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PARCERIAS
Caríssimos leitores,
Sejam muito bem-vindos à 37.ª edição da Lifesaving! É com especial orgulho que celebramos, nesta edição, o 25.º aniversário da nossa VMER de Faro — uma referência no cenário da emergência médica pré-hospitalar. Inspirados por esta data marcante, trazemos-lhe uma edição repleta de conteúdos atuais, úteis e, acima de tudo, inspiradores, pensados para todos os que atuam na linha da frente, mas também para quem procura aprender mais sobre saúde e emergência. Além da Separata especial com muitas surpresas, neste número, a Dr.ª Isabel Rodrigues apresenta-nos um “Minuto VMER” essencial, centrado na avaliação da fragilidade em idosos no contexto pré-hospitalar — uma reflexão oportuna para quem lida com esta população tão vulnerável.
No desafiante campo das substâncias psicoativas, a Dr.ª Mónica Fonseca e o Dr. Luís Costa apresentam-nos um artigo sobre a intoxicação por protóxido de azoto, fenómeno cada vez mais presente nas nossas realidades clínicas.
No sempre esclarecedor “Fármaco Revisitado”, a Dr.ª Catarina Monteiro trouxe-nos um artigo submetido com as aplicações do Labetalol, um fármaco cuja utilidade merece destaque renovado.
Com foco na prevenção e na capacitação prática, o Enf. Abílio traz-nos orientações valiosas sobre o que fazer em caso de… apagão — um cenário mais comum do que se imagina.
Na nossa secção mais reflexiva, a “Tertúlia Vmerista”, o Enf. Nuno Ribeiro propõe uma discussão provocadora: O futuro das VMER: substituição, evolução ou extinção? Cativa a leitura e não deixará ninguém indiferente.
A infografia “Infosaving” está a cargo do Dr. Luís Costa, que nos guia pela avaliação primária do doente crítico pediátrico, — uma ferramenta visual clara e prática.
Na rubrica “Cuidar de Nós”, com a verificação editorial da Enf.ª Sílvia Labiza, é colocada a alimentação sob os holofotes, num convite à autorreflexão sobre hábitos saudáveis entre profissionais de emergência.
E, por fim, no nosso “Journal Club”, a Dr.ª Ana Rita Clara traz-nos um tema de extrema relevância: “Alerta Sépsis no pré-hospitalar” — uma análise de evidência recente, com implicações diretas na prática clínica.
Esperamos que esta edição, criada com rigor, entusiasmo e um profundo sentido de missão, seja uma fonte de aprendizagem, inspiração e motivação para todos vós.
Boa leitura!
Pedro Lopes Silva CO-EDITOR-CHEFE
Enfermeiro VMER pgsilva@chalgarve.min-saude.pt
“ O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipa ganha campeonatos.”
Michael Jordan Nascido em 1963 Empresário e ex-basquetebolista americano
MINUTO VMER
AVALIAÇÃO DA FRAGILIDADE EM IDOSOS NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
INTOXICAÇÕES NO PRÉ-HOSPITALAR ABORDAGEM PRÉ-HOSPITALAR À VÍTIMA DE INTOXICAÇÃO POR PROTÓXIDO DE AZOTO
JOURNAL CLUB
INFOSAVING - A RUBRICA DE INFOGRAFIAS DA LIFESAVING. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO DOENTE CRÍTICO PEDIÁTRICO NO PRÉ-HOSPITALAR
FÁRMACO REVISITADO LABETALOL
NÓS POR CÁ “A PSICOLOGIA NA EMERGÊNCIA MÉDICA - PARTE 2” FORMAÇÃO EM SERVIÇO VMER FARO E ALBUFEIRA
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL DANA 2023–2024: O BARRANCO DEL POYO E O COLAPSO DA PREVENÇÃO
O QUE FAZER EM CASO DE APAGÃO
CUIDAR DE NÓS ALIMENTAÇÃO, EMOÇÕES E SAÚDE MENTAL
TERTÚLIA VMERISTA
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TESOURINHO VMERISTA + CONGRESSOS E CURSOS
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SUGESTÕES DE LEITURA
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
ESTATUTO EDITORIAL
Paula Nogueira1, Isabel V. Rodrigues1, Joana Lopo1, Pedro Reboredo1, Natalina Pylyp1
1Interno(a) de Formação Específica da Especialidade de Medicina Interna. ULS Algarve - Hospital de Faro
O envelhecimento populacional tem levado a um aumento de atendimentos de emergência em idosos, grupo particularmente suscetível a desfechos adversos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050, o número de pessoas com 60 anos ou mais deverá atingir 2 bilhões. Esse fenómeno traz desafios significativos aos sistemas de saúde, especialmente nas áreas de atendimento de urgência e emergência. O cuidado ao idoso exige abordagens diferenciadas, que considerem não apenas a presença de doenças agudas, mas também aspectos funcionais e fisiológicos que impactam diretamente os desfechos clínicos.1
al. (2005), surge como uma ferramenta prática e validada para a avaliação rápida do grau de fragilidade, sendo especialmente útil em ambientes de tempo e recursos limitados, como o atendimento pré-hospitalar.2 Este artigo apresenta a importância da avaliação da fragilidade no ambiente pré-hospitalar, assim como os fundamentos da CFS, e propõe a sua integração sistemática na prática das equipas de emergência como ferramenta de apoio à decisão clínica.
IDOSOS: CONCEITO E IMPLICAÇÕES
funcional irreversível e risco aumentado de morte.3
Identificar esse perfil de risco no momento do atendimento inicial - ainda no ambiente domiciliar ou no transporte até o hospital - permite intervenções mais seguras, definição de metas terapêuticas realistas e melhor comunicação com pacientes, familiares e equipas multidisciplinares. 2
A ESCALA CLÍNICA DE FRAGILIDADE (CFS)
A fragilidade é um estado clínico caracterizado pela redução da reserva fisiológica e da resistência a adversidades, resultando em maior risco de eventos como quedas, internamentos prolongados, dependência funcional e morte.6 A deteção precoce da fragilidade permite o direcionamento mais adequado do cuidado, tanto em nível hospitalar quanto no atendimento pré-hospitalar.4 Nesse contexto, a Escala Clínica de Fragilidade (CFS – Clinical Frailty Scale) desenvolvida por Rockwood et
A fragilidade não deve ser confundida com envelhecimento normal ou com comorbilidades isoladas. Trata-se de uma síndrome clínica multidimensional, que envolve perda progressiva de força muscular, função física, equilíbrio e cognição.1 A sua fisiopatologia está relacionada com a inflamação crónica, sarcopenia, disfunções endócrinas e alterações no sistema imunológico. Indivíduos frágeis respondem de forma desproporcional a eventos agudos. Um quadro infecioso leve ou uma queda simples pode desencadear descompensações graves, com necessidade de internamento prolongado, declínio
A Escala Clínica de Fragilidade foi criada por Kenneth Rockwood e colaboradores em 2005 como parte do Canadian Study of Health and Aging.6 É composta por nove categorias que vão desde nível 1 - “Muito ativo” até nível 9 - “Doente terminal”, baseando-se na funcionalidade e na dependência do idoso nas atividades da vida diária (AVDs).
Avalia o estado basal do paciente, idealmente nas duas semanas anteriores ao evento agudo. Não exige equipamentos ou exames complementares, podendo ser aplicada com base na anamnese e na observação clínica, mesmo em ambiente pré-hospitalar. 4 Profissionais de saúde podem ser treinados para a aplicar de forma MINUTO VMER
rápida, com boa reprodutibilidade interobservador.
Encontra-se validada para a população portuguesa desde 2021 e é atualmente recomendada para uso clínico em Portugal. 5
Estudos têm mostrado que scores a partir de 5 já se associam a maior risco de mortalidade, re-internamentos e complicações após eventos agudos. 3
APLICABILIDADE NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
A avaliação da fragilidade no atendimento pré-hospitalar é especialmente valiosa em situações como:
• Determinação de prioridade de atendimento em cenários com múltiplas vítimas;
• Decisão sobre necessidade de transporte hospitalar em pacientes com doenças crónicas avançadas;
• Comunicação estruturada com a equipa hospitalar ao entregar o paciente;
• Apoio à decisão de limitação de medidas invasivas em casos de pacientes terminais.2
A CFS também pode ser integrada aos sistemas de triagem eletrónicos e protocolos clínicos para estratificação de risco, facilitando a alocação eficiente de recursos em momentos críticos.4
Limitações e Considerações Éticas
Apesar dos seus benefícios, a utilização da CFS exige cautela. A
avaliação deve ser feita com base em informações confiáveis e fidedignas, e não apenas na condição aguda do paciente. O treino das equipas é fundamental para garantir consistência e evitar decisões baseadas em interpretações subjetivas.2
É essencial reforçar que a fragilidade não deve ser usada como critério exclusivo para negar atendimento ou limitar intervenções. Trata-se de uma ferramenta de apoio à decisão que deve ser contextualizada dentro da abordagem centrada na pessoa.
A comunicação com familiares e cuidadores também deve ser feita de forma clara, respeitosa e baseada em evidências.1
A CFS é uma ferramenta simples, validada e altamente relevante para o contexto do atendimento pré-hospitalar. A sua aplicação permite a identificação precoce de idosos vulneráveis, contribuindo para uma abordagem mais segura, ética e eficiente. Diante da crescente complexidade dos cuidados a pacientes idosos, a adoção sistemática da CFS pelas equipas de emergência deve ser incentivada como parte de uma prática clínica moderna, centrada no paciente e baseada em evidências.5,6
1. Clegg, A., Young, J., Iliffe, S., Rikkert, M. O., & Rockwood, K. (2013). Frailty in elderly people. The Lancet, 381(9868), 752–762. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(13)60300-6
2. Evans, S. J., Simmonds, R., Abdelhafiz, A., Briggs, R., Sezgin, D., & O'Donovan, M. R., et al. (2022). Pre-hospital frailty assessment: A missed opportunity? Emergency Medicine Journal, 39(6), 455–460. https://doi.org/10.1136/ emermed-2021-211784
3. Hewitt, J., Carter, B., Vilches-Moraga, A., Quinn, T. J., Braude, P., & Verduri, A., et al. (2020). The effect of frailty on survival in patients with COVID-19: A multicentre, European, observational cohort study. The Lancet Public Health, 5(8), e444–e451. https://doi.org/10.1016/S2468-2667(20)30146-8
4. Lewis, E. T., Dent, E., Alkhouri, H., Kellett, J., Williamson, M., & Asha, S., et al. (2021). The role of frailty in emergency medicine. Age and Ageing, 50(1), 52–59. https://doi.org/10.1093/ageing/ afaa192
5. Pereira Pinto, M., Martins, S., Mesquita, E., & Fernandes, L. (2021). European Portuguese version of the Clinical Frailty Scale: Translation, cultural adaptation and validation study. Acta Médica Portuguesa, 34(11), 749–760. https://doi. org/10.20344/amp.14543
6. Rockwood, K., Song, X., MacKnight, C., Bergman, H., Hogan, D. B., & McDowell, I., et al. (2005). A global clinical measure of fitness and frailty in elderly people. CMAJ, 173(5), 489–495. https:// doi.org/10.1503/cmaj.050051
INTOXICAÇÕES
Inês Amado1
1Interna de Formação Específica de Anestesiologia, ULS de Coimbra
INTRODUÇÃO
O Protóxido de Azoto (N2O) é um gás sem cor ou odor usado na medicina como anestésico e analgésico, assim como na restauração, indústria automobilística e de forma recreativa.1–5 O seu uso recreativo tem vindo a crescer na última década entre adolescentes e jovens adultos de países ocidentais, pelas suas propriedades eufóricas, alucinogénicas e por serem adquiridos de forma fácil e barata em lojas de conveniência ou online. As sensações físicas são experienciadas em minutos, com rápida recuperação.1,3–8 Desta forma, tem havido um aumento de admissões no serviço de urgência, por sintomas de neurotoxicidade e acidentes consequentes do seu consumo abusivo. Este consumo é feito habitualmente através do uso de pequenas latas metálicas, internacionalmente chamadas de “whippets” ou “bullets” e é inalado através de balões ou máscaras.1,3–5,9
FISIOPATOLOGIA
O N2O interage com sistemas de neurotransmissores, com efeitos anestésicos, analgésicos e ansiolíticos. Atua principalmente como antagonista NMDA e agonista opióide, que pode ser o seu principal
mecanismo de dependência.2,5–7
O gás é oxidante e causa oxidação do ião de cobalto da vitamina B12 (vit. B12), tornando-a inativa. Este facto causa deficiência funcional de vit. B12, mesmo na presença de reservas normais, ao interferir na sua atividade biológica.4,6,8,9
A vit. B12 é um cofator enzimático na regeneração da metionina a partir da homocisteína e conversão de ácido metilmalónico (AMM) em succinil-CoA. A metionina é utilizada na metilação de proteínas da mielina e a sua falta leva a desmielinização nos sistemas nervosos periférico e central. Ocorre também acumulação
dos substratos homocisteína e AMM que são neurotóxicos e causam stress oxidativo.4,6,8,9 A desmielinização é mais proeminente nas colunas dorsais da medula espinal com consequente gliose e polineuropatia axonal.1,4 Na Figura1 é apresentado o efeito do N2O nas vias metabólicas da vit. B12.
CLÍNICA E SINTOMATOLOGIA
O consumo de N2O é relativamente seguro quando em doses baixas e de forma ocasional. Os típicos consumidores recreativos consomem menos de 10 latas (cada uma com cerca de 8-10 mL de N2O pressurizado) por
sessão. No entanto, o número de consumidores excessivos tem vindo a aumentar, e o seu consumo em altas doses, por tempo prolongado, induz lesão neurológica e aumento de admissões no serviço de urgência.2,5,6,9
• Toxicidade aguda
A intoxicação aguda pode causar tonturas, náuseas, cefaleias, síncope, parestesias, perda de coordenação motora, agitação psicomotora e distorções visuais associados aos efeitos tóxicos diretos do N2O e aos baixos níveis de oxigénio. Os sintomas são habitualmente ligeiros e transitórios.4,7–9
• Toxicidade crónica
Esta forma é dose-dependente e está associada a consequências graves, como neuropatia periférica, mielopatia e doença desmielinizante, sendo esta apresentação denominada de mieloneuropatia.6,8,9 Os sintomas mielopáticos estão enquadrados num quadro de degeneração combinada subaguda das colunas dorsais da medula espinal, com sinais piramidais e ataxia. Os sintomas neuropáticos mais comuns são parestesia persistente e dormência, distribuídos em padrão de “meia-luva”. O diagnóstico diferencial vai depender da clínica mais proeminente. No geral, é importante excluir outras causas de mieloneuropatia subaguda, que incluem causas metabólicas, infeciosas, autoimunes e inflamatórias.4
Existe tambem associação estabelecida com fenómenos tromboembólicos, devido ao aumento dos níveis de homocisteína e sua interferência na cascata da coagulação.1,6
ABORDAGEM
A abordagem pré-hospitalar da intoxicação por protóxido de azoto deve priorizar a segurança da cena, avaliação ABCDE, oxigenoterapia de alto fluxo e avaliação neurológica, devido ao risco de hipóxia e neurotoxicidade por inibição da vitamina B12.10,11 A anamnese deve incluir o padrão de uso e associação com outras substâncias. O paciente deve ser transportado com monitorização e suporte sintomático adequado.12
• Estudo laboratorial
Não é possível detetar de forma direta o consumo de N2O, devido à sua rápida distribuição e eliminação pulmonar, na ausência de metabolização e metabolitos associados.2,6 Por isso são usados biomarcadores indiretos de intoxicação por N2O. Os biomarcadores mais consistentes, apesar de não específicos, são a homocisteína e o AMM, que se acumulam na deficiência funcional de vit. B12. O doseamento plasmático de homocisteína é sensível e pode ser usado como marcador de consumo recente de N2O. No entanto, pode estar aumentado na deficiência vitamínica (B6, B9 e B12), lesão hepática ou renal, hipotiroidismo e algumas doenças metabólicas.2,6,9 O doseamento de AMM é mais específico por não ser influenciado pelo status de vitamina B6 e B9. É um marcador menos sensível, mas a sua elevação está correlacionada com a gravidade clínica.6,9 Para o diagnóstico diferencial é importante fazer um estudo de função renal, de lesão hepática e doseamento de vitamina B6, B9 e B12, necessários para a interpretação correta das alterações no doseamento de homocisteína e AMM.2,6
• Estudo imagiológico e eletrofisiologia
O sinal espinal clássico na ressonância magnética (RMN) é o hipersinal nas imagens sagitais em T2 a nível cervical e, em menor extensão, a nível torácico. Um sinal em “V” invertido é observado no plano sagital, correspondendo à degeneração combinada subaguda das colunas dorsais.4–6 No entanto, um grande grupo de doentes pode ter RMN normal, sobretudo se exposições mais longas, pela regressão do edema secundário à desmielinização.6
Os achados eletrofisiológicos podem ser variados e apoiam o diagnóstico. Na maior parte dos casos, os testes de condução mostram redução de amplitude da condução motora e sensitiva, lentificação da condução e aumento da latência.5 As alterações representam a neuropatia sensorial e motora com características desmielinizantes e degeneração axonal, com maior lesão motora do que sensorial, sendo esta mais significativa nos membros inferiores.6
• Tratamento
Não existem guidelines consensuais sobre a terapêutica a instituir. O tratamento envolve cessação do consumo de N2O e administração intramuscular de hidroxicobalamina 1mg em dias alternados durante 2 semanas e manutenção mensal, enquanto existir melhoria neurológica. Os sintomas neurológicos são, maioritariamente, reversíveis com o tratamento. Os níveis de homocisteína de AMM melhoram rapidamente com o tratamento e podem ser usados como marcadores da sua resposta. Adicionalmente, há benefício em programas de neurorreabilitação e psicoterapia.5,6
• O abuso de N2O é uma causa crescente de admissões no serviço de urgência por acidentes e neurotoxicidade em jovens ocidentais;
• O abuso crónico pode levar a mieloneuropatia;
• O doseamento de homocisteína e AAM são biomarcadores indiretos de consumo e toxicidade;
• O diagnóstico implica, na presença de suspeita clínica, estudo com função renal e hepática, doseamento vitamínico (B6, B9 e B12), homocisteína, AMM além de RMN da medula espinal;
6. Gernez, E. et al. Nitrous Oxide Abuse: Clinical Outcomes, Pharmacology, Pharmacokinetics, Toxicity and Impact on Metabolism. Toxics 11, 962 (2023).
7. Huizink, A. C. Trends and associated risks in adolescent substance use: E-cigarette use and nitrous oxide use. Curr Opin Psychol 45, 101312 (2022).
8. Ménétrier, T. & Denimal, D. Vitamin B12 Status in Recreational Users of Nitrous Oxide: A Systematic Review Focusing on the Prevalence of Laboratory Abnormalities. Antioxidants 12, 1191 (2023).
9. Brunt, T. M., van den Brink, W. & van Amsterdam, J. Mechanisms Involved in the Neurotoxicity and Abuse Liability of Nitrous Oxide: A Narrative Review. Int J Mol Sci 23, 14747 (2022).
10. Lin, J. P., Gao, S. Y., & Lin, C. C. The Clinical Presentations of Nitrous Oxide Users in an Emergency Department. Toxics 10, 112 (2022).
• O tratamento inclui cessação de consumo de N2O, suplementação com hidroxicobalamina, neurorreabilitação e psicoterapia
BIBLIOGRAFIA
1. Sood, R. & Parent, T. Peripheral polyneuropathy and acute psychosis from chronic nitrous oxide poisoning: A case report with literature review. Medicine 101, e28611 (2022).
2. Lucas, A. et al. Nitrous oxide abuse direct measurement for diagnosis and follow-up: update on kinetics and impact on metabolic pathways. Clinical Chemistry and Laboratory Medicine (CCLM) 0, (2024).
3. Zou, X. et al. Mechanisms and recent advances in the diagnosis and treatment of nitrous oxide-induced peripheral neuropathy: a narrative review. Front Neurol 15, (2024).
4. Evans, E. B. & Evans, M. R. Nangs, balloons and crackers: Recreational nitrous oxide neurotoxicity. Aust J Gen Pract 50, 834–838 (2021).
5. McCormick, J. P. et al. Nitrous oxide-induced myeloneuropathy: an emerging public health issue. Irish Journal of Medical Science (1971 -) 192, 383–388 (2023).
11. Garakani, A. et al. Neurologic, psychiatric, and other medical manifestations of nitrous oxide abuse: A systematic review of the case literature. Am J Addict 25, 358–369 (2016).
12. Nelson, L. S. et al. Goldfrank’s Toxicologic Emergencies (11th ed.). McGraw-Hill Education (2020).
1Médica de Medicina Intensiva, UCI CR-ECMO, Unidade Local de Saúde de São José, Médica SHEM-Algarve
https://orcid.org/0000-0002-5587-0842
A sépsis é uma condição ameaçadora de vida, caracterizada por disfunção órgãos devido a uma resposta desregulada do hospedeiro à infeção, levando frequentemente à falência de órgãos e à morte.1,2,3
A identificação precoce e a gestão adequada com antibióticos e a ressuscitação volémica nas primeiras horas após o início da sépsis melhora o outcome 1,2,3,4,5
Os Serviços de Emergência Médica (SEM), oferecem uma excelente oportunidade para o reconhecimento precoce da sépsis e intervenção médica. Ao sinalizar os doentes em sépsis melhora os resultados por iniciar a ressuscitação volémica, fornecer suporte para a falência de órgão e, por vezes, transferi-los para centros de referência que podem fornecer o suporte indicado.
O estudo publicado pelos autores visa caracterizar os pré-alertas de sépsis gerados em Portugal, de acordo com as guidelines nacio-
nais6, entre maio de 2020 e dezembro de 2023, com foco nos doentes adultos. Apresentou como outcome secundário, a descrição dos dados demográficos e os aspetos clínicos dos doentes alertados, a avaliação das abordagens terapêuticas realizadas pelas equipas pré-hospitalares e a avaliação dos encaminhamentos hospitalares.
Em Portugal, os cuidados de saúde pré-hospitalares são coordenados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), uma organização pública que, entre outras atribuições, é responsável por atender chamadas de emergência médica (112) e enviar as equipas de emergência médica adequadas para incidentes médicos. Estas equipas estão organizadas como equipas de suporte básico de vida (SBV), envolvendo técnicos especializados do INEM, bombeiros e equipas da Cruz Vermelha, equipas de suporte imediato de vida (SIV),
constituídas por enfermeiros e técnicos especializados do INEM, e equipas de suporte avançado de vida (SAV), constituídas por médicos e enfermeiros. As equipas de SBV e SIV operam com ambulâncias para avaliar e transportar os doentes. O INEM disponibiliza ainda quatro helicópteros de emergência com equipas de SAV que podem avaliar e evacuar doentes de zonas remotas de Portugal. Os antibióticos não estão disponíveis no ambiente pré-hospitalar português. Menos de 10% das equipas de SAV estão equipadas com dispositivos point-of-care para a medição do lactato sérico, um biomarcador essencial na sépsis. Todas as equipas de emergência médica seguem as diretrizes nacionais com protocolos de procedimentos e tratamento para sintomas ou diagnósticos específicos, em tempo real, sob a supervisão de médicos coordenadores do Centro Nacional de Coordenação de Emergência Médica (CODU), que supervisionam a tomada
de decisões e garantem a qualidade e a segurança da abordagem do Serviço de Emergência Médica (SME). O médico coordenador do CODU identifica o hospital mais adequado para referenciação e contacta o hospital, pré-alertando e comunicando a hora de chegada dos doentes críticos, garantindo a continuidade dos cuidados.
Em Portugal, as chamadas de emergência médica para o 112 são avaliadas no CODU, onde uma triagem baseada em algoritmos determina o nível de prioridade e envia a equipa adequada: os casos mais graves, designados por P1, desencadeiam o envio de uma equipa de SAV ou SIV, enquanto as situações menos graves, designadas por P3, levam ao envio de uma equipa de SBV.
Os alertas de sépsis são gerados no local pelas nossas equipas pré-hospitalares através de uma plataforma digital (Ferramenta INEM para Sistema de Alerta Médico de Emergência - iTeamsTM). No entanto, o acesso a esta plataforma ainda não está disponível para todas as equipas de SAV. Desde a sua implementação, por volta de 2020, o sistema de alerta tem vindo a ser gradualmente modificado. Inicialmente, apenas captava alertas que seguiam rigorosamente as diretrizes nacionais6. No entanto, uma comparação com dados epidemiológicos revelou que os critérios iniciais não conseguiram captar uma proporção substancial dos casos de sépsis. Assim, desde 2024 que o alerta de sépsis do Serviço de Emergência Médica (SME) português utiliza a mesma combinação de factores determinada nas
guidelines (hipo ou hipertermia [Temperatura (T) <35ºC ou T >38ºC], pressão arterial sistólica baixa (PAS <90 mmHg), saturação periférica de oxigénio reduzida (SpO2 <90%) ou alteração do estado mental), mas alargou o espectro, alterando as combinações de "e" para "ou", mantendo a suspeita de infecção (tosse/dispneia, dor abdominal, alterações inflamatórias cutâneas, disúria/poliaciúria) como trigger De acordo com estes critérios de inclusão, a plataforma de registo clínico produz um alarme visual simultaneamente no tablet da equipa do SEM e no CODU. Ao receber o alerta, o médico coordenador avalia os critérios de exclusão e notifica previamente o hospital. Os serviços de urgência dos Hospitais Públicos Portugueses podem ser classificados como básicos, médico-cirúrgicos ou polivalentes. Os serviços de urgência básicos têm, na maioria das vezes, médicos de clínica geral a trabalhar, análises laboratoriais limitadas, a maioria sem acesso a TAC e alguns sem acesso a antibióticos. Os serviços de urgência médico-cirúrgica são compostos, pelo menos, por médicos e enfermeiros de medicina interna, ortopedia, cirurgia geral e pediatria, e não têm restrições nos exames de diagnóstico; a maioria não dispõe de unidades de cuidados intensivos. Os serviços de urgência polivalentes dispõem de unidades de cuidados intensivos e da maioria das especialidades médicas (incluindo neurocirurgia, cirurgia plástica, oftalmologia e cirurgia vascular).
COLHEITA DE DADOS E ANÁLISE
ESTATISTICA
Estudo retrospetivo e descritivo de todos os alertas de sépsis do SEM gerados pela aplicação iTeamsTM entre 1 de maio de 2020 e 31 de dezembro de 2023. Os dados foram compilados numa base de dados nacional, exportados e analisados com o Microsoft ExcelTM (Microsoft Corporation, Redmond, WA, EUA). As normas nacionais foram então aplicadas para uniformizar os alertas selecionados6, tendo em conta a alteração dos critérios de trigger supramencionados. Foram excluídos indivíduos < 18 anos também. Os factores demográficos, os relatórios clínicos e o National Early Warning Score (NEWS) foram analisados de forma descritiva.
Foram analisados 537 alertas suspeitos de sépsis. A caracterização dos eventos é apresentada na Tabela 1. O maior número de casos foi registado em 2023, totalizando 199 (37,1%). Em 76,9% dos alertas de sépsis (N=413), o rastreio do CODU categorizou-os como P1, levando ao envio de uma equipa de SAV em 15,9% (N=85) dos casos e de uma equipa de SAI em 50,7% (N=272). Em 56 casos (10%), apesar da gravidade, apenas foi enviada uma equipa de SAV, por ser a única disponível. Relativamente aos sintomas que sugerem a fonte de infeção, os sintomas respiratórios foram os mais comuns (50,7%, N=272), seguidos de comprometimento da consciência (30,9%, N=166) e sintomas urinários (6,7%, N=36).
Em relação à origem dos doentes,
Tabela 1. Caracterização os eventos de alerta de sépsis
Os dados descritivos foram representados como N, %. Os dados de tempo foram descritos como a mediana em minutos. 1 – Inclui dados de maio a dezembro; 2 – Sendo o tempo zero a chamada de emergência; 3 – Dado N = 418, informação rádio da chegada ao doente; 4 – Dado N = 343, informação rádio da chegada ao hospital.
SAV: Suporte Avançado de Vida; SIV: Suporte Integrado de Vida; SAB: Suporte Básico de Vida
enquanto a maioria foi oriunda de casa (28,3%, N=152), 25,7% (N=138) residiam em instituições de longa duração para idosos e 3,0% (N=16) foram abordados directamente em estabelecimentos de saúde, incluindo hospitais privados, clínicas e transferências secundárias de doentes sépticos de urgências não especializadas para polivalentes.
Não se verificaram discrepâncias significativas entre os géneros, dado que 50,1% (N=269) dos indivíduos eram do sexo masculino. A mediana de idade foi de 83 anos, com 86,0% (N=462) dos indivíduos com mais de 65 anos.
Os dados indicam que 59,4% (N = 319) dos doentes sépticos apresentavam condições cardiovasculares, principalmente hipertensão arterial (43,5%; N = 229). De seguida, as
doenças neurológicas (39,9%, N = 214) e metabólicas/endocrinológicas (37,2%, N = 200), especialmente a diabetes mellitus (26,6%, N = 140) foram as comorbilidades mais frequentemente apresentadas. Além disso, 54,4% (N = 292) dos doentes referiram algum grau de dificuldade na realização das atividades diárias. Relativamente aos sintomas que sugerem a fonte de infeção, os sintomas respiratórios foram os mais comuns (50,7%, N = 272), seguidos pelo comprometimento da consciência (30,9%, N = 166) e pelos sintomas urinários (6,7%, N = 36). A avaliação dos sinais vitais e do nível de consciência dos doentes gerou pelo menos um score NEWS em 96,8% (N = 520) dos casos, com uma média de 11,74 pontos. Os dados da avaliação inicial mostraram que 49,9% (N =
268) dos doentes apresentavam baixa saturação periférica de oxigénio (SpO2). Além disso, a pressão arterial sistólica (PAS) média registada na primeira avaliação foi de 99,9 mmHg, com 71,0% (N = 371) dos doentes a apresentarem PAS baixa (<90 mmHg). A gasimetria arterial foi realizada em apenas 9 (1,49%) doentes, revelando uma pressão arterial parcial média de O2 de 58,4 mmHg e um nível sérico de lactato de 3,8 mmol/L.
A Tabela 2 apresenta uma visão geral das intervenções terapêuticas realizadas pelas equipas dos Serviços de Emergência Médica (SME) em doentes sépticos. Os registos indicaram que 81,8% (N = 292) dos doentes avaliados pelas equipas de SAV e SAI (55,0% de todos os alertas) foram submetidos a cateterismo vascular, enquanto 11,2% (N = 40) receberam ventilação mecânica, sendo 2,0% (N = 7) invasivos.
A oxigenoterapia foi administrada a 92,5% (N=248) dos doentes hipóxicos, sendo que 76,9% (N=413) de todos os doentes registaram níveis de SpO2 acima dos 89% na avaliação final dos sinais vitais. Os antipiréticos foram administrados a 52,4% (N=187) dos doentes, sendo o paracetamol (94,7%, N=177 de todos os antipiréticos) o fármaco de eleição.
Entre todos os alertas de sépsis, 49,3% (N=265) dos doentes receberam fluidos endovenosos, representando 74,2% dos doentes abordados pelas equipas de SAV e SIV. Assim, 33,9% (N=121) dos doentes abordados por estas equipas registaram uma PAS ≥ 90 mmHg no fecho dos sinais vitais. Os fluidos utilizados foram maioritariamente NaCl 0,9%
Tabela 2. Descrição das abordagens terapêuticas e destino dos doentes sépticos
Os dados descritivos foram representados como N, %. 1 – Esta percentagem refere-se aos doentes com baixa SpO2, representando 46,2% do total de doentes; 2 – Esta percentagem corresponde aos doentes que receberam medicamentos específicos, dentro da amostra dos tratados pelas equipas de SAV/SIV (N=357). 3 – Esta percentagem refere-se aos doentes que receberam fluidoterapia e apresentaram PAs baixas; 4 – Esta percentagem refere-se à proporção de fluidos (N=265) administrados até 15 minutos após a primeira avaliação do doente.
AINEs: anti-inflamatórios não esteróides; PAs: pressão arterial sistólica
em 89,4% (N=237) dos doentes. O registo da administração de fluidos nos primeiros 15 minutos no local foi feito em 28,7% (N=76) dos doentes. Os vasopressores foram administrados em 2,5% (N=14) de todos os doentes, representando 3,9% dos que foram observados pelas equipas SAV/SIV. A noradrenalina foi utilizada em 28,6% (N=4) destes casos. A transferência de doentes ocorreu sobretudo em hospitais polivalentes e médico-cirúrgicos, representando 89,6% (N=481) dos casos. Esta distribuição foi influenciada pela disponibilidade dos serviços de saúde locais e pela sua proximidade. A maioria dos doentes (84,0%, N=448)
foi levada diretamente para o serviço de urgência, enquanto 1,7% (N=9) foi admitido diretamente na UCI. Por fim, analisando a evolução temporal de cada caso de sépsis, a mediana do tempo entre o início dos sintomas e o atendimento de urgência foi de 90 minutos. Considerando a chamada de emergência como tempo zero, o tempo mediano de chegada da equipa de emergência médica foi de 26 minutos, seguido de uma duração mediana de permanência no local de 28 minutos. O tempo mediano até à chegada ao hospital foi de 85 minutos, sendo que apenas 7,6% (N = 41) dos casos chegaram ao hospital dentro da marca dos 60 minutos.
Dada a natureza crítica do tempo no tratamento da sépsis, é essencial compreender o ambiente pré-hospitalar. A melhoria dos cuidados começa com a compreensão das práticas actuais dos SEM para os doentes com sépsis.
A análise dos autores mostra uma coorte mais envelhecida, em comparação com a restante literatura, onde as doenças cardiovasculares são os problemas de saúde mais comuns. Outro achado significativo é o facto de 54,4% (N = 292) da população apresentar algum grau de limitação na realização de atividades diárias. Isto está em linha com a observação de que 28,7% (N = 154) da população estava institucionalizada numa unidade de saúde para idosos ou hospitalizada, destacando a complexidade destes doentes, os agentes patogénicos envolvidos e os recursos necessários para os tratar.
No atendimento pré-hospitalar em Portugal, uma pontuação NEWS elevada leva a mais internamentos na UCI e correlaciona-se com o aumento das taxas de mortalidade. Ao automatizar a pontuação NEWS, com base nos sinais vitais e no nível de consciência, o sistema iTeamsTM aumenta a sua fiabilidade e eficácia como ferramenta de avaliação de risco, garantindo a adesão às melhores práticas. A pontuação estava disponível em 96,8% (N = 520) dos casos, com uma pontuação média de 11,74 pontos.
Como esperado, os sintomas respiratórios foram os mais prevalentes, tal como reportado na maioria dos estudos.
Considerando o nosso algoritmo de
triagem telefónica (TETRICOSY TM), verificou-se que 76,9% (N = 413) dos alertas de sépsis foram classificados como P1, levando ao envio de meios SAV ou SIV em 15,9% (N = 85) e 50,7% (N = 272) dos casos, respectivamente. Em 10,3% (N=56) dos casos, apesar de a equipa atribuída com base no algoritmo de rastreio ser SAV ou SIV, foi acionada uma equipa de SBV. Isto ocorre num de dois cenários: ou as equipas locais SAV/SIV não estão disponíveis ou o transporte por uma equipa de SBV para o hospital mais próximo foi mais rápido do que o tempo de espera por uma equipa SAV/SIV no local. Estes achados podem sugerir um viés de selecção, uma vez que a população identificada estava em estado crítico ou o algoritmo de rastreio telefónico classifica-a como tal.
Embora o teste de lactato point-of-care não preveja admissões na UCI, sabe-se que a sua medição reduz significativamente o tempo necessário para a administração de fluidos endovenosos e antibióticos, tanto dentro do hospital como no ambiente pré-hospitalar. O número limitado de equipas com acesso ao equipamento necessário para o teste sérico do lactato contribui para a baixa frequência das avaliações do lactato e da gasimetria arterial, o que dificulta a análise adequada. Em comparação com outros estudos, um maior número de doentes apresentou uma PAS mais baixa. Isto está de acordo com o entendimento estabelecido de que os doentes sépticos avaliados nos serviços de urgência estar mais gravemente afetados do que os internados em hospitais. Considerando os procedimentos e abordagens terapêuticas, 81,8% (N =
292) das equipas SAV/SIV foram submetidos a acesso vascular de qualquer tipo. No entanto, este número parece baixo, dada a percentagem de doentes hipotensos (70,9%, N = 381) e o desafio volémico recomendado, independentemente do valor da PAs. Estes resultados podem ser enviesados devido a documentação incompleta ou imprecisa.
Em relação ao oxigénio suplementar, o seu efeito é evidente em 76,9% (N = 413) nos doentes com SpO2 superior a 89% na avaliação final. No entanto, existem dados em falta de uma segunda avaliação em 7,5% (N = 20) dos doentes hipóxicos. Uma vez que o registo ocorre normalmente após a estabilização do doente e a conclusão dos procedimentos, acreditamos que alguns detalhes podem ser ignorados ao preencher as caixas de seleção apropriadas no registo clínico. Isto torna-se evidente ao examinar registos médicos específicos que mostram a administração de fluidos endovenosos, mas sem os registos correspondentes de punção endovenosa.
Embora a literatura apoie o uso de fluidos balanceados na sépsis, sendo bem reconhecido os efeitos adversos do cloreto de sódio em relação à acidose hiperclorémica , este foi o fluido mais utilizado em 89,4% (N = 237) dos doentes; fluidos equilibrados foram utilizados em apenas 4,5% (N = 12), e uma pequena percentagem de colóides foi utilizada (0,9%, N = 2).
É também importante considerar o tempo necessário para a administração de fluidos endovenosos, sendo que 28,8% (N = 76) dos doentes receberam fluidos em menos de 15 minutos. Com base em documentação clínica anterior, acreditamos que pode
haver imprecisões nos dados devido a atrasos típicos no registo e à suposição, pelo sistema informatizado, de que o horário de registo corresponde ao horário do procedimento. Embora muitos estudos pré-hospitalares e hospitalares destaquem os benefícios da administração precoce de antibióticos, é importante realçar que as nossas equipas pré-hospitalares não têm acesso a estes medicamentos. Por conseguinte, reconhecemos que esta é uma grande limitação da abordagem da nossa equipa para a gestão da sépsis.
Por fim, a transferência de doentes com suspeita de sépsis é gerida de acordo com os protocolos nacionais de saúde, sendo que a admissão ocorre geralmente no serviço de urgência ou diretamente na unidade de cuidados intensivos. As disparidades territoriais, particularmente nas regiões do interior de Portugal, representam desafios logísticos que contribuem para os atrasos. A distância até aos hospitais, juntamente com a infraestrutura rodoviária inadequada para viagens de alta velocidade, ajuda a explicar o tempo mediano de chegada ao hospital de 85 minutos. No entanto, iniciativas recentes, como campanhas dirigidas a profissionais de saúde, foram implementadas para reduzir o tempo gasto na abordagem do doente antes do transporte, garantindo que os antibióticos são administrados nos primeiros 60 minutos.
As limitações apontadas pelos autores decorrem do seu desenho retrospetivo, baseado em registos clínicos que podem conter informação em falta ou imprecisa.
A gestão pré-hospitalar da sépsis é desafiante, tanto em termos de diagnóstico como de garantia de intervenções oportunas. No entanto, estratégias simples, como formação padronizada e actualizações frequentes, podem melhorar significativamente os cuidados de saúde a estes doentes. Os autores acreditam que o sistema de pré-alerta é adequado, mas carece de provas da sua eficácia. Este pode ser abordado através de duas estratégias principais: em primeiro lugar, estabelecer parcerias para partilhar informação entre o INEM e as equipas de sépsis hospitalares que recebem os doentes, permitindo ao SEM auditar o seu desempenho através de dados como as taxas de internamento e de mortalidade em enfermarias ou UCI.
Em segundo lugar, é crucial expandir a utilização do iTeamsTM para todas as equipas de SEM para garantir que todos os alertas de sépsis possam ser analisados de forma igual. Um grande desafio para o SEM é a dificuldade de fornecer antibióticos no ambiente pré-hospitalar. Mesmo que as equipas de SEM consigam identificar com sucesso todos os doentes sépticos e prestar a reanimação volémica e o apoio de órgãos adequados, a capacidade de cumprir a janela temporal crítica para a administração de antibióticos ainda depende da rapidez com que se consegue transportar os doentes para um hospital.
Este estudo abre novos caminhos para futuras pesquisas sobre a abordagem da sépsis no ambiente pré-hospitalar, particularmente na determinação dos melhores critérios
para o sistema de alerta e dos benefícios da determinação do lactato e da administração de antibióticos antes da chegada ao hospital
1. Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al.: Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021, 49:e1063-143. 10.1097/ CCM.0000000000005337
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6. Norma no 010/2016 atualizada a 16/05/2017Via Verde Sépsis no Adulto. National guidelines for sepsis [In Portuguese]. (2017). Accessed: 06/12/2024: https://normas.dgs.min-saude. pt/2016/09/30/via-verde-sepsis- no-adulto/.
INFOSAVING - A rubrica de infografias da LIFESAVING.
Luis Miguel Costa1
1Anestesiologia ULS Algarve
Caros leitores,
É com grande entusiasmo que apresentamos a edição da Infosaving – Avaliação Primária do Doente Pediátrico no Pré-Hospitalar. Uma ferramenta essencial para profissionais que prestam cuidados a crianças em contexto Pré-Hospitalar.
As infografias convertem informações técnicas densas em imagens visualmente claras e esquemas lógicos. Esta abordagem multimodal explora a dual - coding theory, que combina canais visuais e verbais, reforçando significativamente a retenção de informação e reduzindo a sobrecarga cognitiva. Além disso, o picture superiority effect mostra que imagens são memorizadas com mais eficácia que palavras isoladas.
Convidamos os leitores da Lifesaving a sugerirem temas complexos relacionados com o Pré - Hospitalar. Comprometemo-nos a transformar esse conteúdo em infografias práticas, intuitivas e facilmente memorizáveis
AAVALIAÇÃO PRIMÁRIA DO DOENTE CRÍTICO PEDIÁTRICO NO PRÉ -HOSPITALAR
CIRCUNSTÂNCIAS C HISTÓRIA H ALERGIAS A MEDICAMENTOS M ÚLTIMA REFEIÇÃO U
PERMEABILIZAÇÃO DA VIA AÉREA
ESTABILIZAÇÃO CERVICAL SE TRAUMA
CORPO ESTRANHO / VÓMITO / SECREÇÕES / EDEMA / CIANOSE CENTRAL
DESVIO TRAQUEAL / INGURGITAMENTO JUGULAR / HEMORRAGIA
ENFISEMA / CREPITAÇÕES / FRATURAS
AUSÊNCIA DE RUIDOS (TOTAL) / ESTRIDOR (PARCIAL) / PIEIRA (VA INFERIOR)
OBSTRUÇÃO SUPERIOR DA VIA AÉREA
ASPIRAÇÃO / POSICIONAMENTO / ADJUVANTES / VA AVANÇADA / CRICOTIROIDOTOMIA / SEDAÇÃO
BVENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO
OXIMETRIA DE PULSO + CAPNOGRAFIA
FREQUÊNCIA / AMPLITUDE / RITMO / SIMETRIA
UTILIZAÇÃO DE MÚSCULOS ACESSÓRIOS / RESPIRAÇÃO PARADOXAL
CREPITAÇÕES / RESSONÂNCIA / MACICEZ / DOR / INSTABILIDADE
MERMÚRIO VESICULAR / RUÍDOS ADVENTÍCIOS
OBSTRUÇÃO INFERIOR DA VIA AÉREA / PNEUMOTÓRAX / HEMOTÓRAX / HIPÓXIA
OXIGÉNIO / BRONCODILATADORES / V. ASSISTIDA (LACTENTE
DDISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
GLICEMIA CAPILAR
GLASGOW / PUPILAS (TAMANHO + REATIVIDADE) / TRÍADE DE CUSHING
NÍVEL DE LESÃO MEDULAR (PELE + TEMPERATURA + PRESSÃO ARTERIAL)
FORÇA MUSCULAR / DÉFICES SENSITIVOS E MOTORES (SIMETRIA)
ALTERAÇÕES NA LINGUAGEM
TÓXICOS / GLICEMIA / GLASGOW INF. 8 / CONVULSÃO / TRAUMA MEDULAR
PONDERAR VA AVANÇADA SE GLASGOW INF. 8 / GLICOSE 30% / ANTÍDOTOS / BENZODIAZEPINAS
TRIÂNGULO DE AVALIAÇÃO PEDIÁTRICO
TRABALHO RESPIRATÓRIO T
SONS ANORMAIS 1
POSICIONAMENTO 2
MÚSCULOS ACESSÓRIOS 3
APARÊNCIA A PERFUSÃO PERIFÉRICA P
TONUS MUSCULAR 1 CONSOLABILIDADE 2
DISCURSO / CHORO 3
COLORAÇÃO DA PELE 1
HEMORRAGIA ATIVA 2
SUDORESE 3 T A P T A P
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA FALÊNCIA RESPIRATÓRIA
CCHOQUE METABÓLICO / SNC
A P T A P
ASSEGURAR CIRCULAÇÃO / HEMORRAGIA
FREQ. CARDÍACA + PRESSÃO ARTERIAL + ECG
PERFUSÃO CAPILAR / PESQUISA DE FOCO HEMORRÁGICO (BACIA / OSSOS)
PELE (TEMPERATURA + HUMIDADE + COLORAÇÃO)
PULSOS PERIFÉRICOS + CENTRAL (AMPLITUDE + RITMO + SIMETRIA)
SONS CARDÍACOS / SOPROS CARDÍACOS + ABDOMINAIS
HIPOVOLÉMIA / DIST. ELETROLÍTICO / TAMPONAMENTO / TROMBOEMBOLISMO
ACESSOS IV ou IO / FLUIDOTERAPIA / VASOPRESSORES / PRODUTOS SANGUINEOS
CONTROLO DA EXPOSIÇÃO
TEMPERATURA CENTRAL / PERIFÉRICA
EXPOSIÇÃO CORPORAL
PESQUISA DE LESÕES EM TODA A SUPERFICIE CORPORAL (INCL. DORSO)
CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES
OUTRAS QUEIXAS SUBJETIVAS DO DOENTE
HIPOTERMIA / AMPUTAÇÃO DE MEMBRO
REMOVER ROUPA / MANTA TÉRMICA / TRATAMENTO DE FERIDAS / PRIVACIDADE
EDITOR
LUIS MIGUEL COSTA Anestesiologista na ULS Algarve
Sharon Faria1
1Interna de Formação Específica de Anestesiologia, Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho
INTRODUÇÃO
O labetalol é um bloqueador competitivo dos recetores adrenérgicos α e β. Apresenta ação cronotrópica e inotrópica negativa1. Não causa taquicardia reflexa, o que o torna adequado para crises hipertensivas.
O seu uso é aprovado para urgências e emergências hipertensivas, sendo também utilizado na patologia hipertensiva durante a gravidez1
FORMAS DE APRESENTA ÇÃ O
E CONSERVA ÇÃ O
O labetalol está disponível em solução injetável de 5mg/mL3 (ampola de 20 mL contém 100 mg). A solução é límpida, incolor e encontra-se armazenada numa ampola de vidro transparente3
Conservação
O frasco de solução injetável tem prazo de validade de 2 anos e não requer condições de conservação especiais3. Do ponto de vista microbiológico, o produto deverá ser utilizado imediatamente após abertura da ampola3 . Caso não seja utilizado imediatamente, deverá ser armazenado até 24 horas em temperatura entre 2 a 8ºC3
POSOLOGIA E MODO
DE ADMINISTRA ÇÃ O Posologia
O labetalol pode ser administrado em bólus intravenoso ou em perfusão contínua5
Em bólus, a dose inicial é 0.3 a 1.0 mg/ kg (máximo 20 mg), seguida de bólus fracionados de 20 a 80 mg a cada 10 minutos, até uma dose total de 300 mg. Se necessário bólus frequentes, considerar infusão contínua4
Em perfusão, as doses recomendas são as seguintes:
1. Bólus inicial: 10 mg a 20 mg em 2 minutos;
2. Taxa de infusão: 0,5 a 2 mg/min (0.4 a 1.0 mg/kg/h até 3 mg/kg/h).5
Doses totais e taxas de perfusão mais elevadas são, por vezes, utilizadas, especialmente em doentes obesos. A dose cumulativa é de 300 mg. Esta dose pode ser repetida a cada 4 a 6 horas4
Preparação
O bólus do fármaco pode ser administrado sem diluição. Quando administrado em perfusão contínua, é recomenda a diluição para obter a concentração de 1 ou 2 mg/mL. O labetalol deve ser diluído apenas com Dextrose 5% ou NaCL 0,9% sob condições asséticas3. A solução para
infusão intravenosa (IV ) pode ser preparada da seguinte maneira5:
• 200 mg (1 ampola de 20 mL) em 200 mL (1 mg/mL);
• 400 mg (2 ampolas de 20 mL) em 200 mL (2 mg/mL);
• 500 mg (3,5 ampolas de 20 mL) em 250 mL (2 mg/mL).
• A administração de Labetalol não é incompatível com o bicarbonato de sódio3.
Farmacocinética
Após injeção IV, 100% do fármaco é distribuído através da circulação sanguínea. O labetalol é ampla e rapidamente difundido para o espaço extravascular após administração intravenosa6
Aproximadamente 50% do labetalol liga-se à albumina. O volume de distribuição do fármaco varia entre 3,2 e 15,7 L/kg. Tem metabolização hepática (glucoronidação) e em parte gastrointestinal6 O labetalol e os seus metabolitos inativos têm excreção hepática e renal. Durante as primeiras 24 horas após sua administração, cerca de 55-60% do fármaco é eliminado na urina sob a forma inalterada ou conjugada, e cerca de 30% é excretado nas fezes ao longo de quatro dias. Menos de 5% da dose é excretada na
urina de forma inalterada6
O Labetalol não é significativamente eliminado por hemodiálise ou diálise
peritoneal6
A semi-vida de eliminação plasmática do labetalol é de 6 horas após administração intravenosa. A semi-vida de eliminação do fármaco parece não se alterar em indivíduos com insuficiência hepática ou renal, mas pode aumentar em doentes com insuficiência renal grave que estejam em diálise6
Farmacodinâmica
A nível cardiovascular, há uma queda significativa da pressão sistólica e diastólica 5 minutos após a sua administração IV5. Não há alteração significativa do débito cardíaco e a frequência cardíaca pode reduzir ligeiramente em ortostatismo. O labetalol demonstrou eficácia na redução de arritmias ventriculares e
restauração do ritmo sinusal em doentes hipertensos7
A nível endócrino, aumenta a prolactina. Pode elevar ligeiramente a glicemia, sem efeito clínico relevante no perfil lipídico. Diminui a atividade da renina plasmática e, em alguns casos, os níveis de aldosterona7
A nível respiratório, é bem tolerado, mas pode provocar brocospasmo em em doentes com asma ativa7
A nível renal, aumenta ligeiramente o volume plasmático mas mantém a taxa de filtração glomerular7
Indicações Terapêuticas
O Labetalol está aprovado para tratar a hipertensão arterial, tanto em contexto agudo (crises hipertensivas ou emergências) tanto como crónico5
É amplamente usado off-label em situações específicas de hipertensão aguda, como:
• Gravidez e puerpério (pré-eclâmpsia/eclâmpsia /HELLP);
• Acidente vascular cerebral isquémico agudo, especialmente com terapêutica de reperfusão (PA alvo ≤180/105 mmHg);
• Hemorragia intracerebral ou subaracnóidea aguda;
• Síndromes aórticas agudas, como disseção aórtica.
Contra-indicações
As contra-indicações para a utilização do labetalol são as seguintes5 :
• Hipersensibilidade ao labetalol ou qualquer componente da sua formulação ;
• Bradicardia sinusal severa, bloqueio aurículo ventricular de 2º e 3º grau e choque cardiogénico;
• Asma brônquica ou DPOC;
• Administração de bloqueador de canal cálcio não dihidropiridínicos.
Em algumas situações, deve ser utilizado com precaução:
• Hipertiroidismo;
• Feocromocitoma;
• Doença cerebrovascular ou coronária;
• Miastenia Gravis;
• Idosos.
EFEITOS ADVERSOS
E INTERA ÇÕ ES MEDICAMENTOSAS
Efeitos Adversos
Deve-se ter atenção aos seguintes efeitos adversos com a sua administração 5:
• Bradicardia e bloqueios do sistema de condução AV;
• Hipotensão;
• Broncospasmo;
• Hipoglicémia.
Interações Medicamentosas
O Labetalol apresenta diversas interações medicamentosas importantes. Deve-se ter especial precaução na coadministração com fármacos que possuam efeito anti-hipertensor, pois podem potenciar a sua ação, aumentando o risco de hipotensão.
Da mesma forma, o uso concomitante com medicamentos de efeito hipertensor pode reduzir a sua eficácia.
Também é necessário cautela com agentes de ação cronotrópica positiva ou negativa, bem como com fármacos inotrópicos positivos, devido ao risco de efeitos cardíacos adversos decorrentes da interação entre os mecanismos de ação.
TAKE HOME MESSAGES
• O labetalol é um antagonista competitivo dos recetores adrenérgicos α1, conferindo-lhe propriedades únicas na redução
da pressão arterial sem causar taquicardia reflexa significativa.
• Está aprovado para o tratamento da hipertensão arterial, desde apresentações crónicas estáveis até crises hipertensivas agudas (urgências/emergências).
• Muito utilizado na prática clínica para hipertensão aguda na gravidez, AVC isquémico agudo com terapêutica de reperfusão, hemorragia intracraniana (incluindo subaracnóidea) e dissecção aórtica.
• Pode ser administrado por bólus IV ou perfusão contínu a, com ajuste da dose consoante a resposta clínica e o peso do doente.
• Tem rápido início de ação (2–5 minutos), semi-vida de aproximadamente 6 horas e metabolização hepática. Não é eficazmente eliminado por diálise.
• Está contraindicado em casos de bradicardia grave e BAV de 2 ou 3º grau, choque cardiogénico, asma/ DPOC e com uso simultâneo de bloqueadores dos canais de cálcio não diidropiridínicos.
• Utilização judiciosa em doentes idosos, com miastenia gravis, doença coronária ou cerebrovascular e em casos de feocromocitoma ou hipertiroidismo.
• Os principais efeitos adversos incluem bradicardia, hipotensão, broncospasmo e hipoglicémia, especialmente em doentes vulneráveis.
• Deve-se ter atenção à associação com fármacos de ação antihipertensora, hipertensora, cronotrópica e inotrópica, devido ao risco aumentado de efeitos
cardiovasculares indesejáveis.
• Estável à temperatura ambiente por 24h após diluição. Incompatível com bicarbonato de sódio. Requer diluição assética em soluções compatíveis como NaCl 0,9% ou glucose 5% para perfusão
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1Enfermeira Gestora SUB Loulé
2Enfermeira Especialista Enfermagem Médico Cirúrgica, VMER Faro e Albufeira
Tenho como reflexão com amigos e colegas desde a pandemia, que parece que o tempo acelerou nessa altura, nada científico, apenas o empirismo dos dias corridos a que se somam carências de pessoas e acréscimo de tarefas profissionais e pessoais sem fim. Questiono-me muitas vezes, mas, será que essas tarefas cresceram assim tanto, ou será que és tu que já não consegues ter a mesma vontade ou desenvoltura na sua realização.
Continuo sem resposta para a questão, e os colegas e amigos com quem tenho feito a reflexão, também não têm conseguido até agora, ser mais científicos ou empíricos para uma resposta mais sustentada.
Tudo isto para referir, que a formação em serviço neste ano de 2025 não tem apresentado facilidade no arrancar da sua atividade, nem no correto planeamento e realização nas VMERs Faro e Albufeira.
O plano não conseguiu cumprir-se, pelo que se determinou a sua continuidade, os formadores não conseguem ter disponibilidade, e sempre que se programa, a adesão dos formandos também encontra dificuldades.
De qualquer forma, continuamos o plano 24, conduzindo a segunda parte da psicologia na emergência.
Tema de grande relevância e que terá ainda alguns “remakes”, face à importância e presença na prática pré-hospitalar que apresenta. A sessão decorreu no dia 9 de maio às 16,30h. Tomamos a decisão de realizar a formação na Delegação Regional do Algarve, no sentido de podermos ser mais democráticos na abrangência dos colegas de Albufeira, e promovermos a proximidade ao INEM. Decidimos ainda realizar a formação em formato blended, online e presencial, no sentido de promover a adesão à mesma. As dificuldades de ter formandos presenciais manteve-se, no entanto, tivemos 12 operacionais de VMER online. As formadoras, Diana Teixeira e Sónia Cunha, falaram desta vez, de primeiros socorros psicológicos, da notificação de morte e apoio ao início do processo de luto. O objetivo da sessão era refletir do papel da psicologia na atividade pré-hospitalar, tanto na intervenção direta com as vítimas, como nas necessidades dos profissionais, tanto ao nível da prevenção como da ação.
A sessão revelou-se extremamente participada, com os intervenientes a partilharem múltiplas experiências e vivências, colocando questões e solicitando a reflexão de intervenções mais acertadas e assertivas, expandindo em muito o tempo previsto para a sessão, o que colocou desde logo em cima da mesa, a continuidade da temática com a sugestão e questionamento de outros tópicos. Tentamos ainda neste momento do ano 25, aliciar os formadores do planeamento em atraso para o cumprimento das demais sessões previstas, que consideramos importantes neste contexto formativo, pois conduzirão seguramente a melhores desempenhos na prática
Eva Motero1 2 3
1Médica VMER de Faro e Albufeira
2Médica do Serviço de Urgência da ULS Algarve – Unidade de Faro
3Médica Especialista em Medicina Desportiva
INTRODUÇÃO: UM EPISÓDIO
EXTREMO PROLONGADO
Quando as primeiras imagens chegaram, houve uma confusão coletiva: não era o Quênia, nem o Haiti. Era a Espanha. Era a Europa — no século XXI — imersa em lama, caos e silêncio institucional. Entre outubro e novembro de 2023, uma sequência de DANAs (Depressões Isoladas em Níveis Altos) atingiu o leste espanhol com uma violência rara. Choveu como nunca se havia medido: 770 litros por metro quadrado em apenas 12 horas. O solo, já saturado, não teve como responder. Nem o Estado. O caso mais dramático foi o do Barranco del Poyo, um leito seco que virou um rio furioso, varrendo bairros inteiros. O saldo foi devastador: 228 mortos, 14 mil edifícios afetados, prejuízos diretos de 1,2 bilhões de euros. O mais chocante, no entanto, não foram os números — mas o que não foi feito. O sistema de alerta falhou. O protocolo automático que deveria acionar evacuações nunca foi ativado a tempo. A população soube da gravidade quando a água já invadia as suas casas. Não havia botes, nem helicópteros. Não houve comunicação clara, nem coordenação entre as agências. A ajuda
demorou. As vítimas morreram esperando. Mais do que um desastre natural, a DANA revelou uma falência técnica, política e ética. Projetos de contenção existiam, mas ficaram engavetados por anos. A zona já era classificada como de alto risco desde 2014. Mesmo assim, nada foi feito. E quando a natureza cobrou, encontrou uma estrutura pública despreparada e fragmentada. Um relatório da Universidade Politécnica de Valência foi direto: o episódio era "previsível e gerível". Mas não houve gestão. Houve omissão. Ver bairros como Catarroja ou Paiporta afundados em água e silêncio corta a alma. Ver corpos sendo retirados de casas que nunca deveriam ter sido invadidas pela enxurrada é uma lição cruel. A Europa, tão segura em suas normas e diretivas, foi lembrada de que o risco não respeita discursos, apenas ações. Esta tragédia não deveria ser esquecida. Porque ela não aconteceu por acaso — mas por escolha. Pela escolha de adiar obras, ignorar alertas e tratar o planeamento de risco como burocracia. O resultado está nos rostos das famílias que perderam tudo. E nas imagens desoladoras que, por um instante,
nos fizeram duvidar de onde estávamos. A lição mais dura talvez seja esta: quando não estamos preparados, o caos não é exceção — é a regra.
I. Contexto estrutural e alertas ignorados O Barranco del Poyo, um curso intermitente que atravessa a comarca de l’Horta Sud, é historicamente um ponto crítico. Desde o século XVIII há registros de cheias severas. Em 2014 foi oficialmente classificado como ARPSI (Área de Risco Potencial Significativo de Inundação) no âmbito da Diretiva Europeia 2007/60/CE. No entanto, dos nove projetos de canalização e retenção redigidos entre 1994 e 2021, apenas um foi parcialmente executado.
Em 2021, o Ministério para a Transição Ecológica arquivou o projeto de canalização integral, alegando razões ambientais e de custo-benefício. Esta decisão, agora amplamente criticada, expôs a população de Alginet, Silla, Picanya, Catarroja, Torrent e outros municípios a um risco técnico e historicamente conhecido.
Mapa da catástrofe em Valência. Fonte: Levante-EMV (Link: https://www.valenciabonita.es/2024/11/06/barranco-del-poyo/)
II. A tempestade: evolução e dados críticos
No dia 29 de outubro de 2023, uma DANA centrada na depressão térmica do Golfo de Valência provocou acumulados de até 770 l/m2 em 12 horas em Turís — o maior já registrado na região desde o início das medições sistemáticas. Os modelos AROME e ECMWF anteciparam o fenômeno com 24 horas de antecedência.
Às 17h25, os sensores do Barranco del Poyo registraram uma vazão de 150 m3/s, que saltou para 1.686 m3/s às 18h43. Poucos minutos depois, a estação colapsou. Simulações hidráulicas subsequentes revelaram que o caudal máximo ultrapassou os 3.600 m3/s, muito acima da capacidade projetada das obras parciais.
III. Gestão da emergência: entre o silêncio e a paralisia
A Confederação Hidrográfica do Júcar não comunicou o aumento do caudal até o fim da tarde. A AEMET havia emitido avisos vermelhos e o modelo
SAIH mostrava crescimento contínuo desde o meio-dia, mas os municípios não foram formalmente notificados.
O sistema nacional de alerta ES-Alert só foi ativado em algumas áreas às 20h11, quando os fluxos de água já tinham invadido zonas urbanas. A Guarda Civil documentou um vazio de mais de 2h30 entre o primeiro aviso interno e a resposta operacional.
A resposta logística também foi prejudicada: as equipas de resgate não dispunham de embarcações ligeiras
nem helicópteros em número suficiente.
A Unidade Militar de Emergências (UME) demorou mais de seis horas para chegar ao terreno a partir de Bétera.
IV. O impacto: destruição sem precedentes
As localidades mais afetadas foram Paiporta, Picanya, Silla, Catarroja, Benetússer, Torrent e Alginet. Nesses pontos, bairros inteiros ficaram submersos por fluxos de até 8 m/s, arrastando veículos, mobiliário
In El independente. Fonte: Europa Press. (https://www.elindependiente.com/espana/2024/11/04/el-barranco-de-el-poyo-acumulaba-99-inundaciones-previas-y-constaba-como-area-de-alto-riesgo-de-inundacion)
urbano e até pessoas.
Dados consolidados apontam para:
• 228 mortes confirmadas, 192 delas na bacia do Barranco del Poyo;
• 14.000 edifícios danificados, incluindo escolas e centros de saúde;
• € 1.200 milhões em prejuízos diretos, sem contabilizar perdas agrícolas e logísticas;
• Cortes de energia por até 72 horas em mais de 30 municípios.
• Imagens aéreas mostram um corredor de destruição com 76,9 km2. O leito seco tornou-se um rio furioso com mais de 60 metros de largura, impossível de conter
V. Análise crítica: poderia ter sido evitado?
- Do ponto de vista técnico, sim. As seguintes omissões foram determinantes:
• Infraestrutura não executada: os projetos de canalização e retenção nunca saíram do papel;
• Falta de alerta automatizado: o
sistema SAIH não estava interligado ao protocolo ES-Alert;
• Descoordenação institucional: os alertas da AEMET não foram traduzidos em ações práticas pela Proteção Civil;
• Ausência de simulacros municipais de evacuação;
• Desconexão entre previsão climática e cultura de prevenção.
O relatório da Universidade Politécnica de Valência, em fevereiro de 2024, classificou o evento como “previsível e gerível dentro de uma estrutura de resposta bem articulada”. Mas isso não ocorreu.
• Imagens aéreas de cidades como Paiporta e Catarroja revelam bairros inteiros submersos, estruturas desmoronadas e ruas irreconhecíveis após o transbordamento do Barranco del Poyo.
• Viaturas empilhadas, habitações arrastadas e pontes destruídas mostram claramente os efeitos da ausência de contenção hidráulica e resposta antecipada.
O ELO ENTRE AUSÊNCIA TÉCNICA
E CAOS AMPLIADO
A falha não foi natural, mas técnica e institucional
• Retirada dos bombeiros e falta de vigilância contínua: o dispositivo de monitorização do caudal foi desativado por "motivos logísticos" justamente nas horas críticas.
• Um relatório da FETAP-CGT apontou 357 falhas críticas, incluindo a inatividade de 127 dos 129 Centros de Coordenação Operacional Local (CECOPAL).
O silêncio letal
• A Guarda Civil declarou que a Confederação Hidrográfica do Júcar (CHJ) não emitiu nenhum aviso formal entre 16h15 e 18h43, apesar de indicadores extremos no caudal.
• O sistema ES-Alert, que envia mensagens automáticas de evacuação, só foi ativado às 20h11, quando bairros já estavam alagados e dezenas de
vítimas presas em suas casas.
Comunicação confusa e contradições políticas
• O presidente regional Carlos Mazón culpou a AEMET e a CHJ pela falta de avisos, mas investigações judiciais revelaram omissões e contradições nas
declarações do seu gabinete.
• A ex-secretária de emergências da Comunidade Valenciana está formalmente imputada por homicídio culposo e omissão de socorro.
O que não foi técnico — e por isso foi letal
Elemento omitido
Vigilância contínua dos níveis do caudal
Integração automática entre SAIH e ES-Alert
Coordenação entre AEMET, CHJ e Proteção Civil
Recursos de resgate insuficientes
Impacto direto
Ninguém alertou quando o risco atingiu nível crítico
Atraso fatal na evacuação da população
Dados disponíveis não foram transformados em ações
Atraso de 6 horas no envio da UME
VI. Lições aprendidas: da técnica à política
Elemento
Gestão de bacias
Governança Infraestrutura
Cultura de risco
Transparência
Recomendação
Revisão imediata de todas as ARPSI com modelos climáticos atualizados
Criação de um comando único com competências técnicas em situações de crise
Execução urgente dos projetos paralisados
Educação comunitária e simulações anuais obrigatórias
Protocolos auditáveis e responsabilidade institucional clara
O caos não surgiu por acaso. Ele era previsível , e evitável. Porque, como aprendemos da forma mais dolorosa: “Quando não estamos preparados, o caos não é exceção — é o padrão.”
André Abílio Rodrigues 1
1Enfermeiro VMER, SIV
Um “apagão” é uma interrupção súbita e temporária do fornecimento de energia elétrica numa região. Tal situação pode afetar áreas pequenas ou até países inteiros, como ocorreu recentemente na Península Ibérica, no dia 28 de abril de 2025, às 11h33 (hora de Lisboa). As causas de um apagão são diversas e podem ter origem tanto em fatores naturais quanto humanos. Entre os principais exemplos destacam-se: as condições meteorológicas adversas; as falhas técnicas nas centrais de produção de energia; e os acidentes e eventos decorrentes de ações humanas, como ciberataques ou erros operacionais.
Entre os impactos imediatos de um apagão estão a interrupção de serviços essenciais (como decorre nos hospitais, que dependem de energia para equipamentos vitais), transportes paralisados, e sistemas de comunicação comprometidos. Empresas e indústrias sofrem prejuízos económicos significativos devido à paralisação das suas atividades, enquanto a segurança pública é colocada em risco por semáforos desligados e falhas em sistemas de vigilância. Além disso, há danos a equipamentos elétricos e perdas de alimentos perecíveis, agravando ainda mais o transtorno causado à população. Neste contexto, é fundamental dispor de um “Kit de Emergência” e executar procedimentos específicos que podem ser determinantes em caso de apagão.
• EVITAR conduzir e evitar viagens desnecessárias: sem semáforos o transito é perigoso e pode estar congestionado;
• NÃO utilizar o elevador;
• EVITAR entrar em pânico: mantenha a calma e esteja atento ás noticias; utilize o radio do KIT de emergência;
• EVITAR usar velas: use a lanterna do KIT de emergência
• UTILIZE as linhas de emergência criteriosamente, lembre-se que os agentes de Proteção Civil (Autoridade, INEM, Bombeiros...) podem estar com constrangimentos;
• Evite abrir o frigorífico e o congelador para garantir que os alimentos permaneçam frios pelo maior tempo possível, prevenindo a sua deterioração.
• Dê prioridade ao consumo de alimentos não perecíveis e prontos para consumo, como produtos enlatados, frutos secos, barras energéticas e bolachas.
• Desligar aparelhos eletrónicos: pode haver flutuações de energia e danificá-los;
• Colocar os telemóveis no modo “poupança de energia”
• Aparelhos de combustão, lareiras e fogareiros liberam monóxido de carbono. Use-os apenas em locais ventilados ou abertos. O Monóxido de carbono intoxica e pode ser fatal.
ATENÇÃO! O kit de emergência deve:
• Estar preparado com antecedência
• Ser adaptado às necessidades individuais de cada pessoa
• Estar disponível em casa, na escola, no local de trabalho ou no automóvel, e todos devem saber onde se localiza
• Deve ser revisto e atualizado periodicamente (datas de validade, roupa sazonal).
NÃO ESQUECER:
• Proceda à evacuação caso o local em que se encontra apresente temperaturas excessivamente baixas ou elevadas;
• Possuir dispositivos médicos que necessitam de carregamento com energia elétrica, para o seu funcionamento.
BIBLIOGRAFIA
1. https://www.redcross.org/get-help/how-to-prepare-for-emergencies/types-of-emergencies/power-outage.html?srsltid=AfmBOopn61a 913wb9HCRr5UriqLrr4l4XG89OgvQnAHSHxMHIzNjj06T
2. https://www.redcross.org/content/dam/redcross/atg/PDF_s/Preparedness___Disaster_Recovery/Disaster_Preparedness/Power_ Outage/PowerOutage.pdf?srsltid=AfmBOoonzGQ0th6Rel6C_7zW1qIqYCh89oQ47xO25rakn_TU-p8aNQ31
3. https://www.redcross.org/get-help/how-to-prepare-for-emergencies/survival-kit-supplies.html?srsltid=AfmBOoqRbsKO8B4pxZuqDXp a2V36HSnff55UTfz6V8te2BJOlJZrVqiZ
4. https://www.cdph.ca.gov/Programs/EPO/Pages/PrepareanEmergencySupplyKit.aspx
5. https://flnaacp.org/wp-content/uploads/2024/10/325501-10-Power-Outage-Preparedness-Checklist-NAACP_EN-FINAL.pdf
6. Programa de edição de fotos: Painnt®
Teresa Sofia Sancho1 2 3
1Técnica Superior Saúde 2Assessor Superior de Nutrição 3Diretora-adjunta do PNPAS-DGS
De acordo com o Plano Nacional de Saúde1, os problemas de saúde mental apresentam uma elevada magnitude, cuja expressão sindémica resulta da agregação de contextos de desigualdade social e económica, os quais exacerbam o risco de doenças crónicas não transmissíveis. Considerando que as abordagens em Promoção da Saúde devem visar as políticas de sustentabilidade, os 17 Objetivos do Desenvolvimentos Sustentável (ODS) constituem uma pauta incontornável2. Desta forma, o ODS 3 – Saúde e Bem-Estar refere no ponto 3.4 o seguinte: “Até 2030, reduzir num terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar”. O propósito da promoção do bem-estar está, portanto, profundamente relacionada com os diversos determinantes da saúde, designadamente, a alimentação saudável, a saúde mental e a relação resultante de ambas. Efetivamente, existe uma relação íntima entre a alimentação, as emoções e a saúde mental, sendo que esse é o nosso propósito neste texto.
Em termos emocionais, o primeiro contacto do recém-nascido com o leite materno, desde logo, constitui uma fonte de emoções traduzidas em sensação de acolhimento, segurança, conforto, satisfação, colo, prazer e amor. Adicionalmente, ao longo da vida, a ansiedade, o cansaço, a tristeza, o estado depressivo ou a baixa autoestima podem constituir gatilhos para a chamada fome emocional, a qual, por sua vez, conduz ao consumo frequente de alimentos de elevada densidade calórica, cujo prazer conduz à produção de diversos neurotransmissores.
A desregulação do binómio apetite-saciedade culmina no risco de fome emocional, a qual pode ser mitigada com atenção plena e consciente no ato de comer. Deste modo, e tendo em conta o conceito de Mindfulness (atenção plena), surge o subsequente conceito de Mindful Eating (alimentação com atenção plena e consciente):
• Consumir as refeições sentado(a) à mesa, com conforto e tranquilidade;
• Desconectar os dispositivos
eletrónicos durante as refeições (televisão, telemóvel, tablet, etc.), tornando esta prática como regra de família para todos;
• Fazer as refeições em família, sempre que possível, mas sem perder a atenção e a consciência alimentar;
• Observar a variedade, cor(es) e número de alimentos da refeição;
• Moderar o tamanho de cada “garfada” ou “colherada” e mastigar demoradamente, promovendo uma boa insalivação do bolo alimentar;
• Explorar sensorialmente o sabor, a textura, a cor, o aroma, a temperatura e o aspeto dos alimentos;
• Pousar os talheres no prato, enquanto se mastiga, para aumentar o tempo da captação sensorial;
• Apreciar o ambiente envolvente, como a companhia, a baixela, o local, a temperatura, o som e a luminosidade;
• Prestar atenção plena aos sinais de progressiva saciedade;
• Parar de comer perante os
primeiros sinais de saciedade, mas evitar sempre o desperdício (atenção ao empratar);
• Finalizar (ou iniciar) a refeição com gratidão pelo circuito dos alimentos, desde a origem até ao prato
BIBLIOGRAFIA
1. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde (2021). Disponível em https://pns.dgs.pt/ pns-2021-2030/.
2. Organização das Nações Unidas. 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 Metas: para transformar o Mundo em nome dos Povos e do Planeta (2015). Disponível em https:// globalcompact.pt/index.php/pt/un-globalcompact/agenda-2030.
"O futuro da VMER? Se houver estratégia, investimento e valorização, é evolução. Se for apenas uma decisão economicista, corremos o risco de uma extinção silenciosa, porque quando se tira o médico e o enfermeiro do pré-hospitalar, não é poupar, é arriscar vidas."
Cláudia Martins
“O futuro da VMER será, inevitavelmente, de evolução. A complexidade crescente das situações clínicas no pré-hospitalar exige uma resposta diferenciada, sustentada em equipas altamente qualificadas. Médico e Enfermeiro, com competência técnica,
autonomia e pensamento crítico, assumem um papel central na continuidade e qualidade destes cuidados.
A VMER não é apenas um meio técnico – é uma extensão do serviço hospitalar no terreno, onde se salvam vidas através do saber, da decisão e da humanização em tempo útil.”
Bruno Candeias
“Entendo que o futuro da VMER envolve um processo contínuo de evolução. Desde o início, a VMER tem passado por várias mudanças, tendência que deve manter-se nos próximos anos. A incorporação de ferramentas tecnológicas
avançadas para suporte à decisão e tratamento, aliada à formação contínua de médicos e enfermeiros, garante que a prática clínica esteja permanentemente alinhada ao “estado da arte”, o que traduz em um serviço de excelência. A resposta imediata em situações críticas, a atuação de equipas médicas especializadas e a capacidade para realizar intervenções avançadas logo após o evento constituem fatores determinantes que asseguram a qualidade dos cuidados oferecidos às vítimas de emergências médicas, traumas ou situações exceção. Impactando de forma positiva os outcomes das
NOTA DO EDITOR
As respostas obtidas à questão colocada na Tertúlia VMERista são da exclusiva responsabilidade dos intervenientes no "inquérito", e que são opiniões estritamente pessoais, das quais a LIFESAVING necessariamente se demarca...
almejando os mais elevados índices de desempenho, maior proficiência, mas mantendo a humanização dos cuidados, que nem IA nem robots poderão substituir.
Não me parece haver outras equipas que pudessem vir a substituir a assistência médica diferenciada que a VMER proporciona, ... muito menos considerar a sua extinção, que significaria um retrocesso de décadas na prestação do socorro à comunidade."
Bruno Santos
vitimas. Neste sentido, a manutenção destes aspectos constitui uma prioridade fundamental para o futuro da assistência pré-hospitalar, na qual a VMER desempenha um papel de destaque.”
Abílio Rodrigues
"Ainda acredito, na especialização e dedicação plena dos profissionais"
Silvia Labiza
"Sobre o futuro da VMER, creio que apenas podemos esperar e desejar a evolução... com mais equipamentos, mais soluções terapêuticas, viaturas ainda mais rapidas, mas seguras, ...
“Na ótica de um operacional, espero que o serviço da VMER seja reforçado, mais frequente, com distâncias mais curtas das bases até aos locais das ocorrências e mais suporte e acompanhamento das vitimas.”
João Horta
EDITOR
Enf.ª Ana Vieira
Ana Rodrigues1, Teresa Castro 2
1Enfermeira das VMER de Faro e Albufeira, 2Enfermeira da VMER de Albufeira
Voltamos com a nossa rubrica "Um Pedacinho de Nós", onde procuramos dar a conhecer mais uma vez quem está por detrás da farda — profissionais que, além da sua competência técnica, trazem consigo histórias, percursos e vivências inspiradoras. Desta vez, é com enorme prazer que apresentamos a nossa querida enfermeira Ana Vieira, que nos convida a conhecer um pouco da sua vida pessoal e profissional, partilhando connosco as experiências que a moldaram enquanto mulher e enquanto enfermeira.
A nossa enfermeira Ana Vieira, é natural de Albufeira, e nasceu a 27 de fevereiro de 1987. Cresceu entre a serenidade do Algarve e as memórias felizes nas casas das avós, em Marmelete e Sabóia, onde desenvolveu o gosto pela liberdade e pelo contacto com a natureza e com o outro.... De sorriso fácil e espírito genuíno, sempre manifestou uma forte vocação para cuidar do outro — uma certeza que começou a ganhar forma ainda na infância, nas visitas hospitalares à avó, onde, mesmo sem compreender a complexidade dos cuidados, sentia-se fascinada pelo ambiente assistencial. Licenciou-se em Enfermagem pelo Instituto Piaget de Silves, apesar das naturais incertezas, que uma formação em instituição privada podia suscitar... Durante dois anos enfrentou a escassez de oportunidades profissionais na área, mas não esmoreceu. Trabalhou numa clínica de análises e, em 2013, iniciou um percurso determinante como voluntária na delegação da Cruz Vermelha de Silves-Albufeira. Este contexto, permitiu-lhe crescer como profissional e ser humano, superando receios, nomeadamente no contacto
com situações de emergência. Aqui iniciou também o seu percurso como formadora, vencendo o medo de falar em público e desenvolvendo competências que conserva até hoje com carinho e reconhecimento.
Em setembro de 2014 integrou o Hospital, com um misto de entusiasmo e nervosismo, aceitando o desafio de trabalhar com doentes críticos na Unidade de Cuidados Intermédios do Serviço de Urgência. Ali aprofundou o gosto pela área e consolidou o seu percurso ao lado de equipas clínicas altamente diferenciadas, que muito contribuíram para a sua evolução profissional. Complementou a sua formação com duas pós-graduações: uma em Doente Crítico e outra em Missões Humanitárias, Catástrofes e Conflitos
O seu percurso diversificou-se com a integração em diversas unidades e
serviços, como a Equipa de Transporte Inter-Hospitalar, o SUB de Albufeira e Loulé, e a posterior formação e integração na equipa de Suporte Imediato de Vida (SIV) em Loulé. Foi também neste contexto que conheceu o futuro marido, colega de profissão, numa história improvável, mas com desfecho muito feliz. Em 2020 concluiu o curso de Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), iniciando funções em Albufeira e, mais tarde, também em Faro. Este contexto tornou-se uma das áreas onde mais se realiza profissionalmente, pelo impacto direto e significativo que é possível ter na vida de cada pessoa assistida — procurando, em cada ocorrência, fazer sempre tudo o que está ao seu alcance. Paralelamente, manteve colaboração com a Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital
Particular do Algarve desde 2015, reforçando a sua polivalência e dedicação à enfermagem, uma vez que esta experiência foi muito enriquecedora tanto a nível profissional como pessoal, da qual guarda boas memórias e um profundo apreço pelas pessoas com quem teve oportunidade de trabalhar. Em 2023 ,a nossa convidada acabava de regressar de uma viagem de Nova Iorque, e aceita o desafio para integrar a Unidade de Hemodinâmica do Serviço de cardiologia, no entanto esta viagem marca não só um novo capitulo na sua vida profissional, como também na sua vida pessoal uma vez que é marcada por um momento especial que assinala uma nova etapa na sua vida: Um pedido de casamento. Curiosamente, este marco teve como protagonista alguém que, anos antes, jamais imaginaria vir a ocupar esse lugar — um colega com quem havia partilhado turnos na equipa da SIV e com quem, inicialmente, não se identificava, fruto de um temperamento mais imprevisível e de uma certa tendência para atrair ocorrências desafiantes. Com o tempo, porém, a convivência deu lugar à descoberta mútua e à construção de uma relação sólida que acabaria por transformar, de forma profunda, a sua vida pessoal. Contudo, poucos meses depois descobre que está grávida, o que leva a uma pausa necessária no seu novo projeto profissional, por questões de segurança associadas à exposição da radiação na sala de Hemodinâmica. O nascimento do seu pequeno Guilherme, representou a mais feliz das reviravoltas na sua vida. Hoje
com 18 meses, é a sua grande inspiração e motivação diária — um pequeno ser que veio alegrar e desafiar a rotina familiar, dando novo sentido a cada momento. Apesar das mudanças e exigências que a maternidade trouxe, cada sorriso e abraço do seu filho tornam tudo plenamente recompensador. Conciliando agora a maternidade com o exercício da profissão que tanto ama, a Enf.ª Ana Vieira regressou ao ativo com horários adaptados, mantendo o
seu contributo nas equipas da VMER. Reconhece que já não é possível manter o ritmo de outrora, mas sente-se profundamente realizada, por continuar a fazer aquilo que mais gosta, sem nunca perder o sorriso e a leveza que sempre a caracterizaram.
A Enf.ª Ana Vieira é, acima de tudo, uma profissional apaixonada e dedicada, que acredita que é possível cuidar com competência, empatia e alegria. Um verdadeiro pedacinho de nós
EDITORA
Enfermeira
Heli
Enfermeira
TESOURINHO
VMER ista
Pedro Oliveira Silva1
1 Médico VMER
Todos nós já sofremos com uma má triagem, com um fluxo que não era exatamente aquele, …que depois de avaliado, no local, as queixas não eram as reportadas. No entanto, aprendemos, e mais importante, somos tolerantes à má interpretação, por vezes enganosa, comunicada do outro lado da linha. Agora sendo sinceros, todos nós já amaldiçoámos (às vezes pior) o CODU por estes mesmo motivos, subindo de tom de noite, e mais particularmente de madrugada!
EDITOR
Esta saída reflete um pouco de todas as situações expressadas anteriormente.
Madrugada, seriam 04:00, quando surge saída para homem hipocoagulado, de cerca de 70 anos, por hematemeses. A vitima estaria estável, mas o fluxo assim o determina. Espanto e horror quando a Equipa chega ao pé da vitima que conta a seguinte situação:
“Estava aqui a ver televisão, adormeci com um Halls na boca, e quando acordei retirei o rebuçado que estava
colado a bochecha e deitou sangue e foi por isso que telefonei”
Agora se o primeiro interveniente não deveria ter pedido ajuda ao INEM, devendo ter telefonado S24estamos até de acordo, … agora desde a seleção do fluxo até a determinação de P1 é algo, arrisco-me a dizer que é inaceitável por parte do CODU.
Até uma próxima e cuidado com os rebuçados…
III CONGRESSO URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DO ALTO TÂMEGA E BARROSO 19 de setembro de 2025
Aquanatur Palace Chaves, Chaves
"Estes tempos pedem a cada um de nós, nas nossas diferentes funções e serviços, que nunca cedamos à mediocridade"
Discurso do Papa Leão XIV aos Agentes de Comunicação Sala Paulo VI, reflectindo a necessidade de esforço e excelência em tempos desafiadores.
Independentemente do papel ou função, não se deve aceitar a mediocridade, mas sim buscar a qualidade e o impacto positivo.
Publicado em: https://www.vatican.va/content/leo-xiv/pt/speeches/2025/may/documents/20250512-media.html
"A
falha da rede de comunicações no dia do apagão, foi só mais um episódio numa longa história de erros em alturas críticas."
“Depois de várias alterações e de centenas de milhões de euros investidos, o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), a rede de comunicações de emergência do Estado, voltou a falhar num momento crítico como foi na passada segunda-feira com um apagão geral de energia, em que as dificuldades de acesso à rede foi sentida nas forças de segurança, bombeiros e INEM”.
2 de Maio de 2025
Agência Lusa
Publicado em: https://www.publico.pt/2025/05/02/sociedade/noticia/polemicas-falhas-marcam-siresp-desde-criacao-2131786
A Sociedade Britânica de Geriatria, fundada em 1947, é uma associação com a missão de difundir conhecimento especializado sobre as necessidades de saúde do idoso. No seu site oficial encontrará uma grande
variedade de recursos para profissionais de saúde, incluindo acesso a uma grande variedade de artigos científicos, guidelines, e módulos de e-learning
https://www.bgs.org.uk/
A UK Sepsis Trust é uma organização, fundada em 2012 por profissionais de saúde, dedicada a combater mortes evitáveis por sepsis, e a melhorar os cuidados de assistência aos sobreviventes desta doença. No seu site oficial, o leitor
poderá ter acesso gratuíto a ferramentas clínicas atualizadas para o diagnóstico e tratamento precoce da sepsis, bem como a materiais de e-learning, e guias de triagem pediátrica e de adultos
https://sepsistrust.org/healthcare-professionals/
Numa altura em que a simulação clínica é um tema em constante evolução, encontramos também nas aplicações formas de
simulação clínica disfarçadas de jogo que podem ajudar a estudar de forma mais apelativa e divertida
É um jogo educacional orientado para a detecção precoce de sinais e sintomas de sepsis
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.FocusGames. SepsisGame&hl=pt_PT
Jogo com uma infinidade de situações clínicas desafiadoras, para que se tomem decisões médicas críticas em tempo real
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.medicaljoyworks. clinicalsense&hl=pt_PT
EDITOR
Aplicación clínica de la escala National Early Warning Score 2 (NEWS2) en la atención prehospitalaria: evaluación del riesgo del paciente con un índice de gravedad objetivo (NEWS2-PRI STUDY)
https://doi.org/10.55633/s3me/034.2025
Pedro Cidade J, Conceição C, Nunes J, Lufinha A. Clinical application of the National Early Warning Score 2 in prehospital emergency care: a study of evaluating risk with an objective scoring of severity. Emergencias. 2025 Jun;37(3):177-185. Spanish, English.
Prehospital Trauma Compendium: Management of Suspected Femoral Shaft Fractures – A Position Statement and Resource Document of NAEMSP
https://doi.org/10.1080/10903127.2025.2493846
Lyng, J. W., Corsa, J. G., Nawrocki, P. S., Raetzke, B. D., Nackenson, J., & Bosson, N. (2025). Prehospital Trauma Compendium: Management of Suspected Femoral Shaft Fractures – A Position Statement and Resource Document of NAEMSP. Prehospital Emergency Care, 1–16.
Ventilation Rates and Capnography in Pediatric Out-of-Hospital Cardiac Arrest with Advanced Airways
https://doi.org/10.1080/10903127.2025.2496756
Stanton, K., Mershad, A., Kadish, C., Murphy, A., Lowe, R., Ania, I., … Nassal, M. M. J. (2025). Ventilation Rates and Capnography in Pediatric Out-of-Hospital Cardiac Arrest with Advanced Airways. Prehospital Emergency Care, 1–6.
Social Vulnerability and Pediatric EMS Behavioral Health Activations: Trends in Utilization and Sedation Practices
https://doi.org/10.1080/10903127.2025.2506525
Stancliff, H., Buresh, C., Cavaliere, G., Boehmer, S., & Sandelich, S. M. (2025). Social Vulnerability and Pediatric EMS Behavioral Health Activations: Trends in Utilization and Sedation Practices. Prehospital Emergency Care, 1–8.
Prehospital Resuscitative Thoracotomy for Traumatic Cardiac Arrest
doi:10.1001/jamasurg.2024.7245
Perkins ZB, Greenhalgh R, ter Avest E, et al. Prehospital Resuscitative Thoracotomy for Traumatic Cardiac Arrest. JAMA Surg. 2025;160(4):432–440.
Identifying the components of prehospital emergency preparedness in radiological and nuclear incidents: a scoping review
https://doi.org/10.1186/s12873-025-01258-0
Yadollahifar, S., Aminizadeh, M., Nasiriani, K. et al. Identifying the components of prehospital emergency preparedness in radiological and nuclear incidents: a scoping review. BMC Emerg Med 25, 100 (2025).
Prevalence and Economic Impact of Acute Respiratory Failure in the Prehospital Emergency Medical Service of the Madrid Community: Retrospective Cohort Study
https://publichealth.jmir.org/2025/1/e66179
Cintora-Sanz A, Horrillo-García C, Quesada-Cubo V, Pérez-Alonso A, Gutiérrez-Misis A
Prevalence and Economic Impact of Acute Respiratory Failure in the Prehospital Emergency Medical Service of the Madrid Community: Retrospective Cohort Study JMIR Public Health Surveill 2025;11:e66179 DOI: 10.2196/66179
EDITOR
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO – Novembro de 2021
A Revista LIFESAVING (LF) é um órgão de publicação pertencente ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e dedica-se à promoção da ciência médica pré-hospitalar, através de uma edição trimestral.
A LF adopta a definição de liberdade editorial descrita pela World Association of Medical Editors, que entrega ao editorchefe completa autoridade sobre o conteúdo editorial da revista. O CHUA, enquanto proprietário intelectual da LF, não interfere no processo de avaliação, selecção, programação ou edição de qualquer manuscrito, atribuindo ao editor-chefe total independência editorial.
A LF rege-se pelas normas de edição biomédica elaboradas pela International Commitee of Medical Journal Editors e do Comittee on Publication Ethics
A LF não considera material que já foi publicado ou que se encontra a aguardar publicação em outras revistas.
As opiniões expressas e a exatidão científica dos artigos são da responsabilidade dos
respectivos autores.
A LF reserva-se o direito de publicar ou não os artigos submetidos, sem necessidade de justificação adicional.
A LF reserva-se o direito de escolher o local de publicação na revista, de acordo com o interesse da mesma, sem necessidade de justificação adicional.
A LF é uma revista gratuita, de livre acesso, disponível em https://issuu.com/lifesaving Não pode ser comercializada, sejam edições impressas ou virtuais, na parte ou no todo, sem autorização prévia do editor-chefe.
Os artigos aceites para publicação ficarão propriedade intelectual da LF, que passa a detentora dos direitos, não podendo ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem autorização do editor-chefe.
4.1 Critérios de publicação nas rúbricas
A LF convida a comunidade científica à publicação de artigos originais em qualquer das
categorias em que se desdobra, de acordo com os seguintes critérios de publicação:
Nós Por Cá
- Âmbito: Dar a conhecer a realidade de actuação das várias equipas de acção pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Dimensão: 250 palavras.
Tertúlia VMERISTA
- Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante. Dimensão: 250 palavras.
Minuto VMER
- Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos. Dimensão: 1000 palavras
Fármaco Revisitado
- Âmbito: Revisão focada na aplicabilidade clínica de um fármaco usado em contexto de emergência pré-hospitalar; - Estrutura: Título; Autoresmáximo 1(primeiro nome, último nome, título, afiliação); Introdução; Formas de Apresentação e Conservação; Posologia e Modo de Administração; Farmacocinética; Farmacodinâmica; Indicações
Terapêuticas; Contra-indicações; Efeitos Adversos e Interações medicamentosas; Take Home Messages; Referências
- Dimensão: até 1200 palavras (excluindo referências); até 10 referências
- Iconografia: deverá ser enviada uma imagem/fotografia associada ao tema da rubrica (em formato JPEG com resolução original)
Journal Club
- Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. Dimensão: 500 palavras
Nós e os Outros
- Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a actuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. Dimensão: 1000 palavras
Ética e Deontologia
- Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. Dimensão: 1000 palavras
Legislação
- Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. Dimensão: 500 palavras
O que fazer em caso de...
- Âmbito: Informação resumida mas de elevada qualidade para leigos em questões de emergência.
Dimensão: 500 palavras.
Mitos Urbanos
- Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. Dimensão: 1000 palavras.
Cuidar de Nós
- Âmbito: Diferentes temáticas, desde psicologia, emocional, metabólico, físico, laser, sempre a pensar no auto cuidado e bem estar do profissional. Dimensão: 500 palavras.
Infosaving: a Rúbrica de Infografias da Lifesaving - Âmbito: Apresentação de tema com relevância para o contexto pré-hospitalar e doente crítico através de mnemónicas, esquemas gráficos, auxiliares de memória visuais e algoritmos.
- Formato: Título, Autores (primeiro e último nome, categoria profissional e afiliação), Imagem com alta resolução em formato JPEG ou PDF, Referências bibliográficas.
Pedacinho de Nós
- Âmbito: Dar a conhecer os profissionais das equipas de emergência pré-hospitalar. Dimensão: 400 palavras.
Tesourinhos VMERISTAS
- Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da nossa experiência enquanto VMERistas. Dimensão: 250 palavras
Congressos Nacionais e Internacionais
- Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica. Di-mensão: 250 palavras.
Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar
- Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar -Dimensão: 250 palavras
Cartas ao Editor
- Objetivo: comentário/exposição referente a um artigo publicado nas últimas 4 edições da revista promovendo a discussão e visão crítica. Poderão ainda ser enviados observações, casuísticas particularmente interessantes de temáticas atuais que os autores desejem apresentar aos leitores de forma concisa.
- Instruções para os autores:
1. O corpo do artigo não deve ser subdividido; sem necessidade de resumo ou palavras-chave.
2. Deve contemplar entre 500 a 1000 palavras, excluindo referências, tabelas e figuras.
3. Apenas será aceite 1 figura e/ou 1 tabela.
4. Não serão aceites mais de 5 referências bibliográficas. Devendo cumprir as normas instituídas para revista.
5. Número máximo de autores são 4.
Instantâneos em Emergência Médica
- Âmbito: Fotografias em contexto pré-hospitalar, contextualizadas nas diversas áreas da Emergência.
- Formato: Título; Autores –
(primeiro nome, último nome, título, categoria profissionalopcional); imagem em formato JPEG com resolução original); Legenda explicativa com breve enquadramento ou breve comentário acerca do sentido da imagem para o Autor. – máx. 100 palavras.
É de a responsabilidade dos autores respeitar a POLITICA DE PRIVACIDADE, De acordo com o art. º13.º do Regulamento Europeu de Proteção de Dados Pessoais Reg. UE 201/679. Os Autores são responsáveis por respeitar e obter o consentimento de imagem, quando necessário ( n.º 1 do artigo 79.º do C.C).
Posters em Emergência Médica - Âmbito: Apresentação sumária de Póster científico original, sobre a temática da Emergência pré e intra-hospitalar, e do doente crítico. Dimensão: 800 a 1000 palavras. Limite de tabelas e imagens: 6
Intoxicações no pré-hospitalar - Âmbito: Revisão geral sobre determinada substância (tóxico), consequências de sobredosagem ou contacto/ consumo inadvertido ou intencional e qual a abordagem em contexto de Emergência Médica Pré-hospitalar. Formato: Título; Autores; palavra (s)-chave; 1 ou 2 imagens (podendo incluir gráficos e/ou tabelas devidamente legendados); 500 a 1000 palavras; Agradecimentos; Referências bibliográficas
4.2 Critérios gerais de publicação
O trabalho a publicar deverá ter no máximo 120 referências. Deverá ter no máximo 6 tabelas/ figuras devidamente legendadas e referenciadas.
O trabalho a publicar deve ser acompanhado de no máximo 10 palavras-chave representativas. No que concerne a tabelas/ figuras já publicadas é necessário a autorização de publicação por parte do detentor do copyright (autor ou editor). Os ficheiros deverão ser submetidos em alta resolução, 800 dpi mínimo para gráficos e 300 dpi mínimo para fotografias em formato JPEG (.Jpg), PDF (.pdf). As tabelas/figuras devem ser numeradas na ordem em que ocorrem no texto e enumeradas em numeração árabe e identificação.
No que concerne a trabalhos científicos que usem bases de
dados de doentes de instituições é necessário fazer acompanhar o material a publicar do consentimento da comissão de ética da respectiva instituição. As submissões deverão ser encaminhadas para o e-mail: revistalifesaving@gmail.com
5. Referências
Os autores são responsáveis pelo rigor das suas referências bibliográficas e pela sua correta citação no texto. Deverão ser sempre citadas as fontes originais publicadas. A citação deve ser registada empregando a Norma de Vancouver
A Revista LIFESAVING é uma publicação científica e técnica, na área da emergência médica, difundida em formato digital, com periodicidade trimestral.
Trata-se de um projeto inovador empreendido pela Equipa de Médicos e Enfermeiros das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) de Faro e de Albufeira, pertencentes ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e que resultou da intenção estratégica de complementar o Plano de formação contínua da Equipa.
A designação “Lifesaving”, que identifica a publicação, é bem conhecida por todos os profissionais que trabalham na área da emergência médica, e literalmente traduz o desígnio da nobre missão que todos desempenham junto de quem precisa de socorro – “salvar vidas”.
Esta Publicação inovadora, compromete-se a abraçar um domínio editorial pouco explorado no nosso país, com conteúdos amplamente dirigidos a todos os profissionais que manifestam interesse na área da emergência médica. Através de um verdadeiro trabalho de Equipa dos vários Editores da LIFESAVING, e
aproveitando a sua larga experiência em Emergência Médica, foi estabelecido o compromisso de apresentar em cada número publicado, conteúdos e rubricas de elevada relevância cientifica e técnica no domínio da emergência médica. Por outro lado, este valioso instrumento de comunicação promoverá a partilha das ideias e conhecimentos, de forma completa, rigorosa e assertiva.
Proprietário: Centro Hospitalar Universitário do Algarve, E.P.E.
NIPC: 510 745 997
Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro
N.º de registo na ERC: 127037
Diretor: Dr. Bruno Santos
Editor-Chefe: Dr. Bruno Santos
Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro
Sede da redação: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro
Periodicidade: trimestral
Esta publicação periódica pretende ser uma compilação completa de uma seleção de matérias científicas e técnicas atualizadas, incluídas em grande diversidade de Rubricas, incluindo: – “Nós Por Cá” – Âmbito: Dar a conhecer a realidade de atuação das várias equipas de ação pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Poderá incluir também a descrição sumária de atividades, práticas ou procedimentos desenvolvidos localmente, na área da emergência médica – Dimensão: 500 palavras; – “Tertúlia VMERISTA” – Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante – Dimensão: 250 palavras;
– “Minuto VMER” – Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos, ou de aspetos práticos relacionados com Equipamentos utlizados no dia-à-dia. Dimensão: 1000 palavras; – “Fármaco Revisitado” – Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar, ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER.
– Dimensão: 500 palavras;
– “Journal Club” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Nós e os Outros” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a atuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. -Dimensão: 1000 palavras;
– “Ética e Deontologia” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. -Dimensão: 500 palavras;
– “Legislação” – Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica.
– Dimensão: 500 palavras;
– “O que fazer em caso de…” –Âmbito: Informação resumida, mas de elevada qualidade, para leitores não ligados à área da saúde, ou da emergência médica -Dimensão: 500 palavras;
– “Mitos Urbanos” – Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. -Dimensão: 1000 palavras;
– “Cuidar de Nós” – Âmbito: Discussão de diferentes temáticas, de caráter psicológico, emocional, metabólico, físico, recreativo, centradas no autocuidado e bem estar do profissional da emergência. -Dimensão: 500 palavras;
– “Pedacinho de Nós” – Âmbito: Dar a conhecer, em modo de entrevista, os profissionais da Equipa das VMER de Faro e Albufeira ou outros Elementos colaboradores editoriais da LIFESAVING. – Dimensão: 500 palavras;
– “Vozes da Emergência” – Âmbito: Apresentar as Equipas Nacionais que desenvolvem trabalho na Emergência Médica, dando relevância a especificidade locais e revelando diferentes realidades. – Dimensão 500 palavras;
– “Emergência Global” – Âmbito: publicação de artigos de autores internacionais, que poderão ser artigos científicos originais, artigos de opinião, casos clínicos ou entrevistas, pretendendo-se divulgar experiências enriquecedoras, além fronteiras;
– “Tesourinhos VMERISTAS” –Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da experiência dos Profissionais da VMER. – Dimensão: 250 palavras;
– “Congressos Nacionais e Internacionais” – Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica – Dimensão: 250 palavras; palavras;
– “Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar” –Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar -Dimensão: 250 palavras
PREVISÃO DO NÚMERO DE PÁGINAS: 50;
TIRAGEM: – não aplicável para a publicação eletrónica, não impressa em papel.
CONSULTADA:
Pode ser consultada no site do CHUAlgarve, no setor “Comunicação”, no domínio http:// www.chualgarve.min-saude.pt/ lifesaving/, e adquirida gratuitamente por subscrição nesse mesmo site. Não dispomos ainda de um site oficial para organização dos nossos conteúdos, de modo que atualmente todas as Edições estão a ser arquivadas no Repositório Internacional ISSUU, onde poderão ser consultadas gratuitamente (https://issuu.com/lifesaving). Marcamos presença ainda noutras plataformas de divulgação (Facebook, Instagram, Twiter e Youtube).
A LIFESAVING será difundida no site do Centro Hospitalar do Algarve (no setor média e imagem), e sua Intranet, com possibilidade da sua subscrição para receção trimestral via e-mail. Inserida on-line no repositório de publicações ISSUU, adquirindo um aspeto gráfico otimizado para tornar a leitura ainda mais agradável.
Será também difundida na página de Facebook da VMER de Faro, página própria com o nome LIFESAVING.
N.º 1 do art.º 17.º da Lei de Imprensa: Garanta de liberdade de imprensa:
1 - É garantida a liberdade de imprensa, nos termos da Constituição e da lei.
2 - A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações.
3 - O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura