LUXURY WEEK, VOL 1, NÚMERO 6, JULHO 2021

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ANO 1/VOLUME 1/ NÚMERO 6/JULHO/ 2021

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Uniforme adjetivo de dois gêneros 1-que tem a mesma ou aproximadamente a mesma forma, aparência, padrão, valor que o(s) outro(s) do mesmo tipo; análogo, idêntico, semelhante.

2-que não varia na sua forma, maneira, grau, intensidade etc.; regular, unímodo.

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Ensaio na Grécia para a entrega da tocha olímpica ao Brasil em 2016/Foto: Fotos Públicas/Roberto Castro/ME

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OS MASCOTES JAPONESES PÁGINA 6

A FINLÂNDIA DE LETHO PÁGINA 8

PÁGINA 6

A ITÁLIA DE ARMANI PÁGINA 7

A ALEGRIA CANADENSE PÁGINA 9

OS EUA DE A FRANÇA DE RALPH LAUREN LACOSTE PÁGINA 10

O BRASIL CHINÊS

PÁGINAS 11/12

DIOR VAI À GRÉCIA

3 NOTA DO EDITOR Na antiguidade grega, os jogos olímpicos eram o momento de celebração de Zeus, o deus mais poderoso do universo helênico, e envolviam todas as cidades e todos os gêneros, pois deles as mulheres também participavam honrando a deusa Hera. Em função de sucessivas guerras entre os territórios gregos, em 776 antes de Cristo (a.C.) governantes fecharam acordo de paz, que vigorava de 4 em 4 anos para a realização dos jogos.

Esse ideal de paz e união foi retomado pelo francês barão de Coubertin em 1896 quando se realizaram em Atenas, na Grécia, os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna e, desde então, além do esporte, foram usados pelos países para reforçarem suas características, incluindo a moda, os tecidos e a tecnologia. A Libéria, com cinco participantes, usará peças criadas e desenvolvidas pelo estilista americano Telfar Clemens, filho de imigrantes liberianos e um dos mais balados nomes da atualidade, a pedido do velocista liberiano Emmanuel Matadi (foto).

Boa leitura e até a próxima semana.

EXPEDIENTE

Luxury Week é uma revista semanal de

variedades produzida pela Editora Olympia (editoraolympia.com.br) e distribuída gratuitamente em plataformas digitais por parceiros que também participam do seu conteúdo semanal e contribuem com conteúdo de qualidade e temas atuais e diversificados.

Editor-chefe: Carlos Franco Editora internacional: Yume Ikeda Colaboradores: Marco Hiroschi, Christina Tavares, Rita Almeida, Maria Helena Guimarães, Rodrigo Vidal , Tiago Ribeiro, Eduardo Silva Bernardt, Valdo Santos e Yacy Nunes.

Imagens: Francisco Jr., Carlos Monteiro,Stúdio Mar Adentro, Pixabay, Freepick, grifes, assessorias de imprensa e agências de modelos e de publicidade.

Diagramação: Paulo Pereira

E-mail: redacao@luxuryweek.com.br EDITORA OLYMPIA AVENIDA RONDON PACHECO,2300 SALA 65/ UBERLÂNDIA/MG/CEP 38408-404 editoraolympia@editoraolympia.com.br

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Um Japão futurista

Foto: WikiCommons

O Japão que sedia a XXXII (trigésima segunda) Olímpiada da Era Moderna, depois do adiamento de um ano em decorrência da pandemia Covid-19, celebra o futurismo a partir do dia 23 de julho de 2021. São os mascotes Miraitowa, dos Jogos Olímpicos, e Someity, dos Jogos Paralímpicos, criados pelo artista Ryo Taniguchi, que recepcionarão a todos. O nome Miraitowa significa, em japonês, a fusão de futuro (mirai) e eternidade (towa), enquanto Someity refere-se à um tipo de flor de cerejeira (someiyoshino) e também à expressão anglo-saxônica "so mighty", que significa “tão poderoso(a)” em homenagem aos obstáculos que os paralímpicos têm de superar na vida e nos Jogos. As cerimônias de abertura e encerramento terão como palco um reformado Estádio Nacional de Tóquio, de onde se descortina a cidade que busca aliar o futurismo aos valores ancestrais. É nesse palco que as delegações do mundo desfilaram a moda e os seus valores, expressões máximas dos países e de seus compromissos e ideais presentes e futuros.

Fotos: Divulgação

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Trajes e medalhas reciclados em Tóquio

A Asics, empresa japonesa fundada na cidade de Kobe em 1949, assina os uniformes do país anfitrião dos Jogos Olímpicos transmitindo uma mensagem de compromisso com o futuro por meio da reciclagem. Os uniformes japoneses são resultado da coleta de mais de 30 mil peças usadas de vestuário, que foram processadas e deram origem aos trajes tanto dos atletas, como dos organizadores e voluntários.

O vermelho da bandeira japonesa está em todos os detalhes dos uniformes que têm a missão de oferecer conforto e facilidade de movimentos.

Também foram usadas garrafas PET na produção de camisas e shorts esportivos e os tênis fazem uso de materiais ecologicamente corretos assim como seus processos de produção são sustentáveis e assinalam o compromisso da Asics em usar material reciclado em todos os seus produtos esportivos.

O Japão também decidiu, nos Jogos com os quais pretende reforçar seus esforços em torno das metas globais de defesa do clima e do meio ambiente confeccionar as medalhas com produtos eletroeletrônicos descartados.

Os voluntários, tanto dos Jogos Olímpicos como Paralímpicos também foram instruídos a orientar visitantes para o descarte correto de materiais durante as competições.

O Japão quer mostrar ao mundo que está comprometido com o futuro e a inclusão social dos povos assim como o respeito à Terra, aliando a modernidade da produção de tecnologia à preservação de uma cultura ancestral que tem na natureza um dos seus principais traços.

Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), o primeiro verso do hino nacional, é um dos destaques bordados nos uniformes criados por Giorgio Armani, um dos nomes mais reluzentes do mundo da moda (fashion), para a delegação do seu país que disputa as Olimpíadas de Tóquio. As peças trazem em forma de círculo as cores vermelho, verde e branco da bandeira em destaque e foram concebidas para preservar os movimentos dos atletas em todas as competições. Um luxo, como tudo o que leva a assinatura de Armani.

As cores da Espanha Fundada em 1965 na cidade de Toledo, a espanhola Joma Sports assina os uniformes do time olímpico do país. Na foto ao lado, os porta-bandeiras espanhóis Saul Craviotto (canoagem velocidade) e Mireya Belmonte (natação) exibem o uniforme de gala com o qual apresentarão a Espanha no Estádio Nacional de Tóquio. A coleção desenvolvida por Joma é resultado da reciclagem de plástico transformado em fio de poliéster reforçando o conceito de sustentabilidade que permeia os jogos no século XXI.

A finlandesa Letho

A estilista Ilina Lehto faz sua estreia na passarela global da moda em Tóquio assinando os uniformes da Finlândia e quebrando o gelo que tanto caracteriza este país nórdico com o calor que de traços futuristas e a leveza transparente de tecidos. Letho venceu concurso criado pela empresa têxtil Icepeak entre escolas de arte para vestir o time finlandês.

Fotos: Divulgação

Itália por Giorgio Armani

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O rugido do leão inglês A grife Ben Sherman, criada em 1963 na cidade inglesa de Brighton, assina os uniformes do país que destacam o leão rugindo, símbolo desde o século XI da bandeira da ilha. A coleção busca resgatar ainda o lema “Força por meio da unidade” (Strong Through Unity) numa clara demonstração de poder do reino regido por Elizabeth II desde fevereiro de 1952 e que engloba 15 países além de comandar a Commonwealth, antiga Comunidade Britânica de Nações que representa 53 países independentes.

Entre os destaques do uniforme, figura a jaqueta Harrington, uma das peças inglesas mais icônicas criada em 1937 em Manchester por John Miller. Tais elementos do uniforme buscam reforçar o papel da Inglaterra e de sua importância no mundo, reafirmando os ideais de Reino Unido, ainda que muitos dos países que o integram não se sintam representados pela Inglaterra, mas apenas por sua rainha.

Fotos: Divulgação

A alegria canadense Os uniformes do Canadá desenhados pela grife Hudson Bay em colaboração com a Levi’s são pura alegria e juventude.

Produzidos em jeans, buscam proximidade com a moda das ruas (streetwear) e celebram a arte em estado puro, dos grafites aos recortes e adesivos de pano que também homenageiam o Japão. Mais do que isso, trata-se de uma moda inclusiva de todos os gêneros e tão alegre quanto elegante porque a rua é o território de todos e onde todos se sentem parte do todo, acolhidos, incluídos.

Fotos: Divulgaçao/@ralphlauren

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Os EUA segundo Ralph Lauren O estilista americano Ralph Lauren, que nasceu no Bronx, filho de pais judeus e foi vendedor e criador de gravatas até transformar o seu nome numa poderosa grife, assina os uniformes da delegação dos Estados Unidos para as Olimpíadas de Tóquio.

Os uniformes remetem às USArmy em diversos detalhes, sobretudo nas golas no estilo dos trajes dos mariners (Marinha) como se Ralph Lauren decidisse mostrar aos japoneses que, apesar dos bombardeios em Pearl Harbor, os EUA saíram-se vencedores na II Guerra Mundial.

Apesar de fortemente ancoradas no sentimento ufanista, característica americana, as peças exibem a marca da grife, o logo do jogador de polo. Algumas das jaquetas também fazem alusão a um estilo genuinamente americano, o dos colleges, aquele ar colegial que a indústria da moda americana classifica como “preppy”.

Por fim, todos os tecidos e materiais usados são sustentáveis e recicláveis.

Fotos: Divulgação

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Vive la France. Vive Lacoste

A grife Lacoste assina os uniformes da França. Criada pelo tenista René Lacoste (1904-1996), que conquistou medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris em 1924 no torneio de duplas com Jean Borotra, Lacoste trabalhou as peças fazendo intenso uso do “bleu, blanc et rouge”, as cores da bandeira francesa que evocam o espírito de liberdade da Revolução que culminou com a queda da Bastilha em 14 de julho de 1789 e dos seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade (liberté, egalité et fraternité).

Só que, em bordado nas golas das jaquetas, o uniforme destaca palavras de incentivo aos atletas, como rigor, perseverança, tenacidade e confiança.

Os trajes criados são comuns a todos os gêneros e também idênticos tanto para os atletas olímpicos como paralímpicos.

Criador das famosas camisas polo, com o crocodilo estampado, a grife também tem realizado intenso movimento na produção sustentável de seus artigos esportivos, preservando a liberdade de movimentos que foi justamente o que levou Lacoste a criar a sua famosa camisa para as disputas em torneios de tênis sem perder a elegância.

Foto: Divulgação/COB

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O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) apresentou no dia 3 de junho de 2021 os uniformes que o Time Brasil leva para Tóquio. As peças criadas pela chinesa Peak Sports, que assumiu o posto antes ocupado pela Nike, fazem uso de poliéster e buscam ressaltar as cores da bandeira sem nenhum traço de brasilidade. Para piorar, a rede de varejo Riachuelo, de segunda linha no mundo da moda, é parceira da empreitada. Por sorte, a grife fluminense Wöllner assina as peças do desfile de abertura.

A diretora de Comunicação e Marketing do COB, Manoela Penna, afirmou em release: “Estamos muito felizes com o resultado das peças criadas pela Peak Sports, com design elaborado em parceria com nossa área de marketing. São roupas que atendem aos requisitos técnicos para enfrentar o calor e a umidade do Japão, mas com um importante toque de brasilidade e modernidade". O difícil será encontrar esta brasilidade nos trajes.

Foto: Divulgação/AlmapBBDO

O Brasil made in China

Esqueça a originalidade das Olímpiadas Rio 2016 Criados pela estilista Lenny Niemeyer, vencedora de concurso realizado pelo COB em parceria com C&A e Nike, então patrocinadora do Time Brasil, os uniformes fizeram uso de algodão nacional. No desfile, os atletas trajaram blazer azul marinho, camisa social branca de tricoline e calça de sarja na cor areia, todos com chapéu palha fruto de artesanato genuinamente brasileiro e estampas que enobreciam a exuberância da flora local, hoje tão ameaçada.

Foto: Divulgação/Dior

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Dior revisita a Grécia com Nike na bagagem Dior retornou este ano à Grécia para apresentar a sua coleção “Cruise 2022” assinada pela diretora criativa da grife, Maria Grazia Chiuri, em parceria com a americana Nike. O resultado é de alto impacto e as peças buscam, como nos trajes da Grécia antiga o conforto e o uso do peplo, as túnicas-vestido drapeadas (página 2 desta edição) e que foram difundidas antes de Cristo e se espalharam pelo mundo. Só que, na modernidade, Chiuri buscou caimentos mais sensuais e transparentes. Também fez uso de estampas de utilitários gregos, como vasos, emprestando um ar mais contemporâneo aos trajes esportivos como camisetas.

Se Christian Dior (1905-1957) fotografou suas coleções inspiradas nas vestimentas gregas em 1951 tendo como pano de fundo o Partenon, Chiuri decidiu realizar o seu desfile no famoso Panatenaico, o estádio olímpico onde as competições eram realizadas na antiguidade e que também sediou a primeira Olimpíada da Era Moderna. Os trajes mostram a atualidade e versatilidade de cortes antigos com os modernos tecidos, calçados e acessórios que levam a assinatura de Dior.

Reprodução do convite de Dior para a sua coleção Cruise 2022, apresentada em junho e destacando os principais pontos turísticos da cidade grega de Atenas.

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Foto: Dior/Divulgação

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