Por trás das máscaras

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Nas periferias

Respeitável público, o espetáculo tem que continuar Foto: Marina Torres

Em meio à pandemia do novo coronavírus, artistas circenses buscam alternativas para sobreviver sem a arrecadação de bilheteria.

Thalita Dias

A

fumaça subiu, e aquela tradicional marcha circense começou a pulsar pelas caixas de som, as luzes mudaram de cor e as cortinas começaram a balançar. O espetáculo estava só no início. O mestre de picadeiro fez as honras, e os palhaços deram início ao show, cumprimentando o público animadamente. Os outros circenses logo tomaram seus lugares no palco, apresentando números que causavam diversas emoções aos espectadores, desde aflição, com o globo da morte e o ilusionismo, até a risada fácil, com as esquetes bem humoradas. Mas, dessa vez, algo estava diferente. A arquibancada estava vazia, não havia aplausos ou qualquer manifestação. Não foi necessário nem intervalo para que a plateia pudesse comprar mais pipoca. Pela primeira vez, o respeitável público estava assistindo à apresentação do Circo Real Português pelo Instagram e Youtube. As famosas lives, como são conhecidas, foram um dos meios encontrados pelos circenses para continuarem seus trabalhos durante a pandemia, levando a magia do circo por meio de um show virtual. A acrobata Juliana Portugal faz parte da quarta geração da fa124


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