Boletim 131 do Mensageiro da Poesia

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Mensageiro da Poesia - 1 Novembro/Dezembro 2015

O nosso patrono Pág. 5

Mensageiro da Poesia Associação Cultural Poética Bimestral - n.º 131 Novembro/Dezembro 2015 Anuidade 20€

Poeta do mês Manuel Martins Nobre

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XVII Aniversário

do Mensageiro da Poesia


Nota de Abertura

Novembro/Dezembro 2015

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Natal de Refúgio e Salvação Esta edição do Mensageiro da Poesia surge numa ocasião em que os cheiros e aromas do Natal, nos invadem com a sua mística de Alegria e Fraternidade. Porém os media trazem-nos todos os dias notícias de ódio com atentados bárbaros e izecráveis que ceifam vidas de inocentes. Mostram-nos multidões de refugiados com mulheres e crianças aos gritos, descalços e famintos, fugindo de mais uma guerra estúpida, como estúpidas são todas as guerras da humanidade. Famílias, que à semelhança de José e Maria, fogem à tirania dos invasores e pedem exílio a outros povos. Multidões que se atiram ao mar em pequenas embarcações, abrançando a morte no naufrágio, quando buscam a salvação do terror da guerra.

Por isso, apesar dos dias cinzentos, curtos e sombrios que a humanidade atravessa nestes nossos dias, a Poesia enquanto arte da palavra e do génio humano, é a forma de restituir a esperança numa Primavera que um dia virá. Que este tempo de Natal seja de celebração da Poesia e ao mesmo tempo uma ocasião para nos interpelar sobre o sentido poético do Natal, na redenção dos homens para acolher e salvar os seus irmãos em fuga. Um tempo que nos devolva a esperança num Mundo mais Solidário, mais Feliz e mais Fraterno. Jorge Henriques Santos

Um virar de página Depois de um ano de intensa actividade, como foi 2015, eis que estamos a virar mais uma página, com a entrada do novo ano de 2016. O Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética, convicta do importante papel que desempenha na cultura poética do seu país, continua contra ventos e marés na sua senda, de dar a conhecer os trabalhos dos seus associados, quer no nosso Boletim, nas Tertúlias Poéticas, nas Antologias, como nos diversos eventos realizados ao longo do ano. Sabemos que o trabalho que tem sido feito é um orgulho para todos nós mas queremos ir mais além, quatro décadas após o 25 de Abril, que nos restituiu a própria alma, e em que todos sentiram o importante sopro da liberdade, quando a liberdade passou por aqui, e a pátria deu saltos em frente, quando o povo transformou a melancolia numa festa de júbilo, estilhaçando a feira cabisbaixa em que as

forças do pavor nos haviam transformado, nada justifica que nos alheemos dos nossos sonhos, recusando admitir a importância do que está em jogo. E o que está em jogo é submissão a uma ideologia nefasta (pelo que se tem visto e sentido) a total perda da nossa soberania, a rendição da nossa dignidade, da qual não abdicaremos. Não há alternativa: ou se luta ou se capitula. O ano que nos espera pode vir carregado de perigos e ameaças, mas também da exultação, que estimula e move todos aqueles que acreditam em si mesmos, sabendo que não há conquistas sem luta, nem lutas sem tormentos. Tudo isto para dizer que o Mensageiro da Poesia está nessa luta, de continuar como até aqui, arreigado aos seus ideais poéticos. Que o ano de 2016 nos traga a todos ventos de bonança, para que possamos levar o barco a bom porto, são estes os votos sinceros deste mensageiro. Arménio L. F. Correia

Ficha Técnica: Tipo de publicação Bimestral - Propriedade: Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética Rua dos Vidreiros, Loja 5 Antigo Mercado de Amora - 2845-456 Amora - Portugal • E-mail: mensageiropoesia@gmail.com • Director: Jorge Henriques dos Santos • Director Adjunto: Luís Fernandes - Sócio Fundador • Colaboram nesta edição: Donzília Fernandes, Manuela Lourenço, Preciosa Jacinto, Lurdes Emídio, Adelaide Palmela, Luís F. N. Fernandes, Maria Laurinda, Damásia Pestana, Arménio Correia, Nelson Carvalho, Laura Santos, Piedade Vaz, Maria Catarina Silva, Francisca São Bento, Lúcia Pereira, Lúcia Carvalho, Bia do Táxi, Armada Rosa, Zé Bento, Dolores Carvalho, Ana Santos, Manuel Sapateiro, Dionísio Lucas, Hermilo Grave, António Bicho, Helena Moleiro, Margarida Moreira, Joana Mendes, José Manuel Jacinto, Ivone Mendes, Sónia F. Vitorino, Danny Fernandes Freitas, Jorge Henriques Santos, Manuel Martins Nobre, Maria Vitória Afonso, Herminia Silva e José Frias • Isenta de Registo na ERC ao abrigo do disposto no Decreto Regulamentar n.º 8/99 de 9/06, art.º 12.º, n.º 1 a) • Depósito Legal: 3240411/06 • Tiragem: 300 exemplares Paginação / Impressão / Acabamento: Tipografia Rápida de Setúbal, Lda. • Travessa Gaspar Agostinho, N.º 1 -2.º 2900-389 Setúbal Telef.: 265 539 690 Fax: 265 539 698 • e-mail: trapida@bpl.pt


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Próximas actividades Tertúlia Poética: O Mensageiro da Poesia vai dar início às suas actividades no dia 24 de Janeiro (Domingo) pelas 15, 30 horas, com a sua primeira Tertúlia Poética de 2016 na nossa sede, certos de uma boa participação dos nossos associados. Dia dos namorados: Dia 14 de Fevereiro de 2016, (Sábado) pelas 15,30 horas, o Mensageiro da Poesia leva a efeito um convívio poético, assinalando o dia de S. Valentim, Dia dos afetos e dos Namorados, em local a indicar. Dia Internacional da Mulher: Dia 8 de Março 2016 (Domingo). Como vem sendo hábito, este dia será festejado pelo Mensageiro da Poesia com pompa e circunstância, com a exposição de poemas decorativos alusivos à mulher, com poesia e fado, em local a indicar. Dia Mundial da Poesia: dia 21 de Março de 2016, (Sábado) o Mensageiro da Poesia está a ultimar também os preparativos para festejarmos este dia.

Destaques nesta edição: • Á Conversa com Teresa Simões - Pág. 9 • Tertúlia Poética - Pág. 11 • Cantinho do Escritor - Pág. 17 • Lançamento da XVIII Antologia do Mensageiro da Poesia - Pág. 15 • Lançamento do livro de Damásia Pestana - Pág. 25 • Cristina Videira- Pág. 27

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Vida Associativa

A Direção do Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética, deseja a todos os associados familiares e amigos Festas Felizes

Quotas de 2016 Caros associados (as) Para que o Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética possa realizar todos os eventos culturais, que fazem parte do seu programa de atividades, e mantermos o nosso boletim, é necessário que encontremos da vossa parte todo o incentivo, para dar continuidade ao nosso trabalho. Para que tal aconteça, apelamos a uma maior participação de todos, sem esquecer o pagamento das quotas, uma vez que, sem elas e sem a vossa presença nos eventos, torna-se mais difícil enfrentar os obstáculos com que nos deparamos no dia a dia. O Mensageiro da Poesia-Associação Cultural Poética, desde 1998, data da sua fundação, tem vindo a fazer o melhor que pode e sabe, em prol da cultura, com a divulgação dos trabalhos dos seus associados, quer através do nosso Boletim, das Antologias Poéticas, dos eventos que realizamos comemorando datas de maior destaque, ou ainda nas nossas Tertúlias Poéticas. Para que seja possível dar continuidade a este trabalho, é indispensável a vossa colaboração. Assim a liquidação das quotas deverá ser efetuada atempadamente, por vale postal, cheque, ou através de depósito bancário, na conta do Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética, no Banco Montepio Geral, NIB: 0036002299100077597 96. Recordamos que a quota tem um valor anual de 20 € (vinte euros) Gratos pela vossa colaboração A Direcção


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Apoios: UNIÃO DAS FREGUESIAS DE SEIXAL, ARRENTELA E ALDEIA DE PAIO PIRES

CLUBE RECREATIVO DA CRUZ DE PAU

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Mensagem Poética Olá! Meus Amigos(as) Sócios(as) Família do Mensageiro da Poesia, Aqui estou a dar continuidade a este espaço, que generosamente me foi concedido, continuo muito grata e vou fazer os possíveis por o merecer, durante alguns meses, o que me dará a oportunidade de partilhar com vós algumas das minhas humildes e singelas mensagens... do que vou vivendo e sentindo na vida e no meu universo poético, cedendo depois naturalmente este espaço a outros que mostrem vontade de o usufruir de igual modo. Sendo isto uma Associação, justo será que todos dêem o seu contributo expondo os seus ideais. Assim e porque se aproxima os dias Invernosos e mais frios, espero que os vossos corações continuem a ser aquecidos com o calor da paz e do Amor, de que tanto se fala nesta época Natalícia, que não tarda em chegar. Para muitos, sobretudo as crianças, será de expectativa pelas desejadas prendinhas, para outros a aflição de os euros não esticarem para o que desejariam. Mas os que mais me sensibiliza são os idosos, que ficaram esquecidos, por vezes mesmo abandonados, durante o ano inteiro e chega finalmente a altura de receberem a tão desejada visita de alguns familiares, que se dignam mostrar, que fica bem na fotografia, pelo menos no Natal aparecerem. Para outros ainda, no qual me incluo, não há lareira acesa que aqueça o frio na alma da saudade e da falta, que se sente dos entes queridos, sobretudo dos que partiram tão antecipadamente. Com toda a euforia , luz, calor e doçuras, desta época não chegam para nos aquecer e adoçar o coração, resta-nos o instinto poético para colorir um pouco o cinzento que teima em assombrar-nos nesses dias. Digo-vos, bendita a hora que há 17 anos faço parte desta família Poética, Bem haja Luís e Donzilia Fernandes, mentores e fundadores desta Associa-

ção. Corações generosos e puros, tão raros nos nossos dias, que nos permitem esta partilha de emoções . Resta-me desejar a todos(as) umas Festas Felizes, que o Novo Ano nos traga mais estabilidade e esperança no futuro. Um doce Abraço embrulhado de Poesia. Até para o Ano , Bem Hajam. Manuela Lourenço

Natal Está o Natal a chegar Mais um Ano que chega ao fim, Os cabelos a branquear E muita saudade em mim. Para muitos é festa e alegria Euforia e emoção… Para outros é melancolia E mágoa no coração. Nesta época Natalícia Que muitos querem festejar Esquece-se mais a malícia Há mais vontade de dar, Quem dera que todo o Ano Dar de si fosse normal Mostrar mais o lado humano Ser todos os dias Natal. Manuela Lourenço


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Poeta do Mês

Manuel Martins Nobre Manuel Martins Nobre nasceu a 8 de Julho de Alentejanos, formaram o de 1942, na Freguesia de S. Teotónio, concelho Grupo Coral Operário Alentejano, que hoje é das Paivas, e de Odemira. Logo em miúdo começou a trabalhar nas vá- ao qual ainda pertence. Quando saiu da Lisnave, foi rias áreas da agricultura, guardar o gado, ceipara guarda noturno, foi aí que começou a far trigo com uma foice, cavar milho com uma ter mais tempo para se dedicar à poesia, têm enxada,aos 18 anos foi trabalhar para a conssido publicadas algumas poesias suas no diátrução civil, na barragem de S. Clara. Cerca dos vinte anos foi para a tropa obrigatória, esteve trinta e três Largo de S.João em S. Teotónio meses, em Évora e Beja, tirou a especialidade de corneteiro e tocava na fanfarra do R.I.3. e foi aí que se apercebeu que tinha jeito para a poesia, muitos amigos lhe pediam para ele fazer versos para mandarem às namoradas e sempre lhe diziam que estavam bem-feitos. Saiu da tropa em 1966 e regressou à construção civil, na profissão de carpinteiro, trabalhou em Lagos, Odemira e Lisboa. Em 1972 foi para Lisnave onde trabalhou 14 anos. E em 1975 ele, com um grupo rio do Alentejo, quando co conheceu o mensageiro da poesia, associou-se, é no boletim do mensage geiro que também tem p publicado alguns poem mas, neste boletim vai p publicar as primeiras d décimas que se record da ter escrito. Casou-se aos 27 a anos, tem um filho e uma filha e três lindas netas, que são a mãe da sua alegria.


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Olá Pai Natal Olá Pai Natal Assim eu dizia Quando era criança. Traz-me alegria Algumas prendinhas E muita esperança. Assim fui vivendo Sempre na ilusão E com muita fé. Esperava ansiosa Que à noite descesses Pela chaminé. Logo de manhã Saltava da cama Pra ir à cozinha. Meus olhos brilhavam Quando tinha lá A minha prendinha. E foi sempre assim Até atingir Os meus doze anos. Como eu fui feliz Meu bom Pai Natal Durante esses anos. Fiquei muito triste Quando alguém me disse Que as minhas prendinhas. Eram oferecidas P’los familiares E as minhas vizinhas. Mas não me importei Porque para mim Todos os Natais. Nada mudariam E para mim seriam Para sempre iguais. Hermínia Dias da Silva

Natal... É tempo de festejar o Deus Menino Vinte e cinco de Dezembro foi o dia escolhido para relembrar e festejar O nascimento de um menino. Mas ao certo ninguém sabe o dia exato em que ele nasceu Nasceu pobre e nu. Nus nascem todos os meninos sejam pobres ou ricos. Mas este era mesmo muito pobre, tanto que, foi nascer numa gruta, e depois deitado num berço improvisado, com palhinhas. Sem roupa para vestir foi aquecido, pelo bafo quente de alguns animais que se encontravam nessa gruta. Chamaram-lhe Jesus. Este menino foi crescendo como todos os meninos, mas havia nele algo de muito especial e diferente dos outros. Tão diferente que impressionava quem o via ou ouvia Jesus fez-se homem e com as suas palavras, dizia que teríamos de ser todos iguais Foi condenado injustamente, porque não lhe perdoaram o seu desejo de haver igualdade para todos. Por engano ou por inércia de alguém que daí lavou as suas mãos e as limpou muito bem a uma toalha foi condenado à morte Morreu pregado numa cruz. Lúcia de Jesus Pereira


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O verdadeiro sentido do Natal Na minha infância o que mais me marcou positivamente, eram os nossos Natais. Porque eram vividos com uma simplicidade e humildade próprios de quem era pobre mas feliz. Ainda hoje o recordo com um gostinho a saudade. Em casa o Natal era sentido com uma intensidade que contagiava toda a família. A começar pelo cheirinho às doçarias de Natal, o bacalhau, mesmo sem muita fartura, não faltava na mesa e as batatas e pencas eram cultivadas pelo meu Pai e era eu que as ajudava a plantar no quintal. Tudo isso tinha sabor, era diferente e mais apetitoso. Ainda recordo que na sementeira, o meu pai partia um pauzinho “ Bitola “que era a medida para definir a distância entre uma semente e a outra. Não podia falhar, senão havia safanão. , O frio às vezes era um problema, então o meu Pai fazia umas brasas numa lata e colocava-a na entrada da sala de jantar. Depois de comermos, ninguém se levantava da mesa, jogávamos ao rapa e às cartas, até há meia-noite, Só depois é que era colocado o sapatinho mais usado em cima do fogão, para o Deus Menino colocar nele um presentinho. No dia de Natal, logo de manhã cedinho, eu era a primeira a levantar-me para espreitar o fogão. Lá estava o tão esperado presente: umas meias, uma peça de roupa que fazia falta... só que nunca era o que eu pedia “um livro de histórias“, porém eu compreendia e a tristeza passava logo, e ia agradecer o meu presente ao Menino Jesus do meu presépio. O meu Pai era carpinteiro e também “cascateiro” fazia lindas cascatas de S. João, com um dom que o tornava Mestre na Arte Popular. Por isso o nosso Presépio era o mais bonito das redondezas, vinha muita gente ver o nosso enorme presépio que até tinha “neve”. Acompanhava o meu Pai ao pinhal a apanhar musgo para o presépio, com o qual faziamos os montes que rondavam a cabana do Menino. Bem como ramos de Austrália que ele pincela-

va um verniz, enquanto eu desfazia esferovite em bolinhas que depois divertidamente atirava para os ramos, onde deslizavam e se colavam, parecendo neve de verdade. Os anos foram passando e as recordações ficaram nas memórias de Natais simples mas com grande significado que me marcaram para toda a vida. As crianças de hoje não conhecem o verdadeiro Natal, sem egoísmo, maldade e o fanatismo de um consumismo doentio, que destrói a beleza do Natal. Todos os anos recordo as palavras sábias de meu Pai que me dizia que para viver o Natal tem que ser sentido no coração e com um pouco de fantasia de criança, porque o sonho comanda a vida. Uma memória que também recordo da minha Infância com carinho, era o passeio que a família dava à noite pelas ruas da cidade do Porto na época natalícia, para admirarmos as ruas enfeitadas e iluminadas. As minhas irmãs divertiam-se a ver montras e imaginavam comprar tudo. Eu, com apenas sete ou oito anos, dava a mão ao meu Pai e sonhava a relação do tamanho real dos monumentos e das pontes, com as que ele criava em miniatura na sua “cascata de S. João”. Ficava fascinada e “bebia“ toda aquela beleza colorida que enchia a alma e me fazia sentir feliz. Ainda hoje recordo muitas ruas iluminadas, que me fizeram sonhar nesses Natais. Comparo com enorme tristeza os dias de hoje, em que muitas famílias passam a época Natalícia em compras dentro dos Centros Comerciais e perderam a magia e o encanto que tem o verdadeiro sentido do Natal. Ana Santos


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O Natal do Idoso Velha frase rude e fria Dorme nas ruas em marzia Naquela pedra tão fria Junto dessa freguesia Sem distinções de raça Mete dó a quem ali passa Vai à sopa áquela praça Sem que alguém nada faça Tem o operário e doutor Nem sempre lhe deram valor O olhar de desespero e dor Morreu quem lhe dava amor Quando a solidão pactua Faminto de alma nua Esta vida deixa de ser tua Vê dorme na tua rua Na noite escura e fria Sim serás velho um dia Nem tudo para ti sorriu Quem me amava já partiu. José de Frias

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Saudação Natalícia Aqui o Danny, nesta vigília Na Suíça, saúdo fraternal, Meus avós Luís e Donzília, Que vivem longe em Portugal! Quero dizer com afecto, Afecto, que aqui difundo, Que vos ama vosso neto, Avós mais queridos do mundo! Digo mais com dedicação, Aliás, é a minha justiça, Natal é esta a tradição, Quero vê-los aqui na Suiça! É este meu maior presente, Que desejo ser completo, Ficava bastante contente, Porque vos amo muito! Danny Fernandes Freitas

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Hoje Natal todos os dias

Meu Jesus dos olhos tristes

Eu quero amar Neste Natal! Olhar a todos Sem ter rival.

Que olhos tristes tem Jesus?... Com as suas mãos benditas. A sofrer na sua cruz, A cruz das nossas desditas.

Eu quero amar As criancinhas Aos infelizes Às pobrezinhas Eu quero amar Os doentinhos Nos hospitais Dar-lhes carinhos. Neste Natal Que haja amor Eu quero pedir Ao Redentor Maria Laurinda

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O Natal O grande amor e ternura Que há na paz celestial, Faz renascer a ventura Que existe em cada Natal.

Jesus dos Olhos Divinos, Que nos olhas tristemente. Na cruz dos nossos destinos, Vais sofrendo eternamente. Numa cruz de sofrimento, Por todos nós a morrer. Que sede no teu lamento!... Que lágrimas no teu sofrer!... Se por nós ressuscitaste, Depois da morte sofrida. Com a tristeza ficaste, No teu olhar de alma ferida. Meu Jesus dos olhos tristes!... É por nós que os tens assim. Tanta tristeza já viste, Tristeza em nós, não tem fim. Lúcia Pereira

O Natal faz-me sentir Essa tão bela emoção, De com todos repartir Amor e compreensão. O Natal é o momento, Que põe na alma a bondade Desse doce encantamento Do amor e da amizade. Enquanto em nós existir A fé pura e divinal, Na alegria dum sorrir Pode sempre haver Natal. A união familiar Traz-me saudade e lembrança, Por me fazer recordar Os meus natais de criança. Isidoro Cavaco

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A propósito de amor A propósito de amor; Que caso fazes de Deus? A propósito de Deus: Que caso fazes de povo? A propósito de povo: Que caso fazes de ti? A propósito de ti: Que caso fazes da morte? A propósito de morte: Que caso fazes do céu? A propósito de céu: Que caso fazes do amor? Sónia F. Vitorino Buscado na revista bíblia


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À conversa com Teresa Simões

Teresa dos Santos Simões nasceu em S. Jorge, Concelho de Santana, Ilha da Madeira, a 16 de setembro de 1944, é solidária, conversadora e muito decidida na forma de se expressar, deixando escapar na pequena entrevista que nos concedeu a sua forte paixão pelas flores da Madeira e, em segundo plano, a sua amizade pela Suíça, que ela considera como sendo sua 2ª. Pátria, onde reside há já 44 anos. Gosta muito de leitura, e adquiriu, recentemente, um bichinho pela Internet. É com certo orgulho que se diz pioneira do Mensageiro da Poesia, onde chegou pela mão dos seus grandes amigos Luís Fernandes e sua Esposa. Apesar de, em certa altura, Teresa ter tido uma vida atribulada, ela é generosa sociável, o que demonstra bem a grandeza do seu carácter, estando sempre pronta a ajudar o seu semelhante. Ela é membro de uma família bastante numerosa e de recursos modestos e, por isso, começou a lutar pela vida desde muito jovem, tendo vindo para o continente com 24 anos. Mensageiro da Poesia – Como se define? Teresa Simões – Gosto de viajar, de aprender de tudo um pouco e de ajudar todas as pessoas, na medida do possível. M.P. - Como soube da existência do Mensageiro da Poesia? T. S. – Foi através do meu amigo Luís Fernandes e sua Esposa. M.P.- No seu entender, o que é a Poesia? T. S. – A Poesia é tudo quanto é belo, e pode ser encontrada por todo o lado do nosso Universo e estar presente até no sorriso de uma criança. M. P. – Dê-nos a sua opinião sobre o Boletim do Mensageiro da Poesia. T. S. – Gosto muito do nosso Boletim e leio-o sempre que tenho tempo disponível. M. P. – Como pessoa dinâmica que é, diga-nos o que precisa de ser feito para que nosso Boletim e a nossa Associação possam progredir. T. S. - O Boletim está bem estruturado, precisando apenas de ser mais divulgado. Sobre a Associação, dou os meus parabéns aos seus dirigentes, por todos os eventos que eles têm realizado. M. P. – Acha que a Poesia é bem divulgada em Portugal e no seio da nossa camada associativa? T. S. – No nosso País, a poesia deveria ser divulgada mesmo antes da escola primária, para que as pessoas, desde muito cedo, tomassem o gosto por ela.

No seio da nossa camada associativa, a sua divulgação é muito restrita, devido ao número muito reduzido de sócios da nossa Associação. M. P. – Como encara o futuro da nossa Associação? T. S. – Com muita esperança no seu progresso, se ela seguir o mesmo rumo traçado até aqui. M. P. – No seu entender, o que tem de ser feito para incutir a Poesia no espírito da nossa juventude? T. S. – Isso é uma tarefa que não pertence só à nossa Associação. Teria de ter a intervenção de muita gente, principalmente dos pais que deveriam oferecer livros de poesia aos seus filhos menores, em vez de darem bombons. Por outro lado, a cultura do nosso povo não está nas cogitações do nosso Governo, o que é bastante lamentável! Pronto, a nossa conversa, que foi muito agradável, está terminada. Agradecemos a sua disponibilidade e desejamos-lhe muita saúde e felicidade.

A uma grande amiga Dos amigos que já conheci Da linda ilha da Madeira, Teresa, tu és para mim Uma amiga verdadeira. Ao musicar a nossa canção, Eu sei que teus olhos risonhos Voam mais alto nos sonhos De cada verso do teu coração. A distância que nos separa O tempo passa, e tu não vês? Que, para nós, é sempre Primavera, Ao rimar em versos outra vez. Luís F. N. Fernandes


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Meu Menino Jesus Estava frio. Muito frio. Tinha nevado. O vento miudinho, cortava, era fraco mas a ramagem das árvores sentia-o, como atleta de alta competição. Onde nasceste nada te faltou, calor humano, calor animal, bens materiais, para Ti, tudo é pouco e uma romaria de pessoas e animais ocorreram ao Teu encontro. Todos os anos, És recordado e alvíssaras Te são dadas, a alegria estonteante vive em cada lar e as celebrações são feitas das mais variadas formas, sempre com um sentimento, de sorrisos rasgados, largos no seu esplendor onde as crianças dão largas à sua imaginação, onde os seus rostos brilham, saltam, pulam de um júbilo constante e até uma visita ao madeiro que arde nas suas terras é feita de uma saudável exultação viradas para Ti, meu amigo, meu companheiro, incluindo todos nós, nas preces que Te são enviadas para uma entrega total na paz deste mundo, pela mais e melhor humanização, pela coragem dos que sofrem, bem como as nossas crianças que delas é o reino dos céus. António Bicho Para crentes, não crentes e, para as crianças que são o melhor do mundo e não foram esquecidas nesta curta prosa, vivida nos meus tempos de criança. FELIZ NATAL

O Outono Estamos na estação do outono O inverno está a chegar, Só a primavera florida. É que ainda tarda em voltar. Seja qual for a estação Todas têm a sua beleza, Quer seja inverno ou verão É a lei da natureza. As árvores se vão despindo Envelhecendo os seus ramos E como nós vão-se sentindo O passar dos nossos anos.

À deriva Eu gostava de andar À deriva sobre o mar Num mar que era só meu Talvez eu fosse parar Numa onda a espraiar Tapada apenas de céu Eu gostava de andar No vento a rodopiar Ora longe, ora tão perto Poder partir e voltar E o meu corpo deitar Nas areias do deserto

Faz parte da nossa vida Haver sempre uma esperança, Termos uma fé sentida Ao ver que o tempo avança

Eu gostava de andar Pela noite a caminhar À procura das estrelas Em cada canto parar Nas minhas mãos segurar A luz que há dentro delas

Preciosa Maria Jacinto

Francisca São Bento

Perdoa-me, Coração! Coração, não me atraiçoes, Como eu te atraiçoei. Só peço que me perdoes Todo o mal que eu te causei! Fui atrás da fantasia, Por ela fui iludida. Juntei-me a quem não devia E hoje estou arrependida. Coração, que tanto bates, Como o correr dum corcel, Não quero que me maltrates, Duma forma tão cruel! Coração, não sejas duro. Reconheço que pequei. Eu juro que, no futuro, Teus conselhos seguirei. Coração, tu não te ofendas, Que eu já te pedi perdão. Imploro que me entendas, E que tenhas coração! Armanda Rosa


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Vida Associativa

Tertúlia Poética – Tema Livre Num clima de sã camaradagem e como tem vindo a ser hábito (normalmente, uma vez por mês), realizou-se, na nossa Sede, no passado dia 22 de novembro, mais uma tertúlia poética, com tema livre, tendo estado presente uma boa quantidade dos nossos associados e alguns dos seus familiares. Foram os poemas declamados pelos seus próprios autores, com exceção do nosso associado António Dias, que disse, e muito bem, um poema intitulado “Lisnave”, de autoria de um seu amigo e ex-colega de trabalho, tendo cantado, mais tarde, o fado “Adeus ,Parceiros das Farras”. Exceção foi também o poema “Viola Campaniça” dito por Amadeu Afonso e de autoria de sua esposa Maria Vitória Afonso. Manuel Martins declamou “A Barragem do Alqueiva”, “Foi Assim a Minha Vida”; Helena Moleiro “Após o 25 de Abril” e “Minha Irmã Gémea”; Telmo Monteiro “Onde Está o Natal?”, “Amor Correspondido”, “No Fundo de Mim” e “Anda”; Hermilo Grave “Quadras Revoltas à Solta”; Luís Fernandes “Sou”, “Sob a Luz do Sol” e “O Homem Nasceu Para Amar”; Maria Francisca São Bento “Natal Com Amor”, “Amor Divino”, “Amor Ardente” e “Ternura”; Damásia Pestana “Gente do Meu País”, “Maldita Selva”, “Vagueando” e “Foi Para Isso Que Eu Nasci” e Maria Vitória Afonso “Saudades do Alentejo” e “Baía do Porto Corvo”. Futuramente, mais Tertúlias Poéticas se realizarão e as respetivas datas se darão a conhecer a todos os nossos associados atempadamente. Aproveitamos a oportunidade para convidar todos os nossos associados, que tenham veia poé-

tica e que até aqui não tenham participado nas nossas tertúlias, a juntarem-se a nós, para que o nosso convívio seja mais abrangente. Hermilo Grave


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Momentos Tinha tanto que te dizer... Dar-te a mão...Olhar -te... Caminharmos juntos ... Conversar... Como dois eternos namorados... Mas não te encontro!... Para podermos ... Partilhar esses momentos... Percorro ruas... Piso o areal da praia... Mas as tuas pegadas... Nunca lá estão!.... És um mistério , no tempo... Longe do meu olhar... Serás o imaginário ... De um mundo Novo... Em que só Eu existo... E nesta dimensão ... Percorro o Universo... Aquele que é só meu... E nele te encontro ... Longe do mundo real... És Vida ... Escondida... Vives para além dos céus... Entre Estrelas e Sóis... Lugares distantes ... Plenos de amor ... Esse Amor que dá Vida... Atravessa horizontes... E és sempre ... O meu eterno sonho ! de AMOR ... Margarida Moreira

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Arrábida meu amor, meu poema A verde folhagem dos ciprestes acorda ao leve voo da andorinha. Reflexo cintilante no orvalho da madrugada... Na Serra nada mudou. Alexandrina Pereira

Bocage Nosso Patrono Todos olhamos com graça A sua bela figura Elevado na sua praça Bocage com tanta ternura Com a caneta na mão Parece estar a escrever E o livro junto ao coração Que só ele pode ler Com seu ar descontraído Onde nada o incomoda Ao ombro tem o tecido Que espera pela última moda A sua vida foi tão curta Foi um adeus na flor da idade Mas a sua bela história Vai ficar para a eternidade Foi a 15-09-1765 que nasceu Em Setúbal querida cidade Na sua casa em Lisboa a 21-12-1805 faleceu O grande poeta da liberdade Manuel Maria Barbosa Do Bocage Maria Adelaide Palmela


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Homenagem ao Aniversário do Mensageiro da Poesia Mensageiro da Poesia Há 17 anos chegaste Vindo nas asas do vento Já muita gente animaste Lá fora e cá dentro Maria Adelaide Palmela

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Saudação festiva Salve, confrades meus! Bravos camonianos, Que tão alto elevais a poesia do Mensageiro, Dai-lhes tanto esplendor e tanta pansofia Que recorda a gala, enfim, dos vates Elmanos! Tendes a facúndia desses queridos lusitanos, Mostram que vossos poemas têm cunho herdeiro, Desse tempo que poetas tinham lugar primeiro Nos saraus com aplausos, triunfantes palacianos!... Eu sinto-me ditoso, entrando nesta grei, De poetas, genuínos, bons, como ouro de lei, Onde me ponho à disposição em qualquer hora!... Assim, saúdo todos confrades nesta jornada, Queremos o Mensageiro c’o LUIS na parada, Pra que a poesia volte à ribalta n’AMORA Dolores Carvalho

Mensageiro da Poesia - 13

Os Nossos Poetas

Parabéns, Mensageiro da Poesia! Mais um ano por ti passou. No calendário, está marcado. O tempo anda a passo mas voou E temos outro ano acabado. Mensageiro, se eu gostava De ter ainda a tua idade! Eu dançava, eu pulava, Dando asas à Liberdade! Eu de ti não tenho inveja, Já passei a tua idade. Quero que toda a gente veja Que por ti tenho amizade. Felicito quem entrou E faça só o que é possível. Felicito quem abalou. Talvez tenha feito o impossível. Para a nova Direção, Para quem aí participa, Com todos em união, O Mensageiro mais rico fica. Mensageiro, de todos me vou despedir, E parabéns e um abraço lhes mandar. A Deus, com amor, eu vou pedir Que haja Paz e Pão em todo o lar. Maria Catarina da Silva


Vida Associativa

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Novembro/Dezembro 2015

Lançamento da XIII Antologia

Foi no dia 6 de Dezembro de 2015, que o Mensageiro da Poesia, A. C. P. fez o lançamento da sua XIII Antologia Poética, na Sociedade Filarmónica União Arrentelense, e que por motivos alheios à sua vontade, começou com algum atraso da hora prevista, o que condicionou o alinhamento do programa que fora pré-definido, tendo-se refletido em algumas intervenções que estavam previstas, e acabaram por não se realizar, pelo facto O Mensageiro da Poesia deixa aqui o seu pedido de desculpas. Retirando este pequeno pormenor e perante uma sala repleta de associados e amigos, o lançamento da nossa XIII Antologia, foi um êxito. Deu-se início ao espetáculo com a actuação de dois grupos do Alto do Moinho “As cores” e a “Classe de Talentos sem Fronteiras” orientados pela nossa associada Ana Cristina Videira, e que foram efusivamente aplaudidos pela plateia. O Mensageiro da Poesia deixa aqui o seu muito obrigado pela disponibilidade e simpatia com que a Ana nos presenteia sempre que é solicitada para animar os nossos eventos. Seguiu-se pela voz de Jorge Santos, diretor do nosso boletim, a composição da Mesa de Honra, Sr. Luís Fernandes, Presidente do Mensageiro da Poesia, Sr. Manuel Carvalho, representando a União de Freguesias do Seixal, Arrentela, e Aldeia de Paio Pires, a Dra. Vanessa Silva Vereadora do pelouro da Educação e Juventude da Câmara Municipal do Seixal, e o Manuel Aleixo, Presidente da Sociedade Filarmónica União Arrentelense, e o Sr. Jorge Santos, que começou por ler o prefácio da XIII Antologia que é de sua autoria, um texto curto mas incisivo, qual prosa poética, sobre o qual se ouviram rasgados elogios depois do espetáculo. Foi a vez do nosso Presiden-

te, Sr. Luís Fernandes, descrever por palavras suas parte do percurso desta associação, das dificuldades que se vão levantando mas também das alegrias que se vão tendo ao ultrapassá-las, deixando um agradecimento sentido, a todos os associados que de uma forma ou de outra vão ajudando esta Associação. Seguiu-se o Sr. António Aleixo Presidente da Sociedade Filarmónica União Arrentelense, que disse estar orgulhoso e grato ao Mensageiro da Poesia, por ter escolhido a casa a que preside, para a realização de tão importante evento cultural, mostrando toda a disponibilidade, sempre que para tal sejam contactados. Em nome da União de Juntas de Freguesias, o Sr. Manuel Carvalho congratulou-se pelo facto desta XIII Antologia, ser dedicada à Arrentela, reiterando total apoio da Junta a este tipo de eventos, desejando as maiores felicidades ao Mensageiro. Por último teve a palavra a Dra. Vanessa Silva, Vereadora do pelouro da Educação e Juventude da Câmara Municipal do Seixal, que de forma elogiosa fez referência a todo o trabalho desenvolvido por esta Associação em prol da cultura, não só no conselho, mas também pela sua expansão por grande parte do nosso país, facto pelo qual é motivo de orgulho. Depois das intervenções houve uma primeira série de poesia dita pelos poetas que participaram na Antologia, havendo ainda mais um momento de canções das “Cores” e “Talentos sem Fronteiras” assim como dos Jograis da Associação Portuguesa de Poetas, que estiveram presentes como nossos convidados, e aos quais endereçamos o nosso muito obrigado, tendo-se seguido os restantes poetas. Como vem sendo hábito, e para terminarmos em beleza, ouve um lanche compartilhado, que decorreu em franco convívio de animação e camaradagem entre todos os presentes, em que se contaram histórias e se trocaram ideias, quem sabe um dia destes algumas possam ser postas em prática de forma, a que a poesia não seja para alguns ainda uma coisa enfadonha, mas sim algo da salutar para o coração e para a alma. Era noite quando a nossa festa terminou, um bem-haja a todos. Arménio Correia


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Mensageiro da Poesia - 15

Vida Associativa

XVII Aniversário do Mensageiro da Poesia A Associação Cul-tural Poética, feste-jou no pretérito dia a 25 de Outubro, no o Clube Recreativo da a Cruz de Pau, seu XVIII aniversário, perante uma

sala repleta de associados, amigos e convidados que quizeram marcar presença neste importante marco do Mensageiro da Poesia. Deu-se início à sessão com a composição da Mesa de Honra, constituida por Jorge Santos, diretor do nosso Boletim; Manuel Araújo, mora, rePresidente da Junta de Freguesia de Amora, presentando também a Câmara Municipal do Seixal; Luís Fernandes, Presidente do Mensageiro da Poesia; Maria Francisca São Bento, Vice-presidente; Manuela Lourenço, vogal da direção; e António Marques representando o Clube Recreativo da Cruz da Pau. Abriu as intervenções Luís Fernandes, começando por agradecer a presen7 ça de todos os que ao longo destes 17 anos, têm estado sempre presentes querr nos bons quer nos menos bons momen-tos da associação, particularizando a a presença e o apoio da Junta de Freguesia e, de Amora na pessoa do seu Presidente, iassim como da Câmara Municipal do Seiadeceu ainda ao Clube Recreativ vo xal, agradeceu Recreativo

continua na pág. 16


Vida Associativa

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continuação da pág. 13

XVII Aniversário do Mensageiro da Poesia da Cruz de Pau, todo o apoio e boa vontade ao longo dos anos, na cedência das suas instalações, apelando e fazendo votos para que a família do Mensageiro da Poesia continue como até aqui, dando voz aos poetas populares com a publicação dos seus trabalhos no nosso boletim, contribuindo assim na divulgação da cultura poética. António Marques diretor do Clube Recreativo da Cruz de Pau, reiterou total disponibilidade ao Mensageiro da Poesia, desejando um feliz aniversário. Manuel Araújo, Presidente da Junta de Freguesia de Amora, realçou todo o trabalho desenvolvido pela associação em prol da cultura, com a feitura de Antologias Poéticas, Boletim Bimestral, Concursos de Poesia, como dos vários eventos ao longo do ano, quer nas Tertúlias Poéticas que se realizam no espaço Associativo onde o Mensageiro está sediado, dando assim vida aquele espaço, e fortalecendo o associativismo, felicitou a associação por mais um aniversário, realçando a entrega abnegada do seu fundador e presidente Sr. Luís Fernandes. Também a nossa Vice-presidente Maria Francisca São Bento agradeceu a presença de todos, em mais um aniversário do Mensageiro da Poesia. Terminadas as intervenções deu-se inicio ao espetáculo de poesia e fado em que todos os presentes tiveram oportunidade de mostrar as suas mais-valias, acompanhados à viola por Nuno Rafael e à guitarra portuguesa por Manuel Moreira. Tivemos como fadistas Lina de Almeida, António Dias, Milai Santos, José Camacho, José Frias, António Marques e Júlio Marques. Na Poesia, Damásia Pestana, João Ferreira, Manuela Lourenço, Hermilo Grave, Francisca São Bento, Manuel Martins Nobre, Margarida Moreira, Laura Santos, Arménio Correia, Lurdes Emídio, José Caldeira Gonçalves e Helena Moleiro. Já a tarde de diversão ia longa, quando passamos para outra fase não menos importante, que foi saborear o lanche, que estava à nossa espera, e que foi degustado em amena camaradagem, com algumas histórias divertidas à mistura, tendo-se prolongado até ao cair da noite. O Mensageiro da Poesia agradece a todos os que estiveram presentes, neste seu aniversário, despedindo-se até um próximo evento, que será o lançamento da nossa XIII Antologia Poética marcada para o dia 6 de Dezembro na Sociedade Filarmónica União Arrentelense.

Ao Mensageiro da Poesia A todos dá a palavra Há dezassete anos cheios de força e vontade de servir, nas mensagens que todos sentem e que na alma habitam. O que é a poesia, o sonho a fantasia? São palavras que são histórias de tristezas e alegrias, outras nem tanto! Mas que se sentem na alma Com ternura, com amor, É sonhar, é ter esperança! Viver à espera de um mundo melhor Não é querer muito! É tudo! Não termos tanta tristeza Tanta fome e injustiça. E o Mensageiro, como é amigo Transmite, dá a voz e a palavra, Só temos que agradecer Respeitar um grande amigo! Dá-nos a oportunidade De nos sentirmos bem vivos! Com todos nós terá o futuro Que quisermos. Evento, após evento, Vai pondo de pé, no tempo, O seu nobre monumento Que se chama Poesia! Obrigado Mensageiro Esperanças pró futuro, Parabéns, e longa vida São os votos que te auguro! Helena Moleiro


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O mal está no Homem! Que coisa feia! Em vez de darem as mãos, Entre si, alguns cristãos Andam à tareia! E, bradando aos Céus, Chegam a se matar, Ofendendo a Deus, Que dizem todos respeitar! Mas há também crentes de fé diferente Que se guerreiam e se matam, ferozmente! E poder-se-á dizer Que as origens destas más situações São as religiões, Que estão mal concebidas, Criando atritos e perdas de vidas. Mas o mal maior de tanto desatino É ser o Homem inda muito pequenino, E ele só será melhor, Um dia, quando for maior! Quem não vê, nos jornais e no ecrã da televisão, Tanto homem corrupto E tanto ladrão, Aparentando ser pessoa de respeito, Com a cruz ao peito?! Não precisa ser-se esperto ou astuto, Pra se ter a convicção Que alguém praticar uma religião Não é a mesma coisa que ter o estatuto De bom cidadão! Que os há, Claro está, Aqui e acolá! De tudo tenho visto e até Homens sem fé, Verdadeiros ateus, Que em Deus Não querendo acreditar, Têm comportamento bem exemplar! Hermilo Grave

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Mensageiro da Poesia - 17

Cantinho do Escritor

“Nunca pensei ver um mundo assim: Século XXI” Nasci no século errado. Mas sou do tempo que ainda havia amor, amizade, bondade, honestidade. Agora o mundo está unido em guerras, pela ganância, pelo poder. Os criminosos só pensam em bombas e matar. Trocam a rotina do viver triste, pela aventura de morrer “feliz”? A química dá-nos o prazer de dormir quando queremos, ou empresta-nos a alegria que nos leva à morte: e assim a ciência tem a visão de acalmar o sofrimento, mas ao mesmo tempo vemos crescer as perturbações mentais, suicídio juvenil e não só. Todos os dias há mortes horríveis de violência doméstica, crianças abusadas, crimes mencionados todos os dias, pelos jornais, TV e outras fontes. Portugal, e esta política deixa-me com um incómodo remorso, que me sinto uma sobrevivente, por não poder gritar, constatar que há em todo o mundo milhões de homens e mulheres honestos, felizes esses seres… Como se sentirão todos aqueles que só querem fazer mal por prazer? Por dinheiro matam… Que país temos? Essa víscera que é o coração é de “pedra”. Muito havia a dizer, mas por agora só quero escrever, o que mais desejo. PAZ, menos EGOÍSMO. Pensar no próximo como em si mesmo, e creiam que o mundo não seria tão instável como nós estamos. O clima está danificando os cérebros da justiça os culpados são santos indefesos, os justos depois de serem baleados, ainda têm indeminizações a dar? Ivone Mendes


Os Nossos Poetas

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Cruz de Pau Cruz de Pau, ficas no alto De todas as Democracias, és de terra e de asfalto E de Ciganas Aristocracias. Tens Gente que veio de Perto, Tens Gente d’Além Mar, Tens Gente do Deserto, Tens Gente “Kosovar”. Não és Porto, mas és Cais, Onde aporta quem quiser, E não perguntas: Onde vais? Fica, se te apetecer. A todos acolhes bem, Na tua casa modesta, Não perguntas: Quem? Recebes, todos, em Festa! À esquerda, abraças a Amora, À direita, tua vista se perde, Correndo pelos Foros, fora, À procura de Belverde. E tudo isto se mede, Depois de passar o Muxito, Parado no Mata Sete, Que não vende frango frito.

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E também a Conservatória regista o essencial da tua verdadeira História: Predial e Comercial. Tens o Taj Maal e a Pérola, o Julião, o 18 e a Mainha, a Merendinha e a Tão Bela a Nikita e a Parreirinha. E as árvores da Nacional, A subir ou a descer, Fazem a receção florestal, que saúda o nosso viver. E ao sábado, muito frequentado, é o teu Mercado. Famosa é a tua Feira, Escondida atrás dos Arcos, Onde gente passeia e cheira Os pregões, a dor e os sargos. Feira de Gente diversa, de Gadjos e de Ciganos, Onde é a animada a conversa E todos se tratam por Manos. Em volta, ……sapatarias, Talhos, casas e alumínios, Oficinas, mercearias E papagaios exímios.

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Cruz de Pau……. Tens “feiuras e belezas”, Tens largos e escondidinhos, Onde as dúvidas viram certezas E os chás, afinal são vinhos. Tens Polícia e Ginásios, Que tratam da manutenção Da Ordem, naqueles casos Em que há prevaricação. Tens a Princesa da Moda E a Quinta da Princesa, Uns bebem Whisky com soda, A outros, nem o pão chega à mesa. A Sapataria do Sr. Dourado E a Mercearia do Sr. Aleixo, Antes do Arco do Mercado, Que á 2ª feira tem fecho. E para não andares depressa De carro, moto ou camião, na Escola da Vanessa, tiras a Carta de Condução.

Tens ruas, cujos nomes Têm sabor tropical, De uns países enormes, E no Centro Comercial, E depois de se guardar o pano, Que já couberam em Portugal. era bom que mais vendessem, O peixe sabe muito bem, Até se chama Girassol, Em cima, no Bar do Luciano, Tens Escolas, tens Igreja, Mas nem nos saldos se “aquecem”. Que tem moelas também Tens Centro de Formação, Cruz de Pau, ficas bonita, Ou em baixo, mesmo de frente, Tens Cultura que se veja, Com o teu penteado africano, A sopa de feijão, fumegando, Tens Futuro e Tradição. Preso com minhota fita, na pastelaria do Sol Nascente, escutando um cante alentejano. servida pelo Sr. Fernando. Tens Clube Recreativo, Que tem fama Nacional, Cruz de Pau, tão pequena eras, E o teu Cabelo veste um fato, Apresenta-se Desportivo, quando vim parar aqui, Que há mais de 30 e tal anos, revela-se Intelectual. É feito pelo Sr. Viriato, hoje fazes inveja às Terras Mas a tua mais valia, da Barbearia Ramos. que cresceram ao pé de Ti. Que te faz envaidecida: é o manto de Poesia, Vais de Rotunda a Rotunda Tens tema para Fotografias A que o Mensageiro dá vida. E Finanças que controlam Dos Foros ao Novo Dia Os salários e as honrarias, E tens uma raiz profunda Que os bolsos até se colam. na Rua da Cordoaria.

continua na pág. 19


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Os Nossos Poetas

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continuação da pág. 18 Cruz de Pau, Tens coisas mais, Que, por ter ouvido dizer, se podia referir, Mas a escrita tem sinais, Que alertam para não mais, Se escrever Sem sentir Ou conhecer.

Não julgues Não julgues só por julgar Ó porque ouviste dizer Podes estar a condenar Um inocente sem saber

Só vale o ouvir do viver, Não serve o escutar do dizer! A ficção é Imaginação E quiçá, recordação! Isto não é ficção, É realidade! Misto de recordação E actualidade! E tem a raiz na verdade da Observação do relator a quem dará Razão o Coração do leitor. Presunção? Não! Apenas constatação! E para conclusão,

Cruz de Pau,

Maria – Mãe Maria – Mãe cálice a transbordar de amor e sofrimento olhos e coração em pranto. Maria – Manto de ternura e consolação desde o berço à sepultura e mais além salvação. Humanidade amada humanidade amparada no seio da cruz. Maria doce abrigo que nos deu Jesus. Lurdes de Jesus Emídio

Somente quero dizer, Que tiveste Alguém por quem sinto Grande saudade no meu coração: Meu Pai, o Sr. Jacinto, Que sempre me deu a mão. Até amanhã, se Deus quiser, Ou só por hoje, Se não! Cruz de Pau, és a Maior, Semelhante à de Nosso Senhor! José Manuel da Cruz Vaz Jacinto

Que a primeira pedra atire Quem nunca fez porque Mesmo que queiras fugir O próximo pode ser você Há inocentes calados Fechados numa prisão Muitas vezes mal julgados E á solta anda o ladrão Pensas que não és julgado Tira dai o sentido Não queiras ser condenado Se tens telhados de vidro Com os anos aprendi Verás que tenho razão Se não queres para ti Não queiras para teu irmão Não sou dona da verdade Isto é só para dizer Nunca irei apontar Um inocente sem saber Não julgues o que não vistes Para assim ganhares fama Dizer só porque ouviste Até o juiz se engana Berta Rodrigues


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Solidão Quanto mais o tempo passa Mais tristeza vou sentindo, Por mais esforços que faça Não esqueço que foi partindo, Tua ausência me consome Tua falta me oprime Meu desgosto me atormenta Quero reagir não consigo Penso em ti, quero estar contigo. Qual será pois a razão Que meu triste coração Em pensamento voando Sabe Deus para onde e quando? Ficarei para sempre atada De pés e mãos amarrada Esperando sempre e sempre Até que um dia voltes, Ao meu convívio amigável De amizade, sincera, pura, Sempre cheia de ternura Nunca… nunca confessável!

Do açoreano Nove ilhas são os Açores, Cada qual com suas cores, Que faz delas um encanto. Com a sua gastronomia, Do Corvo a Santa Maria, Quem as visita gosta tanto.

Menino da rua Quem foi que te disse Que não há Natal? Certo dia à noite Eu vi uma estrela A brilhar para mim Eu pedi a ela Que em todo Mundo Acabasse a guerra E todos os meninos Tivessem um feliz Natal Mesmo sem brinquedos Só a esperança De um Mundo melhor!...

Santa Maria é a primeira, Com São Miguel á sua beira, Ana Santos Ponta Delgada a capital.  Destas nove maravilhas, Estas duas bonitas ilhas, Formam o grupo oriental. Pedido

A amizade sincera É uma fonte de paz Porque a todos considera Em tudo aquilo que faz. Oferece-nos segurança É dentro de nós que mora, Dionísio Lucas Protege-nos a toda a hora Se agirmos como criança! A amizade sincera perdura, É com amor que trabalha E como o amor nunca falha, Sinto por ela ternura. Deus proteja todo o mensageiro Que luta pela paz e união, Que o seu grito se ouça no mundo inteiro Para que haja menos guerra e mais pão

Tudo o que espero... Tudo o que quero... É um pouco de paz... Que o coração bata... Que o Sol me abrace... Que o Luar me ilumine... Que os sonhos se realizem.. Que os dias nasçam ... Que haja Vida! ... Que o Amor nunca acabe... Que as pessoas se abracem... Que as almas se unem... Não quero esquecimento... Quero Alegria... Amor... Sorrisos... Quero anjos por companhia!... Que a Dor se acabe... Que... todos sejam Felizes... Quero Tudo ... Sem limites.. Quero!... Quero!... Espero!... Que TU... Existas!... E EU repouse em ti... Doce companhia...

Joana Mendes

Margarida Moreira

Laura Santos (Sely=Poemas)

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A amizade

Vamos ao grupo central, Com Terceira, Pico e Faial, São Jorge e a Graciosa. Todas com tanta beleza, Feitas pela natureza, Uma terra tão formosa. E no grupo ocidental, Como as outras é igual, Temos a ilha das Flores. Corvo a mais pequenina, Que faz dela a menina, Das nove ilhas dos Açores.


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Princesinha Ser avó duma princesa Com cara de madrasta má È entrar na realeza Eterna e Feliz por cá. Tudo em ti é um encanto Até quando dizes “Santinho” Ao avô que tanto espirra Só para ter um miminho. Teu sorriso, Marianita Insinua tua sina Uma menina bonita Que nossa Vida ilumina. Vindo eu ao Face- Book Delirei extasiada A Mariana com tal look Deixou gente encantada. Boa noite Marianita Nunca mereces tau tau Comes a sopinha toda Co` a história do Lobo Mau.

O Seixal

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Com seus moinhos de maré Corticeiros e doutores Nunca sabendo quem são Os escravos e senhores Temos coisas maravilhosas Aqui no nosso Concelho Muitos amores, muitas rosas E muitos cravos vermelhos Ajudem os nossos poetas Que estão a desaparecer Se não houver portas abertas De certo, nos irão esquecer

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Maria Vitória Afonso

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Camélias Brancas Oh! Que imensa saudade, existe em mim Tenho pesadelos, ouvindo os teus passos Sonho contigo a estender-me os braços Em laivos de amor e ternura, assim: As camélias brancas do nosso jardim Continuam a florescer na Primavera Mesmo sem o terem, eu sinto perfume no fim Na nossa relação, continuando quimera Uma dor aguda percorre o corpo meu Entendendo a realidade que me deu Um viver tão pujante de desgosto Deslizando lágrimas amargas pela minha cara Consola-me afagar tua face: coisa rara Beijando-te sem cessar como tanto gosto. Bia do Táxi

Os Nossos Poetas

Minha terra é o Minho Mas registei-me no Seixal Neste lugar, que é meu ninho Onde não se está nada mal

Piedade Vaz

Mensageiro da Poesia - 21

Ser pai é uma herança I Ser Pai é uma herança Que a natureza lhe deu Também já foi criança Esse tempo já viveu II Um filho um dia nasceu Um rebento para criar O amor que o pai lhe deu Um dia tem para dar III O Pai é o melhor amigo Que um filho possa ter No seu peito dá o abrigo Quando o pode fazer IV Mas um pai não chega a saber O Amor que o filho lhe tem É o tempo que o vai dizer Quando ele for pai também V O pai está sempre disposto Em qualquer ocasião Se o filho lhe dá desgosto O pai lhe dá o perdão VI O tempo corre e não cansa A idade vai avançando Às vezes o filho se esquece Do pai de vez em quando VII Estes versos que escrevi São de um pai que é avô Guarda-os sempre para ti É um conselho que te dou Miraldino Carvalho


Os Nossos Poetas

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Brincadeiras cá do Zé Esta inchó é novinha Eu acabei de comprá-la Qualquer ferramenta nova Uma * moça * pode estragá-la .. refrão

O grande sonho Porque há-de ser a vida um pélago profundo Feita de pranto e dor que a Humanidade chora? Porque há-de a ambição ser senhora do mundo E conduzi-lo a um fim que a todos apavora? Na guerra desumana entre os bons e os maus Não se distingue já, o melhor do pior. Homem “lobo” do homem, a reduzir ao caos Quando podia ser tranquilidade e amor. De polo a polo há gemidos, gritos, maldições, Campeia a raiva, o ódio, o furor da vingança, E no gelado inverno que há nos corações Só poetas dirão em líricas canções Q’a primavera há-de vir com o sol da bonança.

Na arte da carpintaria Lá tudo tem o seu dom Uma * velha * poderia Até estragar um pau bom .. refrão Para te rires do que eu digo Tu já estás aí filadote Para se fazer um mocho Só é preciso um serrote .. refrão Refrão A aranha a teia tece Tantas vezes eu já vi Você faz que abrandece E eu fiz que abrandeci O pombo do meu compadre Na minha comadre poisa Ele tem coisa na cabeça E ela cabeça na coisa

Nos confins do horizonte a tremular mortiça Espera a chama da Paz no limbo que a desterra Que emudeçam as armas, se derrube a injustiça Pra tornar-se em clarão a iluminar a Terra.

Agora neste momento A minha cantiga acabo Falando naquela enguia Que apanhaste pelo rabo.

Se em cada ser nascesse o sonho e a poesia E em fraterna união se estreitassem as mãos Triunfaria o Bem, e não mais se veria Os povos contra povos, os irmãos contra irmãos.

Zé Bento

E se um dia este sonho for viva realidade Se o próprio poderio o homem limitar Antepondo-lhe o amor a toda a humanidade, Saberá então o mundo o que é a Felicidade Que há milénios em vão, tanto anseia encontrar! Lurdes Emídio

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Canção Suprema Homem!... Pai dos deuses E Rei do Universo, Lego em ti A minha Fé e Esperança suprema, Para novas conquistas… Serás dentro dos limites, Ainda não conhecidos, O mensageiro desta chama Irrefreada, Em que virás a ser O criador de novas formas De vida noutros planetas!... Manuel Sapateiro


Mensageiro da Poesia - 23 Novembro/Dezembro 2015

Um olhar sobre Manuel da Fonseca Poeta Neo- realista português, também romancista, contista, escritor, narrador, um criador nato com uma força espontânea de tornar fascinante a realidade. Manuel da Fonseca nasceu a 15 de Outubro de 1911 em Santiago do Cacém, filho de Carlos Augusto da Fonseca e de Maria Silvina Lopes da Fonseca. Teve apenas um irmão mais novo 3 anos que pereceu aos 6 anos de idade. Casou em primeiras núpcias em 1937 com Matilde Cândido Matias. Contraiu 2º matrimónio em 1972 com Arlete Mendes Brito Ventura. Em 1985 casa então com Hermínia de Jesus Matos. Após ter terminado o ensino básico, Manuel da Fonseca, foi com a família viver para Lisboa onde prosseguiu os seus estudos. Frequentou o colégio Vasco da Gama, Liceu Camões, Escola Lusitânia e Escola de Belas Artes. Deixou alguns registos do seu traço, sobretudo nos retratos que fazia de alguns dos seus companheiros de tertúlias Lisboetas, como é o caso de José Cardoso Pires. Durante as férias escolares aproveitava para regressar à sua terra de origem, daí que o espaço de eleição dos seus primeiros textos seja o Alentejo. Publicou em 1925 os seus primeiros versos e narrativas num semanário de Santiago do Cacém, intitulado “O Periquito” Fez parte do grupo do novo Cancioneiro, tendo sido considerado um dos melhores escritores do Neo- realismo Português. Na sua obra, carregada de intervenção social e politica, relata, como poucos a vida dura do Alentejo e dos alentejanos. A sua vida profissional foi muito díspar tendo exercido nos mais diferentes sectores: Comércio, industria, revistas, agências publicitárias, entre outras. Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores, em 1965 foi Júri atribuindo o Prémio de Novelista a Luandino Vieira, pela sua obra Luuanda, o que levou ao encerramento desta instituição. Foi em 1926, no Liceu Camões em Lisboa que teve como colega Álvaro Cunhal. Foram ambos membros do Partido Comunista Português Em sua homenagem a Escola Secundária Santiago do Cacém chama-se “Escola Secundária Manuel da Fonseca.” Também por ter vivido no concelho do Seixal, mais propriamente em Arrentela foi atribuído o seu nome a uma das ruas na Quinta da Fidalga, em Arrentela. Em 1983 é condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’iago de Espada. Ao longo da sua vida fez uma vasta Obra:

1940- Publicou o seu primeiro livro (Rosa dos Ventos). 1941- No Cancioneiro, é incluído (Planície) livro de poemas. 1942- Publica o livro de contos (Aldeia Nova) 1943- Sai a primeira edição (Cerro Maior) 1945- Adere ao movimento de União Democrática (M.U.D.) 1947-Entegra na comissão Distrital do ( M.U. D.) de Lisboa 1949- Apoia a candidatura de Norton de Matos à Presidência da República. 1951- Publica o livro de contos ( O Fogo e as Cinzas), Manuel da Fonseca integra o comité Nacional da defesa de Paz 1958- Apoia a candidatura de Arlindo Vicente a Presidente da República, depois a Humberto Delgado. Sai o livro “Os Poemas Completos” e a publicação de “Seara do Vento,” havendo um jantar de homenagem na Casa do Alentejo, presidido pela sua mãe (Maria Silvina Lopes da Fonseca) que reúne centenas de pessoas. O livro “A Seara do Vento” tornando-se famosa pela apreensão de aspectos da vida dos camponeses. Nesta Obra, Manuel da Fonseca mostra o comportamento humano ao mais ínfimo pormenor perante uma sociedade insustentável. Tudo nele é voz de um homem inteiro que fala sem rodeios, que os ignora, que os detesta, não trabalha as palavras, trabalha com elas! Manuel da Fonseca, verdadeiro clássico do romance Neo- realista Português, era espontâneo. 1961-Integra a comissão de apoio à oposição democrática. 1969- Aderiu à comissão democrática Eleitoral durante a campanha para a Eleição de deputados. 1973- Edita o livro de contos ”Tempo de Solidão” 1984- Publica uma “Antologia de Fialho de Almeida” 1993- A 11 de Março, Após uma queda nas escadas da sua casa em Santiago do Cacém, foi levado de urgência para o Hospital de São José em Lisboa, onde veio a perecer.


Os Nossos Poetas

24 - Mensageiro da Poesia

Rosa não vás na cantiga Ó linda rosa tão pura Que ainda estás na roseira Se tu deixas pôr a mão Mais tarde então Não achas quem te queira .. refrão Ouve este meu conselho Ó linda rosa em botão Uma rosa desfolhada Se á sempre desprezada Sem amor no coração .. refrão Tu sabes jovem rosinha Que as vaidades são fatais É triste mas é verdade Olha que a dignidade Quando for, não volta mais .. refrão Refrão Rosa não vás na cantiga P’ráí dum cravo qualquer O cravo branco afinal Ao vermelho ele é igual Gaba-se sem nada fazer Tu segue sempre os conselhos Da roseira mãe amiga Os bons conselhos afinal A ninguém fizeram mal Rosa não vás na cantiga. Chico Bento

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Naquele Banco de Jardim Naquele banco de jardim Quando eu ia a passar Um velhinho me pediu Se eu o podia ajudar

I Junto dele eu parei Logo me estendeu a mão Para comprar o seu pão Tirei do bolso e lhe dei Contente eu fiquei Por ter feito assim Ele olhava para mim Com vontade de sorrir E com vergonha de pedir Naquele banco do jardim II Tinha sido homem de bem Teve boa posição Nunca pensou então Que um dia nada tem Vive a vida ao desdém A ver a vida a passar A qualquer pode calhar O que a ele lhe calhou Já lá estava e lá ficou Quando eu ia a passar Lúcia Carvalho

III Todos os dias ali ficava Quando ao anoitecer Até ao amanhecer Quando se levantava A sua voltinha dava Não era grande o desvio Assim ele conseguiu Com a força de viver Algo para comer Um velhinho me pediu IV Quando a velho chegou Já sem poder trabalhar Teve que mendigar O que não imaginou No seu tempo passou Momentos para se lembrar Não tinha casa para morar Lamenta a sua desgraça Estende a mão a quem passa Se eu o podia ajudar

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A mulher amante é…

A mulher é sempre cântico em casa seguro, Quando é mulher amante, tem mais alianças, Torna-se— como é, capaz— ministra das finanças, Sendo assim, conselheira, a garantir o futuro… …Da casa, quase sempre sofre grandes mudanças, Ela com seu sexto sentido arranja um furo De poupar, guiar, até mesmo, trespassa o muro, Da má sorte que vence ou incute esp’ranças! A mulher – Falo da elite da mulher— mulher A mulher, bem formada, que sabe o que quer, Que o homem sonha e, que nem sempre encontra! Pra ter tal Fénix ao seu lado o homem precisa Também de ser homem a condizer co’a mesma divisa, Porque senão acaba por ter em casa uma… Lontra! Nelson Fontes Carvalho


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Mensageiro da Poesia - 25

Vida Associativa

Lançamento do livro de Poesia e Prosa “Nas asas do tempo” de Damásia Pestana Foi no dia 7 de Novembro, pelas 14,30 horas que a S.F.O.A. Sociedade Filarmónica Operária Amorense se encheu de amantes da poesia, no lançamento do livro de poesia e prosa “Nas asas do tempo” da nossa associada Damásia Pestana. Numa sala à altura para tão importante evento a apresentação esteve a cargo da Sra. Catarina Silva, que depois de breve introdução elogiosa ao livro e à autora, começou por chamar os elementos a comporem a Mesa de Honra, onde, para além da autora Damásia Pestana, estiveram a Sra. Dra. Ana Cristina Oliveira Silva – Diretora do Departamento da Educação e Cultura da C. M. S., A Sra. Dra. Cláudia Raquel Oliveira Reis representando a Junta de Freguesia de Amora, Sr. Amável Teles da S.F.O.A. e o Sr. Prof. António Luís Pinto da Costa, Reitor da Universidade Sénior do Seixal, em que todos felicitaram a autora pela coragem e determinação na feitura deste seu primeiro livro, desejando-lhe as maiores felicidades. Emocionada, Damásia Pestana agradeceu, dizendo, “este livro é o resultado da junção de um conjunto de pontas soltas da minha entrega à poesia, podendo desta forma, oferecer um pouco mais de mim aos que me são queridos”. Após as intervenções, ouve poesia, dita pelos representantes das associações convidadas, Associação Portuguesa de Poetas, Universidade Sénior do Seixal, Horizontes da Poesia, Mensageiro da Poesia Associação Cultural Poética, Seguiram-se dois momentos de fado, por Lina de Almeida e Júlio Marques, também eles sócios do Mensageiro da Poesia, tendo iniciado a actuação Catarina Silva (nora da autora) com uma balada, com letra da autora e música de Catarina Silva. Foi tempo de em são convívio, ser servido um Porto de Honra a todos os presentes, que, em amena cavaqueira, iam explanando ideias e vivências, em que a poesia tinha lugar de destaque. Arménio Correia

O Monge Que dia de sol e frescura Para este meu empenho. Olho a fonte que murmura, Pego no lápis com engenho, Surge pensamento inspirador Deste dia sem candura. No papel transcrevo minha dor Desta vida de amargura. São muitos os pensamentos Que me levam para bem longe. Recordo aqueles momentos Com aquele admirável monge. Um grande pensador Inteligente… sem afetos, Orava ao Salvador. Não havia nada nele Que fosse deprimente. Que paz, que conforto Eu sentia em seu falar. Guardo-o em meu cofre Bem fechado à chave, Quando a minha alma sofre Solto aquela forte trave… Penso nele com ternura, Pedindo-lhe que me encaminhe, Que me dê… uma alma pura, Um sono que me aninhe. Chama a nós o amor, Que palavra mais bela Contendo tanto calor. Firmando-me bem nela Não consigo parar de escrever A ternura daquele monge. Apenas pede para viver Em paz, mesmo que longe!... Damásia Pestana


Os Nossos Poetas

26 - Mensageiro da Poesia

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Novembro/Dezembro 2015

Sou um guarda dedicado Sou um guarda dedicado Mas há coisa que não entendo Sou às vezes mal tratado Por pessoas que eu defendo I Tenho que andar sempre atento Rua a baixo rua a cima Olhando de esquina em esquina Por entre blocos de cimento Caia chuva ou faça vento Tenho que estar acordado Que é para ser respeitado Na vida que Deus me deu Guardo o que não é meu Sou um guarda dedicado

III Seja de Inverno ou de verão A ronda não pode ser errada Para a casa não ser assaltada Chego primeiro que o ladrão Eles dizem sempre que não Que eu é que estou errado Quando chego adiantado Não os apanho em flagrante Esta situação é constante Sou às vezes mal tratado

II Este trabalho é danado Traz-me sempre a pensar Como é que vou evitar Que o cidadão seja roubado Eu não posso estar parado Tenho que andar sempre vendo Se respeitam quem eu defendo E às vezes está contra mim Vou ser dedicado até ao fim Mas há coisas que não entendo

IV Já cá ando há uns anos E conheço muito bem Aquelas pessoas que vêm Com maldade nos planos Fingem que são humanos Seu pensamento vou lendo Às vezes até estou vendo A intenção que eles têm Pretendem assaltar alguém Das pessoas que eu defendo

Manuel Martins Nobre

Dia 1 de Novembro Por ser dia de finados Recordei antepassados, Entre eles, pais e avós. Senti a dor da saudade, Na triste realidade Desta vida tão atroz. Hoje os fui visitar Ao cemitério e rezar, Com fé e com devoção. Junto à pedra tumular, Pedi a Deus a chorar Que lhes desse o seu perdão. Eu não consigo esquecer Os que me deram o ser E todos quantos amei. Nesta triste ingratidão, Também lembrei meu irmão, E de saudade chorei. Para quê ódios e guerra? Com sete palmos de terra É aqui que tudo acaba. A vida é uma miragem, Estamos cá de passagem, Morremos… e somos nada. Isidoro Cavaco

Reflexão Quem não se gasta a pensar, é que porventura é muito feliz! Certamente que sente as picadas no corpo, como toda a gente sente, mas não sente a tortura na mente. Os outros que recusam esse estado amorfo, acomodado, andam constantemente espicaçados por outra forma de estar. Esta forma de tentar afastar essa maldição omnipresente e omnipotente: O ter de cair e tornar a levantar. O tropeçar e continuar a caminhar. O querer calar o grito que teima em lhe sair do coração. Um, ainda vá lá. Talvez ainda se consiga abafar ou aguentar. Mas por vezes são tantos os gritos, que dentro de mim gritam, que tenho de os soltar. Senão, certamente iria rebentar como balão insuflado de ar. E nesse ar, feito em nada... nada, talvez somente nada. Por isso, é que um dia escrevi isto: Evasão

Carmindo Carvalho


Novembro/Dezembro 2015

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Mensageiro da Poesia - 27

Vida Associativa

Cristina Videira Agraciada pelo Municipio com Prémio de Mérito Cultural A nossa associada Ana Cristina Videira foi distinguida com o prémio de mérito cultural, medalha de prata na cerimónia do aniversário do concelho do Seixal que teve lugar no passado dia 6 de Novembro, no auditório municipal. O reconhecimento pelo seu valioso trabalho no domínio da cultura grangeando prémios quer através das letras de vários temas em vários festivais quer na coordenação do Grupo de Arte-Musical As Cores, Black&White e classe Talentos Sem Fronteiras. Para além de todas estas funções, tem a sua profissão a tempo inteiro na área administrativa-financeira de uma empresa... “É Mãe, Mulher e Guerreira!” Assim a caracteriza José Torres presidente da direcção do Clube Cultural e Recreativo do Alto Moinho. Uma pessoa com um talento extraordinário, com uma dedicação sem limites, conhecimentos muito pouco comuns na comunidade e uma polivalência muito difícil de encontrar. A sua postura e atitude são excelentes. A generosidade com que se dedica de corpo e alma, na esmagadora maioria das situações sem receber qualquer contrapartida, torna-a numa pessoa muito especial. A sua ação ultrapassou as próprias fronteiras do país. Como escritora, publicou três livros. Como letrista, concebeu centenas de poemas que foram utilizados em canções, tendo ganho dezenas de prémios de melhor letra em festivais da canção, um pouco por todo o país. É autora do Hino da Seixalíada, do Hino da Vila de Corroios e do Hino do nosso Festival da Canção "Moinho D'Ouro". Criou e dirigiu as Jotas, durante dezenas de anos. Criou e continua a dirigir o grupo de Arte-Musical As Cores e o grupo Black&White, com o sucesso que todos reconhecem. Criou e continua a dirigir a Classe Talentos Sem Fronteiras, cujos participantes têm colecionado largas dezenas de prémios a nível nacional e internacional. Tem sido convidada para o júri de festivais da canção internacionais, que se realizam anualmente, na Rússia, na Polónia, na Turquia, em Malta, na Eslovénia, entre outros. “Arriscamos a dizer que, nos últimos anos, não haverá outra personalidade no Concelho do Seixal que tenha sido embaixadora da cultura da nossa terra com tantos êxitos como a Cristina Videira”.Salienta ainda o presidente do CCRAM. Concluido que “ficámos todos vaidosos e orgulhosos com este prémio, sentindo que também é nosso. Nesta hora de alegria sentimos também que é um enorme privilégio para todo este grande coletivo que é o CCRAM, poderCONTAR com colaboradores como a Cristina Videira!” Só no ano de 2015 Cristina Videira registou as seguintes participações, com distinção:

- gala Moinhos de Honra do CCRAM - a Classe Talentos Sem Fronteiras recebe - Prémio Cultural Colectivo - festival na Bulgária - com 1º Lugar - festival da Canção Nacional de Almada - com 1º, 2º e 3º Lugar + Melhor Letra - festival da Canção Nacional do Alto Moinho - com 1º , 2º escalão infantil e 1º e 3º Lugar escalão Juvenil - festival Internacional de Tenerife - com 2º Lugar - festival Internacional na Polónia - Prémios de Emérito de acesso directo a festivais internacionais como: Eslovénia, Macedónia, Itália, Geórgia - festival da Canção Internacional de Portimão - com 1º Lugar + Prémio Melhor Letra Infantil - festival da Canção Internacional de Seia - com 1º Lugar em dueto + um 3º Lugar a solo + Prémios de Emérito de acesso directo a festivais internacionais como: Lituânia - gala Internacional Pequenos Cantores da Figueira da Foz - com Prémio Absoluto Melhor Letra - Festival da Canção Nacional Palmela - com dois 1ºs, um 2º e um 3º Lugar + Prémio Melhor Letra Infantil - Festival da Canção Nacional SOBREDA - com DOIS 1ºs, dois 2ºs e um 3º Lugar + Prémio Melhor Letra Infantil - Prémio Melhor Letra Juvenil - festival Internacional na Republica Checa - com 1º Lugar em dueto + dois 2ºs Lugares a solo. - festival Internacional na Lituânia - com Prémio Melhor Cantora Pop + Menção Honrosa no escalão dueto. - Estes alunos fizeram parte da Gala Pequenos Cantores de S. Vicente no Seixal e dão Voz ao hino oficial da Vila de Corroios. Também o Mensageiro da Poesia se sente naturalmente regozijado, pelo merecido reconhecimento a esta poetisa que no seio da nossa associação tem também desempenhado um papel de elevada entrega e dedicação, presente em todos os momentos com a sua simplicidade e talento, tão naturais como a poesia que de si emana. Parabéns a Cristina Videira! Jorge Henriques Santos


Novembro/Dezembro 2015

Noite de Sonhos Voada

28 - Mensageiro da Poesia

Noite de sonhos voada cingida por músculos de aço, profunda distância rouca da palavra estrangulada pela boca amordaçada noutra boca, ondas do ondear revolto das ondas do corpo dela tão dominado e tão solto tão vencedor, tão vencido e tão rebelde ao breve espaço consentido nesta angústia renovada de encerrar fechar esmagar o reluzir de uma estrela num abraço e a ternura deslumbrada a doce, funda alegria noite de sonhos voada que pelos seus olhos sorria ao romper de madrugada: — Ó meu amor, já é dia!... Manuel da Fonseca

e-mail: mensageiropoesia@gmail.com http://.facebook.com/mensageirodapoesia.com


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