EDIÇÃO DE 26 DE SEMBRO 2020 DO CORREIO DE CARIA

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CORREIO DE CARIA - registo da ERC nº 127362 - Edição 7 - 26 de setembro 2020 - Preço 1€ - DIRETOR: Jorge Henriques Santos

As 12 Aldeias Históricas mesmo aqui à Beira

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO ANA SOFIA CARAMELO CAMPEÃ DE TRIATLO FEMININOS 25/29 Pag. 5

SANEAMENTO FINANCEIRO DE TRÊS MILHÕES NA CÂMARA DE BELMONTE

Pag.8

SANEAMENTO POLITICO OU NÃO, JOÃO MORGADO DEIXA A CÂMARA DE BELMONTE Pag. 3

Entrevista com António Júlio Garcia Pags 6e7

Foto Visit Belmonte PUB


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DO EDITOR

Edição 7 - 26 de setembro de 2020

EDITORIAL

CORREIO DO LEITOR

Somos Poetas L

.

uís de Camões foi um grande lírico. Os próprios Lusíadas, perderiam muito do seu valor se lhe retirassem estâncias que são incontestavelmente mais de natureza lírica, que de carácter épico. Não falta até quem julgue essas estâncias as mais formosas do poema. Nenhum século, a não ser o de Camões (século XVI), terá sido tão rico para a poesia portuguesa como, já nosso contemporâneo, o século XX. O primeiro ano de novecentos vê aparecer o maior livro de Guerra Junqueiro como A Pátria, livro muito discutido ainda hoje e de um sabor romântico que se não coaduna com o gosto dominante nas artes literárias. A mesma falta de coadunação se dá com um dos nossos dois maiores poetas contemporâneos, Teixeira de Pascoaes, por ventura o mais inspirado de todos os grandes poetas deste século. A poesia deste século XX não se situa, porém, no signo de inspiração e entre os dons do espírito que lhe dão origem, é a inteligência que predomina. No signo de inteligência situa Paul Valéry a poesia francesa, não só nos poemas que fez como na poética que doutrina. Segundo ele nem a poesia é comunicação (comunicação daquilo que a inspiração segredou ao poeta) nem o poeta é um homem representativo. A poesia é, antes, o que se faz, o que o poeta faz. Valéry admirava o pintor-geómetra Leonardo da Vinci e à leitura das novelas, que detesta, prefere as obras filosóficas de Descarte e o estudo das matemáticas. Na Sorbonne dá cursos de poesia, não de poesia feita, mas de como se faz poesia. A ideia de romantismo ficou ligada à ideia de poesia. Existe um modo romântico de pensar e sentir, de viver e imaginar. Este modo é poético. Poética ou romanticamente escreveu Goethe (escritor alemão) a sua obra tal como viveu a vida. E talvez por ter sido o supremo romântico, de Goethe se pode dizer que, ao realizar-se como tal, não pôde alcançar o desmedido que na obra e na vida, alcançaram Hölderlin (poeta lírico alemão) com a sua loucura. O romantismo será, pois, na minha opinião, um

modo poético de arte e de vida. Há historiadores que limitam o romantismo à primeira metade do século XIX e dizem que a segunda metade é já a da poesia simbolista. O que é certo, porém, é que, de um lado o simbolismo constitui um movimento ou estilo poético que está longe de possuir a amplitude e a profundidade do romantismo e antes constitui uma parte dele; do outro lado, o romantismo é como mostrou Hegel, um dos dois ciclos artísticos, sentimentais e estéticos da cultura europeia ( o outro será o classicismo ). Camilo Castelo Branco e Almeida Garret, são dois grandes poetas portugueses do romantismo. Quanto à poesia simbolista, posso afirmar que o marco do simbolismo em Portugal, é a publicação da obra Oaristos (1980), livro de poemas de Eugénio de Castro, marcado pelo uso de novas rimas, nova métrica, alterações e riqueza no vocabulário. Camilo Pessanha é considerado o melhor poeta do simbolismo português. É o autor de Clepsidra, onde expressa o pessimismo que é característico ao movimento simbolista. Ao falar novamente de Camões, mais propriamente dos Lusíadas, onde encontramos estâncias de natureza lírica e de caracter épico, chegamos à conclusão que muito sumariamente, poesia lírica é a que exprime o sentimento, a paixão, o entusiasmo, estando, portanto, ligada à subjetividade do indivíduo, à sua própria e ardente existência. Poesia épica, é a que narra alguma grande ação, praticada por heróis ou deuses, frequentemente com a intervenção do maravilhoso, grande ação essa que o poeta imagina ou reconstitui, empenhando no seu relato o seu génio verbal sem nela comprometer totalmente a sua subjetividade. Nós, exprimimos, sem dúvida alguma, sentimento, grande paixão e entusiasmo nos atos que praticamos. SOMOS POETAS . João Paiva Caria

ESTATUTO EDITORIAL CORREIO DE CARIA é um órgão de informação generalista, de âmbito regional, vocacionado para o concelho de Belmonte e a região envolvente. CORREIO DE CARIA é independente dos poder políticos, religiosos e económicos, e compromete-se a tudo fazer para que o rigor, a isenção e a imparcialidade sejam atributos que o caracterizem. CORREIO DE CARIA compromete-se a cumprir os princípios éticos e deontológicos do jornalismo, assim como a Lei de Imprensa, tudo fazendo para que a realidade do quotidiano da sua área de influência seja traduzida neste espaço, respeitando sempre a boa fé dos leitores. CORREIO DE CARIA compromete-se a separar, de forma inequívoca, a Informação da Opinião, sem prejuízo do dever/direito da interpretação dos factos e da liberdade de expressão dos colunistas. CORREIO DE CARIA compromete-se a promover e divulgar os valores individuais e coletivos, impedindo dentro dos meios ao seu alcance o uso deste suporte para difamação ou desonra de terceiros.

Concorrência Entre os Municípios! Ainda está na memória recente o desconforto causado entre os autarcas da região quando alguém denuncia que andavam nas costas uns dos outros a desenvolver contactos com o governo brasileiro, os três concelhos vizinhos para puxar cada um para si um Consulado do Brasil. Mais recentemente colocou-se a circular uma nova competição, a das sete maravilhas de Portugal. A televisão e a operadora de telecomunicações deram a mão, puseram os concelhos a competir e meteram no mesmo saco coisas tão diversas como a Viola Beiroa, a Transumância, a Festa da Senhora D’Agra e o Criptojudaismo, para saber qual é “O Melhor, O Maior, ou apenas o Mais Votado”. Belmonte pegou num dos seus ícones, promoveu-o e procurou afirmá-lo. Fez bem no meu ponto de vista. Fundamentações é o que não falta e o mais importante é o que vem no final, a mediatização decorrida das votações e estas são feitas por chamadas de valor acrescentado .60€ + iva (.72€), ou seja pessoas que gostem tanto da ideia (ou do seu concelho) que não se importem de pagar uma duas ou mais vezes “o valor de um jornal”, para a apoiarem. E não é que Belmonte conseguiu isso, posto em competição com municípios como o dobro, o triplo e até 1000/100 mais habitantes, conseguiu ter mais gente a telefonar, votar e pagar que parte deles… Conseguiu demonstrar o que é capacidade de mobilização e motivação para uma causa. E ganhou! ficando com o seu Criptojudaismo entre as Sete Maravilhas Culturais Imateriais de Portugal. Mas o mais curioso é verificar que a presença Judaica, apesar de ser primeiro tolerada e ultimamente até uma bandeira de Belmonte, na maior parte das localidades à volta, que tiveram também importante presença de Judeus, ultimamente era quase ignorada e antes foi até muito perseguida…. Porém e a escassas semanas apenas da nomeação. Eis deparar-nos com um sem numero de iniciativas culturais com referência ao judaísmo em várias localidades, a cultura Judaica entrou na moda… E esta Heín?

FICHA TÉCNICA

Jorge Henriques Santos jornalista CPJ nº3354A

CORREIO DE CARIA, Inscrito na ERC sob o nº de registo: 127362 Edição online bi-semanal, em www.correiodecaria.com - Edição mensal em papel - Tiragem 1000 exemplares PROPRIETÁRIO e DIRETOR: Jorge Henriques Santos, jornalista CPJ nº3 354 A ESTAUTO EDITORIAL Disponivel em: https://www.correiodecaria.com/quem-somos/ - REDAÇÃO: Jorge Henriques Santos- Daniel Mendes - Maria Sequeira PAINEL DE OPINIÃO: Avelino Pinto - Lopes Marcelo - Luis Abreu - Manuel Dória Vilar - António Cabanas - José Manuel Duarte - Manuel Geraldes, João Figueiredo da Silva COLABORADORES: José Lopes Nunes (JOLON) -Cristina Gomes- Angélica Maximino - João Paiva - Rosa Romão - Paulo Moura PUBLICIDADE: Maria José Portugal 916 627 574 EDIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvorada lLiterária, Unipessoal Lda, NIPC: 515 749 710 REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Largo José Luis Rebelo, Rua do Comércio nº8 - Malpique - Caria - 6250-111 BELMONTE CONTATOS 966217266 - 916627574 - EMAIL: redacao@correiodecaria.com; geral@correiodecaria.com N. DL: 465651/19

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Edição 7 - 26 de setembro de 2020

CULTURA PAG 3

Saneamento Político ou não,

João Morgado afastado da Câmara de Belmonte, ao se candidatar à Covilhã... A noticia saiu em vários órgãos de comunicação e tem feito ruido nas redes sociais, João Morgado anunciou a sua candidatura à Câmara da Covilhã e foi afastado da sua assessoria na Câmara de Belmonte. Dias Rocha diz que se tratou de um acordo amigável, de onde cada um segue o seu caminho, o assessor diz que uma conversa de seis minutos terminou uma prestação de serviços de 13 anos…

Jorge Henriques Santos

A

o que Correio de Caria conseguiu apurar, João Morgado, chefe de Gabinete do Presidente da Câmara de Belmonte, estará por detrás do anunciado acordo do PSD, CDS e independentes do movimento “De Novo Covilhã”, que se juntaram com vista a constituir uma coligação, nas próximas eleições autárquicas, contra a gestão socialista de Vitor Pereira na Câmara da Covilhã. João Morgado é natural e residente da Covilhã, é conhecida a sua divergência com a gestão de Vitor Pereira que tem sido expressa em várias intervenções publicas do escritor, o qual tem também currículo como autarca e de assessoria politica nas campanhas e nas autarquias, tanto de Carlos Pinto na Covilhã, como Dias Rocha, em Belmonte. Eram igualmente conhecidas as pressões do aparelho socialista, sobre Dias Rocha para afastar o seu chefe de Gabinete, reforçadas com a liderança Vitor Pereira à

frente da Federação Socialista de Castelo Branco, que recentemente venceu também com o apoio de António Rocha. Porém o que terá feito transbordar o copo foi uma “Carta Aberta à Consciência”, que o jornal “O INTERIOR publicou, onde o cronista criticava fortemente a gestão covilhanense e escrevia que a Covilhã se transformara «numa cidade apagada», apelando, por isso, «a que, quem tivesse sentido crítico e olhos abertos, despertasse os amigos e familiares». Um vídeo com a mesma comunicação circulou também nas redes sociais e teve significativa difusão… No dia 8 de setembro, numa conversa breve, Dias Rocha, comunica a João Morgado a rescisão da sua assessoria, pondo fim à relação de 13 anos, em que este foi o director de campanha de Dias Rocha em 2005, e também nas suas duas candidaturas posteriores pelo PS, tendo sido seu chefe de gabinete nos últimos sete anos. Ao Jornal

“O Interior” o presidente da Câmara de Belmonte respondeu que «ambos conversaram e que a relação profissional terminou tranquilamente, a bem, sem qualquer conflito». «Cada um segue o seu caminho», acrescentou o autarca. Ao Correio de Caria, João Morgado referiu que, apesar da forma rápida e fria com que a resolução foi tomada, se

trata de um cargo político que depende sempre da colocação pelo presidente, assim como a sua retirada. Salientando que a resolução e o envolvimento criado, apenas veio tornar que a sua candidatura se tornasse irredutível a partir desse momento. O processo da coligação CDS/ PSD e Independentes ainda está em negociações, não é liquido

ainda que João Morgado venha a ser apoiado pelas três forças, politicas covilhanenses, mas assegurou ao Correio de Caria, que tem já apoios conseguidos para de uma forma ou de outra, defrontar Victor Pereira nas próximas eleições, “seja como presidente, ou como vereador” (risos) No meio politico-social de Belmonte, muito tem sido o “sururu” em várias esquinas, ocupando-se os escribas locais em especulações diversas, para justificar o afastamento … uma vez que Dias Rocha disse que continuavam amigos. No final da ultima sessão de Câmara questionado pelos jornalistas, o edil de Belmonte, disse que “nunca houve saneamento politico, houve um acordo, com certeza que vocês conheciam algumas intervenções que o João Morgado fez publicamente, o João estava a seguir um caminho, o meu caminho é o da Social Democracia do Partido Socialista e por isso sou militante do partido socialista”… ”O João será sempre bem vindo a Belmonte” … “se nos virem na rua agora não se dão abraços, mas cumprimentar-nos-emos sempre e tenho o maior respeito e consideração por ele desejo-lhe as maiores felicidades”, concluiu o autarca.

Saneamento financeiro de três milhões €, para a Câmara de Belmonte E

ntre os diversos pontos em análise a última sessão do executivo aprovou o Plano de Saneamento Financeiro para a autarquia, o técnico responsável contratado para a elaboração do mesmo ainda foi aguardado na sessão, mas não chegou a comparecer, acabando o assunto por ser apresentado por José Manuel Caninhas Figueiredo, que explicou as características deste plano e a sua função. Segundo explicou o técnico, apesar de a autarquia ter ainda capacidade de endividamento para pedir empréstimos neste valor, o Plano de Saneamento financeiro, foi uma opção politica do presidente da Câmara e que por seu turno tem outras implicações administrativas e burocráticas, mas estabelece outra segurança e garantias. Salientou que a principal necessidade para este Plano que aponta um empréstimo de 3.2 milhões de euros, é motivado na larga medida pela dívida de 8 milhões às águas de Setúbal e Vale do Tejo, (decorrente da situação que tem estado em negociação, na qual também a entidade deve avultada quantia à Câmara).

O plano agora elaborado, será sujeito também a aprovação da Assembleia Municipal, indo depois para apreciação do Tribunal de Contas. Trata-se de uma matéria sobretudo técnica para a qual é importante a boa elaboração e fundamentação, aspeto realçado pelos vereadores “da oposição” e pelo próprio presidente Dias Rocha.

2.000€ por dia em Transportes Escolares O aspeto de realce no período antes da Ordem do Dia foi a abertura do ano letivo e os constrangimentos causados com a situação dos transportes, uma vez que por falta de acordo com a Transdev, no primeiro dia ficaram várias carreiras por fazer. Segundo explicou o presidente da Câmara Dias Rocha, a Câmara acabou por fazer acordo com a empresa Viúva e Monteiro do Sabugal, o qual já fica apenas em 1300€ diários, mas que a solução terá de passar por a Câmara assegurar esse serviço com viaturas municipais, “se bem que uma viatura de nove lugares nas condições atuais só pode transportar quatro ou cinco pessoas”…

25.000€ por mês em transporte de trabalhadores para o concelho Outra situação de que Dias Rocha manifestou também alguma indignação é a imposição por parte da CIM, (Comunidade Inter Municipal) para a comparticipação nos transportes aos trabalhadores que vêm para o concelho, cujo encargo representa nesta ocasião um custo de dois mil e quinhentos euros, pagos pela autarquia às transportadoras. Referindo exemplos como de Verdelhos, que vem um autocarro com apenas quatro trabalhadores

para a Grasil. Salientou também o vereador Amândio Melo, que esta situação é profundamente injusta, “as transportadoras estão-se a servir da situação gerada pela pandemia”, pois na situação atual, não se lhes colocam restrições excecionais uma vez que elas já transportavam poucas pessoas. Se bem que segundo salientou Dias Rocha, um passe do Teixoso para Belmonte custa cerca de 80€, um encargo muito grande para quem ganha o salário mínimo, defendendendo que deve haver mecanismos de apoio, mas devem

ser vistos no quadro dos habitantes de cada concelho e não nos concelhos onde eles trabalham. “Aqui vêm apenas trabalhar, não são nossos munícipes, não pagam cá impostos, ganham o seu vencimento e gastam tendencialmente no comércio da zona onde vivem”…”Devem ser apoiados nos seus Municipios: é uma situação que temos de ver no âmbito da CIM, porque eles também tomam estas decisões, mas não são eles que pagam”, salientou Dias Rocha. jhs


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ATUALIDADE

A Lanifato na Mira do Bloco de Esquerda A empresa têxtil Lanifato, com sede em Belmonte, conta com significativo histórico de conflitos laborais. Algumas denuncias têm tido algum impacto e desta vez foi mesmo objecto de tratamento pelo Bloco de Esquerda que também a tem publicada na sua página “O Interior ao Avesso” referindo que a empresa após falhar o pagamento de salários, está a obrigar as próprias funcionárias a pedir a suspensão do contrato de trabalho, estando em risco os cerca de 90 postos de trabalho da empresa. A denúncia recebida no site despedimentos.pt indica que as falhas se verificaram em agosto no salário e subsídio de férias. As chefias forçaram seguidamente um conjunto de trabalhadoras a solicitar a suspensão dos seus próprios contratos, através da assinatura de cartas previamente redigidas pela administração da empresa. A imposição foi feita sob ameaças de despedimento e de retirar todas as funções a quem recusasse assinar o documento. O sucedido reforça o clima de incerteza quanto ao futuro dos postos de trabalho vivido na fábrica desde março, quando a administração da Lanifato impôs férias forçadas, conforme noticiou o Interior do Avesso. Segundo as denúncias, a administração da empresa que emprega cerca de 90 pessoas estará a ganhar tempo, “uma vez que pondera o encerramento de várias linhas de produção, perspetivando o despedimento de dezenas de pessoas.” Com esta manobra, em que suspende as suas obrigações, a administração está a deixar várias funcionárias com mais de 30 anos de casa sem rendimentos e sem perspetivas. Ficam no ar promessas da gerência “de que voltará a chamar as funcionárias assim que for possível retomar a atividade, indicando mesmo que poderá mudar de instalações.”

Edição 7 - 26 de setembro de 2020

Abertura do ano letivo com novas normas À

semelhança do que aconteceu em quase todo o País, as aulas do Agrupamento Escolar Pedro Alvares Cabral, iniciaram-se também nesta quinta-feira, dia 17 de setembro, em Belmonte e Caria, com as novas normas decretadas pelo Ministério da Educação e a DGS, decorrendo com tranquilidade e alguma alegria, nesta nova “normalidade: Num comunicado publicado no dia 25 de agosto pelo director do Agrupamento Escolar, David Canelo, foram dadas todas as informações relativas ao funcionamento do novo ano escolar, disponíveis em: http:// www.ae-pedroalvarescabral. net/index.php No final do dia Correio de Caria falou com o diretor do agrupamento no sentido de avaliar esta entrada, num modelo novo e com normas novas para todos: professores, alunos e pessoal auxiliar. Para além de alguns inconvenientes gerados pelos transportes escolares, o primeiro dia de aulas revelouse tranquilo e de boa adaptação às novas normas, sendo marcado sobretudo pela alegria do reencontro entre os alunos, ávidos do convívio com os colegas e do meio escolar. Idêntico sentimento também nos professores que “estavam também saturados da situação”. Os espaços de recreio e o refeitório onde, na sede do agrupamento se servem 160 refeições, sendo os pontos mais sensíveis, também decorreram com tranquilidade, dentro das normas de organização e distanciamento. Correio de Caria deslocou-se

à escola e verificou “in loco” o estado de funcionamento, onde segundo foi testemunhado, pelo diretor e alguns auxiliares, o novo sistema organizativo, além de naturalmente respeitado pelos alunos, acabou por trazer até alguns aspetos positivos, pelos menos nesta primeira semana, como menos barulho e maior tranquilidade no ambiente do refeitório e menos consumo nos produtos do bar. Pelo que nos foi referido, Pais e alunos previnem-se preferindo trazer comida de casa… No restante pudemos testemunhar uma boa organização e sem perturbações na portaria, com devida higienização e encaminhamento. Assim como a organização do refeitório, com separações de vinil em cada mesa e devida identificação, das mesas desinfetadas e a desinfetar. No que concerne aos transportes, houve alguns constrangimentos no primeiro dia, dada a alteração dos operadores de transportes que foram depois corrigidos com o ajustamento de novos horários. A Câmara Municipal de Belmonte adquiriu mais um veículo para o Transporte Flexível Municipal, procurando que todos os percursos sejam feitos em segurança e respeitanto as medidas de prevenção que os novos tempos requerem. O Munícipe Olivier Soares, em comentário a esta noticia no Visit Belmonte, informou “os encarregados de educação de Caria e arredores que têm as crianças que estudam na Covilhã, que todos os dias às 7h35, junto aos correios de Caria, há um autocarro que faz o transporte das crianças do concelho de Belmonte via

castanheira e Peraboa até à Frei Heitor Pinto . O passe tem que ser tirado na Auto-Transportes do Fundão, na central de camionagem da Covilhã”, disse o municipe e fica o registo. N,R: Adiante-se que de acordo com a lei, sempre que os alunos tenham compulsivamente de sair do concelho, ou residam a mais de três quilómetros do Estabelecimento de Ensino, cabe à respetiva autarquia assegurar o transporte escolar, pelo que mesmo no caso em que o transporte é promovido pela autarquia vizinha, cabe o suporte

ao município de residência. Uma situação de que o presidente da Câmara de Belmonte também se lamentou na ultima sessão de Câmara, referindo que “devia de ser apreciado”, porém se no concelho não houver oferta educativa na área que o aluno escolheu, a deslocação é compulsiva e o aluno tem direito ao transporte: DecretoLei n.º 299/84, Revogado pelo/a Artigo 70.º do/a Decreto-Lei n.º 21/2019 - Diário da República n.º 21/2019, Jorge Henriques Santos

Tranquila em Cada Dia assim vai Caria N

o “briefing” que mensalmente o nosso jornal faz com os autarcas locais, recebemos de Pedro Torrão, presidente da Junta de Freguesia de Caria várias informações sobre o funcionamento da freguesia, onde as prioridades dos trabalhos da Junta foram neste período para limpeza

de linhas de água, valetas e aquedutos, por forma a atenuar as enxurradas vulgarmente causadas pelas primeiras chuvas. Prosseguiu a limpeza dos caminhos públicos e rurais. Outra atenção foi para os fontanários na freguesia, no sentido de limpeza e colocação de placa a informar que a água

não é tratada, pois alguns ainda não tinham. Outra das atenções foi a abertura do ano escolar que o autarca assegurou ter decorrido dentro da normalidade, ter conhecimento de alguns problemas com os transportes, mas de a Câmara Municipal entretanto os ter superado. Em fase de conclusão está a obra do passeio na estrada 18/3 frente à Carveste e Bebiana, (foto em destaque) cuja execução é da Câmara Municipal e tem vindo a ser acompanhada pela Junta de Freguesia. Uma obra

que segundo testemunhou ao Correio de Caria, Amândio Fortuna da Bebiana, “fazia muita falta, pois a valeta em certos pontos tinha uma fundura de quase um metro”…” Eu assisti a caírem ali algumas senhoras e haver acidentes complicados”… “Sobretudo no tempo da Carveste…”. A Carveste já não existe e ocorreu um comentário que por vezes já se torna comum nestas zonas de interior “Infelizmente a obra chegou quando quase não há pessoas… mas mais vale tarde….”


Edição 7 - 26 de setembro de 2020

DESPORTO

Ana Caramelo, Campeã Nacional de Triatlo, de Femininos 25/29

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Cariense Ana Sofia Caramelo, participou no dia 5 de setembro, no Triatlo de Lisboa - Campeonato Nacional de Grupos de Idade, Conseguindo um “brilhante” quinto lugar no escalão Geral Feminino e subindo ao pódio a receber o prémio do primeiro lugar no seu escalão 25/29. Apesar de ser a sua primeira participação nesta prova a atleta de Caria, conseguiu o tempo de 2:26;50. Numa prova com um segmento de

natação no rio Tejo que partiu da areia com duas voltas num total de 1500 metros; Um segmento de ciclismo de 40km que constou de cinco voltas de 8km na frente ribeirinha de Lisboa, com uma subida de 600 metros em cada volta, com inclinação média de 5%, dois retornos a 180º e uma zona urbana sinuosa de cerca de 600 metros. O segmento de corrida foi feita na frente ribeirinha de Lisboa, com quatro voltas planas de 2,5 km.

Ana Caramelo participou em representação do Marvila Oriental Triatlo, referindo após a prova que “Para primeira prova, correu melhor que esperado”, aproveitando a mesma nota para agradecer “ A quem acredita em mim e me motiva todos os dias para ser ainda melhor” e a todas as pessoas envolvidas neste seu novo projeto, salientando que “ o segredo do êxito na vida de um homem está em prepararse para aproveitar a ocasião, quando ela se apresenta”.

Ana Sofia Caramelo, tem 25 anos de idade, é natural de Caria, é agente da PSP e presta serviço na Direção Geral da PSP, na Penha de França, em Lisboa, tem integrado a equipa do Colmeal da Torre em Todo o Terreno e Atletismo, porém como o CCDR não tem equipa de Triatlo, Ana Caramelo, integrou a equipa do Marvila Oriental Triatlo. De férias na terra, o Correio de Caria encontrou-se com a atleta em breve conversa, revelando

que começou a correr no desporto escolar, apesar de não se pautar com resultados muito expressivos e que há cerca de três anos começou a participar na equipa de atletismo do colmeal da Torre CCDR e como está a residir em Lisboa vai fazendo uns “Trails” para mexer o corpo, ía participando nalgumas provas e ía tendo bons resultados, há cerca de meio ano surgiu a oportunidade de integrar a equipa de Triatlo do Marvila Oriental, uma vez que o Triatlo era um sonho que perseguia, começou a treinar para esta prova há cerca de três meses e o resultado foi o que atrás se descreve. Em termos de outras grandes competições em que participou, destaca a Corrida dos Reis, no inicio deste ano em Portalegre, 45kms. Em termos de títulos a heroína de Caria, destaca a vitória de Dezembro passado na Corrida de S. Silvestre na Covilhã, onde ganhou a taça do primeiro lugar feminino. Em termos de desafios para o futuro, a situação da pandemia veio complicar muita coisa e

cancelar muitas atividades, é difícil traçar um objectivo de preparação para uma prova. Para já “agora é treinar para evoluir e ganhar pódios, até para ganhar patrocínios, que o triatlo não é um desporto digamos que barato! Relativo à área de desporto nomeadamente triatlo, vou apostar na modalidade, mas continuarei a fazer Trail até para fazer complementar mais o treino, e aí continuarei com a camisola do Colmeal da Torre até para divulgar assim o clube e a região, que infelizmente está a ficar cada mais desertificada”. Em jeito de desabafo, sobre o dilema dos jovens da região que para ter futuro continuam a ter de ir para fora, Ana Caramelo considera que têm de se criar condições, ao nível da oportunidade de empregos, mas não só, “como atleta posso referir que também a este nível há carências”, como ciclista considera que “as estradas deviam estar muito melhores, o estado precário das vias rodoviárias é também uma limitação”. jhs.

Colmeal da Torre em Força nas Provas de Rampa

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o dia 6 de setembro, teve lugar no Louriçal do Campo, a prova de Rampa organizada pela Associação de Ciclismo da Beira Interior. O Centro Cultural e Desportivo do Colmeal da Torre, ” CCDR Colmeal da Torre / Visit Belmonte / Starmodular ” esteve presente com 4 atletas. Em cada um dos seus escalões, os atletas do emblemático CCDR, apresentaram a excelente performance, com que já nos vêm habituando: Rafael Barbas, com 7min 11seg, na categoria de Cadetes, foi o 1º Regional; Vasco Santos, com 7min 20seg, na categoria de Master30, foi o 5º Regional; Diogo Monteiro, com 6 min 35seg, na categoria de Elites, foi o 1º Regional e 2º Geral Total;

David Gonçalves, com 6min 49seg, na categoria de Elites, foi o 4º Regional O Campeonato Nacional de Rampa teve lugar no passado dia 13 de Setembro no concelho de Miranda do Corvo, numa subida com 3km numa pendente média de inclinação de 7%. A Situação de Alerta por risco de incêndio na região impediu a divisão dos participantes em dois percursos, e ficou pela de 3 mil metros para todos os participantes de todos as categorias, desde cadetes até masters, incluindo corredores das equipas profissionais portuguesas. A equipa do concelho de Belmonte participou com 5 elementos, onde competindo com os melhores do País, continuou a ter destaque e a

dar frutos muito positivos. A classificação dos atletas do CCDR/Colmeal da Torre, foi o seguinte. :- Rafael Barbas 10min 54seg -> Cadete Masculino->11º – Marcelo Soares 10min 59seg -> Cadete Masculino->14º

– Marilyne Marques 18min 03seg -> Elite Feminino -> 19º – Diogo Monteiro 9min 52seg -> Elite Amador Masculino -> 6º – David Gonçalves 10min 13seg -> Elite Amador Masculino-> 8º

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Hélio Costa Prepara-se para Novos Voos

O atleta revelação do Colmeal da Torre, Hélio Costa, que há pouco tempo concluiu a Ultra Maratona de Portugal, participou há duas semanas noutra grande prova, correndo as 100 milhas do “Douro FKT”. Num percurso Barca D’Alva até Cinfães, correndo um total de 160km junto ao Rio Douro, através da Estrada Nacional 222, com mais de quatro mil metros de desnível acumulado. O objectivo principal de superar o tempo de referência, de 23 horas, o atleta de Belmonte conseguiu terminar com um tempo de 20h49m51s. Segundo revelou o atleta à Rádio Caria, a nova temporada trará novos projectos que, anuncia desligar-se do CCDR de Colmeal da Torre, para novos voos “Vou deixar um clube que me apoiou durante estes três anos e meio, e a eles tenho a agradecer toda esta minha evolução e apoio que me deram”…. “vou reunir com alguns patrocinadores e vamos ver o que vai acontecer”. Referindo a mesma fonte que o atleta pretende abraçar um novo projecto na modalidade do atletismo, e em particular na vertente de Trail e Ultra, onde se tem destacado com excelentes resultados a nível nacional ________________________

Sofia Barroso de Sá Campeã Nacional de Golfe sub 16

Conforme Correio de Caria, noticiou em primeira mão no dia 1 de Setembro, a Jovem de Belmonte sagrouse campeã nacional de golfe no escalão de Sub-16 na competição realizada no Estela Golf Club, em Póvoa de Varzim. Sofia Barroso Sá, vingou assim o 2º lugar do ano passado. A jogadora que agora compete pela Associação Quinta do Lago foi líder desde o primeiro dia de competição e no último dia conseguiu segurar a liderança com um total de 231 pancadas, menos 7 que a segunda classificada Ana da Costa Rodrigues (238). No terceiro lugar do pódio ficou Constança Mendonça com um total de 254 pancadas. Sofia Barroso Sá conta já com dois campeonatos nacionais vencidos no escalão sub-10, uma taça nacional de sub-14, uma Taça Mendes D´Almeida, uma Taça da Federação Portuguesa de Golfe – BPI e agora um campeonato nacional de sub-16.


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ENTREVISTA

Edição 7 - 26 de setembro de 2020

Entrevista com António Júlio Garcia.

“...Eu estava no Forte de Caxias. E, entretanto, nasce o nosso filho, Alberto Álvaro...” António Júlio Garcia é outra das figuras incontornáveis na história e na sociologia de Belmonte. Resistente antifascista e preso pela PIDE, primeiro presidente da Câmara de Belmonte, após o 25 de Abril e presidente deste executivo em mais dois mandatos um pelo PRD e outro pelo Partido Socialista. A ele se atribuem, o salto para a Democracia e muito da imagem e do património de Belmonte. Jorge Henriques Santos Correio de Caria- Onde nasceu, onde foi criado, profissão dos pais, quantos irmãos? António Júlio Garcia- Sou natural da Guarda; tenho dois irmãos; o meu Pai foi médico e minha Mãe professora; quando meu Pai faleceu a Cidade atribuiu o seu nome a uma das ruas da urbe. Na Guarda vivi e estudei até que fui para Coimbra, em 1963. C. C.- Então foi daquela geração reivindicativa e insubordinada que começou a desafiar o regime (risos). Estudou o quê? A.J.G.- Em Coimbra a minha casa foi a República Ay-ó-linda. Aí aprendi a viver em comunidade. Vivi intensamente o mundo académico. Frequentei o curso de Medicina. Entretanto seguiram-se tempos muito complicados; queríamos estudar tudo, queríamos aprender tudo, para mudar Portugal e o Mundo para melhor...; casei; fui preso político da ditadura; nasce o nosso filho; vem Abril de 1974, e assumo a Presidência da Câmara Municipal do Concelho de Belmonte; nasce a nossa filha; profissionalmente sou professor. C. C – Mas disse-me que tinha vivido em Setúbal... A.J.G.- Sim. Maria Antonieta, minha mulher, terminou a licenciatura em Românicas em 1968 e ainda nesse ano foi colocada como professora no Liceu Nacional de Setúbal. Entretanto eu ingressei no Serviço Militar e, colocado no Estado Maior da Região Militar de Lisboa, a meu pedido fui transferido para o Regimento de Infantaria 11, sediado em Setúbal. A cidade evidenciava-se no país como exemplo de gritantes assimetrias sociais. Com o que se não poderia ou deveria tolerar. Acreditávamos que a cultura era uma das formas de elevação do Homem, que levaria a obviar a esta situação de evidente injustiça. Nisso acreditávamos, e não só... (risos). C. C - É aí que surge ligado ao Círculo Cultural de Setúbal? A.J.G.- Criámos o Círculo Cultural de Setúbal em 1969. Recordo, com saudade, quem nos acompanhou nesta iniciativa. É sempre conveniente não referir nomes, por esquecimento, alguns não irei mencionar. Mas neste momento lembro-me de Carlos Tavares da Silva, Tito Lívio, Fernando Cardoso (na altura Secretário do Governo Civil de Setúbal), António Santos Jesus, Maria Antonieta Garcia (minha mulher), José Afonso dos Santos (Zeca Afonso), Mário Brandão Ferreira, Maria Laurinda Ferreira, Abílio Ferreira, António Manuel Fráguas e Dimas Pereira, entre outros, como fundadores ou do início desta estrutura. Naquela época, mexeu muito em termos sociais e políticos na cidade de Setúbal. Recordo que nos primeiros dez meses de atividades realizámos cerca de 40 ações culturais ou socioculturais (em média, uma por semana).

C. C - Era natural que o regime reagisse!? A.J.G.- E reagiu! Como disse estava a prestar Serviço Militar em Setúbal. Fui compulsivamente transferido para o Regimento de Infantaria 14, em Viseu, violando toda a legislação militar… Dando, porém, cumprimento a uma imposição da PIDE/DGS (Polícia Política da ditadura instaurada em 28 de maio de 1926). A nota dizia: “... inconveniente a sua permanência na cidade de Setúbal”. Eu era o Alferes mais antigo e mais classificado da unidade militar, não tinha solicitado transferência, nem tinha tido nenhum castigo. O que aconteceu violou tudo o que a lei estipulava. Corria o ano de 1970 e situações semelhantes aconteceram a amigos que, estiveram na fundação do Círculo Cultural de Setúbal e que, na altura, estavam vinculados à instituição militar. C. C - Foi então para Viseu. E a esposa ficou em Setúbal? A.J.G.- Por proposta do Diretor Geral do Ensino Básico e Secundário foi instalar e dirigir a Escola Preparatória em Penalva do Castelo, que dista cerca de 30 km de Viseu. Aconteceu que, aquando da sua atividade letiva em Setúbal, teve duas inspeções pedagógicas a que foram atribuídas classificações relevantes. C. C. – E o António Júlio estava em Viseu?! A.J.G.- Sim. Mas no fim de agosto de 1971, exatamente um ano após o que me aconteceu em Setúbal, a minha situação repete-se. Sou compulsivamente transferido para Lamego, para instrutor numa Companhia de Comandos que aí estava a ser formada. Desta vez a nota dizia: “... inconveniente a sua permanência na cidade de Viseu”. E passados uns meses, em novembro, sou preso pela polícia política do regime, a PIDE/ DGS. C.C. – A esposa ficou sozinha em Penalva do Castelo? A.J.G. - Por proposta do Diretor Geral do Ensino Básico e Secundário foi instalar e dirigir a Escola Preparatória de Belmonte. Estava grávida do nosso filho. Meus Pais residiam na Guarda e meus Sogros no Fundão. Belmonte ficava a meio caminho entre a Guarda e o Fundão. C.C. – É assim que vem para Belmonte? A.J.G.- Sim. É assim que a minha mulher vem para Belmonte. Eu estava no Forte de Caxias. E, entretanto, nasce o nosso filho, Alberto Álvaro. C.C. – Mas prendem-no com que pretexto? A.J.G. – As pessoas juntavamse, debatiam ideias, queríamos um país onde vigorasse a liberdade, a democracia, o primado do Direito, com liberdade de expressão e direito à informação. As acusações eram

geralmente sempre as mesmas: subversão, atentar contra a segurança do Estado, pertença ao Partido Comunista. C. C. - E pertencia? A.J.G.- A polícia política dizia que sim. Desde 1965!! Nessa altura era a organização onde se podia trabalhar mais eficazmente para derrubar a ditadura. C. C. - Quando é que começou a ter atividade política? A.J.G.- Em 1958. Quando Humberto Delgado, foi à Guarda, foi proibida a saída do Liceu. Tinha apenas 14 anos, mas faltei às aulas para ir assistir. C. C. - Mas assim em termos efetivos? A.J.G.- Em minha casa falavase de política. Meu Pai, o médico Alberto Garcia era um dos rostos da oposição, na Guarda. Em 1945 integrava a Comissão Concelhia do MUD (Movimento de Unidade Democrática), cujos elementos foram presos pela PIDE, a polícia política. Sempre tive tendência para me ligar à intervenção cultural e naturalmente política. C. C. - Então foi preso em 1971, para onde o levaram? A.J.G.- Estive na Casa de Reclusão Militar do Porto, porque, na altura, eu era oficial do Exército; na PIDE

do Porto; nos Fortes de Caxias e de Peniche. Em Caxias, foi uma desgraça: 87 dias de isolamento e interrogatórios... E foram dois anos e tal nisto. C. C. – Tortura. Chegou a ter? A.J.G.- O que é que esperava? … (Sorriso muito emocionado) Aquilo foi terrível… C. C. - Vem o 25 de Abril de 1974. Onde estava nessa altura? A.J.G.- Saio de Peniche em dezembro de 1973 e passo a residir em Belmonte onde minha mulher era Diretora da Escola Preparatória. De manhã cedo telefona-me o meu amigo Vítor Teixeira comunicando-me que em Lisboa a tropa estava na rua. A minha primeira reação foi procurar saber “de que lado”. Passado pouco tempo começam a chegar notícias e estava a acontecer o que o País queria e de que precisava. C. C. - Houve algum episódio marcante nessa ocasião? A.J.G.- Terá havido muitos, por certo. Mas neste momento recordome de três, curiosos e divertidos que aconteceram logo nos primeiros dias do Portugal Libertado. Éramos cerca de 30, os democratas dos distritos de Castelo. Branco e Guarda que aguardávamos Mário Soares e elementos do Secretariado do PS no exílio, em Vilar Formoso. O comboio

deu entrada em Portugal cerca das 5 horas da manhã de 28 de Abril. Entre os presentes, eu, Maria Antonieta e meu Pai. As pessoas saíram, fomos para um café, conversar... e passado cerca de uma hora, o Chefe da Estação chega à porta e pergunta: “Sr. Dr. Mário Soares dá licença que a composição avance?” Resposta: “Pois é, temos de ir embora” e para nós, em tom divertido: “Já mando nos comboios”. A primeira entrevista a Soares no Portugal de Abril foi aqui feita por Maria Antonieta, para o Jornal do Fundão. Recordo-me que no dia 30 de abril, quando me dirigi ao Posto da GNR de Belmonte para me apresentar, como todos os últimos dias do mês, na medida em que estava com residência fixa em Belmonte, o Comandante do Posto me dizer: “Sr. Professor, o que vem fazer? Lá que fosse eu a apresentar-me ao Senhor...” Também não esqueço que no dia 25 de Abril, pelas 11 horas da manhã, com a nossa casa cheia de amigos, o Sr. Virgílio Melo, Regente da Banda de Belmonte bate à porta e pergunta: “Sr. Professor, a Banda pode sair e correr as ruas?” Resposta minha: “Que seja já e que os foguetes que o fogueteiro da Gaia lá tenha que venham para cima e estalem no ar”. E foi a festa. C. C. - Depois veio o poder local de Abril, o senhor esteve na primeira linha e presidiu à Comissão Administrativa para a Câmara de Belmonte. Como foi esse processo? A.J.G.- Numa segunda-feira, depois do fim de semana passado fora de Belmonte, penso que o Amigo e comerciante Firmino Afonso Tavares me informou que tinham ocorrido reuniões de Democratas, muito participadas nas quais eu havia sido indigitado para Presidente. Também os nomes dos Vereadores tinham sido indicados. Passados uns tempos, o Governo Civil e Oficiais do Exército de Castelo Branco deram-nos posse dos cargos. C. C. - E depois a gestão da autarquia? A.J.G.- Foi um período intenso, exaustivo. Como quase em todo o


ENTREVISTA

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Entrevista com António Júlio Garcia

“...Belmonte onde, parafraseando Zeca Afonso, tenho [em cada esquina um Amigo]...” País, estava tudo por fazer. Tinham de construir-se condições dignas para as pessoas. Não só nas localidades maiores, mas em todo Concelho. A água, os esgotos e respetivas estações de tratamentos, as estradas, os caminhos, a beneficiação de escolas, criação de Jardins de Infância, a criação de habitações (sobretudo em Belmonte) ... etc, etc, etc,... Por onde começar? Era o desafio. Começou-se tudo ao mesmo tempo. Sim, também a construção do Edifício da Escola Preparatória, depois C+S.

depois (risos). Flores de que muito gosto. Belmonte, o Concelho de Belmonte é e está muito bonito

C. C. - Mas havia falta de habitação, já com o surto da emigração? A.J.G.- Em 1974 grande parte do parque habitacional dos portugueses tinha condições muito precárias. Depois houve um aumento do nível de vida das pessoas, com a criação do vencimento mínimo Nacional e não só. E em Belmonte foi a construção dos Bairros do Tronco, do Areal, Olival grande – 1.ª Fase e Olival Grande – 2.ª Fase.

C. C. - Ausentou-se da atividade política, ou continua com alguma atividade política, ou de cidadania? A.J.G.- Sou militante de base do Partido Socialista, da Secção de Belmonte, e como costumo dizer “com as quotas pagas”. Quanto à atividade política, o meu partido gostaria e insistiu para que, em 1994, eu continuasse à frente da Câmara Municipal. Mas depois de 5 mandatos, 3 como Presidente da Câmara estava muito cansado. Mais importante, ou tão importante, como entrar, é saber sair. Em termos de cidadania, em tempos dei um apoio nos Órgãos Sociais do Teatro das Beiras, da Rádio Cova da Beira, presidi ao Centro Cultural do Fundão, que me lembre… Sim, já tem acontecido ser solicitado para falar sobre o 25 de Abril. Antes e depois. Nunca digo que não. Leio, faço as minhas reflexões, as minhas investigações, vou compilando material, sobretudo, sobre o Concelho de Belmonte e a sua História.

C. C. - Depois veio a organização política dos partidos e o estabelecimento da Democracia. Por onde alinhou, filiou-se? Encabeçou listas? A.J.G.- Estava extremamente cansado. Não me candidatei a eleições. Tenho este terrível defeito de perfeccionismo. Quando estou, é para estar a tempo inteiro, manhã, tarde e noite, nem que seja a sonhar com o que realizar durante o dia. Mais tarde, em dois mandatos, frentes unitárias convidaram-me e à Dra. Manuela; encabecei essas duas listas. Concorremos os dois como independentes. C. C. - Como professor empenhouse também na organização sindical? A.J.G. – No início fui eleito Delegado Distrital, mas nunca concordei com o facto de os sindicatos serem conotados com partidos políticos, acho que isso desvirtualiza a essência do sindicalismo... Não repeti. C. C. - Depois como evoluiu a sociologia política em Belmonte? A.J.G. - Sempre nos batemos por um certo unitarismo, frentismo e isso resultou muito bem na Comissão Administrativa da Câmara (1974 – 1976). Haja em vista o trabalho produzido e os resultados conseguidos. Pois, talvez por isso os partidos se constituíram no Concelho de uma forma tardia... De resto, a equipa que deveria gerir a Câmara Municipal (1977-79) eleita por listas partidárias, não chegou ao fim, dissolveu-se e teve de haver Eleições Intercalares... C. C. - E essa sua filiação no PCP continuou? Como foi? A.J.G.- Depois do 25 de Abril já havia outras formas para pugnar pela melhoria deste País (risos) . C. C. - Nessa altura o Partido Comunista estava já com pujança; quem quisesse fazer intervenção com força, tinha mais condições organizativas? A.J.G.- Pois, mas não era isso que eu queria. Vamos ver, independentemente de eu respeitar muito quem está no PCP, há coisas que eu não aceito... Esta coisa de os fins justificarem os meios, por exemplo... Gosto muito de me rever na Declaração Universal dos Direitos do Homem...

C. C. - Ainda mantém ligações a Belmonte? A.J.G.- Então não mantenho?! Belmonte é o meu concelho adotivo, dos afetos. Quando alguém me diz – estive na tua terra – pergunto sempre: em qual, na natal ou na adotiva? Belmonte onde, parafraseando Zeca Afonso, tenho “em cada esquina um Amigo”.

1986 – Tomada de Posse como Presidente da Câmara – António Júlio Garcia de pé Maria Manuela Carvalho, Amândio Melo e Maria da Trindade (Secretária da Câmara Municipal)

C. C. - Mais tarde veio o fenómeno PRD, em 1985. O senhor integrou essa corrente, encabeçou a lista autárquica e Belmonte teve uma das três Câmaras PRD do País. A.J.G.- Ganhámos. Em Lamego, o Presidente da Câmara foi reeleito porque já o era pelo PPD; em Almeirim, foi reeleito o Presidente da Câmara que o era pelo PS. Nós.... Acreditei que era um movimento capaz de envolver este País, reunir as pessoas, de desenvolver um projeto que passaria pela honestidade, a determinação, a palavra, enfim... esses predicados que aprendemos no berço... C. C. - Mas depois o partido!!? A.J.G.- Depois foi o que se viu, não houve condições. Mas eu nunca cheguei a aderir ao PRD, nunca me filiei. C.C. - Mas nessa altura esta Câmara deu que falar: Muitas benfeitorias, classificações do património e obras de referência em Belmonte, a que o seu nome aparece associado e ainda hoje é referido. Quer destacar o que foi essa gestão? A.J.G. - Tenho dificuldade em distinguir precisamente esse mandato, porque também fiz o outro a seguir, eleito numa lista que encabecei, do Partido Socialista (Tinha acabado de aderir como militante ao PS). Assim, é-me difícil distinguir o que aconteceu no segundo ou no terceiro mandato. Também não sei se o primeiro, o da Comissão Administrativa não foi tão decisivo quanto os outros dois; mas esse está mais distante. Efetivamente nestas duas ocasiões (1974-1976) e (1986-1993) definiram-se uma série de linhas estratégicas para o Concelho e deu-se início à sua implementação. Felizmente tiveram continuidade. C. C. - Quer destacar? A.J.G.- Seria fastidioso enumerar tudo o que foi feito. Até porque a

entrevista já vai muito longa. Se um dia desejar falar só disto, falaremos. O que se fez e porque se fez. De qualquer forma digo que o que se tratava de infraestruturas básicas e não só, ficou praticamente tudo resolvido. Águas (captação e distribuição), esgotos e seu tratamento, recolha e depósito de resíduos sólidos, estradas, caminhos, escolas, equipamentos desportivos, sociais e clínicos, em Belmonte zonas de expansão urbanas em início de construção (Bairros do Pinhal do Carrola e de Santo Antão), projetos de duas variantes em Belmonte e outras duas em Caria (tendo ficado já executada a construção da variante Oriental de Belmonte), beneficiação de todo o sistema de distribuição de eletricidade em baixa tensão no Concelho, o levar da corrente elétrica até dos mais pequenos conjuntos de casas, até aos grupos de quintas… E sei lá que mais. Abrindo as portas para um futuro eixo de desenvolvimento a passar pelo Turismo, Turismo Cultural, iniciaramse as escavações em Centum Cellas, desenvolveu-se o projeto de revitalização do Castelo e da sua encosta (de que ficou feita a primeira fase); procedeu-se à classificação de Património em que o Sr. Vereador Manuel Marques teve uma ação meritória, dignificou-se o Posto de Turismo, a sua envolvente e a zona de acesso ao Castelo; deu-se um interesse muito especial ao estudo e divulgação de uma realidade belmontense – o Criptojudaísmo -; incluiu-se como funcionário da Câmara, a tempo inteiro, um arqueólogo, que me parece que não existia em todo o cordão do Interior do País, exceto Évora. Desenvolveram-se aproximações às Embaixadas do Brasil e de Israel. Adquiriu-se um Lagar de Prensas para vir a instalar um Museu do Azeite. Que me recorde… C. C. - E os museus? A.J.G.- Isso são as flores, já vieram

C. C. - Uma questão que não pode escapar numa abordagem sobre Belmonte é o Criptojudaísmo que agora até foi considerado Património Imaterial da Humanidade. Mas que a votação foi feita por chamadas de valor acrescentado. Que comentário? A.J.G.- Bem sobre o processo de votação, está tudo dito… Mas independentemente disso Belmonte

fez bem, fez bem e demonstrou ter capacidade de mobilização para defender uma ideia e um conceito. Agora sobre a comunidade Judaica em Belmonte e o Criptojudaísmo, eu acho que a pessoa mais informada sobre isso é Maria Antonieta, minha mulher… Deixava isso para falar com ela, quando se entender. C. C. - Que potencialidades vê no concelho e na região que podiam ser valorizadas? A.J.G.- Ao longo dos tempos, dos séculos, a mineração, a indústria extrativa trouxe sempre mais valias ao nosso Concelho. Hoje, se situação semelhante se deparar, com todos os cuidados que possam objetar à agressão ambiental, tal oportunidade deve ser agarrada. Temos água, terra e sol. Em moldes modernos, trabalhe-se a terra – os pomares, o azeite, o vinho (de que a Quinta dos Termos e o 2.5 são atualmente dois bons exemplos) e outros produtos em que poderemos ser favoravelmente concorrenciais. Façamos o que sempre soubemos fazer: Belmonte foi terra de sapateiros e costureiras – e não quero acreditar que, depois de tudo o que recentemente se passou no Mundo, os Europeus, os Ocidentais continuem a manter, a estimular a indústria produtiva na Ásia. Seria a hora de levar a sério e radicar no território a indústria transformadora de produtos da terra. O turismo é uma coisa que não se faz de um dia para o outro e tem sido uma aposta que tem vindo a ser ganha. Uma aproximação à Universidade da Beira Interior? Residência ou residências universitárias inseridas na natureza? Radicar artistas das várias áreas do conhecimento, alfarrabistas, antiquários, artesãos? C. C. - Por último, que mensagem de presente e para o futuro destes tempos que decorrem. A.J.G.- Saibamos preservar a Democracia e a Liberdade. E a Esperança. E o Bem Fazer.

1974 – Tomada de Posse da Comissão Administrativa Democrática da Câmara Municipal do Concelho de Belmonte.

1988 – Castelo de Belmonte. Dia de Camões António Guterres, Amândio Melo, Maria Antonieta Garcia e José Costa. António Júlio Garcia, Mário Soares, Alberto Romãozinho e D. José Garcia


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DESTAQUE

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Cultura em Rede nas Aldeias Históricas Apesar da instabilidade do tempo e dos constrangimentos causados pela pandemia, a cultura não fica fechada e Belmonte ofereceu um rico programa cultural no contexto do programa “12 em Rede | Aldeias em Festa”.

Jorge Henriques Santos

O

dia 19 de setembro, sábado, contou com visitas teatralizadas e comentadas pelas ruas de Belmonte, com Pedro

Álvares Cabral, D. Manuel, D. Maria Gil Cabral. Houve ainda degustação de novos sabores com um almoço brasileiro pelo Chef Valdir Lubave e foram

descobertos novos recantos e afirmadas sonoridades diversas com artistas da terra vindos da Escola de Música de Belmonte, da Academia Sénior de Belmonte, a equipa de artistas da Raia Beirã, de Figueira de Castelo Rodrigo e um Concerto Orquestra Bamba Social & Tiago Nacarato. O Ciclo “12 em Rede” 2020 leva às Aldeias Históricas de Portugal, momentos fantásticos, num programa que decorreu no dia 19 em Belmonte, (fotos VisitBelmonte), mas começou no dia 6 de setembro em Figueira de Castelo Rodrigo e estende-se, durante os fins de semana, até 7 de novembro. às restantes 11 localidades da rede de Aldeias Históricas de Portugal (AHP) – Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso – localizadas em dez municípios dos distritos de Coimbra, Guarda e Castelo Branco. O primeiro evento, agendado para 06 de setembro em Figueira de Castelo Rodrigo e intitulado “Exodus”, recordou a presença de uma comunidade judaica naquela aldeia histórica do norte do distrito da Guarda, que terá sido também “um dos refúgios do povo judeu, na península ibérica”.

Depois de Castelo Rodrigo, a 12 de setembro foi a vez de Linhares da Beira, com o espetáculo “Era uma vez em 1169” e a 19 de setembro Belmonte, sede da associação de desenvolvimento turístico promotora da rede AHP com o evento “Por Terras de Cabral”. A programação de setembro fecha dia 26 com o espetáculo “As mulheres de Marialva”, nesta aldeia localizada no município de Mêda, no distrito da Guarda. Em outubro, o programa “12 em Rede – Aldeias em Festa” visita em três dias, entre os dias 02 e 04, as povoações de Castelo Mendo, Almeida e Piódão, respetivamente, seguindo depois para Sortelha (dia 17), Castelo Novo (dia 24) e terminando o mês a 31, em Idanha-a-Velha, distrito de Castelo Branco.

A aldeia de Monsanto, no município de Idanha-a-Nova, encerra a edição 2020 do ciclo “12 em Rede”, a 07 de novembro, sob o tema “Histórias da Aldeia: entre a Noite e a Madrugada.


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Empresa do mês

Nobre Azevedo, uma empresa ao serviço dos agricultores

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atural da Covilhã, Álvaro Manuel Nobre Azevedo, fundador desta empresa, abriu o seu primeiro comércio em 1998 com sede em Peraboa a comercializar cereais. O espírito empreendedor e assertividade no ramo, permitiram-se em poucos anos expandir o negócio e abriu em 2004 o emblemático estabelecimento em Caria, Nobre Azevedo Unipessoal Lda . Mais tarde um armazém em Belmonte, uma nova empresa do ramo, a Egicampo, na Guarda. Quis o destino que partisse do nosso convívio, com apenas 47 anos de idade, em outubro

de 2013. Apesar de todas as adversidades da vida e do sector tem-se mantido a gestão das duas empresas. Oportuno

se torna que esta primeira reportagem da “empresa do mês” no Correio de Caria. incida sobre esta emblemática empresa, por homenagem ao seu fundador e aos que nestes anos, o homenageiam dando continuidade ao seu projeto. A Nobre Azevedo assegura nesta altura 14 empregos a tempo inteiro, oferece um vasto conjunto de produtos e serviços no apoio aos agricultores nomeadamente: fornecimento de raçoes, cereais, sementes, adubos, produtos fitofarmacêuticos, ferramentas, alfaias agrícolas, equipamentos de rega, vedações e transportes, bem como venda direta ao público de produtos agrícolas, prestação de serviços na agricultura e o único secador de milho no concelho de Belmonte.

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OPINIÃO

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OPINIÃO

Imprensa Regional VS Proximidade dos Cidadãos

Manuel Dória Vilar Advogado A imprensa regional tem desempenhado ao longo de décadas um papel fundamental como meio de escrutínio livre e próximo dos cidadãos. Essa missão de jornalismo plural e responsável corre neste momento risco de morte. Sem uma imprensa regional forte e independente, envolvida na sua comunidade e que aborde assuntos locais que não chegam aos meios nacionais, a sociedade ficará mais pobre e os cidadãos menos informados. Há muito que o sector dos media em Portugal vive em crise, crise essa que o coronavírus veio agravar e que só será ultrapassada com medidas vigorosas. Não se trata apenas de apoio

financeiro do Estado, pois os próprios meios terão de ser capazes de se adaptar e conquistar espaço, leitores, publicidade. A par deste estado de coisas temos agora a dificuldade acrescida na sua distribuiução local às populações, nomeadamente, em locais de acesso público, e em particular nos estabelecimentos comerciais de diversa natureza onde se incluí a restauração, com forte resistência neste contexto de pandemia. Esta deficiente situação merece um olhar mais atento e uma correcção por parte dos nossos empresários locais. A actual pandemia não pode ser considerada um obstáculo à livre distribuição da impresnsa regional já ela tão carecida de apoio financeiro. Foi no dia 18 de Março de 2020, que Portugal entrou no primeiro estado de emergência da era COVID-19, renovado a 2 e 17 de Abril, e actualmente em Estado de Calamidade, que

entrou em vigor, às 24h00, do dia 2 de Maio de 2020, tendo deixado de estar em Estado de Emergência devido ao coronavírus. O Governo decretou a situação de calamidade, pelo DecretoLei n.º 20/2020, 1 de Maio ( Diário da República n.º 85-A/2020, Série I de 202005-01), com efeitos a partir de 3 de Maio, por causa da pandemia de covid-19, regulada pela Lei de Base da Proteção Civil (Lei n.º 27/2006, de 3 de Julho), depois de ter passado por 3 períodos de estado de emergência que vigoraram desde 18 de Março. Com a actual declaração de situação de calamidade, vai vigorar um “dever cívico de recolhimento domiciliário” para a população em geral, independentemente da idade ou de uma pessoa apresentar fatores de risco, em vez do “dever geral de recolhimento” e do “dever especial de proteção” para determinados grupos, como acontecia no

estado de emergência. O confinamento obrigatório para pessoas doentes com covid-19 e em vigilância activa mantémse na situação de calamidade. Neste período da situação de calamidade é obrigatório o uso de máscaras em transportes públicos, nos serviços de atendimento ao público, escolas e nos estabelecimentos comerciais e de serviços abertos ao público, mantendose as recomendações de higiene das mãos e etiqueta respiratória, assim como de distanciamento físico. O comportamento cívico de cada um de nós é fundamental e poderá ser decisivo para o futuro desta geração e das vindouras, respeitando as regras e o bom exemplo, na salvaguarda do afastamento de uma crise de saúde pública, que afecta Portugal e o Mundo. E neste mesmo sentido temos por certo que a imprensa regional tem aqui um papel decisivo e fundamental atendendo à proximidade das

populações. É nossa obrigação impedir o estabelecimento de cadeias de transmissão e atrasar e reduzir a transmissão comunitária disseminada, pela redução de contacto entre indivíduos doentes e susceptíveis. Mas não deixemos em pior estado a imprensa regional que já de si vive momentos difíceís em termos financeiros. Numa situação de pandemia é também nosso dever apoiar a imprensa regional, porque assim estamos a contribuir para a defesa dos valores da democracia e onde a sociedade ficará mais forte e os cidadãos mais bem informados.

OPINIÃO

O Mundo do Desporto Luís Abreu

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Técnico de Desporto Penamacor

um momento de encruzilhada moral e ética, no Mundo e na Europa, é procurado, desesperadamente, motivos para que todos se mantenham unidos e em sintonia. As profundas e graves crises pelo qual o Mundo atravessa e é constantemente sobrecarregado – racismo, xenófobia, ambientais, geográficas, políticas, sociais, económicas, financeiras, migratórias e sanitárias obrigam a olhar para o passado na tentiva de perceber o paradoxo europeu e mundial, entre a eterna tentação de cada país seguir o seu caminho e a busca desesperada por soluções eficazes. Guerras, fracturas ideológicas, conflitos culturais e étnicos, modos diferentes de entender o ritmo da vida, tudo parece afastar, mais do que unir, os povos que compõem o puzzle do Velho Continente e á escala mundial. Talvez tenham razão. Muitas vezes parece que só

existe realmente um espaço emocional que é capaz de unir todos à volta do mesmo sonho, da mesma quimera. Uma dimensão quase paralela, onde toda a raiva e frustração se transformam em estados de espíritos colectivos. Só o Desporto, com toda a sua complexidade, tem forjado um ritual de união e ajuda entre os europeus e os restantes povos do mundo. Mais do que colocar em confronto países e cidades, as suas gentes e as suas bandeiras, as competições europeias e mundiais de selecções bem como de clubes, nas mais diversas modalidades, com mais de um século de existência, têm mostrado aos políticos e aos estudiosos que é possível a cooperação, a entreajuda, o fair-play e o desenvolvimento, apesar da competitividade. Vive-se, nas sociedades modernas, um período abrupto de constantes mudanças na maioria dos sectores nas suas estruturas sociais e o sector do Desporto não foge a esta situação, quer pelo grande significado para com a generalidade das populações, quer em virtude dos inúmeros interesses que

se movem em seu redor e que, simultaneamente, o fazem mover. Sendo assim, tornouse num dos assuntos actuais mais discutidos e, por vezes, polémicos, nos seus mais variados níveis. O desporto é o fenómeno com maior impacto social à escala global. Se o desporto, enquanto factor social vivido e sentido pela multidão, tem uma longa história no século XX, associado directamente ao surgimento de um tempo de lazer e em concreto à experiência do fim-desemana, o desporto enquanto espectáculo tem, nos meios de comunicação social, em especial na televisão, o seu grande operador. É com a televisão que se constitui um mercado publicitário no desporto e as consequências deste dois factos na história do desporto são enormes. O facto de o desporto ser um fenómeno querido a milhões, fez dele um objecto preferencial dos discursos produzidos, seja o discurso televisivo, seja o discurso publicitário. Tornar o adepto em espectador e em consumidor, fazendo dos jogos das várias modalidades

desportivas uma mercadoria e um objecto transaccionável, foi possível num contexto económico de transformação da comercialização. Ir ao desporto enquanto acto cultural aproxima-se, de algum modo, o simbolismo de uma ida a um outro espectáculo artístico de alta cultura como o teatro, o cinema ou o bailado. Assistiu-se a uma verdadeira revolução neste sector, nos seus dogmas e nas suas rotinas, assumindo no seu quadro actual mais perspectivas de pujante afirmação cultural, artística, educativa e recreativa, sem esqueçer que está ligado a um profícuo campo de actividade profissional. Significa que o Desporto rompeu de forma decisiva com muitas proclamações e posições ideológicas que o vincularam ao longo dos anos, emergindo hoje uma nova perspectiva, na qual se esboçam claras linhas de interdisciplinariedade e onde os conhecimentos de diferentes ciências se conjugam em análises, prescrições, técnicas e metodologias carregadas de originalidade, afinal consumadas numa ampla área

científica, a das Ciências do Desporto. Se é importante o uso da inteligência e da mente no desporto, para se alcançar determinadas áreas, nomeadamente no sucesso desportivo, não deixa de ser menos relevante o papel que a formação dos mais diversos agentes desportivos, que estão ligados de forma directa ou indirecta ao mundo do desporto, pode desempenhar no desporto, ao nível do desenvolvimento e no futuro. O desporto não pode ser mais um campo onde a formação, no geral ou específica, seja vista como supérfula, como intrusa, como dispensável, sendo mesmo combatida, rejeitada e esquecida. Há uma consciência colectiva que defende a formação desportiva, nos mais variados níveis e campos, como uma das mais importantes vias para o crescimento, desenvolvimento e sucesso. Em próximas edições iremos desenvolver cada um destes conceitos.


OPINIÃO

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OPINIÃO

Casa do Brasil – Terras de Cabral

João Morgado

Jornalista/ Escritor Presidente da Direcão da Casa do Brasil - T.C.

A

Casa do Brasil – Terras de Cabral foi constituída em Belmonte como uma associação luso-brasileira. Nasceu da vontade de muita gente, portugueses e brasileiros, para harmonizar alguns movimentos dispersos de brasileiros mais ou menos organizados. A Casa do Brasil é agora uma organização formal que pode trabalhar com a câmara Municipal de Belmonte – entre outras, com a Embaixada, com o Consulado do Brasil, e com as famílias que escolheram esta região para estudar, trabalhar, ganhar raízes… É preciso sublinhar que há muita gente que não está de passagem e quer refazer aqui a sua vida. Precisam de um apoio especial neste salto enorme das suas vidas… temos aqui um papel a desempenhar. O

perfil do emigrante também tem mudado bastante. Para além das pessoas carenciadas e sem habilitações, chegam agora profissionais liberais credenciados, família de empresários que estão apostados em investir em Portugal, académicos que querem desenvolver investigação no nosso país… Sendo um país continental, entre nós, não há uma Comunidade Brasileira, existem várias, o que torna mais complexo o trabalho. No campo politico, o presidente António Rocha, em Belmonte, tem vindo a desenvolver um trabalho profícuo no afirmar de ligações com o Brasil. À Casa do Brasil cabe-lhe apenas uma certa diplomacia política e económica que pode facilitar a nossa região a encontrar novos mercados e atrair investimentos, partilhando informação, desbloqueando relações entre entidades, estabelecendo parcerias, acompanhando empresários que queiram investir na região… ou orientando empresários locais que pretendam contactos no Brasil. No campo social poderemos ter um papel activo, por

isso a Casa do Brasil junta pessoas que podem dar respostas a vários níveis, no campo jurídico, médico, na mediação de casos entidades oficiais, como o Serviço de Fronteiras, universidades e politécnicos, etc. É portanto, uma associação mais virada para a intervenção social, para a partilha cultural entre os dois países. Ao contrário de outras associações, importa sublinhar que a Casa do Brasil é constituída por portugueses e brasileiros. A ideia não é manter a comunidade agregada num gueto, pelo contrário, é facilitar a sua integração na sociedade portuguesa e ajudar a potenciar o seu valor. É preciso quebrar alguns preconceitos e resistências, e evidenciar que uma grande parte da nova emigração brasileira nos oferece gente com formação superior, com capacidade económica e com a juventude que falta ao nosso tecido social… vamos dar a conhecer exemplos fortes de emigrantes que estão a desenvolver um trabalho muito positivo na região e mostrar que temos muito a ganhar na sua integração. Temos de abandonar o olhar

de desconfiança em relação ao Brasil. No meio das suas fragilidades, há gente muito forte, séria e com enormes capacidades, um país com enormes recursos. Que o Atlântico nos una e não nos separe. Isso mesmo sublinhou o Embaixador do Brasil em Portugal, na mensagem de vídeo que enviou para o jantar comemorativo do “7 de Setembro – Dia da Independência do Brasil”, que decorreu na Pousada de Belmonte, e em que exortou os compatriotas radicados na região a não perderem de vista “o que portugueses e brasileiros construíram juntos”. O jantar contou ainda com historiador José Manuel Garcia, que apresentou o seu livro “Pedro Álvares Cabral – a primeira viagem

aos quatro cantos do mundo”. Houve espaço ainda para intervenções via Internet, do outro lado do Atlântico, como as do deputado estadual pelo estado de São Paulo, Óscar Castello Branco, do presidente da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, Alexandre Cruz, e uma actuação ao vivo desde São Paulo, do grupo Wallace Trio. Um evento que teve repercussão na imprensa brasileira, dando destaque a Belmonte, terra de forte ligação cultural ao Brasil através de Cabral.

OPINIÃO

Quem Guarda Acha...

Manuel Geraldes

Médico Natual e residente em Caria

C

hegou às minhas mãos a Agenda do Professor Primário do ano de 1960-1961, coordenada pelo Professor Artur Pedro Centeno e edição da Porto Editora. Trata-se de uma pequena agenda de ajuda aos professores da época que, segundo a Porto Editora “começa a ter história, uma pequena história, naturalmente”, e “ estamos em crer que os serviços que já prestou são a garantia daqueles que poderá ainda prestar”. Este instrumento de consulta obrigatória e de apoio ao professor, olhado à distância do tempo, transporta-nos ao território da infância, impõe-

se pela dimensão temática e diversidade documental e remete-nos para uma realidade educativa que já passou. Do conjunto de muitos e variados assuntos contidos na agenda, abordo, apenas, os que me suscitaram mais interesse do ponto de vista sociocultural. A agenda reproduz o decretolei nº 42994 de 28 de maio de 1960, que tornou obrigatório o ensino primário, constituído por 4 classes, para os menores de ambos os sexos, com idade compreendida entre os 7 e os 12 anos. No Estado Novo, só era obrigatória a 3ª classe. Em 1956, tornaram-se obrigatórios os quatro anos de escolaridade apenas para os rapazes e só depois, em 1960, para as raparigas. O decreto-lei 38969 de 27 de Outubro de 1952 previa um tratamento desigual e dispensa da obrigação de frequentar o ensino primário os “menores incapazes por

doença ou defeito orgânico ou mental”, bem como os “que residam a mais de 3 Km de qualquer escola oficial ou particular gratuita, desde que não lhes seja assegurado o transporte gratuito”. Aqui está claramente expressa a injustiça e descriminação social para com os mais desfavorecidos. O estado moralista que impunha o ensino e a aprendizagem, mas deixava de fora, os coxos, aleijados e indigentes. A criação de uma rede de escolas do ensino primário, cobrindo o conjunto do território nacional, nomeadamente as zonas rurais mais recônditas, veio reforçar a obrigatoriedade do ensino. Seja feita justiça! No País e Estado Novo de Salazar, a partir de 1936, as professoras primárias que se quisessem casar tinham de pedir autorização ao Ministro da Educação Nacional. O decreto-lei, nº 27279 de 24 de Novembro de 1936 dizia no seu artigo 9º: O casamento das

professoras não poderá realizarse sem autorização do Ministro da Educação Nacional, que só deverá concedê-la nos termos seguintes: 1º - Ter o pretendente bom comportamento moral e civil 2º - Ter o pretendente vencimento ou rendimentos, documentalmente comprovados, em harmonia com os vencimentos da professora. Estas normas parecem ditadas pelo propósito de instituir a professora primária como uma referência moral junto dos alunos e submissa ao poder do marido e do estado ditador, controlador e paternalista. A agenda também informava os professores sobre os procedimentos a adoptar em situações de doenças de carácter contagioso. O professor era obrigado a declará-las imediatamente ao seu superior hierárquico, bem como zelar pelas medidas de prevenção e controlo do

contágio. Consoante a “espécie mórbida”, assim variava o tempo de afastamento dos doentes da escola (evicção escolar): Coqueluche – 21 dias; Difteria – 30 dias; Disenteria – 21 dias; Escarlatina – 40 dias; Rubéola – 8 dias; Sarampo – 15 dias; Tinha e tracoma – após a cura; Trasorelho (papeira) – 22 dias; Varicela – 12 dias; Varíola – 10 dias depois da cura. Hoje temos internet, redes sociais e motores de busca, onde, à distância de um click divulgamos e obtemos a informação que se necessita no momento. Naquela época, nada disto existia, nem ninguém vaticinava que viesse a existir. Mas já existia a agenda do professor, como se fosse um serviço público, cheia de informação específica, precisa e bastante, que aumentava os conhecimentos e a experiência pessoal do professor. 1 Obrigado ao Mário Tomás por esta preciosidade.


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NOTÁRIA

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que foi lavrada, no dia dez de setembro de dois mil e vinte, neste Cartório Notarial de Belmonte, a cargo da notária privada, Ana Margarida Silva Carrola, no livro de notas para escrituras diversas número seis, de folhas oitenta e um a folhas oitenta e dois verso, escritura de Justificação, na qual, José João Amaro Antunes, natural da freguesia e concelho de Belmonte e mulher Maria Costa Mendes Antunes, natural da freguesia do Escarigo, concelho do Fundão, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Bairro de São Vicente, Caria, em Belmonte, declararam ser donos e legítimos possuidores, do seguinte prédio, na freguesia de Caria, concelho de Belmonte: Urbano, sito no Bairro de São Vicente, composto de edifício com dois pisos e logradouro, destinado a habitação, com a superfície coberta de duzentos e noventa e quatro virgula cinquenta e cinco metros quadrados e logradouro de mil seiscentos e sessenta virgula treze metros quadrados, a confrontar de norte e sul com Maria Irene Costa e de nascente e poente com caminho publico, inscrito na respetiva matriz predial urbana sob o artigo 2 913 (anterior artigo 1900 da dita freguesia de Caria). Que o prédio veio à sua posse no ano de mil novecentos e oitenta e oito, data em que entraram na posse do mesmo, já no estado de casados, por compra meramente verbal a Maria Irene Costa, solteira, maior, residente em Caria. Que dada a forma de aquisição, não têm título formal que lhes permita requerer o registo a seu favor. Que assim se encontram, na posse do mencionado prédio, há mais de vinte anos, tendo desde essa data, usufruído do referido imóvel, usando-o, limpando-o, habitando-o, suportando e pagando as respetivas contribuições e impostos e retirando do mesmo todas as utilidades possíveis. Que a sua posse tem sido exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriram o referido prédio por usucapião, o que invocam para efeitos de primeira inscrição no registo predial. Belmonte, 10 de setembro de 2020. A Notária: _________________________________________________________ Está conforme o original

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CULTURA

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Livro de ficção nos Três Povos Vanda Silveira Cerdeira, é natural dos Tês Povos, aqui nasceu e viveu sempre, geriu um café nesta freguesia que por quebra no mercado acabou por fechar. Em silêncio começou a escrever, com base no património e em histórias ouvidas fixouse no século V, época de conquistas e muitos mistérios, criou um romance de ficção a que deu o nome de “984 O CÓDEX”.

Jorge Henriques Santos

O

lançamento do livro decorreu no passado dia 20 de setembro no salão de S. Bartolomeu, na aldeia de Salgueiro. Para surpresa nossa, largas dezenas de pessoas compareceram e a parte da edição prevista na pré-venda e para o lançamento, esgotou completamente. Na mesa de apresentação estiveram a autora, o secretário da Junta de Freguesia dos Três Povos, Paulo Silveira e a vereadora da Cultura da Câmara Municipal do Fundão, Maria Alcina Domingues Cerdeira. Paulo Silveira foi o primeiro orador e referiu que começou por, em nome da Junta de Freguesia saudar os presentes, nomeadamente a vereadora Alcina Cerdeira e a autora conterrânea pela feliz iniciativa. Prefazeando Fernando Namora, referiu que” “No gostar ou não gostar de um livro intervém (…) muito ingrediente - e não esqueçamos que não há leituras neutras, ainda que usemos predominantemente aferições ‘objetivas’. Entre esses ingredientes talvez sejam de sublinhar as possíveis afinidades entre o leitor [ou a leitora], as personagens e as ambiências. É que a ‘nossa’ paisagem sentimental é sempre sensível ao que nela converge. O talento do autor [ou da autora], obviamente, pesa nas nossas reações, mas não é decisivo.” Prosseguindo “o primeiro romance da VANDA

tem, curiosamente, essa faceta de “iluminar”, de maneira muito inspirada, as memórias e as próprias realidades históricas, bem patentes ao longo do volume…” “ … O que, na minha modesta perspetiva de leitor (apesar de tudo atento!), mais sobressai em “984 O CODEX” é justamente a sua dimensão criativa, na forma e no próprio conteúdo, que nos transporta para a originalidade das ‘estórias’ que emergem das suas páginas que, aliás, se leem de um fôlego!...” Concluindo que: “Em suma, considero que, na verdade, nos encontramos perante uma talentosa escritora Trespovense, que revela inquestionáveis valores estilísticos, os quais somente terão de ser (de algum modo) amadurecidos, mas sempre incentivados.” A vereadora Cecília Cerdeira, congratulou-se pelo convite na iniciativa, nesta freguesia aonde tem muitas ligações familiares, felicitou a autora pela iniciativa, mas salientou também a singularidade da obra, pois efetivamente regista o concelho do Fundão um significativo numero de autores e com frequência a apresentação de obras editadas, mas a obra escrita por Vanda Cerdeira, tem no seu avaliar um singular conteúdo e importância neste género de escrita. Confiante que se está perante uma escritora e que este será apenas o seu primeiro livro, porque haverá outros a partir deste.

A autora Vanda Cerdeira, no seu jeito peculiar de quem está nisto pela primeira vez, mas tranquila porque entre os seus e numa exposição que apesar de arrojada está cheia de confiança, descreveu de forma muito simples as reflexões porque passou, as investigações que fez e os paralelismos que criou para chegar à construção desta história de ficção. O passado histórico e o cenário paisagístico da região estiveram na base da construção do enredo, bem como alguma inspiração colhida da série

Guerra dos Tronos. Numa inspiração em que muitas vezes transpirou, voltou atrás muitas vezes, pensou em desistir, mas prosseguiu e saiu obra… A história decorre no século V um período de conquistas de territórios e com muitos vestígios na região, entre essas conquistas revelam-se mistérios de um segredo oculto que os conquistadores querem desvendar. “O resto está no livro e cabe ao leitor ler e descobri-lo…” Seguiu-se uma sessão de vendas com assinatura e de-

dicatórias da autora. No final Vanda Cerdeira fez algumas declarações ao Correio de Caria, onde revelou o percurso que a levou à escrita e ao atrevimento de editar o livro que foi feito com a chancela da Chiado Editora, mas a mesma, não se disponibilizou a estar na sessão. Questionada sobre o facto de fazer o lançamento na periférica freguesia dos Três Povos, em vez de um Centro Urbano ou a Sede do Concelho. Vanda Cerdeira disse “como nasci aqui e o livro se centra no enquadramento paisagístico da zona e a sua história, apesar de ficcionada, não fazia sentido ser noutro local”. De facto, largas dezenas de pessoas afluíram à sessão, dentro das normas de distanciamento, a sala esteve completa e nem o pároco faltou. O livro vai estar à venda nas livrarias pelo preço de 13€ e no e-book em formato digital por 3€. Correio de Caria expressou as melhores felicidades à nova escritora dos Três Povos.

GUIA DE FUNDOS DO ARQUIVO HISTÓRICO DE CARIA

Sociedade de São Vicente de Paulo

D

atas Extremas: 1935-1941 Nível de descrição: documento Dimensão e suporte: 01 U.I. (1 livro); papel. Nome do produtor: Sociedade de São Vicente de Paulo História administrativa:A Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), conhecida também como Conferências de São Vicente de Paulo ou Conferências Vicentinas é uma organização católica internacional de leigos. Fundada em França (Paris) a 23 de abril de 1833 por um grupo de 7 jovens universitários, liderado por Antoine Fréderic Ozanan, estudante de Direito na Sorbonne, então apenas com 20 anos de idade. Surge em resposta às criticas com que os estudantes ateus atacavam os estudantes católicos: “Os cristãos não praticam o que pregam. Onde estão as suas obras de caridade?” Colocada sob o patrocínio de São

Vicente de Paulo, santo protetor dos pobres (que viveu entre 1580 e 1660 praticando uma solidariedade ativa durante toda a sua vida), a Sociedade inspira-se no pensamento e na obra deste santo, esforçando-se, sob o influxo da justiça e da caridade, por aliviar os sofrimentos do próximo mediante o trabalho coordenado dos seus membros. A sua ação compreende qualquer forma de ajuda, por contacto pessoal,

no sentido de aliviar o sofrimento e promover a dignidade e a integridade do homem. A Sociedade não somente procura mitigar a miséria, mas também descobrir e remediar as situações que a geram. Leva a sua ajuda a quantos dela necessitam, independentemente de raça, cor, credo político ou religioso e posição social. Viver em contacto pessoal com os que sofrem, viver unidos em comum e com tal espírito, é a própria essência

e o carácter original da Sociedade de São Vicente de Paulo. A SSVP entra em PORTUGAL, em 1859, pelas mãos do Padre Sena de Freitas, do Padre Miel, Conde de Aljezur e outros e a primeira Conferência é fundada em Lisboa. A Conferência Feminina de São Vicente de Paulo de Caria foi agregada em 28 outubro de 1935. História custodial e arquivística: A documentação esta sob custódia da Junta de freguesia de Caria mediante protocolo celebrado com Paróquia de Caria. Âmbito e conteúdo: fundo composto apenas por um livro de atas. Avaliação e seleção: Este fundo nunca terá sido sujeito a qualquer avaliação documental. Por se tratar de documentação de uma instituição já finda mas com grande valor histórico e informacional. Assim sendo optase por conservar definitivamente a documentação.

Sistema de Organização: os documentos foram descritos individualmente obedecendo às tipologias documentais existentes Condições de acesso: a documentação encontra-se disponível na Biblioteca Cantadeiras de Caria. Documentação de consulta livre para utilizadores internos, estando os utilizadores externos sujeitos a autorização prévia. Condições de reprodução: Sem restrição. Preço conforme tabela de taxas da Freguesia. Idioma/escrita: Português e Latim Instrumentos de descrição: guia de fundos e inventário em suporte papel e informático. Nota do arquivista: Descrição elaborada por Angélica Maximino, Técnica Superior da Câmara Municipal de Belmonte. Data da descrição: 2018 ACCMax.


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ASTROLOGIA

HORÓSCOPO Mês de setembro LEÃO (24/07 a 23/08)

CARNEIRO (21/03 a 20/04)

Amor: Cuidado com a tendência a atitudes defensivas na relação amorosa. Fase de amadurecer emocionalmente, tente reconhecer o que em outros momentos não queria aceitar. Financeiro: Período muito importante para o trabalho. Deverá estudar quais conhecimentos deverão ser desenvolvidos para o ajudar a evoluir no trabalho. Mas vigie a saúde, pois tende a se sentir sobrecarregado. Saúde: Durma mais

TOURO (21/04 a 21/05)

Amor: Os nativos de Touro terão uma fase importantíssima para a vida afetiva. Cuidado com a tendência a exigir perfeição ou a ser severo demais com quem ama. Financeiro: O momento é positivo para fazer contactos profissionais, para poder obter apoio no seus projetos e para retomar antigas ideias dando-lhes um toque mais criativo e mais elegante. Saúde: Necessidades emocionais equilibradas

GÉMEOS (22/05 a 21/06)

Amor: A fase é positiva para se consciencializar da necessidade de parar de repetir velhos comportamentos emocionais, que geram desgaste na sua relação. Abra o coração e a mente para o amor. Financeiro: Este mês de trabalho tente não fazer as suas tarefas por dever, mas pelo prazer de se aperfeiçoar e colaborar. Deverá também trabalhar o lado humano das suas relações de trabalho. Saúde: Tendência a dores de cabeça.

CARANGUEJO 23/07)

(22/06

A

Amor: A fase prevê-se mais leve emocionalmente e isso poderá ajuda-lo a expressar melhor e mais o seu afeto e carinho, de uma forma mais espontânea e mais entregue. Os solteiros poderão mudar a sua vida emocional. Financeiro: Este mês reforça a necessidade de mais disciplina, aperfeiçoamento e estudo para projeção de realizar os seus projetos profissionais, que estão em fase de renovação. Poderá acordar um novo projeto que esperava há algum tempo. Saúde: Normal.

Amor: Deverá ter cuidado com a tendência a reações defensivas, ao medo e a dificuldade de se entregar emocionalmente. Tende a oscilações emocionais. Financeiro: Esta fase revela-se fundamental para o trabalho. O aperfeiçoamento de algumas das suas habilidades é essencial para obter melhores resultados profissionais e até materiais. Poderá ocorrer algum ganho inesperado. Saúde: Tendência á saúde com altos e baixos

VIRGEM (24/08 a 23/09)

Amor: Esta quinzena terá de tomar mais consciência do que falta evoluir na sua vida afetiva e no seu relacionamento. Cuidado com a tendência a repetir velhos comportamentos, como forma de se defender emocionalmente. Aproveite e apenas reflita e deixe a ação para mais tarde. Financeiro: Nesta fase no trabalho é importante agir com inteligência e fazer bons contatos. Apesar de ser positivo evitar assumir novos projetos ou assinar contratos, aumentar a sua lista de conhecimentos profissionais é positivo. Saúde: Tende a se sentir apático.

BALANÇA (24/09 a 22/10)

Amor: Semana para reavaliações na relação amorosa e nos relacionamentos em geral. Antigas questões podem voltar à tona, para serem repensadas, reavaliadas e resolvidas. Deverá esforçar-se por mais determinação e foco no futuro. Financeiro: Semana importante para finalizar pendências relacionadas à vida profissional e também completar com rigor todo o trabalho que tem desenvolvido ao longo dos últimos meses. Saúde: Semana de dores nos pés.

ESCORPIÃO (23/10 a 22/11)

Amor: Este período é para reconhecer os medos e as limitações que estão poderão estar a impedir de amar e se relacionar com mais profundidade. Tudo deverá ser mudado de dentro para fora e a sua força interior ajudará nesse processo. Financeiro: Esta semana é importante para trabalhos em grupo ou com empresas. Deverá agir de forma eficiente e disciplinada será fundamental para atingir os seus objetivos. Todas as tarefas serão concluídas com sucesso. Saúde: Semana de tensão nervorsa.

POESIA João Manuel Teixeira Filipe,

SAGITÁRIO (23/11 A 21/12)

Amor: Após um acontecimento astrológico de dimensão na área amorosa dos sagitarianos, o eclipse, é de grande importância abrirse a novos sentimentos, agir com mais naturalidade e respeitar a sua forma de ser. Financeiro: A fase é muito positiva para o desenvolvimento profissional, poderão surgir oportunidades de crescimento. No entanto é altura de mostrar eficiência e excelência no desenvolvimento do deu trabalho. Saúde: Semana de consultar um especialista

CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/01)

Amor: A semana pede que este momento seja de reflexão e compreensão das suas limitações autoimpostas no relacionamento amoroso, que levam à dificuldade de viver a sua relação em pleno. Poderá estar com medo de se entregar ou de perder o seu par. Abrase a novos caminhos e obterá o que pretende. Financeiro: Esta semana embora seja importante para o trabalho, deverá cuidar da qualidade das parcerias e relacionamentos entre colegas mantendo uma atitude ética e positiva. Semana para abrir-se a novas possibilidades profissionais. Saúde: Semana pouca vitalidade física.

AQUÁRIO (21/ 01 a 19/02)

Amor: Esta semana tenha particular atenção com a tendência a repetir velhas condutas emocionais, que são muito desgastantes. Valorize a intimidade e a cumplicidade na relação amorosa. Mantenha-se atento aos seus comportamentos. Financeiro: Tendência a envolver-se em projetos que envolvem equipes, amigos ou instituições. Haverá importantes responsabilidades e conhecimentos a serem desenvolvidos, como aquariano a semana será para trabalhar em prol dos interesses do grupo Saúde: Semana de vitalidade e força física

calhameiro há mais de 50 anos, Homem do Mundo, natural da Benquerença e residente na Meimoa é o autor do romance “ERAM DIAS DE 100 ANOS, Rosnavam e mal mordiam” e de “VELHOS SÃO OS TRAPOS”.

“Sentados no beiral das portas graníticas, homens e mulheres, corcovados pelo negro rafado do fado, espreitam os últimos afagos do sol que pouco a pouco se esvai, cobreado, a sumir-se na Estrela.” João Filipe - Meimoa

QUERO Que deixes de fumar Que uses o cinto de segurança Que comas legumes Que não te ponhas ao sol Que emagreças Que garantas a segurança dos teus filhos no banco traseiro Que fales de questões raciais Que uses preservativos Que te ofereças como voluntário Que comas menos carne vermelha Que controles o colesterol.

João Filipe - Meimoa

Escritor do mês, na Biblioteca de Belmonte António Torrado

PEIXES (20/02 a 20 /03)

Amor: A fase é positiva para haver um maior entendimento com quem ama. Mas evite achar que a pessoa amada deve ser perfeita. Cada um tem suas qualidades e desafios. A sua exigência poderá leva-lo a medos e negatividade na relação. Financeiro: Esta semana terá que provar a sua competência e senso de responsabilidade para poder evoluir no trabalho. Saturno no setor de carreira pede maturidade e coerência. Saúde: Semana com tendência a infeções urinárias

S

ofia Ferros nasceu em Luanda em 1973 e passou os primeiros anos de vida em Angola, Moçambique e África do Sul, até a família se radicar em Lisboa. Estudou durante doze anos na secção inglesa do St. Julian’s School e em 1997 licenciou-se em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa. Em 2011,

concluiu um Executive Master em Marketing Digital, no Instituto Português de Administração de Marketing. Trabalhou em empresas de tecnologia, marketing e publicidade, tendo adquirido experiência em gestão de projetos e equipas, bem como na direção comercial e de marketing, em ambiente nacional e multinacional. Em 2012 fundou a Start Fast Online, empresa que presta serviços de web-marketing. Atualmente vive na Cidade do Cabo, na África do Sul, com o marido e filho. Uma das suas grandes paixões é viajar e já visitou trinta e seis países em quatro continentes. Bibliografia: Amor entre Guerras (2014)


NECROLOGIA

Edição 7 - 26 de setembro de 2020

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NECROLOGIA MARIA JOSÉ DA CONCEIÇÃO MAXIMINO

JERÓNIMO FERNANDES RIBEIRO DIAS

Nascimento : 26-04-1925 Falecimento: 16-09-2020 95 anos

21 de setembro de 1946 16 de setembro de 2020 73 anos

Natural de Malpique CARIA

BELMONTE

MARIA D´ASCENÇÃO

JOAQUIM MANUEL MENDES VAZ

14 de outubro de 1926 14 de setembro de 2020 93 anos

15 de abril de 1939 28 de agosto de 2020 81 anos

Á´GUAS BELAS

VALE DA SENHORA DA PÓVOA PENAMACOR

JOSÉ LUIS CAROÇO RAPOSO 29 de outubro de 1971 16 de setembro de 2020 48 anos TRÊS POVOS - FUNDÃO

ANGÉLICA PAIVA PEREIRA FONSECA 25 de outubro de 1940 17 de setembro de 2020 79 anos SANTO ESTEVÃO

JERÓNIMO DE JESUS SALCEDAS MENINO

MARIA DA CONCEIÇÃO ALEIXO

12 de agosto de 1931 16 de setembro de 2020 89 anos

08 de dezembro de 1918 16 de setembro de 2020 101 anos

VILA DO CARVALHO - COVILHÃ

CARTÓRIO NOTARIAL DE BELMONTE ANA MARGARIDA CARROLA

NOTÁRIA

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que foi lavrada, no dia dezasseis de setembro de dois mil e vinte, neste Cartório Notarial de Belmonte, a cargo da notária privada, Ana Margarida Silva Carrola, no livro de notas para escrituras diversas número seis, de folhas noventa e cinco a folhas noventa e seis verso, escritura de Justificação, na qual, José Francisco Lopes Prata, natural da freguesia de São Vicente, concelho da Guarda e mulher Ana Cristina Quelhas Gonçalves Prata, natural da freguesia de Colmeal da Torre, concelho de Belmonte, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Avenida Rio Diz, n.º 5, na Guarda, declararam ser donos e legítimos possuidores, do seguinte prédio, na união de freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre (anteriormente na extinta freguesia de Colmeal da Torre), concelho de Belmonte e não descrito na Conservatória do Registo Predial de Belmonte: Urbano, sito em Coitadinha, composto de edifício de um piso destinado a arrecadação e arrumos, com a superfície coberta de sessenta metros quadrados, a confrontar de norte, sul, nascente e poente com José Francisco Lopes Prata, inscrito na respetiva matriz predial urbana sob o artigo 1 225 (anterior artigo 835 da extinta freguesia de Colmeal da Torre). Que o prédio veio à sua posse no ano de mil novecentos e noventa, data em que entraram na posse do mesmo, já no estado de casados, por compra meramente verbal a José Duarte Vieira Calheiros e mulher Aldina de Jesus Santos Calheiros, residentes em Colmeal da Torre, Belmonte. Que dada a forma de aquisição não têm título formal que lhes permita requerer o registo a seu favor. Que assim se encontram, na posse do mencionado prédio, há mais de vinte anos, tendo desde essa data, usufruído do referido imóvel, usando-o, limpando-o, habitando-o, suportando e pagando as respetivas contribuições e impostos e retirando do mesmo todas as utilidades possíveis. Que, assim nos termos expostos, a sua posse tem sido, pois exercida ostensivamente perante toda a gente sem oposição de quem quer que seja, continuamente há mais de vinte anos, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, e de boa fé, pelo que adquiriram o referido prédio por usucapião, o que invocam para efeitos de primeira inscrição no registo predial. Belmonte, 16 de setembro de 2020. Está conforme o original A Notária: _________________________________________________________ Está conforme o original

FERRO - COVILHÃ

ROSA TAVARES MOTA 24 de março de 1930 09 de setembro de 2020 90 anos PENAMACOR

Maria Da Glória Silva 09 de agosto de 1926 05 de setembro de 2020 94 anos

Águas - PENAMACOR

Joaquim Augusto 11 de abril de 1926 16 de setembro de 2020 94 anos POUSAFOLES DO BISPO

O CORREIO DE CARIA Expressa as mais sentidas condolências às familias enlutadas.


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Edição 7 - 26 de setembro de 2020

REGIÃO

Penamacor - “O Lince sob Perspetiva” Foram revelados os vencedores do concurso F

oram esta semana revelados os vencedores do “Concurso de Criação Artística - O Lince sob Perspetiva”, organizado pelo Município de Penamacor, através do Gabinete de Cultura Na categoria de “Pintura”, o vencedor foi Carlos Nuno da C. Silva, com a obra “Pausa para Banho ao Luar”. O segundo lugar foi atribuído a Susana Cristina Ferreira de Carvalho, com a obra “Lynx Pardinus”, e o terceiro a Almerinda da Conceição Peres dos Santos Lobo Guia, com a obra “Lince Natura”. Na categoria de “Escultura”, o primeiro prémio foi atribuído a Ester Andrade, com a obra “Felincidade”; O segundo de Manuel João Vitorino Robalo, com a obra “Lince de Penamacor”; e o terceiro de Vitor Manuel Costa Ramos, com a obra “Os Manos Linces”. Na categoria de “Artesanato”, o primeiro prémio foi para

Gonçalves, na categoria de artesanato, com a obra “Rustilynx”. Coforme o C.C. divulgou em edição anterior “Concurso de Criação Artística - O Lince sob Perspetiva”, recebeu 38 participações, de norte a sul do país, dando origem a uma exposição de singular beleza e criatividade que esteve patente de 31 de julho a 18 de setembro, no Museu Municipal ARTESANATO de Penamacor. Maria Gabriela Gil Antunes, A iniciativa teve com a obra “Lynx Pardinus”, como objetivos poteno segundo lugar a António ciar e desenvolver a criaManuel Pombo Carriço, com ção artística, descobrir a obra “Da Pinha ao Lince”, novos talentos, manter e o terceiro a Helena Isabel presente na memória e Gomes Mesquita, com a na atenção dos cidadãos obra “Lince d´os Helenos”. o Lince Ibérico, que já As menções honrosas foram teve na Serra da Malcata atribuídas a Carlos Silva, na o seu habitat natural, e categoria de escultura com a contribuir para manter obra “O Alfa e o Ómega”, a e impulsionar o projeto Raúl Mendonça, também na da sua reintrodução no categoria de “Escultura”, com território. a obra “O Felino” , e a António

COVILHÃ Este ano não haverá Praxe na U.B.I.

PINTURA

A

ESCULTURA

Sabugal – Município Disponibiliza Apoio na Candidatura ao Ensino Superior

O

Município do Sabugal vai disponibilizar apoio aos alunos que pretendam efetuar candidatura ao concurso nacional de acesso ao ensino superior, nomeadamente no preenchimento da respetiva candidatura, submissão de requerimento de bolsa de estudo, complemento de alojamento,

entre outras informações. Deste modo, os interessados devem dirigir-se ao Centro Dr. José Diamantino dos Santos (edifício da Biblioteca Municipal), após marcação prévia através dos seguintes contactos telefónicos: 271 752 230/271 751 040. Face à pandemia do novo coronavírus, deve ser res-

peitado o distanciamento social, a etiqueta respiratória, a higienização das mãos e o uso de máscara. Esta ação de apoio surge no âmbito do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE), como medida de apoio aos estudantes. Candidatura ao Concurso Na-

Formação de Tratoristas na Meimoa D

ecorreu no passado dia 13 de setembro na Meimoa um curso de formação para “conduzir e operar com o trator em segurança”. Trata-se de uma certificação obrigatória, necessária para manobrar tratores a partir de fevereiro de 2021. Este curso foi ministrado pela Cooperativa Agrícola do Sabugal, com o apoio da Associação de Desenvolvimento da Meimoa e Junta de Freguesia, sendo financiado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. Contou com 16 participantes. Face ao crescente aumento de acidentes ocorridos com tratores agrícolas, e num esforço para inverter o elevado número de vítimas

mortais e de feridos graves resultantes de acidentes com máquinas agrícolas, MAFDR regulamentou a formação afim de contribuir para a segurança nos trabalhos agrícolas e na via pública. Neste sentido, foram criados os cursos “Conduzir e operar com o trator em segurança” destinados a agricultores,

operadores e trabalhadores e a técnicos que pretendam vir a ser formadores ou que já o sendo pretendam atualizar conhecimentos e competências. No âmbito deste despacho estão a ser ministrados por entidades formadoras certificadas as formações, cujo certificado é obrigatório no próximo ano.

realização de praxes num cenário de pandemia tem vindo a ser discutido no interior das universidades, adoptando modelos diversos, porém segundo Fórum Veteranum da UBI informou em comunicado esta semana, que devido à atual situação pandémica, e pelo sentido de responsabilidade que esta entidade assume “também para com a cidade da Covilhã, este ano letivo a praxe está proibida, seja ela qual for, até novas indicações”. O organismo responsável pela praxe na UBI apela ainda aos estudantes que sejam responsáveis e que se protejam para que tudo passe mais rápido. Salientando que “é uma etapa importante na vida dos caloiros e na sua integração à nova universidade e à cidade, mas que tentará mitigar-se de outra forma, dado que nesta altura era demasiado perigoso realizar, levando a esta decisão já esperada”.

cional de Acesso ao Ensino Superior de 2020: 1.ª fase – De 7 a 23 de agosto 2.ª fase – De 28 de setembro a 9 de outubro 3.ª fase – De 22 a 26 de outubro

Miradouro dos Quatro Ventos em Sortelha.

C

onta-se que alguém teve a ideia de homenagear as famílias , escolhendo este belo local para o fazer . Foi assim que nasceram os três potes . Um de uma qualidade de material , outro de outra , e o mais pequeno , com o material dos dois ....ou seja , o pequeno , o filho , com o material genético dos dois , pai e mãe .


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