Edição de 27 de Novembro do Correio de Caria

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NO APOIO AOS AGRICULTORES PARA ESCOAR OS PRODUTOS LOCAIS Quinta das Pereiras - Belmonte T: 275249820 - 924 065 690 CORREIO DE CARIA - registo da ERC nº 127362 - Edição 9 - 27 de novembro 2020 - Preço 1€ - DIRETOR: Jorge Henriques Santos

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO Azeitonas, Azeite e Freguesias Pág. 5

Desporto Pág,6

Empresa do Mês Quinta da Ribeira de Silvado Pág 7

Abóboras Gigantes Págs. 8

Um Parque de Fantasia Infantil em Belmonte Pág. 9

Cultura - Novo Livro Sobre Caria e Nova Peça no Teatro das Beiras Pág. 13

Horóscopo e Poesia Pág. 14

Necrologia Pág. 15

Região Penamacor e Sabugal Pág. 16

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Região Sobe o tom Contra as Portagens

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Entrevista com o Professor Pereirinha

Professor, Delegado Escolar e vereador na Câmara Municipal de Belmonte

Uma figura incontornável na história social e política de Caria e do Concelho, José Afonso Pereirinha foi Professor Primário, Delegado Escolar, Presidente da Casa do Povo de Caria e vereador na Câmara Municipal de Belmonte de 1968 a 1974 e de 1977 a 1979. Pags. 4 e 5


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DO EDITOR

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

CORREIO DO LEITOR

Tradicionalismo/Europeísmo O

português é, ao mesmo tempo, muito aberto e muito fechado. Comunicativo e entusiasta como poucos e como poucos ensimesmado e nostálgico; hospitaleiro por um lado, desconfiado ou reservado por outro. Aberto, até o exagero, ao que vem de fora; muito aferrado, ao que na pátria existe. Tal é o português: dualidade, contradição. Ora duvidoso de seus méritos e pasmando provincianamente para a bugiganga que se importa; ora namorado da paisagem rica ou de amados bens, clamando que o seu lhe basta, porque é superior e é sagrado. Esta duplicidade do português não podia deixar de se imprimir, e de se imprimir fundo, em sua cultura. Manifesta-se através de duas correntes: uma, o europeísmo, virada e frequentemente vassalizada à Europa; outra, o tradicionalismo, demasiadamente fechado e passadista, rejeitando o valor estranho como uma falsidade ou um vexame. O “ europeísmo “ varia consoante a nação, que impera no momento, da Europa: no século XV, Flandres; no século XVI, Itália; no século XVII, Espanha; nos séculos XVIII e XIX, maciçamente, a França; No século XX e atualmente a Alemanha, bem como a França e Inglaterra, são os países mais industrializados. Esses ascendentes traduzem-se nos menos originais pela imitação ou aceitação de influências sem crítica. Nos grandes produzem “ Os Lusíadas “; D. Francisco Manuel, bom escutador de Castela, mas subtil prosador português; Almeida Garrett, suscetível â Inglaterra e remoçador da tradição; Eça de Queiroz, formado no contacto cosmopolita de França e usando-a como medianeira para criticar vícios e sanear costumes de Portugal marasmado no saudosismo romântico ou a corromperse na admiração beata do « boulevard » . O tradicionalismo igualmente se biparte em bom e em mau, em positivo e negativo. É obtuso e grosseiro quando, ampliando desmedidamente a estatura da Pátria, estiola tudo que nutre. É sagaz, magnífico, quando depara, no cantinho provinciano, evidências portuguesas que são verdades universais. E temos « Amor de Perdição », de Camilo, que não é apenas suma do romantismo português, mas do romantismo europeu; temos Aquilino Ribeiro que, a par do cerro beirão e da leiva minhota,

desenvolve vigorosamente coisas graves, e de todos, como a juventude, o envelhecimento e a morte. Pequenas lembranças, saudades e gestos muito nossos vêm singularizar essas coisas solenes e terríveis, dar-lhes o cunho português, risonho, ameno ou sarcástico, raramente trágico. O regionalismo, menor e marginal na literatura francesa, na nossa, é maior e principal quando se fecha demasiado: é ele que muita vez, nos vincula, nos autentica, nação agrária que da terra tira o sustento de seus filhos e de sua literatura. Aspeto de considerar, face ao europeísmo de segunda mão, falho de sinceridade e originalidade que não poucas vezes nos diminui. Não esquecer também que Portugal é a nação europeia que mais frontalmente, francamente e legitimamente ( pois fomos nós que descobrimos ) fita o mundo. Lembro o verso célebre de Fernando Pessoa: A Europa jaz, posta nos cotovelos: De oriente a Ocidente jaz, fitando, E toldam-lhe românticos cabelos, Olhos gregos, lembrando. O cotovelo esquerdo é recuado; O direito é em ângulo disposto. Aquele diz Itália onde é pousado; Este diz Inglaterra onde, afastado, A mão sustenta, em que se apoia o rosto. Fita, com olhar esfíngico e fatal, O Ocidente, futuro do passado. O rosto com que fita é Portugal. Na minha opinião, o verso célebre de Pessoa não nos deseuropeiza. Dá-nos, antes, aquela amplitude universal que é o real comprimento da Europa. João Paiva, residente en Caria Aposentado da Direção Geral de Contribuição e Impostos

EDITORIAL Quem se serve da pandemia…?! Pelos vistos o tema pandemia de Coronavírus ainda nos vai acompanhar por algum tempo, as sociedades e as economias entraram em depressão e salvo um ou outro sector de ponta para equipamentos ou serviços de saúde, tudo entrou em depressão. Nalgumas áreas económicas e em muitas famílias, as situações tornaram-se mesmo dramáticas com espontânea quebra parcial e até total dos rendimentos. Será chocante admitirmos como, seja para que fim for, alguém individual ou colectivamente, se pode servir da situação, seja para ganhar rendimento, incumprir as suas obrigações, ou ganhar protagonismo… Na edição anterior chamei à atenção para a situação de alguns serviços públicos, onde a pretexto dos constrangimentos da pandemia, a negligência, a irresponsabilidade e o incumprimento se tornaram toleráveis, com laivos de hábitos que se podem tornar costumes… Ao nível politico tem o País assistido ultimamente a um debate em que por via da alinea e) do artigo 2, da lei 44/86, se pode permitir aos partidos políticos um exemplo contrário do que se pede aos cidadãos, em termos de prevenção e contenção da pandemia. Não se previa nessa altura que essa salvaguarda das liberdades cívicas e politicas, pudesse vir a ser aproveitada para legitimar o que de um modo geral nos parece injusto e chocante... Não me parece que tanto o congresso do Partido Comunista, como a reunião geral do CHEGA possam representar um perigoso foco de contágio sobre a pandemia. Acredito que tanto num caso como noutro, haverá devidas medidas de contingência e respetiva segurança. Mas parece-me que perante o clima de “terror psicológico” que a maioria dos concelhos vivem, dizer aos cidadãos que não se podem concentrar em espaços com mais de cinco pessoas, que os restaurantes devem encerrar ao fim de semana, que as associações e os clubes têm de continuar limitados na sua actividade, porque essa não é considerada uma actividade politica, é chocante... Sabemos que à luz da Lei e da Constituição o Primeiro Ministro, o Presidente da República e a Direção Geral de Saúde, não podem legalmente impedir essas actividades politicas. Também não faria muito sentido a Assembleia da República aprovar agora uma lei à medida para esse efeito. Restaria por isso o bom senso. O Bom Senso de uns e a coragem de outros, pois estas entidades não o podendo impedir, podiam pelo menos “RECOMENDAR”… Abre-se um precedente e corremos o risco que todos os restantes partidos, mesmo aqueles que só sabemos da sua existência quando aparecem no boletim de voto…, avancem para iniciativas idênticas, mesmo que seja apenas para se tornar notados… se servindo também da pandemia…

FICHA TÉCNICA

Jorge Henriques Santos jornalista CPJ nº3354A

CORREIO DE CARIA, Inscrito na ERC sob o nº de registo: 127362 Edição online bi-semanal, em www.correiodecaria.com - Edição mensal em papel - Tiragem 1000 exemplares PROPRIETÁRIO e DIRETOR: Jorge Henriques Santos, jornalista CPJ nº3 354 A ESTAUTO EDITORIAL Disponivel em: https://www.correiodecaria.com/quem-somos/ - REDAÇÃO: Jorge Henriques Santos- Daniel Mendes - Maria Sequeira PAINEL DE OPINIÃO: Avelino Pinto - Lopes Marcelo - Luis Abreu - Manuel Dória Vilar - António Cabanas - José Manuel Duarte - Manuel Geraldes, João Figueiredo da Silva COLABORADORES: José Lopes Nunes (JOLON) -Cristina Gomes- Angélica Maximino - João Paiva - Rosa Romão - Paulo Moura PUBLICIDADE: Maria José Portugal 916 627 574 EDIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvorada lLiterária, Unipessoal Lda, NIPC: 515 749 710 REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Largo José Luis Rebelo, Rua do Comércio nº8 - Malpique - Caria - 6250-111 BELMONTE CONTATOS 966217266 - 916627574 - EMAIL: redacao@correiodecaria.com; geral@correiodecaria.com N. DL: 465651/19

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Edição 9 - 27 de novembro de 2020

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Região engrossa o tom contra as portagens

Manifestação “Memorável” contra as Portagens na A 23 A

pós vários anos de contestação e outros tantos de negociação para a abolição das portagens nas A 23 e A 25 o Conselho de Ministros aprovou a 22 de outubro, (conforme Correio de Caria noticiou) um conjunto de descontos nas portagens para dez autoestradas, incluindo as que servem a Beira Interior. No mesmo dia a Plataforma P’la Reposição das Scut, da qual fazem parte um conjunto de entidades desde autarquias, associações cívicas, empresarias e sindicais, reagiu dizendo que a medida era um “embuste”, anunciando a realização de uma Marcha Lenta para 20 novembro. A Plataforma também se reuniu recentemente com os grupos parlamentares na Assembleia da República, lançando-lhes o repto de que, durante a discussão do Orçamento do Estado na especialidade, se unam numa maioria parlamentar que obrigue o Governo a reduzir o valor das portagens, até à abolição. A manifestação organizada pela Plataforma na sexta-feira dia 20 de novembro, teve saídas das cidades da Guarda (rotunda do G, às 16:00), da Covilhã (Jardim das Artes, às 16:45) e de Castelo Branco (campo de futebol, às 16:45) para confluir em grande buzinão e obstrução do tráfego, pelas 17h30m, na rotunda da entrada norte da A/23 no Fundão. Os trajetos foram feitos pela estrada nacional, porque “não há dinheiros para portagens”, explicaram os organizadores, mas naturalmente também, por questões de impacto visual, uma vez que coincidindo com as saídas do emprego e confluído naquela zona industrial, provocaram assinalável constrangimento e impacto nesta via. Além do impacto a ação foi das de maior mobilização, referindo Luís Veiga, do movimento empresarial “Pela Subsistência do Interior”, que a adesão verificada mostrou a região unida em torno desta causa é memorável e foi uma manifestação portentosa daquilo que os beirões são capazes de fazer quando se sentem injustiçados. Salientando que “são dez anos de portagens numa via onde não deviam ser cobradas porque não temos alternativas e foram centenas de viaturas que aqui estiveram a demonstrar a força da Beira Interior”. acredita que este buzinão seja ouvido em Lisboa e os deputados tenham oportunidade de no âmbito da discussão na especialidade do orçamento de estado para 2020, consigam encontrar uma proposta alternativa à que foi apresentada, de uma redução de 25 por cento a partir da oitava passagem mensal. Luís Garra da União dos Sindicatos de Castelo Branco

referiu que “nós não estamos a pedir nada do outro mundo mas apenas que nos reponham aquilo que já tivemos… Há propostas de abolição e de redução e o apelo que nós deixamos é que encontrem uma solução consensual….Os deputados têm agora oportunidade de demonstar os que realmente estão e não estão com o interior”. Marco Gabriel, presidente da Junta de Freguesia da Boidobra e também membro da comissão de utentes da A 23, referiu que “a participação das populações nesta marcha representa um cartão vermelho à proposta do governo que não serve os interesses da região num processo que teve inúmeros avanços e recuos… A proposta do governo não serve os interesses de quem aqui vive e trabalha, das empresas que aqui estão localizadas e portanto só há uma solução que é no orçamento de estado discutir-se a abolição ou uma redução significativa dos custos de contexto que as portagens significam para a região”. José Gameiro, presidente da Associação Empresarial da Beira Baixa acredita que depois desta iniciativa, a reivindicação da plataforma vai finalmente ser ouvida “nós tínhamos avisado que iriamos engrossar a voz e hoje só não vê quem não quer, a revolta das pessoas. É impressionante a quantidade de viaturas que estão nesta marcha porque esta medida está a trucidar o interior. Para além da pandemia, as portagens estão a dar cabo da nossa região e das nossas empresas. Não podemos continuar da mesma forma...” Marisa Matias, candidata do Bloco de Esquerda à Presidência da República, também se juntou ao protesto e sustentou também que a proposta do governo não é suficiente e que não se pode pedir às pessoas que paguem ainda mais o custo da interioridade. Salientando que “Continuamos a ter um país muito desigual que precisa de coesão social e territorial. Precisamos de investir e muito nas redes de transportes

passes modelares do metro e dos transportes em Lisboa também cheguem aos táxis. Isto chegou a um ponto que já se considera escandaloso”. Outro autarca presente na Marcha Lenta foi Pedro Leitão Presidente da União de Juntas de Freguesia de Vila do Carvalho e Cantargalo, disse ao Correio de Caria, que “As SCUTs foram criadas pelos Governos Socialistas com a perpectiva de criar uma descriminação positiva para o interior, com a qual todo o Pais está de acordo, dado que quem vive no interior não tem o mesmo acesso à modernidade e cultura como quem está nos grandes centros . Se um cidadão do interior quiser ver um espectáculo internacional daqueles ques só vão à grande cidade, fica impedido, porque além do custo da deslocação tem de suportar o encargo das portagens. Pedro Leitão considera assim que é de todo justo o interior ter autoestradas a 0€ o quilómetro e por isso deve ser reposto de imediato o conceito de SCUT. O Presidente da Câmara de Belmonte, não esteve na Marcha Lenta, mas disse ao Correio de Caria que está de corpo inteiro nesta contestação, uma vez que ele próprio se tinha sentido “muito desiludido, com o anúncio do Governo sobre as portagens, pois reduzir apenas 25% e após a oitava passagem do mês, ainda não serve os interesses do interior”. Questionado se, se achava que os deputados iriam estar sensíveis a isto em Sede de Orçamento de Estado, Dias Rocha retorquiu com alguma ironia “Os deputados da nossa região se estivessem sensíveis a isto já se teria notado no ultimo ano, mas é bom que tenham a noção da pertinência da situação e dos constrangimentos que isto causa. Por saberem que a abolição imediata das portagens seria de dificil consenso, a Plataforma apresenta como proposta, aplicar a isenção do pagamento para os residentes, redução de 50% para os restantes veículos de classe 1 e 2, e a abolição até ao final da legislatura. A UGT já esteve presente:

e nas ligações em todo o país e garantir que há vias de circulação iguais para toda a gente e com igualdade de acesso. E se as pessoas que vivem no interior não tiverem vias de qualidade ou, quando elas existem, têm de pagar, mesmo sem alternativas estamos a falar numa situação de muita desigualdade”. Da parte dos municípios, o do

Fundão é quem se tem mostrado mais empenhado neste processo, onde Miguel Gavinhos, vicepresidente da autarquia do Fundão disse à rádio Cova da Beira que “as portagens que são pagas nesta região estão a servir para projectos que neste momento estão em cima da mesa entre o governo e o IMT para conseguirem que os

Não sendo propriamente uma matéria laboral, esta luta das portagens, tem sido também uma luta de integração da UGT., passado mais de um ano de solicitações a Plataforma respondeu às delegações da UGT, integrando-as num novo órgão denominado de Conselho Geral, com caráter consultivo e para o qual entraram também outras organizações, nomeadamente: o Sindicato Têxtil da Beira Baixa, a Beira Serra e a Junta de Freguesia da Boidobra jhs


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ATUALIDADE

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

Entrevista com José Afonso Pereirinha

“...Quando o concelho é pequeno e há assim meia dúzia de indivíduos que se impoêm, eu não sei se efetivamente há democracia, não sei !...”

O Correio de Caria, foi à descoberta de outra figura incontornável na história social e politica de Caria e do Concelho de Belmonte, trata-se de José Afonso Pereirinha: Professor Primário, Delegado Escolar, antigo Presidente da Casa do Povo de Caria e da União Desportiva Cariense, vereador na Câmara Municipal de Belmonte de 1968 até 1974 (antigo regime) e mais tarde também em democracia, de 1977 a 1979. Fez parte de cerca de dez executivos Municipais, presididos por personalidades diferentes e chegou mesmo a ser Presidente substituto da Câmara Municipal de Belmonte. Hoje com 84 anos, recorda esses envolvimentos orgulhase de falar com toda a gente, respeitar e ser estimado por todos. Acedeu a uma conversa com o Correio de Caria sobre a sua história de vida e seu percurso social e político, no que ainda a memória lhe permite. Jorge Henriques Santos Correio de Caria: A sua idade atual, onde nasceu e foi criado, profissão dos pais? Professor Pereirinha: A minha idade atual é de 84 anos, nasci aqui em Caria, o meu Pai era António Afonso, conhecido por Pereirinha também, porque na ocasião havia uma série de pessoas com o mesmo nome cá na terra e a minha Mãe Bárbara Afonso. C.C.- Os seus pais o que faziam? Prof. P. - Os meus pais viveram sempre da agricultura. C.C.- Tinham propriedades aqui? Prof. P. - Tínhamos e ainda temos. C.C.- Onde estudou? Prof. P. - Fiz a escola primária aqui em Caria, depois fui para o seminário, o Verbo Divino no Tortosendo, mas só lá andei três meses. C.C.- Porquê? Prof. P. - Os meus pais precisaram de mim e voltei para casa a trabalhar na agricultura com eles. Depois fiz então admissão ao Liceu na Covilhã e fiz lá o segundo ano depois o meu Pai faleceu, a minha Mãe precisava de mim… C.C.- Interrompeu outra vez?! Prof. P. - Foi preciso. Eu também nunca me doeram as mãos, fiz o segundo ano e voltei para a agricultura… C.C.- Quando voltou então a estudar? Prof. P. - Depois havia um colégio particular na Covilhã ao pé do Albergue, mas não correu lá assim muito bem. Levantava-me às cinco horas da manhã para ir para o comboio, depois subir aquilo tudo lá para cima desde a Estação e voltar à noite, era muito cansativo e desisti. Mais tarde já tinha mais autonomia e então fui para Castelo Branco. C.C.- Mas em Castelo Branco, já tinha de lá ficar!? Prof. P. - Sim vivia lá uma pessoa cá de Caria, fiquei em casa dela, estive lá três anos, interrompi novamente, para voltar a trabalhar. Eu no campo aprendi a fazer tudo, podar, enxertar, cuidar dos animais, tudo. Mas a minha Mãe também fazia gosto que eu estudasse. Então voltei para Castelo Branco fiz lá o liceu e o Magistério Primário. C.C.- Então com que idade acabou o curso?

Prof. P. - Acabei o curso do Magistério Primário com 24 anos C.C.- Já tinha feito a tropa? Prof. P. - Risos… Eu não fui à tropa, fiquei livre porque eu era muito magrinho… risos, não me aceitaram. C.C.- Também não fez falta!? Prof. P. - Olhe foi uma sorte, se eu tivesse ido à tropa, sabe onde é que tinha ido parar!? Para Angola… para Angola ou para Moçambique, foi para onde foram todos os rapazes daqui, desse tempo…

C.C.- Aposentou-se com que idade? Prof. P. - Com 58 anos, veio o decreto dos 36 anos de serviço, já tinha o tempo aposentei-me. voltei para a minha vida, cuidar dos campos. Sempre tive boas mãos... (e levanta-as sorrindo...)

C.C.- Então fez o Magistério Primário e ficou a dar aulas onde? Prof. P. - Quando saí fiquei a dar aulas em Escalos de Baixo e vivia em Castelo Branco, já estava casado. C.C.- A sua esposa é de lá? Prof. P. - Não a minha esposa é do concelho de Vila Velha de Ródão, mas conhecemo-nos lá em Castelo Branco e quando casámos fiquei a viver com ela em casa de umas cunhadas, que devo dizer foram sempre também umas pessoas impecáveis que me estimavam muito. C.C.- E esteve nos Escalos quanto tempo? Prof. P. - Estive um ano, depois de lá por onde é que eu venho? Venho para aqui... C.C.- Para Caria? Prof. P. - Não, para as Quintãs, a minha esposa tinha sido lá colocada eu pedi transferência e fui lá colocado também. Trabalhámos os dois lá ainda três anos. Depois fui transferido aqui para a Escola do Monte do Bispo. C.C.- Não foi ainda para Caria!? Prof. P. - Eu em Caria nunca estive a exercer como professor, estive como Delegado Escolar, a delegação escolar era aqui. C.C.- Então e a política como foi? Prof. P. - Eu já no Monte do Bispo era assim um bocado arrevesado e comecei-me a meter na política. Houve até um colega que me disse uma vez “olha lá rapazinho, tem lá cuidado…!” C.C.- Quando começou então a sua atividade política? Prof. P. - Eu filiado político nunca fui em partido nenhum, nunca quis, mas acabei por aceitar o cargo de presidente aqui da Casa do Povo. Entretanto mais tarde um colega aqui

C.C.- E do ensino que recordações guarda? Prof. P. - Olhe eu da escola não me posso queixar, honestamente nunca tive problemas, mantive sempre uma linha que se tivesse de dizer alguma coisa a uma Pai dizia. Fui sempre estimado e ainda sou… de Caria que era o Rogério, veio-me tentar a dizer que o nosso colega o Miranda que ia para a Câmara e queria que eu fosse aqui por Caria. Então como era o Miranda acabei por ir também para a Câmara com ele. C.C.- O presidente era esse professor Miranda e o senhor foi então vereador!? Prof. P. - Era eu, ele e mais dois, um era o padre Ascensão que era padre em Maçainhas, o ano já não me lembra. C.C.- Então qual era o pelouro que tinha e chegou a estar a tempo inteiro? Prof. P. - Nessa altura não se distribuíam pelouros, nem tínhamos tempos na Câmara, ele quando precisava de nós íamos às reuniões e era assim umas reuniões um pouco só para darmos a nossa opinião. C.C.- Estava na Câmara e continuou a dar aulas!? Prof. P. - Continuava a dar aulas no Monte do Bispo, mas a escola não era aquela. Na ocasião fomos a Abrantes falar com o Hipólito e através dele conseguimos comprar aquele terreno e fazer aquela escola que lá está hoje. Escola que agora é só o edifício, também já não funciona, mas é assim… Mas devo dizer que o Miranda sempre foi uma pessoa honesta e que no que combinámos sempre cumpriu.

C.C.- Então e depois continuou? Prof. P. - Depois o Miranda saiu e fomos para eleições no 25 de Abril. Mais tarde encabecei uma lista pelo PSD. C.C.- Ganhou? Prof. P. - Não quem ganhou foi um engenheiro que concorreu pelo PS. Fiquei como vereador. C.C.- E nessa altura ele deu-lhe pelouros ou não? Prof. P. - Também não, quando havia alguma coisa convidava-me, dava a minha opinião e eles lá decidiam. C.C.- E desse tempo e das pessoas guarda assim recordações especiais, ou não? Prof. P. - Toda a gente sempre me estimou e também sempre respeitei toda a gente, mas tenho de dizer honestamente, saudades do tempo da politica não. Eu falo com toda a gente cá em Caria eu dou-me com toda a gente aqui e em Belmonte, quando estive na Câmara fiz muitos favores, se acaso se pode chamar favores e não estou arrependido por isso, apesar de haver situações que eu interferi e depois agradeceram a outros C.C.- Após a atividade politica, regressou ao ensino? Prof. P. - Fiquei sempre como Delegado Escolar, desde que fui nomeado, nunca mais sai, até que me aposentei e a partir de certa altura não dávamos aulas.

C.C.- Em termos da atividade autárquica, comparando a situação atual, com o seu tempo, o que acha? Prof. P. - Quando o concelho é pequeno e há assim meia dúzia de indivíduos que se querem impor, eu não sei se efetivamente há democracia, não sei. O que hoje vejo é triste mas tenho que dize-lo honestamente, de um politico, não quero dizer que seja retrogrado, mas desconfio. C.C.- Houve avanços, ou houve recuos? Prof. P. - Olhe sinceramente acho o seguinte, quem está na chefia da coisa é quero posso e mando, os outros obedecem… C.C.- É por essa razão que mudam de partido? Prof. P. - Nisso eu interpreto o seguinte e se estiver errado, que me corrijam, mas quando um individuo está assim num lugar desses habituase a que as pessoas lhe peçam, olha vê-me lá isto, vê-me lá aquilo e eles atendem. Muitas das vezes eles nem resolvem nada, as coisas resolvemse por outros meios, mas depois lá vem alguém a agradecer-lhes, eles habituam-se nisso, nem que tenham de mudar de partido. É triste ver uma coisa destas e quando dizemos que estamos num País livre, eu duvido… C.C.- Para além da Casa do Povo e da atividade política e do ensino teve alguns cargos no movimento


Edição 9 - 27 de novembro de 2020

CONTINUAÇÃO associativo da freguesia? Prof. P. - Só o futebol… risos e isso só nos dava prejuízo, era com os nossos carros que íamos para Cernache, Sertã e outros locais com os jogadores. Chegávamos a ir pôr um treinador à Covilhã, ir levar rapazes que jogavam futebol ao Carvalhal... era por amor à causa, mas muito dispendioso. C.C.- Como tem assistido ao aparente “definhamento” da vida económica e social nesta região onde teimosamente se continua a viver. Prof. P. - É triste e nesse aspeto tenho de me virar também para as Câmaras, de puxarem cada uma para seu lado e os outros que se desenrascassem. Os presidentes de Junta que temos tido aqui que deviam também puxar para cá e pugnar pela terra, cada um que vem ainda parece pior que o outro. Mas isto é triste e é triste porquê, porque nós tínhamos terrenos bons e que foram comprados pela Câmara para equipamentos em Caria e a Câmara vendeu depois esses terrenos, então comprou porquê? E venderam porquê? C.C.- O envelhecimento social é uma realidade. O que mais tem contribuído para isso, em sua opinião? Prof. P. - Eu fui criado nesta terra e quase sempre cá vivi, víamos gente na rua passar e conversar até altas horas da madrugada. Hoje andamos na rua e não vemos um jovem. Parte deles foram para Lisboa e outras cidades grandes, alguns até por lá vivem mal, coitados, mas se eles andaram a estudar porque agora já tinham possibilidades para isso que empregos têm aqui? além do trabalho no campo. Eu antes andava sempre na rua agora nem tenho vontade de sair de casa, nem para conversar…risos, se não for o futebol... C.C.- Como podia ser contrariado? Prof. P. - Era só instalando novas empresas, mas também não estou a ver como… C.C.Que potencialidades vê na região que podiam ser valorizadas? Prof. P. - A agricultura hoje tem novas formas de se produzir e escoar os produtos, mas vá lá falar a um jovem no trabalho do campo. As pessoas deram tudo para fugir da enxada … C.C.- Por último, os efeitos desta Pandemia: O que nos vai deixar de mazelas sociais? E de efeitos positivos? Se acha que também vai ter? Prof. P. - Não sei, porque a guerra está instalada, não é uma guerra de armas na mão, mas é uma guerra que está implantada a nível nacional e internacional, o inimigo não se vê, mas está cá. C.C.- E em termos de mensagem final?! Prof. P. - O meu apelo era que houvesse mais sensibilidade pela parte humana para aqueles que podem ajudar e não ajudam… C.C.-Bem Haja Sr Pereirinha! Prof. P. - Foi um gosto e pretendo assinar o Jornal.

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Pelas freguesias

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aria e Belmonte com prioridade na Pandemia na preocupação das autarquias. No “brifing mensal” que o Correio de Caria faz pelas freguesias, verifica-se que a explosão de casos nestas duas freguesias, estão no Centro das Atenções da autarquias, sobretudo no apoio às famílias que estão de quarentena para que possam fazer o seu

isolamento profilático o mais tranquilos possível. Nesse sentido as Juntas de Freguesia, têm ao dispor um serviço de entregas ao domicílio, bastando para isso que via telefone solicitem na Junta a entrega das compras. Segundo tomámos conhecimento, na freguesia de Belmonte, o recurso ao serviço da Junta não tem sido significativo, encontrando as pessoas com

necessidade, apoio entre os familiares e vizinhos, já na freguesia de Caria este pedido de apoio tem crescido ultimamente. Paralelamente na actividade das Juntas de freguesia tem decorrido a limpeza dos caminhos agrícolas e a desobstrução das linhas de água, com remoção da folhagem, uma constante nesta época do ano. Em Caria o Jardim de S. Marcos é uma espécie de “obra

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em autoconstrução”, onde quando há recursos e tempo se avança de acordo com o projecto já definido e ultimamente tem avançado. Em Belmonte foram pintados os muros do Cemitério do Colmeal da Torre, assim como desde o dia 1 de Novembro a limpeza urbana e manutenção dos jardins públicos passou para a alçada da Junta de Freguesia e adjudicação para o efeito está em fase de conclusão.

Maçaínhas Lagar de Azeite Encerrado

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ma das noticias que o Correio de Caria pretendeu confirmar foi a nota publicada na página do Facebook da Junta de Freguesia de Maçainhas referindo que o Lagar desta freguesia sob administração do executivo não vai funcionar este ano, “devido à pandemia que todos estamos a viver”, Correio de Caria falou com Carla Cruz presidente da Junta de Freguesia de Maçaínhas que esclareceu ter sido uma decisão tomada na reunião do executivo de 9 de novembro e ser devido à pandemia, pois avaliando a situação e tendo em conta a experiência de anos anteriores a laboração provoca inevitavelmente a concentração de algumas pessoas no Lagar, podendo trazer alguns riscos de contágio, uma vez que mais de 90% dos produtores que aqui recorrem são de fora da freguesia. Ponderada a situação, a edil disse que entre manter esse serviço na freguesia e acautelarem a segurança

da população, preferiram a segunda opção. Questionada com a comparação com as unidades privadas, a autarca disse que se ela fosse proprietária de um lagar, também funcionaria e corria

inicio 0,10€ o quilo, podendo a partir dos 1000kg ser pago em produto ( beca ou maquia, como se define). Nos anos anteriores a média de moagem rondou as 30 toneladas por campanha.

os riscos, porém não é o caso do Lagar de Maçainhas que é um serviço publico, não tem como objetivo o lucro e a sua criação até tem uma perspetiva museológica. Segundo referiu Carla Cruz a moagem da azeitona no Lagar de Maçainhas, custa desde o

Na pesquisa sobre este equipamento, encontrámos a presente noticia da Rádio Caria. em 2015, que transcrevemos. “Trata-se de uma obra da responsabilidade da Câmara Municipal de Belmonte que custou cerca de 340 mil euros, na aquisição e reabilitação

do antigo lagar de azeite da freguesia, mas que deverá ter um custo bastante superior depois de totalmente equipado. Para o presidente da autarquia de Belmonte, este equipamento possui outras valências. No local será produzido azeite, os visitantes poderão assistir a todo o processo de produção, para além de outras iniciativas culturais e gastronómicas. Amândio Melo afirma tratarse de “mais uma oferta turística de muita qualidade” para o concelho. Depois da inauguração, será assinado um protocolo com a Junta de Freguesia de Maçainhas que terá “a responsabilidade de gerir, dinamizar e rentabilizar” o equipamento que teve “um investimento significativo” como acrescentou o autarca de Belmonte. O lagar de azeite de Maçainhas deverá ter um aproveitamento anual e deverá integrar a rede de museus e locais a visitar no concelho. Uma obra importante para a dinamização da freguesia e aguardada pela população.” in “Rádio Caria”

Ano de Muita Azeitona e Pouco Azeite

No âmbito desta atualidade, Correio de Caria deu uma volta pelos Lagares da Região e vem falando com os produtores nos campos: Novos, velhos, vizinhos, amigos, familiares de visita à terra, juntam-se na Safra da Azeitona, conhecida por não ser rentável economicamente, mas de resultado interessante pela boa qualidade do azeite. Segundo nos vai sendo dito as chuvas das ultimas semanas fizeram inchar a azeitona e muita começava a cair, daí as colheitas irem sendo antecipadas e os lagares se encontrarem a “abarrotar”, com filas de espera muito significativas. Já quanto á funda diz-se que este ano é muito baixa e se por um lado há o provérbio de “quem colhe antes do Natal, deixa o azeite no olival”, por outro lado, tendo subjacente a histórica desconfiança sobre os lagareiros, se diz que “ a azeitona a dá Deus, o Azeite o dá o Diabo”. As queixas repetem-se todos os anos, mas felizmente vão sendo menos os olivais que ficam por colher. Com o

apoio do nosso amigo Mário Tomás deixamos uma antiga imagem desta actividade na nossa região. Por seu turno a Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco e a Confraria do Azeite da Cova da Beira estiveram em reunião com o Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural onde expuseram as preocupações dos Olivicultores da Beira Baixa com o objetivo de realçar a importância da fileira do Azeite e da agricultura na economia regional. As associações “defenderam ainda a necessidade urgente de mais apoios públicos para o setor propondo a constituição de um Grupo de Trabalho que possa consensualizar propostas concretas para o desenvolvimento do olival tradicional na Beira Baixa”. Nuno Russo, o secretário de Estado, foi também consciencializado de que e cito “o olival tradicional tem um grande potencial que importa dinamizar de forma a mitigar o despovoamento, melhorar a dieta alimentar da população e combater as alterações climáticas”.


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DESPORTO

Escola de Judo Ana Hormigo, premiada pelo Judo Adaptado

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Escola de Judo Ana Hormigo foi novamente premiada pelo Banco BPI “La Caixa” através do Prémio BPI Capacitar 2020 com o projeto “Judo Academy 4 All”. Depois de vencer em 2014 com um projeto pioneiro de Judo Adaptado, a Escola de Judo Ana Hormigo volta a apostar num novo projeto com pessoas com deficiência. O “Judo Academy 4 All” consistirá em capacitar estes jovens em técnicos auxiliares de apoio à gestão desportiva, demonstrando que esta população, praticante de judo adaptado, também consegue dar apoio às aulas e atividades desportivas. Este projeto terá mais uma vez a importante parceria da APPACDM de Castelo Branco a qual tem sido um alicerce fundamental no Desenvolvimento do JUDO Adaptado. É objetivo deste projeto capacitar e preparálos para uma vida profissional de forma a que estes beneficiários se sintam úteis no dia-adia Os vencedores da 11a edição do Prémio BPI “la Caixa” Capacitar foram conhecidos no passado dia 18 de Novembro de 2020.

Francisco Silva

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

Ultra Trail – Boavista contrata atletas de Belmonte R

ogério Palmeiro, Hélio Costa, Pedro Santos, Filipe Guerra e Cláudia Carrilho, passam agora a vestir de “xadrez”, fruto dos excelentes resultados obtidos em 2019-20, a nível nacional e internacional, pelos atletas da região, nomeadamente com as cores do concelho de Belmonte. Aos quatro, atletas do Colmeal da Torre, o CCDR CT agradece “todo o empenho e dedicação que sempre demonstraram enquanto representaram as nossas cores e fazemos votos que o futuro lhes continue a dar inúmeras conquistas!” A nova época de atletismo arrancou no início de novembro, a Associação de

Trail Running de Portugal, entidade que tutela a modalidade e as competições no país, iniciou oficialmente a época 2020-21. Os atletas masculinos vão competir no Campeonato Nacional de Ultra Trail (provas superiores a 50km), e Ultra Endurance (provas superiores a 100km). A atleta feminina participa no Campeonato Nacional de Trail (provas até 35km). No que concerne às provas internacionais, os atletas vão representar o Boavista FC, na PT281, MIUT – Madeira Ultra Trail, Azores Triangle e ALUT – Algarviana Ultra Trail, para além de competirem também na Taça de Portugal desta modalidade outdoor.

Na mesma nota publicada no Facebook, o CCDR do Colmeal da Torre refere que “a nossa equipa cá estará, uma vez

mais, para dignificar o nosso Clube e honrar o concelho de Belmonte. jhs

U.D. Cariense fora da Taça de Portugal com Fortes Emoções

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m fim-de-semana marcado pela primeira eliminatória da Taça de Portugal. No sector masculino, cinco equipas da Beira Interior jogaram nesta ronda e três ficaram isentas: CECURDE de Carvalhal Formoso, ACD Ladoeiro e ADR Retaxo. Foi uma incursão muito

curta, nesta edição da Taça de Portugal, para a União Desportiva Cariense que caiu logo na primeira ronda. Num “derby” distrital (foto) frente à Associação do Bairro da Boa Esperança de Castelo Branco, a turma do concelho de Belmonte perdeu em casa por 5-4 após prolongamento.A equipa de Caria correu sempre

atrás do prejuízo, entrou muito mal no jogo, sofreu dois golos madrugadores, Marco Borronha (1’) e Tiago Fernandes (3’), na cobrança de um livre de 10 metros João Pedro Fonseca “Seco” reduziu (16’). A equipa de Castelo Branco chegou de novo à vantagem de dois golos, por Marco Borronha (18’) e o

conjunto de Caria voltou a reduzir por “Seco” (19’), de novo na cobrança de um livre de 10 metros. Na segunda parte a equipa de Caria chegou ao empate com um golo de Diogo Correia “Acosta” (21’), Fábio Mota (25’) voltou a dar vantagem à turma albicastrense, e no último minuto “Acosta” levou o jogo para prolongamento. No tempo extra, Salvado (43’) desperdiçou um livre de 10 metros. Já na segunda parte do prolongamento, a Associação da Boa Esperança carimbou o apuramento para a 2ª eliminatória, com o golo de Zé Ricardo (47’). A Associação da Boa Esperança que teve uma jornada dupla, depois da vitória em Caria para a Taça de Portugal, a equipa comandada por Telmo Roque venceu este domingo em Penacova, por 9-3, frente à União Popular do Chelo, um jogo em atraso da 4ª jornada do Campeonato Nacional da II Divisão (série E) …. Nelson Fernandes Rádio Caria

CCDR Colmeal da Torre, Agradece T

erminou a 31 de outubro a época 2019/2020 de atletismo. A Direcçao do CCDR manifestou o seu “obrigado a todos os que fizeram parte desta equipa fantástica”! Refere a mesma nota colocada no Facebook que “numa época

atípica, conseguimos manter a união, dedicação, fantásticos resultados desportivos e ainda sobrou tempo para um excelente trabalho social!!!” A direção expressou os Parabéns a todos os dirigentes, atletas, patrocinadores, entidades oficiais e amigos do clube


ECONOMIA

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

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Empresa do mês - Ingredientanuever

Um Projeto de Agricultura e Turismo para potenciar a Quinta da Ribeira de Silvado ”… Precisamos de nos juntar e ganhar algum poder para falar com o mercado...” T

omás Formigal é natural de Lisboa, mas os seus antepassados, são de Gouveia onde faziam parte do tecido industrial, quer na hidroelétrica quer nos têxteis, sendo também proprietários da Quinta do Ribeiro de Silvado, próximo da Estação de Belmonte, uma propriedade com mais de 75 hª que pertenceu ao seus tios avós mais concretamente à Maria Hermínia Braz Pessoa Lopes da Costa Leitão Ferreira de Cabral. mas que depois do falecimento do seu tio avô em 1993, veio ficando sucessivamente abandonada, foi vítima de um incêndio e apresenta hoje alguns sinais de destruição e degradação. Porém, são visíveis no aspeto exterior do casario, sinais de grande imponência, graciosidade e beleza arquitetónica, nas construções em pedra, com: casa senhorial, grandioso forno e adegas, vacaria, celeiros, casa das alfaias, leitaria e queijaria, habitações dos caseiros, com cortelhos e casas de arrumos dos mesmos, reveladores da grandiosidade e potencial desta propriedade, cuja glória pertencerá a tempos passados. Quer o sonho de uma juventude empreendedora e dinâmica que à Quinta do Ribeiro de Silvado, volte a glória de outros tempos e a ter uma importância económica ajustada aos tempos novos. Tomás Formigal, o seu irmão Francisco Formigal , a namorada do irmão Isabel Taquenho e outro jovem amigo José Silva criaram uma sociedade agrícola com a finalidade de desenvolver um projeto agrícola e um projeto turístico na Quinta que foi berço dos seus antepassados. O projeto foi elaborado e apresentado ao PDR 2020 e conheceu um infindável número de avanços e recuos, muita burocracia e muita exigência, mas ao mesmo tempo muita persistência. Está finalmente aprovado, já tem os pareceres finais e em breve vai avançar. Primeiro com a implantação da componente agrícola, com exploração de pêssegos, nogueiras e outros frutos locais, bem como uma componente de hortícolas, onde já nestes dois anos produziram couve portuguesa e tronchuda, bem como abóboras de boa qualidade. A “Freshbel” (nossa entrevistada na edição anterior) é o parceiro privilegiado deste novo projeto, com quem já contaram nestes dois anos para o escoamento da abóbora e da couve portuguesa. “O ano passado como não tínhamos experiência, plantámos as couves um bocado tarde e

não foi tão bom, mas neste ano juntámos a essa experiência também a aquisição de um plantador e tivemos já uma boa rentabilidade, conseguimos já 20 toneladas de couve, com um hª ”, revela o Jovem Agricultor. A quinta tem 23hª de regadio, onde pretendem expandir a produção de hortícolas com base nos produtos locais e tendo como perspetiva a exportação e as necessidades do mercado, propostas pela Freshbel, enquanto os pomares se vão desenvolvendo, para prosseguirem com a fruticultura com o pêssego, nogueiras, marmelo biológico, bem como outros produtos que se dão numa zona que é considerada de excelência para a agricultura. Entretanto estão a tratar da arquitetura das casas, juntando a colaboração de arquitetos, que irão desenvolver esta componente com vista ao turismo. No futuro pretenderão fazer Agroturismo, aproveitando as características, rurais, paisagísticas e ambientais da zona que acreditam ser de excelência para esta atividade. Na zona do edificado coberto que ainda tem uma área considerável, pretendem para já aproveitar as quatro casas dos caseiros num projeto turístico autónomo, convertido em apartamentos turísticos de pedra e traça tradicional, com piscina e zona de lazer. Restaurar a casa senhorial também para turismo, o gigantesco forno de pedra, adega e celeiro para um espaço de convívio e atividade gastronómica, a antiga vacaria e palheiras serão convertidas em casa de habitação e espaços comuns para complementar a parte turística, e na zona de armazém pretendem criar um armazém de fitofarmacêuticos e arrecadação de alfaias deixando a construção de pedra com a traça original, bem como converter o outro armazém em casa de staff para habitação dos promotores do projeto que aqui se pretendem fixar. Um projeto global que incluirá vários projetos faseados, onde “ainda há muito trabalho a fazer”, mas não falta a vontade, a coragem e a determinação deste grupo de jovens que acredita nas forças do interior. Para já Belmonte ganhará em breve quatro novos residentes, a criação de vários novos postos de trabalho numa nova unidade de produção agrícola e em breve uma nova unidade turística que criará mais alguns postos de trabalho e trará novos visitantes a Belmonte. Um entusiasmo que Tomás Formigal traz consigo, mas

“Tal como o Pedro Catalão referiu, ao vosso jornal, faz muita falta no concelho quem em termos técnicos nos pudesse apoiar no domínio agrícola, aconselhando a fazer uma agricultura mais moderna, informando sobre as melhores potencialidades da zona e o escoamento dos produtos”… ..”Precisamos de nos juntar e ganhar algum poder para falar com o mercado, que afinal foi o que o Fundão fez e não tem uma área agrícola com mais potencial que temos nós aqui em Belmonte…” Jorge Henriques Santos

lamenta não ver partilhado na maioria das pessoas com que contacta. “Isto afinal é uma zona tão gira e uma terra com um imenso potencial agrícola que faz pena as pessoas andarem tão cabisbaixas e não terem mais esperança no futuro”, salienta.


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ATUALIDADE

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

Fenómenos da Região

Abóboras de Grandes Dimensões em Caria

Entre as muitas demonstrações da Força do Interior, o conseguidos nas suas plantações. Neste ano o Correio de potencial agrícola da nossa região é um deles. Todos os anos Caria, traz ao conhecimento publico, esta natural maravilha que produtores de Caria e arredores colocam no Restaurante pode ser vista no referido restaurante. Bebiana a demonstração de gigantes exemplares de abóboras

Nome - Botelha; Nacionalidade - Portugal Morada – Fonte do Carvalho - Caria- Belmonte Quem me criou – Luís Caetano Data da colheita – 07/10/2020 Peso – 63,600 Kg

Nome – Botelha - Chila Nacionalidade - Portugal Morada – Sul Jardim do Lago Covilhã Quem me criou – Acácio Barbas Data da colheita – 02/10/2020 Peso – 25,100 Kg

Nome - Botelha; Nacionalidade - Portugal; Morada – Vale de Trigos - Malpique - Caria Quem me criou – Ana Afonso Data da colheita – 22/10/2020 Peso – 47,270 Kg

Nome - Botelha; Nacionalidade - Portugal Morada – Fonte do Carvalho - Caria - Belmonte Quem me criou – Luís Caetano Data da colheita – 07/10/2020 Peso – 57,200 Kg

Nome - Botelha; Nacionalidade - Portugal Morada – Fonte do Carvalho - Caria- Belmonte Quem me criou – Luís Caetano Data da colheita – 07/10/2020 Peso – 64 Kg

Nome - Abóbora; Nacionalidade - Portugal Morada – Rua da Estação – Estrelado Caria - Belmonte Quem me criou – António Vicente Data da colheita – 17/10/2020 Peso – 27,200 Kg

Nome - Botelha: Nacionalidade - Portugal Morada – Fonte do Carvalho - Caria- Belmonte Quem me criou – Luís Caetano Data da colheita – 22/09/2019 Peso – 55,100 Kg


Edição 9 - 27 de novembro de 2020

REPORTAGEM

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Jardim Encantado

Um Parque de Fantasia Infantil em Belmonte Embora muito pareça que nesta terra do visionário Cabral, também muito “velho do Restelo” predomina, há por estas terras também quem tenha grande tendência para remar contramaré, acredite que a terra é redonda e que para a experiência humana, só o Céu é o limite. Alguns “visionários” deste interior teimam acreditar, no seu crescimento e no seu futuro. É isto que acontece com Maria do Carmo Cunha, é natural de Belmonte, mas viveu muitos anos fora, regressou há cerca de 12 anos, não tem parado de empreender nos produtos e nas tradições da terra e agora encontra engenho e arte para materializar um sonho com muitos anos.

massa” assim nos recebeu, vai amassando cimento, organizando os espaços, construindo as figuras e criando as personagens. Uma terapia ocupacional de boa alternativa para o isolamento imposto pelo Covid e uma vez que o negócio da sua loja de artesanato, também na presente situação não vive os melhores dias. Perguntamos “quando vai estar concluído” e a resposta é “DEPENDE”, assim como “depende” tudo o que atualmente programamos na nossa vida, dependente que estamos das dependências desta pandemia. Combinámos que faremos um ponto da situação no início do próximo ano, esperando que o Parque Fantasia, se converta em realidade e a realidade que hoje vivemos, numa fantasia do passado.

Jorge Henriques Santos.

N

uma pequena propriedade de 5100 m2, denominada de Quinta do Galheteiro e localizada acima do cruzamento da Estação de Belmonte, pretende a empreendedora edificar um parque de fantasia infantil. Um espaço onde o sonho e imaginário das crianças se possa materializar e por um dia, uma tarde ou uma manhã, o possam viver real. O Parque “Encantado”, cujo nome ainda não está bem definido, é um projeto de espaço de lazer infantil, sob a temática do imaginário de duendes e fadas. Constituído por pequenos espaços, tipo aldeia patrocinada por cada um desses seres, e cada um com a sua história. “As crianças entram e vão contactando com cada uma destes espaços que corresponde a cada aldeia e cada uma tem a sua história”, referiu Maria do Carmo. Entrando a portaria principal,

Duendes e seus poderes

já de si bastante sugestiva, o visitante faz uma espécie de triagem num trono para a primeira fotografia à entrada, mais à frente deslumbra-se com um soberbo dragão em cima de uma cesta que por seu turno está cheia de ovos de dragão; Mais à frente a casinha do duende das crianças, pois que cada duende tem uma função e a deste é ser protetor das crianças; outro espaço mais à frente, com outra casinha, alojará outro casal de duendes; e logo a seguir a árvore da fantasia; mais acima um lago que misteriosamente perdeu os peixes, mas virá a ter outros: e mais à frente outra casa que será a aldeia das fadinhas. “Fadas boas ou fadas más”, perguntamos nós, “Vamos ter fadas e bruxas”, mas só queremos boas, as más não queremos cá” retorquiu a anfitriã. A ladear este soberbo espaço de fantasia, o projeto contempla ainda, um espaço de bar e uma

Duendes segundo lendas, possuem poderes sobrenaturais, desafiando as leis naturais da física, como: atravessar paredes, se locomover em alta velocidade e até se teletransportar de um lugar para o outro. Um duende é uma criatura do folclore ibérico, latino-americano e filipino. O termo espanhol “duende” originou-se como uma contração da expressão “dueño de casa” ou “duen de la casa”, que signifca “dono de casa”, e foi originalmente conceituado como um espírito travesso que habita uma casa.

biblioteca, onde os pais se poderão instalar enquanto as crianças se divertem. Claro que pedimos logo para poder colocar também o Correio de Caria, mas para não esquecer de instalar wifi e colocar tomadas para carregador de telemóvel…´ “Ali ao fundo há umas pedras que têm umas perfurações, nessas perfurações vão ser criadas grutas também com duendes e todas com luzinhas. Isto vai ficar bonito de dia quando estiver concluído, mas acho que de noite ainda vai ficar mais bonito”, salientou Maria do Carmo Cunha. Para além de todas estas valências, haverá ainda uma tenda com dimensões consideráveis, onde podem funcionar espaços de ateliers, com pintura, plasticina, barro, ou serviço de lanche e festas de aniversário. O projeto formal está ainda com o projetista, mas já em fase final de ultimação para ser apresentado na Câmara e nas respetivas entidades, a fim de ter avale, cumprir as formalidades necessárias e adquirir respetivo alvará. No entretanto, é a própria Maria do Carmo que “de mãos na


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SOCIAL

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

Covid 19 na Cova da Beira

OPINIÃO

O Natal depende de nós

A

Cova da Beira contínua a manter o número de novos casos mais elevado da região Centro em por 100 mil habitantes, mantendo-se também como uma das mais elevadas do país. Segundo revelou a Rádio Caria no dia 25 de novembro, no concelho de Belmonte, os últimos dados apontavam para 92 casos activos, 164 pessoas já recuperaram da doença, havendo a lamentar a morte de sete pessoas. No início desta semana, na freguesia de Caria registavam-se 29 casos activos de infecção por Covid-19. A região da Cova da Beira, que abrange os municípios de Belmonte, Covilhã e Fundão, regista 589 casos activos, 860 pessoas já recuperaram da doença, registando 29 óbitos, por Covid 19. jhs

Manuel Geraldes

Médico Natural e residente em Caria

O

natal aproxima-se. Montase o presépio, enfeita-se a árvore de Natal e outras árvores com luzinhas cintilantes de várias cores, ouvem-se os sinos e músicas que despertam fascinação e fantasias. É uma data que suscita, em todos nós, sentimentos profundos aflorados por magia contagiante e encantamento. É um estado de alma repleto de emoções mais intensas, recheado de sonhos bons postos no futuro porque será sempre Natal, mas também memórias a revisitar o passado, pensamentos a voar para longe, até ao longe onde acontecem histórias de Natal. No Natal

quem manda é o coração, sobretudo o coração de uma criança. A magia natalina tem um propósito belíssimo de aproximar as pessoas daquilo que a vida tem de melhor para ser sonhado, usufruído e partilhado. Época festiva e de comemoração dos afectos para uns, mas de isolamento e maior solidão para outros. Mesmo para as pessoas que expressam o seu desinteresse por esta época, é difícil ignorarem estes dias. As montras transformam-se em cenários extraordinários e decorações natalícias apelando ao consumo, fazendo com que o espirito de natal enraizado na simplicidade e humildade simbolizada no nascimento do deus menino num modesto estábulo, seja desvalorizado e deturpado. Este ano, particularmente

pessoas que amamos, à mesa da consoada. Muito mudou nas nossas vidas com esta pandemia. Uma das maiores dádivas será, sem dúvida, estarmos saudáveis e fazermos deste Natal um ponto de viragem e a luz ao fundo do túnel para um novo ano que se avizinha e que se deseja mais feliz, livre de pandemia, um ano de reunião, de aproximação depois de largos meses de afastamento. Celebrar o Natal em família depende de nós e de todos. Devemos definir tolerância zero para comportamentos de risco, aceitar e cumprir medidas efectivas de segurança, de prevenção do contágio e controlo das cadeias de transmissão. Uso de máscara, afastamento social e regras de higiene devem fazer parte do dia a dia. Só assim haverá Natal!

É Bem verdade afinal Que a quadra do Natal Rima com Comércio Local Apoie os comerciantes que apoiam o nosso jornal!

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EDIÇÃO ESPECIAL DE NATAL DO CORREIO DE CARIA Nos tempos que correm é mais importante ainda espalhar a Esperança e a Solidariedade entre todos.

devido à pandemia que assola o mundo, o Natal será, seguramente, vivido de forma diferente por todos, acentuando-se, provavelmente, estas dicotomias. Se para uns será uma época de esperança, de ainda mais união e de solidariedade para outros será vivida com amargura, tristeza e preocupação. As dificuldades económicas, a incerteza vivida, a ausência da família, o receio da doença ou mesmo a falta de saúde, o cansaço e o desgaste psicológico que as restrições desta crise pandémica têm provocado nas pessoas, poderão ensombrar este Natal. Mas o Natal vai acontecer, com mais saudades e menos abraços, porventura com menos gargalhadas e com mais abraços à distância. Sendo a época de reunião da família por excelência, tornase uma data muito dolorosa quando começam a faltar as

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Em dezembro o Correio de Caria distribui uma Edição Especial com saudações de Natal. Dê as saudações de Boas Festas aos seus Clientes, Fornecedores e Amigos, através do Correio de Caria.

INFORMAÇÃO ACTUALIZADA EM www.correiodecaria.com

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E D I T A L N.º 4 1 / 2 0 2 0 Aprovação de ORU – Programa Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) da Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Belmonte Discussão Pública

CARTÓRIO NOTARIAL DE BELMONTE ANA MARGARIDA CARROLA

NOTÁRIA

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que foi lavrada, no dia vinte e três de novembro de dois mil e vinte, neste Cartório Notarial de Belmonte, a cargo da notária privada, Ana Margarida Silva Carrola, no livro de notas para escrituras diversas número sete, de folhas cento e quarenta e oito a folhas cento e quarenta e nove, escritura de Retificação de Justificação, na qual, João Manuel Figueira Marques e mulher Maria da Ascensão Justino Moita Marques, retificaram a escritura de justificação lavrada no dia vinte de agosto de dois mil e vinte, neste cartório, exarada de folhas vinte e quatro a folhas vinte e seis, do livro de notas para escrituras diversas número noventa e sete na qual justificaram sete décimos do prédio Rústico, sito ou denominado Ferrarias - Monte do Bispo, composto de oli-val e culturas arvenses, com a área de vinte e um mil novecentos e quarenta e cinco metros quadrados, a confrontar de norte e poente com caminho publico, de sul com José Maria Salvado e de nascente com caminho, inscrito na respetiva matriz predial rústica sob o artigo 2 275, atualmente registado na Conservatória do Registo Predi-al de Belmonte sob o número quatro mil cento e oitenta e nove – Caria, no senti-do de passar a constar na mesma que a posse exercida pelos primeiros outorgantes no referido prédio, tem sido em regime de composse com os herdeiros de Manuel Marques Barreiros.----------------------------------------------------Belmonte, 23 de novembro de 2020. Está conforme o original A Notária

António Pinto Dias Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Belmonte, torna público que a Câmara Municipal deliberou, em reunião realizada em 12 de novembro de 2020, proceder à abertura do período de discussão pública relativo aprovação de ORU Programa Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) da Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Belmonte, em restrito cumprimento do

artigo 89.º do Regime Jurídico dos

Instrumentos de Gestão Territorial, publicado pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio. O período de discussão pública tem a duração de 20 dias com início no cinco dia seguinte à publicação do presente aviso no Diário da República, nos termos do n.º 5 do mesmo artigo. O REOT estará disponível para consulta, no sítio eletrónico do Município (http://www.cm-belmonte.pt), na Divisão Técnica Municipal de Planeamento, Obras e Urbanismo do Município, no Museu Judaico, podendo os interessados apresentar as suas reclamações, observações e sugestões por escrito, devendo identificar -se com o nome completo, n.º de contribuinte, morada e n.º de telefone ou e -mail de contacto, da seguinte forma: a) Presencialmente, na Divisão Técnica Municipal de Planeamento, Obras e Urbanismo; b) Presencialmente, no Museu Judaico, Rua da Portela, n.º 4, Belmonte; c) Por correio para: Município de Belmonte, Rua Pedro Álvares Cabral, n.º 135, 6250088 Belmonte; d) Por e -mail para: divisaotecnica@cm-belmonte.pt; e) No sítio eletrónico do Município (http://www.cm-belmonte.pt), através de preenchimento de formulário on-line.

Belmonte e Paços do Concelho, 23 de novembro de 2020 O Presidente da Câmara Municipal, (Dr. António Pinto Dias Rocha)


OPINIÃO

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

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OPINIÃO

Mosaico cultural - Pandemia e Território

Lopes Marcelo

A

Prof. Universitário Penamacor

actual pandemia, pela gravidade e persistência, pode representar uma oportunidade de reflexão e de questionamento sobre as suas graves consequências para quem entenda que não vai voltar tudo à anterior normalidade ou, que a designada normalidade continha muitas irregularidades, imperfeições e contradições. Assim, valorizarmos o que é essencial e tornar mais claras as prioridades que importam a uma sociedade mais digna e justa, porque equilibrada, em diálogo com a natureza e solidária, é responsabilidade de todos. Para focalizar as consequências no território é necessário explicitar o conceito

complexo de território, muito para além da vertente de geografia física, da noção limitada de terreno. Muito mais do que recursos naturais com as suas características de relevo, bacias hidrográficas, fauna e flora, com as inerentes capacidades e lógicas produtivas; o território é o resultado da persistente interacção dos povos que ao longo dos séculos o têm habitado e moldado, gerando comunidades enraizadas e com a sua história, os seus usos e costumes, os seus valores e símbolos, as suas tradições e instituições, num caldo de cultura que se expressa na identidade cultural de cada terra e ou região. O território é, assim, o barco comum onde vivemos e de que dependemos, nele se revelando as marcas do tipo de prioridades, da acção continuada e os efeitos das medidas dos decisores políticos, económicos e culturais. É paisagem humanizada que está sempre em transformação, valorizando e favorecendo as condições de vida das pessoas ou, afectando-as negativamente.

De facto, as pessoas são a componente mais importante do território, mas não são a única. Na vertente da geografia física, a pandemia representa a diminuição da pressão humana sobre os recursos naturais, arrefecendo as causas das alterações climáticas, libertando a natureza no seu curso de renovação vital e de diversidade biológica onde tudo é enraizamento, evolução e interdependência. Representa uma lição de humildade para as pessoas alertando para o que é essencial, que se pode viver com menos, gerando muito menos desperdício e em convívio harmonioso com a natureza, em que o homem não pode persistir como agente predador, sem se por em causa e comprometer seriamente o seu futuro. Lição de humildade e de interdependência que se alarga à vertente social, pois que face a esta pandemia não faz qualquer sentido o individualismo, o egoísmo, a competição do salve-se quem puder de uns contra os outros. A única forma de proteger

alguns é proteger todos. Não há ricos e pobres ou umas classes mais importantes e protegidas que outras. Não há que fugir do território, nem virarmo-nos contra a natureza, muito pelo contrário. Estamos todos no mesmo barco. Uma outra lição que a pandemia revela e que tem consequências no território é o seu efeito sobre os mercados. Note-se que têm sido os mercados a organizar os territórios desequilibrandoos quanto ao povoamento. O mercado distingue, concentra, diferencia, valoriza por critérios de negócio e lucro os recursos e gera desigualdades e assimetrias. Para a lógica e dinâmica dos mercados tem que haver ricos e pobres, territórios atractivos que acumulam e concentram os recursos, mais pessoas e mais lucros, gerando territórios em abandono, de fraco ou nulo interesse para a rentabilidade e lógica lucrativa dos negócios e que pouco a pouco, insidiosa e silenciosamente, vai expulsando as pessoas de vastos territórios. Ora este vírus não distingue quem quer que seja, não respeita classes, é

transversal a toda a sociedade, ataca mais nas zonas concentradas, desorganiza os mercados expondo quanto é injusta e iníqua a apropriação desigual dos rendimentos e quanto estava sendo comprometida a relação de diálogo, de respeito e de comunhão com a natureza. Ao contrário da lógica competitiva e consumista dos mercados, este vírus não ataca o território e a natureza, antes a respeita, devolvendo-nos aos espaços amplos e abertos, alertando para a questão essencial do equilíbrio no ordenamento do território e para a sua sustentabilidade, onde se joga o futuro como casa comum de todos. A pandemia está a parar e a questionar a humanidade. Será que os decisores políticos, económicos e culturais estarão à altura do desafio, com estratégias de médio e longo prazo ou, apenas pensam e actuam a curto prazo, à espera que o pesadelo passe e tudo volte ao que designam por normalidade? A normalidade dos seus valores e interesses?

OPINIÃO

Tempos de Azeitona... e boas práticas! José Manuel Duarte

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Dirigente Associativo

uando se aproximar a época da colheita de azeitona no próximo ano, provavelmente, em todas as aldeias e vilas das nossas Beiras se falará das eleições autárquicas – das escolhas dos cidadãos candidatos às Assembleias de Freguesia, Câmaras e Assembleias Municipais para os mandatos dos quatro anos seguintes. Na época da azeitona deste Outono/ Inverno, apesar do tempo que ainda falta já se pré-anunciam (e compreensivelmente) candidatos ou intenções de vir a concorrer às próximas eleições do Poder Local… Mas se a colheita do precioso fruto da oliveira, em tons mais

verdes ou maduros, é uma “batalha” pacífica, ainda que tantas vezes implique gelar as mãos e todos os cuidados para não cair escada abaixo, já o tempo que antecede a campanha eleitoral para o poder mais próximo dos cidadãos resulta demasiadas vezes – diria ingloriamente – em doentias rivalidades, apressados julgamentos ou injusta avaliação dos factos... Levando a desejar que não fosse esquecida a ética democrática e honestidade política. Naturalmente, que o tempo de eleições autárquicas (tal como a eleição para órgãos do Poder Central – mas não é desses que aqui falamos), é o tempo próprio para fazer avaliações, balanço dos mandatos que terminam e apresentar propostas e programas… Mas será aceitável que a honestidade e a ética sejam esquecidas quando se pretende “tapar o sol com a peneira” e

Quem quer contribuir para mudar o paradigma e as práticas que, tantas vezes, roçam o julgamento de carácter porque isso pode render votos, não poderá hoje deixar de dar desde já o exemplo! Também o exercício do poder local é um importante serviço à comunidade, aos cidadãos que através do voto delegam nos eleitos para durante o mandato – sempre temporário – gerir o interesse público com sentido do bem comum. E quando se trata do interesse público e do bem comum, por certo ninguém sabe tudo e todos não somos demais.

dá jeito falar apenas do que convém? Quem se propõe concorrer nas próximas ou em outras futuras eleições ao Poder Local, desejará ou não que,

quando terminar o seu ou os seus mandatos, seja avaliado pelo seu trabalho, desempenho e dedicação, com honestidade e ética numa justa avaliação do seu, ou dos seus, mandatos?

Deixem-me lembrar aqui o célebre poeta popular António Aleixo: “O mundo só pode ser melhor do que até aqui, Quando consigas fazer mais p’los outros que por ti!”


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Que a distância de hoje nos aproxime mais amanhã.

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CULTURA

Edição 9 - 27 de novembro de 2020

Novo Livro Sobre Caria D

a autoria do professor Vítor Manuel Mendes de Sousa, as Edições Ex. Libris com chancela do “Sitio do Livro” lançaram à estampa uma publicação denominada “Contributos e Reflexões para a História de Caria”. A obra com cerca de 200 páginas, ostenta capa de cartolina dura de alto brilho com arranjo de imagem Filipa da Câmara Pestana, onde figura no primeiro plano Capela de Santo António e no segundo plano o antigo edifício da Casa da Torre. Nos conteúdos o primeiro Capitulo é dedicado às “Origens de Caria”, onde se referem vários registos desde o Alfoz da Covilhã; as disputas entre a Covilhã e os Bispos da Guarda; a fundação de Caria, a origem do nome etc. O segundo capítulo é dedicado à “Evolução da Malha Urbana”, desde o Núcleo Primitivo à Idade Moderna. O terceiro capítulo regista o que denomina de “Novos Contributos”, desde o presumível Foral de Caria, os Itinerários Régios, o registo histórico sobre vários pontos do património histórico, o concelho de Caria, entre outros aspetos. Num quarto capítulo denominado por “Maldades que nos Fazem” o autor refere alguns dados históricos sobre a Estação de Correios e a Estação de Caminho de Ferro, bem como a sua progressiva desativação: Um quinto capitulo com notas soltas, onde Caria é referida,

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A Força do Hábito Nova Peça do Teatro das Beiras

A

em vários episódios da História de Portugal. Por final as notas biográficas antecedidas de um capitulo de “Anexos” com cópias de vários documentos e fotografias que sustentam as discrições do autor. No texto de Sinopse refere-se que “Situar a génese de Caria é ter de procurar na região medieval entre o Côa e o Zêzere; por onde entraram invasores, arrasando,

queimando, saqueando e onde se deram incontáveis avanços e recuos de Cristãos e Árabes… Os escassos registos documentais que resistiram ao passar dos tempos, ao vandalismo e à incúria dos homens, indicam-nos o alvorecer de Caria no antigo Alfoz da Covilhã medieval, feito de terra vasta, que se alargava, aproximadamente do Côa ao Tejo.” jhs

peça “A Força do Hábito” , de Thomas Bernhard, estreou no Teatro das Beiras, na sextafeira dia 20 de novembro. “Garibaldi” é personagem principal do espetáculo, que presta homenagem à gente do Teatro, Circo e Música. Do elenco fazem parte mais 4 atores que desempenham as personagens de “Neta”, “Palhaça”, “Malabarista” e “Domador”. As personagens odeiam-se entre si, não se conseguem entender, mas precisam uns dos outros para poderem tocar todos juntos o “Quinteto da Truta”. Nuno Carinhas, o encenador da peça referiu aos jornalistas que a “A Força do Hábito” retrata a persistência e que é uma excelente metáfora para aquilo que é a vida dos artistas. Referindo que esta peça pode também servir de paralelismo ao que se passa na sociedade, uma vez que “muitas vezes somos forçados a fazer coisas que não nos apetece nada, mas que temos de as fazer por um questão de sobrevivência ou bom senso”. Fernando Sena, diretor do Teatro das Beiras frisou que apesar de terem de alterar os horários das atuações “A Força do Hábito”, é também um exemplo de persistência

uma vez que a companhia tem uma calendarização a cumprir, salientando que também é preciso passar segurança aos cidadãos. “as pessoas têm é de se cuidar” antes de entrar no teatro “porque não consta que tenha havido algum surto nos espetáculos em Portugal”. Ao fim-de-semana as atuações serão às 11h da manhã e durante a semana às 20h45. Com apenas 45 lugares disponíveis, devido às restrições da pandemia, a sala do Teatro das Beiras esgotou no dia da estreia, mas há mais oportunidades para assistir e aplaudir a nova peça do Teatro das Beitras. jhs

GUIA DE FUNDOS DO ARQUIVO HISTÓRICO DE CARIA

Arquivo Fotográfico da Freguesia de Caria E

m outubro de 2015 iniciou-se o tratamento do acervo fotográfico pertencente ao excelentíssimo Senhor Mário Tomás, cidadão natural e residente na vila de Caria que, gentilmente, cedeu para digitalização à Biblioteca Cantadeiras de Caria. Grande parte deste precioso arquivo deve-se ao excelentíssimo Eng. Lourenço Moura (fotografo amador), natural de Caria, residente em Aveiro. Lourenço Moura durante as visitas a Caria foi registando imagens fotográficas que mostram a evolução desta vila e arredores nas suas múltiplas vertentes sociais. O acervo é constituído por fotografias que exibem a realidade social, económica, politica e religiosa não só da Vila de Caria, mas de grande parte do Concelho de Belmonte. Devido ao crescente interesse pelas fotografias, tornou-se indispensável reavaliar o arquivo e, consequentemente, proceder-se ao seu tratamento e elaboração do seu quadro de classificação.

da sua divulgação. Planeamos, pois, o seu acondicionamento em suporto digital, estamos convictos de que este processo permitirá a sua preservação e, sobretudo, agiliza a sua disseminação de forma mais assertiva a públicosalvo, potencializando fontes de informação e novos clientes. O arquivo fotográfico é constituído por cerca de 1000 fotografias no seu conjunto total repartido por dois fundos de acordo com a proveniência da documentação. FUNDOS Estrutura do plano de classificação O plano de classificação de fotografia encontra-se estruturado em cinco níveis hierárquicos, que agrupam a informação de uma forma lógica e intelectual: Classes , Subclasses, Séries, Subséries, Subsubséries. O plano foi estruturado de modo que no topo se identifica e descreve o objeto inteiro, e quando vamos descendo na hierarquia de classificação encontrando subgrupos de imagens, até à imagem individual.

Foto de Lourenço Moura, retirada do seu blog Temas de suporte: Jardins A.-Acidentes, Temporais e K.- População/Rostos Vandalismo A.- Meios de Transporte B.- Acontecimentos Oficiais B.- Equipamentos C.- Património C.- Diversas D.- Festas Populares e Religiosas Para o presente plano de E.- Ensino classificação foram tidas em F. - Associações e Coletividades conta as legendas e a descrição G.Atividades Culturais, que acompanhavam as coleções Recreativas e Associativas fotográficas. Criaram-se, pois, H- Usos e Costumes condições técnicas para o I.- Atividades Económicas seu tratamento, quer do seu J.Casas/Ruas/Praças/Largos/ tratamento e conservação, quer

Os fundos a saber são: - Fundo Mário Tomás & Lourenço Moura (MT&LM) - Reúne a esmagadora maioria até à data, das fotografias que compõem o arquivo fotográfico digital e - Fundo Biblioteca Cantadeiras de Caria (BCC) -Reúne fotografias que se desenvolvem no âmbito do plano de atividades da Biblioteca e Junta de Freguesia Caria. accmax


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ASTROLOGIA

HORÓSCOPO Mês de dezembro

POESIA Maria de Nazaré Ferreira Gonçalves (Naná)

seu par e ultrapassar situações que tenham surgido. Financeiro: Embora possa sentir algum apoio ele virá de quem não esperava. Alargue horizontes para realizar as suas tarefas e se for o caso alargue a rede de contactos. Saúde: Sensação de alguma ansiedade

CARNEIRO (21/03 a 20/04) Amor: Nesta fase vai sentir-se bem e alegre e terá vontade de gritar ao mundo a sua felicidade. Momento de assumir algo para o futuro. Os solteiros terão uma boa nova, Financeiro: A fase é de uma postura de vanguarda nos seus projetos, sucesso nos seus objetivos. Ambiente positivo entre colegas. Saúde: Vitalidade e boa disposição. TOURO (21/04 a 21/05) Amor: Estará muito voltado para o lar e para projetos de reorganização na casa e na família. Estará reunida (o) com amigos. Momentos de alguma paixão estarão presentes neste período Financeiro: Fase muita ativa no trabalho que exigirá de si muita criatividade para manobrar o excesso de trabalho. Ainda algumas dúvidas em relação a escolhas profissionais. Saúde: Tendência stress. (GÉMEOS) (22/05 a 21/06) Amor: Área muito agitada esta semana. Muitas saídas e convívios, rever amigos. Altura de conquistar se estiver solteira (o), o momento é de grande atração física Financeiro: O período está muito favorável a negócios e a realizações que já espera faz algum tempo, no entanto seja discreto no que fala aos outros. Saúde: Fase positiva, mas modere os exageros CARANGUEJO (22/06 A 23/07) Amor: Fase um pouco oscilante, procure conselhos nos mais velhos ou nos mais experientes. A família exigirá mais atenção, mas evite a rotina e crie um ambiente romântico. Financeiro: Será tranquilo sem grandes acontecimentos. Mas deverá estar recetivo a mudanças ou propostas diferentes. Momento positivo a assinar contratos. Saúde: Deverá cuidar da sua alimentação LEÃO (24/07 a 23/08) Amor: Haverá muitos eventos para partilhar com o seu par. Tudo que necessita resolver, irá conseguir, mas siga o seu coração. Evite criar atritos por razões superficiais Financeiro: Poderá surgir uma boa proposta ou situações muito positivas para o seu futuro. Analise-as com ajuda de quem tem mais experiência ou mais conhecimento nas entrelinhas dos contratos Saúde: Deverá evitar açucares. VIRGEM (24/08 a 23/09) Amor: Período em que o diálogo e a compreensão poderá ajudar a entender-se com o

Natural de Alcaria, viveu em Tortosendo e emigrou para França aos 12 anos com seus pais. Viveu entre os dois países, até mais tarde vindo a fixarse definitivamente no país de origem. Estudou literatura na Institution St. André em Angouléme (France) Escreve poesia, desde muito jovem. Tem quatro livros de poesia e contos editados e conta participações em várias coletâneas. Participou durante quatro anos no programa de Paula Charro no programa “Idade Maior” da RCB Declama com frequência poesia em escolas e lares.

BALANÇA (24/09 a 22/10) Amor: Momento de cuidar da família de conversar e estabelecer metas com os filhos. Familiares de mais idade também exigirão a sua atenção. Financeiro: Fase positiva, no entanto defina prioridades e resolva uma tarefa de cada vez. Deverá ser muito firme nas suas decisões e evitar dúvidas. Saúde: Favorável a consultas de rotina. ESCORPIÃO (23/10 a 22/11) Amor: O momento colocará a sua sensualidade em alta mas o momento não é para agir, mas para controlar. Se iniciar um relacionamento modere as expetativas. Financeiro: Grande capacidade de trabalho, estará mais ágil e vital. No entanto não se conseguirá mover muito no presente, deverá fazer associações com as pessoas certas. Saúde: Momento para descontrair. SAGITÁRIO (23/11 A 21/12) Amor: Aproveita a conjuntura e usufrui da compreensão e apoio do teu par. Se iniciares uma relação passarás momentos inesquecíveis e poderás partilhar-lhos com quem amas Financeiro: Fase de realização profissional e romântica, evita o entusiasmo pois poderás gastar mais do que precisas. Estarás focada e determinada nos objetivos. Saúde: Fase para ter cautela com a garganta. CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/01) Amor: Tendência a sentir-se ansiosa (o), pondere o que quer e o que diz. O tempo faz milagres, deixe-o trabalhar e seja mais compreensiva (o) com o seu par, siga o que sente. Financeiro: Período positivo, mas sentirá que trabalhará muito para conseguir algo simples. Confie nas suas aptidões e capacidades e verá resultados muito positivos Saúde: Fase com tendência a alergias. AQUÁRIO (21/ 01 a 19/02) Amor: Momento positivo na relação, muita cumplicidade, mas evite ouvir os outros. Conquistas e convívios agradáveis. Uma boa noticia chegará de repente. Financeiro: Muitas questões que estavam a incomodar serão resolvidas. Evite ouvir más -línguas pois influenciarão negativamente o seu trabalho. Saúde: Fase de tratar da sua saúde. PEIXES (20/02 a 20 /03) Amor: Apesar das contrariedades e das angústias na sua relação o seu par e família serão um grande pilar, isso deixará muita alegria e serenidade no seu dia a dia. Financeiro: Fase para não desistir com as adversidades e deve ser firme humilde e mais focado nos seus assuntos profissionais. Aceite ajuda, mas não se precipite nas escolhas. Saúde: Fase de cansaço

TER TEMPO

Vou seguindo em frente Vivendo momentos, Dentro dos meus momentos. Tento consertar onde pequei, Intensificar os pensamentos Guardar o tempo suficiente Para dizer vida, “Te amo”

NanáG.

Escritor do mês, na Biblioteca de Belmonte Chloë & Mick Ipken

M

ick Inkpen é um dos mais populares autores/ilustradores do mundo. As suas histórias estão traduzidas em mais de 20 línguas diferentes e já vendeu mais de 4 milhões de exemplares. Ganhou o Children’s Book Award e o British Book Award duas vezes. Só começou a dedicar-se aos livros infantis depois de ser pai.

Chloë Inkpen, sendo filha de Mick Inkpen, cresceu rodeada de livros ilustrados e tem um dom natural para contar histórias. O amor pela escrita e pela arte fê-la trocar um curso de Inglês por uma licenciatura em ilustração, artes gráficas e fotografia na Escola de Arte de Glasgow. Especializou-se em ilustração de livros infantis e ficou em segundo lugar no Prémio Macmillan para Ilustração, em 2008.

Bibliografia:

- Zoe e o Beans: A Lista de Natal da Zoe - Eu Vou Sempre Gostar de Ti


NECROLOGIA

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NECROLOGIA LAURINDA DA CONCEIÇÃO SOUSA DA SILVA RAMOS 09 de dezembro de 1946 07 de novembro de 2020 73 anos BELMONTE

VALENTINA DOS ANJOS SOARES 22 de junho de 1926 13 de novembro de 2020 94 anos

MAÇAINHAS, BELMONTE

ANTÓNIO MANUEL DIREITO RODRIGUES 25 de julho de 1958 22 de novembro de 2020 62 anos Natural de vila do Carvalho . Covilhã residente no Canadá

David Dos Santos Silva 04 de janeiro de 1936 11 de novembro de 2020 84 Anos

Vale da Senhora da Póvoa

JOSÉ DO NASCIMENTO MENDES

Honorata De Jesus Marques

25 de março de 1927 15 de novembro de 2020 93 anos

Proença Cavalheiro

BELMONTE

JOAQUIM PIRES LEAL 13 de fevereiro de 1934 18 de novembro de 2020 86 anos

26 de outubro de 1939 18 de novembro de 2020

Penamacor Ana de Jesus Nave

01 de fevereiro de 1946 25 de novembro de 2020 74 anos

INGUIAS, BELMONTE, CASTELO BRANCO

BELMONTE

Manuel Gama 23 de novembro de 1938 09 de novembro de 2020 81 anos

BELMONTE

Graciosa de Jesus Canhoto 12 de dezembro de 1934 10 de novembro de 2020 85 anos

COLMEAL DA TORRE, BELMONTE Miguel Carrasco Ribeiro 05 de outubro de 1934 04 de novembro de 2020 86 Anos

Aldeia do Bispo de Penamacor

CARTÓRIO NOTARIAL DE BELMONTE ANA MARGARIDA CARROLA

NOTÁRIA

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que foi lavrada, no dia cinco de novembro de dois mil e vinte, neste Cartório Notarial de Belmonte, a cargo da notária privada, Ana Margarida Silva Carrola, no livro de notas para escrituras di-versas número sete, de folhas cem a folhas cento e um verso, escritura de Justifica-ção, na qual, Amílcar de Jesus Rita dos Santos e mulher Fernanda da Conceição Nascimento Cortinhas Santos, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Dr. Francisco Pissarra de Matos, n.º 32, 2º esqº, 6300-693, na Guarda declararam ser donos e legítimos possuidores, do seguinte prédio, na união de freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre (anteriormente na extinta freguesia de Colmeal da Torre), concelho de Belmonte e não descrito na Conservatória do Registo Predial de Belmonte: Rústico, sito ou denominado Torre, composto de oliveiras e cultura arvense, com a área de quatrocentos metros quadrados, a con-frontar de norte e poente com Natália da Fonseca, de sul com Benjamim dos San-tos Cortinhas e de nascente com Luís Cândido, inscrito na respetiva matriz predial rústica sob o artigo 2 778 (anterior artigo 1409 da extinta freguesia de Colmeal da Torre). Que o prédio ora justificado veio à posse deles justificantes, no ano de mil novecentos e noventa e nove, data em que entraram na posse do mesmo, no estado de casados, por compra meramente verbal a Leopoldina Clara Costa, viúva, resi-dente em Colmeal da Torre, à qual por sua vez o havia adquirido, em data que não podem precisar, por partilhas meramente verbais por óbito de sua mãe Ana Clara, viúva, residente que foi em Colmeal da Torre. Que dada a forma de aquisição, os justificantes não têm título formal que lhes permita requerer o registo a seu favor. Que assim se encontram, na posse do mencionado prédio, há mais de vinte anos, tendo desde essa data, usufruído do referido imóvel, cultivando-o, tratando-o, colhendo os frutos, suportando e pagando as respetivas contribuições e impostos e retirando do mesmo todas as utilidades possíveis. Que, nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma pos-se pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriram o referido prédio por usucapião, o que invocam para efeitos de primeira inscrição no registo predial. Belmonte, 05 de novembro de 2020. Está conforme o original

O CORREIO DE CARIA Expressa as mais sentidas condolências às famílias enlutadas.


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REGIÃO

Penamacor

Carlota e Pina Ferraz. A vida, o sonho, a obra

A

situação actual impediu a apresentação pública, de um livro que marcará uma etapa na vida de Maria João Cunha, licenciada em Ciências da Educação, uma jovem de 34 anos de idade, nascida e criada na vila de Penamacor. “Desafiada” a fazer um trabalho de investigação, de duas figuras que se evidenciaram na vila de Penamacor, a jovem autora não se fez rogada e meteu mãos à obra. O resultado está à vista. Um volume de 601 páginas profusamente ilustrado que contém informação detalhada das vidas do casal Pina Ferraz e Carlota Pina, bem como do legado que deixaram, nomeadamente o Instituto Social Cristão Pina Ferraz. – “Desde o dia em que me foi feito o convite, até à apresentação do livro, decorreram cinco anos”-- diznos a autora. É a sua primeira obra impressa em livro. Antes, já havia publicado dois manuais escolares num projecto destinado a Timor. Esta obra levou-a a consultar vários milhares de documentos, livros e jornais. “Hoje já beneficiamos das bibliotecas online, apesar disso fiz muitos quilómetros e visitas de norte a sul do país. A norte fui à biblioteca de Póvoa de Varzim. Ao sul fui ao Arquivo Distrital de Faro. Aldeia das dez, Sortelha e Oliveira do Conde, foram outros dos diversos locais onde fui recolher informação sobre Carlota e Pina Ferraz”. Neste

mais informação e, logo que haja condições, promover um encontro com todos no Instituto. O livro já se encontra disponível no Instituto Cristão Pina Ferraz. Os 600 exemplares não vão chegar para todos os que conheceram a Dª. Carlota, e pretendem saber mais sobre a

sua extraordinária obra social. Este livro de peso (2,200 Kg) tem a devida correspondência em qualidade e informação. A Maria João Cunha, António Tomás Henriques, o Instituto Pina Ferraz e Penamacor podem orgulhar-se desta obra.

António José Tomás Rodrigues Henriques, administrador executivo do Instituto Social Cristão Pina Ferraz, está manifestamente satisfeito com o trabalho realizado por Maria João Cunha. “Este é o primeiro trabalho da Maria João, pois vai ter outro a seguir, que é exactamente recolher daqueles que por aqui passaram, o sentido da sua presença, se fez ou não sentido,terem passado por aqui, no nosso contributo para as suas vidas”. António José acrescenta,” Isto é importantíssimo também para os nossos técnicos, que hoje estão aqui, perceberem o

bem que fazem, e que às vezes o esforço que se lhes pedem, quase desumano em certos dias, tem uma razão de ser. E tem uma razão de ser até para a própria obra que existe há quase 70 anos tem que ser dignificada por tudo o que fez e não é esquecido. Não é um trabalho como outro, o trabalho destas instituições tem que ter uma identidade, com rostos, com gente. Maria João fez esta recolha tremenda, um trabalho fantástico, que vai dar origem a outros, com certeza”.

Opinião do mentor do livro

percurso de investigação teve momentos de verdadeira alegria. “Quando encontramos um documento inédito fazemos uma festa, ora eu encontrei centenas deles o que me motivou mais a trabalhar”. Agora está a catalogar todo o espólio do arquivo da casa, de modo a poder ser consultado por todos os que tenham esse interesse. Maria João revelanos que encontrou em sua casa uma agenda onde registava alguns pensamentos. “Não é

que fui encontrar uma nota que dizia que alguém devia fazer um trabalho sobre a Dona Carlota ! Sempre tive curiosidade em perceber esta historia. O Instituto foi sempre uma presença aqui na nossa comunidade. Quem diria que seria eu a fazer esse trabalho!” Manifestamente satisfeita pelo trabalho realizado , a jovem escritora, já está a organizar o arquivo e vai contactar os alunos que passaram pelo Instituto, de modo a recolher

Sabugal Celebrou Dia do Concelho

N

o dia 10 de novembro, o Sabugal assinalou o Dia do Concelho, marcando os 724 anos da confirmação do foral do Sabugal, por D. Dinis, a 10 de novembro de 1296. Dado o agravamento da situação e das medidas excecionais provocadas pela pandemia, o programa previsto para as comemorações foi cancelado tendo o Município optado por uma cerimónia mais restrita.

Na sessão solene, para além dos funcionários que foram homenageados com a Medalha de Bons Serviços e Dedicação, os funcionários e membros do executivo aposentados, estiveram presentes a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira. Era intenção do executivo municipal, este ano, prestar um tributo ao poder local, evocando a importância das autarquias e dos autarcas no desenvolvimento local. Na sua comunicação, o presidente da Câmara António Robalo disse que “lamentamos não poder celebrar o Dia do Concelho conforme regularmente acontece, mas estamos convictos que no próximo ano iremos retomar as celebrações com a dignidade e o empenho desejável e que a efeméride merece”. Salientando que “muito deve o concelho a cada um dos presidentes de Câmara e da Assembleia Municipal eleitos desde 1974 até hoje. Cada um dos

presidentes, coadjuvado pelos vereadores, exerceu o poder defendendo e implementando a sua visão estratégica no sentido de dotar o concelho e as populações de qualidade, em função dos contextos e das opções praticáveis: cada um fez o melhor que podia nas circunstâncias do seu exercício”, referiu o edil. Na informação atualizada a 20 de Novembro, sobre o Covid 19, o concelho do Sabugal registava: 125 casos confirmados; 85 casos ativos; 38 casos recuperados e dois óbitos. Num comunicado de dia 18 novembro, António Robalo apelou que “é muito importante a solidariedade de todos para com todos; fazer juízos de valor ou de intenção sobre infectados, muitas vezes exponenciados nas redes sociais, não é certamente algo que nos dignifique”.. Apelando ainda que “sejamos, pois, misericordiosos com os que sofrem e implacáveis com o vírus!”.

JOLON


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