixar cozinhar em lume brando até as ervilhas ficarem macias. Abrir quatro cavidades no preparado e colocar um ovo em cada uma. Tapar e deixar cozinhar até os ovos ficarem escalfados.

Caça palavras
Culinária por Rosa Bandeira
Credito: DR.

OLHAR COM OLHOS DE VER

Velhice Feliz Créditos: David Ganhão
Sweet girl. Créditos: Fa Azevedo
O Buddha, para salvar a alma desta página. Créditos: Augusto Bandeira Pensamentos. Créditos: Paulo Perdiz

CARNEIRO 21/03 A 20/04

Poderá ter contactos interessantes com pessoas diferentes e descobrir nelas coisas em comum, tanto a nível ideológico como prático. Gostará de expor as suas opiniões e terá uma maior abertura às opiniões dos outros, o que lhe dará uma confortável sensação de troca de experiências. Todos os assuntos poderão ser discutidos, mesmo os que são normalmente silenciados.

TOURO 21/04 A 20/05

A união faz a força, é bem verdade. Não se isole nem se feche no seu pequeno mundo. Dê mais atenção às opiniões dos outros, integre-se e participe mais ativamente com eles. A sua relação a dois está, neste período, valorizada. Aproveite bem essa relação e dê ouvidos ao seu coração e dedique algum do seu tempo ao seu par.

GÉMEOS 21/05 A 20/06

É uma boa oportunidade para organizar o seu trabalho ou o seu ambiente doméstico. Poderão surgir alguns conflitos com colegas ou subordinados. Se puder optar por um trabalho individual, tanto melhor, visto que neste caso a iniciativa apenas depende de si. Tente controlar a tendência que sente nesta altura para uma certa hipocondria.

CARANGUEJO 21/06 A 20/07

Nesta fase a imaginação e o poder criativo estão desenvolvidos, a sua sensibilidade às artes e à cultura é grande, aproveite para visitar um museu, ir a exposições ou assistir a um concerto musical. Está a atravessar um período de descontração e otimismo, se tiver filhos, saia e divirta-se com eles.

LEÃO 22/07 A 22/08

Esta é uma época em que vai ter facilidade de comunicar aos outros o que pensa de uma forma criativa. Tem mais vontade de ocupar o seu tempo com jogos e distrações do que com trabalhos rotineiros. Poderá nesta altura ganhar dinheiro através do jogo ou fazer uma operação comercial com resultados positivos.

VIRGEM 23/08 A 22/09

Este trânsito de Vénus pela Casa III poderá trazer-lhe alguma tendência para a dispersão (esta Casa tem a ver com a comunicação e com todas as formas de movimento). Contudo, é também um período em que se sente especialmente sensível e perspicaz relativamente às situações que vão se vão passando à sua volta.

BALANÇA 23/09 A 22/10

Esta é uma fase em que vai sentir necessidade de assegurar o seu futuro material, concretizando projetos que lhe incrementarão os seus valores financeiros. Tendência para associações com pessoas influentes e bem posicionadas estão favorecidas, no entanto, deverá agir com cautela e prudência no uso a dar ao seu dinheiro.

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

Sente-se com grande capacidade de iniciativa e com grande desejo de começar coisas novas. Sente-se atraído por tudo o que envolva conquista, luta ou mesmo algum risco. Poderá surgir uma paixão repentina por uma pessoa ou por uma situação. Se canalizar essa energia para o campo profissional poderá obter bons resultados.

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

Neste momento sente-se desiludido, pois se sente inferior aos outros. Em tudo o que faz acha que os outros não o entendem, logo não se sente realizado. Não se dê ouvidos, a sua imaginação é que é a culpada de se sentir assim. Ignore e ande para a frente.

CAPRICÓRNIO 22/12 a 20/01

Nesta semana sentir-se-á impelido a guardar as suas opiniões, expondo-se o menos possível. Uma certa inquietude e ansiedade deixá-lo-ão cada vez mais inseguro e nervoso, escondendo-se na sua concha. Procure reagir, distraia-se e enfrente a realidade sem fugir às responsabilidades. Só assim obterá respeito e consideração.

AQUÁRIO 21/01 A 19/02

Neste momento a sua maior ambição é alcançar o sucesso profissional, objetivo para o qual canalizará devotadamente as suas energias. As uniões ou associações estáveis merecem agora a sua preferência, sobretudo ao nível financeiro. Entretanto, uma relação com um superior hierárquico não está fora de causa..

PEIXES 20/02 A 20/03

Ficar em casa nesta altura, só se for para ler e estudar. Mas se isso não lhe sossegar o espírito, largue a rotina e parta à aventura. Este período também aconselha um aprofundamento intelectual, sobretudo dirigido a uma expansão de conhecimento não só de si como de tudo o que está à sua volta. Que tal iniciar agora o gosto pela leitura.

Soluções

Classificados

Aluga-se apartamento privado com 2 quartos e com um terraço. Na zona da College e Lansdowne. Contatar 647-828-6393

Apartamento/Studio - Scarlett/St. Clair. $1400 (Tudo Incluído). Muito espaçoso com cozinha. Moderno pronto a entrar. Com lavandaria e quintal. Área tranquila, autocarro direto ao subway. Disponível 1 de Novembro. Contato: 416-505-3598

Spacious two bedroom apartment for rent $2300.00. Located in the heart of Oakwood, Rogers and Oakwood. All amenities and public transport at your door stop. More information call 416-712-2036.

Procura-se casal para trabalhar na limpeza sob contrato, depois das 6 pm na baixa de Toronto com experiência. Contato: 416-919-6146

Aluga-se apartamento em Rogers e Blackthorn. 1 quarto, cozinha, casa de banho e lavandaria. Entrada privada. Disponível a partir de 1 de novembro. 905-904-5438.

Zona de St. Clair & Dufferin, este apartamento no 1º andar oferece 2 quartos num espaço moderno. Perto de transportes públicos, com o elétrico a poucos passos, é ideal para estadias curtas/férias. Fotos disponíveis por email; 416-878-0339 ou hcipriano1970@gmail.com.

Aluga—se apartamento com 1 quarto, sala, cozinha e casa de banho, entrada privada na zona da Dufferin & Lawrence. Não animais, não fumadores. Contatar: 647-922-6775

Disponível para Arrendar – Apartamento T1 (R/C) Zona St. Clair e Caledonia. Entrada independente com acesso e utilização do quintal. Despesas incluídas. Ideal para uma pessoa. Não fumadores / Não são permitidos animais. Lugar de estacionamento privado disponível (extra). Ligar para 416-919-9066

Agenda comunitária

1 de Novembro

Jantar e Baile da Castanha

Casa dos Açores de Ontário

1136 College Street, a partir das 18h. Reservas e Informações: 416 953 5960

Clube Português de Vaughan

27.º Aniversário dos seus Ranchos Folclóricos

LOCAL 183 - 1263 Wilson Ave, a partir das 18h. Reservas e Informações: 416- 3197545

Angariação de fundos – Clube Português de Leamington

Leamington Portuguese C. C.

217 Talbot St W, as 17h. Reservas e Informações: 519-791-9069

Centro Cultural Português de Mississauga

Cantigas ao Desafio

53 Queen St. N, Mississauga, 18h. Reservas e Informações: 905 286-1311/ secretary@ pccmississauga.ca

Available to Rent: 1-Bedroom Apartment (Main Floor). St. Clair and Caledonia. Private Entrance with access and use of backyard. Utilities Included. Ideal for one person . No smoking/No pets. Private parking available ($). Call 416-919-9066

Apartamento para alugar — zona Weston Road/Eglinton. 1 quarto, cozinha, sala e casa de banho. Com varandas. 416-531-4045

Aluga-se apartamento no basement — 2 quartos, cozinha e sala, casa de banho e estacionamento. Disponível de imediato. Zona Lawrence e Keele. 416-995-4883

Apartamento para arrendar — 1.º piso, 2 quartos, sala, cozinha e casa de banho. Zona St. Clair/Dufferin. Disponível de imediato. Contato: 647-639-4837

Aluga-se apartamento todo renovado com três quartos e com acesso a lavandaria. Na zona da Christie e ST. Clair. Contatar 416936-9417 or johnantunes@rogers.com

Apartamento para arendar na żona da Davenport e Dovercourt. Com 2 quartos e acesso a lavandaria. Contatar 416-427-4703

Apartamento num basement para alugar. Super acolhedor com 2 quartos, cozinha e sala em comum, casa de banho e lavandaria a moedas. Acesso a quintal Lawrence e Dufferin. Contatar 416-991-7164

Quarto para alugar com internet e laundry. Área da St. Clair & Lansdowne. Entrada privada. Contatar: 647-938-6367.

Para publicar um classificado, ligue para 416-900-6692 ou envie e-mail para info@mileniostadium.com

7 de Novembro

Casa do Benfica de Toronto

56.ºAniversário

LOCAL 183 - 1263 Wilson Ave, as 19h. Reservas e Informações: 416-651-1548 / 416688-7438 / 416-409-3939

8 de Novembro

Casa das Beiras

S. Martinho e 33 anos do R. Folc. Académico de Viseu

115 Ronald Avenue, Toronto, as 19h. Reservas e Informações: 416 604 1125

PCCM

Festa do São Martinho

53 Queen St. N, Mississauga, a partir das 18h. Reservas e Informações: 905-286-1311 ou secretary@pccmississauga.ca

Associação Cultural do Minho de Toronto

São Martinho c/ Marotos da Concertina

LOCAL 183 - 1263 Wilson Ave, as 19h. Reservas e Informações: 416-505- 0237

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.