MILÉNIO STADIUM 1751 27 DE JUNHO

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HAPPY CANADA DAY

David Ganhão

Capas e páginas

to em causa pela desinformação, criando hábitos que levam os outros a aceitar o que não é verdade. Esta distorção destrutiva na publicação pode tornar-se um ímpeto que influencia a forma como pensamos, levando muitas vezes ao desenvolvimento de teóricos da conspiração e narcisistas que espalharão, fortemente, falsidades. É essa a força dos livros e de outros materiais publicados. Numa época em que as populações mundiais estão a ser atacadas pelos problemas criados devido aos desafios sociais e de confronto, todos os anos milhares de livros “como fazer” são marcados como uma resposta para a resolução de todos os problemas. Há algo de positivo no facto de, pelo menos, estar a ler um livro, mas os livros “como fazer” nunca devem tornar-se um guia para a sua vida, porque não é a pessoa que escreveu o livro e o escritor está interessado em ganhar dinheiro. O seu processo de pensamento independente continua a ser fundamental para quem é. Ao mesmo tempo que pressupõem que pensemos de forma independente, muitos livros podem tornar-se fantásticos desenvolvedores do nosso vocabulário e aumentar a nossa disponibilidade para pensar e imaginar. Muitas vezes, penso em quem são os leitores e porque é que leem. Será para fantasiar, alimentar as suas mentes ou educar? Penso que estas e muitas outras razões incentivam quem pega num livro. Conhecimento é poder e viajar através do cérebro de outra pessoa pode ser uma ferramenta de navegação para lugares que nunca poderemos visitar. Um livro, especialmente um bom livro, deve criar pensamentos de forma tão natural e fácil que nem nos apercebemos, porque o leitor se sente parte do livro que está a ler. Todos os anos, o sector editorial publica muitos livros de autores lusófonos fora de Portugal. Estes livros são apresentados e divulgados, muitas vezes com custos elevados, nas comunidades de língua portuguesa. Em Toronto, existe um clube do livro que incentiva a leitura de autores de origem portuguesa. Na minha opinião, os nossos autores são pouco apoiados pela comunidade, sendo poucos os que compram livros que foram escritos com canetas cheias de suor e lágrimas.

É uma desilusão, porque um escritor de livros dá vida a um pedaço do coração e da alma de alguém e dá um novo ânimo a algo que muitas vezes fica moribundo. Vamos abraçar a leitura e apoiar fortemente aqueles que querem partilhar palavras connosco, particularmente aqueles que o fazem por amor ao esclarecimento e não por dinheiro.

Manuel DaCosta Editorial

Diz-se que “não se deve julgar um livro pela capa”. Infelizmente, muitas pessoas leem o título, a introdução e a conclusão e acham que já leram o livro. Estima-se

que, todos os anos, são publicados mais de 2 milhões de livros em todo o mundo, abrangendo novos títulos de todos os géneros, formatos e línguas. A edição digital aumentou significativamente o número de livros disponíveis, à medida que os livros eletrónicos e a autoedição floresceram. Os Estados Unidos são um dos maiores mercados de livros, seguidos da Europa e da Ásia, que é um mercado em rápido crescimento. É evidente que a indústria editorial continua forte e que muitas pes-

soas estão a ler ou a ouvir livros em plataformas como a Audible.

Acontinuação da publicação de livros para consumo público continuará a ser essencial para o desenvolvimento intelectual das populações avançadas, mas particularmente essencial para o desenvolvimento dos países do terceiro mundo, onde os computadores e a Internet não estão disponíveis. O enriquecimento da nossa paisagem literária está a ser pos-

No sábado, dia 28 de junho de 2025, às 10h00, na Peach Gallery, 722 College Street, Daniel Bastos e Luis Carvalhido apresentarão um novo livro intitulado “Monumentos ao Emigrante - Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.

Como emigrante, honremos os nossos sacrifícios e honremos este livro.

Ano XXXII- Edição nº 1751 27 de junho a 3 de julho de 2025

Semanário. Todas as sextas-feiras, bem pertinho de si!

Propriedade de: Milénio Stadium Inc./MDC Media Group 309 Horner Ave. Etobicoke, ON M8W 1Z5

Telefone: 416-900-6692

Manuel DaCosta Presidente, MDC Media Group Inc. info@mdcmediagroup.com

Madalena Balça

Diretora, Milénio Stadium m.balca@mdcmediagroup.com

Diretor Criativo: David Ganhão d.ganhao@mdcmediagroup.com

Edição Gráfica: Fabiane Azevedo f.azevedo@mdcmediagroup.com

Publicidade: Rosa Bandeira 416-900-6692 / info@mdcmediagroup.com

Redação: Adriana Paparella, Francisco Pegado e Rómulo M. Ávila.

Colaboradores do jornal: Adam Care, Aida Batista, Augusto Bandeira, Cristina Da Costa, Daniel Bastos, Paulo Perdiz, Raul Freitas, Reno Silva, Rosa Bandeira, Vincent Black, Vítor M. Silva.

Traduções: David Ganhão e Madalena Balça

Parcerias: Diário dos Açores e Jornal de Notícias

A Direção do Milénio Stadium não é responsável pelos artigos publicados neste jornal, sendo os mesmos da total responsabilidade de quem os assina.

Já li um milhão de livros. Credito: Manuel DaCosta
Versão em inglês Pág. 11

Amanhã será apresentado em Toronto, na Peach Gallery, mais um livro assinado por Daniel Bastos, um escritor bem conhecido das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Um homem, professor e historiador, que tem dedicado grande parte da sua vida ao estudo do fenómeno migratório e tudo o que ele envolve.

É importante que se registe, para todo o sempre, a história e as estórias dos que um dia partiram do seu país natal para construir a sua vida num outro canto do mundo. E, felizmente, Daniel Bastos não é o único a fazer este trabalho de resgate da memória coletiva. Na capa deste jornal, encontram apenas algumas capas dos muitos livros que foram sendo lançados aqui em Toronto nos últimos anos. Cada um por si e todos em conjunto prestam um

serviço inestimável – registar histórias de vida ou vivências que sendo únicas são, na sua essência, bem conhecidas de todos os emigrantes.

Os livros com mais ou menos di culdade vão sendo editados, graças em grande medida ao mecenato de empresários da diáspora, sendo a distribuição muitas vezes feita pelos próprios autores. Mas quem os lê?

Ainda há quem goste de ler? Como são esses livros acolhidos pela comunidade portuguesa residente no Canadá?

Nesta página trazemos números, que não são precisos por razões óbvias, mas que pelo menos nos dão uma ideia de como andam os nossos hábitos de leitura.

A língua portuguesa é atualmente falada por cerca de 265 a 280 milhões de pessoas, sendo a 5.ª ou 6.ª língua mais falada no mundo, dependendo dos critérios usados (falantes nativos vs. totais).

• Falantes nativos (língua materna): ~ 230 milhões

• Falantes como segunda língua ou língua adicional: ~ 40 a 50 milhões

Entre esses, o número de leitores varia consoante o grau de literacia e acesso à educação/livros em cada país. Segundo a UNESCO e dados do Instituto Camões, estima-se que cerca de 65% a 75% dos falantes de português no mundo tenham hábitos regulares de leitura (pelo menos um livro por ano).

Estimativa global de leitores em português: 160 a 180 milhões de pessoas.

Segundo o Censo canadiano de 2021 (Statistics Canada):

• Existem cerca de 480.000 pessoas de origem portuguesa no Canadá.

• Destas, aproximadamente 220.000 a 250.000 ainda falam português em casa.

• Estima-se que cerca de 100.000 a 150.000 tenham o português como uma das línguas de leitura, dependendo da geração (1.ª, 2.ª ou 3.ª).

Segundo o Camões, I.P. e outras fontes do ensino português no estrangeiro:

• Existem mais de 8.000 alunos inscritos em programas de português no Canadá, incluindo escolas comunitárias, públicas e privadas.

• A leitura em português entre jovens lusodescendentes varia bastante, sendo mais frequente entre lhos de imigrantes recentes.

Observações adicionais:

• O português é a língua mais falada no hemisfério sul (por causa do Brasil).

• A leitura em português está a crescer em África, especialmente nos meios urbanos de Angola e Moçambique.

• Em países de imigração como o Canadá, EUA, França e Luxemburgo, a leitura em português depende muito da manutenção cultural e ensino da língua nas comunidades.

Portugal (INE e Plano Nacional de Leitura):

• Média de livros lidos por ano:

→ População geral: 5 a 8 livros/ano

→ Jovens estudantes (15-24 anos): 8 a 12 livros/ano

• 61% da população diz ler livros por gosto, mas muitos leem esporadicamente

Comunidades lusófonas na diáspora (Canadá incluído):

• Média estimada: 2 a 5 livros por ano (dados de estudos locais e do Camões, I.P.)

• A leitura em português é mais forte entre os adultos da 1.ª geração

• Jovens da 2.ª e 3.ª geração leem mais em inglês/francês, mas alguns mantêm leitura em português (especialmente se frequentam aulas comunitárias)

Curiosidades e tendências globais

• Leitura digital em português está a crescer — eBooks, audiolivros e plataformas como Kindle e Audible tornam os livros mais acessíveis, especialmente no estrangeiro.

• O "booktube" e booktok em português (YouTube e TikTok literário) são populares entre jovens leitores no Brasil e Portugal, incentivando a leitura moderna.

• Em comunidades como a canadiana ou luxemburguesa, a leitura em português é muitas vezes sustentada por bibliotecas comunitárias, escolas de português e jornais locais.

A literatura imigrante sempre funcionou como uma ponte entre gerações

- Fernanda Viveiros Gonçalves

Fernanda Viveiros Gonçalves é filha de emigrantes açorianos e nasceu em Vancouver, onde os pais se estabeleceram pouco tempo após chegarem ao Canadá. Com quase três décadas de experiência no setor editorial e literário, fundou em 2021 a sua própria editora independente, Arquipélago Press, dedicada à publicação de literatura que valoriza vozes marginalizadas e experiências da diáspora portuguesa. Paralelamente, colabora com várias editoras da Colúmbia Britânica.

Nesta entrevista, Viveiros Gonçalves partilha a sua opinião sobre o papel da literatura na preservação da identidade cultural e linguística das comunidades portuguesas no estrangeiro. Fala do perfil diversificado dos leitores, dos desafios que os autores enfrentam para ganhar visibilidade no panorama literário canadiano, e da necessidade de apoiar, publicar e promover histórias escritas a partir de vivências portuguesas, mas com ressonância universal. Através da sua editora e do seu ativismo cultural, procura garantir que a literatura luso-canadiana seja vista não como uma curiosidade étnica, mas como parte integrante da narrativa literária do Canadá.

Milénio Stadium: Na sua perspetiva, qual é hoje o perfil dos leitores de obras sobre a comunidade imigrante portuguesa? O que procuram nestes livros?

Fernanda Viveiros Gonçalves: Alguns dos nossos leitores são luso-canadianos de segunda e terceira geração que procuram compreender melhor a sua herança cultural. Gosto de pensar que estes livros oferecem uma janela para as experiências vividas pelos seus pais e avós — histórias muitas vezes ausentes das narrativas dominantes e que, em muitos casos, nunca chegaram a ser partilhadas dentro das próprias famílias. É encorajador ver as gerações mais jovens a tentar recuperar a fluência na língua dos seus ascendentes. Como disse Fernando Pessoa, “A minha pátria é a língua portuguesa.” Também noto um crescente interesse dentro da própria co-

munidade da diáspora, nomeadamente da primeira geração de imigrantes, em reconectar-se com a sua história. Para além disso, há leitores não portugueses, sobretudo canadianos, que se sentem atraídos por histórias contadas através de uma lente cultural portuguesa.

MS: Como pode a literatura contribuir para preservar a identidade cultural e linguística das comunidades portuguesas no estrangeiro?

FVG: Para mim, a literatura imigrante sempre funcionou como uma ponte entre gerações. Nas comunidades portuguesas no Canadá e noutros países, onde certos aspetos da identidade cultural tendem a esbater-se ou diluir-se ao longo do tempo, estas narrativas ajudam a preservar uma ligação emocional com o património comum. Não se trata apenas de aprender sobre o passado, mas de senti-lo, de habitá-lo através de experiências vividas — sobretudo pela linguagem e pelas expressões culturais. Quando os escritores incluem diálogos em português, referências a pratos típicos, tradições ou episódios da história portuguesa, essas experiências ganham vida. É nesses detalhes que os escritores luso-canadianos partilham e preservam histórias únicas que todos podemos apreciar e aprender com elas.

MS: Considera que há apoio suficiente, por parte de instituições portuguesas, para os autores que escrevem sobre a experiência da diáspora portuguesa?

FVG: Não sei se existem instituições portuguesas que financiem especificamente escritores que se dedicam à experiência da diáspora. No entanto, há instituições que apoiam editoras na América do Norte e noutros lugares através da tradução de livros originalmente publicados em Portugal. Já beneficiei dessas bolsas ao publicar traduções em inglês de autores portugueses como Ana Pessoa, José Luís Peixoto e Olinda Beja. No Canadá, existem apoios de organismos artísticos, como o Canada Council for the Arts e bolsas regionais, destinados a escritores em diferentes fases de desenvolvimento. Contudo, essas bolsas

apoiam o processo criativo, não garantem publicação. Embora os financiamentos devam apoiar a diversidade na literatura canadiana, os editores não devem sentir-se pressionados a moldar os seus catálogos apenas para cumprir critérios de financiamento. A autenticidade e o mérito literário devem continuar a orientar as decisões editoriais.

Naturalmente, seria ótimo ver mais leitores a procurar ativamente livros de autores luso-canadianos. A literatura portuguesa no Canadá merece mais visibilidade, não como uma categoria étnica, mas como uma parte essencial da narrativa literária do país. Para que isso aconteça, é fundamental publicar obras que despertem verdadeiro interesse, mesmo que não espelhem diretamente as vivências dos leitores. Afinal, se o público está aberto a livros de autores de múltiplas origens, também deve estar recetivo à literatura luso-canadiana.

MS: Quais são alguns dos desafios que os escritores luso-canadianos enfrentam, e como pode a comunidade ganhar mais visibilidade no panorama literário canadiano?

FVG: Um dos desafios que observei, não apenas entre escritores luso-canadianos, mas em muitas comunidades da diáspora, é que muitos autores em início de carreira negligenciam oportunidades de desenvolvimento, optando por caminhos mais isolados, como a autoedição. Esta abordagem limita o crescimento do escritor, pois impede o acesso a críticas construtivas que poderiam melhorar o seu trabalho e dificultam o reconhecimento junto do público canadiano. A diáspora portuguesa continua sub-representada na literatura canadiana, mas isso pode mudar se mais escritores submeterem os seus trabalhos a revistas literárias, investirem em oficinas, cursos e programas de mentoria, e se envolverem em organizações literárias. Outro desafio que notei é a relutância de alguns autores em abordar temas difíceis ou tabus, por receio da reação da comunidade. MS: Que desafios enfrenta na promoção dos livros que publica, sobretudo entre as novas gerações de luso-descendentes?

FVG: O maior desafio da minha pequena editora tem sido a visibilidade. Deparo-me frequentemente com a perceção de que as histórias da experiência imigrante portuguesa são “de nicho” ou destinadas a um público muito específico. Já ouvi livreiros dizerem: “Não há assim tantos portugueses nesta cidade”, como justificação para não venderem os nossos livros. Curiosamente, nas mesmas livrarias, há frequentemente secções dedicadas a autores somalis, vietnamitas ou croatas — comunidades que também têm presença limitada em certos locais. Isso leva-me a questionar: por que razão algumas narrativas da diáspora são consideradas relevantes e outras ignoradas? E porque se assume que livros de autores luso-canadianos só interessam a leitores portugueses?

Este padrão também se reflete nos media, onde a literatura luso-canadiana nem sempre recebeu a atenção que merece — embora isso esteja lentamente a mudar. É importante sublinhar que muitos escritores de segunda e terceira geração de origem portuguesa não escrevem sobre emigração nem se focam em temas de identidade cultural — e essas histórias são igualmente importantes e uma valiosa contribuição para a literatura canadiana.

MB/MS

Fernanda Viveiros Gonçalves. Créditos: DR.
Credito: David Ganhão
A literatura desempenha um papel fundamental e transformador na construção da identidade e da personalidade

- Maria do Rosário

No Canadá, como em todos os países onde residem comunidades portuguesas, o ensino da língua portuguesa assume um papel central na preservação da identidade cultural das novas gerações de lusodescendentes. Maria Rosário Gaspar, Coordenadora de Ensino Português no Canadá pelo Camões, I.P., acompanha de perto os desafios e as oportunidades desta missão. Numa era dominada pelo digital e pela multiculturalidade, despertar o interesse dos jovens pela leitura e, em particular, pela leitura em português exige criatividade, inovação e um profundo conhecimento das suas vivências. Nesta entrevista, Maria Rosário Gaspar explica como a literatura pode ser um elo afetivo com as raízes familiares, descreve as estratégias implementadas para motivar os alunos, e sublinha o impacto de programas e iniciativas que aproximam os jovens da sua língua de herança, promovendo não só a leitura, mas também a construção de uma identidade plural e enriquecida. Milénio Stadium: Como avalia atualmente o interesse dos jovens lusodescendentes pela leitura em português?

Maria Rosário Gaspar: O interesse dos jovens lusodescendentes pela leitura em português varia significativamente de acordo com diversos fatores, como o grau de ligação familiar à língua, o contexto geográfico e social em que vivem, e o acesso a recursos culturais e educacionais em português.

Apesar dos desafios, observa-se uma abertura crescente ao idioma, especialmente entre jovens conectados às redes sociais e à cultura lusófona. Géneros musicais como o rap, o folclore e a música tradicional portuguesa, além de conteúdos no YouTube e influenciadores digitais de países de língua portuguesa, têm despertado curiosidade e identificação. Quando esses jovens se deparam com conteúdos que dialogam diretamente com as suas experiências e identidades, o interesse pela língua — e, consequentemente, pela leitura — tende a aumentar.

Por outo lado, iniciativas como programas de incentivo à leitura, clubes de leitura em português, e projetos escolares envolvendo autores lusófonos contemporâneos têm mostrado bons resultados na aproximação dos jovens à leitura na sua língua de herança. Essas estratégias, ao valorizarem o português como parte da identidade cultural dos jovens, contribuem para reforçar o vínculo afetivo com o idioma e ampliar seu uso no quotidiano.

MS: Que estratégias têm sido implementadas para motivar os alunos a desenvolve-

Gaspar

rem o gosto pela leitura em língua portuguesa?

MRG: O Instituto Camões, por meio da sua rede de Ensino Português no Estrangeiro (EPE), tem desenvolvido diversas iniciativas em colaboração com escolas, universidades e centros culturais. O objetivo é claro: motivar os alunos, especialmente os de origem lusófona, a despertar e fortalecer o gosto pela leitura em português. Entre as principais ações apoiadas pelo Camões destacam-se a criação e o reforço de bibliotecas escolares com livros adequados aos diferentes níveis de aprendizagem da língua, a promoção de encontros entre autores lusófonos e alunos das escolas do Ensino Português no Estrangeiro (EPE),pois estes momentos aproximam os jovens da literatura viva e despertam a sua curiosidade também as celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que incluem atividades como leituras públicas, concursos de leitura e entrevistas na rádio sobre a importância de falar e ler em Português, transformam a leitura numa experiência dinâmica e envolvente, e, por fim, a formação contínua de professores, com ações focadas em temas como a didática, a literatura infantil e juvenil e estratégias para motivar estudantes com diferentes níveis de proficiência linguística. Essas iniciativas têm sido essenciais para manter viva a ligação dos jovens com sua herança linguística e cultural. Ao promover o prazer da leitura, o português ganha um novo significado no quotidiano desses alunos.

MS: Na sua opinião, qual o papel da literatura na construção da identidade e personalidade das crianças e jovens das comunidades imigrantes?

MRG: A literatura desempenha um papel fundamental e transformador na construção da identidade e da personalidade dessas crianças e jovens. Quando eles crescem entre duas ou mais culturas e línguas, a literatura na língua de herança — no caso dos lusodescendentes, o português — fortalece o sentimento de pertença à cultura de origem. Ela ajuda os jovens a entender as suas raízes, tradições e valores, além de permitir que vejam refletidas nas histórias as suas vivências familiares, os seus modos de falar, costumes e formas de estar no mundo. Isso valida as suas experiências como legítimas e enriquecedoras.

Através da literatura, os jovens têm contato com diferentes perspectivas e formas de vida, o que favorece o desenvolvimento da empatia e do pensamento crítico. Além disso, a leitura ajuda-os a narrar a sua própria história, incluindo os conflitos de

identidade, os desafios do bilinguismo e as experiências relacionadas com a diferença cultural.

Um jovem imigrante que lê uma história sobre outro jovem que vive entre duas línguas ou culturas sente-se compreendido e, consequentemente, entende-se melhor. Esse sentimento de identificação é muito importante para a construção de uma identidade segura e positiva. A leitura de autores portugueses, brasileiros, africanos,etc funciona como uma ponte entre a cultura da família e a cultura do país onde vivem. Isso promove uma identidade múltipla e integrada, em que o jovem não tem que escolher entre uma cultura ou outra, mas aprende a integrar ambas de forma natural. A leitura literária em português ajuda a manter laços afetivos com a família, especialmente com avós ou parentes que falam apenas português. Esse vínculo reforça a estabilidade emocional dos jovens, o que é fundamental para seu equilíbrio e desenvolvimento.

MS: Como pode o Instituto Camões contribuir de forma mais eficaz para a promoção da leitura em português junto das comunidades no Canadá?

MRG: O Camões,I.P., desempenha um papel fulcral, no Canadá.

A aquisição e oferta de bibliotecas escolares com livros atrativos para jovens e crianças, incluindo literatura juvenil, banda desenhada,etc, daptados às suas idades( Plano de Incentivo à Leitura ( PIL) é um exemplo disso. Além disso o encontro com escritores Portugueses, presenciais ou virtuais,como parte do Programa de Promoção e Divulgação da Língua Portuguesa, em que os temas são voltados para jovens e suas famílias, fortalece ainda mais esse vínculo cultural.Pretende-se que os autores convidados , ao relatarem/contarem histórias de viva voz ,despertem, ainda mais, o interesse dos jovens pela literatura. A oferta de manuais escolares, que são cada vez mais interativos e mais voltados para o Ensino de Português como uma língua de herança ,aos professores e alunos, é outro exemplo. A coordenação de ensino também trabalha diretamente com as escolas canadianas ao celebrar o “ Portuguese Speaking Portuguese Heritage Month”, por exemplo, como forma de integrar ,promover e realçar a importância da literatura e Cultura Portuguesas. Os Memorandos de Entendimento celebrados com algumas Universidades,que possuem estudos portugueses é outra forma de ampliar a difusão e o alcance da literatura portuguesa.

Resumindo, o investimento que é feito pelo Camões, I.P., é o que torna acessível aos nossos alunos/jovens manterem o contato com a Língua e Cultura Portuguesas, pois o acesso a obras de autores portugueses e materiais didáticos no Canadá é muito difícil.

MS: Que tipo de livros ou autores considera mais atrativos e eficazes para estimular a leitura nas novas gerações lusodescendentes?

MRG: Para estimular a leitura nas novas gerações lusodescendentes, os livros e autores devem ser linguisticamente acessíveis, com níveis de leitura adequados, culturalmente relevantes, abordando temas com os quais os leitores se identifiquem, e narrativamente envolventes, contendo ação, humor, emoção ou fantasiaI, por exemplo. Idealmente, esses livros devem ser também visuais e multimodais, com ilustrações, banda desenhada, versões digitais, etc.

Para crianças de 6 a 10 anos,por exemplo, recomendam-se livros ilustrados com texto simples, histórias que envolvam animais, amizade, escola e família, além de contos populares adaptados.Entre os autores sugeridos destaca-se António Torrado. Já para adolescentes e jovens entre 14 e 18 anos, indicam-se romances jovem-adulto, ficção contemporânea e fantasia. Essas narrativas devem abordar temas como identidade, imigração, pertença e conflitos familiares, preferencialmente com textos curtos ou divididos em capítulos rápidos, que incentivem a leitura em jovens com menor fluência. Entre os autores recomendados estão David Machado e Afonso Cruz.

Maria Rosário Gaspar. Créditos: omnitv.ca Credito:

A visão de Anaísa Gordino Literatura, Leitura e Identidade: O papel da língua

portuguesa

Anaísa Gordino é natural de Lisboa, mas cedo começou a exercer funções no estrangeiro, quer ao serviço do Instituto Camões, quer de outras instituições. A sua carreira profissional tem sido dedicada ao ensino do português e à divulgação cultural, com foco na promoção da cultura portuguesa e no estabelecimento de relações interculturais nos diferentes postos onde exerceu funções. Ao longo da sua carreira, trabalhou em países tão diversos como Bélgica, Botsuana, Namíbia, Venezuela, Timor-Leste, ou Bulgária, antes de assumir funções em Toronto, em 2024. Anaísa Gordino é, agora, Leitora do Instituto Camões na Universidade de Toronto e Coordenadora do Camões - Centro de Língua Portuguesa em Toronto.

Milénio Stadium: De que forma a literatura contribui para a formação da personalidade e da consciência crítica dos indivíduos?

Anaísa Gordino: A literatura permite-nos entrar em contacto com diferentes realidades, culturas e experiências humanas. Nesse sentido, a literatura é uma poderosa ferramenta de construção pessoal e social. A literatura, através do “encontro” com personagens e histórias/estórias diversas, leva-nos a refletir sobre questões comuns e transversais, mas também sobre vivências únicas e específicas a cada ser humano. Esse cruzamento de experiências, entre o universal e o singular, permite construir uma parte significativa da personalidade de cada indivíduo, sendo esta construção algo que se faz ao longo da vida – e todos nós temos memórias de livros que nos marcaram, em diferentes momentos, e que alteraram as nossas perceções sobre nós próprios e sobre o mundo que nos rodeia.

Embora seja uma ideia que ouvimos frequentemente, é, sem dúvida, verdade que a literatura abre janelas sobre diferentes modos de ver o mundo, ao mesmo tempo que estimula a imaginação, expande o nosso conhecimento de uma língua e nos faz ir além do seu sentido literal, para descobrir significados múltiplos e novos.

Tudo isto fomenta uma visão mais ampla e questionadora do mundo, contribuindo de modo decisivo para a formação de uma identidade pessoal e social mais consciente e informada, bem como de um espírito crítico, que, usando uma expressão coloquial, não toma simplesmente as palavras “ao pé da letra”, mas desvenda os múltiplos significados e intenções com que elas podem ser utilizadas – para deleitar, comover, persuadir, mas, também, manipular. Esse espírito crítico é um instrumento fundamental para navegar o mundo em que vivemos e a multiplicidade de discursos com que nos confrontamos diariamente.

MS: É possível o desenvolvimento cultural de uma comunidade sem hábitos de leitura? Que consequências pode isso trazer?

AG: Ao longo da história do ser humano, sabemos que diferentes comunidades tiveram necessidade de deixar para as gerações futuras as marcas e a memória da sua existência e do seu património comum, expressos através de várias modalidades – gravuras e registos pictográficos, narrativas e tradições orais, ou registos escritos, surgindo a literatura nesse continuum. Essas diferentes narrativas foram informando o conhecimento, inspirando a produção cultural, mas também levando ao questionamento, por parte de gerações futuras, sobre o seu lugar no

na formação pessoal e cultural

mundo. Uma comunidade que não cultive hábitos de leitura corre o risco de se desligar da sua história, da sua herança cultural e de perder a capacidade de interpretar o mundo à sua volta, ou, ainda, a capacidade de se renovar criativamente.

No contexto das comunidades portuguesas pelo mundo, incluindo no Canadá, estimular a leitura, nomeadamente a leitura em português, é importante para manter as ligações com a história e a cultura portuguesas, desenvolver o conhecimento e fluência em língua portuguesa, assim como compreender a sociedade plural em que se inserem. Sem isso, poderemos acabar por assistir a uma assimilação cultural pouco crítica, onde a identidade luso-canadiana se dilua em vez de enriquecer o tecido multicultural canadiano.

O desenvolvimento cultural, em qualquer tipo de comunidade ou ponto do globo, exige leitores ativos, capazes de compreender e problematizar a sua história, valorizar a sua diversidade e contribuir com novas narrativas para a sociedade em que estão inseridos. A leitura – não só da literatura, mas de todo o tipo de textos – é um meio fundamental para a construção de conhecimento, a preservação da memória coletiva e como estímulo ao pensamento autónomo. A ausência de hábitos de leitura pode levar a um empobrecimento cultural, bem como à desinformação e a uma maior fragilidade no exercício do espírito crítico. Nesse sentido, incentivar a leitura é promover o desenvolvimento cultural e social de uma comunidade como um todo e, também, dos seus indivíduos, capacitando-os para uma participação ativa e consciente enquanto cidadãos na vida cívica e cultural.

MS: Como podemos promover a leitura em língua portuguesa e que papel devem ter instituições como o Instituto Camões e os próprios escritores na valorização da lusofonia e das vivências das suas comunidades?

AG: Promover a leitura em língua portuguesa passa, antes de mais, por criar contextos de acesso e envolvimento com obras literárias de diferentes tipos e para diferentes públicos e faixas etárias, adaptadas às realidades de cada comunidade – sem deixar de promover o conhecimento de grandes nomes da literatura em língua portuguesa, mas indo além dos referentes tradicionais ou do cânone “clássico” e proporcionando o acesso a novas obras e a novos autores portugueses e do mundo lusófono, incluindo os autores das diferentes diásporas.

Naturalmente que, para isso, é preciso fomentar e estimular o desenvolvimento de competências em língua portuguesa. O Instituto Camões, através da rede de Leitorados, dos Centros de Língua Portuguesa, e do apoio às redes de Ensino de Português no Estrangeiro, tem um papel vital no apoio à educação em língua portuguesa, à formação de leitores e à organização de eventos culturais que aproximem a literatura e os escritores da comunidade.

Além disso, e colocando o foco novamente na realidade do Canadá, é fundamental dar visibilidade aos escritores luso-canadianos, que expressam as vivências únicas e, simultaneamente, múltiplas, da emigração/ imigração e a sua identidade híbrida. Esses autores, ao escrever em português, ou sobre a sua experiência do que é ser português no Canadá, contribuem para a valorização da lusofonia como espaço plural e dinâmico.

Em termos muito concretos, continuar a desenvolver parcerias com escolas, universidades, bibliotecas, associações e centros culturais, diferentes media canadianos e participar em eventos culturais como festivais literários, lançamentos de livros, promovendo encontros com escritores, contribuirá para ampliar esse contacto e para a valorização da lusofonia e das vivências de diferentes comunidades. Pelo que me foi dado constatar desde que cheguei ao Canadá, existe uma boa base no que diz respeito à promoção da língua portuguesa e da literatura de autores portugueses e luso-canadianos e há que continuar a aprofundar esse trabalho.

MS: Que estratégias educativas e sociais podem ser implementadas para cultivar o gosto pela leitura desde a infância até à idade adulta?

AG: Julgo que é essencial integrar o livro e a atividade da leitura no quotidiano desde cedo e ao longo da vida, com acesso fácil a bibliotecas – físicas e digitais – atividades de leitura em voz alta em casa e na escola, clubes de leitura, encontros com autores e participação em eventos literários, como referido antes.

A leitura – não só da literatura, mas de todo o tipo de textos – é um meio fundamental para a construção de conhecimento, a preservação da memória coletiva e como estímulo ao pensamento autónomo.

A leitura deve ser apresentada como uma atividade de fruição estética e, muitas vezes, nas gerações mais jovens, também com uma componente lúdica e criativa, não apenas como uma obrigação escolar sujeita a uma avaliação formal. Iniciativas como bibliotecas comunitárias, atividades de mediação de leitura, contadores de histórias, programas de leitura bilingue, oficinas de escrita criativa, ou clubes de leitura – quer constituídos por indivíduos da mesma faixa etária, quer intergeracionais – podem estimular o interesse pela leitura desde a infância. Várias destas iniciativas já acontecem em Toronto e há que continuar a apostar no seu alargamento, estando o Instituto Camões disponível para apoiar estes projetos. Outro elemento para captar o interesse das gerações mais jovens, nomeadamente na comunidade luso-canadiana, pode também passar pela produção e promoção de livros infantis e juvenis com temas da imigração e da cultura portuguesa, de forma a despertar o gosto e a curiosidade pela sua identidade cultural. Além disso, o incentivo à criação de conteúdos digitais em português sobre diferentes textos pode reforçar o hábito de leitura ao longo da vida e criar uma dinâmica de partilha de experiências de leitura em diferentes grupos sociais e etários. Há dias, numa cerimónia de entrega de prémios a jovens luso-canadianos da Pno Consula-

do-Geral de Portugal em Toronto, uma jovem salientava que era preciso criar mais conteúdos sobre a cultura portuguesa nas redes sociais, como Tiktok ou Instagram, ou no Youtube. É um facto que, atualmente, muitos fenómenos culturais, incluindo no que toca à leitura, passam por estas plataformas. Procurar usar estes meios, sem cair no risco de uma simplificação excessiva de um texto literário ou da experiência da leitura é um dos desafios que devemos abraçar, tornando também os jovens como criadores desses conteúdos, algo que, frequentemente, eles conseguem fazer com grande destreza e entusiasmo.

MS: Que mensagem aos nossos leitores deixaria sobre a importância da preservação da língua e da cultura portuguesa?

AG: A mensagem que deixaria, sobretudo para os mais jovens, é que língua é mais do que um conjunto de regras gramaticais, de vocabulário ou de uma determinada forma de pronunciar sons: é um meio de comunicação para chegarmos uns aos outros, é a expressão viva da nossa identidade e da riqueza cultural que cada indivíduo, com a sua história pessoal, transporta em si. Mais do que preservar a língua e a cultura portuguesas, diria que o nosso papel é continuar a construir a língua portuguesa e a enriquecer a cultura portuguesa. As línguas e as culturas são seres dinâmicos e vivos, que não se definem ou terminam num momento específico, nem existem em compartimentos estanques, seja no espaço ou no tempo. Estão, sim, em permanente mudança, em permanente atualização – e todos nós fazemos parte desse processo de constante (re) construir e (re)imaginar o que é a língua portuguesa e o que é ser português. A língua e a cultura portuguesas não se limitam ou confinam a expressões ou espaços específicos, elas existem tanto na poesia de Fernando Pessoa, como numa canção de Zeca Afonso, ou, ainda, no calão dos surfistas da Nazaré; elas estão patentes em museus e galerias, e também nas danças tradicionais das diferentes regiões dos nossos avós. A língua portuguesa continua a integrar novos vocábulos, influenciados quer por línguas africanas, quer pelas séries americanas, e é usada na literatura, em artigos de imprensa, mas também para enviar mensagens de telemóvel… Como dizia Saramago, não há uma língua portuguesa, há línguas em português – que saibamos todos valorizar essa pluralidade, que constitui, afinal, um aspeto essencial da língua e da cultura portuguesas.

RMA/MS

Anaísa Gordino. Créditos: DR.
Anaísa Gordino.

A literatura como ponte da memória

A literatura tem o poder de atravessar fronteiras, unir gerações e preservar identidades. Para as comunidades emigrantes, escrever e ler as próprias histórias é uma forma vital de resistir ao esquecimento, de manter viva a ligação às raízes e de afirmar, perante o mundo, a riqueza da experiência migratória. No seio da comunidade portuguesa no Canadá, uma das mais antigas e numerosas do país, esse papel da literatura revela-se cada vez mais essencial. Emanuel Melo, escritor luso-canadiano, é um dos que se dedica a essa missão: contar a emigração portuguesa em palavras que falem tanto ao passado como ao presente.

Na sua visão, o público que hoje procura obras sobre a comunidade portuguesa no Canadá já não é exclusivamente composto por imigrantes ou seus descendentes. “Acho que cada vez mais os leitores interessados na história da emigração portuguesa no Canadá não são os próprios portugueses que viveram a sua emigração, mas sim os de fora da nossa diáspora, os da comunidade canadiana”, afirma. O que move estes leitores, diz, é uma curiosidade legítima sobre um grupo étnico presente no Canadá há mais de 70 anos e um desejo de compreender o modo como os portugueses contribuíram para o tecido social e cultural do país. Mas porquê a literatura? Porquê a necessidade de passar as histórias para o papel? Talvez porque tantas delas nunca foram

ditas em voz alta. Durante décadas, os emigrantes portugueses concentraram-se na sobrevivência: encontrar trabalho, criar filhos, construir uma vida. As emoções, as perdas, as saudades, tudo isso foi guardado em silêncio. “Os nossos pais e avós raramente escreveram ou partilharam aquilo por que passaram. E se o fizeram, foi em cartas perdidas ou em histórias sussurradas em jantares de família. A literatura dá corpo a esse silêncio”, reconhece Emanuel Melo.

Se os primeiros imigrantes tinham, em muitos casos, pouca escolarização e poucas oportunidades para registar as suas vivências, hoje há uma nova geração de autores luso-canadianos a recuperar e reinterpretar essas memórias, muitas vezes em inglês, língua dominante no país e mais acessível às novas gerações. Para Melo, essa transição linguística é inevitável, mas também estratégica: “A literatura pode contribuir para preservar a identidade cultural e linguística das comunidades portuguesas no estrangeiro pela escrita das nossas estórias pessoais e coletiva. Esta escrita vai ter que ser redigida não só em português, mas especialmente em inglês porque os interessados em conhecer-nos não leem português. Infelizmente, muitos lusodescendentes não conseguem fazer uma leitura em português.”

Num tempo em que as identidades são cada vez mais múltiplas e fragmentadas, a literatura torna-se um lugar de reconciliação: entre o passado e o presente, entre o país de origem e o país de acolhimento, en-

tre avós que viveram a travessia e netos que crescem num mundo diferente. Emanuel Melo acredita que contar essas histórias pode ajudar a aproximar gerações. “O livro que escrevi (em inglês) e que está inédito é uma obra que acho que poderá ajudar nesta questão porque escrevi um romance sobre um personagem que precisamente mostra as questões e desafios que muitos emigrantes partilham.”

Ainda assim, publicar continua a ser um desafio. Emanuel Melo enfrenta, como tantos outros escritores emergentes, as barreiras de um mercado editorial competitivo e pouco aberto a vozes periféricas. “A divulgação da escrita é sempre uma preocupação para escritores como eu”, admite. “Tenho vários contos publicados em revistas online e em antologias, mas ainda não consegui achar uma editora que estivesse interessada no livro/romance que escrevi em inglês.” Perante esse bloqueio, pondera a auto-publicação, um caminho que tem dado frutos a outros autores da diáspora, como Devin Meireles, que publicou The Portuguese Immigrant (Atlantic Heritage Story) com sucesso. Mas o apoio institucional, que poderia ajudar a desbloquear muitos destes obstáculos, parece, para já, inexistente. “Se existe, não sei. Acho que não existe apoio suficiente e não sei donde viria este apoio. Seria do governo canadiano ou de Portugal ou de alguma outra instituição? É uma boa pergunta sobre a qual eu também gostaria de saber a resposta.”

Apesar disso, Emanuel Melo continua a acreditar no poder transformador da li-

teratura. As suas histórias, muitas delas disponíveis no seu site pessoal (https:// thetorzorean.com), refletem as complexidades da experiência luso-canadiana: o sentimento de desenraizamento, a procura de pertença, os conflitos identitários vividos por quem cresce entre duas culturas. “Acima de tudo, estes livros têm de ser em inglês porque a maioria dos lusodescendentes não pode ler na língua dos antepassados, que já faz parte da sua ancestralidade e não do seu dia-a-dia.”

É nesse cruzamento entre herança e presente que a literatura pode realmente fazer a diferença. Ler sobre os nossos pais, os nossos avós, sobre a vizinha que deixou os Açores nos anos 50 ou o jovem de Toronto que tenta descobrir o que significa ser português hoje — tudo isso contribui para formar uma narrativa coletiva que fortalece o sentimento de pertença.

Num mundo onde a dispersão e o esquecimento ameaçam constantemente a memória das comunidades imigrantes, escrever é um ato de resistência. E também de esperança. “Talvez algum dia consiga publicar o meu livro”, diz Melo. “E seria uma grande alegria para mim ter contribuído de alguma forma para fortalecer o sentido de pertença que se encontra no que escrevi.”

Até lá, as suas palavras continuam disponíveis para quem quiser escutá-las — e reencontrar nelas um pedaço da sua própria história.

MB/MS
Credito: DR

Dar voz à experiência luso-canadiana através da literatura

Kelly Pedro é uma das vozes emergentes da literatura luso-canadiana contemporânea. Filha de emigrantes, o pai oriundo da ilha Terceira, nos Açores, e a mãe de uma pequena aldeia perto do Porto, cresceu no seio da comunidade portuguesa em Toronto, absorvendo desde cedo os ecos da experiência migratória. Atualmente a residir em Kitchener, a jornalista, escritora e mestranda em Escrita Criativa na Universidade de Guelph, escreveu um romance sobre a experiência de ser lusodescendente no Canadá. A sua escrita tem sido acolhida com entusiasmo, sobretudo por leitores anglófonos, ávidos por descobrir narrativas até agora silenciadas sobre a emigração portuguesa.

Nesta entrevista, Kelly Pedro reflete sobre o perfil dos leitores interessados na comunidade portuguesa, a importância da literatura na preservação da identidade cultural e linguística, os desafios da visibilidade literária entre gerações e o papel das instituições no apoio a autores da diáspora. Defende que contar histórias é essencial para preservar memórias, unir gerações e promover empatia. Acredita que, embora o quotidiano da emigração tenha dificultado a partilha de

histórias no passado, hoje há mais espaço – e vontade – para ouvir e registar essas vivências únicas que definem o ser português fora de Portugal.

Milénio Stadium: Na sua opinião, qual é o perfil dos leitores de obras sobre a comunidade imigrante portuguesa atualmente? O que procuram nesses livros?

Kelly Pedro: Na minha experiência, o meu trabalho tem sido bem acolhido por leitores de língua inglesa no Canadá e nos EUA. Há um grande interesse por histórias sobre a comunidade imigrante portuguesa, talvez porque tantas dessas histórias permaneceram por contar, quer por falta de oportunidade, quer porque muitos imigrantes portugueses não se sentiam à vontade para as partilhar. No entanto, com o surgimento de pequenas revistas literárias e editoras independentes, como a Arquipélago Press (que publicou a antologia Here and Elsewhere), criou-se um espaço para essas narrativas. Creio que os leitores se sentem atraídos por estes livros porque oferecem uma perspetiva sobre um mundo ao qual talvez não tivessem acesso de outra forma. A comunidade portuguesa é, na sua maioria, discreta e pouco propensa a partilhar as suas histórias publicamente — por isso, muitos desses testemunhos ficaram por documentar. Não é

que não fossem escritos: o meu pai, por exemplo, escrevia poesia, mas nunca a partilhou, e também guardou diários do meu bisavô que ninguém leu. Quando os meus pais chegaram ao Canadá, estavam focados em sobreviver: encontrar trabalho, casa, alimentar três filhos pequenos. Escrever ficou para segundo plano. Hoje, a comunidade está mais estável e há espaço para essas histórias — e os leitores agradecem.

MS: De que forma pode a literatura contribuir para preservar a identidade cultural e linguística das comunidades portuguesas no estrangeiro?

KP: A resposta simples é: documentando. Historicamente, muitas culturas preservaram as suas tradições através da narração de histórias, orais ou escritas. Os povos indígenas do Canadá são exemplo disso. Somos as nossas histórias. A literatura cria um registo histórico não só das comunidades portuguesas fora de Portugal, mas também da forma como elas evoluíram (ou não). No lançamento do livro foi dito — e concordo — que os primeiros imigrantes portugueses no Canadá foram, em muitos aspetos, uma cápsula do tempo de Portugal. Havia um desejo de manter a cultura como forma de sobrevivência. A literatura permite iluminar esses primeiros tempos

da emigração e explorar a tensão de construir uma nova identidade sem perder as raízes. Ser português no Canadá é diferente de ser português em Portugal, nos Açores ou no Brasil. As histórias ajudam a documentar essas diferenças e a ligar comunidades, mesmo através da ficção.

MS: Considera que há apoio institucional suficiente para os autores que escrevem sobre a experiência da diáspora portuguesa?

KP: Na minha experiência pessoal, recebi um apoio significativo. Estou atualmente a concluir um mestrado em Escrita Criativa na Universidade de Guelph, com várias bolsas que cobrem os custos dos estudos. Além disso, o meu romance — cuja personagem principal é filha de imigrantes portugueses — foi financiado pelo Conselho de Investigação em Ciências Sociais e Humanas do Canadá. No entanto, esta é a minha realidade como autora no Canadá. Ao mesmo tempo, os escritores continuam a ter de exercer outras profissões para sobreviver. São poucos os que vivem apenas da escrita. Por isso, continua a ser essencial financiar autores, especialmente os que partilham histórias que pouco foram ouvidas, como as da comunidade imigrante portuguesa.

MS: Que desafios enfrenta na divulgação dos seus livros junto das novas gerações de luso-descendentes?

KP: A divulgação é sempre um desafio. Com tantas histórias, revistas literárias e livros a serem publicados, como se destaca uma obra? É um problema transversal a todos os escritores, independentemente do género. A visibilidade é parte do desafio. Nasci em Toronto, vivi em Scarborough, mudei-me para London (Ontário) por motivos profissionais e agora vivo em Kitchener. Cada uma destas cidades tem a sua comunidade portuguesa, e muitas não conhecem o meu trabalho.

MS: De que forma os seus livros podem aproximar diferentes gerações da comunidade imigrante e reforçar o sentimento de pertença?

KP: As histórias sempre uniram as pessoas, promovendo empatia e compreensão pelas vivências dos outros. Espero que as minhas narrativas criem pontes entre gerações da comunidade imigrante. Que as novas gerações possam, através da leitura, perceber ou sentir o que os seus pais ou avós viveram ao chegar ao Canadá. E que os mais velhos reflitam sobre os desafios que os jovens enfrentam ao viver entre duas identidades. Mais do que isso, desejo que os meus livros inspirem outras histórias, mais partilhas, e incentivem um olhar honesto sobre a história complexa e, por vezes, desconfortável de Portugal enquanto país.

MB/MS

Kelly Pedro. Créditos: DR.
Credito: DR

O prazer da leitura

Olá, bom dia, boa sexta-feira, bom fim de semana e já agora bom início de julho, pois porque na próxima terça-feira já é dia 1 de julho, dia de celebrar o Canadá, país de acolhimento para muitos de nós.

Pensamos em livros hoje em dia como um bem adquirido. Confesso que já li mais do que presentemente, não por não gostar, adoro, mas “ah agora não me dá jeito, não tenho tempo”, enfim desculpas pontuais. Ler enriquece-nos tanto

ou mais do que viajar. É algo que acorda a mente e nos faz sonhar. Quando leio tenho a capacidade de me transportar para dentro do roteiro. Mas tenho de readquirir esse bom velho hábito - fazer tempo para mim. Já é tempo disso.

Mas deixo-vos aqui algumas sugestões pelas quais não devemos (eu incluída) descurar a leitura. Saber não ocupa lugar. São tantos os benefícios que não custa tentar. Efetivamente, a leitura traz inúmeros benefícios, incluindo o desenvolvimento do vocabulário, aprimoramento da escrita, estímulo à criatividade e ao pensamento crítico, além de contribuir para a redução do stress e aumento da concentração. Ela também pode auxiliar no tratamento de problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. A leitura frequente ajuda a expandir o

vocabulário e a familiarizar-se com diferentes estilos de escrita, o que pode aprimorar a própria capacidade de expressão escrita. Ao entrar em contato com novas histórias e cenários, a leitura expande a capacidade de imaginar e criar, tanto na escrita quanto em outras áreas da vida.

A leitura crítica, que envolve analisar e interpretar textos, ajuda a desenvolver a capacidade de reflexão e a formar opiniões. Mais... através da leitura, é possível aprender sobre diversos temas, culturas, épocas e ideias, ampliando o conhecimento sobre o mundo ao redor.

A leitura pode ser uma forma de relaxamento e distração, ajudando a reduzir o stress e a ansiedade. A prática da leitura exige foco e atenção, o que pode fortalecer a capacidade de concentração e memória.

A leitura pode ser uma ferramenta terapêutica, proporcionando conforto, distração e estimulando a mente durante momentos difíceis. Estudos indicam que pessoas que leem regularmente tem tendência a viver mais tempo. Para além de todos os benefícios cognitivos e de saúde, a leitura pode ser uma atividade prazerosa e divertida, abrindo portas para novos mundos e experiências.

Como podem ler é isso mesmo. É o que é e vale o que vale. Um livro de cada vez.

Fiquem bem e até já, Cristina

Aos sábados às 7:30 da manhã

Aos sábados às 10.30 da manhã e aos domingos às 10 da manhã

Esta semana

• Marcos Rui Muge - Diretamente de Ovar, conheça o universo artístico de Marcos Rui Muge: um criador versátil que transforma cada técnica numa obra de arte.

• Luso Canadian Charitable Society Golf Tournament 2025 - Solidariedade e espírito comunitário marcaram o 17.º Torneio de Golfe da LCCS, com 450 participantes

• TDSB – Comemoração do Dia de Portugal - Um mês de atividades culturais e educativas a aproximar gerações e comunidades.

• Sentir, Pensar, Agir - Do relvado para a vida! O ex-futebolista Eliseu partilha tudo da sua carreira numa conversa inspiradora!

• Fado TV - A alma portuguesa canta-se aqui. A FadoTV traz-nos mais uma atuação emocionante.

Acompanhe todos os nossos conteúdos em CAMÕES TV+

Cristina da Costa Opinião
Credito: DR

Covers and pages

They say, “don’t judge a book by its cover”. Unfortunately, many people read the title, introduction and conclusion and feel that they have read the book.

It’s estimated that over 2 million books are published worldwide each year, encompassing new titles across all genres, formats and languages.

Digital publishing has significantly increased the number of books available as e-books and self-publishing have flourished. The United States is one of the largest book markets, followed by Europe and Asia, which is a rapidly growing market. Wonder why there is so much ignorance in the U.S. It is evident that the publishing industry remains strong, and many people are reading or listening to books on platforms such as Audible. Continued publishing of books for public consumption will continue to be essential in the intellectual development of advanced populations but particularly essential in the development of third world countries where computers and internet are not available.

The enrichment of our literary landscape is being challenged by misinformation, creating habits to get others to accept what is not the truth. This destructive distortion in publishing can become an impetus which influences the way we think, often leading to the development of conspiracy theorists and narcissists who will strongly spread falsehoods. That’s the strength of books and other published material.

In an age of where world populations are under attack by the problems created due to social and confrontational challenges, each year thousands of “how to” books are marked as an answer to resolutions to all your problems. There’s a positive in the fact that at least you are reading a book, but “how to” books should never become a guide to your life because you are not the person who wrote the book, and the writer is interested in making money. Your independent thought process is still paramount in who you are.

While predicting that you think independently, many books can become amazing developers of our vocabularies and increase our availability to think and im-

agine. Often, I envisage who readers are and why they read. Is it to fantasize, nurture their minds, or educate? I think that these and many other reasons incentivize those who pick up a book. Knowledge is power and traveling through someone else’s brain can be a navigational tool to places where you cannot ever visit A book, especially a good one, should create thinking so naturally and easily that you don’t even notice, because the reader feels part of the book he’s reading.

Each year the publishing industry publishes many books by authors outside of Portugal by Lusophone authors. These books are presented and publicized often at great costs within the Portuguese speaking communities. In Toronto, there is a book club, which encourages reading authors from Portuguese backgrounds. It is, in my view, that our authors are poorly supported by the community with few purchasing books which were written with pens filled with sweat and tears.

It's disappointing because a book writer brings to life a piece of someone’s heart and soul and breathes a spirit into something that often remains moribund. Let’s embrace reading and strongly support those who want to share words with us, particularly those who do it for the love of enlightenment and not money.

On Saturday June 28th, 2025, at 10am, at the Peach Gallery, 722 College Street, Daniel Bastos and Luis Carvalhido will present a new book titled “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem a Historia da Emigração Portuguesa”.

As an immigrant, let’s honour our sacrifices and honour this book.

Apresentador Augusto

Convidados Daniel

Luís

Manuel

"I've read a million books". Photo: Manuel DaCosta"
Credito: Manuel DaCosta

In libris libertas

The need for artists to express themselves is as old as humanity. From scratches and drawings on stone, to a banana ducttaped to a wall, those fortunate enough to have been born with this gift have shown the rest of us that the mind is a beautiful and powerful thing. Not all of us have the inclination, but we can appreciate it, or not. That’s art.

For the longest time, reading was an art form restricted to those who were wealthy enough, (or lucky enough), to

have received some sort of education. Although the global rate has been rising over the last 200 years, it was only in the mid 20th century that it began to take off, rising to 42% in 1960, and to 70% in 1983. Today, roughly 9 out of ten people above the age of 15, are literate, albeit the rates still vary according to the region of the globe where you live. Undoubtedly, the onslaught of the personal computer was a contributing factor in boosting literacy, although the implementation of school systems, especially for children, was probably the number one factor.

Reading, without a doubt, is one of the best ways to escape into one’s own imagination. To a place where we decide what will be, and where we will go. Some of the greatest minds that ever walked among us have left records of our history and how they saw it. Others have left us guides to their realities, that differ little from our own. Then there are the sciences, without which we would never move forward as a species. These are all powerful tools to aid us in forming our thoughts and conclusions. It’s this reality that those who might

be seeking to control our lives are afraid of. The burning of books is a long-standing tradition; look it up at the library. Groups seeking control of the masses often resorted to the burning of wisdom and the vilifying of its teachers. Some of the worst perpetrators were, (and are), those doing it in the name of a deity. Another cool thing about reading is the solitary aspect of the act. There’s no screamer telling you what’s ‘right’, no mob influence, no liars. You may not share the same point of view with what you are reading, but you’re allowing yourself to ‘listen’, and you have plenty of other material to leaf through, in the quest to develop your mind. And this poses a conundrum for certain politicos and wealth hoarders; an informed public can’t be duped that easily. Of course, burning books is somewhat obvious, so some have brought back book ban. They believe that telling history like it actually was, smudges the image they’re going for; ‘We must look forward, not behind us’. So much for learning from our mistakes. Then there’s social media with its reels and stories, loaded with opinion and devoid of much of the truth, where we all get bombarded with whatever they want us to see. Yes, it’s quicker and visually entertaining, something many of us have become addicted to, and they know that. Currently, that is their ace, the one thing they know we can’t resist, but it doesn’t have to be like that. It seems that people are waking up to these facts, and demand for books is on the rise. Here in Portugal, book fairs are all the rage, with more and more cities and towns putting them on, and we’re just a little country, so there is definitely an upward trend.

We may have underfunded educational systems, but they’ll never be able to keep us from books. They’re not the answer to everything, but they sure are a great vehicle to get you there on your own. Fiquem bem,

Photo: Copyright

The importance of literature

Reading Is Knowledge

A gateway to understanding, empathy, and personal growth.... all traits that can be attributed to literature and its impact on individuals. Literature has been a fun damental aspect of human civilization for thousands of years. From ancient epics and religious texts to modern novels and poetry, literature reflects the complexities of human experience, culture, and history. Its significance extends beyond mere en tertainment; literature shapes our world view, fosters empathy, and enriches our understanding of ourselves and others.

At its core, literature is a mirror of so ciety. It offers insights into different eras, cultures, and philosophies, al lowing readers to explore worlds beyond their immediate experience. Literature cul tivates critical thinking, imagination, and language skills-all essential for personal and professional development. It also serves as a record of human achievement and struggle, inspiring resilience, and hope.

Furthermore, literature can be a powerful tool for social change. Through storytelling, authors can challenge injustices, question norms, and promote dialogue. Whether in spiring revolutions or simple comforting in dividuals during difficult times, literature’s influence is profound and enduring.

In multicultural communities, litera ture plays an especially vital role. It acts as a bridge connecting diverse cultural iden

tities, fostering mutual understanding and respect. For Portuguese communities, literature can serve as a vessel for preserving cultural heritage, language, and traditions-particularly for those living abroad. Portuguese writers and poets, such as Irene Marques or Emanuel Melo, have con deepens

intelligence, and cultivates a sense of empathy. When we read about characters from different backgrounds or situations, we learn to see the world through their eyes. This foster understanding andcompassion, qualities essential for personal growth and meaningful relationships. Moreover,

pathy and cultural awareness from an early age. In multicultural communities, incorporating diverse voices in curricula helps promote inclusivity and mutual understanding.

tives, fostering em

On a personal level, literature can be a source of solace, inspiration. It helps me navigate complex emotions, confront fears, and find meaning in experiences. Societally, literature can serve as a catalyst for social justice, highlighting marginalization and advocating for change. Writers often act as societal mirrors and catalysts, encouraging communities to reflect and evolve.

In an increasingly interconnected world, literature serves as a vital link between cultures, generations, and ideas. It reminds us of our shared humanity while celebrating our diversity. Whether as a means of personal growth, cultural preservation, lr social dialogue, literature remains an essential pillar of human civilization. Its power to educate, inspire, and unite underscores its enduring importance-and its role in shaping a more understanding and compassionate

In essence, literature is more than just stories on a page; it is a vital part of human life that nurtures understanding, empathy, and cultural continuity. It bridges gaps between generations and cultures, fostering a sense of belonging and shared humanity. As we continue to navigate a complex, interconnected world, literature remains a beacon-guiding us toward greater compassion, knowledge, and self-awareness.

Reading is not only knowledge, but also power in my estimation.

Vincent Black Opinon
Host Vince Nigro Guest Sunan Spriggs
Photo: DR

Caminhos de Liberdade

Nos últimos anos o panorama literário sobre o fenómeno migratório tem sido profusamente enriquecido com um conjunto expressivo de obras de escritores nacionais ou lusodescendentes residentes no estrangeiro, que através do mundo dos livros têm dado um importante contributo para o conhecimento de múltiplas dimensões da realidade emigratória portuguesa.

Entre essas obras, avultam trabalhos de autoras nacionais ou lusodescendentes, dedicadas às mundividências femininas no contexto migratório, umas das dimensões da emigração portuguesa que por via destes contributos literários começa a ser mais conhecida, estudada e valorizada.

Um dos exemplos mais recentes, que asseveram a importância destas obras no campo da mundividência da emigração, mas também da criação literária, até porque como destaca a investigadora Ana Paula Coutinho, conquanto “seja já vasta a bibliografia produzida por nacionais e estrangeiros sobre a emigração portuguesa, a sua dimensão cultural e literária tem sido utilizada, quando muito, enquanto documento de leitura sociológica ou antropológica, mas pouco explorada, desde logo em termos criativos e, consequentemente a nível da crítica literária”, encontra-se vertido no livro Mulheres Portuguesas no

Quebeque – Caminhos de Liberdade. O livro recentemente dado à estampa, é um contributo da Editora Alma Letra, proficientemente organizado pela professora Aida Baptista, que nos últimos anos de docência desempenhou o cargo de Leitora de Língua e Cultura Portuguesas no Estrangeiro, ao serviço do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICALP) e do Instituto Camões (IC), presentemente vice-presidente da Direção da Associação Mulher Migrante – AMM. E por Joaquina Pires, antiga Conselheira em Desenvolvimento Comunitário e Relações Interculturais na Câmara Municipal de Montreal, e autora do livro Empreintes Portugaises (Marcas Portuguesas), publicado aquando dos 70 anos da emigração portuguesa para o Canadá.

Como salienta Maria da Graça Sousa Guedes, Presidente da Direção da Associação Mulher Emigrante, na mensagem que integra a obra, Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade, são “histórias de vida de 40 mulheres que nos dão a conhecer os seus percursos, que se cruzaram nos caminhos da nossa diáspora, na procura de outros horizontes no imenso Canadá e, especificamente, no Quebeque, com as suas particularidades culturais e linguísticas. Caminhos difíceis e sinuosos, que estas mulheres guerreiras percorreram no seu processo de aculturação em busca de um merecido empoderamento. E venceram!”.

Neste sentido, esta obra, já apresentada em Montreal, na Associação Portuguesa do Canadá (APC), e em Espinho, na Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, encorpada por quatro dezenas de testemunhos sobre percursos de vida de mulheres luso-cana-

dianas, não deixando de contribuir para o fomento da criação literária. Representa, concomitantemente, um relevante contributo para o conhecimento do fenómeno migratório, em particular ao nível da dimensão feminina, de uma das mais relevantes comunidades portuguesas na América do Norte, que se destaca pela dinâmica da sua atividade associativa, económica e sociopolítica, e cujas raízes remontam aos anos 50.

Constitui, um tributo às mulheres emigrantes portuguesas e lusodescendentes no Quebeque, a segunda província mais populosa do Canadá, depois do Ontário, onde se estima que vivam mais de 60.000 pessoas com ascendência lusa. Retratando, em primeira pessoa, histórias de coragem, resiliência e afirmação que cruzam gerações e geografias. Embora centradas numa realidade específica, estas vivências transcendem fronteiras, refletindo lutas universais por autonomia, liberdade e pertença. É, acima de tudo, uma singela e despretensiosa homenagem à força feminina, ao poder de reescrever destinos e à construção de identidades híbridas que mantêm viva a ligação às raízes.

Numa época em que a diáspora portuguesa está a ser cada vez mais valorizada, tanto no país como no estrangeiro, e que a nível literário há mais portugueses a ler, sobretudo entre os mais jovens, ainda no ano passado um estudo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), apontava que sete em cada 10 portugueses (73%) disseram ter hábitos de leitura e que leem, em média, 5,6 livros por ano, continuando o papel a ser o formato preferido de 93% dos portugueses para ler, mas 17%

leem já livros em formato digital. A obra Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade, enquanto repositório de um conjunto diverso de experiências e narrativas vivenciadas por mulheres luso-canadianas, assume-se como um importante contributo no alumiamento da componente feminina no fenómeno migratório, que vai ao encontro do anelo de Lygia Fagundes Telles, uma das mais importantes ficcionistas da literatura brasileira: “Sempre fomos o que os homens disseram que nós éramos. Agora somos nós que vamos dizer o que somos”.

Neste dia especial, celebramos a diversidade, a liberdade e as oportunidades que este grande país oferece a todos nós. Temos orgulho em apoiar imigrantes de todas as origens a transformar o Canadá no seu novo lar — uma missão que abraçamos com dedicação e respeito.

Obrigado por confiarem em nós para ajudar a realizar os vossos sonhos canadianos!

Campos Immigration Consultancy Inc. – o seu parceiro de confiança em imigração para o Canadá.

Capa do livro Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade. Créditos: DR.
Olha, uma bica e o jornal, se faz favor. Como as coisas mudaram… Será que foi para pior ou para melhor?

Era um hábito comum, logo pela manhã, a caminho do trabalho, a paragem no café era quase obrigatória. Assim começava o dia. Olha, faz favor, era uma bica e traga o jornal.

Oempregado de mesa lá andava de mesa em mesa a passar o jornal. Ninguém se sentava sem antes o pedir. A leitura começava cedo. As pessoas procuravam informação, notícias. Ai daquele estabelecimento que não tivesse, pelo menos, um jornal disponível para os

clientes se manterem informados. Os que podiam, compravam o jornal. Nos transportes públicos, poucos eram os que não tinham um jornal ou uma revista. E havia ainda os que tinham livros. Lia-se muito mais do que hoje. Não havia os pequenos aparelhos para "passar o tempo". Quem tinha livros, na juventude, era até considerado chique. Andavam sempre com um livro na mão, para passar o tempo, fosse nas paragens de autocarro, nos autocarros, nos comboios, etc.

A forma de ocupar o tempo livre era muito diferente da de hoje. A leitura era algo comum. As bibliotecas tinham movimento. Hoje, vão-se usando mais para estudar, porque são locais silenciosos. Quem não podia ir à biblioteca, esperava que ela viesse até à freguesia. Não havia dinheiro para comprar

O passo atrás

O que têm em comum Viktor Orban da Hungria, André Ventura em Portugal, Santiago Abascal na Espanha, Marie Le Pen na França e Giorgia Meloni na Itália? Todos refletem o crescimento da extrema-direita na Europa. Os que ainda não estão no poder, estão a um passo de poder estar, mas já com ampla representação parlamentar. A acrescentar a estes casos temos ainda a Suécia um país conhecido por ser moderado, onde o Partido de extrema-direita também cresce. Preocupante, sim.

Vamos ao caso italiano. A Itália como sabemos é a terceira maior economia da União Europeia e a oitava maior do Mundo. Não me parece, pelo que fui ouvindo da Senhora Meloni, que esta seja uma adepta do modelo europeu vigente. Vamos ter uma situação como a recente vivida no Reino Unido que acabou com a saída deste da União Europeia? O conjunto dos estados europeus aguentam mais este desaire? O discurso da agora primeira-ministra da Itália foi suavizando, mas não me parece compatível, mesmo assim, com as políticas de Bruxelas. Será interessante seguir esta “longa-metragem política' que já começou com uma clara divisão. Isto ainda agora co-

meçou e a sorte da Europa pode ser que a tradição dos governos italianos não durarem muito tempo possa acontecer. E que bom era para a brisa da democracia nos continuar a soprar trazendo consigo os valores necessários para vivermos em verdadeiros estados de direito democrático. Só por curiosidade e para cimentar o que referi atrás desde que a Constituição de 1947 foi aprovada a Itália teve sessenta e quatro governos, ou seja, quase um governo a cada ano. Perante o crescimento da crise económica os partidos de extrema-esquerda e extrema-direita vão crescendo sendo que o denominador comum é a culpabilização das políticas da União Europeia e acrescente-se a imigração. E o povo vai acreditando. Nada mais falso, pois se não fosse a solidariedade financeira da citada Instituição Magna Europeia estaríamos com toda a certeza bem pior. Mas não podemos dar as culpas só e pura simplesmente aos extremistas, os partidos democráticos e de centro não têm sabido aproveitar, é verdade, a oportunidade que os eleitores lhe têm conferido, eleição após eleição, e agora estão descredibilizados e, claro, os discursos populistas que vamos ouvindo, não matando a fome a ninguém dão esperança. Mas é uma esperança falsa, com armadilhas. Alguém na Itália quer um Mussolini outra vez? Claro que não, mas a sedutora Meloni apresenta um discurso diferente, a meu ver embriagado da mesma filosofia, mas mais refinado e escondido. Muito perigoso, na minha opinião.

livros, e os que tinham, quando terminavam, trocavam-nos com outras pessoas.

E hoje?

Hoje dizem que se usa o telemóvel para pôr a leitura em dia. Pode ser… mas duvido que seja com a mesma frequência de antigamente. E nem se faz o mesmo exercício cerebral que se fazia ao ler um jornal, uma revista ou um livro. Dizem os especialistas que, assim como o corpo precisa de atividade física regular, o cérebro também precisa de treino para se manter saudável. Neste caso, a leitura é dos melhores exercícios que há.

Além de tantos benefícios, ler ajuda a prevenir doenças como o Alzheimer ou até certas formas de demência. Dizem também que reduz o stress, (olá, eu devia ler um livro por dia… risos!).

Mas o mais importante é que, através da leitura, ficamos informados e talvez até mais próximos da realidade. Em vez de ouvirmos coisas que nada nos ensinam, a leitura exige atenção, e ensina-nos a ser mais atentos, a compreender melhor, a aprender.

A leitura amplia conhecimentos, seja sobre política, economia, ou até entretenimento. É importante ler! Até livros de anedotas nos ajudam a aprender para depois partilhar.

Meus caros leitores, a leitura melhora o nosso sentido crítico e ensina-nos a olhar o mundo de forma diferente, com outra visão. Por tudo isto, aproveitem o tempo e façam viagens diárias pelas páginas de um bom jornal.

Se ainda não leu tudo, termine, se faz favor. Bom fim de semana!

Compreendo quem seja conservador, mas estamos a falar de ultraconservadorismo. A líder dos Irmãos de Itália, a primeira mulher a liderar um executivo em Itália no seu discurso dirigiu-se aos seus compatriotas dizendo que os italianos se iriam orgulhar de ser italianos, um discurso claramente nacionalista. Temos que refletir no que está a acontecer na Europa e no

Mundo. Todos juntos podemos e devemos fazer bem melhor, a história recente obriga-nos a isso. Como referi, ninguém quer dar um passo atrás com a volta de Mussolini, mas também não são desejados Hitler, Tito, Franco ou Salazar só para citar alguns. " Escapei aos tubarões, abati os tigres. Fui devorado pelos percevejos " Brecht

Augusto Bandeira Opinião
Vítor M. Silva Opinião

A hipocrisia da guerra

Gaza e Ucrânia não eram, pelos vistos, guerra suficiente. A poucos dias da Cimeira da NATO em Haia, Israel e Estados Unidos da América decidiram bombardear o Irão, dando início a uma escalada ilegal e ilegítima do conflito no Médio Oriente.

Tudo isto parece tão distante do compromisso que, há exatamente 80 anos, os países do mundo firmaram com a fundação das Nações Unidas – "nós, os povos das nações unidas, decididos a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade". De facto, o antigo primeiro-ministro português e atual Secretário-Geral da ONU, António Guterres, parece cada vez mais sozinho, seja na luta pela paz seja no combate às alterações climáticas ou pela dignidade de todas as pessoas humanas, incluindo os refugiados. Como tantas coisas na vida, ou mais recentemente, como a ascensão do populismo de extrema-direita em Portugal, tudo acon-

teceu tão rapidamente. 2015 tinha sido um ano de esperança: Acordo de Paris, pacto nuclear com o Irão, cessar-fogo na Crimeia. O mundo acreditava nas regras do direito internacional. Hoje, acredita nas armas. Em poucos anos, Trump mudou o mundo. O dano foi maior do que a saída de acordos internacionais – os Estados Unidos já se haviam retirado do Tratado de Versailles, do Protocolo de Quioto e do Estatuto de Roma. O Presidente americano tornou o mundo mais volátil, tanto ao afastar-se dos seus aliados tradicionais, chamando a UE "inimiga", como ameaçando travar "guerras comerciais" com a China. O seu isolacionismo, por sua vez, e a ineficácia europeia em ocupar esse espaço, fez com que a Rússia e a China entrassem em força nos continentes africano e latino-americano, convertendo apoios financeiros em realinhamentos geopolíticos. O enfraquecimento, tanto da ordem internacional como do poder do Ocidente, têm hoje clara consequência na impunidade de Putin e de Netanyahu. Sejamos claros – quem condena violações de direitos internacionais na Ucrânia, tem de fazer o mesmo em Gaza. O mesmo se diga em relação ao Irão – se uma eventual ameaça de segurança não justifica a invasão russa da Ucrânia, a eventual ameaça nuclear iraniana não justifica o bombardeamento desse país.

No início deste século, numa situação semelhante, a Administração Bush teve, ao menos, a cortesia de tentar convencer as Nações Unidas a autorizar um ataque sobre o Iraque por haver indícios de que teriam "armas de destruição maciça". Aos dias de hoje, sabemos que esses indícios eram uma mentira mas a coreografia diplomática teve como objetivo justificar à comunidade internacional e aos povos dos seus respetivos países que havia motivos legítimos para ir para a guerra. Desta vez, nem se deram ao trabalho de fingir.

Em boa verdade, tinham material para isso. O relatório da Agência Internacional de Energia Atómica, não obstante indicar que não há "indicações credíveis de um programa nuclear estrutura e não-declarado", queixa-se de falta de cooperação do regime iraniano e alerta para a "acumulação rápida de urânio altamente enriquecido".

Mas partir para a guerra era desnecessário. Tanto a diplomacia americana como europeia tinham diligências em marcha tendo em vista um novo acordo para travar o programa nuclear iraniano. Ainda na sexta-feira, os Ministros de Negócios Estrangeiros de 3 países europeus encontraram-se, em Genebra, com o seu homólogo iraniano. A ofensiva americana literalmente rebentou com a avenida diplomática. Aconteça o que acontecer nas retaliações

Paulo da Costa Domingos novo livro na sombra da quinta vertical

Desde a Idade Média que a Poesia portuguesa tem sabido chamar os nomes às coisas. Paulo da Costa Domingos (n.1953) assina este livro de 87 páginas organizado em três sequências: uma com poemas escritos entre 1-9-21 e 9-3-22, outra de poemas datados de 30-3-22 a 4-5-22 e a terceira com poemas escritos de 16 a 29-3-22.

Aprimeira abre com citações de António Maria Lisboa, Carlos de Oliveira e Herberto Helder, a segunda com uma citação de Mark Rothko e a terceira com palavras de Scott Walker. Carlos Ferreiro e Patrícia Guimarães assi-

nam os dez desenhos do livro editado pela «Barco Bêbado». Não por acaso os títulos dos poemas da sequência inicial (Fitness, Body Building, Call Centrer, Pilates) lembram um submundo (o ginásio) e também o que pode ser a sua imagem (a estufa). «Na morada do medo» poderia ser o título deste livro pois é do medo que trata este inventário de um tempo no qual a solidão, o vazio e o desespero são a paisagem povoada do Mundo. Veja-se a página 37 («As pessoas normais sentem/rancores, dor, ódio, ciúme/sob a coacção deformante,/ do lado sombrio da História.») que pode continuar na 51: «Empresárias, juízas,…as solteiras dos maridos.» É um lugar sórdido

mais imediatas, o Irão estará agora especialmente motivado para abandonar de vez as inspeções periódicas e os chamados "compromissos de salvaguarda", avançando rápido (e em segredo, naturalmente) para o desenvolvimento de uma arma nuclear, como já há uns anos fez a Coreia do Norte. E a Europa? Esse projeto de paz, esse continente de valores? Nem depois de toda a destruição e de um relatório formal dos serviços da Comissão a confirmar violações de direitos humanos a Europa consegue pôr-se de acordo para suspender o tratado de associação entre Israel e a UE. Na NATO, o mesmo Mark Rutte que era tão frugal há uns meses como primeiro-ministro holandês, hoje ordena os aliados europeus a gastarem 5% do seu PIB em defesa – resta saber com que consequência para o investimento no Estado Social ou na transição climática. E como reagiu a Europa quando o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional viu o seu e-mail bloqueado por ordem do governo norte-americano, em plena Europa, na bela cidade de Haia onde terá lugar a cimeira da NATO? Se nos deixarmos reduzir à função de meros acólitos no jogo belicista de Trump, não nos restará nem a satisfação da coerência. Os líderes políticos, sentados nas suas cimeiras, deveriam pensar bem. O resto do mundo já se fartou desta hipocrisia. Se nada fizermos, os nossos povos cansar-se-ão também, votando em soluções extremistas com outros alinhamentos internacionais. Oxalá Guterres, fiel faroleiro do mundo, não se canse também.

por onde passa uma «brigada de limpeza da rua»: «Beatas, escarros, um brinco de/ princesa sob pressão d´agulheta». Apesar de tudo os poeta são convocados: «Dos poetas, espero ainda o desvio/para fora do presente, a fala sem/chicote e o gôsto do riso, o rio sem/regresso à dor, às sete pragas no trigo;/deles não quero entrada vitalícia num/casino, mas o subir de tom cobrindo/de nojo o lôdo.» Todos o sabemos – não há felicidade pela agricultura nem a velha nem a pós-moderna na varanda da casa hipotecada. Alexandre Herculano teve uma empregada na sua quinta perto de Santarém que dele dizia: «É boa pessoa mas mandrião; passa o dia a ler e a escrever». A tiragem de 250 exemplares deste livro é um sintoma do que é o sistema cultural português.

Miguel Matos Opinião

Como praticar a sororidade

A morte da empatia humana é um dos primeiros sinais de uma cultura prestes a cair na barbárie.

Hannah Arendt

À medida que vamos envelhecendo, o nosso campo lexical vai-se alargando em novas aquisições linguísticas que não se prendem apenas com os neologismos. Estas podem ter a ver com modas ou certas alterações decorrentes da dialética de determinados movimentos sociais. Recordo que, nos meus tempos de estudante, tive formação latinista, acentuada pelo facto de ter frequentado um colégio de Doroteias. A palavra “soror” era-me, portanto, familiar. Porém, sempre nos referimos às nossas professoras como Irmãs, tratando-as apenas pelos apelidos.

Apalavra irmandade, que me era íntima, foi, muito recentemente, em busca da sua raiz etimológica - sororidade – para ganhar contornos ideológicos e ficar colada aos movimentos feministas, como se houvesse necessidade de “artificialmente” unir mulheres em prol de um ideário comum. Quem me conhece, sabe que há muito estou ligada a iniciativas que se debruçam sobre o estudo e importância do papel das mulheres em sociedades vincadamente marcadas pelo patriarcado. Inúmeros têm sido os artigos, comunicações, intervenções e publicações sobre o tema. A minha posição é, desde há muito, sobejamente conhecida sempre que se levantam questões que se prendem

com o empoderamento das mulheres. Sou a favor da igualdade de direitos, e sublinho direitos, porque sempre acreditei que os universos masculinos e femininos são diferentes, tanto do ponto vista biológico como emocional.

Se hoje me proponho tratar deste assunto é porque assisti recentemente a uma prova irrefutável do que é viver a sororidade, enquanto união, solidariedade e apoio mútuo entre mulheres, muito semelhante à relação de irmandade, mas sem qualquer conotação ideológica. Estive em Fall River (Massachusetts), Estados Unidos da América, de 2 a 11 de junho passado. Fiquei hospedada em casa de Alda Moniz, imigrante açoriana de S. Miguel, uma mulher admirável que disponibilizou a sua mansão (como a organização lhe chamou) para acolher 30 pessoas (entre estudantes e professores) provenientes da freguesia da Rabo de Peixe, S. Miguel, que se deslocavam numa viagem de estudo. Podem imaginar o que é ver, graças à generosidade da sua proprietária, uma casa transformada em hospedaria de um dia para o outro. “Enquanto uns contam carneiros para adormecer” - confessou-me a Alda – “de cada vez que me ia deitar, eu só contava camas e colchões.” Pensemos na logística necessária para, logo pela manhã, servir pequenos almoços, que de pequenos só tinham o nome porque não lhes faltava nenhuma das iguarias contempladas pelos dos hotéis de várias estrelas. Como era possível, em pouco mais de meia hora ter toda a gente pronta e preparada para sair a fim de cumprir o plano programado para cada dia?

Pois bem, a resposta esteve precisamente num conjunto de outras mulheres, igualmente açorianas e da mesma ilha, de que destaco pela assiduidade, a Lois Faria, a Teresa Barganha, a Maria Tomásia e a Gabriela de Melo, que todas as manhãs, saindo do conforto das suas casas, madrugavam para irem em busca de produtos frescos e os servirem aos convidados.

Observando-as todos os dias, até na forma como se organizavam na ajuda, interroguei-me sobre este tipo de sentimento, totalmente despojado de qualquer interesse que não seja o da entreajuda, amizade e empatia, em prol do bem comum.

Tenho a certeza de que se estarão a interrogar: “E não houve ajuda de homens?” Sim, houve, mas prendeu-se sempre com um outro lado considerado mais masculino, como era o caso das deslocações, transportes e oferta de refeições. Ou seja, por mais lutas que existam, por mais conquistas que se façam, o gineceu, por definição, será sempre um espaço de compromisso entre mulheres, onde se tecem laços de cumplicidade – a verdadeira e genuína sororidade, que domina também os espaços da nossa diáspora.

Foi muito bonito de ver e viver, Alda! Obrigada.

Aida Batista Opinião
Credito: DR

ração em geração. O São João de Braga em Toronto foi mais do que uma simples festa. Foi uma verdadeira celebração da identidade portuguesa, proporcionando à comunidade um reencontro com as suas raízes e um profundo sentimento de pertença. “É maravilhoso ver tantas pessoas reunidas para celebrar as nossas tradições. O São João de Braga é um evento único, que une todos os membros da nossa comunidade e nos faz sentir mais perto de casa”, partilhou Carlos Martins um dos participantes, emocionado.

Com o enorme sucesso desta edição, o Arsenal do Minho de Toronto já está a preparar a próxima. “Estamos muito entusiasmados com o futuro desta celebração. Queremos que continue a crescer, que traga ainda mais pessoas e que continue a reforçar a importância da nossa cultura aqui em Toronto”, concluiu a organização. A noite terminou entre música, dança, convívio e tradição, consolidando o São João de Braga como uma das principais e mais queridas celebrações culturais da comunidade portuguesa no Canadá.

A comunidade portuguesa de Toronto reuniu-se com grande entusiasmo para celebrar o tradicional São João de Braga, uma das festas mais aguardadas do ano. Organizada pelo Arsenal do Minho de Toronto, esta celebração trouxe à cidade canadiana a energia, a cor e o calor da cultura bracarense, com danças, música, gastronomia e, acima de tudo, um profundo espírito de união e tradição. O evento decorreu no passado dia 20 de junho, num ambiente vibrante e acolhedor, repleto de alegria e participação intergeracional.

OSão João de Braga é uma festa popular centenária, celebrada anualmente na cidade de Braga, em Portugal, durante o mês de junho, em honra do nascimento de São João Baptista. Considerada a maior festa popular portuguesa, o ponto alto das comemorações ocorre na noite de 23 para 24 de junho, com ruas cheias de música, sardinhas assadas, martelinhos e marchas populares. Em Toronto, esta tradição tem sido cuidadosamente preservada por associações como o Arsenal do Minho, que trabalham com empenho para garantir que as novas gerações mantenham vivo o espírito das tradições portuguesas.

Este ano, a festa teve lugar num novo espaço, escolhido para acolher um público cada vez mais numeroso. A mudança foi motivada pelo crescimento contínuo do evento, que já ultrapassava a capacidade da sede do Arsenal do Minho. A decisão foi muito bem recebida pela comunidade. “Foi a nossa primeira vez neste novo espaço e estamos muito contentes com a escolha. A festa tem crescido tanto que já não cabíamos na nossa sede. Agora temos mais espaço para receber toda a gente com conforto”, partilhou Mandy Pereira, membro da organização. Nelson Martins e Frank Ferreira, também envolvidos na coordenação do evento, partilharam o seu entusiasmo. “Estamos muito felizes com a presença de todos. Este evento é uma forma de celebrar a nossa cultura e de fortalecer os laços da nossa comunidade”, disse Nelson. Frank acrescentou: “Agradecemos sinceramente a todos os que vieram. Esta festa é feita por e para todos nós.”

O programa contou com a atuação de sete ranchos folclóricos, incluindo grupos vindos de Montreal e New Jersey, além dos enérgicos Bombos do Arsenal do Minho, que abriram o evento com o seu ritmo contagiante. As atuações foram um verdadeiro hino à riqueza do folclore português, demonstrando a diversidade cultural e a be-

leza das tradições minhotas, com os trajes coloridos, os cantares típicos e as danças de roda a encherem de emoção todos os presentes.

Um dos pontos altos da festa foi, sem dúvida, a forte participação das crianças e jovens, que mostraram com orgulho e talento que o futuro do folclore está em boas mãos. O envolvimento das gerações mais novas é uma prioridade para o Arsenal do Minho de Toronto, que aposta fortemente na educação cultural através da dança e da música tradicional. Tivemos a oportunidade de conversar com Alessia, Sophia, Kyara e Inês, quatro crianças dançarinas do grupo, que nos falaram com brilho nos olhos sobre a sua experiência. Alessia foi direta: “Nós adoramos dançar! Venham e juntem-se a nós. Façam parte do Arsenal do Minho de Toronto!” Kyara acrescentou: “É muito bom fazer parte porque gostamos mesmo de dançar.” Inês partilhou: “Gosto muito do Arsenal do Minho porque dançamos e divertimo-nos imenso!” Por fim, Sophia lançou um convite a outras crianças: “Assistam aos nossos vídeos e pratiquem. Assim também podem aprender a dançar como nós!”

A presença dos mais novos deu ainda mais brilho e energia à festa, provando que a tradição e a alegria se transmitem de ge-

Casa das

Beiras reabre em Toronto Um pedaço vivo de Portugal renasce na Ronald Avenue

A cultura portuguesa voltou a ganhar um espaço de destaque no coração da comunidade luso-canadiana com a reabertura da Casa das Beiras de Toronto. Após três anos de espera, o novo edifício foi finalmente inaugurado, marcando o início de um novo capítulo para esta instituição com profundas raízes na promoção da cultura beirã.

Acerimónia de abertura contou com a presença de várias figuras de relevo da comunidade, representantes do governo português e muitos membros da diáspora beirã espalhada pelo Canadá, com destaque para a visita de Fernando Ruas, presidente da Câmara Municipal de Viseu. O evento estendeu-se por vários dias e incluíu actividades culturais, momentos de convívio e uma jornada de portas abertas — um verdadeiro arraial à portuguesa.

A Casa das Beiras é reconhecida como uma das instituições fundadoras da Aliança dos Clubes Portugueses no Canadá. A sua antiga sede, localizada na Caledónia, foi palco de algumas das maiores semanas culturais da comunidade lusa nas últimas décadas. Agora, com a nova localização a norte do bairro de Davenport, a tradição é renovada com modernidade e ambição.

Tendo como MC o conhecido locutor António César, a reabertura da Casa das Beiras, foi benzida pelo Padre Andrzej Grecki, tendo sido também marcada pela homenagem ao papel das empresas portuguesas que estiveram envolvidas na construção do novo edifício. Segundo os intervenientes, este é um exemplo claro da capacidade empreendedora da diáspora lusa e da força das suas raízes culturais.

Bernardino Nascimento, presidente executivo da Casa, celebrou com emoção a reabertura da Casa das Beiras em Toronto, três anos após o encerramento da antiga sede. Para ele, este “novo espaço é uma vitória da comunidade portuguesa, especialmente dos beirões no Canadá”. A nova

casa será um ponto de encontro cultural e comunitário, com três dias de inauguração que incluem atividades culturais, mas sobretudo um espaço de todos durante todo o ano. Deixou ainda um convite à diáspora: “Este espaço é vosso. Venham conhecer a nova Casa das Beiras.”

Joe Eustáquio, presidente da ACAPO, destacou a “importância histórica da Casa das Beiras como um dos clubes pioneiros da comunidade portuguesa em Toronto”, relembrando os seus “primeiros passos e a sede anterior na Caledónia, onde foram realizadas grandes semanas culturais”. Elogiou o novo espaço, classificando-o como “um centro comunitário moderno, bonito e bem organizado, fruto do esforço da direção liderada por Bernardino Nascimento” e realçou também “o orgulho por a obra ter sido realizada por uma empresa portuguesa”. Terminou reforçando “o valor simbólico e comunitário desta reabertura para os portugueses em Toronto”. À nossa reportagem, Fernando Ruas, presidente da Câmara Municipal de Viseu, expressou grande emoção por estar em Toronto, rodeado de portugueses, e destacou a importância da língua como elemento de identidade nacional, evocando Camões e Fernando Pessoa. Disse sentir-se "em casa" na Casa das Beiras, à qual” tem especial carinho”, e elogiou “o trabalho da direção, liderada por Bernardino Nascimento, pela recuperação do novo espaço”. O autarca reconheceu o esforço da comunidade portuguesa no Canadá, reconhecendo a força e dedicação dos emigrantes, e afirmou que “um pedaço de Portugal está aqui”, garantindo que, em Portugal, se acompanha com atenção o que é feito pelas comunidades no estrangeiro.

Ana Luisa Riquito, Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, manifestou “grande orgulho pela reabertura da Casa das Beiras em 2025”, considerando-a “um ato de coragem e resistência numa época em que muitos previam o declínio do movimento

associativo na diáspora”. Destacou que “a nova casa é um símbolo de vitalidade da comunidade portuguesa, reunindo várias gerações num espaço moderno e acolhedor”. Em nome do Governo de Portugal, deixou uma mensagem especial aos jovens luso-canadianos: “que aproveitem o novo espaço para dinamizar atividades culturais ligadas à sua identidade - como o folclore, o fado ou o cinema português contemporâneo”. Encorajou-os a “usarem a Casa das Beiras como um ponto de encontro, partilha e celebração da língua e cultura portuguesa”.

Por seu turno, o Duo Raquel e Rodrigo, artistas convidados portugueses, expressaram grande alegria por estarem na Casa das Beiras em Toronto, descrevendo a experiência como emocionante e acolhedora. Apesar das dificuldades com o fuso horário, sentiram-se "em casa" desde a chegada, rodeados pela língua e calor humano da comunidade portuguesa local.

A deputada federal Julie Dzerowicz felicitou a Casa das Beiras pela “sua contribuição na preservação da cultura, tradição e língua portuguesas no Canadá”, especialmente durante o Mês do Património Português. Destacou que “a diversidade cultural fortalece o país e reconheceu o papel essencial da comunidade portuguesa em vários setores da sociedade canadiana, como negócios, política, desporto e artes”.

No Mês do Património Português, a reabertura da Casa das Beiras, no 115 Ronald Avenue, em Toronto, simboliza a força e a ligação viva da comunidade às suas raízes. Este novo espaço é um palco renovado para a cultura beirã e portuguesa, provando que, onde há portugueses, há sempre um pedaço de Portugal.

A inauguração foi celebrada com bênção, hinos, fado, folclore e muita emoção, reunindo a comunidade. Nesta nova casa, bate o coração de Portugal, forte e unido, onde quer que esteja. RMA/MS

“Here &

Elsewhere”

Nova antologia dá voz a escritores luso-canadianos

A editora Arquipélago Press acaba de lançar uma nova e envolvente antologia literária que promete marcar o panorama da literatura contemporânea canadiana: Here & Elsewhere: An Anthology of Portuguese Canadian Writers. A apresentação foi a 19 de junho, na The Peach Gallery, em Toronto, sendo que esta obra reúne doze vozes singulares que exploram a experiência luso-canadiana sob múltiplas perspetivas e emoções. A pergunta que atravessa cada página - Onde chamas casa? - serve de fio condutor às histórias e reflexões que os autores partilham.

De poemas íntimos a contos marcantes, a antologia é uma tapeçaria rica de memórias, identidades e deslocamentos, que atravessam gerações e continentes. Entre os textos, encontramos o relato pungente de um pai imigrante partilhado com a filha vítima de bullying; um conto comovente sobre um viúvo à deriva nos céus dos Açores; uma carta de um soldado enviada de Angola; e a narrativa dramática de um desastre mineiro nas montanhas portuguesas. A viagem, para muitos dos autores, não é linear. Em alguns casos, o regresso às raízes é inevitável - com uma viragem. Um dos ensaios acompanha o percurso burocrático de reivindicação da cidadania portuguesa, enquanto outro acompanha a viagem de um homem à ilha ancestral da família para cumprir o último desejo da irmã. Nestes relatos, o conceito de “casa” emerge como algo em constante reconstrução, entre o “aqui” e o “além”. O evento de lançamento do livro foi apresentado como uma tertúlia que promoveu a partilha de experiências. Quatro autores leram excertos dos seus textos, numa espécie de "trailer literário", com o intuito de despertar o interesse dos leitores e apoiar a editora Arquipélago Press, uma das poucas no Canadá dedicadas à literatura da diáspora portuguesa.

Humberto da Silva, um dos autores, sublinhou que Here & Elsewhere: An Anthology of Portuguese Canadian Writers é uma “obra que retrata a experiência da emigração e a identidade portuguesa no Canadá”.

Destacou as “diferenças entre as gerações de emigrantes, bem como a mudança geográfica da comunidade luso-canadiana”, enfatizando ainda “a importância de preservar a língua e a cultura portuguesas, mesmo num contexto multicultural”.

Já a autora Irene Marques, em conversa com a nossa reportagem, foi clara ao afimar que “a emigração atual é mais qualificada do que no passado e que a identidade portuguesa deve adaptar-se ao contexto multicultural do Canadá”. Valorizou “a língua portuguesa como um elo essencial com as raízes e defende que escrever em várias línguas enriquece a criatividade literária”. Por seu turno, Emanuel Melo, também escritor e “partilhador de memórias” evidenciou “a qualidade dos textos e acredita que o público se irá reconhecer nas histórias. Referiu que “a emigração atual é muito diferente da dos anos 60. Emigrou para o Canadá em 1969, com nove anos, e lembra como, na altura, a comunicação era feita apenas por cartas e fotografias. Hoje, com as redes sociais e as videochamadas, a experiência é completamente diferente”. Ao nosso jornal, sublinhou ainda “a importância de preservar a língua portuguesa. Os seus pais incentivaram-no a estudá-la e ele continuou esse percurso na universidade”, notando que “apesar de algumas gerações se afastarem, muitos jovens acabam por redescobrir interesse nas suas raízes”.

Nesta verdadeira tertúlia sobre a língua portuguesa e sobre os episódios que aconteceram no passado, mas que inspiram o futuro, também marcou presença a autora Kelly Pedro, realçando que “é importante a troca de experiências sobre emigração, refletindo sobre a sua vivência entre duas culturas - portuguesa e canadiana. A autora acredita que, “embora as atitudes perante a imigração estejam a evoluir, muitos desafios permanecem, pois o Canadá valoriza a diversidade cultural, oferecendo um espaço para que cada um possa celebrar as suas raízes”.

Maria do Rosário Gaspar, coordenadora do ensino de Português no Canadá e representante do Instituto Camões, falou “da importância de valorizar a língua e cultura portuguesas, independentemente do con-

A vez da voz e dos rostos da comunidade, sem filtros!

teúdo da obra escrita”. Defendeu que “o livro físico mantém um papel essencial, principalmente para quem cresceu antes da era digital” e apelou “aos jovens para que não tenham vergonha de falar português, incentivando também os pais a promoverem a língua entre os filhos, reforçando o sentimento de pertença cultural”.

Também presente esteve Anaisa Gordino, coordenadora do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões e também leitora desse Instituto na Universidade de Toronto, que registando “a importância de cultivar o português para manter as raízes culturais e abrir novas oportunidades”, também defendeu que, “apesar da conveniência dos suportes digitais, o livro físico mantém um valor especial pela experiência sensorial e pessoal que proporciona na leitura”.

A antologia Here & Elsewhere, editada pela Arquipélago Press, reúne contribuições de diversos autores luso-canadianos e reflete a diversidade e riqueza dessa comunidade no Canadá. Surgindo num momento em que temas como migração, multiculturalismo e pertença ganham destaque no debate público, a coletânea oferece uma plataforma importante para vozes que têm marcado a paisagem cultural do país. Após o sucesso de The Hyphen, a Arquipélago Press reforça seu papel como uma voz essencial no meio editorial, apresentando não só uma obra literária, mas um documento cultural de relevância universal.

RMA/MS

Toronto celebra a cultura indígena no Fort York com o Na-Me-Res Pow Wow e o Festival de Artes Indígenas

Centenas de pessoas reuniram-se no sábado (21) no Fort York National Historic Site, em Toronto, para celebrar o National Indigenous Peoples Day (Dia Nacional dos Povos Indígenas) com o tradicional Na-Me-Res Pow Wow e o Festival de Artes Indígenas um evento comunitário que celebra a riqueza cultural e espiritual dos povos indígenas do Canadá.

Ainiciativa é organizada pela Na-Me-Res (Native Men’s Residence), uma instituição sem fins lucrativos que presta apoio a homens indígenas em situação de vulnerabilidade na cidade, e este ano assinalou a sua 24.ª edição. Estiveram presentes membros das Primeiras Nações, Métis e Inuit, assim como participantes de várias origens culturais.

O festival teve início na sexta-feira, 20 de junho, e prolongou-se até sábado, dia 21, com um programa que incluiu música tradicional, danças cerimoniais, gastronomia, artesanato e momentos espirituais, como a emblemática Sunrise Ceremony (cerimónia do nascer do sol) em frente à câmara municipal de Toronto.

De acordo com a cidade, este evento gratuito é uma celebração das expressões culturais tradicionais e contemporâneas dos povos indígenas de Turtle Island, o nome ancestral indígena para a América do Norte. “Para muitas comunidades das Primeiras Nações, Métis e Inuit, o solstício de verão tem um profundo significado espiritual e cultural, marcando um tempo de renovação, de ligação à natureza e de celebração das raízes”, referiu a Câmara Municipal de Toronto em comunicado.

O Pow Wow, encontro cerimonial com danças, cânticos e batidas de tambor foi durante décadas proibido no Canadá, no âmbito das políticas de assimilação força-

da implementadas pelo governo federal no final do século XIX. Apesar da repressão, estas práticas culturais resistiram de forma clandestina até à revogação da proibição em 1951, com a alteração da lei.

Hoje, o Na-Me-Res Pow Wow e o Festival de Artes Indígenas reafirmam-se como um dos momentos mais significativos da vida cultural em Toronto, promovendo o respeito, o reconhecimento e a valorização da diversidade indígena no Canadá contemporâneo.

Mais do que uma festa, o evento foi um momento de resiliência, orgulho cultural e partilha intergeracional, revelando que as raízes indígenas continuam vivas e em expansão — numa celebração aberta a todos os que quiseram partilhar desta herança.

FP/MS

ACAPO apresentou Semana de Portugal 2026

A ACAPO (Aliança de Clubes e Associações Portuguesas do Ontário) realizou, no passado dia 24 de junho, na Casa do Alentejo de Toronto, uma conferência de imprensa para fazer o balanço da Semana de Portugal 2025 e projetar a de 2026.

Asessão, que teve início pelas 18h30, contou com a presença de representantes da comunidade, dirigentes associativos e órgãos de comunicação social. Ao longo do encontro, foi sublinhado o papel crescente da comunidade portuguesa na vida cultural da cidade, bem como o simbolismo da mudança do percurso da Parada deste ano para a St. Clair Avenue zona intimamente ligada à presença lusa em Toronto.

Em nome da ACAPO, o presidente José Eustáquio apresentou o balanço da edição de 2025 e os preparativos em curso para o ano seguinte. Destacou ainda o tema da Parada deste ano, dedicada ao Magellan Centre for Community Care, um centro de cuidados de saúde atualmente em construção no 640 Lansdowne Avenue em Toronto, que representa um marco importante para a comunidade luso-canadiana.

Foi igualmente anunciado que a Semana de Portugal 2026 decorrerá nos dias 12, 13 e 14 de junho, com a Parada oficial agendada para sábado, 13 de junho.

Um dos anúncios mais relevantes foi a parceria inédita entre a ACAPO e a FIFA, que permitirá a organização de uma Fan Fest oficial da Seleção Nacional Portuguesa, no decorrer do Campeonato do Mundo de Futebol de 2026, a realizar-se no Canadá, México e Estados Unidos da América.

A ACAPO encerrou a sessão agradecendo a presença de todos, com especial reconhecimento ao trabalho da imprensa comunitária, reafirmando o seu compromisso com a promoção da cultura e identidade portuguesas no Ontário e em todo o Canadá. FP/MS

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Credito: Francisco Pegado
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Festa do Divino Espírito Santo reúne comunidade açoriana em Ontário

Casa

dos Açores do Ontário acolheu cerca de 200 pessoas num serão de fé, tradição e alegria.

No passado sábado, dia 21 de junho, a Casa dos Açores do Ontário encheu-se de cor, música e tradição com a celebração da Festa do Divino Espírito Santo, um dos momentos mais emblemáticos da vivência cultural e religiosa da diáspora açoriana no Canadá. Cerca de 200 pessoas marcaram presença no evento, que uniu várias gerações em torno da fé, da gastronomia e das tradições típicas dos Açores.

Durante a semana que antecedeu a festa, foi rezado o terço em honra do Divino Espírito Santo, num ambiente de recolhimento e espiritualidade, perpetuando uma prática ancestral que continua a ter grande importância entre os açorianos espalhados pelo mundo.

No sábado, a festa ganhou novos contornos com um jantar tradicional onde não faltaram as famosas sopas do Espírito Santo, servidas com o habitual pão caseiro, carne e legumes. O arroz doce, decorado com canela, também marcou presença nas mesas, mantendo viva a doçaria típica da região.

A animação prosseguiu com música tradicional açoriana, incluindo a tradição terceirense de cantar o pezinho e a desgarrada, que animaram os presentes com versos improvisados e muita boa disposição. O serão foi abrilhantado pela actuação do DJ Mickael Antunes, que garantiu uma noite de dança e convívio até mais tarde.

No domingo, dia 22, realizou-se a coroação em honra do Divino Espírito Santo, momento alto da celebração, seguido de um almoço-convívio entre a mordomia do Espírito Santo - constituída este ano por todos os membros dos órgãos sociais da Casa dos Açores do Ontário. É de recordar que o Divino Espírito Santo é o patrono da

instituição, sendo esta festa uma expressão da identidade e dos valores da comunidade açoriana no Ontário.

A presidente da Casa dos Açores do Ontário, Suzanne Cunha, deixou palavras de reconhecimento e emoção a todos os que contribuíram para o sucesso da festa: “É com muito orgulho que vemos tantos voluntários darem do seu tempo e coração para manter viva esta tradição. Nada disto seria possível sem o trabalho incansável de dezenas de mãos que, discretamente, fazem tudo acontecer, desde quem cozinha até quem limpa, organiza, serve, decora ou apenas aparece para apoiar. Este é um esforço coletivo que nasce do amor à nossa terra e ao nosso povo.”

Suzanne sublinhou ainda a importância da continuidade cultural: “O nosso maior compromisso é com a preservação da nossa cultura. A Casa dos Açores do Ontário não é apenas um espaço físico - é um elo vivo entre o passado, o presente e o futuro dos açorianos no Canadá. Queremos que os

nossos filhos e netos cresçam a conhecer as nossas tradições, a sentir orgulho nas nossas raízes e a compreender que ser açoriano é uma honra que se leva no peito, com humildade e com alma.” A presidente terminou com uma mensagem de esperança: “Desejo a todos umas boas férias de verão. Descansem, recarreguem energias, e em setembro cá estaremos de novo, com mais força, mais alegria e mais vontade de fazer deste lar açoriano um exemplo de união, cultura e sucesso.”

Também a vice-presidente, Odilia Janeiro, sublinhou a importância espiritual do momento: “A fé no Divino Espírito Santo une-nos, dá-nos força e identidade. Preservar estas tradições é garantir que as próximas gerações saibam de onde vieram e continuem a honrar as suas raízes.” Com emoção na voz, acrescentou ainda: “Agradeço de coração a todos os que se juntaram a esta festa, aos que ajudaram, aos que rezaram, aos que dançaram e cantaram connosco”. Odilia Janeiro salientou que

em “cada rosto, cada gesto, cada presença tornou este fim de semana mais especial. O Divino Espírito Santo mora onde há partilha, e neste lar, sentimos isso em cada abraço, em cada lágrima de saudade, em cada sorriso de pertença.”

A preparação do alto ou trono do Divino Espírito Santo esteve a cargo de Suzanne Cunha e Odília Janeiro, que com dedicação e esmero criaram um espaço digno da tradição, decorado com flores, bandeiras e a coroa imperial.

Mais do que uma simples festa, este fim de semana na Casa dos Açores do Ontário foi uma verdadeira celebração da alma açoriana. Houve fé, houve música, houve comida que sabe à terra-mãe, mas acima de tudo, houve coração - mais alma, mais emoção, mais comunidade. E quem esteve presente, sabe: quando o Espírito Santo desce, até longe dos Açores, chora-se de alegria… e sente-se que, afinal, estamos todos em casa.

RMA/MS
Credito: Roberto Picanço
Credito: Roberto Picanço

HAPPY CANADA DAY

Jack Oliveira Business Manager

Joseph S. Mancinelli President

Luigi Carrozzi Secretary-Treasurer

Carmen Principato Vice President

AUTONOMIAS

Madeira entre as regiões mais caras para arrendar e comprar casa em Portugal

O mais recente barómetro mensal do Imovirtual, portal imobiliário de referência em Portugal, revela que o preço médio de venda de imóveis no país ultrapassou os 419.000€ em junho, enquanto o valor das rendas se manteve estável nos 1.300€. Ainda assim, a análise regional revela importantes variações, com a Madeira a destacar-se como uma das zonas mais caras tanto para arrendar como para comprar casa.

No mercado de arrendamento, a Madeira registou uma das maiores subidas mensais em todo o território nacional, com um aumento de +8%, fixando-se agora nos 1.725€. Este valor coloca a ilha entre os locais mais dispendiosos do país para viver em regime de arrendamen-

to, superando mesmo cidades como Faro e aproximando-se de Lisboa, onde a média se situou nos 1.700€.

No mercado de compra, apesar de uma quebra mensal de -5%, a Madeira continua a figurar entre as regiões com preços mais elevados, com um valor médio de 550.000€. Este dado reforça a tendência de valorização a longo prazo que tem sido sentida no arquipélago, que se mantém no radar de investidores e compradores, nacionais e estrangeiros.

A valorização imobiliária nas ilhas também se fez sentir em São Miguel (+13% nas rendas, agora nos 900€) e na Terceira, que manteve os 850€ em arrendamento, mas com uma subida anual de +27%.

Dois mil estudantes dos Açores com ocupação de tempos livres no verão

Dois mil estudantes dos Açores vão participar este ano no programa OTLJ - Programa de Ocupação dos Tempos Livres, revelou o Governo Regional. De acordo com o executivo açoriano, foram aprovados cerca de 760 projetos apresentados por entidades das nove ilhas da região, 86% no âmbito do subprograma “Ocupação em Férias”, no qual foram colocados 93% dos jovens com candidaturas aprovadas.

Orecém-criado “Verão em Ocupação” foi o segundo nas preferências dos jovens, embora o número de projetos apresentados por entidades “esteja aquém da procura”, segundo um comunicado do Governo Regional.

Segundo Governo Regional, 95% dos jovens que apresentaram e viram aprovada a sua candidatura ao OTLJ Verão 2025 foram colocados num dos três subprogramas do seu interesse e indicados aquando da candidatura.

Desde 2023, foram colocados no OTLJ mais de seis mil jovens, o que “confirma o interesse dos jovens nos projetos de ocupa-

ção durante o período das férias escolares”. O executivo açoriano recorda que em janeiro foi publicado o novo regulamento do OTLJ, promovido pela Secretaria Regional da Juventude, Habitação e Emprego, através da Direção Regional da Juventude. O novo regulamento, além de criar o subprograma “Verão em Ocupação”, reforça em 20% as bolsas atribuídas aos jovens e alarga o prazo de candidaturas de um para dois meses. Os projetos têm a duração de 20 dias úteis, nos meses de julho e agosto, não podendo ultrapassar as cinco horas diárias.

O novo subprograma “Verão em Ocupação” destina-se aos jovens residentes nos Açores, dos 16 aos 24 anos, que frequentem o ensino secundário, o ensino geral ou profissional, ou o ensino superior, em cursos de licenciatura ou mestrado. Os projetos decorrem entre julho e agosto, no total de 35 dias úteis, com início até ao quinto dia útil de julho, num conjunto de 20 horas semanais, não ultrapassando as cinco horas diárias.

AO/MS

Madeira: “Se produzirmos e armazenarmos a nossa energia, vamos ficar menos dependentes do exterior”

O Museu da Eletricidade – Casa da Luz, no Funchal, foi o palco do ‘Fórum Sol & Sustentabilidade: Energia para a Hotelaria e Indústria’. Este evento, promovido pela Amara NZero em parceria com a Intelsol e a NOS Madeira, fez uma reflexão prática e estratégica sobre o futuro energético dos setores hoteleiro e industrial.

Na abertura do evento, Agostinho Gouveia, CEO da Intelsol, fez uma breve apresentação dos temas que serão abordados e alertou para o impacto do contexto externo em diversas matérias, incluindo na energia. Por isso, sublinhou a importância do autoconsumo.

“Se conseguirmos produzir cada vez mais a nossa energia e, mais importante, se a conseguirmos armazenar, vamos ficar cada vez menos dependentes do exterior”, apontou.

Agostinho Gouveia realçou ainda que a subida da taxa do IVA sobre as energias renováveis para 22%, “vai castigar muito quem quer investir, principalmente os privados”.

O evento começou de seguida com as intervenções de Miguel Rodrigues e Luís Valente, da Amara, que apontaram as vantagens do armazenamento, como a supressão de consumos acima da potência, ou o ‘Time of Use’ – “carregamos a bateria em alturas em que a podemos comprar a um valor muito inferior e para usar em horas de ponta”.

Luís Valente usou ainda o exemplo recente do apagão na Península Ibérica, afirmando que um sistema de baterias com ‘backup’ [redundância] teria conseguido dar uma resposta ao corte de energia.

Montenegro diz não haver motivo de preocupação por aviões dos EUA nas Lajes nos Açores

O primeiro-ministro disse não existir motivo de preocupação pela presença de aviões reabastecedores dos Estados Unidos na Base das Lajes em altura de tensões no Médio Oriente, referindo que Portugal dará mais esclarecimentos ao Irão se necessário.

“Se são necessários esclarecimentos com mais detalhe, dentro da medida do possível, nós daremos, mas não há, quanto a isso, nenhum procedimento anómalo, nem há, sinceramente, nenhum motivo de preocupação com aquilo que é o normal funcionamento desta parceria [com os Estados Unidos]”, disse Luís Montenegro, falando aos jornalistas portugueses à margem da cimeira da NATO, na cidade holandesa de Haia.

O chefe de Governo respondia às declarações do embaixador do Irão em Lisboa, Majid Tafreshi, que afirmou à Rádio Renascença que iria questionar o Governo português sobre a neutralidade portuguesa e sobre a utilização norte-americana da base militar nos Açores.

"Se alguém participa numa qualquer guerra, por qualquer motivo, é parte dessa agressão", salientou o diplomata iraniano.

Luís Montenegro reiterou a informação da tutela, de que “o facto de a Base das Lajes ter sido utilizada por aeronaves de reabastecimento dos Estados Unidos da América decorreu com total normalidade, com informação prévia e no cumprimento do acordo que nós temos e que está em vigor

com os Estados Unidos da América”. “Nós ainda não recebemos esse pedido de esclarecimentos adicionais eventuais por parte do senhor embaixador do Irão, mas nós já demos esclarecimentos públicos”, disse ainda. O Governo português confirmou no domingo a autorização para que 12 aviões reabastecedores dos EUA utilizassem a Base Aérea das Lajes, nos Açores, no contexto de um acordo de cooperação datado dos anos 1990. Segundo o Ministério da Defesa, trata-se de um procedimento habitual, com notificações feitas normalmente com 72 horas de antecedência, e que os aparelhos são apenas de apoio logístico, sem fins ofensivos. AO/MS

JM/MS
Credito: DR
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Provedor de Justiça alerta sobre o “crescente estado de crise” nas prisões do Ontário

O Provedor de Justiça do Ontário está a lançar o alarme sobre um “crescente estado de crise” nas prisões provinciais, afirmando no seu relatório anual divulgado na quarta-feira que é necessária uma reforma urgente. Paul Dubé disse que o seu gabinete respondeu a 6 870 casos sobre estabelecimentos prisionais no ano fiscal de 2024-2025, um aumento de 55% em relação ao ano fiscal anterior.

Os casos envolvem tanto queixas como inquéritos. "Embora grande parte do nosso trabalho aborde preocupações relacionadas com a prestação de serviços, muitos dos problemas com que nos deparamos vão muito além de meras ineficiências. Levantam questões profundas sobre os direitos humanos fundamentais", disse Dubé aos jornalistas no Queen's Park. “Em nenhum lugar isto é mais evidente do que no sistema correcio-

nal do Ontário, que está francamente num estado de crise crescente.”

Dubé afirmou que muitas das queixas resultam de problemas “graves e enraizados”. Estes incluem: sobrelotação, incluindo três reclusos em celas feitas para dois; encerramentos frequentes; cuidados de saúde inadequados; reclusos indígenas sem acesso a um oficial de ligação para reclusos nativos; os reclusos com problemas de saúde mental são colocados em segregação, algo que “não é suposto acontecer”.

Dubé afirmou que a sua equipa visitou 12 estabelecimentos prisionais em todo o Ontário no ano passado, incluindo o Complexo Correcional de Maplehurst, em Milton, Ontário, e que mantém contactos regulares com os diretores das instalações e com o Ministério do Procurador-Geral do Ontário para chamar a atenção para os problemas. CBC/MS

14 mil milhões de dólares para a construção do maior hospital universitário do Canadá

O Ontário anunciou mais de 14 mil milhões de dólares em novos financiamentos para construir o maior hospital universitário do Canadá. O novo Peter Gilgan Mississauga Hospital triplicará a sua dimensão e substituirá integralmente o atual Mississauga Hospital, ajudando a prestar cuidados de saúde a cerca de 2,2 milhões de pessoas, segundo a província.

OPrimeiro-Ministro Doug Ford esteve presente no anúncio na quarta-feira (25) e afirmou que a nova expansão irá satisfazer as necessidades de uma região "em expansão". "Estamos entusiasmados por apoiar este projeto através do investimento. São números importantes", disse Ford. “Será o primeiro hospital do género aqui mesmo no Ontário”. O novo hospital, cuja abertura está prevista para 2033, tornar-se-á o maior hospital universitário do Canadá e criará um dos maiores serviços de urgência da província. Uma vez aberto, o hospital trará à comunidade mais 2400 profissionais de saúde e cerca de 400 médicos adicionais. O hospital incluirá também uma nova torre de cuidados de saúde de 22 andares com mais de 350 novas camas totalmente privadas, elevando o número total de camas para mais de 950. As novas instalações tornarão mais fácil para as pessoas “obter os cuidados certos, no momento certo, no local certo”, afirmou o Presidente e Diretor Executivo da Trillium Health Partners. "Estas novas instalações serão mais do que simples locais de tratamento. Serão centros de cuidados avançados e interligados que vão muito para além das paredes do hospital e

estarão totalmente ligados a todo o sistema de saúde", afirmou Karli Farrow aquando do anúncio.

Farrow afirma que o novo hospital aumentará a capacidade da Trillium Health Partners para prestar serviços a mais doentes e famílias, incluindo cuidados oncológicos, cirurgias cardíacas e recursos de saúde mental geriátrica.

CBC/MS
Credito: CBC
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CBC

Os líderes da NATO - incluindo o Canadá - aprovaram um plano para aumentar drasticamente a despesa com a defesa em toda a aliança ocidental para 5% do produto interno bruto durante a próxima década, uma decisão que deu ao Presidente dos EUA, Donald Trump, uma vitória política significativa.

Na quarta-feira (25), reuniram-se à porta fechada nos Países Baixos, onde foram acertados os pormenores finais e as potenciais queixas. "À medida que a paisagem global muda, a segurança coletiva criada pela aliança [NATO] continua a ser a forma mais forte e eficaz de proteger a soberania canadiana e a segurança dos canadianos", disse o primeiro-ministro Mark Carney em Haia. "Com os nossos aliados, temos de garantir que o Canadá se mantém forte, unido e pronto para enfrentar as ameaças, não só de hoje, mas também de amanhã".

Os membros da aliança, no entanto, esperavam algo em troca - um compromisso fervoroso de Trump sobre a cláusula de autodefesa da NATO, o artigo 5º. Altos funcionários canadianos, falando após a reunião, disseram que os aliados pareciam confortáveis com as garantias do presidente dos EUA, apesar do seu equívoco em público sobre se Washington viria em defesa dos seus aliados numa crise. A caminho da cimeira, perguntaram a Trump se apoiava o artigo 5º e ele respondeu que a cláusula de autodefesa tem muitas definições. De facto, a linguagem é bastante clara - dizer que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos os aliados da NATO. Após o anúncio, Trump foi novamente questionado se apoiaria o Artigo 5, dado que os líderes da NATO concordaram em

aumentar o financiamento militar. “Eu apoio-o, é por isso que estou aqui, é por isso que estou aqui”, disse Trump. “Se não o apoiasse, não estaria aqui”.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, abriu a curta cimeira elogiando Trump por liderar o aumento das despesas com a defesa. “Durante demasiado tempo, um aliado, os Estados Unidos, carregou demasiado o fardo desse compromisso - e isso muda hoje”, disse Rutte. "O Presidente Trump, caro Donald, tornou esta mudança possível. A sua liderança nesta matéria já produziu um trilião de dólares em despesas adicionais dos aliados europeus desde 2016. E as decisões de hoje produzirão mais triliões para a nossa defesa comum".

CBC/MS

Cientistas estudam o suposto meteotsunami no Lago Superior

Alan Auld, de Shuniah, Ontário, disse que saiu para observar o Lago Superior e estava entre as pessoas que viram as águas a recuar - algo que ele comparou ao esvaziamento de uma banheira. "Ver o Lago Superior, o maior lago de água doce do mundo, fazer algo assim, é muito poderoso. Ficámos admirados".

Na fronteira leste de Thunder Bay, Shuniah é uma cidade municipal ao longo da costa norte do Lago Supe-

Uma grande mudança na pressão atmosférica acompanhada de altas velocidades do vento pode contribuir para gerar uma onda de meteotsunami, disse Eric Anderson, professor associado da Colorado School of Mines que estuda os meteotsunamis há mais de uma década. Anderson disse que os investigadores estão a analisar as condições atmosféricas e os dados sobre o nível da água para perceber o que aconteceu no fim de semana passado. “Temos provas suficientes para dizer que se tratou

Credito: CBC

EVENTOS DO DAY

FA/DG. Fotos: DR

EAST YORK TORONTO FESTIVAL DO DIA DO CANADÁ

O antigo bairro de East York, em Toronto, transforma-se no anual e gratuito evento do Dia do Canadá, começando com um desfile de rua pela manhã e partir da tarde o Stan Wadlow Park terão shows ao vivo, atividades infantis, mercado de artesanato, vendedores de comida e beer garden.

de julho - 10h30 eycdc.ca

COMEMORE O DIA DO CANADÁ NO MCMICHAEL

Entrada gratuita e um dia de arte e música para toda a família. Celebre a diversidade e a natureza do Canadá com criatividade! Participe no workshop e crie um cartão “Mensagem do Canadá”, inspirado na sua paisagem favorita ou numa memória especial. Visite também a galeria com obras de artistas canadianos. Guia disponível.

TORONTO HISTORY MUSEUMS

Programação comunitária gratuita em cada local — frequentemente inclui workshops de arte ancestral, tours interativos, artesanato histórico e atividades para crianças.

de julho - 9h00 tinyurl.com/mr2ats2u

DIA DO CANADÁ NO QUEEN'S PARK

A Assembleia Legislativa de Ontário convida todos a celebrar o 158.º aniversário do Canadá no Queen’s Park. Um dia repleto de diversão com atividades gratuitas para toda a família: shows em dois palcos, comidas, artesanato, jogos, artistas itinerantes e visitas autoguiadas ao Edifício Legislativo.

de julho - 10:00 ola.org

DIVERSÃO CIENTÍFICA PARA TODA A FAMÍLIA

Explore exposições interativas, experimente demonstrações científicas ao vivo e descubra como a ciência está presente em nosso dia a dia. No CF Sherway Gardens e no Harbourfront Centre, o Centro de Ciência de Ontário oferece atividades para todas as idades — desde experiências sensoriais até desafios criativos que despertam a curiosidade.

- 11h00

1
Vários museus históricos de Toronto (Mackenzie House, Spadina Museum, etc.)
1
Edifício Legislativo de Ontário, Queen's Park 111 Wellesley St. W (South Entrance), Toronto
1
Parque Stan Wadlow 373 Cedarvale Ave., Toronto

Q-107 CANADA DAY PICNIC

Muita comida, diversão e boa música! Tributos de Rock & Roll às maiores bandas do mundo. Termine o fim de semana com o maior espetáculo de fogo de artifício de Toronto, em Ashbridges Bay, ao som de rock ao vivo. Aproveite a zona infantil com artes, comidas deliciosas, cervejaria ao ar livre e, acima de tudo... muito Rock & Roll!

DIA DO CANADÁ NO HARBOURFRONT

Celebre o Dia do Canadá à beira-mar com música, cultura e espírito comunitário. Haverá mercado ao ar livre, atividades para todas as idades e um espetáculo de fogos de artifício. A programação gratuita (com ingresso) inclui música, dança, comédia e gastronomia — com destaque para Digging Roots, Kellylee Evans e muito mais.

FESTIVAL RITMOS DO CANADÁ

O Festival Ritmos do Canadá celebra a diversidade com arte, cultura e atividades para todas as idades. São três dias de música, comida deliciosa e programação especial — com entrada gratuita na galeria de arte durante todo o festival!

CANADA DAY EM OAKVILLE

Uma festa para toda a família com atuações comunitárias, exposições culturais, desporto, artesanato, pinturas faciais, animadores, comida deliciosa e muito mais! No palco principal: Kune, Mary Frances e ROCK STAR LIVE. Também haverá a vibrante dança do dragão da Oakville Chinese Network Society. Às 22h, espetáculo de fogo de artifício sobre o Lago Ontário (se o tempo permitir).

1 de julho - 17h00 tinyurl.com/8szbs2y6

AIRMOVES: DANÇA EM SILÊNCIO

Apresentando três canais diferentes de ação de DJ ao vivo. O AIRMOVES leva a festa para fora dos clubes tradicionais, ao ar livre. Com uma configuração de auscultadores sem fios, proporciona uma experiência de audição personalizada. Este é um evento gratuito, tudo o que precisa de trazer é o seu documento de identificação!

1 de julho - 14h00 tinyurl.com/5xdnx9xh

RAÍZES E LAR EM SCARBOROUGH

Celebre o Canada Day no Museu Scarborough com cultura, conexão e um forte senso de comunidade. Aproveite atividades para todas as idades, yoga, comidas do mundo e expressões culturais que refletem a diversidade local.

1 de julho - 11h00 tinyurl.com/mr27d3nm

Bronte Heritage Waterfront Park 2340 Ontario St, Oakville

Partidos pedem consequências políticas sobre morte durante greve do INEM

O Chega e o PS pediram consequências políticas sobre a conclusão do relatório do IGAS que dá conta de que a morte de um homem durante a greve do INEM em novembro de 2024 poderia ter sido evitada. IL vai propor comissão de inquérito à gestão do INEM.

Em declarações aos jornalistas após a reunião com o Governo no parlamento para definir a data das próximas autárquicas, o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, insistiu que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, “não tem condições para continuar” e que foi um erro mantê-la no executivo depois das últimas legislativas. “À ministra da Saúde não chega vir ao parlamento e dizer ‘eu assumo a responsabilidade’. Mas qual é a responsabilidade?

A responsabilidade era meter o seu lugar à disposição e sair deste Governo. Aliás, ela nunca devia ter entrado neste Governo, dissemos isto desde a primeira hora”, acrescentou.

Em causa, está a conclusão do IGAS de que a morte de um homem em novembro de 2024, quando decorreu a greve do INEM, poderia ter sido evitada se tivesse

sido socorrido num tempo mínimo e razoável. “Concluiu-se que a morte do utente poderia ter sido evitada caso tivesse havido um socorro, num tempo mínimo e razoável, que tornasse possível a evacuação da vítima através de uma Via Verde Coronária para um dos hospitais mais próximos, onde poderia ser submetido a angioplastia coronária numa das respetivas Unidades Hemodinâmicas”, adiantou a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) num comunicado.

Pedro Delgado Alves, do PS, considerou que o Governo não pode passar pelo tema “sem qualquer consequência” no plano político e administrativo, estranhando que o executivo “não se tenha pronunciado e não tenha dito nada até ao momento” e não explique aos cidadãos os motivos desta falha e se “vai retirar consequências políticas”. Delgado Alves questionou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, se, agora que já foi detetada uma “falha significativa na gestão do Ministério da Saúde” se mantém a opção de ter Ana Paula Martins com a pasta da Saúde

Eleições Autárquicas

PSD, Chega, PCP e Livre querem autárquicas a 12 de outubro, PS a 28 de setembro

PSD, Chega, PCP e Livre propuseram ao executivo que as próximas eleições autárquicas se realizem a 12 de outubro, enquanto o PS quer que sejam a 28 de setembro e o BE a 5 de outubro.

Após o encontro com o Governo no parlamento para definir a data das próximas autárquicas, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, disse que os sociais-democratas defendem eleições a 12 de outubro, de forma a permitir uma “campanha esclarecedora junto dos eleitores” e dar tempo para formalizar os “processos administrativos e burocráticos” necessários. O PS, por Pedro Delgado Alves, defendeu, neste encontro, que as eleições devem acontecer a 28 de setembro, cumprindo a tradição, explicou, de que as autárquicas se “realizem tendencialmente no final do mês de setembro". O socialista disse não haver razão para que as eleições não sejam no final de setembro, acrescentando que, assim, “os executivos podem ser instalados durante o mês de outubro, como é habitual”.

O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, explicou que começou por propor ao executivo a realização das autárquicas no dia 5 ou 12 de outubro, mas que a so-

breposição da primeira data com o feriado da Implantação da República faz com que o dia 12 seja preferível, para não prejudicar as cerimónias do feriado. O PCP, que se fez representar pelos deputados Paula Santos e Alfredo Maia, defendeu, no primeiro encontro desta manhã com o Governo, que as próximas autárquicas deveriam decorrer no dia 12 de outubro, por “permitir uma maior participação por parte dos cidadãos” neste ato eleitoral. Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, disse que o partido propôs ao executivo a realização das eleições a 12 de outubro, por considerar ser necessário dar tempo aos partidos e aos movimentos de cidadãos para organizarem a suas candidaturas e apresentarem listas. O BE, que não reuniu com o Governo por indisponibilidade de agenda, informou o executivo, por escrito, que prefere que autárquicas se realizem a 5 de outubro, disse fonte oficial do partido à Lusa.

De acordo com a lei eleitoral autárquica, estas eleições realizam-se entre os dias 22 de setembro e 14 de outubro e num domingo, pelo que, na prática, só existem três datas possíveis: 28 de setembro, 5 de outubro (feriado comemorativo da Implantação da República) e 12 de outubro.

JN/MS

Buscas na Câmara de Oeiras ligadas a negócio de empresa municipal com Moçambique

O presidente da Câmara de Oeiras afirmou que as buscas da PJ realizadas na autarquiase referem a negócios entre a empresa municipal Municípia e o Governo de Moçambique relativamente a trabalhos de cartografia e cadastro em Nampula. “Incide relativamente à atividade dessa empresa, relativamente a negócios que foram realizados em Moçambique, em Nampula, para o Governo de Moçambique, financiados pelo Banco Mundial, e relativamente aos quais houve notícias, há dois anos, sobre eventuais ilegalidades na gestão da empresa”, disse Isaltino Morais aos jornalistas.

Segundo o autarca, na sequência dessas notícias e também de denúncias sobre eventuais ilegalidades que chegaram à Câmara de Oeiras, a própria autarquia “promoveu uma auditoria externa, que foi apresentada à Câmara e à Assembleia Mu-

nicipal” há cerca de meio ano. A auditoria, de acordo com o autarca, concluiu “que, havendo algumas irregularidades formais, sob um ponto de vista substancial, não havia qualquer ilegalidade”.

“Ao que eu percebi, há aqui duas dimensões: Uma delas tem a ver com essa atividade em Nampula, que era um trabalho de cartografia e cadastro que realizaram para o Governo de Moçambique. Depois há alguns contratos com o município na área da cartografia e de tecnologias de informação. Penso que é isso que está a ser investigado”, afirmou o autarca.

Em comunicado, a PJ confirmou buscas na Câmara de Oeiras e também na de Grândola e em empresas do setor turístico, por “eventuais crimes de prevaricação, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas”.

JN/MS

Carlos César declara apoio a José Luís Carneiro para liderar o PS

O presidente e secretário-geral interino do PS, Carlos César, declarou apoio à candidatura única de José Luís Carneiro à liderança do partido, considerando que tem condições de relançar a energia dos socialistas, enfraquecida pelos resultados das eleições legislativas. “Apoio José Luís Carneiro. Como militante do PS há 51 anos, e como presi-

dente do partido, fico satisfeito por o PS poder relançar, com uma nova liderança, a energia enfraquecida com os resultados das últimas eleições, para honrar o seu passado e constituir-se como uma boa promessa de futuro”, declarou Carlos César, na rede social Facebook, antes das eleições diretas que se realizam na sexta-feira e no sábado.

Para Carlos César, o partido encontra-se já no momento para, “sucessivamente, renovar sem excluir pessoas de valor e agir sem deixar de ajustar o partido às novas dimensões e exigências que as motivações dos cidadãos e as realidades económicas e sociais requerem”. “Confio que seja esse o caminho que a nova liderança fará.

O primeiro desafio, porém, será o de confirmar nas eleições autárquicas que o Partido Socialista é a alternativa real e construtiva à AD”, escreveu.

O presidente do PS tem também uma “palavra de admiração e solidariedade partidária e pessoal” para com Pedro Nuno Santos, que abandonou a liderança socialista após os resultados das eleições de 18 de maio, em que o partido passou a terceira força em termos de representação parlamentar, mantendo-se a segunda em número de votos.

Segundo César, Pedro Nuno disputou essas eleições “numa conjuntura, quer nacional quer europeia, especialmente adversa para a esquerda democrática”.

O presidente do PS considerou ainda, na mesma publicação, ter feito bem em “insistir que a eleição do novo líder do partido decorresse com a antecipação possível”. “Neste período, desde o passado dia 18 de maio, o partido, em todas as suas estruturas e por todo o território, não tem deixado de procurar as razões da sua quebra eleitoral e tem mostrado não contemporizar com os desistentes, tal como com os impenitentes”, defendeu.

Nesta publicação, Carlos César retoma o que escreveu no prefácio de um livro de José Luís Carneiro, um texto em que afirmou que o agora candidato à liderança do PS “estando bem distante daqueles políticos que vocalizam tudo o que lhes passa pela cabeça, e possuindo uma sobriedade natural, distinguiu-se, e assim continua, pela proximidade com as pessoas nas diversas funções que tem desempenhado”. “Tem uma especial preocupação nas políticas de desenvolvimento, na redução das desigualdades a todos os níveis e nos fatores que reforçam a confiança nas instituições democráticas. Parece pouco, mas é quase tudo o que se oferece à navegação de um socialista democrático nos tempos que correm”, recordou.

JN/MS

Pedida audiência a ministro para esclarecer proibição de telemóveis nas escolas

O movimento Menos Ecrãs Mais Vida pediu uma audiência ao ministro da Educação, Ciência e Inovação para esclarecer a aplicação de uma proibição de telemóveis nas escolas, anunciada no programa do Governo. Numa carta dirigida a Fernando Alexandre e divulgada à imprensa, o movimento refere ter recebido “com agrado a informação de que o novo governo decidiu avançar com a proibição de 'smartphones' até ao 6.º ano”, mas considera a medida “pouco ambiciosa a nível etário”.

OGoverno tenciona proibir "smartphones" nas escolas nos 1.º e 2.º ciclos e limitar o uso entre os alunos do 3.º ciclo, tornando regra as recomendações feitas no início do ano letivo 2024/2025. O movimento Menos Ecrãs Mais Vida, nascido em janeiro de 2024 e composto por quatro mães professoras, chama a atenção para os casos de países como “o Brasil, Dinamarca, Finlândia e Espanha que já proíbem o uso (do telemóvel) até ao 12.º ano e muitos outros que proíbem até ao 9.º ano”, bem como as "recomendações” emitidas pela Sociedade Portuguesa de Neuropedia-

tria em setembro de 2024, “aplicáveis até aos 18 anos”, para, por exemplo, se “restringir o uso de 'smartphones' nos intervalos escolares”.

Como serão aplicadas pelas direções escolares as regras de proibição quando aprovadas, concretamente como se garantirá o seu cumprimento pelos agrupamentos escolares e pelos alunos, assim como “quais os planos futuros (do Governo) para o 3.º ciclo e secundário”, são questões que o movimento gostaria de ver respondidas. “Acreditamos ser do interesse do MECI continuar a zelar pela saúde física, mental e social das nossas crianças e jovens e o Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida continua disponível para ajudar neste processo. Por este motivo, vimos por este meio solicitar uma nova audiência, dando continuidade à anteriormente realizada a 2 de setembro de 2024”, adianta a missiva.

Há dois anos, uma das fundadoras do movimento lançou uma petição sobre o uso de "smartphones" nas escolas a partir do 2.º ciclo, “em prol da socialização das crianças nos recreios”, que já foi assinada por mais de 24 mil pessoas.

"Vergonhoso". Papa critica a "falsa propaganda do rearmamento"

O Papa Leão XIV criticou a "falsa propaganda" do rearmamento durante um discurso aos participantes da assembleia plenária da Reunião das Agências de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO), na Cidade do Vaticano.

OPapa afirmou que "a falsa propaganda de rearmamento cria a vã ilusão de que a supremacia resolve os problemas ao alimentar o ódio e a vingança”. “O meu coração sangra quando penso na Ucrânia, na situação trágica e desumana em Gaza e no Médio Oriente, devastado pela expansão da guerra", disse o Papa, apontando que "a força do direito internacional e do direito humanitário já não parece vinculativa, substituída pelo suposto direito de obrigar os outros pela força. Isto é indigno da humanidade, vergonhoso para a humanidade e para os responsáveis destas nações. Como se pode acreditar, depois de séculos de história, que as guerras trazem a paz e que não se voltam contra aqueles que as travam? Como se pode pensar em lançar as bases para o amanhã sem coesão, sem uma visão global impulsionada pelo bem comum?", questionou.

Imigrantes

Leão XIV acrescentou que "as pessoas desconhecem cada vez mais a quantidade de dinheiro que acaba nos bolsos dos mercadores da morte, com o qual se poderiam construir hospitais e escolas, e, em vez disso, os já construídos são destruídos". O Papa enfatizou ainda que "a violência da guerra parece estar a devastar os territórios do Oriente cristão com uma veemência diabólica nunca antes vista".

"Nós, toda a humanidade, somos chamados a avaliar as causas destes conflitos, a verificar as verdadeiras causas e as tentar ultrapassar, rejeitando as falsas, fruto de simulações emocionais e retóricas, expondo-as decisivamente", acrescentou.

O Papa encorajou os cristãos, "além de se indignarem, a levantarem a voz", a "arregaçarem as mangas” para serem “construtores de paz e promoverem o diálogo".

"Cabe-nos, a nós, transformar cada notícia e imagem trágica que nos impacta num grito de intercessão a Deus. E depois ajudar, como vocês fazem e como muitos fazem", acrescentou o Papa, referindo-se aos membros da ROACO.

JN/MS

Exportação

Exportações chinesas para os países lusófonos atingem novo recorde até maio

As exportações chinesas para os países de língua portuguesa tiveram o melhor desempenho de sempre para o período em análise, aumentando 1,6% nos primeiros cinco meses, em comparação com igual período de 2024, segundo dados oficiais divulgados esta quinta-feira.

De acordo com informações dos Serviços de Alfândega da China, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até maio atingiram 34,6 mil milhões de dólares (29,6 mil milhões de euros). Este é o valor mais elevado para os primeiros cinco meses de um ano desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar estes dados, em 2013. Os dados divulgados revelam que a principal razão para o novo recorde foi Angola, cujas importações vindas da China subiram 72,6%, para 2,32 mil milhões de dólares (1,98 mil milhões de euros). Ainda assim, e apesar de uma descida homóloga de 1,9%, o Brasil continua a ser de longe o

Linfoma

maior comprador no bloco lusófono, com as mercadorias chinesas vindas da China a ficarem perto de 28 mil milhões de dólares (23,9 mil milhões de euros). Em segundo na lista, à frente de Angola, vem Portugal, que comprou à China produtos no valor de 2,71 mil milhões de dólares (2,31 mil milhões de euros), mais 6,2% do que nos primeiros cinco meses de 2024.

Na direção oposta, as exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 18,5% entre janeiro e maio de 2025, em comparação com igual período do ano passado. O bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de 47,6 mil milhões de dólares (40,6 mil milhões de euros) para o mercado chinês, o valor mais baixo para os primeiros cinco meses de um ano desde 2020, no início da pandemia de covid-19. A descida deveu-se sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram mais de um quinto (21,3%) para 38,4 mil milhões de dólares (32,8 mil milhões de euros).

JN/MS

Espanha confirma 102 casos de linfoma raro associado a implantes mamários

A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS) confirmou a existência de 102 pacientes com um linfoma raro associado ao uso de implantes mamários. Trata-se do Linfoma Anaplásico de Grandes Células (LAGC), que se desenvolve à volta dos implantes, especialmente dos texturados.

Segundo avança a Europa Press, a maioria dos casos apresentou uma evolução clínica positiva após a remoção da cápsula periprotética e do próprio implante, embora alguns tenham exigido tratamentos adicionais. Quatro pacientes acabaram por morrer.

A AEMPS recorda que este linfoma "é uma doença rara" e que os implantes mamários têm riscos inerentes". "Não são pro-

dutos para a vida toda e podem ter de ser substituídos ao longo do tempo. Portanto, é fundamental que as pessoas submetidas à cirurgia sejam devidamente informadas e aconselhadas antes de tomar uma decisão", realçou a agência.

Em 2024, a região com maior número de notificações de casos foi Madrid (24 confirmados em 35), seguindo-se Andaluzia (15 confirmados em 22). A indicação de implante mamário para reconstrução após mastectomia motivou 23 dos casos, sendo que 43 foram associados a motivos estéticos. Dos 102 casos confirmados, 88 envolveram pacientes com próteses texturadas e dois com próteses de poliuretano. Nos restantes, o tipo de prótese não é conhecido.

JN/MS

Trump processa 15 juízes de Maryland por ordem que impede deportação de imigrantes

O Governo norte-americano liderado por Donald Trump avançou com uma ação judicial contra todos os 15 juízes federais de Maryland, após uma ordem que impede a deportação imediata de migrantes que contestem as decisões.

Aação judicial expõe a determinação do Governo em exercer a sua vontade sobre a aplicação da lei da imigração, bem como a crescente irritação com os juízes federais que têm rejeitado repetidamente ações do poder executivo que consideram ilegais e sem mérito legal, noticiou a agência Associated Press (AP). Em causa está uma ordem assinada pelo juiz presidente George L. Russell III e apresentada em maio, impedindo o governo de retirar

imediatamente dos EUA qualquer imigrante que apresente documentação ao tribunal distrital de Maryland a solicitar uma revisão da sua detenção.

O Governo afirma que a suspensão automática das deportações viola uma decisão do Supremo Tribunal e impede a autoridade do presidente de aplicar as leis de imigração. A administração republicana está há semanas num crescente confronto com o poder judicial federal, na sequência de uma vaga de contestações legais aos esforços do presidente para implementar prioridades importantes em matéria de imigração e outros assuntos. O Departamento de Justiça tem-se mostrado cada vez mais frustrado com as decisões que bloqueiam a agenda do presidente, acusando os juízes de obstruírem

indevidamente os poderes do presidente. "A autoridade executiva do presidente Trump foi minada desde as primeiras horas da sua presidência por uma interminável enxurrada de injunções destinadas a interromper a sua agenda", frisou, em comunicado, a procuradora-geral Pamela Bondi. Trump criticou duramente decisões judiciais desfavoráveis e, num caso, pediu o 'impeachment' [destituição] de um juiz federal em Washington que ordenou a devolução de aviões cheios de imigrantes deportados. Este caso levou a uma declaração extraordinária do presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, que afirmou que "o impeachment não é uma resposta apropriada a uma discordância sobre uma decisão judicial". Entre os juízes citados no

processo está Paula Xinis, que considerou ilegal a deportação de Kilmar Abrego Garcia para El Salvador por parte do Governo, num processo que ganhou notoriedade. JN/MS

Credito: JN

FELIZ DIA DO CANADÁ

A Canadian Construction Worker’s Union é um sindicato que abrange todos os sectores da indústria da construção civil. O nosso propósito é representar os que não têm representação, garantindo que os nossos sócios são devidamente tratados e protegidos, para que no final de cada dia possam regressar às suas casas e ao seio das suas famílias. Os sócios da CCWU desfrutam de bons salários, benefícios de saúde e pensão. Presidente: Joel Filipe | Vice-Presidente: Victor Ferreira | Financial Secretary: Luis Torres | Recording Secretary: Joel Filipe Jr | Trustee: Jason Torres

Canadian Construction Worker’s Union 1170 Sheppard Ave W, Unit 42, North York | 416-762-1010 | ccw@bellnet.ca

Deceção total consumada em noite de loucura...

como a equipa se apresentou nos Estados Unidos deixou (muito) a desejar, depois de uma temporada já bem abaixo do esperado nas provas internas.

branca, desta vez composta por quatro elementos, mas a resposta não tardou a chegar.

A crónica de uma morte (praticamente) anunciada começa pelo fim: o FC Porto está fora do Mundial de Clubes e despede-se da prova após uma campanha internacional (quase) sem precedentes na história do clube, pelos piores motivos.

Opercurso dos azuis e brancos na competição da FIFA fecha com um sabor amargo, sobretudo porque a expectativa era alta. Assegurar um bilhete para os oitavos de final era o mínimo exigido à equipa de Anselmi, como Villas-Boas havia frisado. Não foi apenas pelo facto de o objetivo ter saído gorado, mas a forma

Quanto ao jogo, o que dizer? Uma avalanche ofensiva de início ao fim contrastou com uma displicência defensiva raramente vista em encontros deste nível...

A turma egípcia entrou determinada e desde cedo foi notória a sede de vitória. Afinal, apenas o triunfo interessava aos comandados de José Riveiro, mas, tal como os dragões, era preciso torcer por um resultado favorável no Inter Miami-Palmeiras. Nesse sentido, e com Trézéguet a trocar as voltas à ala direita portista, o Al Ahly colocou-se em vantagem por intermédio do goleador Ali. As transições a alta velocidade dos africanos iam baralhando a defesa azul e

Adeptos protestam e pedem demissão de Villas-Boas na chegada do

F. C.

Cerca de 30 adeptos do F. C. Porto contestaram a equipa, esta terça-feira à noite, quando a comitiva aterrou no aeroporto Francisco Sá Carneiro, após a eliminação na fase de grupos do campeonato do mundo de clubes.

Ao contrário do que é habitual, jogadores, equipa técnica e dirigentes azuis e brancos saíram pela porta VIP do aeroporto, mas não conseguiram fintar o grupo de adeptos, que manifestaram o desagrado pelo desempenho da equipa de Martin Anselmi nos Estados Unidos. Os dragões somaram dois empates, ante Palmeiras e Al Ahly, e perderam frente ao Inter de Miami, terminando na terceira posição do grupo A, falhando o objetivo assumido de atingir os oitavos de final.

A polícia reforçou os meios presentes no local, mas os adeptos fizeram-se ouvir e começaram por insultar o presidente por-

Porto à Invicta

tista, André Villas-Boas, pedindo, depois, que apresente a demissão do cargo. Alguns jogadores também foram alvo da fúria dos adeptos, como o central Otávio, que esteve envolvido numa polémica quando festejou o aniversário até altas horas da noite. O diretor-desportivo e antigo capitão do F. C. Porto, Jorge Costa, também foi muito visado nas críticas.

Um dos últimos a sair do aeroporto, Martin Anselmi também foi “convidado” a deixar o clube.

A saída do autocarro, ouviu-se “vocês são uma vergonha”. Ouviram-se ainda detonações, não sendo percetível se eram petardos lançados pelos adeptos ou balas de borracha disparadas pela polícia.

As autoridades tiveram de intervir para permitir que o autocarro pudesse abandonar o aeroporto, uma vez que os adeptos tentaram impedir a passagem do mesmo.

JN/MS

Rodrigo Mora (quem mais?) desenhou um lance brilhante, que terminou com o guarda-redes sentado no relvado e a bola no fundo da baliza. Com a balança (de novo) equilibrada, o FC Porto procurou o segundo, mas os minutos finais do primeiro tempo foram dos egípcios. Fábio Vieira foi imprudente na área e ofereceu de bandeja uma oportunidade de ouro ao Al Ahly, que Ali não desperdiçou.

Do outro lado, em Miami, o Inter ia cumprindo a sua tarefa, o que tornava o resultado dos dragões (ainda) mais doloroso.

Um arranque a todo o gás na etapa complementar presenteou os adeptos com mais dois golos: um para cada lado. William Gomes, um dos melhores do dragão, voltou a

restabelecer a igualdade, mas o inevitável Ali completou o hat trick perfeito aos 51'. Sem nunca baixar os braços, o FC Porto alcançou mais uma vez o empate, graças a um tento de Samu. O problema? Onze minutos depois, Ben Romdhane fez o 4-3. Parecia um videojogo, mas estava mesmo a acontecer o impensável no relvado do MetLife. Por esta altura, o público egípcio estava empolgado, porque o Palmeiras chegava ao empate frente ao Inter. Porém, Pepê acabou com as ténues esperanças dos africanos com um golo de belo efeito e fechou as contas perto do fim. 4-4, emoções ao rubro e uma noite de São João em que valeu a pena ficar acordado, mas os portistas não evitaram a deceção.

A Bola/MS

Pepe, do FC Porto, marca o quarto golo da equipa. Foto DR
Samu Aghehowa, do FC Porto, reage após a partida.. Foto DR

Benfica bate Bayern e passa aos oitavos do Mundial de Clubes em primeiro lugar

Benfica defronta Chelsea nos oitavos de final do Mundial de Clubes

Na última jornada do Grupo D, os "blues" derrotaram o Espérance Tunis (0-3)e asseguraram o segundo lugar, atrás do Flamengo. Duelo com as águias marcado para sábado, às 21 horas.

Não houve surpresas e o Chelsea garantiu o apuramento para os oitavos de final do Mundial de Clubes, ao vencer o Espérance Tunis, por 0-3, na madrugada desta quarta-feira.

Em Filadélfia, os "blues" marcaram duas vezes nas compensações da primeira parte (Adarabioyo e Delap) e mais uma na parte final da segunda parte (Tyrique George) e asseguraram o segundo lugar do Grupo D, atrás do Flamengo, que confirmou o primeiro lugar com um empate frente ao Los Angeles FC. Assim, o Chelsea vai defrontar o primeiro classificado do Grupo C, no caso o Benfica, nos oitavos de final do Mundial de Clubes, enquanto o "Mengão" defrontará o Bayern Munique.

JN/MS

Benfica já encaixou 26 milhões de euros no Mundial de Clubes

As águias juntam o sucesso desportivo nos Estados Unidos da América a uma importante adição de verbas financeiras, depois de seguir para os oitavos de final da prova ao bater o Bayern Munique (1-0).

As águias conseguiram vencer o colosso de Munique e cumprir o objetivo de passar aos oitavos de final, sendo primeiros do Grupo C, sem precisarem de saber do resultado do jogo entre Auckland e Boca Juniors.

OBenfica estava encostado às cordas, mas mostrou a melhor versão nos Estados Unidos da América ao triunfar pela primeira vez de sempre perante o Bayern de Munique, por 1-0. Com esta vitória, o conjunto de Bruno Lage ter-

mina a fase de grupos do Mundial de Clubes em primeiro lugar e vai defrontar ou o Chelsea ou o Espérance de Tunis nos oitavos de final e se passar aos "quartos" encontra o vencedor do Palmeiras-Botafogo. Já o duelo entre Auckland e Boca Juniors foi interrompido devido às condições atmosféricas, quando estava empatado 1-1. Em Charlotte, novamente com muito calor, os encarnados entraram com um ritmo elevado em comparação com os anteriores jogos na competição e abriram o marcador aos 13 minutos, com Scheldrup a marcar após uma grande jogada que passou por todos os corredores do campo.

Pouco tempo a seguir, Pavlidis fica cara a cara com Neuer, mas cai e pede penálti,

sendo que o árbitro entendeu não haver intensidade suficiente no encosto de Upamecano para marcar o castigo máximo. Kompany, técnico dos alemãos, meteu os pesos pesados no início da segunda parte e apertou as águias, surgindo Trubin como herói, com várias defesas de alto nível. Aos 65 minutos a equipa de Munique bateu o ucraniano, mas o golo foi anulado por fora de jogo de Harry Kane, que estava na trajetória da bola.

No resto da partida, a defensiva da Luz foi aguentando as investidas dos rápidos extremos adversários e festejou uma grande vitória no Mundial de Clubes. JN/MS

O Benfica conta com mais 26 milhões de euros nos cofres, graças à participação no Mundial de Clubes até ao momento.

A vitória frente ao Bayern Munique, que permitiu a passagem aos oitavos de final no primeiro lugar do Grupo C, ajudou a chegar ao valor elevado.

Só pela participação no novo formato, as águias faturaram cerca de 15 milhões de euros, mais quatro milhões devido aos resultados na fase de grupos. A passagem aos oitavos de final rendeu perto de sete milhões de euros.

Agora, o clube da Luz vai defrontar o Chelsea e se passar aos "quartos" encaixa mais 11 milhões de euros.

JN/MS

Creditos:

Figo explica motivo por que nunca regressou ao Sporting

Luís Figo passou em revista vários momentos da carreira, numa entrevista ao canal de Youtube Bola Lá, sem esquecer a passagem pelo Sporting e o motivo que o levou a não regressar a Alvalade.

«Decidi ir para o Sporting porque tinha o meu melhor amigo a jogar lá e também porque nessa altura falava-se que o Benfica escolhia muito mais jogadores fisicamente dotados, e eu era mais

franzino nessa idade. Deu certo, mas não foi fácil», lembrou o antigo internacional português. «Havia tantos miúdos (...) se tinhas a sorte de te destacar continuavas. Era quase um milagre», contou, acres-

centando que depois teve a confirmação de que ficaria. Seguiu-se Barcelona, a polémica transferência para o Real Madrid e o Inter. Um regresso a Alvalade chegou a alimentar as esperanças dos adeptos leoninos, mas não se concretizou: «Por circunstâncias da vida, nunca tive a oportunidade de voltar ao Sporting. Era impossível, porque estava no auge da minha carreira, por aquilo que significava, pelo que custava, por tudo. Depois, se não tens essa possibilidade, ela nunca vai acontecer.»

Na capital espanhola, fez parte dos galácticos, partilhando balenário com nomes como Roberto Carlos, Zidane, Beckham, Raúl González ou Ronaldo, o Fenómeno. «É um privilégio, mas ao mesmo tempo uma responsabilidade. Coincidimos numa época e num projeto com bastantes grandes jogadores a nível mundial. Cada um tem o próprio ego e personalidade, mas não podemos esquecer que jogamos em equipa e que todos dependem de todos. Sempre tivemos bom ambiente. Ainda hoje temos todos uma boa relação. Isso foi fundamental para conseguirmos títulos», defendeu.

Da Seleção guarda boas e más recordações. Neste último caso, o penálti com Inglaterra no Euro 2000 não cai no esquecimento: «No momento não tinha sensação de penálti, mas sendo realista e vendo as imagens é penálti. Mas foi um sentimento de revolta, de injustiça, em que só queres rebentar com tudo. É normal, é uma deceção. Depois pensas: se fosse ao contrário, se calhar não apitavam penálti.»

Seguiu-se um «Mundial pobre» antes do Euro 2004, do qual prefere ressalvar o positivo: «Um Europeu como o que vivemos em Portugal vai ser impossível de repetir, em termos da vivência. O país juntou-se à volta da Seleção nacional. Foi único, apesar de termos perdido [com a Grécia na final].»

A Bola/MS

CICLISMO

João Almeida vence Volta à Suíça com exibição de força na crono-escalada final

Ciclista português conquista pela primeira vez a corrida helvética, com uma prestação de irrepreensível no contrarrelógio final, onde fez o melhor tempo, anulando a desvantagem para o anterior líder Kévin Vauquelin.

João Almeida (UAE Emirates) escreveu, no domingo (22), mais uma das brilhantes páginas da sua carreira, ao vencer a Volta à Suíça 2025. O ciclista português superou a desvantagem de 33 segundos para Kévin Vauquelin (Arkéa-B&B Hotels) na decisiva cronoescalada de 10 quilómetros entre Beckenried e Stockhütte, e tornou-se o segundo luso a vencer a

corrida helvética, depois dos títulos de Rui Costa em 2012, 2013 e 2014. Na etapa final, João Almeida não deu hipótese e completou a subida em 27.33 minutos, fixando o melhor tempo do dia, e batendo os principais rivais por margem suficiente para assumir a liderança final. Vauquelin não resistiu ao ritmo do português e acabou por perder 1.40 minutos, caindo para a segunda posição da geral. Com esta vitória, Almeida, de 26 anos, confirma o seu estatuto de referência internacional nas corridas por etapas, vingando o segundo lugar na Volta à Suíça, no ano passado.

BASQUETEBOL FEMININO Portugal despede-se do Eurobasket com vitória histórica sobre Montenegro

Portugal somou a primeira vitória em europeus femininos de basquetebol ao derrotar o Montenegro, por 63-49, em jogo da terceira e última jornada do Grupo C, que se disputou em Brno, na República Checa.

Depois das derrotas com a Bélgica, campeã em título, e com a anfitriã República Checa, a seleção portuguesa conseguiu a primeira vitória no Eurobasket de

2025, num encontro em que ao intervalo vencia por 30-24.

Portugal terminou assim no terceiro lugar o Grupo C, à frente de Montenegro e atrás da Bélgica e da República Checa, que seguem para a fase final em Atenas e que hoje se defrontaram para decidir o primeiro lugar, com triunfo das atuais campeãs, por 72-70.

HOUSE LEAGUE

• Boys & girls 4 to 16 [born 2021-2009]

• Season begins mid May to mid September

• Weekly games & season ending tournament

• Included with registration: team jersey, shorts, socks, trophy and soccer ball

SC TORONTO

To find out the day and location for each age group, our playing days and locations are posted here: sctoronto.ca/outdoor-houseleague

JN/MS

Messias Baptista vice-campeão europeu de canoagem em K1 200 metros CANOAGEM

Fernando Pimenta revalida título em K1 5000 metros

O português Fernando Pimenta revalidou o título e sagrou-se pela quarta vez campeão europeu de K1 5000 metros, nos Campeonatos da Europa de canoagem de velocidade de 2025, que se disputaram em Racice, na República Checa.

Fernando Pimenta, que já tinha conquistado a medalha de ouro naquela prova em 2016, 2022 e 2024, venceu a final deste ano com o tempo de 21.14,874

minutos, batendo por 1,110 segundos o húngaro Adam Varga e por 2,886 o dinamarquês Mads Pedersen, segundo e terceiro classificados.

O canoísta português, de 35 anos, conquistou a segunda medalha nesta edição dos Europeus, ambas de ouro, uma vez que também venceu a prova de K1 1000 metros, na qual alcançou igualmente o quarto título continental, depois dos sucessos em 2016, 2017 e 2018.

JN/MS

O português Messias Baptista conquistou, este domingo, a medalha de prata na prova de K1 200 metros dos Europeus de canoagem de velocidade de 2025, a segunda na competição, que decorre em Racice, na República Checa.

Messias Baptista, de 25 anos, completou a distância na final A em 34,174 segundos, ficando a escassos 36 centésimos do sérvio Strahinja Dragoslavljevic, que se sa-

grou campeão europeu com o tempo de 34,138, enquanto o espanhol Carlos Arevalo alcançou o bronze, a 416 do vencedor.

O canoísta português, campeão mundial da distância, já tinha conquistado uma medalha de ouro nesta edição dos Campeonatos da Europa, em K4 500 metros, ao lado de Gustavo Gonçalves, João Ribeiro e Pedro Casinha, tal como Fernando Pimenta, na prova de K1 1000 metros.

JN/MS

www.cardinalfuneralhomes.com

100 Anos

Retribuindo.

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(na esquina da College com a Rusholme, entre a Gladstone e a Dovercourt)

Creditos:

Quarteto português sagra-se campeão europeu na estreia em K4 500

O K4 português, composto por Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha, conquistou este sábado a medalha de ouro na prova de 500 metros dos Europeus de canoagem de velocidade de 2025, em Racice, na República Checa.

O quarteto português – que competiu pela primeira vez num grande evento internacional - completou a distância em 1.19,319 minutos, batendo por 213 centé-

simos o K4 da anfitriã República Checa e por 323 o da representação da Polónia, que terminaram na segunda e terceira posições da final A.

O título conquistado por Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha foi o segundo alcançado pela seleção portuguesa, pouco tempo depois de Fernando Pimenta se ter sagrado campeão europeu em K1 1.000 metros, pela quarta vez.

JN/MS

Norberto Mourão vence o ouro na prova adaptada de VL2 200 metros

O português Norberto Mourão conquistou, este domingo, a medalha de ouro na prova adaptada de VL2 200 metros dos Campeonatos da Europa de canoagem de velocidade de 2025, que decorrem em Racice, na República Checa.

Norberto Mourão, de 44 anos, sagrou-se campeão europeu com o tempo de 54,235 segundos, impondo-se por 827 centésimos ao britânico Edward Clifton e por 967 ao espanhol

Higinio Rivero, segundo e terceiro classificados na final.

A medalha conquistada por Norberto Mourão foi a primeira de Portugal na canoagem adaptada nesta edição, em que Fernando Pimenta (K1 1000) e o quarteto composto por Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha (K4 500) se sagraram campeões europeus e Messias Baptista arrebatou a prata em K1 200 metros. JN/MS

TORONTO
Creditos:

Circuito das Beiras ligou Coimbra, Guarda e Castelo Branco

Uma mistura de emoção e nostalgia marcaram os momentos finais do Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop, que concluiu o seu ciclo de três edições. O evento ligou Coimbra, Castelo Branco e Guarda e foi um tributo a Tavares de Mello, o visionário que concebeu a prova, resgatada pelo Escape Livre.

Aideia original de José Caetano de Tavares de Mello era unir as três cidades da Beira – Coimbra, Castelo Branco e Guarda – através de uma prova por etapas de aproximadamente 400 quilómetros. Foi essa prova, realizada em Portugal em 1903, que o Clube Escape Livre recuperou em 2023, assinalando o seu 120º aniversário. Esta homenagem foi realizada pelo Clube Escape Livre, em colaboração com as câmaras municipais de Coimbra, Castelo Branco e Guarda, e contou com o apoio da Bridgestone, First Stop e Litocar.

O projeto de recuperação propôs a realização de três edições, com partidas de cada uma das capitais de distrito e a introdução de novidades a cada ano. Além disso, foi lançado um livro, de autoria do historiador José Barros Rodrigues, intitulado "O Circuito das Beiras e o espírito visionário de José Caetano Tavares de Mello".

A primeira edição incluiu um "rally paper", que exigia atenção ao percurso e conhecimento da prova de Tavares de Mello, premiando também os participantes vestidos à época dos seus veículos. A segunda edição celebrou o 121º aniversário da primeira Grande Corrida de Motocicletas em Portugal na etapa Guarda-Coimbra, e alcançou a internacionalização com a participação de várias equipas estrangeiras.

A terceira edição serviu para homenagear de forma perene a memória de Tavares de Mello, com o descerrar de uma

placa no edifício do Turismo, na Praça da Portagem, em Coimbra, local das suas oficinas.

Percurso desafiador

O percurso iniciou-se em Castelo Branco e seguiu rumo a Coimbra, com o calor beirão a acompanhar os participantes logo pela manhã num trajeto percorrido ao contrário das anteriores edições, o que adicionou um elemento de interesse. As mais de duas dezenas de veículos participantes passaram pelo Amoras Country House Hotel para um "coffee break", antes de prosseguirem até ao almoço na Sertã.

A etapa vespertina, de grande beleza cénica, levou os participantes às Fragas de São Simão e a chegada a Coimbra, na famosa Rua Larga, junto à Universidade de Coimbra, ficou repleta de interessados.

O desfile dos automóveis participantes foi interrompido para a cerimónia de homenagem a Tavares de Mello, com o descerrar da placa na Praça da Portagem. A cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, do vereador do desporto, Carlos Lopes, e do presidente do Clube Escape Livre, Luís Celínio.

O último dia do Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop levou a caravana a Castelo Branco, com uma paragem na Aldeia Histórica de Castelo Novo para uma visita guiada.

Para Luís Celínio, presidente do Clube Escape Livre, “foi um orgulho ter homenageado a figura do visionário Tavares de Mello" e"uma honra poder contar com a ajuda das edilidades de Coimbra, Castelo Branco e Guarda no sentido de homenagear este homem que tanto fez pela nossa região e pela mobilidade em Portugal".

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MOTOCICLISMO

Miguel Oliveira:
«Tive de levar os pneus ao limite, sem poder gerir nada»

Miguel Oliveira não escondeu a frustração após a corrida em Mugello. Apesar de ter sido o melhor piloto Yamaha, cortando a meta em 13.º lugar, o português confirmou as dificuldades com a moto nipónica que deixam pilotos de fábrica e Pramac Racing à beira de um ataque de nervos quando estão em pista.

«Ser o primeiro Yamaha a cortar a meta torna a desilusão um pouco menor, mas, para ser sincero, o resultado e a diferença para o primeiro — 26 segundos — é o que realmente importa, e é demasiado. Faltou-nos desempenho, faltou-nos ritmo e gerir as vibrações da moto foi complicado. O calor e a dificuldade em ultrapassar tornaram tudo quase impossível. Só para me manter com o grupo da frente tive de levar os pneus ao limite, sem hipótese de gerir nada. Foi uma corrida difícil, mas é o que é. Va-

mos analisar tudo e tentar melhorar em Assen», disse o piloto português referindo-se ao próximo fim de semana em que o Mundial se muda para os Países Baixos, onde se realiza a 10.ª corrida da temporada.

Foi um fim de semana duro para a Prima Pramac Yamaha MotoGP, especialmente numa corrida tão simbólica com a pintura comemorativa dos 10 anos da Prima Assicurazioni. As temperaturas escaldantes em Mugello — mais de 30 °C no ar e 50 °C no asfalto — colocaram a YZR-M1 à prova, e tanto Miguel Oliveira como Jack Miller sentiram as consequências.

Miller, que partiu de 13.º, viu a sua corrida terminar prematuramente na 10.ª volta devido a um problema na embraiagem. Já Miguel enfrentou vibrações severas durante toda a prova, mas com muita garra conseguiu terminar em 13.º, ultrapassando Quartararo na reta final.

«Logo no arranque, a embraiagem praticamente queimou-se assim que a larguei — apesar de ter feito um bom arranque. Nas três primeiras voltas estava a patinar imenso. Estava a trocar de mudanças mais cedo em todo o lado, a tentar reanimá-la. Recuperou um pouco, mas sempre que apanhava um ressalto, parecia um pontapé e atirava-me para fora da trajetória. Fui ultrapassado por toda a gente e, depois de um toque com alguém na primeira volta, ainda perdi uma asa, o que me deixou com a frente da moto a levantar constantemente. Depois tivemos um problema de combustível que tornou a moto ainda mais agressiva. A partir daí, era praticamente impossível de conduzir. Tentei continuar, mas no fim tive de desistir. Foi duro, mas agora é altura de fazer reset e olhar em frente», afirmou o australiano.

JN/MS

ANDEBOL

F. C. Porto Vintage fecha Europeu de Andebol no segundo lugar

O F. C. Porto Vintage, campeão europeu em título, perdeu na final da competição europeia frente aos franceses do CPB Rennes, por 18-17.

Depois de um trajeto imaculado com seis vitórias em outros tantos jogos, o F. C. Porto Vintage avançou para o jogo decisivo em busca do sétimo título no Europeu de Andebol.

No entanto, no jogo das decisões a formação portuense, campeã europeia em título, acabou por cair aos pés do CPB Rennes, em Sevilha, por 18-17, tendo de se contentar com uma medalha de prata.

The 6' 8" forward praised Toronto’s passion, diversity, and tight-knit culture, saying he can’t wait to get started.

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Max Scherzer as a Blue Jay is worth the admission

When you imagine the ideal Hall of Fame baseball player, what picture comes to mind?

For many, it’s someone like Derek Jeter, Cal Ripken Jr., Johnny Bench, or Mickey Mantle — iconic figures who not only excelled on the field but did so wearing just one uniform. That sense of loyalty, of being a franchise cornerstone from start to finish, adds a certain mystique to their legacy. In a sport steeped in nostalgia, where tradition often holds as much weight as statistics, spending an entire career with one team can subtly elevate a player’s case for Cooperstown.

But in today’s game, that sort of career arc is increasingly rare. Player movement

is a constant — trades, free agency, and evolving team strategies have made the one-team legend more exception than rule. Even some of the greatest to ever play the game end up suiting up for several franchises before calling it quits. And that’s not necessarily a bad thing.

Take Max Scherzer, for instance. The three-time Cy Young winner and future Hall of Famer is gearing up to pitch again — this time in a Toronto Blue Jays uniform. He made a brief, almost surreal debut in March, tossing three innings that felt more like a cameo than a chapter. But now that he's returning to the mound, Jays fans will have a rare opportunity to witness greatness up close, even if only for a short stretch.

There’s a certain charm in these final career stops, however brief they may be. While some believe legends should retire before their skills noticeably fade, there’s undeniable value in giving fans a chance to see the best of the best in person — even if it’s a version past its prime. For those who care about the history and romance of the game, that fleeting connection can mean everything.

Years down the line, when fans visit Cooperstown and read “TORONTO, A.L., 2025” under Scherzer’s name, they’ll be reminded of this moment. Maybe it will bring back memories of a playoff push, a key performance, or just the excitement of seeing a living legend don the blue and white. It won’t matter if someone else

might have added a marginally higher WAR that season — they’ll remember Scherzer.

This phenomenon isn’t unique to Scherzer. Jays fans of a certain era still recall Hall of Famer Phil Niekro’s threegame stint in 1987 — a small blip on the radar, but a notable one nonetheless. Others remember Dave Parker, who played just 13 games for the Blue Jays in 1991, helping the team reach the playoffs. He’s front and center in an iconic photo of the team tipping their caps to a SkyDome crowd that had just set a new attendance record.

Then there are the moments that resonate even deeper. Dave Winfield played just one season in Toronto, but what a season it was. His clutch double in the 1992 World Series, and his rallying cry of “Winfield wants noise!” are etched into franchise lore. When he singled out the Blue Jays and their fans during his Hall of Fame speech, it validated how much that short stint meant — not just to him, but to an entire fan base.

Baseball has a tendency toward romanticism, but that’s part of what makes it so special. There’s something inherently enjoyable about recalling Ichiro in a Marlins jersey, Greg Maddux with the Padres, Ken Griffey Jr. in a White Sox uniform, or Fred McGriff with the Dodgers. Even those odd late-career cameos — like Justin Verlander with the Giants in 2025 — add to the tapestry of the sport. Now, it’s Scherzer’s turn in the Blue Jays chapter. Time will tell how much of an impact he’ll make, but his presence alone makes this season more memorable. In a game defined by moments, this is one worth savouring.

HOCKEY

Endeared voice of the Toronto Maple Leafs calls next season his last

After more than four decades as the iconic voice of the Toronto Maple Leafs, legendary broadcaster Joe Bowen has announced he will retire following the 2025-26 NHL season.

Bowen, 74, shared the news on social media Friday, confirming that his 44th season behind the microphone will be his last. It’s a fitting farewell for a man whose booming voice, trademark enthusiasm, and beloved catchphrase — “Holy Mackinaw!” — have become synonymous with Leafs hockey for generations of fans.

“After 44 years of being the Voice of your Toronto Maple Leafs, I have decided that the 2025-26 season will be my last behind the microphone,” Bowen wrote. “I have been totally blessed to be able to do ‘My Dream Job’ for this long, eclipsing the career of my idol Foster Hewitt. I will reach over 3,800 games some time this season.

Thanks so very much to all who have made this wonderful career possible.”

Bowen began his broadcasting journey in his hometown of Sudbury, Ontario, covering the OHL’s Sudbury Wolves and serving as sports director at CKSO. His career later took him to Halifax, where he called games for the AHL’s Nova Scotia Voyageurs. But it was in 1982 that he made his play-byplay debut with the Maple Leafs, officially becoming the radio voice of the team the following year. From there, he established himself as one of the most recognizable and beloved figures in Canadian sports media.

In addition to his radio work, Bowen also handled television play-by-play for regional Leafs broadcasts from 1989 to 1995 and again from 1998 to 2014. His distinct style — a mix of high energy, vivid description, and deep passion — turned every game into a can’t-miss event, particularly during the franchise’s most memorable moments.

HAPPY CANADA DAY

Bowen’s influence on hockey broadcasting was formally recognized in 2018 when he received the Foster Hewitt Memorial Award from the Hockey Hall of Fame, cementing his legacy as one of the greats in the industry.

Throughout his message, Bowen made a point to express heartfelt gratitude to those who helped shape his career. He thanked Len Bramson and Telemedia Sports for giving him his big break, Maple Leaf Sports and Entertainment and various radio stations for supporting his decades-long run, and most importantly, the fans.

“I have worked with the absolute best at my side in the booth,” he said, singling out Harry Neale, with whom he partnered for 12 seasons, and Jim Ralph, his partner of 28 years. “Most of all, thank you to the loyal group known as Leaf Nation, for allowing me to invade your vehicle, family room, and hearts over these wonderful years. Your support and interaction have been what has made this ‘job’ so wonderful.”

Bowen closed his announcement with a heartfelt nod to both Frank Sinatra and the fans, quoting the lyrics of “My Way” as a poetic reflection on his journey. He also expressed a hope shared by countless Leafs supporters: that Toronto can finally capture a long-awaited Stanley Cup before his final sign-off.

“I sincerely hope that this will be the ‘One Before I Am Done’ season for the Leafs as they chase that elusive Cup.”

As Bowen prepares to call one final season, his legacy as the definitive voice of the Maple Leafs is already firmly cemented. For Leaf Nation, the end of an era is near — but the memories Bowen helped create will echo for decades to come.

BASKETBALL Raptors rookie's censored “f-bomb” moment

Toronto’s new No. 9 pick in the NBA Draft, Collin Murray-Bowles, briefly startled fans when his name was called—the camera caught him shaking his head and letting out a surprised “F-–k”. Speculation swirled that he was upset to land in Toronto.

However, during a post-draft Zoom, Murray-Bowles explained it wasn’t disappointment—it was pure shock and excitement, calling the moment “surreal” and expressing gratitude to be selected by the very first team that worked him out.

The 6' 8" forward praised Toronto’s passion, diversity, and tight-knit culture, saying he can’t wait to get started.

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CANADA HAPPY DAY

Ontario heat wave: IHSA has extensive tools for employers, workers to manage the heat

As Ontario and southwestern Quebec continue to experience extremely high temperatures throughout Monday and Tuesday, workers are being advised to exercise caution and take care of themselves in this heat.

Environment Canada issued a heat warning for the area on Saturday, saying hot and humid conditions will likely continue until Wednesday.

In Toronto, the agency says the city saw a daytime high of 35 C on Sunday, with the humidex making it feel like 46 degrees at times.

The dangerously high temperatures are expected to affect communities from southwestern Ontario and north to Sudbury and Timmins.

Workers can experience heat stress wherever operations involve heavy physical labour in hot, humid environments. The locations may be indoors or outdoors. Protective clothing can also contribute to the problem.

The Infrastructure Health and Safety Association (IHSA) reports a series of disorders can develop from heat stress, ranging from discomfort and pain (heat rash and heat cramps) to life-threatening conditions (heat exhaustion and heat stroke).

Tips for employers

• Give workers frequent breaks in a cool area away from heat. The area should not be so cool that it causes cold shock – around 25°C is ideal.

• Increase air movement by using fans where possible. This encourages body cooling through the evaporation of sweat.

• Provide unlimited amounts of cool (not cold) drinking water conveniently located.

• Allow sufficient time for workers to become acclimatized.

• Make allowances for workers who must wear personal protective clothing and equipment that retains heat and restricts the evaporation of sweat.

• Schedule hot jobs for the cooler part of the day; schedule routine maintenance and repair work in hot areas for the cooler seasons of the year.

• Consider the use of cooling vests containing ice packs or ice water to help rid bodies of excess heat.

Tips for workers

• Wearing light, loose clothing that permits the evaporation of sweat.

• Drink small amounts of water —8 ounces (250 ml) — every half hour or so. Don’t wait until you’re thirsty.

• Avoid beverages such as tea, coffee that make you pass urine more frequently.

• Where personal PPE must be worn,

→ use the lightest weight clothing and respirators available

→ wear light-colored garments that absorb less heat from the sun

→ use PPE that allows sweat to evaporate.

The IHSA has more resources and information available at:

ihsa.ca/topics_hazards/heat_stress.aspx.

DCN/MS

Canada’s first supertall building: One Bloor West reaches major milestone after challenging years

It’s official, Toronto’s One Bloor West project is Canada’s first supertall building, a label reserved for buildings above 300 metres.

This milestone will make it the tallest residential building in the country to date and the second tallest manmade structure, next to the CN Tower, states a release.

Once complete, One Bloor West will stand at 308.6 metres or 85 storeys.

Once complete, One Bloor West will stand at 308.6 metres or 85 storeys.

Construction continues to progress, with major structural milestones now complete and interior work soon to commence across multiple levels.

But the project has seen its fair share of hurdles over the years. Initially envisioned by developer Sam Mizrahi, “The One,” as it was initially called, encountered numerous obstacles from the jump with permitting issues, construction delays and design revisions.

Located at 1 Bloor Street West at the southwest corner Yonge and Bloor in Yorkville, the tower has been under construction since 2017 and was sup -

posed to be completed by December 2022.

Then came the financial challenges and Mizrahi was removed from the project, which went into receivership in 2023.

As of May 1, 2025, Tridel was retained as the development manager, construction manager and sales manager.

“As the first supertall in the country, One Bloor West marks a pivotal moment not just for Toronto, but all of Canada,” said Jim Ritchie, president and CEO of Tridel, in a statement. “We are moving into a new era of development, marked by a level of ambition and engineering excellence not previously seen before.

We’re proud to be part of the team delivering a new landmark to Toronto’s skyline and look forward to future buildings joining One Bloor West’s supertall status.

Designed by architects Foster + Partners, the sky-high tower includes lower-level commercial floors and residential levels above.

It will have 476 condominium suites, retail and a five-star hotel. Local history is also being incorporated into the development through the preserved legacy of the William Luke Buildings, with brick structures dating back to 1883

the base of One

West, the release reads.

The upper structural frame features a pattern of vertical, horizontal and diagonal framing elements clad in champagne bronze. Additional horizontal bands are used to enhance visual interplay, the release adds, subtly punctuating the tower’s height and rhythm at regular intervals in line with the building’s mechanical floor pattern.

“Foster + Partners is delighted that One Bloor West has now reached its highest

floor and has already become a reference point for Toronto’s unique and distinctive skyline. The building is a remarkable feat of design and engineering and is a testament to the ingenuity and creative collaboration of the design team and contractors,” said Giles Robinson, senior partner with Foster + Partners.

Tridel anticipates an expected interim occupancy start date of spring 2027. The building is projected to be completed in early 2028.

forming
Bloor

Crónica ao contrário: HUMOR COM REALIDADE

Rómulo Medeiros Ávila

Paradas, Pastéis, Palpites e (muita) Paciência

Após um breve retiro entre os altos e baixos da vida - e os ainda mais perigosos das eleições e dos pastéis de nata -, eis o regresso da crónica mensal, com a promessa de deslizar fácil, como uma cerveja bem tirada à beira da piscina. Para os com sorte, é ler de molho; para os outros, é sonhar com isso. No itinerário? Arquipélagos nervosos, paradas suadas e clubes onde cabe tudo… menos um plano para o futuro, sem esquecer a fé.

Vamos, em primeiro, aos Açores e à Madeira, mas sem paninhos quentes. Já estamos em junho e a temperatura não perdoa. Na Madeira, o sol brilha, os bordados continuam lindos, e os secretários regionais… bem, andam a dar azo à criatividade linguística. Um deles, num momento de profunda inspiração e aparente esquecimento de que os microfones captam tudo (sim, até o que devia ficar trancado no sótão mental), decide referir-se a duas deputadas com a elegância de um comentário de Facebook às três da manhã. À primeira atira: "Burra do cara...". A segunda recebe, com o cavalheirismo de tasca com jogo do Marítimo na TV: "Que perguntas, ó gaja?" (e ainda repete - não vá alguém não ouvir).

É verdade. E depois admiram-se de os jovens estarem desmotivados. Oh senhores... se isto é a postura dos representantes, então sim: a juventude está perdida… perdida de riso. Porque se isto fosse uma série, chamava-se “A Política é um Circo” (sem animais, mas com palhaços).

E nos Açores? O arquipélago das vacas felizes e das paisagens de postal também não quis ficar atrás! Lá, um secretário regional decidiu anunciar o que ninguém queria ouvir: segundo ele, a SATA, a companhia aérea que liga as ilhas e os corações, é, palavras dele, “o pior problema de governação dos Açores”. Ora, se o pior problema é uma

companhia aérea que tenta voar entre dívidas e nuvens, estamos bem. Mas não: diz o senhor que só há duas soluções: ou se privatiza ou... fecha-se. Assim. Com a leveza de quem escolhe entre pizza e sushi para o jantar. Malta das ilhas, preparem-se: em breve, a TAP será o vosso Uber. Ou então, para irem do Faial ou Pico para a Terceira ou São Miguel, terão de aprender a nadar em estilo mariposa. Mas vá, rimo-nos para não chorar. E no fundo, no fundo, ainda há amor. Amor por este país onde a política é drama e comédia. Portugal: onde até os escândalos vêm com sotaque bonito.

Portuguese Canadian Walk of Fame

E depois há o glorioso Portuguese Canadian Walk of Fame - esse passeio da fama onde os sapatos apertados da emigração ganham brilho de estrela. Lá vai mantendo o orgulho nacional vivo. Manuel Da Costa, o obreiro e o homem do leme, rema contra a maré, com a força de mil remadores da Nazaré, segurando a bandeira da portugalidade enquanto alguns olham de lado, com aquele ar de: “Então e eu, quando é que entro?” - como se o passeio fosse casting para o novo Big Brother de Alverca. Há quem ainda não veja lá a sua fotografia, em todo o esplendor - lindos e belos, com ou sem pêlo na venta. Afinal, o orgulho lusitano também se mede em bigodes históricos e fotografias com rimel. Mas calma, malta, que a calçada é grande e Manuel Da Costa ainda está pronto para as “curvas comunitárias”.

O sonho do presidente Não sendo eu especialista… (como diria o filósofo do grupo de WhatsApp), passo a outro sonho de amor: o de Jorge Mouselo. Um homem. Um ideal. E, claro, uma parada portuguesa em Mississauga. Conhecendo-o, já deve ter sacrificado noites de sono e refeições para desenhar, com rigor quase militar, o itinerário da marcha. Já com bandeirinhas e tudo. Jorge é homem de convicções firmes, daqueles que não sonha só

por sonhar. Como dizia o poeta, “o homem sonha e a obra nasce”,e eu já vejo nascer, entre ruas da saudade e da diáspora, um cortejo de fado, marcha e uma roulotte de bifanas no meio de Mississauga. Um desfile assim merece palmas, respeito e, no mínimo, uma estátua junto ao Square One. É destes Homens que se faz a comunidade.

A Parada e o Festival fizeram-se…

Este ano, a coisa lá se fez. Parada? Fez-se. Festival? Com certeza. E lá estavam os Arautos da Desgraça, aquele grupo sempre pronto a apontar dedos, mas nunca a erguer uma cadeira. Vieram contra Eustáquio e sua companhia como se estivessem a defender a última caixa de pastéis de nata do supermercado português. Mas vá-se lá saber como, o Eustáquio e os seus escudeiros safaram-se. Honra lhes seja feita. Foram grandes dias de portugalidade, e tudo foi um sucesso. E ele, o presidente, de charuto na mão, agradeceu a “alguma comunicação social”. Um sucesso, portanto.

Portugal ganhou!

Ah, e Portugal ganhou a Liga das Nações. EHIIIII! Que alegria! Mas as contas continuam por pagar e a renda não baixa. Mas hey, ganhámos. Pumbas. Adiante. Há lá melhor sabor do que derrotar os “nuestros hermanos”? Não há.

Os clubes!

E estes clubes comunitários, caro leitor? Todos querem ser grandes, menos das orelhas. Que ouvir críticas não é o forte da nossa comunidade. Cada esquina portuguesa do Canadá tem o “melhor” clube. Uns têm o melhor vinho, outros a melhor feijoada. E todos, sem excepção, têm o melhor presidente desde o 25 de Abril. Curiosamente, a única coisa que não têm… é gente nova. Mas isso são pormenores logísticos.

Os “Espíritos” do Divino

As celebrações do Divino Espírito Santotradição açoriana - espalham-se por cada

corner do Canadá. Cada um diz que a sua festa é melhor, o seu trono é o mais bonito, e claro, que o seu arroz doce é o mais cremoso. A fé é só uma? Sim. Mas quando se fala em comida… é outra conversa. A fé une. O arroz-doce separa. A Casa dos Açores, ao que se sabe, lá acabou com a “maminha” dos que só aparecem uma vez por ano. Iam por devoção ao Divino, mas saíam com mais sobras do que fé. Como se mantêm estas organizações com gente que só lá vai para comer de graça? Mistério digno de Fátima. Ou de boa contabilidade criativa e de muito voluntariado. Alguns “coitadinhos” levaram a mal certas respostas mais acesas. Mas, surpresa das surpresas, quando se pediu para pagarem do seu bolso… não apareceram no jantarinho, nem em honra ao Divino, nem tão pouco ao terço que foi rezado todos os dias. Tudo em nome da fé, claro está.

Tradição é linda, sim - bordados, folclore e sopas do Espírito Santo encantam qualquer coração nostálgico. Mas, quando chega o fim do mês, boa vontade não paga contas. Foi com essa lucidez prática que as mulheres da Casa dos Açores (lideradas pela presidente e sua vice) decidiram fechar a torneira do "tudo de graça", provando que liderar também é saber dizer "chega", com firmeza e um sorriso. Agora, quem quiser tradição, que venha com fé - e com o cartão de débito à mão. Porque cultura é emoção, mas manter a luz e a porta aberta, e comprar papel higiénico dá trabalho. E custa dinheiro.

A vida segue entre afetos intemporais, suor em festa, egos em palco e fé que resiste. É o início de um futuro com cheiro a presente, ao som de cavaquinho e longe dos mensageiros da desgraça. Saúde, alegria e mais dias de vida, que hoje celebro 14.245 dias de existência. E ainda há tanto por brindar. Haja Saúde.

Papa e seus parentes

O Papa Leão XIV pode ser o primeiro pontífice norte-americano da história da Igreja Católica, mas a sua genealogia revela ligações mais surpreendentes: ele é parente, ainda que afastado, de várias celebridades como Madonna, Justin Bieber, Angelina Jolie ou Hillary Clinton. A descoberta foi feita por uma investigação do The New York Times. Segundo aquela publicação, Leão XIV descende de Louis Boucher de Grandpré, um francês que emigrou para o Quebec, no Canadá, por volta de 1650. Esse antepassado também liga o Pontífice a figuras como o ex-primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau.

Segurança

Hélio Filipe, que é guarda-costas de André Ventura, foi condenado a pena suspensa de 2 anos de prisão pelo roubo de homem que espancou. Tirou-lhe dez euros. O novo namorado da deputada Rita Matias tem cadastro: foi condenado no ano passado pelo roubo de 10 euros a um homem. Os factos julgados pelo Tribunal de Loures são anteriores à relação profissional e política de Hélio Filipe com o Chega - é hoje segurança privado de André Ventura e militante do partido.

Preso

O famoso tiktoker italiano-senegalês Khaby Lame foi detido pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), por ter alegadamente violado as leis da imigração. O criador de conteúdos digitais terá entrado em território norte-americano a 30 de abril, mas o prazo do seu visto expirou, tendo estado, por isso, ilegal no país. O influencer, que conta com mais de 162 milhões de seguidores no TikTok, foi detido no Aeroporto Internacional Harry Reid, em Las Vegas, pelas autoridades de imigração. Algumas horas depois, "recebeu uma autorização para sair voluntariamente" do país, tendo entretanto abandonado os EUA.

Queda

No domingo, 22 de junho, Herman José sofreu uma queda aparatosa no camarim horas antes de dar um espetáculo na Lourinhã. O humorista recebeu assistência por parte dos bombeiros locais, tendo sido posteriormente encaminhado para o hospital de Torres Vedras. Seria de esperar que o espetáculo fosse cancelado, mas não foi isso que aconteceu. Após ser assistido no hospital, o artista de 71 anos regressou à Lourinhã para realizar o espetáculo previsto, com duração de uma hora e meia, subindo ao palco de cadeira de rodas e com o braço e uma das pernas imobilizada. Como explicou durante o espetáculo, Herman José caiu de uma cadeira, que "deve ter sido comprada na Temu", brincou. "Desloquei um ombro e rebentei o tendão de aquiles", revelou a quem o assistia.

Hugo Rodrigues Luz, membro da sua equipa e amigo, não deixou passar o momento em branco e dedicou umas palavras ao humorista, enaltecendo a sua atitude: "Ao fim de 33 anos de admiração incomensurável e de mais de 10 de orgulhosa presença profissional nunca pensei ver crescer ainda mais esse respeito que lhe tenho (nem imaginava ser possível) Que Homem Maior! Depois de um tendão de Aquiles em rutura total, luxação no ombro e inerentes (e muito dolorosas) consequências, mais de uma hora de palco". "E acrescentou: "Todos os Bravos serão sempre poucos" e brincou: "Não há tendão, mas há alegria!"

Francisco Cuoco morreu na quinta-feira, dia 19, aos 91 anos, com mais de seis décadas de carreira e 50 novelas. Conhecido pelo seu carisma e voz grave, em Portugal, o ator brasileiro tornou-se popular na telenovela O Astro, que a RTP transmitiu em 1978, ainda sem televisão a cores. Muitos ainda se recordam de Herculano Quintanilha, um vigarista que ao sair da cadeia, começa a trabalhar como vidente numa churrascaria até fazer amizade com Márcio (Tony Ramos), um jovem herdeiro que assume um cargo na empresa da família e leva Herculano com ele, que passa a exercer forte influência no clã. O Astro, de Janete Clair, fez tanto sucesso que, na época, donos de restaurantes diziam que os estabelecimentos estavam vazios, porque as pessoas ficavam em casa a ver a novela.

A cantora Maria Bethânia, durante um espetáculo no Canecão, no Rio de Janeiro, pediu uma televisão no camarim, para pode ver o episódio antes de entrar em palco. Carlos Drummond de Andrade, numa coluna no extinto Jornal do Brasil, disse que Janete Clair era "usineira de sonhos" e depois do último capítulo da novela, escreveu: "Agora que O Astro acabou vamos cuidar da vida, que o Brasil está lá fora esperando". Filho de um imigrante italiano, Francisco Cuoco nasceu no bairro do Brás, em São Paulo, a 29 de novembro de 1933. Começou a trabalhar na feira, a ajudar o pai, e estudava à noite. Queria fazer o curso de Direito, mas nos anos 50 acabou por entrar na Escola de Arte Dramática. Estreou-se no teatro, em 1958, ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto na peça A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso, num papel sem falas.

Palácio sem Rei

O rei Carlos de Inglaterra vive na mansão Clarence House, em Londres, desde 2003, e ali permaneceu após o seu casamento com Camilla Parker-Bowles, em 2005. Mesmo após terem sido coroados rei e rainha, em maio de 2023, os monarcas regressaram ao palacete, situado na zona de Westminster. O imponente Palácio de Buckingham, símbolo da monarquia britânica, é usado pelo rei como gabinete oficial e para aparições públicas da família real à varanda, como ocorreu no passado dia 8 de maio nas celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial.

Uma das razões é a extensa obra de manutenção do palácio, iniciada ainda pela rainha Isabel II, e que envolve a substituição da canalização e instalação elétrica, datada dos anos 50. A obra, orçamentada em 432 milhões de euros, só deverá estar concluída em 2028. Outro motivo é a pouca vontade de Carlos III de viver no palácio. Segundo a especialista da realeza britânica, Camilla Tominey, editora no Daily Telegraph, o monarca nunca gostou de Buckingham e considera a sua grandeza inapropriada para residência oficial, tendo em conta os tempos modernos. Se assim for, será o primeiro monarca a não residir na residência oficial de Londres desde a rainha Vitória.

O Astro morreu
Credito: DR

artesonora

Barbatuques A Origem de uma Revolução Sonora

Como um grupo brasileiro transformou o corpo humano num instrumento musical e criou uma nova linguagem artística.

Ahistória do grupo Barbatuques começou em 1995, na cidade de São Paulo, quando o músico Fernando Barba decidiu aprofundar as suas experiências com sons produzidos apenas com o corpo humano. Naquela época, Barba já estava envolvido na educação musical e participava no grupo de percussão experimental Patacorê, onde iniciou os seus primeiros testes com palmas, batidas no corpo e sons vocais. Barba acreditava que o corpo humano era um instrumento musical completo, capaz de produzir ritmos, melodias e harmonias. Inspirado por jogos musicais, brincadeiras de roda, culturas tradicionais e experiências pedagógicas, ele começou a desenvolver técnicas próprias de percussão corporal — usando estalos, palmas, batidas no peito, sons com os pés, a voz e a boca. O objetivo não era apenas criar algo novo musicalmente, mas encontrar uma forma de expressão acessível, criativa e educativa. Com o tempo, essas experiências foram ganhando forma, Barba passou a reunir amigos músicos e artistas que se interessavam por esta linguagem corporal. O grupo inicial formou-se de maneira orgânica, com ensaios, trocas de ideias e muita experimentação. O nome Barbatuques surgiu como um trocadilho divertido com o próprio nome de Fernando Barba e a ideia do batuque com o corpo. Assim, nasceu o grupo que, anos mais tarde, se tornaria referência mundial na música corporal. Nos primeiros anos, os Barbatuques

apresentaram-se principalmente em espaços alternativos, escolas, centros culturais e festivais voltados à educação e à arte. As apresentações chamavam atenção pela originalidade: todos os sons vinham do corpo humano, sem o uso de instrumentos musicais tradicionais. Isso criava uma surpresa inicial no público, seguida de encantamento ao perceber as riquezas, rítmica e melódica, produzidas apenas com o corpo. A proposta do grupo não era apenas artística, mas também educativa.

Desde o começo, os Barbatuques apostaram no caráter coletivo, inclusivo e espontâneo da música corporal, realizando oficinas e aulas-espetáculo voltadas para pessoas de todas as idades. O grupo via a música como uma ferramenta de desenvolvimento humano, capaz de promover criatividade, escuta ativa, interação social e consciência corporal. Em 2002, após sete anos de amadurecimento, os Barbatuques lançam o seu primeiro disco, chamado “Corpo do Som”; o álbum consolidou a linguagem musical desenvolvida por Barba e pelos integrantes do grupo, e trouxe composições originais que mostravam todo o potencial da percussão corporal brasileira. Músicas como “Baianá”, inspirada em cantos tradicionais do nordeste, ganharam destaque e ultrapassaram fronteiras. “Baianá” tornou-se, anos depois, um sucesso internacional ao ser remixada por DJs como Alok, chegando às pistas de dança pelo mundo todo. Com o sucesso do primeiro disco, o grupo ganhou mais visibilidade e passou a participar em eventos culturais maiores.

Em 2005, lançaram o segundo álbum, “O Seguinte é Esse”, que trouxe composições mais complexas, explorando ainda mais as possibilidades do corpo como instrumento. A sonoridade do grupo passou a misturar de forma mais ousada ritmos populares brasileiros, como o samba, maracatu, baião, coco e carimbó, com elementos de beatbox, rap, música africana, canto harmônico e outras influências internacionais. Os Barbatuques começam a viajar pelo mundo, a participar em festivais internacionais, projetos de educação musical, congressos de arte e encontros de música corporal. Em todos os lugares, o grupo despertava o interesse tanto de músicos quanto de educadores e crianças, justamente por apresentar uma música acessível, vibrante e universal. Além da parte artística, o grupo também se dedicava à formação pedagógica, Fernando Barba e os integrantes desenvolveram uma metodologia própria de ensino da percussão corporal, baseada em jogos musicais, improvisação e escuta coletiva. Essa abordagem influenciou educadores musicais no Brasil e no exterior, tornando-se referência em escolas de música, universidades e projetos culturais. Em 2009, os Barbatuques lançam o álbum “Tum Pá”, voltado para o público infantil. O disco trouxe canções lúdicas e educativas, com temáticas leves e ritmos envolventes. O projeto reforçou o compromisso do grupo com a educação e abriu portas para novas parcerias com escolas e instituições culturais; o sucesso de “Tum Pá” mostrou que a linguagem da percussão corporal era ideal para o ensino musical infantil. Nos anos

seguintes, o grupo continuou a evoluir, integrando novos participantes e explorando novas linguagens musicais. Participaram em eventos de grande visibilidade, como a cerimónia de encerramento das Olimpíadas Rio 2016; a abertura da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010; além de festivais de música e arte contemporânea em diversos países. Em 2014, foram convidados para participar da trilha sonora do filme “Rio 2”, da Blue Sky Studios, cantando a música “Você Chegou”. O trabalho com cinema ampliou ainda mais a presença do grupo em circuitos internacionais e mostrou a versatilidade da música corporal em diferentes formatos de mídia. No entanto, em 2021, o grupo enfrentou um momento difícil com o falecimento de Fernando Barba, o seu fundador e principal idealizador. Barba deixou um legado profundo na música brasileira e na educação musical, a sua visão artística e pedagógica transformou os Barbatuques numa referência global. Mesmo com a sua partida, o grupo seguiu em frente, mantendo vivos os princípios de criatividade, colaboração e inovação que marcaram a sua origem. Ao longo de quase três décadas de trajetória, os Barbatuques desenvolveram uma linguagem única no cenário musical, a história é marcada por pesquisa, ousadia, pedagogia e paixão pela música feita com o corpo. Mais do que um grupo, os Barbatuques tornaram-se um movimento artístico que inspira músicos, professores, estudantes e pessoas comuns a redescobrir o seu próprio corpo como fonte de som, expressão e ligação.

Aos sábados 7h30am Sábado às 10:30am | domingos 10am.

Paulo Perdiz

Palavras cruzadas Sudoku

O objetivo do jogo é a colocação de números de 1 a 9 em cada um dos quadrados vazios numa grade de 9×9, constituída por 3×3 subgrades chamadas regiões. O quebra-cabeça contém algumas pistas iniciais. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo.

1. Ciência, arte e prática das relações internacionais entre Estados;

2. Bebida preparada com limão, açúcar, gelo e cachaça;

3. Estudo das sociedades humanas e das leis que regem as relações sociais;

4. Cartão de espessura mediana, intermediário entre o papel grosso e o papelão;

5. Utensílio de mesa e cozinha, composto de um cabo em cuja extremidade se forma uma parte côncava;

6. Refeição solene, para um grande número de convidados;

7. Veículo que se locomove sobre rodas, para transporte de passageiros ou de cargas;

8. Instrumento constituído por lâmina

cortante presa a um cabo;

9. Instrumento bastante antigo, composto de cordas estendidas numa moldura aberta;

10. Impresso que acompanha medicamento e contém informações sobre ele;

11. Peça contendo elementos letras, números ou figuras em relevo, usada para marcar ou autenticar documentos;

12. Lugar onde se pode deitar e/ou dormir;

13. Utensílio contendo tinta ou similar com que se pode escrever ou desenhar;

14. Comportamento que tende a negar à mulher a extensão de direitos do homem;

15. Traço ou linha divisória entre espaços ou propriedades.

A A R U O N E C P O A C N V C

C I G E Q L A Z U B Z Y K A L

T A F A F C E U O Q B A S K K

L T L O B X E B R E P O L H O

B P E P I N O B T O L M I N E

X E N I L R T F O C D M L E R

Q S T A A A I A E L O A O S B

E L I E A C S V D N A N A P I

T F L E R P A G A C F D J I G

A I H U A R T C D A G I I N N

M N A R O V A N A A R O E A E

O H G M N I X B Y M R C F F G

T O G O I S S F A O C A A R J

O F C H A L R A B A N E T E G J

REPOLHO

CEBOLA

PEPINO

RABANETE

CENOURA

TOMATE

GENGIBRE

BETERRABA

ASPARGO

ESPINAFRE

FEIJÃO

ABÓBORA

MANDIOCA

ALFACE

LENTILHA

• 500 grs de peito de frango

• 1 cebola

• 1 dente de alho

• 1/2 pimento vermelho em cubos

• 100 de cogumelos laminados

• 1 cerveja preta

• Sal e pimenta

• Azeite

• 200 grs de cuscus

• 300ml de água

Cortar os peitos de frango em pedaços pequenos, temperar com sal e pimenta. Num sautee, colocar um pouco de azeite e adicionar os pedaços de frango e deixar corar. Retirar e reservar o frango, e no mesmo sauteé colocar mais um pouco de azeite e juntar a cebola picada e o alho picado. Deixar refogar e adicionar os pimentos em cubos e os cogumelos. Deixar cozinhar durante 10 minutos, adicionar meia cerveja e deixar evaporar, juntar o frango corado, deixar cozinhar durante 15 minutos. Num recipiente colocar o couscous com a água bem quente e deixar durante cinco a dez minutos. Adicionar o couscous ao frango.

Bom apetite!

Culinária por Rosa Bandeira
Jogo das 10 diferenças
Caça palavras

OLHAR COM OLHOS DE VER

Twin souls, different vibes Créditos: Tim Wilson
Glorious and free. Créditos: Fa Azevedo
Repouso. Créditos: Paulo Perdiz

CARNEIRO 21/03 A 20/04

Nesta semana, o lar e a família vão ter um lugar de destaque nas suas prioridades. Consegue com maior facilidade do que é o habitual expressar de forma lógica e racional os seus sentimentos e emoções, pelo que seria bom utilizar estas capacidades oratórias, para discutir e resolver assuntos familiares pendentes.

TOURO 21/04 A 20/05

É agora uma boa altura para definir quais são os seus interesses morais, psicológicos e reais, estabelecendo-lhes prioridades. No entanto, não se esqueça de ter também em linha de conta os interesses e aspirações dos outros, pois caso contrário poderá cair num egocentrismo que conduzirá ao isolamento.

GÉMEOS 21/05 A 20/06

Atravessa agora um período um pouco mais difícil a nível profissional, o que poderá radicar na sua presunção de que tem sempre as melhores ideias, e também numa certa incapacidade de diálogo. É melhor deixar que a maioria decida e aceitar o que daí resultar. É possível que surjam atritos com a família.

CARANGUEJO 21/06 A 20/07

Este não é decididamente um período para se voltar para si próprio. Aliás, é muito provável que sinta uma maior necessidade de sair com os seus amigos e de participar ou organizar atividades de grupo. Em termos de trabalho é uma boa altura para organizar uma reunião importante de negócios ou uma conferência.

LEÃO 22/07 A 22/08

Se a sua situação financeira é, neste momento, desafogada, irá sentir nesta fase uma maior segurança e à-vontade. Não se deixe desmoralizar se, pelo contrário, as finanças não vão bem. Use a sua força e perseverança para atingir os níveis que deseja e, sobretudo, não faça gastos desnecessários só para provar aos outros o seu status.

VIRGEM 23/08 A 22/09

Nesta semana aproveite para conviver com os amigos, participar em atividades coletivas e integrar-se em grupos. Poderá sentir uma sensação de bem-estar pela partilha de ideais, um diálogo mais intelectual e deixar fluir as conversas pois elas terão mais significado. Nunca se esqueça que a solidão é má conselheira.

BALANÇA 23/09 A 22/10

O envolvimento num projeto social ou de caridade poderá ajudá-lo a conhecer-se melhor a si próprio e a dissipar eventuais dúvidas. É um período menos ativo, em que sentirá necessidade de se isolar, talvez mais voltado para o lado sonhador da vida, propício ao estudo ou à leitura de temas ligados à espiritualidade.

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

Momento muito particular em que sentirá a sua atenção voltada sobretudo para os aspetos mais subtis do seu mundo interior, do seu psiquismo, das suas emoções e sentimentos. Como estará mais em sintonia com esta parte de si, poderá viver com maior dificuldade as atividades que lhe são pedidas no seu dia-a-dia. Esteja alerta em relação aos seus bens, evite riscos financeiros.

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

Esta fase é propícia a encontros com pessoas que poderão vir a ter um efeito profundo e transformador na sua maneira de pensar. É possível que sinta um aumento de tensão ou sensação de irritação, tal como uma menor capacidade de dominar os seus instintos. Deve, pois, tentar controlar a agressividade e ironia.

CAPRICÓRNIO 22/12 a 20/01

Com Vénus a transitar pela Casa V vai permitir soltar o seu lado mais criativo. Nesta fase vai-se virar para o mundo das artes. Caso não seja esta a sua vocação, não desanime, pois, irá estar com alguém que lhe passará essa experiência. Neste momento haverá uma grande sintonia e harmonia na sua relação com crianças.

AQUÁRIO 21/01 A 19/02

Sente necessidade de estabilidade na vida familiar e de criar um espaço harmonioso e calmo no seu lar. Precisa de se recolher no interior de si mesmo ou no conforto do seu ambiente doméstico. Aproveite este trânsito para organizar um jantar de convívio com os seus amigos em sua casa.

PEIXES 20/02 A 20/03

É possível que, neste período, uma das suas características mais fortes seja servir de abrigo, de sustento, de âncora, de suporte e de refúgio para os outros. Poderá, também, a sua atenção estar mais voltada para os assuntos relacionados com a sua vida pessoal, íntima, e para as pessoas que a integram. A casa, o ambiente doméstico e a sua família serão fatores em evidência, pelo que se identificará mais com eles.

Soluções

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Aluga -se quartos para homem(s) entrada imediata na Caledonia e St. Clair. Por favor ligar para (647) 824-6283 falar com Maria.

Agenda comunitária

Casa dos Poveiros

São Pedro

187 Geary Av. Toronto - 28 Junho - 11 am Celebrar o S. Pedro. Bora lá comer umas sardinhas assadas, febras e as nossas famosas farturas. Vamos ter uma tarde muito animada. Info (416) 720-9371

Oshawa Portuguese Club Paint Night

520 Simcoe St S., Oshawa - 3 Julho 6pm Paint Night at Oshawa Portuguese Club Thursday, July 3. Cost: $25 per person; includes all paint supplies and a glass of wine. RSVP to Joanne (905)244-2761 by June 29

Casa do Alentejo

Arraial Santos Populares

1130 Dupont St. Toronto - 4 Julho 6:30pm O Arraial dos Santos Populares muitas música para dançar e marchas populares da Casa do Alentejo. Sardinhas assadas, petiscos, quermesse, manjericos e muito mais. Info (416) 537-7766

Casa dos Açores 17th Annual Golf Tournament

Glen Eagle Golf Club, 15731 HWY-50, Caledon - 15 Julho 11 am - 9 pm

Uma tradição que une desporto, amizade e espírito comunitário está de volta!

Junte-se a nós para o 17º Torneio Anual de Golfe da Casa dos Açores, um dia repleto de boa disposição, competição saudável e celebração das raízes açorianas. Mais informações: caosecretaria@gmail.com

Arsenal do Minho Festa São Martinho

1263 Wilson Ave, Toronto - Nov 8, 6 pm Uma tradição que une desporto, amizade e espírito comunitário está de volta!

Junte-se a nós para o 17º Torneio Anual de Golfe da Casa dos Açores, um dia repleto de boa disposição, competição saudável e celebração das raízes açorianas. informações: (416) 532-2328

st

GOLF TOURNAMENT NPCC OPEN

Sunday, July 6, 2025 Tee off @ 9 am

Register your foursome & Payment due by: June 20th, 2025

Entry Fee: $150 per Golfer

O mesmo de sempre,

Includes lunch, cart, and a gourmet dinner featuring:

• Steak and Chicken

• Parisian Potatoes and Rice

• Salad, Fruit, and Dessert

Dinner Only: $35 per Person

Competitions: Longest Drive & Closest to the Pin (Men & Women)

Now and Swing with Tradition! For more information and to register: 1 (905) 259-6584 or miguel@northernportugal.org

Kedron Dells Golf Club

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