Boletim 147 Mensageiro da Poesia

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Mensageiro da Poesia - 1 Outubro/Novembro/Dezembro 2018

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Bocage O nosso patrono Mensageiro da Poesia Associação Cultural Poética Bimestral - n.º 147 Outubro/Novembro/Dezembro 2018

Justa Homenagem a

António Pepe

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XX Aniversário


Nota de Abertura

Outubro/Novembro/Dezembro 2018

2 - Mensageiro da Poesia

Poesia Compartilhada O Mensageiro da Poesia comemorou o seu vigésimo aniversário no passado dia 21 de outubro, no Centro Cultural e Desportivo das Paivas. Uma sala cheia para uma celebração que ao mesmo tempo apresentou o livro “Poesia partilhada em quadras glosadas” de dois trovadores desta congregação. O clima fraterno que se vive nas tertúlias do Mensageiro é quase sempre comovente, com momentos que nos enchem e nos preenchem, pelo prazer de estar juntos mas também por momentos sublimes que de uma forma ou de outra nos tocam de modo especial. Nem sempre tudo é linear e com o mesmo agrado para todos e em todos os momentos, mas esse é o desafio de quem aceita criar e construir em colectivo, quem prefere a realização conjunta à afirmação do seu valor pessoal na exibição do seu talento próprio. Como colectivo composto por

pessoas, iguais e diferentes ao mesmo tempo, o Mensageiro da Poesia vive as virtudes e os constrangimentos próprios do ser humano. Os seus 20 anos foram compostos de unidades e de dissidências, de concordâncias e de discordâncias. De tentativas de esvaziamento e de outras coisas menos bonitas, às vezes até bem pouco poéticas... Porém, como em tudo na vida, o tempo acaba por falar por si e como as caravelas de outrora resistiram a ventos e temporais, esta nau tem continuado a sua rota, vai de porto em porto, leva na bagagem valores de cultura amizade e fraternidade. Como já tenho referido é entre o muito dinâmico movimento associativo do Seixal, das associações com mais actividade e é entre as organizações do seu género das que mais realizações promove. Obviamente que neste barco que às vezes parece desgovernado, há quem se tenha mantido firme ao leme, há uma tripula-

ção voluntária que não mede esforços para a sua manutenção e há um significativo lote de passageiros que prefere sempre a colaboração, em vez da complicação. É para os que aos longo destes 20 anos se têm mantido firmes no leme, activos na manutenção e colaborantes na participação que vai a merecida felicitação por este vigésimo aniversário. É com regozijo que enquanto director deste modesto Boletim e Presidente da Mesa da Assembleia Geral desta emblemática associação, felicito todos os que para ela têm contribuído.

Jorge Henriques Santos Jornalista

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Ficha Técnica: Tipo de publicação Bimestral - Propriedade: Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética Rua dos Vidreiros, Loja 5 Antigo Mercado de Amora - 2845-456 Amora - Portugal • E-mail: mensageiropoesia@gmail.com • Director: Jorge Henriques dos Santos Director Adjunto: Luís Fernandes - Sócio Fundador • Colaboram nesta edição: Donzília Fernandes, Luís Fernandes, Emídia Salvador, Lúcia de Carvalho, Berta Rodrigues, Bia do Táxi, Miraldino de Carvalho, Chico Bento, Maria Margarida Moreira, Damásia Pestana, António Bicho, Nelson Carvalho, Isidoro Cavaco, Ana Santos, Hermilo Grave, Manuel Martins Nobre, Preciosa Gamito, Laura Santos, Francisca São Bento, Mário Pão-Mole, Márcea Cristina de Moraes, Lurdes Emidio de Jesus, Dolores Carvalho, Manuela Lourenço, Maria de Jesus Procópio, Armanda Rosa, José Camacho, Euclides Cavaco, Rosélia Martins, Maria João Cristino Lopes, Carmindo Carvalho, José de Frias, Domingos Pereira, Dolores da Costa, Fanny, José Caldeira Gonçalves, Arménio Correia, Ivone Mendes, Pinhal Dias, José Camacho, Emília Mezia, António Mestre, Manuel Sapateiro, Maria Jesus Reis, Maria Catarina Silva, José Jacinto, João Ferreira, Marcus Vinicius de Moraes, António Pepe • Isenta de Registo na ERC ao abrigo do disposto no Decreto Regulamentar n.º 8/99 de 9/06, art.º 12.º, n.º 1 a) • Depósito Legal: 3240411/06 • Tiragem: 300 exemplares Paginação / Impressão / Acabamento: Tipografia Rápida de Setúbal, Lda. • Travessa Gaspar Agostinho, N.º 1 -2.º 2900-389 Setúbal Telef.: 265 539 690 Fax: 265 539 698 • e-mail: trapida@bpl.pt


Outubro/Novembro/Dezembro 2018

Próximas actividades Tertúlia Poética: A nossa Associação vai dar início às suas actividades no dia 27 de Janeiro (Domingo) pelas 15, 30 horas, com a sua primeira Tertúlia Poética de 2019 na nossa sede, certos de uma boa participação dos nossos associados. Dia dos namorados: Dia 17 de Fevereiro de 2019, (Domingo) pelas 15,30 horas, o Mensageiro da Poesia leva a efeito um convívio poético, assinalando o dia de S. Valentim, Dia dos afetos e dos Namorados, em local a indicar. Dia Internacional da Mulher: Dia 10 de Março 2019 (Domingo). Como vem sendo hábito, este dia será festejado pelo Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética com pompa e circunstância, com a exposição de poemas decorativos alusivos à mulher, com poesia e fado, em local a indicar. Dia Mundial da Poesia: dia 24 de Março de 2019, (Domingo) a nossa associação está a ultimar também os preparativos para festejarmos este dia.

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Vida Associativa

Destaques nesta edição: • Justa Homenagem a: António Pepe- Pág. 10 e 11

• Talentos Sem Fronteiras- Pág. 20 e 21 • Vinte Anos de Mensageiro da Poesia - Págs. 14 e 15

• Poeta em Destaque Jorge Amado - Pág. 27 e 28

Aviso de pagamento de quotas Estimado(a) associado(a)

Mensagem do Ano Novo Estimados associados e amigos do Mensageiro da Poesia Em primeiro lugar quero desejar-vos paz, alegria, amor, saúde e que Deus vos proteja, assim como aos vossos familiares e pessoas queridas. Que 2019 seja próspero e correspondendo às vossas expectativas. Em nome do Mensageiro da Poesia-Associação Cultural Poética, gostaria de vos agradecer pela vossa amizade, pois sem amigos nada somos. Espero que estejam satisfeitos com o nosso Boletim, que faz parte de vós há vinte anos, tendo sido fundado em 20 de Outubro de 1998 e é o órgão principal da nossa Associação Poética. Contamos com todos e esperamos que nos ajudem pela continuidade por muitos e longos anos, trazendo até nós mais amantes da Poesia e não só... As minhas sinceras e cordiais saudações poéticas. Luís Fernandes

Como poderão imaginar para a nossa colectividade é tão importante o pagamento das quotas como os apoios das Autarquias e todos os outros. Assim sendo, torna-se extremamente difícil continuar… A quota anual estará a pagamento até ao final do mês de Março e o valor é de 20 euros para Portugal, 25 euros estrangeiro e 15 euros para os juniores. Por isso, agradecemos que procedam ao seu pagamento, por depósito Bancário na conta do Mensageiro da Poesia no Banco Montepio Geral – NIB 0036 0022 99100077597 96, por cheque ou Vale Postal para: Mensageiro da Poesia – Associação Cultural Poética Rua dos Vidreiros, Loja 5 (antigo mercado de Amora) 2845-456 Amora – Portugal Envie o seu comprovativo por carta ou e-mail Caso não regularize as suas quotas, deixará de ter direito a publicar os seus trabalhos e de receber o Boletim. A Direção


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Apoios:

Homenagem ao Mensageiro da Poesia

Junta de Freguesia de Amora

O Mensageiro quero saudar fico feliz por participar com a minha simples poesia, Pois quando ela me aparece algo em mim rejuvenesce em cada palavra, há magia

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE SEIXAL, ARRENTELA E ALDEIA DE PAIO PIRES

Mais um Outono Bem-vindo sejas Outono! Vê se nos trazes bons vinhos. Não queiras ser cão sem dono, Não trilhes vesgos caminhos. Mostra aquilo que és, Àqueles que estão contigo. Não tragas nenhum revés Sê do povo um bom amigo. Dá-lhes castanhas e vinho, Mantém a candeia acesa. Na noite de S. Martinho Que não falte pão na mesa. CLUBE RECREATIVO DA CRUZ DE PAU

Ficarás até Dezembro, Vê lá não te portes mal. Tens Outubro, e Novembro, Daqui até ao Natal. Traz-nos chuva, traz-nos frio, Cumpre com tua missão. Sê um Outono sadio Para a nova geração. Arménio Correia

Eu era ainda menina sei que era ainda novinha e pouco ainda falava. Cantavam-me, para eu ouvir pediam-me para repetir e depressa, decorava. Depois cresci, fiz rimar fiz sempre tudo a brincar e decorei muita história. Há quem lhe chame, que é dom eu só sei que é muito bom tudo me fica em memória. Quando fico entristecida faço poemas da minha vida para a tristeza esquecer. O tempo assim, vai passando vou escrevendo, e recordando para mais tarde os poder ler. Maria Laurinda Pacheco

Trova Algum dia... se eu for lembrado na Terra, de dor repleta, que seja por ter passado no triste vale... Um Poeta...

Marcus Vinucius de Moraes


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Acorda que já é tarde Quem troca o dia pela noite, sem trabalho que afoite ou recupera as horas perdidas?! Ou foram mágoas encobertas por serem ofendidas, a negarem água do poço ficam entalados até ao pescoço, e quando o galo desperta até o coração aperta na alma deserta… Janela se abre com ventania, bate-lhe o sol ao meio dia é estrela que anuncia, lua encoberta, lhe sorria. Seus amores andam perdidos por dois corações desiludidos, mas o amor é chama que arde …acorda que já é tarde… Pinhal Dias (Lahnip) PT (In: “Escreve enquanto vive”)

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Menina A menina que agora eu revejo… Que guardo em minha mente… Tão feliz…ria, corria sorridente, Nos belos campos do Alentejo, Onde o sol parece mais quente. Com cordão de malmequeres… Num vestido de chita com cor… Sorrindo, desfolhava uma flor… Bem me queres, mal me queres. Lá...onde o sol tem mais calor. Queria ser sempre criança… Mas que sonho pertinente! Ser feliz e viver contente… Com alegria, amor e confiança, Naquelas terras de Chança, Onde o sol parece mais quente Maria de Jesus Procópio

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Os Nossos Poetas

Mensageiro da Poesia poesia serve assim, Pra dizer coisas bonitas, É este, pra ti um quindim, Aceita-as, crê, são bem ditas! No mundo da poesia, Só há esta finalidade, Unir todos com harmonia, Para bem da humanidade! A poesia é amor, Que o poeta dedilha, Fantasia! Seja lá o que for O amante ensarilha! Meu amor, primeiro Começo com uma poesia, Embora saísse bandoleiro, Deu-me bastante alegria! A poesia acompanha, Saudade! Amor e desamor! Mas muitas vezes ganha, Alivia momentos de dor! Quadras boas d’amizade Não se fazem assim à toa, Só quando a qualidade, Se sente por certa pessoa! Quadras não têm valor Dizem pr’aí à toa, Mas se for conhecedor, Definem uma pessoa! Uma quadra é pequena, Mas bem feita tem, Poder certo que ordena, Amizade por aí além! Dolores Carvalho


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Relatório final As recordações chegavam em alta velocidade, pedalando calmamente um triciclo que puxava um atrelado carregado de Terra.

Se esse momento chegar Quando já tiver desistido De quase tudo Quando já tiver abdicado Do meu querer dizer sim ou dizer não Do direito à minha indignação Quando concordar Com tudo a cem por cento Quando já resignado Tiver deitado a toalha ao chão E aceitar a subjugação: Então o melhor é suicidar-me. Se esse momento chegar Já não andarei por cá a fazer nada Já terei chegado ao estado De quase abaixo de cão! Entretanto e enquanto Conseguir resistir Recusarei esse estado lastimoso Continuarei a remar Neste mar encrespado Ainda que seja contra a maré! ... É preferível ser o cão raivoso Que ladra mas fala! E esse falar é protestar É desabafar Como água que teimosamente Ora aos trambolhões ora simplesmente Fluindo teima e galga Os entulhos que atrasa O seu desaguar! Atrasa mas chega! À sua desejada foz. Carmindo Carvalho

Mas quando revi, estava desarticulado… partido pelo Tempo na garagem. Simples, muito desajeitadamente, me apeteceu concertá-lo, com letras de saudade. Estava esquecido e pausado… por isso, desci e continuei a pé, por aqui, escrevendo sem parar. Mas agora, vou embora e deixar Malanje descansar. Os tempos novos precisam de espaço igual. As saudades devem recolher ao descanso merecido, por tanto andarem a passear a bordo da memória do recordam-te, gasto pela lembrança. E pronto. Está feito do meu jeito. José Jacinto

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Pensamento Dizia o poeta Fernando Pessoa que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Vale a pena fazer, agir esperar e perder tempo. E tudo o que merece ser feito, merece ser bem feito. Fernando Pessoa


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Repto solidário

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Neste país do faz de conta, Onde muitos fazem pouco Vejo tanta gente tonta Que me arrisco a ficar louco! É o país dos fogos florestais! No qual, cinzas são pobreza, E onde, donativos bem reais, São desviados com vileza! Há gente de posses parcas, A perder tudo nos fogos, Enquanto alguns vis autarcas, Sobrevivem com seus jogos! Jogos do rapa, põe e tira, Sempre com a ideia malvada, De decidir com mentira, E dar a uns tudo e a outros nada! São os eleitos políticos, Os senhores de tudo isto!... Resta-nos, ser só críticos, Ou olhar o céu e clamar, Oh Cristo! Com esta proveta idade, Mas de memória ainda forte Lembro ver tanta maldade!... E não antevejo a sua morte! Aos políticos do meu país Deixo um repto solidário!.. Tentem fazê-lo mais feliz, Respeitem qualquer ideário! Não ofendam inteligências, Se de pensar diferente, Se opõem a Suas Excelências... Mesmo sendo irreverente! Oiçam e sem pedantismo, Dos outros seus pensamentos!... Recusem o fanatismo, Mudando à história os ventos! FF28Ago18 José Maria Caldeira Gonçalves

Fado, amor e saudade Achei-me um dia ocupado Desfiando ilusões Acabei escrevendo um fado Dividido em orações Uma, p’ra um amigo meu, Cuja memória se esvai Por já se encontrar no Céu. Esse amigo, era o meu Pai. Outra é um hino à vida Se vivida em liberdade E outra para o amor, À justiça e à verdade. Mais uma prá natureza Mãe de todas as canções Por ser a sua beleza Que nos enche de emoções. Noutra fui ao predicado Perguntar pelo sujeito. Respondeu-me que era o fado Que trago dentro do peito. A última oração Tem seu quê de castidade Ficou-me no coração É o fado, o amor, a saudade… João Ferreira

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A vida está começando A vida está começando aos poucos dentro de mim com os pedaços sobrando chegarei um dia ao fim A vida está começando naquele belo jardim o vento chega soprando fazendo bailado afim

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Eu disse adeus à tristeza Sempre pronta pró combate, Mesmo enfrentando a maior procela, A tristeza não me abate E nem sequer lhe dou trela!

A saudade vai entrando aos poucos dentro de mim como as folhas amarelando caindo no meu jardim

As lágrimas esgotei, E já nem sei Quando foi a última vez que chorei. Porém, minhas penas Não são pequenas E, um dia, as levarei Pró além, Sem as contar a ninguém.

Dos ramos que vão secando fica um chão de marfim com os pedaços sobrando as aves fazem festim

Só estou cativa De ideia positiva E os meus olhos só se abrem, vou dizê-lo, Ao que o mundo tem de belo!

Entre os ramos deslizando o meu corpo de jasmim meu ser se vai quebrando chegarei um dia ao fim

Apenas canto o amor e a ventura, Pois fado triste Já existe Com fartura!

Rosélia M G Martins

Armanda Rosa

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Desperdício Pressuposto volátil: a solidão é um princípio e um fim, Somos todos lunáticos solitários Isolados por uma teia de fragmentários valores... Símbolos alienantes.... arquétipos retorcidos, Tudo inserido numa distopia intermitente! Somos alucinados, Em meio à multidão seletiva e estigmatizante.... E ficamos assim, diuturnamente excluídos de nossa própria essência. Somos viscosos, Derretidamente melosos, Presunçosamente preguiçosos…. Nunca exercemos nosso direito à validação do nosso próprio ser. Marcia Cristina de Moraes


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Nossa Senhora do Rosário

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Eu agradeço a Vossa proteção A força e coragem que sinto no coração Quando estou sem forças para lutar Na oração encontro conforto e confiança E, peço-Vos misericórdia e esperança Quando a indiferença teima em continuar. Todos os dias agradeço à Mãe do Céu Cada momento e obstáculo ultrapassado. No Vosso olhar maternal posso confiar Todos os meus medos e fragilidades. Agradeço ao Pai do Céu, o dom da vida E, peço no meu dia-a-dia coragem para perdoar. Pedindo saúde, Paz, sabedoria e humildade Numa atitude consciente de Amor e gratidão. Ana Santos

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Meus sonhos Sempre fui um sonhador, E o meu sonho primeiro, Era o de ser professor, Ou então ser engenheiro. Sonhei estudar direito, E ser talvez advogado, Mas vi que não tinha jeito, Pus esse sonho de lado. Neste meu sonhar sem fim, Quis ser pintor, ser artista; Mas um dia vi em mim, Que qu’ria ser jornalista. P’rá política virei, Meus sonhos p’ra progredir, Mas logo verifiquei, Que não sabia mentir. Eu verifico e suponho, Que não passei de pateta, E depois de tanto sonho, Sou aprendiz de poeta. Isidoro Cavaco

Nossa mesa no terraço dois amores Nossa mesa é com certeza, Dif’rente -Falo-vos - de sabores Sopas, claro, à portuguesa, Beijinhos e… “coisas” à Dolores! Seja ensopado d’anho! Ó Adoro, A Dolores tudo faz perfeito, Porque há música em coro, D’elogios, são meu preito! Nossa mesa, sempre foi cheia, Com odes culinárias que aclamo… - Meu Amor, teu guisado ateia Que te diga a gritar: Eu te amo! Seja o que for, Arroz-de-marisco, Carnes! Guisados, eu sei lá… Eu digo, sublinho, arrisco Comer feito com amor é… Maná! Hoje, o menu é, arroz-de-polvo, Tenrinho, como todos primores, Aguado co’o qual m’envolvo, Que vou ao céu no DOIS AMORES!! Nossa mesa tem a presença, Riso! Amor e, harmonia, Assim nada há que nos vença, Tudo se come com poesia! Nelson Carvalho


Justa Homenagem

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António Francisco Monteiro Pepe

António Francisco Monteiro Pepe nasceu em Abril de 1942 na Aldeia da Igrejinha, Concelho de Arraiolos, Distrito de Évora mas cedo veio morar para a margem Sul do Tejo, primeiro em Setúbal e em 1972 veio morar para o Concelho do Seixal, no Fogueteiro, local onde ficou até à data do seu falecimento, no passado dia 1 de Março. Homem de fortes convicções democratas e associativas, Pepe foi para todos um exemplo de superação e dedicação à causa do associativismo, da cultura e do desporto. Nos anos de 1960 e 1961 sagrou-se campeão da 1ª Divisão Distrital de Futebol (Évora) - organizado pela INATEL - alinhando no Clube Estrela Igrejinhense. Em 1962, com o mesmo Clube, conquista a faixa de campeão Nacional Distrital de Évora de Futebol.

Esteve no ultramar, Angola, entre 1963-1965 ao serviço do país e, em 1964 pelo Clube Desportivo do Negage, conquista o título de campeão de futebol da Província de Uige (Angola). Em 1974, logo a seguir à Revolução dos Cravos, que pôs fim ao fascismo em Portugal, António Pepe foi um dos fundadores da primeira Comissão de Moradores do Fogueteiro e, em 1975, fez parte das Comissões Pró-Escola e frequentou, com aproveitamento, o curso de Animador Desportivo do Concelho do Seixal. Foi ainda um dos elementos que participou no primeiro recenseamento eleitoral. Nesse mesmo ano (1975), Pepe foi o impulsionador da Comissão Desportiva do Fogueteiro, sendo seu gestor até ao ano de 1985, ensinando, de forma gratuita às crianças, as modalidades de mini-futebol, mini-basquetebol e mini-andebol. Em 1985 passou a integrar o Grupo Coral Operário Alentejano do Centro Cultural e Desportivo das Paivas, do qual foi porta voz até 2006, tendo integrado, ainda, a primeira Comissão Organizadora do 1º Encontro de Corais Alentejanos, no Concelho do Seixal. António Pepe, sempre ligado ao movimento associativo e empenhado na melhoria da qualidade de vida das pessoas, foi, em 1986, um dos fundadores do Clube Desportivo e Recreativo do Fogueteiro, do qual foi Presidente


Mensageiro da Poesia - 11 Outubro/Novembro/Dezembro 2018

Troco a chuva pelo sol

da Mesa da Assembleia Geral durante 15 anos. Em 1992 foi um dos nove fundadores da Associação de Reformados Pensionistas e Idosos do Fogueteiro (ARPIF), sendo Presidente da Mesa da Assembleia Geral durante 12 anos. Em 2006 assumiu a presidência da Direção do Centro Cultural e Desportivo das Paivas, cargo que desempenhou até ao fim da sua vida. António Pepe foi ainda representante da comunidade no Conselho Geral da Escola Paulo da Gama. Marido sempre presente, completaria este ano 52 anos de casado, ótimo pai e excelente avô, Pepe foi um homem que abraçou causas solidárias sempre a favor dos mais desfavorecidos sem nunca renegar os seus ideais. Com o seu desaparecimento, o Associativismo, a Freguesia de Amora, o Concelho do Seixal e todos os seus familiares e amigos ficaram mais "pobres".

Troco a chuva pelo sol Troco o ódio pelo amor A fronha pelo lençol A manta pelo cobertor Troco o frio pelo calor Troco o cozido pelo cru A preguiça pelo labor Troco a roupa pelo nu Troco a guerra pela paz Troco o receber pelo dar~ Troco o não sei, pelo capaz O parado pelo andar Troco o só pela multidão Tristeza pela alegria A indiferença pla gratidão A pera pla melancia A cidade pela aldeia Troco a camisa pelo polo A bonita pela feia Troco tudo plo teu colo Troco o idoso plo velho O jovem pelo catraio Troco o baço pelo espelho O toucinho pelo paio Troco o injusto pla lei O calar pelos protestos O que nunca trocarei É o amor plos meus netos António Pepe (Saudoso)


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O pobre mendigo Passando pela cidade Estava no chão sentado Um mendigo a pedir. Olhei e senti tristeza Porque não tinha a certeza Qual será o meu porvir

Tudo está principiado Sem saber quando está acabado O tempo do nosso viver Porque os que têm fartura Não dão valor à tortura De quem não tem para comer

Ao olhar para aquele pobre Pensei se já terá sido nobre, Mas isso ninguém sabia. Via-se, no seu rosto, desilusão Para comer, não teria pão E a carteira estava vazia

Todo o mundo devia sentir compaixão Por aquele que não tem pão Para poder matar a fome Tudo se perdeu pelo caminho Já não há amor nem carinho Tudo isto muito me consome

Sabendo que nem tudo é perfeito Qual Inferno? Se houvesse mais amor e respeito O mendigo não precisava de pedir Terra, inferno ou céu Haveria mais lares de acolhimento Não sei o que escolher Para acabar com todo o sofrimento E o pobre mendigo voltaria a sorrir Na terra já vivo eu E pior não pode haver Era um pobre mendigo Para passar o resto dos seus dias Eu, o céu não conheço Que precisava de um amigo Com algumas horas de alegria Histórias lindas vão contando Que lhe estendesse a mão Neste mundo de tanta ilusão. Coitado de quem nada tem Como todos temos que morrer Mas, eu, santo não pareço Quem passa olha-o com desdém E sendo todos iguais ao nascer Ai, vou desconfiando E nem sequer lhe dá atenção Para o ser humano não há distinção O outro inferno vou escolher Maria Jesus Amores Reis Por já estar habituado  Ao que tenha que sofrer A sofrer eu fui criado. A amizade Tinha tristeza no seu rosto Devia ser grande seu desgosto Pelo que estava a passar Passando por ele todo o povo O dia nada trazia de novo E a fome o estava a torturar

Não se compra nem se vende, Embora seja de grande valor Está dentro que quem a sente, Sincera não há riqueza maior!

Nem do céu, nem do inferno Voltou alguém para nos dizer Será do regulamento interno? Sair de lá, não pode ser?

A amizade que assim nos toca, Tem que ser sempre preservada. É tê-la dentro de nós sem ser oca Pra nossa vida ser mais animada!

Haverá lá ditadura? Nós ficávamos a saber Não havia criatura Que desejasse morrer.

Quando se vê seja bem-vinda A que aviva ou doí no peito É assim a pura amizade sincera É perfume com todo seu efeito!

Pergunto:-e assim há?

Preciosa Gamito

Mário Pão-Mole


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Confissão Minha Flor, Eu te quero confessar: Falando de amor, Entre o sentir e o fazer, Eu prefiro sentir o prazer De te amar! O fazer é complemento. E o que tem mais valor É o amor Sentimento! Hermilo Grave

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Minha sincera homenagem Ao meu grande Amigo João Alberto Vieira Natural de Armação de Pêra! Oh! Meu amigo PESCADOR, Que andas na faina do mar, No fundo sentes amor e dor, Mas és forte e sabes amar! És sensível e vês no esplendor, A lua e o sol sempre a brilhar, Vês sempre o teu céu no amor, Quando partes com fé pró mar! És poeta e fadista bem popular, A cada momento no mar, à dor, Tu sabes bem o que é soluçar, Cantas e choras fados d’amor! Em pleno voo d’uma gaivota, Fitas em silêncio todo sol-pôr, E pensas na família, bem se nota, Porque o sonho não te derrota, Tens armas, cantas, és trovador. Luis Filipe Neves Fernandes

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Os Nossos Poetas

Simplesmente

Solidão

Sou o grito mudo Que me faz acordar Sou vento agitado Que não sabe parar. Sou brisa do mar Em noites de verão Sou lágrima que cai Dum choro calado Na solidão. Sou eu que andei Sem vida vivida, Sonhando o futuro Vivendo o presente, Triste ou feliz, Mas também ausente. Não sou o que quis, Sou eu! Simplesmente.

Só na solidão… Sem ter ninguém… É bonito viver na solidão… Ficar alheio a tudo… Pensar e repensar… Em tudo e em nada… Dar largas ao pensamento… Correr o mundo… Sair daqui, ficar fora… Solidão… Vem… És bonita… Vem visitar-me… Pois és um passatempo… Alegre… feliz… Sem perturbações… Solidão… és encantadora… Vem… Solidão…

Francisca São Bento

António Bicho

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Esperança na madrugada Como quem canta a canção da esperança O sol… Brilha por entre nuvens e sorri Fios de oiro levam um olhar para ti No resplendor de graciosa dança!... Maior tempestade… Maior bonança Depois!... Toda a dor vai terminar As estrelas a noite iluminar E um milagre para a terra avança… Em cada madrugada nasce uma vida A terra queimada… Volta florida… Nascem poetas… Pintores desenham telas… O Outono chega… As árvores despem-se Na volta da primavera… Vestem-se Mais maravilhosamente belas!... Emília Mezia


Vida Associativa

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Foi com grande êxito a comemoração do 20º Aniversário do Mensageiro da Poesia Associação Cultural Poética de Amora No passado dia 21 de Outubro, o Mensageiro da Poesia Associação Cultural Poética de Amora, comemorou o 20º Aniversário da sua Fundação. O evento realizou-se no Centro Cultural e Desportivo das Paivas que, como habitualmente, gentilmente cedeu a sala, a aparelhagem de som e se fez representar. Para a celebração, a Associação homenageou, com certificado de participação e fidelidade, todos os associados (as) e não só… Neste evento, efectuou-se a apresentação do livro ”Poesia Compartilhada em Quadras Glosadas” de Arménio Correia e Hermilo Grave e também um espectáculo de Poesia, Música e Fados, coordenado pela associada Ana Cristina Videira. Fizeram parte da Mesa de Honra a representante da Junta de Freguesia de Amora, Helena Quinta, a Vereadora da Câmara Municipal do Seixal, Manuela Calado, o Presidente da Assembleia da nossa Associação, Jorge Henriques Santos, o Presidente do Centro Cultural e Desportivo das Paivas, Fernando Teixeira, um dos autores do livro Hermilo Grave, a prefaciadora do livro Maria Vitória Afonso e o presidente do Mensageiro da Poesia Associação Cultural Poética de Amora, Luís Fernandes. Também fomos presenteados com a presença da chefe da Divisão de Cultura e Património da Câmara Municipal do Seixal, Dra. Elisabete Cortinhal.

Em tempo de intervenções, a nossa associada Maria Vitória Afonso falou sobre os autores, e a sua obra sobre poesia, poesia e significado das quadras glosadas e outros géneros de poesia. Obtivemos elogios do nosso percurso como associação, tal como os autores do livro por parte da Vereadora da Câmara Municipal do Seixal, que incentivou os jovens a ler e a escrever mais, o que de bem se faz no nosso país sobre a cultura, nomeadamente a Câmara Municipal do Seixal. Um elogio especial da representante da Junta de Freguesia da Amora pela dedicação, empenho e todo o trabalho efectuado pelo fundador da Associação e sua esposa Donzília Fernandes. Na sua intervenção o presidente do Centro Cultural e Desportivo das Paivas, fez referência ao apoio que tem sido prestado e continuará a dar, por parte do C.C.D.P. à nossa Associação, bem como a outras Colectividades do Concelho do Seixal. Jorge Henriques Santos referiu a importância dos eventos efectuados pela nossa Associação, que é uma das associações que mais eventos realiza ao longo do ano no concelho do Seixal. Hermilo Grave, para além de falar da obra feita por ele e pelo nosso associado Arménio Correia, sentiu muita falta deste, assim como por todos nós, por Arménio não poder estar presente neste evento por motivos de saúde, desejando rápidas melhoras ao nosso associado. Ainda em tempo de intervenções, Luís Fernandes começou por agradecer reconhecidamente o


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apoio prestado pela Câmara Municipal do Seixal, Junta de Freguesia de Amora, assim como pela União de Juntas de Freguesias eguesias do Seixal, e, alguns donativos dados por associados nossos, ao longo destes 20 anos de existência da nossa Associação. O animado espectáculo de Fado alternado com Poesia, iniciou-se a bom ritmo, como de costume, iniciando com os Jograis do Mensageiro da Poesia, se-guido da Classe de Talentos sem Frontei-ras, Fadistas e Poetas. Para fechar a nosso convívio, houve um m lanche compartilhado, bolo de aniversáário, champanhe e parabéns dos 20 anos os da Associação, tudo em nome da União ão e da Cultura. isUm especial agradecimento a Ana Cristina Videira e à D. Helena Moleiro pelas as ofertas. O nosso obrigado também a todos que colaboraram para que este evento fosse um sucesso. Luís F. N. Fernandes

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Mensageiro da Poesia - 15

Vida Associativa

20 anos

A direcção do Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética deseja a todos os associados, familiares e amigos votos de Festas Felizes


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Isso sim, isso é amor Quando se força o amor Nunca dá bom resultado Sabe-se que o amor nasceu E nunca foi inventado

Seja em que lugar for Tem a tasca ali a esquina Onde entra o fino senhor Nesse lugar de gente fina

Quando um coração vibra Com carinho e com calor Pode-se ter a certeza Isso sim, isso é amor Tanta coisa se tem visto Neste mundo em que vivemos Casamentos contrariados Quantos é que conhecemos Quantas vezes nós amamos E não somos correspondidos É porque não existe amor Compatível aos dois sentidos Refrão O amor nasce por si Nunca se deve forçar Como é que nasce o amor É difícil de explicar

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O amor que é comprado Não se pode chamar amor E amor de conveniência Tem também pouco valor. Chico Bento

Fui afamado taberneiro

I É nas alegres tasquinhas Que bom povo se reúne Este é um velho costume Adorar o nectar das vinhas Bebemos umas pinguinhas E apreciamos o seu sabor Damos-lhe grande valor Adoramos o filho da uva Faça sol ou caia chuva E seja em que lugar for

III Provei vinhos Alentejanos São de primeira qualidade Bebemos com certa vaidade Uma tacinha há vários anos Bebe-se para lavar os canos Da garganta dum cantor Estas tascas são um amor Para cantar a nossa moda E dançarmos baile de roda Onde entra o fino senhor

II Fui do Algarve ao Minho Pelo Alentejo eu passei Em todo o lado apreciei Branco tinto e verdinho Todo ele era bom vinho Tem uma força divina Aprecia-los é minha sina É minha especialidade Em qualquer localidade Tem a tasca ali à esquina

IV Fui afamado taberneiro Já fui dono duma adega Quem conhece não se nega Ao sabor nem ao cheiro Homem de corpo inteiro Corre todas na rotina Não abusa nem desatina Sabe parar em boa altura Para fazer bonita figura Nesse lugar de gente fina Manel Martins Nobre


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Deus menino Doce, Pequeno, lindo Menino Que desceste até à Virgem Maria; Quem te fez tão pequenino? - “Foi o Amor!” – Para nossa alegria. Desejado Salvador, Jesus Divino! - Ó vem à nossa noite tão fria… Que todas as vozes se unam no Hino, - Ó! Vem a nós Ó Novo Dia! Desabrocha ó doce sol do amor! Ó sorriso que perfumas com teu calor, Enchendo de luz a terra inteira. Brilha em nós – Clarão da Esperança! Deus ternura, faz-se criança… Nasce em nós ó vida verdadeira!... Lurdes Emídio de Jesus

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Menino Jesus Eis a lenda: nasceu o Deus menino; Arcanjos! Hossana lá nas Alturas! Nasceu na manjedoura despidinho, Em Paz, Amor, e na maior Candura. Vem pois Jesus Cristo Rei dos Judeus, Vem, ensina a Paz, ensina o amor; Aos Teocratas e fariseus, Dá-lhes a Primavera como Flor… Sê a Esperança dos inocentes, Ajuda quem ‘stá triste e sem emprego, Dá alegria aos sem tecto, aos drogados. E vós famintos, vós amargurados?! Lendário Jesus olha os doentes Que no Natal vão sofrer em segredo… Elmano Gomes

Nova vida

///// Já nem sei o que te disse Nesse dia tão fatal Esta vida é uma chatice Tudo... e etc, e tal // Só disseste vou-me embora Um até logo não te ouvi Que maldita aquela hora Só pensei, foi mal de ti // Depois senti-me sozinha Sem saber o que fazer Duas voltas na cozinha Sem vontade de comer // Como já perdi a fome Vou dar uma volta à rua Esquecer que sei teu nome E que um dia já fui tua // Senti o vento no rosto Assim que se abriu a porta Acalmou o meu desgosto Renasceu a esperança morta // Mas a vida tem surpresas E ao descer a avenida Aquela que tu desprezas Encontrou de novo a vida. ///// Maria de Lurdes Brás


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Vila de Messejana Messejana de encantar, Tantas vezes visitei, Voltei lá, p’ra recordar Bons tempos que ali passei!

As três faixas etárias da sociedade Chora a roseira os rebentos que não foram mais flor Chora a criança o regaço perdido no afago e no calor Chora o jovem sem o primeiro amor E o velho vai chorando também os espaços que já teve e que não tem E tudo a nascer a cada instante o sol n um novo dia com mensagens, paz e harmonia a noite, nas estrelas no luar constante a despertar o amor em mãos estendidas e abraços guiando os corações e quebrando os cansaços E tudo a nascer… Porque então não ver… José Frias

Em vez de luxo, há franqueza, Nessa terra de alegria, Messejana, tens beleza, E p’ra todos, simpatia! Tens um povo que trabalha, Orgulhando a região…! Esse teu povo que ganha, Honradamente o seu pão! Eu sei que o tempo não trava, Esse teu belo condão: - O Fado e a Festa Brava, Essa tua tradição! Ao reviver o passado, Nessa terra alentejana, Sou feliz, cantando um fado À Vila de Messejana! José Camacho

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A voz da poesia Se a voz da poesia se calasse Os rios e as pedras iam gritar Aqui não se divide uma classe A mensagem é preciso avançar. Ah! Como era bom se a paz reinasse Para conforto da terra e do mar E se toda a maldade se afastasse A luz viva jamais se ia apagar. A poesia é um elo de amizade Implora liberdade e amor profundo Grito alto para toda a humanidade Que a paz possa reinar cada segundo. Tratem os pobres com humildade Não os deixem cair em poço fundo Para que vivam com mais dignidade Adultos e crianças de todo o mundo Dolores Guerreiro da Costa

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Declaração de amor Fui surpreendida com o teu poema! Uma declaração de amor perene. Que felicidade, tal era o meu lema… Conseguiste com a poesia meu sene. Ressuscitou em mim algo de sublime Que a passagem dos anos apagara!... Tudo se avoluma e jamais me oprime… Assim o meu pobre coração ganhara. Um hino melodioso, apaixonado… Escrito com carinho por ti meu amado E logo interiorizado pela minha mente! O amor que comigo querias partilhar É próspero… e sem poder falhar! Será regado e cultivado eternamente. Damásia Pestana

Alegria Al i Alegria !... Que palavra tão bela Quando a solto ao vento ... É grito de liberdade É a felicidade Que Eu sinto !... Alegria !... De TI ... De tudo que existe E me traz de TI ... Do Mundo que me cerca Me abraça e me Sorri ... Da novidade que nasce E Eu guardo para Mim !... Alegria É a música do meu coração É tudo o que se solta E existe uma razão ... Um respirar Um estar ... Um Ser de Mim Que não se alegra Sem TI ... Mas que Sorri E solta esta palavra De bem estar Só para MIM !... Alegria !... Vive-a comigo Solta tua alma E guarda o segredo ... Porque a Vida se faz De pequenos nadas ... Que trazem Alegria Para sobrevivermos Todos os dias !... Maria Margarida Moreira


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Intérpretes e autores da freguesia de Corroios premiados em Paris Marta Torres, Madalena Ribeiro apuradas para a competição e Ana Cristina Videira a representante portuguesa na mesa do júri internacional. Classe de talentos Sem Fronteiras do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho, um inédito no Conselho do SEIXAL, a levar alunos a Festivais da Canção Internacionais destacando-se desta vez no podium do COMPETITION OF TALENTS "VIVE LA FRANCE" 2018 de Paris. MARTA TORRES (16 anos) que se destaco no estilo "fado", onde obteve distinção máxima com o Grande prémio (GRAND PRIX do seu escalão de idade) e MADALENA RIBEIRO (17 anos) que se destacou com tema POP, no escalão da sua idade e obteve o Primeiro Lugar (1st PLACE). Estas jovens ainda apuradas no escalão de duetos, fizeram uma interpretação convicta com um tema original, escrito e musicado por jovens também eles do Seixal, a promissora letrista JOANA VIDEIRA e o compositor TIAGO MESTRE, onde todos estes jovens artistas arrecadaram mais um PRIMEIRO LUGAR (1st PLACE). A acumular a estes prémio receberam convites oficiais de acesso direto (sem necessitarem de concorrer) para o festival internacional de Roménia, Itália e República Checa, já para Outubro e ainda Finlândia em Dezembro. A Delegação Portuguesa regressou de Paris recheada de troféus e convites, foi representada por Ana Cristina Videira (autora e técnica de arte-musical) na mesa júri internacional, não podendo votar no seu país, ficou super orgulhosa pelos podiuns alcançados. Nesta competição estiveram 18 países e 55 concorrentes em várias categorias de idades e estilos. Esta Classe “Talentos Sem Fronteiras” foi criada em 2012 e, desde então, se tem mostrado ser um gigante poço de sucessos: é uma das classes que leva o Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho (CCRAM) cada vez mais longe, pois conta cada vez com mais presenças e competições nacionais e internacionais,

a somar cada vez mais prémios sendo a prova disso, as chegadas ao aeroporto sempre com lugar de pódio ou certificado de mérito, como a Rússia, Turquia, Lituânia, Eslovénia, Polónia, Roménia, Malta, Itália, República Checa, Moldávia, Macedónia, Bulgária, Tenerife... Os cerca de 20 membros desta classe (entre os 5 e os 17 anos) são uns verdadeiros embaixadores da nossa terra! do Nosso Seixal! Ana Cristina Videira Fruto do reconhecimento do seu valioso trabalho no domínio da Cultura e na conquista de prémios (quer através das letras de vários temas em vários festivais da canção nacional e internacional, quer na dinâmica e coordenação dos Grupos de Arte-Musical que é responsável), a Ana C. Videira foi distinguida com o Prémio de Mérito Cultural, recebendo a Medalha de Prata em Novembro 2015, pelo Município do Seixal. Como escritora, publicou três livros. Como letrista, concebeu centenas de poemas que foram utilizados em canções, tendo ganho dezenas de prémios de Melhor Letra em festivais da canção, um pouco por todo o país. É autora do Hino da Vila de Corroios e do Hino do Festival da Canção, Hino a apelar aos direitos das Crianças da ONG Filhos do Coração e ainda autora do Hino da Seixalíada.

continua na pág. 21


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continuação da pág. 20 Criou e dirigiu as Jotas, durante dezenas de anos. Criou e continua a dirigir o grupo de Arte-Musical AS CORES, o grupo Black&White e a Classe Talentos Sem Fronteiras, estes em conjunto com a sua colega Joana Videira, com o sucesso que todos conhecem. Os participantes têm colecionado largas dezenas de prémios a nível nacional e internacional. Foi distinguida como membro oficial da WAPA como representante portuguesa oficial nos festivais da canção deste grupo, a fim de representar e defender o seu país e a sua cidade, neste caso o Seixal. Joana Videira A Joana iniciou o seu percurso no CCRAM em 2007, como elemento do já extinto “Grupo Musical – As Jotas” e desde então nunca mais parou de dar o seu contributo a esta casa. O seu envolvimento na busca pela projeção do talento dos jovens cantores de vários grupos musicais (como As Cores, os Talentos Sem Fronteiras e o recente grupo “Black&White”) não passa despercebido a ninguém. A sua dedicação é feita de coração e o seu êxito traduz-se no sucesso que os seus mentores têm nos mais diversos festivais em que participam, tanto a nível nacional como fora do país. É autora de letras para os intérpretes da classe e segue os passo da mãe, arrecadando já prémios sem conta, de Melhor Letra. Dificuldades e Obstáculos Se é verdade que os Talentos Sem Fronteiras têm tido bastante sucesso (tanto no estrangeiro como em concursos portugueses) na divulgação do talento do português – em especial do concelho do Seixal -, também não é mentira que existem muitas dificuldades e obstáculos, principalmente no que diz respeito a questões financeiras, que colocam em perigo a continuação desta prática. Todas as idas ao estrangeiro incluem despe-

sas de viagem, alojamento e alimentação que até à data são suportadas única e exclusivamente pelos concorrentes e seus educandos. Há pais que têm a necessidade de abdicar das suas férias para poderem dar oportunidade ao educando de ter este contacto internacional, que os permite crescer enquanto artistas, visto que têm acesso a novas realidades culturais, étnicas e até ao nível da língua e costumes. Os regulamentos da grande maioria dos Festivais da Canção internacionais, exigem uma primeira fase de “seleção” (envio de dois clips de som do concorrente) e os jovens artistas do grupo musical Talentos Sem Fronteiras são sempre selecionados. No entanto, já aconteceu alguns dos nossos jovens não terem tido a possibilidade de participar em competições no estrangeiro devido aos encarregados de educação não conseguirem suportar as despesas. De salientar ainda que alguns dos alunos da classe nem sequer concorrem (mesmo sabendo as técnicas musicais que esses pequenos grandes cantores têm potencial para lugares de pódio), uma vez que sabem à partida que não têm possibilidades financeiras para suportar as despesas que esta aventura acarreta. Torna-se necessário e urgente, para que o bom nome do Seixal continue a ir além-fronteiras, arranjar apoios e patrocínios para que a participação destes jovens em Festivais Internacionais não fique comprometida.


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Poema profundo O Mensageiro da Poesia É uma revista importante Dá-nos muita sabedoria Grande motivo de alegria Ela é muito estimulante Estímulo para o poeta Duma beleza sem igual Tirar poemas da gaveta E chegar ao fim da meta A poesia universal

Vinte e oito anos passados Vinte e oito anos passados Com muitas recordações Umas boas outras más E algumas confusões I No dia que eu cheguei Fui convidado a ficar Grua S foi experimentar Depois me contratei Os serviços que prestei Logo foram considerados Com navios descarregados Eu vi a empresa crescer Cumpri meu dever Vinte e oito anos passados

III O Canhoto foi o terceiro Que veio e também ficou Ao meu lado se juntou Mas era serralheiro Depois meu companheiro Fazia o que era capaz Eu estava sempre atrás Para o poder ajudar Eu tenho a recordar Umas boas outras más

II O Leote veio a seguir Pouco tempo depois Como éramos só os dois Foi fácil de unir Começamos a cumprir As nossas obrigações Com as mesmas condições Era trabalhar e vencer É difícil de esquecer Com muitas recordações

IV Alguns anos passados Vieram outros praticar Para nos aliviar Do tempo já saturados Não havia interessados Em dar explicações Com as minhas posições Eles tiveram que aprender Assim os fiz vencer E algumas confusões Lúcia de Carvalho

Com orgulho e amizade Eu escrevo ao Mensageiro Digo ao mundo a verdade Mostro toda a realidade Meu amigo bom companheiro Com uma revista brilhante Toda a poesia do mundo Qual pérola qual diamante Roteiro do caminhante Poema humilde e profundo Maria João Cristino Lopes

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Um dia de cada vez Enfeito o meu pensamento Com jardins de primaveras Que ficaram para trás, Em outro tempo Num passado de quimeras. Passaram também Invernos De tempestades e escuridão, Que deixaram suspiros eternos E cicatrizes no coração. Houve Verões de alguma calmaria, Ternos entardecer de Outono Alguns momentos de abandono Breves passagens de alegria. E porque a vida é tão breve, É quase tudo um talvez Vive-se apenas o momento, E um dia de cada vez. Manuela Lourenço


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A falta de respeito A falta de respeito E a falta de educação Andam de braço dado Muitas vezes pela mão I O respeito é um bem Que não se pode comprar Só serve para dar Àquele que não o tem Mas quando lhe convém Ou lhe possa fazer jeito Em nada põem defeito Arranjam as boas maneiras Esquecem as asneiras A falta de respeito

III Parte da juventude Têm mau comportamento Às vezes num momento Tomam a má atitude Fazem figura de rude Em vez de ficar calado Quem é o malcriado Não lhe deram ensino O grande e o pequenino Andam de braço dado

II Quem gosta de respeitar Gosta de ser respeitado Se for para o seu lado O bem sabe falar Querem sempre ganhar Sempre querem a razão Arranjam a confusão Nunca querem perder É uma maneira de ser A falta de educação

IV Na estrada muito se vê Gostam de ofender Com o seu mau proceder Às vezes sem porquê Assim nele se lê Qual é o seu padrão A sua má intenção E palavras provocadoras Quando leva senhoras Muitas vezes pela mão Miraldino Carvalho

Pensar O nosso pensamento cria a vida que procuramos. O positivo nasce da observação. E eu embalada por reflexões e juízos compartilho contigo momentos de felicidades e encantamento Fátima Maciel

Rio chamado fado Tudo o que a alma sente Sem poder ser explicado Talvez tenha certamente Algo a haver com o fado. Há no fado tal ternura Que me deixa confortado Suavizando a amargura Quando estou amargurado. Só para falar do fado Com reverências devidas Precisava concentrado Passar horas esquecidas. Nasce dentro do meu peito Um rio de estro gerado A saudade é o seu leito Esse rio chama-se fado !... Euclides Cavaco


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Alto da montanha

Soneto a compreensão

Depois de vida tamanha Chegadas à alta montanha Miramos o horizonte! O que vivemos está longe Muito longe, Como uma névoa distante.

Não quero ser dona da verdade E o que eu mais prezo É viver a vida em liberdade Como as nuvens ao sabor do vento Eu quero ter o meu espaço E ter livre meu pensamento Para poder dar a conhecer a poesia que faço No silêncio em cada momento

Não dá pena nem saudade Saudade porquê? Do pão que não comemos. Do muito que sofremos. Sempre esperando um amanhã Que não veio, que não tivemos!

E depois de muito pensar Nos caminhos da vida Consegui alguém encontrar Com sua mão estendida Com amizade me ajudar A seguir em frente de cabeça erguida.

Foram caminhos difíceis Que abrimos, desbravamos Teimosamente limpando Para todos os dias passar A vida a pulso conquistando. Foi muito? Foi nada? Foi o possível para aqui chegar Daqui melhor se vê o sol E de noite mais estrelas a brilhar. E como um sonho, perguntei Para lá o que há? Será que para lá, Temos lugar para morar? Um dia saberemos Partimos, voamos, sem regresso Depois de vida tamanha! Para lá da alta montanha! Helena Moleiro

Próximos temas:

Ano Novo, Paz dia dos Namorados, ulher, dia do Pai, dia da M e Temas Livres

Adelaide Palmela

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Amor por ti vou além do infinito Amor, por ti vou além do infinito Sobre o negro pano da noite, traço o teu rosto Dou vida ao teu misterioso olhar A tua voz é um murmúrio, no silêncio do meu despertar Amor, por ti vou além do Infinito As palavras, os sons, as imagens se confundem Os sentimentos, as lembranças, O calor de um abraço, uma lágrima que cai, O vento tudo quer afastar Amor, por ti vou além do infinito, uma visão Num impulso, numa sede insaciável, relaxo no teu leito O teu corpo coberto de pétalas de flor, Desperta os sentidos do amor. Por entre os dedos, deixo as pétalas deslizar. Numa suave carícia, rasgo um sonho, Uma fantasia, o teu mundo por desvendar Amor, por ti vou além do infinito Na penumbra do teu misterioso olhar, Descobri a magia, que existe no infinito da minha fantasia. Fanny


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Muito nova dei meu coração Muito nova dei meu coração E dei a quem não o merecia Assim entrei na solidão E perdi minha alegria Aí a tristeza me invadiu Fiquei sem saber o que fazer Hoje tenho meu coração frio E ninguém me pode valer Tenho vivido pela vida fora Sem direito ao amor Hoje meu coração já não chora Mesmo morrendo de dor Bem cantada minha vida Choravam as pedras da rua Hoje choro eu de arrependida De um dia ter sido tua Mais uma ano que passou E é mais um dia que passa O destino me enganou Hoje a nada acho graça

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A saudade que eu sinto Dizem que o coração não fala Mas que adivinha é verdade, Quando alguém querido, abala Deixa-mos tanta saudade A saudade não se dá e não se vende Não tem cor e não se vê Só o coração é que sente De onde essa saudade vem Diz que a saudade não mata Mas que entristece é verdade Dia após dia sente-se a falta Com amor e dor de amizade Chora-se por uma amizade perdida Que saudade que não se pode ver No meu coração existe ainda Saudade de família e amigos que deixei Já perder. Maria Catarina da Silva

Emídia Salvador

Comunicado do Pinhal Dias Ao Mensageiro da Poesia – Associação Cultural Poética Prezados Mensageiros e Amigos desta Associação Cultural e Poética, cujo seu Fundador - o digníssimo Presidente Luís Fernandes que ao longo de 20 anos com o seu eterno empenho, sempre abraçou este projecto e tendo ao seu lado a sua esposa, que colaborou: - Formatando, teclando os poemas para os mesmos serem enviados à Gráfica de Setúbal… Quero aqui hoje deixar uma palavra de apreço a Luís Fernandes e Donzília Fernandes pelos seus bons préstimos ao Mensageiro da Poesia, Associação Cultural Poética. Eu tenho colaborado e se não fiz mais, que seja desculpado; hoje a minha saúde me impossibilita de estar presente; sou assistido por uma forte dor ciática… Quero expressar a minha gratidão e o meu sincero obrigado pelas visitas e apoio que tenho recebido do Luís Fernandes e Donzília Fernandes; pela sua prestável amizade, sem fins lucrativos. Deixo o meu abraço a todos os amigos! Que o dia de hoje seja um marco e doravante a sua efeméride! Pinhal Dias


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Poesia é Poesia é… O céu, o mar A terra, o luar Os campos, as flores Os pássaros, a natureza Poesia é… Amar o nosso irmão Com todo o carinho De alma e coração Com toda a paixão Poesia é… Amar com loucura Com todo o amor E com grande ternura Amar com fervor Poesia é… Ter o teu amor.ai que bom seria! De noite e de dia Tudo para mim! Tudo poesia! Berta Rodrigues

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Canção suprema Homem!... Pai dos deuses E Rei do Universo Lego em ti A minha Fé e esperança suprema Para novas conquistas… Serás dentro dos limites Ainda não conhecidos O mensageiro desta chama Irrefreada . Em que virás a ser O criador de novas formas De vida noutros planetas Manuel Sapateiro

Seixal Cantar para ti, Seixal, É motivo de alegria É com orgulho afinal Que encantas também a tua baía Essa linda e bonita baía Tem ar calmo e sereno Vejo nela grande magia Como o mundo é pequeno Pequeno também é o Seixal Mas é muito bonito de se ver Esta beleza muito natural Que deve deixar muito prazer Quando a noite vem chegando O que é muito lindo afinal Os namorados se beijando Junto à baía do Seixal Seixal cidade luminosa Mirando vaidosa a tua baía Cada casa é uma sereia caprichosa Emergindo das águas com fantasia António Mestre Poesia que deu entrada no IV Concurso de 2008


Jorge Amado

Um breve olhar sobre a vida e obra de

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Poeta em Destaque

Infância e Adolescência Jorge Leal Amado de Faria nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Filho de João Amado de Faria e Eulália Leal Amado, fazendeiros de cacau. Em janeiro de 1914 mudou-se com a família para a cidade de Ilhéus, onde passou a infância. Com 11 foi estudar no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde aprendeu o gosto pela leitura com o padre Cabral. Aos 12 anos foge do internato e vai para Itaporanga, em Sergipe, onde morava seu avô. Depois de alguns meses, seu pai mandou buscá-lo e sem desejar voltar para a escola, foi plantar cacau. Depois de seis meses no meio do povo, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fortemente sua obra de romancista, foi estudar no ginásio Ipiranga, onde tinha mais liberdade. Dirigia dois jornais, “A Pátria” o jornal oficial, e “A Folha”, fundado por ele, que contestava A Pátria. Com 14 anos estreia na revista “A Luva”, com um poema de feições modernistas. Faz parte do grupo literário "Academia dos Rebeldes", um grupo de jovens que tinha como objetivo a renovação literária. Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Valter da Silveira, e Clóvis Amorim. Frequentador de candomblés desde muito cedo, Jorge Amado tornou-se amigo de pais-de-santo, perseguidos pela polícia. Em seus livros “Jubiabá” e “Tenda dos Milagres”, esses fatos são relatados. Ainda com 14 anos começou a trabalhar no "Diário da Bahia", depois em “O Imparcial”. Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro. O romance “Gabriela Cravo e Canela” recebeu os prêmios: Jabuti e Machado de Assis. Foi um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista e de denúncia social. Passou por várias fases até chegar à fase voltada para a crônica de costumes.


Outubro/Novembro/Dezembro Out Ou O ut tu ubr ub br b o o/N //Nove /Nov ov mbro/D ovembr mbr ro/D o/Deze / eze e em ezem mbr br ro 2018 201 018 18 18

Madrugada

28 - Men 28 Mensag Mensageiro sa eir sag sa eiro od da aP Poesia oe esia

Lívia olha de sua janela o mar morto sem Lua. Aponta a Madrugada. Os homens, que rondavam a sua porta, o seu corpo sem dono, voltaram para as suas casas. Agora tudo é mistério. A música acabou. Aos poucos as coisas se animam, os cenários se movem, os homens se alegram. A madrugada rompe sobre o mar morto. Jorge Amado - Brasil

e-mail: mensageiropoesia@gmail.com http://.facebook.com/mensageirodapoesia.com


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