Especial 25 Anos VMER Faro

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VMERdeFaro 25anos

SeparataEspecial 9ºANIVERSÁRIO SCIENTIFIC

Publicadaemsimultâneocoma37ª ediçãodaRevistaLIFESAVINGe RevistaLIFESAVINGScientificV5N3, a5deAgostode2025

Proprietário:ULSAlgarve NIPC:510745997

Morada:RuaLeãoPenedo,8000-386Faro NºderegistonaERC:127037

Sededaredação:RuaLeãoPenedo,8000-386Faro

Periodicidade:trimestral Linguagem:PortuguêseInglês

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ÍNDICE

PÁGINA 4

Editorial

PÁGINA 6

VMERdeFaro-25anosdehistória, pelavozdacoordenaçãomédica

PÁGINA 18

OaPilaresdaEquipa

PÁGINA 61

Evoluçãodas viaturas

PÁGINA 64

ParaalémdaVMER

PÁGINA 78

Evoluçãodaformação

PÁGINA 84

Vozesda Comunidade

Editorial

Nasceu como um "prematuro" corria o ano de 2000 Era importante para o Algarve dispor de socorro avançado. Sem recursos humanos habilitados, sem estruturas adequadas, sem informação aos parceiros Vamos à obra diz o Conselho de Administração É importante para a região, é importante para as pessoas. Formação intensiva, competências técnicas administradas, vontade para cumprir.

A VMER de Faro é implementada em julho de 2000 por um conjunto de fatores e interesses dos quais se destacam: extensão do socorro a todos o território; abrangência às áreas sensíveis; oportunidade política Sou solicitado para ajudar, na qualidade de Adjunto do Enfermeiro Diretor e possuidor do "know-how", na operacionalidade e implementação do meio. Primeira dificuldade: Base VMER . Ao cabo de n reunião optou- se por uma dependência, perfeitamente adequada e conforme os regulamentos, no edifício da psiquiatria. Segunda dificuldade: médicos formados e disponíveis para a atividade. Foram recrutados, á pressa, médicos em atividade em Lisboa Outros em sobrecarga de trabalho A equipa de enfermagem sempre adequada e pronta. Fora dimensionada e formada para a eficácia do socorro.

Assim nasceu a VMER de Faro

Célio Figueira

Coordenador de Enfermagem 2000-2022

CoordenaçãoMédica Timeline 2000-2025

Afonso Frade 2004-2015

[Primeira]CoordenaçãoMédica

2000-2002

JoãoG.Garcia

Preâmbulo

Começarei por agradecer ao Sr Dr Bruno Santos a gentileza do Convite para enviar algumas palavras a propósito desta efeméride

Gostaria contudo, tendo em vista uma melhor compreensão da realidade que esteve por detrás da génese da VMERHDFFARO, de recentrar no espaço e no tempo como tudo se originou Quando me apresentei para iniciar o meu Internato Geral Policlínico no recém - inaugurado HDFaro, o panorama era substâncialmente diferente do que é hoje, embora alguns dos condicionalismos alheios à nossa intervenção se mantenham

Assim, era necessário prestar os cuidados possíveis a uma população que aumentava exponêncialmente nos meses de Verão, com forte influência de uma faixa de população mais idosa e de origem estrangeira e com patologias muito diversificadas

Não existiam as vias de comunicação que hoje conhecemos ( o actual IC1 estava em construção, não existia a A2 ou A22 )

A EN 125 era à altura o trecho rodoviário com maior índice de sinistralidade da Europa

O próprio HDFaro, não dispondo das Valências que hoje conhecemos, era a Unidade de Saúde mais distante dos Hospitais Centrais da Capital.

Por tudo o exposto, era premente a evacuação de muitos utentes para Lisboa, acrescendo a ocorrência do maior acidente aéreo (Martinair em 1992).

Iniciei então a minha Paixão pela Emergência Médica, tendo - me então voluntariado para acompanhar as Evacuações AeroMédicas em colaboração com a FAP em 1986.

No final dos anos 90 foram feitos vários contactos, com vista à criação de uma Unidade de Socorro Pré - Hospitalar, mas dada também a escassez de pessoal a nível do HDF os mesmos não progrediram.

Só no início de 2000, se entendeu proceder então à criação de um CODUFARO e implementação da criação da VMERHDFARO.

Foi então constituída uma Equipa de Enf°s que recebeu formação específica, incluindo Curso de Condução Defensiva e de Emergência . Foi também ministrada formação de Atendimento/Triagem a Médicos e Enf°s, para activação do CODU.

Tendo concomitantemente sido ministrada Formação VMER para Pessoal Médico, veio a verificar -se que só o signatário se conseguiu disponibilizar para o inicio dos turnos VMER, com uma Equipa de 11 elementos de Enfermagem, em turnos diurnos (08h00/20h00) a partir do dia 01/07/2000.

A primeira activação ocorreu logo nessa manhã, para uma ocorrência em Alte (lipotimia em um idoso) e mais tarde um outro episódio idêntico numa jovem (assistente a uma missa ao final da manhã)

A Equipa desse 1° dia foi constituída pelo Enf° Aníbal Silveira e pelo signatário

Dias mais tarde, a mesma Equipa realizou no Sitio do Troto, um 1° "Rendez Vous" com uma

Ambulância dos Bombeiros, que transportava para o HDFARO, uma grávida em trabalho de parto, tendo o mesmo ocorrido na estrada, felizmente com um desfecho sem intercorrências

E assim a nossa actividade se foi apesar de tudo desenvolvendo, e felizmente de uma forma paulatina conseguimos recorrendo a Pessoal Médico de diversas proveniências, ir aumentando as disponibilidades do mesmo, com a colaboração dos Srs Drs José Leite, José Paulo Santos, Pedro Paulo, Marisol Anselmo, Noële, , Afonso Frade

Pudemos então, a partir de Outubro desse ano, expandir o nosso horário para as 24h/7 dias, pelo que se obteve um alojamento permitindo a pernoita e descanso, a aquisição de vestuário apropriado à actuação nocturna, em ambiente de Invernia e na estrada ou terrenos agrícolas, etc

Posteriormente foi criada a VMERHOSPBARLAV , sob a responsabilidade do Sr Dr José Leite

De um modo geral a nossa criação foi bem aceite pela população, naturalmente tendo sido necessário um período de habituação da mesma à nossa intervenção amiúde a grande velocidade e com as várias sirenes e rotativos a funcionar

Por diversos motivos, em inicio de 2002, optei por pedir a demissão como Coordenador da VMERHDFFARO no início de 2002.

O meu profundo e sempre lembrado agradecimento ao Sr. Dr. João Ildefonso, pelo seu inabalável apoio e disponibilidade para me substituir como Coordenador, à altura da minha demissão.

Endereço às actuais Equipas as minhas Sinceras Saudações e Votos de Muitas Felicidades Futuras.

João Guimarães Garcia

Primeiro Coordenador Médico da VMER de Faro 2000-2002

SCIENTIFIC

REVSTADEEMERGÊNCAMÉDCA

CoordenaçãoMédica2002-2004 JoséPauloSantos

NotaBreve

Após pedido de demissão do primeiro Coordenador Médico da VMER de Faro, ficou o cargo transitoriamente assegurado pelo Dr João Ildefonso, tendo sido nomeado para o cargo o Dr José Paulo Santos, que anteriormente já desempenhava regularmente funções de Médico VMER . Manteve-se em funções entre 2002 e 2004, destacando-se na sua coordenação, a luta pela melhoria das condições de trabalho da Equipa da VMER de Faro, e o inicio das diligências que conduziram à alocação de uma viatura médica no Centro de Saúde de Albufeira em Junho 2004, no decurso do Campeonato Europeu de Futebol Debateuse igualmente pela sua permanência após o Evento desportivo, que serviu de berço para o arranque da VMER de Albufeira, tornando-se num meio diferenciado estratégico na assistência médica pré-hospitalar da região.

Na indisponibilidade de ter sido recolhido em tempo útil o testemunho ou entrevista ao Dr, José Paulo Santos, serve esta nota breve para homenagear e distinguir o seu trabalho como Coordenador Médico e operacional na VMER de Faro e Albufeira.

Entrevista Afonsofrade

2004-2015

1) O que significou para si a existência da VMER de Faro para a população do Algarve, nestes 25 anos?

Uma mais valia que no início não foi entendida por alguns elementos dos Bombeiros Muitas vezes tinham indicação do CODU que a Viatura ia para o local e, quando chegávamos ao local já a vitima tinha sido levada pelos bombeiros. O conceito deles era Chegar, carregar e ir rápidamente para o Hospital. Mas com o tempo e a nosso esclarecimento sobre a vantagem em estabilizar primeiro e depois transportar começou a criar outra visão no socorro pré hospitalar.

Para a População foi uma mais valia, as pessoas começaram a perceber que quando pediam socorro e a situação era grave, rapidamente aparecia uma equipa médica para avaliar e estabilizar a vítima

2) A VMER, desde o seu início, foi encarada como a extensão do Serviço de Urgência à comunidade e manteve alguma ligação com o serviço de Urgência? Creio que logo desde a sua criação estava sob alçada do Diretor do SU, mas como destaca a função e responsabilidade do Coordenador Médico?

A VMER foi integrada como uma extensão do serviço de urgência, permitindo que o socorro deixasse de ser carregar e transportar rápido para o hospital e passasse a ser uma prestação de cuidados diferenciados de actuação rápida e mais eficaz. O Coordenador era a ponte entre as três entidades - Hospital, INEM Equipa VMER e daqui partiam as propostas para uma melhor qualidade das instalações, do equipamento, do fardamento e da qualidade e eficácia da viatura. A formação estava a cargo dos elementos responsáveisMédio, Enfermeiro e INEM cuja função se centrava na avaliação e correcção das actuações da equipa em cenários reais e com a presença dos restantes elementos

3) O início de atividade da VMER, a 1 de Julho de 2000, decorreu com a estreia do CODU Algarve também? Como era a articulação com a Central telefonica e a regulação das chamadas?

Na altura da abertura do CODU e VMER houve alguma dificuldade em articular o socorro com os Bombeiros, eles muitas vezes não passavem dados ao CODU e desta forma algumas vezes a VMER não era activada para situações graves, outras vezes quando a VMER chegava já tinha levado a vítima para o hospital Também houve falhas no sistema de comunicação, principalmente quando íamos para a Serra. Aqui falhava o sistema de rádio, falhava o telefone e, a maneira de resolvermos estes problemas era procurar um sítio alto até o sinal de rádio ou do telefone ser bom para comunicar. Estas peripécias também contribuíam para o atraso do socorro Algumas vezes, por isso, eramos mal tratados verbalmente, mas a nossa postura centrava-se sempre na vítima e ignorávamos o palavreado

4) Como decorreu a interação da VMER com a Delegação do INEM do Algrave ao longo dos anos, o que nos aproximou e o que nos distanciou?

Enquanto fui Coordenador e Médico da VMER houve sempre um bom relacionamento com o INEM, é claro que de quando em vez havia uma pressão junto do INEM no que diz respeito ao Fardamento, à formação e comunicações

5) Quando o Dr. Frade assumiu a Coordenação, que re-estruturações implementou?

Quando fiquei a coordenar a VMER, os meus objectivos foram sempre orientados para:

Ter uma VMER em Albufeira

Cativar médicos para assegurar os turnos na VMER

Sensibilizar o responsável do INEM para optimizar a carga da viatura

Pautar por uma Base digna em Faro e em Albufeira

Formação e reuniões de serviço com objectivo de melhorar a nossa actuação

Participar em acções de formação nomeadamente com a PSP Escola segura, Bombeiros e outras entidades.

Fardamentos adequados

Viaturas adequadas à nossa missão.

Entrevista Afonsofrade

2004-2015

6)A primeira Viatura foi o VW Golf branco, certo? Como decorreu a transição para as viaturas que se seguiram?

As primeiras viaturas não estavam preparadas para o esforço que lhe era exigido, mas não podíamos deixar de prestar o auxílio solicitado. A carga da primeira viatura, demasiado pesada, maca pluma, maca coquille, colete extração, plano duro Material que nunca era utilizado

Com o passar do tempo tudo se foi ajustando, as viaturas foram modificadas, mais seguras, mais espaçosas, cores mais adequadas e a carga ajustada ás exigências do socorro

7)Na sua longa Coordenação decorreram duas mudanças de base da VMER, quais os ganhos associados?

A primeira base da VMER tinha boas instalações e com o número de divisões aconselhado pelo regulamento do INEM

A distância que a VMER se encontrava do Hospital viria a ser a razão principal que levou à mudança da Base para o Hospital Assim, fomos empurrados para um armazém sem luz natural, sem janelas, chão inadequado, este local tinha tudo para não ser uma Base de VMER, mas lá permanecemos sempre respondendo às solicitações do CODU e nunca deixando turnos em branco Após alguma pressão e demonstrando que as instalações eram inadequadas para uma Base de VMER conseguimos novas instalações que preenchiam minimamente o regulamento do INEM e ficavam junto do serviço de urgência do hospital

8)Também ao longo dos anos a carga da VMER sofreu grande optimização. Destaca alguns dos novos equipamentos ou materiais adquiridos?

A carga inicial da VMER tinha material que viemos a verificar ser desnecessário, estando as ambulância de socorro equipadas com esse mesmo material. O Monitor inicial era grande e pesado, o ventilador era antigo. Ambos foram substituídos por um Monitor mais leve e com mais funções, o ventilador de igual forma foi substituído também, a carga dos medicamentos também foi sendo ajustada. No fundo tudo foi evoluindo para melhor e ajustando-se a uma melhor prestação do socorro

9)E em relação à formação da Equipa nos primeiros anos, como era organizada?

A formação era sempre organizada pelo responsável da formação em cooperação com o INEM.

Havia sessões de formação no Centro de Formação do Hospital, no INEM e até algumas vezes nos Bombeiros, principalmente sobre desencarceramentos ou extração de vitimas. Decorria sempre discussão de situações ocorridas com o fim de melhorar da nossa actuação

10) Como comenta a percepção da Comunidade perante a existência da VMER, como sentiu a reação e feedback da Comunidade?

No início as pessoas ficavam admiradas com a existência de uma viatura que passava a grande velocidade com as sirenes abertas, a passar os sinais vermelhos, enfim era uma novidade

Com o decorrer do tempo a população começou a compreender a sua utilidade em situações graves, já não era o mais importante chegar rapidamente ao hospital, mas prestar o devido socorro no local onde estava a vítima.

Claro que algumas vezes conseguiam ludibriar o CODU e lá íamos nós para uma falsa chamada

11) Nos seus anos de Coordenação Médica consegue identificar alguns marcos históricos que mereçam ser documentados, nomeadamente a abertura e dinamização da VMER de Albufeira?

A VMER de Albufeira surge com a prestação que era dado aos Motares que no mês de Julho se concentravam em Faro, junto ao Aeroporto.

Nessa altura era deslocada uma viatura que ficava sediada no Quartel dos Bombeiros de Messines e a respectiva equipa Médica. Esta viatura era activada se houvesse algum acidente, mas havendo necessidade também dava apoio onde fosse necessário e assim desta forma começou a ser construída a possibilidade de termo uma Base no Centro de Saúde de Albufeira.

Aqui levantou-se o primeiro problema, a VMER não pode estar afeta ao Centro de Saúde O Centro de custos tem de ser hospitalar

O segundo problema tinha que ver com a carga medicamentosa, há drogas que não existem no Centro de Saúde

O Terceiro problema tinha que ver com a cobertura das escalas, este foi resolvido com elementos da VMER Faro e VMER Portimão, durante algum tempo

Com a nossa persistência, demonstrando que uma VMER em Albufeira além do socorro ser mais rápido naquela zona também dava apoio à VMER de Portimão e à VMER de Faro em situações de multi-vítimas, e a colaboração dos Médicos, enfermeiros da VMER de Faro lá conseguimos superar todos os entraves

Finalmente foi criada a VMER de Albufeira cuja coordenação passou a ser feita conjuntamente com a VMER Faro

12) Quais os principais problemas e desafios que encontrou com a gestão da VMER nos seus anos de Coordenação? O que considerou mais compensador e gratificante nos muitos anos de exercício de funções, quer como operacional, quer como coordenador médico?

Durante a minha Coordenação procurei sempre actuar como um Lider, não sei se consegui, mas a procura foi sempre não deixar turnos em branco, defender os elementos da VMER Quando fiz parte da equipa da VMER havia dois turnos livres e que podia escolher, teria que ficar com o turno fixo Um dos turnos era ao Sábado, foi esse que escolhi, reafirmou o coordenador na altura "olha que tens que fazer todos os Sábados, assim farei, disse " A razão de ter escolhido o Turno de Sábado tinha a ver com aquilo que prometi a mim mesmo, auxiliar a quem de mim necessitasse em horas de aflição e grande sofrimento.

A probalidade de de haver muitas saídas ao Sábado é grande, por isso iria aprender e praticar muito e isso dar-me-ia à vontade para enfrentar qualquer situação.

Desempenhei as minhas funções de alma e coração Quando comecei a perceber que o fim da linha estava próximo e teria que ceder o lugar a outro colega, a tristeza invadia-me a alma, tinha a consciência do dever cumprido e como tudo na vida tem um princípio e um fim, deixo aqui expresso os meus agradecimentos a todos os elementos da VMER com quem tive o grato prazer de trabalhar e, também para todos os outros elementos.

Tavira 30/07/2025

Afonso Eduardo Gaizinho Frade

Coordenador Médico da VMER de Faro 2004-2015

CoordenaçãoMédica

2015-2025

BrunoSantos

Lembro-me perfeitamente de quando desejei ser médico de profissão, e decalquei na minha memória a imagem do médico de província correndo à casa dos doentes, sem receio e sem reservas, levando socorro em horas de aflição, por culpa da série televisiva "retalhos da vida de um médico", em voga nos anos 80. O que eu não imaginava, nessa altura, é que em meados de 2005, viria mesmo a concretizar esse sonho, porém dentro um carro com sirenes a alta velocidade, na altura da minha estreia operacional como vmerista Nessa altura iniciei também funções de Médico Regulador no CODU Algarve, que complementou muito a minha atividade, e me possibilitou uma compreensão mais profunda do sistema integrado de emergência médica (SIEM).

Como operacional, mantive sempre a regularidade nas escalas de serviço das VMER de Faro e Albufeira, com dedicação e satisfação, sobretudo pelo espírito de Equipa que encontrei Conquistei cumplicidade e companheirismo com todos aqueles com quem partilhava horas de serviço na VMER, saboreando momentos felizes e muito gratificantes, mas também muitos momentos amargos de tristeza, tantas vezes condimentados com pitadas de sangue, suor e lágrimas

Em 2015 foi-me colocado o grande desafio, de assumir a Coordenação Médica das VMER, na sequência da cessação de funções do Dr. Afonso Frade, que deixou um legado de conquistas, de avanços e melhorias que desenvolveu em prole da Equipa, e que lhe trouxe como benefício o respeito dos seus pares, e sobretudo o meu porque nunca me cansarei de agradecer a oportunidade que me ofereceu em integrar-me na Equipa, apesar da minha tenra idade

Como tal, a fasquia estava muito alta, mas talvez tenha sido essa a minha grande motivação, desejando seguir o rumo traçado, e até quem sabe explorar outros mares até então não navegados.

CoordenaçãoMédica BrunoSantos

Enquanto Coordenador fiz da união da Equipa a minha bandeira, porque a união traz força, e acima de tudo traz bons resultados Ao serviço da VMER, médico e enfermeiro são como irmãos, que se cuidam e protegem, que se conhecem e compreendem, remando no mesmo sentido, com um único objetivo: vencer cada missão que lhes é destinada. Foi essa mesma união que ajudou a Equipa nas várias lutas que travou no capítulo remuneratório e na sua valorização profissional, mas também no acesso a melhores condições de trabalho, melhores equipamentos e outras oportunidades

Ajudou-nos muito a definir o nosso posicionamento diferenciado dentro do próprio Departamento de Emergência e Urgência, da própria Instituição Hospital de que dependíamos, bem como na articulação direta com a Delegação do INEM.

Mas o nosso propósito não poderia ser outro que não a proficiência e expertise Percebemos que só poderíamos vencer juntando a nossa experiência ao conhecimento atualizado, adquirido e partilhado. Trabalhámos juntos pelo mesmo desígnio, e assim tornou-se fácil para a Equipa estruturar a formação em serviço, organizar eventos científicos, workshops e exercícios de treino, cativando a aproximação e articulação com os nossos parceiros, para assim alcançarmos juntos as melhores metas de desempenho

Foi esse mesmo espírito que fez nascer, em 2016, o Projeto Editorial LIFESAVING, inicialmente apelidado de Newsletter, que rapidamente se tornou revista, e se difundiu a nível nacional, trimestralmente, de forma assídua e pontual, com o mesmo propósito da partilha do conhecimento atualizado, e da inovação, na área da emergência médica

Este projeto traduz verdadeiramente o sentido de trabalho de Equipa, graças ao empenho do seu vasto Corpo Editorial, ao londo destes últimos 9 anos. Da persistência resultou que atualmente publicamos duas revistas a cada 3 meses, uma das quais com peer-review, e com a ambição de conquistar a indexação, e o tão desejado factor de impacto

Não posso deixar de lembrar os anos de pandemia COVID-19, tão exigentes para a coordenação médica e de enfermagem, pois sempre antecipação em tempos de incerteza. Mas também aí conseguimos seguir em frente, difundindo as recomendações das Entidades de Saúde, mantendo a formação por via remota, criando novos protocolos Nem mesmo uma pandemia nos demoveu de continuar a expandir o Projecto LIFESAVING, pois foi em 2021 que tomámos a decisão da divisão em duas revistas (LIFESAVING Scientific e LIFESAVING - Revista de Emergência Médica). Também em plena pandemia arriscámos mais e lançámos a publicação HIGHLIGHTS COVID-19, durante a 2º e 3º vaga, difundindo ideias-chave de artigos relacionados com a COVID-19, junto dos profissionais de saúde, facilitando o acesso a informação fidedigna relacionada com a COVID-19, e que foi um grande sucesso

CoordenaçãoMédica BrunoSantos

2015-2025

Já na nossa era atual, pós-pandémica, a coordenação mantém os seus desafios, com a necessidade de antecipação constante, para assim melhor dar resposta às exigências da nossa missão, mantendo a operacionalidade e proficiência Neste momento, encontram-se as coordenações médicas e de enfermagem de Faro/Albufeira e Portimão, a atualizar e estruturar um regulamento conjunto para as três viaturas médicas do Algarve, de modo a uniformizar conceitos e procedimentos, e definir o mesmo grau de exigência, e os mesmos índices de qualidade, em qualquer uma das VMER.

Para o futuro esperamos conseguir a atualização necessária para não perder de vista a evolução tecnológica nesta era de revolução digital. A inteligência artificial veio para ficar, e o melhor que poderemos fazer é aprender a utilizá-la, em todos os recursos que apoiem a actividade na emergência médica.

Congratulo e agradeço a toda a Equipa de VMERistas, que ajudaram a escrever a história da VMER de Faro nestes 25 anos, e que agora lembramos e eternizamos nesta publicação, para memória futura

Bem-hajam!

Bruno Santos

Coordenador Médico da VMER de Faro 20015-2025

OsPilares daEquipa

25anos daEquipadaVMERdeFaro 2000-2025

Desde cedo que queria fazer parte da história desta Vmer

A Vmer de Faro iniciou a sua atividade no ano 2000 e eu já nessa altura tinha sido selecionada para fazer a formação que me permitiria integrar a mesma, não no primeiro grupo, mas logo a seguir A vida por vezes traz-nos surpresas e por uma semana não me foi possível seguir esse caminho. Mas não desisti…

Passaram mais 10 anos até que surgisse novamente a possibilidade de integrar esta equipa fantástica…

Em 2010 frequentei a formação para me tornar operacional Vmer e logo nesse ano tive oportunidade de finalmente realizar um sonho: iniciei funções nas VMERs do Hospital de Faro em setembro de 2010.

Desde essa data foram muitas as estórias vividas, nem todas com um final feliz mas sempre com muito empenho em fazer o melhor por quem nós escolhemos tratar

O pré-hospitalar não é um ambiente fácil e traz-nos desafios que o intra-hospitalar não nos proporciona, desde logo estarmos fora da nossa zona de conforto, podendo contar apenas com a ajuda do nosso parceiro de turno, das outras equipas de profissionais que connosco interagem em cada situação, muitas vezes sendo necessário recorrer à colaboração de familiares, amigos da vitima e até desconhecidos que se encontram presentes

É extremamente enriquecedor quando sentimos que fizemos a diferença num dado momento da vida de alguém e por vezes essa diferença é tão só dar uma palavra de conforto quando nada mais há a fazer.

A título de curiosidade, o que mais me assusta no pré-hospitalar são as saídas para grávidas e nestes quase 15 anos de atividade Vmer, apenas tive que presenciar um parto numa ambulância. Foi um momento assustador para mim mas que foi um pouco mais fácil por ter acabado de fazer nesse mesmo dia a formação em SAV pediátrico J.

Em novembro de 2011 assumi a função de coordenação da equipa de enfermeiros da Vmer de Faro

Mais um desafio que me foi apresentado, no sentido de ajudar a garantir a total operacionalidade do meio, mas que em muito foi facilitada por tudo o que o anterior coordenador, Enf Célio Figueira, fez desde a sua abertura

Que venham mais 25 anos!!!

Coordenadora Enfermagem da VMER de Faro 2022-2025

2 5 A n o s d e V M E R F a r o

U m C a m i n h o d e C o r a g e m C o n f i a n ç a e S e r v i ç o

Assinalar os 25 anos da VMER de Faro é, para mim, mais do que celebrar uma data. É recordar o caminho trilhado por todos aqueles que, com dedicação, escreveram esta história. Tive o privilégio de fazer parte desse percurso como Enfermeira e condutora da viatura, sendo uma das primeiras mulheres a assumir esta função na região sul.

A condução de uma VMER não é apenas uma tarefa técnica. É carregar a urgência da vida nas mãos, saber que cada segundo conta, que cada decisão no volante pode fazer a diferença E, numa altura em que ainda não era comum ver mulheres nesta função, era impossível não sentir o peso e o orgulho de abrir caminho.

As primeiras intervenções ficaram gravadas na memória Muitos utentes e familiares olhavam com surpresa quando viam uma mulher a sair da VMER, pronta a prestar cuidados e, ao mesmo tempo, responsável por a ter conduzido até ali em segurança e rapidez Mas essa surpresa rapidamente se transformava em respeito, confiança e gratidão.

A resposta da população foi sempre calorosa Sentíamos o reconhecimento em cada olhar, em cada palavra de agradecimento. A presença da VMER trouxe um sentimento de segurança às comunidades algarvias e foi com proximidade e competência que conquistámos o coração de quem servimos

Hoje, 25 anos depois, olho com orgulho para o passado e com esperança para o futuro

Fazer parte da história da VMER Faro é uma honra que guardo com muito carinho não só por tudo o que vivemos, mas pelo impacto real que deixámos na vida de tantos.

Cláudia Branco

25anosdaVMERdeFaro

PilaresdaEquipa

2000-2025

SilvestrePereira

EnfermeiroVMER

S I M P L E S P E N S A M E N T O S O B R E A V M E R D E F A R O

D E S D E O S E U P R I M O R D I O

Torna-se difícil descrever 14 anos de VMER de Faro principalmente quando se dá início a um projeto completamente inovador a Sul do país, tendo em conta que a 19 de Julho de 2000, a sul do Rio Tejo só existia a VMER de Almada. Muitos obstáculos e peripécias foram ultrapassados e principalmente a mudança de mentalidades ao nível pré-hospitalar foi o grande desafia da pequenina equipa da VMER de Faro Reconhecimento de recantos e lugares em todo o Sotavento Algarvio e também ao nível do Barlavento, sem esquecer que a VMER de Portimão só iniciou um ano depois, sem mais nenhum meio préhospitalar com SAV na região Foi extremamente penoso quão desafiante Alocar recursos humanos a este meio e para se avança, sem cair por terra, foi o desafio de todos, nomeadamente conselho de administração da altura e conjuntamente com o esforço e carolice de alguns enfermeiros e inicialmente só um médico com inicio com turnos descontinuados de 12 horas (8h-20h), e assim foi montada a base de VMER de Faro Considerado por alguns a melhor base de VMER do país por ter existido um grande esforço em estar instalada num local condigno e não em contentoras como a grande maioria das VMER’s do resto do país. Pese embora, recordo-me do enorme mau gosto na escolha dos sofás com uma cor altamente horrível, mas apesar de tudo confortáveis que em forma de gracejo foi durante muito tempo motivo de piada para o mentor dessa escolha, claro com boa camaradagem.

Com todos e mais alguns percalços de uma VMER extremamente importante para a população algarvia rapidamente foi um enorme promotor da melhoria efetiva do pré-hospitalar, conjuntamente com a melhoria das condições formativas dos restante protagonistas no socorro, desenvolveu-se de forma sustentada, embora com muitos “abanões”. Uma VMER de grande qualidade técnico-científica, propulsora de melhoria continua no pré-hospitalar em que de uma forma geral o ambiente era muito saudável e o trabalho de equipa era efetivamente essencial Desta forma estamos todos de PARABENS, aqueles que estão no ativo e todos os outros que de forma direta e indireta fizeram a estrutura da VMER de Faro e o orgulho de um percurso que faz a diferença na prestação de cuidados à população algarvia

25anosdaVMERdeFaro

São muitas as vivências que saltam à memória quando nos pedem para relatar algo do nosso percurso. Claro que umas boas e muitas menos boas, umas com final feliz e outras com um final menos feliz, mas ocorre-me relatar dois eventos que no contexto que se pretende são suaves e demonstrativos da grande resiliência e camaradagem que vivenciei na VMER de Faro.

1º Evento

Durante o período do turno da manhã tivemos uma ativação para Loulé em que após alguns quilómetros percorridos em emergência, detetou-se um barulho repentino e com instabilidade da viatura, imobilizou-se a viatura com alguma dificuldade Ao sair do veiculo apercebo-me da existência de um furo Após informação do CODU e Status de INOP e consequente abortar o socorro Mas pela potencial gravidade dessa ativação, a julgar pelos dados recebidos, sentimos a necessidade de não cruzar os braços e num trabalho, mais uma vez conjunto e de equipa, decidimos mudar o pneu pelo suplente com toda a grande dificuldade, pela carga existente e a quantidade de material que foi distribuído pela berma da estrada. Mas com grande esforço conseguimos mudar o pneu e acondicionar novamente o material, sabe-se lá como, voltamos a operacionalizar a viatura e ainda conseguimos prosseguir o socorro com RENDEVOZ com a ambulância. È escusado referir que a nossa farda que hipoteticamente seria branca (sim antes de ser azul foi branca mesmo as calças!!), estava parecida com um fato de mecânico e as mãos que deveriam estar limpas estavam negras da cor da fuligem. Simplesmente um ato de resiliência que demonstra o esforço e respeito por quem socorremos

2

º Evento

Num dia relativamente normal de turno de VMER e quando não existiam outros meios ao nível do Pré hospitalar no Algarve com SAV principalmente antes de 2004 os quilómetros percorridos em emergência eram uma imensidão É demonstrativo des uma ocorrência para Alcoutim pelo que iniciamos marcha d 80km. Após chegada ao local e avaliar a vitima sendo que para o hospital sem acompanhamento médico, atualizamo demorou meia dúzia de minutos e fomos ativados para um Albufeira, ou seja tínhamos pela frente mais 120km em em que nos inícios da VMER de Faro era muito fácil realizar entr turno. Como jeito de conclusão era muito comentado experiência em realizar VMER em Lisboa ou no Porto e ref quilómetros num turno o que realizavam numa semana nas r

BEM HAJAM E MUITOS PARABENS !!

Silvestre Pereira

25anosdaVMERdeFaro

Osanospassaram,masmemóriasficam

Muitos kilómetros, algumas aventuras, muita formação, muitacumplicidadeetrabalhoemequipa.

Muito orgulho em pertencer à equipa de profissionais que iniciaram a VMER de Faro e muito grato a todos aqueles que atualmente mantêm este meio operacional.

José Neutel
Fotografias cedidas pelo Dr João Garcia

25anosdaVMERdeFaro

PilaresdaEquipa

2000-2025

ElviraBuketov

MédicaVMER

Mas recordo um inicio de ano, por aí dia 2 de Janeiro, durante o início do turno da tarde a VMER foi accionada para um despiste, ocorrido na noite de passagem de ano. Na serra algarvia, na N2, num local com cerca de 100m de profundidade. Rapidamente saímos da base durante o preenchimento formulário a vítima solicitava ajuda

O trajecto era longo, mas o Sr. Enfermeiro fez com que parecesse curto.

À chegada os Srs Bombeiros com ajuda de cordas teminavam de elevar um jovem, professor de Educação física, vítima do sucedido.

Consciente, com # do fémur, moderadamente desidratado, contava: Quando sofreu a ocorrência não percebeu logo o que se passava, suspeitava que terá tido perda de consciência por tempo indeterminado, como já era final do dia, ficou de cabeça para baixo e tudo dentro do carro mudou de sítio, até a garrafa de água, tinha obstáculos a transpor: desencarcerar um membro inferior que ficou preso nos plasticos do tablier, soltar-se do cinto de segurança , consegui durante o dia seguinte, mas o nevoeiro no local estava cerrado, dia 1 de Janeiro, pouco movimento por aquele lado, como identificou um ferimento no membro inferior, conseguiu rasgar uma parte de perneira dos jeans e aplicar no membro na tentativa de estancar hemorragia, passou outro dia, sem água nem comida..

No dia seguinte o sol apareceu e, verificou que não conseguiria pedir ajuda do loca onde se encontrava, resolveu rasgar mais um pouco do tecido das calças, prende- lo na ponta de um pau e arrastar-se o melhor que conseguiu para local onde poderia ser visualizado e , foi no segundo dia após o almoço que dois camionistas o avistaram e solicitaram ajuda para o local.

Prestado o apoio possível no local, trazido ao Hospital de Faro.

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

MédicoVMER

O tempo que fiz VMER foi uma das experiências mais marcantes da minha vida Vivi muitas aventuras, algumas intensas e inesperadas, outras cheias de emoção e superação. Enfrentámos imensas situações delicadas, onde cada segundo contava e cada decisão podia fazer toda a diferença. Em cada saída, senti o verdadeiro peso da responsabilidade, mas também a grandeza de estar ao serviço do outro. A exigência era constante, o profissionalismo e o rigor inegociáveis No entanto, mesmo nos momentos mais duros, nunca faltou a boa disposição e a simpatia que tornavam cada turno mais leve. Lembro-me das acelerações do Rui Barros, sempre prontas a deixar qualquer um colado ao banco. As partidas de Carnaval da Fátima, sempre criativas e hilariantes, mostravam que mesmo na seriedade do serviço havia espaço para gargalhadas genuínas E quem pode esquecer a aflição do Antonino naquele famoso episódio no Moto Clube? Foi um misto de caos e comédia que ainda hoje me arranca um sorriso E trabalhávamos como uma verdadeira equipa, uma família, com um sentido de fraternidade que raramente se encontra. Era uma união ímpar entre o médico e enfermeiro e cada elemento sabia que podia contar com o outro, sem hesitação. Entre a adrenalina, urgência e emoção, formámos laços profundos, criados na confiança absoluta e na empatia mútua Todos caminhávamos com o mesmo objetivo: fazer o bem, de forma gigante e generosa E mesmo nas noites mais difíceis, havia sempre um sorriso, um gesto ou uma palavra que lembrava que estávamos juntos, para cuidar dos outros, e também uns dos outros.

A VMER foi muito mais do que um serviço, para mim, foi uma missão de vida! E deixo um agradecimento profundo a todos os que caminharam ao meu lado neste percurso Tocaram-me de forma genuína e ajudaramme numa fase importante da vida Levarei comigo, no meu coração cada um de vós, com gratidão e admiração

Muito Obrigado

Pedro Neto Gomes
PedroNetoGomes

DanielNunez

MédicoVMER,Heli

Conforme combinado envio a minha expressão de respeito para com a VMER.

Desculpem a minha arrogância!

Há vinte anos, minha vida foi transformada pela chamada da VMER. Uma jornada de coragem, paixão e resistência que moldou não apenas meu profissionalismo, mas também meu ser mais profundo. Desde o primeiro dia, confrontar-me com situações de emergência foi mais do que uma rotina, foi uma escola de vida, uma prova constante de vontade, agilidade e empatia. Cada intervenção, uma batalha onde aprendi a agir com precisão, a manter a calma sob “fogo cruzado”, e a oferecer esperança onde parecia não haver saída Acho eu!

Trabalhar na VMER foi uma experiência que incendiou minha alma, uma formação contínua que nós fez crescer, a TODOS, além dos limites A força da nossa equipa multidisciplinar (enfermeiros, bombeiros, Cruz Vermelha, INEM) é a essência dessa luta diária JUNTOS, enfrentamos adversidades extremas, em locais de difícil acesso, sob o peso de situações emocionalmente devastadoras, sempre com a certeza de que o cuidado, a dedicação e a humanidade fazem toda a diferença. Essa colaboração é a nossa arma mais poderosa na busca incessante por salvar vidas.

E, entre tantos momentos inesquecíveis, há um que pulsa forte no meu coração: o nascimento de uma nova vida no pré-hospitalar. Ver uma criança chegar ao mundo em meio do “caos”, sentir sua primeira respiração, é uma explosão de esperança Essa experiência me reafirmou o propósito de minha missão, de que mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a esperança e o amor podem triunfar

Porém, também aprendi a lidar com o peso da mortalidade Enfrentar a dor de famílias que aguardam notícias, muitas vezes sem palavras de consolo, foi uma das maiores provas de minha alma Nesses momentos, descobri que o verdadeiro cuidado vai além do físico, é oferecer conforto, esperança e força às pessoas que mais precisam. Aprendi a ser não só um médico, mas um apoio emocional, um ombro amigo na hora mais sombria.

Essas duas décadas na VMER forjaram meu caráter, fortaleceram minha paixão e fizeram de mim alguém que acredita na força da vida, mesmo diante da morte. Sou grato por cada batalha, por cada lágrima, por cada vitória. Elas me tornaram mais resiliente, mais humano, mais dedicado à arte de salvar vidas. Acho eu! 25anosdaVMERdeFaro

Pedro Rodrigues Silva e Daniel Nunez

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

EnfermeiroVMER

Carosamigos,

Muitomehonraovossoconvite,ovossoreconhecimento.

Segueentão,omeucontributoemformadeMensagem:

"AtodaaEquipadaViaturaMédicadeEmergênciaeReanimaçãodeFaro”

Comoantigomembrodestaequipa,levocomigomemóriasquemarcaramparasempreaminha vida Cadasaída,cadaecodesirene,cadaolharcarregadodeesperançaquecruzouonosso caminho,revelaram-meoverdadeirosentidodeservireoprofundosignificadodahumanidade.

Videpertoadedicaçãoincansáveldehomensemulheresque,diaapósdia,colocamocoraçãoea alma ao serviço de quem de nós precisa Serenos, firmes, humanos, não levávamos apenas o equipamento e os protocolos, chegávamos com olhos de quem escuta, mãos que acalmam e presençaqueconforta

Partilhei com tantos, momentos de desafio extremo, em cada vida salva uma vitória que fica gravadananossahistória,dederrotasqueficamesculpidasemcadaumdenós,emsilêncio,mas presentes Riechorei,viviomedoeaesperançaedescobrioverdadeirosignificadodeseruma fracçãodealgoenorme,enormequantoaprópriavida

AVMERdeFaronãoéapenasumaviatura,éumfaroldeesperançaqueiluminaosmomentosmais sombrios,éacoragemqueatravessaomedoeocompromissoinabalávelcomcadavida.

Hoje,foradafarda,continuoasentiroorgulhoealigaçãoprofundaaestamissãoquenunca terminanocoraçãodequemaviveu Serpartedestaequipafoiumahonramaior

Atodos,osdeontem,osdehoje,eaosquesepreparamparaserosdeamanhã, Obrigado,obrigado,obrigado.

Comrespeitoegratidão,

Sérgio Branco

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

FilomenaHortaCorreia

MédicaVMER

E S T Ó R I A S P A S S A D A S N A V M E R

Uma saída para a Quinta do Lago: situação convulsões …uma médica e uma enfermeira saíram para o serviço. Afinal a Quinta do Lago revelou-se um estaleiro que parecia uma sanzala , as convulsões um TCE manhoso, possível agressão e a ambulância sem chegar

... vá lá que andava uma VMER de treino nas redondezas e se conseguiu chamar. Por alegada necessidade de malas.

Finalmente chegou a ambulância é rapidamente fomos para o hospital. Mas nunca nos passou pela cabeça que uma saída para a Quinta do Lago fosse uma situação ameaçadora

São situações que não vou esquecer como uma saída de madrugada para o estabelecimento prisional de Faro, em que estávamos mesmo em frente e dizíamos saída para a cadeia de Faro… onde? onde? - dizia o enfermeiro…. E de repente disse-lhe “em frente” e lá fomos nós com os portões a abrir e a fechar nas nossas costas. A subirmos para a zona onde encontramos a vítima já em paragem (uma história estranha !), e ouvindo de bem perto os restantes presos a bater com metal nas grades Era ensurdecedor e uma situação complicada para todos

Filomena Hota Correia

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

No ano longínquo de 2003,no dia 25 de Dezembro, pelas 11h da manhã, estávamos na base, eu e o Médico, Dr Nóvoa, e fomos acionados para um arrombamento de porta em Loulé.

Quando chegámos ao local, a equipa de Bombeiros e a GNR aguardavam a nossa chegada

Após terem procedido ao abrir da porta, deparamo-nos com uma família, de avô, pai ,mãe e um miúdo de cerca de 15.

Encontravam-se todos à volta de um braseiro, cada um caído para o seu lado, todos inanimados

Foram confirmados os óbitos

Depois da situação resolvida, quando nos preparava-mos para sair do local, alguém ouviu uns gemidos.

Fomos encontrar numa divisão ao lado, com uma janela aberta, por onde terá saído o fumo do braseiro ,duas meninas ,uma de 5 e outra de 7 anos, abraçadas e com um olhar de pavor

Durante algum tempo, esta imagem perdurou na minha memória.

Lembro-me do Dr João Garcia,na época responsável pela VMER de Faro, insistir comigo para ter algum tipo de apoio psicológico

E,sempre que passo em frente aquela casa, sinto um arrepio na espinha.....

António Argel

Pediram-meparaescreveralgumaspalavrasparaacompanhar(celebrar)o25ºaniversáriodaVMER deFaro.

Efoiaíquemeapercebiquejápassarammaisdeduasdécadasduranteasquaisacompanheiavida desta menina e que não só faz parte do meu, mas também do coração de todos que já puderam sentiraquiloquesóconsigodescrevercomumapalavra:família

Momentos felizes, tristes e intensos mas na sua vasta maioria bonitos marcaram o meu percurso e quemetornaramummelhorprofissionaleacimadetudoumamelhorpessoa

Porisso,(fica)aquiumagradecimentoatodoscomquemtiveaoportunidadedetrabalhar,rir,chorar ecrescer

Quandocomecei,emmomentonenhumconseguiriaimaginaroqueestariaaminhaespera.

Massemedessempara(a)escolher,seria,semdúvida,novamenteestaexperiênciamaravilhosado pré-hospitalar.

Nenhumdiaigual,todosdiferentes,comnovosdesafios,dificuldades,medosedúvidas

Frio, calor, chuva, sol, vento e sempre acompanhado pelo perigo de andar acima do limite de velocidade

Masnada,mesmonadaconsegueigualaroolhardeumamãenomomento(em)queouveoprimeiro gritoerecebeoseubebérecém-nascidonosbraços,namacadeumaambulância Ouabelezade umpôr-do-soljuntoaomarnacompanhiadocolega(,)nummomentodesilêncioquedizmaisque milpalavras.

Talvezsejaistoquedescreveosentimentoquando,noiniciodeumturnovistoafardabrancaeazul comosímbolodoINEMeabandeiraportuguesa.

Christian Chauvin

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

HugoLopes

Olá, boa tarde a todos!

É com muita gosto que respondo a este vosso repto, esperando vos encontrar a todos o melhor possível. Para mim foi uma grande honra pertencer a esta grande família que muito contribuiu para o meu crescimento pessoal e profissional Quanto as experiências vivenciadas foram muitas e diversificadas Muitas delas positivas, ficando o sentido de dever cumprido, mas também algumas em que apesar de investirmos tudo e disponibilizar o nosso melhor, o resultado nem sempre foi o mais esperado.

Trabalhar no pré hospitalar é “trabalhar no fio da navalha”, entre o fazer o melhor possível para atingir os objectivos esperados e simultaneamente, evitar a linha de passar-mos também nós a ser vítima.

De todas as experiências vividas há uma que ainda hoje me continua muito presente e por vezes arranca algumas gargalhadas Nomeadamente o facto de num dos turnos que estávamos de serviço, sermos activados para um mulher em trabalho de parto no “purgatório “

Deixo-vos também em anexo uma imagem, tirada pelo amigo João Horta - Bombeiros de Tavira, numa situação de ocorrência real

Grande abraço a todos os amigos Vmeristas!

Hugo Lopes

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

AndriyKrystopchuk

MédicoVMER

Caros colegas VMERistas,

Ao celebrar os 25 anos da VMER, não posso deixar de refletir sobre o quanto essa experiência foi uma verdadeira escola para mim. Embora tenha deixado de fazer parte da equipa em 2012, os ensinamentos, as amizades e as lembranças permanecem vivas No VMER, aprendi, cresci profissionalmente e descobri o verdadeiro valor do trabalho em equipa. O espírito de solidariedade, dedicação e companheirismo que vivi em cada missão é algo que nunca se apaga e que continua a inspirar-me.

Por outro lado, essa dedicação muitas vezes implica abrir mão de momentos preciosos com quem amamos, como se estivéssemos sacrificando uma parte de nossa própria essência para perpetuar a esperança e a vida naqueles que ajudamos e salvamos As nossas ações deixam marcas invisíveis pegadas eternas que transcendem o tempo e o espaço, tocando a essência da humanidade. Salvar vidas é mais do que uma missão; é um ato de generosidade que molda-nos e deixa uma marca inapagável na alma das pessoas que ajudamos, lembrando-nos de que, mesmo na adversidade, a verdadeira essência do ser humano resplandece no altruísmo e na esperança que plantamos no coração do outro

Que esta homenagem seja um reconhecimento do vosso esforço, uma celebração do espírito de equipa e uma inspiração para os que aí vêm. Cada um de vocês é parte fundamental desta grande escola e desta história de dedicação e coragem.

Obrigado a todos por fazerem parte desta caminhada!

Ex VMERista

Andriy Krystopchuk

PS: Na verdade, não existe exVMERista é uma marca para sempre

Andriy Krystopchuk

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

“Tinha6anosquandoanuncieiemcasaquequeriasermédicaeandar“nasambulâncias” Foram necessáriosmais22anosparaqueessesonhosetornasserealidade.

FoiumamorquecresceunaVMERdeFaroeAlbufeira,entremuitosturnos,amizades,suor,lágrimas, alegrias nãoforamsóosKmdecarroquemarcaram,mastambémosdebarcoparaasilhas Acada activaçãoosentimentodequepodemosvirafazeradiferençanavidadealguém.

Os anos passaram-se completei o ciclo enquanto profissional dentro da casa INEM, passando a integrar o SHEM e o CODU. Penso que é importante conhecer cada ponto de vista para conseguirmosdaromelhordenós

Depois mudei de residência sem nunca deixar a emergência pré-hospitalar. Afinal, o amor fica sempredentrodenós,paraondequerquevamos.

Ficaasaudadedetodososelementoscomquemjátrabalheiecomquejánãoireimaistrabalhar E fico na ânsia e poder voltar a trabalhar com todos aqueles que me fizeram crescer enquanto profissionalquehojesoueque

EsperoumdiapodervoltaracasaecontinuaraolharpelopovoAlgarvio,comtodoocarinhoquelhe tenho,talcomonestafotografiaqueédaautoriadoexcelentíssimoEnfermeiroVascoMonteiro,que tantomeensinou”

Ana Rita Clara

25anosdaVMERdeFaro

Das grandes satisfações que a minha profissão me proporcionou ao longo destes anos em Portugal, ter feito parte da "família INEM" é, de longe, o que me enche de maior orgulho e satisfação, pois marcou um ponto de viragem na minha carreira e na minha vida

Estou profundamente grato por cada momento que vivi e aproveito esta oportunidade para expressar a minha admiração e apreço pelo excelente trabalho desenvolvido por cada um dos profissionais dedicados e atenciosos com quem partilhei momentos únicos.

Gostaria de fazer uma menção especial a todos os doentes, pois são eles a fonte da nossa dedicação e sacrifício

Enrique Romero

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

FilipeMelo

EnfermeiroVMER

Muitos parabéns à VMER de Faro!

25 anos a salvar vidas

É com orgulho imenso que fiz parte desta FAMÍLIA que é a VMER de Faro. Aliás, não fiz, faço, porque sinto ainda que é a minha família, apesar da vida ter seguido outro caminho. Integrei a equipa da VMER de Faro desde 2010 a 2023, 13 dos 25 anos da sua existência

Aí cresci como profissional, mas, sobretudo, como homem Tive o privilégio de partilhar muitas horas com profissionais de excelência e, mais que isso, pessoas incríveis O sentido de partilha, cooperação, apoio e resiliência que existe nesta família é notável. Só assim é possível ultrapassar desafios e situações por vezes tão difíceis. Não vou contar aqui nenhuma estória, porque foram muitas ao longo destes anos, apenas que tenho um enorme orgulho de fazer parte desta História

Aos que se mantêm, a minha admiração, amizade e disponibilidade Vocês são incríveis

Serão sempre uma família para mim e espero que sintam que serei sempre dessa família também.

Envio algumas fotos, não minhas porque acho que nunca tirei, de momentos bonitos, que também há, ao serviço desta nossa VMER

Muito obrigado!

Talvez um dia, quem sabe, os caminhos se voltem a cruzar!

pesSilva

EnfermeiroVMER,TIP,Heli

25 Anos de VMER de Faro! Dos quais tenho a honra de vivenciar cerca de 18. Antes disso, ainda aluno de Enfermagem, na escola junto à primeira base, sonhava sentar-me ao volante daquele iconico Golf branco de listas azuis que entoava a sua sirene pela salas de aula sempre que saia para salvar mais uma vida. Escusado será dizer que a emoção de a ver passar norteou todo o meu percurso de aluno com o objectivo de um dia fazer parte daquela fantástica equipa.

Uma honra, emoção e responsabilidade de carrego até aos dias de hoje. As situações são imensas e variadas e é essa a chama que faz arder a paixão pela emergência. O inesperado, o desafio, o improviso. O mobilizar de conhecimentos em situações e ambientes sempre diferentes, que nos obrigam a manter atualizados e alerta em cada situação. Todas as saidas são oportunidades de aprendizagem e de fazer a diferença na vida de alguém. Mesmo naquelas saídas não justificadas temos oportunidade de eduar e apoiar.

Ao longo destes anos vi a equipa crescer em conhecimento, a mudança das viaturas e das bases. Com mais ou menos controvérsia a equipa portou-se sempre com grande capacidade de adaptação, mantendo o foco na missão de salvar a vida do próximo.

Bem hajam a todos.

Pedro Silva.

MónicaFonseca

MédicaVMER

15 anos separam estas 2 fotografias…

A viatura que simboliza uma jornada de compromisso e dedicação ao serviço público está de parabéns!

No lugar do condutor ou o do passageiro é com o mesmo orgulho que visto a farda, com a mesma paixão pela profissão que continuo e com o mesmo entusiasmo faço parte de uma equipa que salva vidas em uníssono Espero conseguir transmitir a energia de alguém que sempre sentiu a imensa honra de pertencer a uma missão maior

No 25 º aniversário desta equipa enalteço a forte ligação que me conquistou Carrego histórias vividas e vidas tocadas e celebro este marco com o espírito de união, evolução e dedicação que definem os valores da equipa ao longo de um quarto de século.

Mónica Fonseca, 2025
Mónica Fonseca, 2010

MédicoVMER,CODU

Neste especial aniversário, os meus melhores cumprimentos e parabéns a todos os profissionais que ao longo destes 25 anos conformaram equipa nesta querida vmer de Faro, assim como aqueles que de inúmeras formas contribuíram na sua operacionalidade. Por outros 25 anos de excelência na prestação de cuidados médicos a nossa população!

Saúde!

À esquerda Catarina Tavares à d reita: Fernando Rodr guez
Fernando Rodriguez

25anosdaVMERdeFaro

AlírioGouveia

MédicoVMER

Celebrar os 25 anos da Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Faro é muito mais do que assinalar uma data. É reconhecer o impacto real que esta equipa tem tido na vida de milhares de pessoas e também na vida de cada um de nós, profissionais que tivemos o privilégio de vestir esta farda

Fui um desses profissionais

Trabalhei na VMER de Faro e sei, com conhecimento vivido, o que significa estar no terreno quando tudo está em jogo. Mais do que os turnos longos, o frio, o calor ou o desgaste físico, o que fica é a memória de cada chamada onde fizemos a diferença. Lembro-me, em particular, de uma ocorrência que me marcou profundamente: um doente com défices cognitivos que sofreu queimaduras graves enquanto tomava banho Estava sozinho em casa, dentro da banheira, com a água escaldante a causar-lhe lesões extensas. Quando chegámos, o cenário era duro – mas foi ali que percebi, mais uma vez, a verdadeira razão de ser da VMER: estar onde mais ninguém consegue chegar, e fazer o que for preciso, com humanidade e profissionalismo.

A VMER não é só uma viatura É um compromisso com a urgência, com a vida e com o cuidar E são as pessoas – médicos, enfermeiros, técnicos, condutores – que fazem dessa promessa uma realidade, 24 horas por dia, 365 dias por ano. Hoje, ao olhar para estes 25 anos, sinto orgulho. Por ter feito parte. Por saber que, de alguma forma, contribuí para esta história. E por saber que a VMER de Faro continua firme, como sempre esteve: onde mais faz falta

Parabéns a todos os que fizeram e fazem desta missão uma razão de vida

Alírio Gouveia

CatarinaTavares

EnfermeiraVMER,Heli

25anosdaVMERdeFaro

Não tenho 25 anos de atividade pré-hospitalar na VMER de Faro, ainda não cumpri esta bela idade, mas, tenho 22 anos :)

Sou só assim, um bocadinho mais jovem na atividade que a VMER de Faro, precisamente, menos 3 anos

Nestes 22 anos de pré-hospitalar, foi nesta viatura médica que me formei como operacional e profissional desta área Foi aqui que cresci e aprendi o valor da emergência

Um valor que vai além das situações críticas e de grande aparato midiático, das luzes psicadélicas que piscam incessantemente e das sirenes apelativas que gritam ensurdecedoramente nos cenários dantescos de acidentes em ruas ou estradas, acidentes de trabalho, ou situações críticas em locais de grande visibilidade.

Este valor, afirma-se mais ainda, cada vez que entramos na casa das pessoas, nas suas condições de vida, na sua intimidade, na sua vulnerabilidade, para aquietar medos e ansiedades, para respeitar as suas condições e as guiar nessa realidade, para confortar perdas, para antecipar agravamentos e explicar evoluções, para iniciar lutos difíceis junto dos que nos chamam.

Esta intervenção, sendo feita em todas as etapas do ciclo de vida, desde os que ajudamos a nascer, à pediatria, passando pelos adultos até à geriatria e aos paliativos

Foram 22 anos em que observei o desenvolvimento e afirmação da atividade pré-hospitalar de forma categórica, particularmente para os Enfermeiros Um início de atividade em que nem os próprios pares ou Ordem Profissional nos reconhecia a intervenção, passando por momentos conturbados com outros profissionais da atividade pré-hospitalar que pensam não termos lugar neste exercício, até uma atualidade que não deixa dúvidas da importância e valor dos enfermeiros neste âmbito do exercício profissional

A atividade pré-hospitalar diferenciada, teve ainda ao longo destes 22 anos a capacidade de continuar a trazer para a rua, a melhor prática, a melhor evidência disponível, trazendo a ciência e capacidade das instituições hospitalares ao terreno A evolução tecnológica tem assumido também nesta área grande relevância Hoje, a capacidade de Eco POCUS, da videolaringoscopia, de analítica no terreno, são algumas das valências que nos colocam na vanguarda da intervenção no local em que as pessoas mais necessitam Esta crença, foi e continua a ser o mote para continuar a crescer e evoluir na atividade pré-hospitalar Levar cuidados diferenciados onde as pessoas mais precisam, em casa, na rua, na estrada, na praia, na montanha, no mar.

Sou grata por ter vivido já 22 dos 25 anos de existência da VMER de Faro, alargando esta gratidão a todos os que comigo partilharam esta extraordinária experiência profissional e de vida.

Catarina Tavares

uísRamos dicoVMER

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

Em finais de 2003, ingressei na VMER de Faro. Eram então os Coordenadores, Médico e Enfermeiro, respetivamente, o José (Zé) Paulo Santos e Célio Figueira Apesar das evoluções técnicas a nível das comunicações, registo que ainda não tiveram a devida repercussão decorridos 25 anos Recordo as ativações CODU Algarve por baixa frequência (Rádio SIRESP) e telemóvel (sem Internet/GPS durante anos) para moradas baseadas, mais do que em nomes de Ruas, sobretudo em Sítios / Lugares, pontos de referência (cruzamentos, rotundas, cores das casas/ portões, caixas postais, postos de eletricidade, contentores de lixo, …). Vencidas estas dificuldades, muitas vezes hercúleas e por intuição, ficávamos aliviados da “carga de adrenalina” no momento em que chegávamos (geralmente em tempo útil) junto das vítimas para lhes prestarmos assistência/cuidados emergentes, com a sensação (satisfação) do dever de missão cumprido (Luís Ramos) 14 7 2025

25anosdaVMERdeFaro

PilaresdaEquipa 2000-2025

AndréVillarreal

Meu nome é André Roberto Villarreal Taliuli, sou médico procedente do Uruguay, na América do Sul, e pertencente ao núcleo das vmers Algarvias desempenhando funções operacionais desde 2012.

A vmer para mim sempre foi encarada como um trabalho sério, responsavel , que demanda determinação, conhecimento, aprimoramento de skills e treino dos mesmos de forma constante , actualizada e responsável para que desta forma o nosso objetivo de salvar e preservar vidas seja o alvo na preservação da saúde dos nossos utentes regionais no Algarve. Sempre tomei o desempenho deste trabalho / função como um objetivo final de carreira na área prehospitalar que abracei desde minha chegada ao pais em 2018, e nunca como um trabalho temporário no desempenho da função como carreira, nem como bypass para migrar para outras funções ou àreas , e com isto tento defender o desempenho de funções e responsabilidades a meu ver ,primordiáis ,e intransmissiveis do actuar médico na área prehospitalar/urgências/emergências no doente crítico

Foi ,e sempre será um prazer trabalhar com meus parceiros de luta e vida ,os Sr.s Enfermeiros da vmer/urgências, e os outros intervenientes do pre-hospitalar, como são os TEPs , corpo de Bombeiros e CVP

Sempre sera uma honra defender as cores institucionáis da nossa vmer Faro/Albufeira, e congratulo a mesma pelos 25 anos de fundação!

Que venham os próximos 25 anos!

André Vill areal

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

Cheguei a Portugal há 13 anos, vinda de Espanha Era técnica de emergência, samuita, com experiência numa empresa militar de transportededoentescríticos Mas,aocruzaraponte,deixeimuitomais doqueumpaís deixeiosmeussonhos,aminhatrincheira,aminha identidade Senti-meperdida,desenraizadaeprofundamentetriste Adaptar-me ao idioma, ao sistema de saúde, até à própria forma de expressaradoença…foi,nomínimo,muitodifícil.Sentia-medeslocada, chorava pelos corredores Mas um dia, o Dr Luís Pereira deu-me a oportunidadedefazerocursodaVMERemLisboa.Eali,algocomeçou amudar

Nocurso,comeceiacompreenderosistema,asregras,alógicadas coisas.Quandoregressei,deixeidechorar.Comeceiasentir-meparte. Encontreipessoasíntegras,umaorganizaçãobemestruturada,espírito deequipa eamigos.Amigoscomquemdesabafar.Eu,quevinhade fora,passeiaseruma“adotada”destafamíliadevmeristas

Crescicomoprofissional,sim,massobretudocresciemocionalmente Provavelmentefizemosadiferençaemmuitassituações.Comonaquele nascimento improvável, o do pequeno Ghullerme, dentro da ambulância. Ou naquela perda devastadora, de um doente em paragemcardiorrespiratória cujafilhatinhaamesmaidadequeeu tinhaquandoperdiomeupai.Elaabraçou-seamimcomumaforçaque nunca esquecerei Disse-me: “tenho medo, não me largues” E não larguei.Talveztenhasidooabraçomaisimportantedaminhavida porquefuirefúgio

No meio desta montanha-russa de emoções, tive sempre a família VMER como porto seguro. Porque quem lida com a vida e a morte precisa de um lugar onde respirar E com o tempo, percebi: somos privilegiados.Porqueaprendemos,todososdias,comasliçõesdevida dosoutros Quandoadoençaatuacomoumatesouradepoda,edeixa à mostra a verdadeira natureza humana lá estamos nós. Como observadores Comomediadoresentreavidaeamorte Comoúltima estação…ouprimeira.

OnossocompanheiroJoãoCláudiodeixou-nos.Trabalhouatéaofim, mesmodoente Emconversa,disse-me:“fiztudooquepodia,deitudo oquetinha.Estouempaz.”Enofundo,avidaémesmoisso,nãoé?

Obrigada,famíliaVMER.Pormeadotarem,pormemoldarem,porme daremumlugar

Sempre.

João Cl áudio e Eva Motero

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

Primeiro turno, primeira ativação. Picada abelha na serra ameixial.

Chegado ao destino verifico que eu próprio estava em pior estado que a vítima após tanta curva e contra curva pensei que fazer vmer não era para mim e já lá vão estes anos todos

Júlio Ricardo Soares

RodriguesSilva oVMER,TIP

25anosdaVMERdeFaro

PilaresdaEquipa 2000-2025

Anos de dedicação e Humanidade: um verdadeiro Legado Pré-Hospitalar na capital Algarvia.

Celebra-se assim um quarto de século de dedicação de todos os elementos que passaram por esta equipa de Emergência Médica Pré-Hospitalar Vinte e cinco anos de histórias re-escritas nas estradas, nos lares, e em tantos outros locais inesperados; vinte e cinco anos de mãos firmes, corações acelerados e decisões que ecoam entre a vida e a morte.

É uma honra fazer parte desta família desde 2014. Testemunhei, dia após dia, o caos, e do outro lado a perícia e a compaixão em momentos de tremenda dor humana. Esta Missão essa que chega mesmo a ser um vício, para muitos de nós

Que estes 25 anos sejam uma base sólida para um futuro a cuidar e a honrar a vida com bravura e humanidade É uma verdadeiro orgulho, vestir esta farda e pertencer a esta nobre causa

NunoRibeiro

Ser operacional na VMER de Faro é, acima de tudo, uma missão de entrega e humanidade. Cada saída é uma incógnita nunca sabemos o que nos espera mas levamos sempre connosco o compromisso de fazer a diferença no momento mais crítico da vida de alguém. Trabalhar lado a lado com médicos, enfermeiros e outros operacionais altamente dedicados é um privilégio Em equipa, enfrentamos situações intensas, onde segundos podem significar vidas Desde trauma, emergências médicas, obstétricas e pediátricas a paragens cardiorrespiratórias, cada intervenção exige sangue-frio, técnica e empatia A realidade do nosso dia a dia é dura, mas também gratificante Há olhares de alívio, mãos apertadas em silêncio e momentos em que sabemos que fomos a diferença entre o desespero e a esperança. Em Faro, onde conhecemos bem as estradas, os rostos e os ritmos da cidade, sentimos que cada chamada é mais do que um serviço é um dever para com a nossa comunidade. Neste percurso enquanto enfermeiro na VMER de Faro houve momentos que ficam gravados para sempre. Mas de todas essas situações o que retenho é que cada segundo parece uma eternidade e a coordenação entre os profissionais é instintiva e cada um sabe exatamente o seu papel A tensão é total, mas a esperança nunca nos abandona Ser parte desta equipa não é apenas vestir um uniforme é ter a honra e a responsabilidade de estar presente nos momentos mais decisivos É escolher estar disponível 24 horas por dia para o próximo, com profissionalismo, compaixão e coragem E, por vezes, ser a diferença entre o fim e um novo começo Não somos heróis somos profissionais treinados, prontos para agir no pior dia da vida de alguém.

André Vill areal

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

DjamilaNeves

MédicaVMER,Heli

Dezembro de 2009, primeiro turno, base da VMER Faro, situada no serviço de Psiquiatria do Hospital de Faro! Chegar e ligar ao CODU a dar o nome da Equipa Dra Djamila/Enf Célio!

Ao fim de 16 anos de dedicação e compromisso ao serviço da VMER, é com profundo orgulho e gratidão que olho para este percurso.

Têm sido anos marcados por desafios intensos, por decisões difíceis tomadas em segundos, mas acima de tudo por um espírito de equipa inigualável Com cada um aprendi, cresci, partilhei e partilho momentos que continuam a marcar a minha vida pessoal e profissional.

Djamila Neves

JoãoPaiva

EnfermeiroVMER

Ao longo destes anos de viatura médica, todos nós, tivemos momentos agradáveis, momentos menos agradáveis, de euforia, de angústia e também tristeza Todos esses momentos ficarão marcados na nossa vida Os profissionais com quem trabalhamos, os momentos que partilhamos nunca mais serão esquecidos No fundo foram anos de grande entrega, de muito empenho, de muita aprendizagem, mas acima de tudo com o sentimento de dever cumprido.

Catarina Tavares

25anosdaVMERdeFaro

PedroMiguelSilva MédicaoVMER,Heli

Aos meus colegas da VMER Faro Albufeira

Hoje, escrevo não só como colega, mas como alguém profundamente orgulhoso e grato por cada um de vocês Trabalhar ao vosso lado, dia após dia, frente a frente com o inesperado, é uma honra e um privilégio que nem sempre as palavras conseguem traduzir

Na emergência, não há margem para hesitações. Cada segundo conta, cada decisão pesa, e cada gesto pode significar a diferença entre a vida e a morte. E é precisamente aí, nesse terreno exigente, que vocês brilham com competência, com coragem, com humanidade

Aos que mantêm a calma quando tudo à volta parece desmoronar, que acolhem os pacientes com um olhar firme e uma mão segura A vossa entrega, atenção ao detalhe e resiliência são admiráveis.

Aos que assumem decisões difíceis com clareza e responsabilidade, que lideram com humildade e escutam com empatia é inspirador estar ao vosso lado a crescer e enfrentar os desafios com tanta determinação

Juntos, somos mais do que uma equipa: somos um corpo coeso que atua com precisão, confiança e espírito de missão. Somos aquilo que muitas vezes separa o desespero da esperança.

Obrigado por serem incansáveis, por se apoiarem uns aos outros e por nunca desistirem, mesmo nos dias mais duros O vosso profissionalismo eleva o padrão da emergência prehospitalar

Seguimos juntos firmes, capazes e prontos para o que vier.

Com respeito e admiração, Pedro Silva

Pedro Miguel Silva

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

(Quadrasrimadas memóriadeumaemergência)

I

Nadobraincertadoentardecer, aestradacalou-senumsósegundo. Cincodestinos,sempoderprever, quebraram-seaopesodomundo.

II

Elajazia cabelosdesol, oolhardemar,tãoabertoesereno Fitei-a,masfoioseuolharque,aosol, mefustigou,profundo,pleno

III

Otempocessousoboimpactocruel, etudosetornousilênciobreve Masumcoraçãoaindabatiafiel, numcorpoinfantilquelutavaeseatreve

IV

Entreferro,estilhaçosechão, foi-seopassadonumsegundoqueruiu Naurgência,fuimaisdoquemão, fuiapresençaquenãofugiu

V

Osolhosdela,azuiscomooar, ficaramfixos,aindaadizer. Edurantenoitessemdescansar, eramelesquemevinhamconter.

VI

Ooutro,pequeno,firmenosofrer, aindarespiravanomeiodocaos Nosseusgestoshaviaoquerer dequemnãoserendeaosvendavais

VII

Nãosesalvasempre,masassiste-secomtudo, mesmoquandojánadasepodemudar Eaalma,aindaquefinjaescudo, ficaalembrar,acalar,aguardar

VIII

Agora,quandoaestradaserepete, seiondeamemóriasedetém Numviadutoondeotempopromete quenuncasereiamesma,também e“…umdiaqueotemponãoapagará…”

TelmaSantos EnfermeiraVMER

CatarinaMonteiro

MédicaVMER

Há 25 anos, nasceu em Faro uma missão: chegar onde a vida está em risco A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Faro iniciou atividade com um propósito claro garantir uma resposta rápida, qualificada e humana às situações mais críticas no distrito de Faro e além

Desde então, milhares de quilómetros percorridos e de vidas tocadas, e uma dedicação sem pausas, dia e noite, sol ou tempestade. Diferentes profissionais movidos por um profundo compromisso com a vida, sempre prontos a intervir onde o tempo é o fator decisivo.

Estes 25 anos são feitos de histórias que não cabem num registo clínico. São os olhares gratos de quem recebeu ajuda, os silêncios respeitosos diante da perda inevitável, e a coragem de recomeçar, mesmo após as missões mais duras. São também o reflexo de uma evolução contínua da medicina de emergência em Portugal, da formação rigorosa, da aposta na excelência clínica e humana.

A VMER de Faro não é apenas uma viatura: é um símbolo de esperança, de prontidão e de resposta em tempo real É também fruto de um trabalho em rede com os restantes meios do INEM, os hospitais, os bombeiros e todas as entidades envolvidas no sistema de emergência médica

Hoje, celebramos 25 anos de história com orgulho, gratidão e responsabilidade Orgulho no caminho percorrido Gratidão a todos os profissionais que vestem ou vestiram a camisola desta missão Mantém-se a responsabilidade de continuar, com o mesmo rigor e humanismo, a servir quem mais precisa.

Parabéns à VMER de Faro!

25 anos a salvar vidas.

25 anos ao serviço da comunidade.

25 anos sempre em marcha.

Catarina Monteiro

25anosdaVMERdeFaro PilaresdaEquipa 2000-2025

SolangeMega

EnfermeiraVMER,SIV,Heli,CODU

Fazer parte da equipa VMER de Faro há mais de uma década é, para mim, um verdadeiro motivo de orgulho Ao longo destes anos, tive o privilégio de trabalhar – e continuo a trabalhar – com profissionais de excelência, que aliam competência técnica a um espírito de entreajuda genuíno. Somos mais do que uma equipa: somos uma família, unida por uma missão maior.

Em 25 anos de história, foram muitas as ocorrências que vivemos – algumas com finais felizes, outras que nos deixaram um amargo silêncio. Mas todas nos moldam, profissional e pessoalmente, e lembram-nos, dia após dia, porque escolhemos este caminho.

Guardo na memória dois momentos particularmente marcantes Um deles foi a ativação para uma grávida, referenciada como estando nas 33 semanas de gestação À nossa chegada, encontrámos um recém-nascido de apenas 23 semanas, em gasping, com o cordão umbilical ainda por cortar Iniciámos de imediato manobras de reanimação e, contra todas as expectativas, a bebé sobreviveu Hoje, com três anos, a pequena criança está bem É impossível esquecer

Noutra ocasião, fomos acionados para Tavira, para uma queda acidental de um menino de 4 anos, do 4.º andar. Prestámos todos os cuidados emergentes e foi transportado com urgência para o Hospital de Faro. Apesar de todos os esforços, o desfecho foi trágico. São situações que nos marcam profundamente e nos ensinam que, por mais que estejamos preparados, há sempre uma dimensão emocional que nos exige humanidade e resiliência.

Apesar das adversidades, é com gosto, dedicação e esperança que continuo a integrar esta equipa Porque acredito, todos os dias, que podemos fazer a diferença E, por vezes, só isso basta

Quero ainda destacar um marco muito especial na história da nossa VMER: a criação da Revista LifeSaving e da Lifesaving Scientific Esta revista nasceu da vontade genuína de partilhar conhecimento, experiência e reflexão à luz da mais recente evidência científica, com o objetivo de nos tornarmos profissionais mais capacitados, críticos e atualizados. Acreditamos que, ao investir na formação contínua e na disseminação do saber, contribuímos diretamente para a melhoria da qualidade assistencial em contexto pré-hospitalar, beneficiando não só os profissionais, mas sobretudo as pessoas que dependem de nós nos momentos mais críticos das suas vidas.

A LIFESAVING representa um verdadeiro legado desta equipa, elevando o nome da VMER Faro e promovendo a partilha com outros profissionais de referência, em Portugal e além-fronteiras Orgulho-me de fazer parte deste projeto, que é já um símbolo da excelência, da união e da visão desta equipa

Um agradecimento muito especial a todos os colegas que tornam esta missão possível, e em particular ao Dr Bruno Santos, pela dedicação incansável

Parabéns, VMER Faro, pelos 25 anos Que venham muitos mais – com a mesma força, entrega e sentido de propósito

À esquerda Luisa Melão à direita: Solange Mega

AndréAbílioRodrigues

EnfermeiroVMER,SIV

M e m ó r i a s d e u m P e r c u r s o n a V M E R d e F a r o

Recordo o momento em que fui integrado na equipa da VMER de Faro como um passo relevante no meu percurso profissional Naquela ocasião, compreendi que estava a ingressar numa equipa caracterizada pela busca contínua da excelência, evidenciada em cada turno, a cada ocorrência. Em que qualidade dos cuidados oferecidos às vítimas impacta de forma positiva nos seus “outcomes” com ganhos em saúde mais que evidentes. Sinto que, ao longo dos anos, fui moldado por cada ocorrência vivida, cada desafio ultrapassado e, sobretudo, pelas vidas com quem cruzei o meu caminho. Muitas situações permanecem gravadas na memória: os olhares de esperança, os gestos de gratidão, as pequenas vitórias que só quem está no terreno compreende verdadeiramente. Estas experiências não só enriqueceram o meu percurso profissional, mas também me transformaram como pessoa, fazendo-me valorizar ainda mais o impacto que podemos ter na vida dos outros

A par deste percurso, guardo com especial carinho as origens do projeto LIFESAVING, nomeadamente o convite do doutor Bruno para participar e colaborar no projeto Lembro-me dos primeiros passos: uma simples newsletter, criada com a ambição de partilhar conhecimento e fomentar a reflexão entre pares. O que então parecia apenas uma semente, germinou e cresceu com o contributo de muitos, tornando-se uma referência nacional, lida e reconhecida nos quatro cantos do mundo. Assistir à evolução da LIFESAVING, um projeto que atravessa fronteiras e inspira profissionais além-mar, enche-me de orgulho e gratidão.

Foi uma honra integrar a equipe da Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Faro e ajudar a escrever parte dos seus 25 anos de existência (1/4 de século).

Do fundo do meu coração expresso o meu sincero agradecimento por essa valiosa oportunidade

André

25anosdaVMERdeFaro

PilaresdaEquipa 2000-2025

EnfermeiroVMER,SIV

N o c o r a ç ã o d a s e r r a , n o l i m i t e d a v i d a

Era um fim de semana quente, como só o verão algarvio sabe ser Estava de serviço na Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Albufeira, e o fluxo de chamadas já se fazia sentir desde cedo A cidade fervilhava de turistas, e as estradas começavam a tornar-se um palco frequente de acidentes.

A chamada surgiu com urgência – acidente de mota na serra algarvia O alerta referia um único ferido, mas com suspeita de politraumatismo grave Arrancámos de imediato À medida que nos afastávamos do litoral, trocando o azul do mar pelas curvas fechadas e vegetação densa da serra, sabíamos que cada minuto contava

Era um daqueles dias em que uns procuravam o descanso na praia, e outros fugiam das multidões para se aventurarem pelas estradas sinuosas da Serra Algarvia O Sr M era um deles – experiente nestas andanças, decidiu desfrutar do seu fim de semana sobre duas rodas. Mas o passeio teve um desfecho trágico: ao embater num rail, sofreu múltiplos traumatismos, incluindo uma amputação parcial da coxa, com hemorragia externa massiva

O destino, contudo, colocou no caminho do Sr. M uma esperança inesperada. Uma enfermeira, que passava casualmente pela zona durante o seu dia de folga, deparou-se com o cenário e sem hesitar, com os meios que tinha à disposição, improvisou um garrote eficaz para controlar a hemorragia –um gesto que, sem dúvida, lhe deu tempo vital até à nossa chegada.

A distância entre Albufeira e o local do acidente, nas imediações do Ameixial, era significativa – e em contexto pré-hospitalar, cada quilómetro parece um desfiladeiro. Quando finalmente chegámos, confirmámos que éramos a primeira equipa médica no terreno O Sr M mantinha-se consciente, mas encontrava-se extremamente instável. A taquicardia era marcada, a pele fria e pálida, e os sinais de hipoperfusão não deixavam margem para dúvidas: estávamos perante um choque hipovolémico iminente

Poucos minutos depois, chegou a segunda equipa, previamente mobilizada a partir de Loulé, que se revelou fundamental na extração da vítima O terreno irregular dificultava qualquer manobra, mas o trabalho colaborativo entre equipas foi imediato e eficaz.

Nelson Alcaria
NelsonAlcaria

25anosdaVMERdeFaro

NelsonAlcaria EnfermeiroVMER,SIV

Com a vítima finalmente acessível e segura, colocámos em prática todas as nossas competências técnicas – da estabilização hemodinâmica ao suporte ventilatório, do controlo da dor à coordenação com os meios de evacuação Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para lhe proporcionar as condições para o melhor desfecho possível

Enquanto preparávamos o Sr. M para a evacuação aérea, fomos informados de que o filho da vítima, o Sr. N, se encontrava fora da ambulância e desejava vê-lo. Num cenário exigente, em que a técnica e a rapidez são essenciais, não esquecemos que também que a empatia e a dimensão humana fazem parte integrante do cuidado pelo que autorizámos a entrada do filho. Houve tempo para um breve contacto, uma troca de palavras, um momento de despedida. Foi simples, mas carregado de significado. Um gesto que, mais tarde saberia, aliviou profundamente o sofrimento daquele filho, que carregaria para sempre esse último instante com o pai

Entregámo-lo à equipa médica do helicóptero e deixámos o cenário com a sensação de missão cumprida Dentro da complexidade do quadro clínico e da exigência logística do local, sentíamos que tínhamos feito tudo o que era humanamente e tecnicamente possível A viagem de regresso à base foi silenciosa, marcada pela exaustão, mas também por um certo alívio – por termos conseguido, em equipa, dar resposta a uma situação-limite

No dia seguinte, fui informado de que o Sr M faleceu poucos minutos após dar entrada no serviço de urgência de Portimão. Foi uma notícia que me deixou profundamente abalado. Em silêncio, eu e a médica sentámo-nos e revimos toda a nossa atuação. Passámos cada decisão a pente fino, e concluímos, com serenidade, que tínhamos respeitado todos os protocolos, atuado com rigor, e feito tudo o que estava ao nosso alcance. Fomos equipa. E fomos humanos.

Alguns dias mais tarde, soube de algo que me tocou ainda mais profundamente: a filha do Sr. M tinha sido minha orientanda de estágio durante a sua licenciatura em enfermagem. É minha colega, e eu desconhecia por completo essa ligação no momento do acidente. Ao tomar consciência disso, o episódio ganhou um peso emocional ainda maior Mais tarde, soube que foi o próprio filho aquele que estivera com o pai na ambulância quem disse à irmã que, apesar de tudo, aquele breve momento em que se puderam ver e despedir foi algo que o ajudou a lidar com a perda Num cenário de dor extrema, foi talvez o único momento de paz

Este episódio ficou comigo Não apenas pela complexidade clínica ou pelo desfecho, mas porque me lembrou de forma brutal e clara que, no pré-hospitalar, trabalhamos no limiar entre a vida e a morte, entre a componente técnica e a componente humana, entre o desconhecido e o pessoal Nunca sabemos quem nos espera no cenário. O que fizemos naquele dia foi mais do que seguir protocolos. Foi prestar cuidados com rigor técnico e com empatia, unindo a ciência à humanidade em cada decisão tomada. E talvez tenha sido isso que mais aprendi: às vezes, não conseguimos salvar vidas, mas conseguimos cuidar da dignidade de quem parte e do sofrimento de quem fica. E, nesse equilíbrio frágil, também nos encontramos enquanto profissionais. E enquanto pessoas.

25anosdaVMERdeFaro

PilaresdaEquipa

2000-2025

CatarinaJorge

MédicaVMER

Há quatro anos, tive a honra de integrar esta equipa extraordinária da VMER de Faro Desde então, vivi momentos intensos, desafiadores e profundamente humanos É muito mais do que responder a cada emergência, é abraçar uma missão que nos transforma a cada saída. Em cada gesto de cuidado, reafirma-se a importância do nosso trabalho e o compromisso com a vida. E nunca estou sozinha. Esta missão só faz sentido porque é partilhada com uma equipa incansável, com quem enfrento o inesperado, com quem me supero e me reencontro. É uma missão feita de entrega, de noites longas, de lágrimas discretas e de pequenas vitórias que nunca se esquecem. Celebrar este aniversário é, acima de tudo, celebrar o espírito de entreajuda, a força coletiva e o compromisso de estar sempre onde mais importa Obrigada a esta equipa por terem sido a âncora nos momentos mais duros e o sorriso nos mais pesados

Tenho um orgulho imenso em fazer parte desta equipa Obrigada, e parabéns a todos!

Catarina Jorge

25anosdaVMERdeFaro

PilaresdaEquipa 2000-2025

PatríciaCardetas

EnfermeiraVMER

Souenfermeirahá10anosenofinalde2024,deiinícioaumcapítulodiferentedaminhavidaprofissional: integreiaequipadaViaturaMédicadeEmergênciaeReanimação(VMER)deFaro

Desdemuitocedoquesempresoubequequeriaserenfermeiraesempreolheiparaaemergênciapréhospitalarcomrespeitoeadmiração.Eramaisdoqueuminteresse,eraumobjetivopessoaleprofissional. Acapacidadedeintervirnosmomentosmaiscríticosdavidadaspessoas,datomadadedecisão fundamentada,doraciocínioclínicoedeprestarcuidadosdiferenciadosemcontextosimprevisíveissempreme desafiou Sonhavaumdia,fazerpartedestasequipas

OdestinoquisqueomeuinícionaVMERcoincidissecomumadatamarcante:os25anosdaVMERdeFaro Começarestepercursonummomentotãosimbólicoé,paramim,umahonraeumprivilégio.Ésentirquefaço partedeumahistóriaconstruídaportantosprofissionaisque,aolongodedécadas,deixaramasuamarca atravésdaentrega,competência,humanidadeeprofissionalismo.Cadaumadeixandooseucontributoe partilhasqueseperpetuamatéaosdiasdehoje

Cadaativação,cadasituaçãovivida,cadavidatocadareforçaemmimacertezadequeestounocaminhocerto. Éumtrabalhoexigente,comsentidodemissão,trabalhodeequipa,resiliênciaepaixãopelaemergênciapréhospitalar.

Esteéapenasocomeçodaminhacaminhadanestaáreatãoexigenteeapaixonante.Quevenhammais desafios,maisaprendizagensemaisanosdeserviço,semprecomomesmopropósito:cuidar,intervirefazera diferença.

ParabénsàVMERdeFaropelosseus25anos.Éumahonrafazerpartedestahistória.

Patrícia Cardetas
Da esq para a direita: Cláudia Martins; Miguel Monteiro Patrícia Cardetas

VascoFernandes

EnfermeiroVMER

Comorecém-chegadoéumorgulhopertencer aestaequipafabulosa,eécommuitaalegria quecongratulotodososquecontribuíramao longodestes25anosparaservircom profissionalismoededicaçãotodososquede nósprecisamdiariamente.Quevenhammais 25semprecomomesmoespírito!muitos parabéns!

Comosmelhorescumprimentos

Evoluçãodas viaturas

Principais diferenças

25anosVMERdeFaro 2000-2025

Enfermeiro VMER,, Heli, TIP

Pedro Lopes Silva

25anosdaVMERdeFaro

Evoluçãodasviaturas

2000-2025

2000

VW Golf IV

1 6 16V

101 hp

10 9s

187 Km/h

Manual

Manual, sem ajudas eletrónicas.

Carro normal de 5 lugares, com 1 lugar de banco traseiro retirado

As malas eram presas com os cintos do carro

2001

Seat Cordoba Vario

1 6 16V

101 hp

11s

188 Km/h

Manual

Primeira VMER versão carrinha.

Aumento do espaço de carga e melhor arrumação

Contudo o desempenho era muito inferior ao anterior.

2004

VW Passat B5 Variant

1 9 TDI

130 hp

10 2s

201 Km/h

Manual/ Automática

Grande salto no desempenho.

Motor diesel TDI com uma força enorme

Algumas ainda desempenham a sua função como carro de reserva e contam com mais de 600.000 Km

25anosdaVMERdeFaro

Evoluçãodasviaturas

2000-2025

2007

VW Passat B6 Variant

2.0

206 Km/h

Automática DSG

Primeira caixa automática de dupla embraiagem

Melhoria significativa no conforto de condução e desempenho

Travagem soberba

Sistema de gavetas na bagageira facilitou imenso o acesso ao material

2016

VW Golf 7 Variant

Automática DSG

A mais rápida de todas!

Nervosa e de uma aceleração brutal

Contudo o sistema de travagem não acompanhava o desempenho associado ao peso da carga

Foi alvo de varias melhorias no sistema de travagem para a tornar mais segura

2021 Skoda Octavia Combi

Automática DSG

Uma agradável surpresa!

Segura, estável, rápida e confortável, Excelente arrumação do material

Paraalém daVMER

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

Testemunhos, Mensagens, Estórias, e muito mais

25anosdaVMERdeFaro

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

CarlosRaposo

ResponsáveldaDelegaçãoRegionaldoAlgarvedoINEM

Vinte e cinco anos são uma data importante na vida de uma instituição, e que merece ser celebrada. Sobretudo sendo os iniciais.

Assinalar estes 25 anos, com todas as saídas, todas as ocorrências, todas as vezes que fizemos a diferença ao respondermos presente e estarmos disponíveis para quem precisava, fosse doença súbita ou trauma, é incumbência de quem atualmente está de turno. E esta é uma grata tarefa! Os milhares de ativações ao longo destes anos (com dias mais de uma dúzia!) são bem o testemunho do esforço, dedicação, compromisso com o Serviço e espírito de missão dos membros desta Equipa. Entre outros exemplos, a taxa de operacionalidade serve de exemplo a nível nacional.

Acompanhei ao longo da última década o percurso da VMER de Faro em diferentes funções e papéis, incluindo como Operacional.

A sageza desta Equipa, a sua solidez, nunca perdendo o foco na excelência do serviço prestado, é motivo de larga celebração. Numa região com tão grande carência de Recursos Humanos, a robustez da equipa advém também, certamente, da sua capacidade de atração e aceitação de diferentes percursos pessoais.

Sou testemunha da permanente preocupação com a formação continua e atualização de procedimentos, com a produção cientifica e a sua divulgação.

É também de relevar a capacidade de imaginar, criar e fazer frutificar sustentadamente um aspeto muitas vezes descurado, que é a partilha de experiências e a produção de conhecimento cientifico. E não apenas na tradição oral, mas com a sempre exigente formatação em Revista Cientifica!

Comemoramos em Julho outra data marcante para o SIEM Algarve: a criação do CODU do Algarve.

Com efeito, só com uma comunicação, comando e controlo eficazes é possível prestar a assistência adequada às vítimas, cumprindo o desígnio de, para além de salvar vidas, colocar o doente certo no hospital certo, de modo célere e eficaz.

Deste modo, ao termos celebrado os 25 anos do CODU Algarve no dia 1 de julho, associamo-nos também à comemoração dos 25 anos da VMER de Faro, congratulando os seus médicos e enfermeiros, estendendo este reconhecimento a todos os demais operacionais do SIEM.

E englobando, de modo especial, que a data assim o propicia, todas as VMERs do Algarve.

Carlos Raposo - Responsável da Delegação INEM Algarve

25anosdaVMERdeFaro

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

Celebrar é também recordar os operacionais de que tanto nos orgulhamos.

As instituições têm de ter memória e recordar os seus construtores, pois só assim se faz perdurar o seu legado e se cria uma história com alma, onde a identidade de um serviço esteja bem consolidada e sirva de molde aos vindouros. Aos futuros Vmerista do Algarve, que aí estão a bater-nos à porta para integrarem esta Família!

E a riqueza dos seus Operacionais é o bem mais precioso das VMERS do Algarve.

Permitam-me a evocação de alguns momentos e companheiros de percurso, com quem tive a felicidade de partilhar vivências no Pré-Hospitalar. Desde logo, o sempre presente João Claudio, na sua Humanidade e Dedicação.

Foi uma Honra!

E também o José Leite, permanente exemplo de disponibilidade e entrega.

Muitos outros haverá (mas não querendo ser demasiadamente extenso) pelo que os englobo a todos neste cumprimento!

A população do Algarve reconhece a mais valia que é a presença da VMER de Faro nas horas de maior aflição e sabe que pode contar com o profissionalismo e dedicação destes Operacionais. As VMERs do Algarve estão totalmente integradas na sociedade, sendo um contributo importante na construção real e efetiva de um destino seguro.

É para todos um orgulho vestir esta camisola e integrar esta equipa. O INEM está tranquilo, porque sabe que está bem representado!

Parabéns VMER de Faro!

Aos seus Operacionais e à sua Coordenação, um Grande Abraço!

Cumprimentos.

Carlos Raposo jcarlosraposo@gmail.com

25anosdaVMERdeFaro

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

CAPIC

Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise

Há 25 anos dava os primeiros passos a VMER de Faro, um marco incontornável na história da emergência médica na região. Ao longo destas décadas, tem sido uma presença crucial nos momentos mais críticos, fazendo uma diferença profunda na vida de milhares de pessoas. O trabalho incansável dos médicos e enfermeiros que integram esta equipa é, para quem precisa, literalmente a diferença entre a vida e a morte um gesto, uma decisão, um cuidado e um sentir, que se tornam o tudo no momento certo. É impossível medir o impacto humano de quem escolhe dedicar-se, com competência e entrega, a socorrer o outro nos seus momentos mais frágeis Para mim, tem sido um verdadeiro privilégio acompanhar de perto esta equipa, testemunhar o profissionalismo, a humanidade e a coragem com que atuam E com a mesma certeza que celebramos este percurso, sabemos que continuarão, com a mesma paixão e excelência, a transformar vidas e a marcar para sempre o coração das famílias que tocam Os meus parabéns por este quarto de século de história e que continuem a escrever este livro de vida e vidas

Sónia Sousa CAPIC DRA

Bombeiros Municipais de Olhão

À equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Faro que completa 25 anos, quero expressar o meu mais profundo agradecimento pela vossa coragem, dedicação e profissionalismo Cada minuto da vossa atuação faz a diferença entre a vida e a morte e isso exige não só competência técnica, mas também uma enorme entrega humana. Obrigada por estarem sempre prontos, por responderem com urgência, por confortarem nos momentos mais difíceis e por serem uma esperança para tantos. Que continuem a ter força, resiliência e motivação para esta missão tão nobre de salvar vidas O vosso trabalho é um orgulho para todos nós!

Tiago Lima Bombeiro

T ago Lima Bombeiro

SIV Tavira

Ambulância de Suporte Imediato de Vida

Salvar vidas e minimizar as consequências que advém de eventos de doença súbita ou traumáticos é uma das premissas base da emergência pré-hospitalar e onde os cuidados diferenciados tem um papel basilar Esta atuação necessita de uma apertada articulação entre os diferentes intervenientes do Sistema Integrado de Emergência Médica e, na minha experiência profissional, entre as SIV e as VMER.

As sinergias criadas por estes dois tipos de meios, em complementaridade, na intervenção em situações de emergência, aportam as melhores probabilidades de sobrevivência às vítimas críticas.

Quando a colaboração se torna sinergia, o sucesso é inevitável.

Rita
R ta Abreu Enfermeira S V

25anosdaVMERdeFaro

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

Centro de Orientação de Doentes Urgentes

25 anos da VMER de Faro, 25 anos de parceria com o CODU Algarve – um marco na história da emergência médica pré-hospitalar No CODU, cada chamada é um apelo à vida Quando a situação exige resposta diferenciada, acionamos a VMER, estabelecendo a ponte entre a emergência e os profissionais no terreno Monitorizamos, acompanhamos e apoiamos a intervenção, garantindo a articulação entre os meios, sempre centrados na vítima Esta cooperação diária reflete um compromisso comum: salvar vidas com eficiência, rigor e humanidade. Que este aniversário celebre não só o passado, mas também a força da nossa missão conjunta.

Dan e Sem ão TEPH CODU Algarve
CODU Algarve

25anosdaVMERdeFaro

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

AEM Quarteira

Ambulância de Emergência Médica

Ao longo destes anos , tive a sorte e o privilégio de cruzar caminho com a VMER de Faro em inúmeras ocasiões Não são apenas uma equipa de emergência são uma extensão da esperança em momentos de grande vulnerabilidade Sempre disponíveis, sempre prontos, sempre profissionais Foram muitas as vezes em que fizeram a diferença Situações críticas, momentos de urgência máxima, onde cada segundo contava e onde a sua presença significou a diferença entre a vida e a morte A sua intervenção precisa, o saber técnico, mas acima de tudo a humanidade com que atuam, fazem desta equipa uma peça fundamental no socorro pré-hospitalar. Celebrar 25 anos é celebrar vidas salvas, famílias reconfortadas e um compromisso inabalável com o próximo. Obrigada por existirem. Obrigada por nunca falharem. Que venham mais 25, com a mesma dedicação e excelência. Parabéns.

CVP - Ambulância PEM

Ambulância Cruz Vermelha Portuguesa

25 anos VMER Faro – Um percurso de entrega, coragem e companheirismo

25anosdaVMERdeFaro

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

Ao longo destes 25 anos, a VMER de Faro tem sido uma presença firme e essencial no terreno. Como profissional de ambulância da Cruz Vermelha Portuguesa, tive o privilégio de partilhar muitos momentos com esta equipa – momentos intensos, marcantes, e que definem o verdadeiro espírito da emergência médica.

Em cada acionamento conjunto, em cada chegada ao mesmo local, há um olhar que dispensa palavras. Sabemos que a resposta vai ser rápida, competente e humana Sabemos que, ao lado da VMER, a vítima está em boas mãos

Ouvir as vossas sirenes é muito mais do que um som familiar é o sinal de que não estamos sozinhos, de que existe colaboração, profissionalismo e respeito mútuo É saber que há do outro lado quem partilha a mesma entrega e a mesma missão

A VMER de Faro não é apenas um recurso diferenciado É uma equipa de excelência, com quem aprendemos, com quem crescemos, e com quem partilhamos o mais importante: a responsabilidade de cuidar, de estabilizar, de dar esperança.

Parabéns pelos 25 anos de serviço. Que continuem com a mesma força, o mesmo coração no terreno e o mesmo compromisso com a vida. É uma honra partilhar convosco esta missão.

Diana Revez TAS

IntervenienteseColaboradores 2000-2025

Motociclo de Emergência Médica

Celebrar os 25 anos da VMER de Faro é mais do que assinalar uma data é reconhecer a dedicação, a evolução e o espírito de missão de todos os profissionais que a tornam possível Enquanto TEPH no motociclo de emergência médica, tenho o privilégio de chegar muitas vezes primeiro e iniciar a avaliação e estabilização da vítima, preparando o cenário para a chegada da equipa da VMER Ao longo do tempo, criámos uma ligação de confiança mútua que torna cada intervenção mais eficaz Já nos conhecemos no terreno, sabemos como cada um trabalha, e isso faz toda a diferença É uma honra fazer parte desta resposta conjunta, focada em salvar vidas.

TEPH Jorge Santos MEM Faro

25anosdaVMERdeFaro IntervenienteseColaboradores 2000-2025

SHEM – Serviço Helicóptero Emergência Médica

“Há encontros no terreno que ficam gravados não pelo ruído das sirenes ou o som das pás no ar, mas pela entrega silenciosa de quem está sempre lá A VMER de Faro é essa presença firme, há 25 anos. Em cada missão conjunta, sentimos que não estamos sozinhos. É uma honra partilhar este caminho com uma equipa que salva vidas com grande entrega e dedicação. Venham mais 25.”

Maria Luísa Melão Médica VMER, Heli

Da esquerda para a direita: Roberto Garcia Piloto; Solange Mega Enfermeira; André Pereira Mecânico; Luísa Melão Médica; e Gonçalo Baganha Piloto

25anosdaVMERdeFaro IntervenienteseColaboradores 2000-2025

Gabinete de Logística - GL

“Na logística, raramente somos o rosto visível da emergência mas estamos em cada quilómetro percorrido pela VMER de Faro. São 25 anos de histórias, de superação e de resposta pronta, onde garantir que ‘tudo funciona’ é o nosso contributo silencioso. Parabéns por uma trajetória exemplar Que os próximos 25 anos tragam ainda mais orgulho e missão cumprida ”

Francisco Mendinhos Coordenador Gabinete de Logística (GL), INEM

Da esquerda para a direita Gualter Cruz Enf Ludgero Santos Logíst ca Francisco Mendinhos Coordenador
GL Diana Martins TEPH; M lai Pa minha Enf Dav d Pelica Logíst ca Firm no Mart ns Log stica

FLUXOGRAMA

AFormaçãoda VMERdeFaro em25anos

2000-2025

Atividades Formativas da VMER Galeria Fotográfica

AFormaçãodaVMERdeFaro aolongotempo

Catarina Tavares

Enfermeira Gestora ULS Algarve, SUB Loulé;

Enfermeira Especialista Médico Cirúrgica

Enfermeira VMER Faro e Albufeira

A Formação em Serviço e Profissional é, desde sempre, um imperativo e um desafio da gestão das organizações e da gestão de recursos humanos, promovendo o desenvolvimento dos colaboradores, melhorando as suas competências e contribuindo até para o sucesso, competitividade e qualidade das organizações Constitui mesmo um investimento estratégico, promotor de dinamismo e inovação num mundo em constante evolução

A aprendizagem contínua no local de trabalho, com foco das formações relacionado com as atividades prestadas pelo trabalhador, é referenciada como impulsionadora de qualidade, espírito de equipa e desenvolvimento organizacional.

As vantagens da formação profissional, vão além dos processos de melhoria contínua. A retenção de talentos, o aumento de produtividade, a integração socioprofissional, são também benefícios evidentes para o crescimento e sucesso de uma organização, constituindo-se como processo transformador na eficiência organizacional. Um investimento que bem direcionado gera retorno significativo na missão de cada organização.

Para a implementação efetiva da formação profissional, é essencial:

Identificar as necessidades de formação dos colaboradores, para que o planeamento atenda a necessidades específicas;

Utilizar variedade de métodos, com a diversidade a incluir formações presenciais, online, e práticas para atender a diferentes estilos de aprendizagem;

Realizar avaliação contínua, para monitorizar o progresso dos colaboradores e avaliar a eficácia da formação

A Formação em Serviço das profissões de saúde, constituem parte do ADN profissional de todas elas.

Nunca foi diferente na Viatura Médica de Faro (VMER Faro), sendo desde sempre assumida pela equipa de enfermagem a responsabilidade de ter um plano anual de formação em serviço como para qualquer outro serviço de saúde da instituição, tendo em vista a melhoria contínua e qualidade dos serviços prestados nesta área da atividade pré-hospitalar.

AtividadesFormativas 2000-2025

Esteve desde o início presente a vontade de obter mudança capacidades, impulsionar conhecimentos, competências e a desempenho profissional na VMER de Faro. Neste completar de 25 anos de atividade deste serviço da Unid Algarve, pensámos ser interessante realizar uma breve reflexã formação em Serviço da VMER, revisitar as responsabilidades atrib e perspetivar o futuro

Como referimos, inicialmente a formação em serviço da V responsabilidade da equipa de enfermagem, não sendo du atividade partilhada em equipa multiprofissional. Após algun perspetivou-se o benefício de que a formação se realizasse d médicos e enfermeiros, uma vez que a partilha deste espaço p médico e 1 enfermeiro em cada saída para determinada ocorrê conjunta, uniforme e de acordo com a melhor prática e evid assertiva caso todos sejam alvo do mesmo conhecimento e sedimentado.

O Enfermeiro Célio Figueira, como coordenador inicial da VMER d inicialmente a formação em serviço da VMER de Faro desde o iníci ao Enfermeiro Sérgio Branco que a desenvolveu de forma bril conseguindo elevadas taxas de adesão dos Enfermeiros, o entusi nova e muito contestada até por outros colegas enfermeiros de o exigiam-nos muita resiliência e necessidade de demonstrar comp nossa necessidade na prática profissional.

De 2007 até 2010, esta responsabilidade foi atribuída ao Enferm mesma forma, com muito empenho, entusiasmo e vontade d atuação de acordo com a melhor evidência e prática profissional, inovação o início de uma formação de cariz mais prático, concilia teórica e a formação de prática simulada que foi chegando cada v saúde nesta época Recordamos particularmente a formação na á de eleição e expertise profissional Uma área que deixava a todos a e que até a equipa médica começou a sentir necessidade de se jun

De 2011 até hoje, a formação em Serviço foi-me atribuída Foi um muito ânimo e compromisso, uma vez que desde sempre me rev desenvolvimento e crescimento profissional das equipas e desempenho através desta metodologia de formação profissional.

Logo desde o início, reunimos com a equipa médica e sedime formação em serviço só faria sentido se desenvolvida de forma con Assim, nesta altura a coordenação da equipa médica da VMER d Bruno Santos foi designando ao longo dos anos elementos da equ valor aos objetivos definidos A nomeação da Drª Joana Magalhã do Dr Sérgio Pina, do Dr João Oliveira foram ao longo dos anos proporcionaram um desenvolvimento considerável de algumas m sempre pensadas de forma a permitir acréscimo de qualidade aos

25anosdaVMERdeFaro AtividadesFormativas 2000-2025

A sedimentação de uma formação de cariz mais prático, com prática simulada e refletida, com base em vários modelos que formos testando nestes anos, proporcionou muito sucesso e valor à nossa prática A reflexão sobre os dias, as horas, o modelo formativo de curta duração ou de duração mais prolongada A formação monotemática ou modular a ocupar dias inteiros, foram modelos que fomos testando ao longo do tempo A agregação de contabilização do tempo de formação em horário de trabalho e a sua transformação em créditos ECTS, foram também algumas inovações que tentamos fazer, associando-nos na altura à Universidade do Alagarve através do Algarve Biomedical Center

Estas contínuas inovações e tentativas de soluções mais criativas proporcionou-nos até 2020, obtermos taxas de adesão bastante interessantes e diferenciadoras comparativamente com outros serviços, sobretudo tendo em conta que esta atividade não constitui para quase nenhum profissional a sua atividade primária. 2020 e a altura pandémica, trouxe muitos desafios na área da formação, e levou-nos a também passarmos para modelos formativos diferentes do caráter presencial que estávamos habituados até esta época

A necessidade de introduzirmos soluções mistas relativamente ao online e presencial, a modelos mistos com as 2 soluções, foram pensadas pela necessidade circunstancial da altura, mas também pela nossa atenção à necessidade de impulsionarmos de novo a adesão à formação Inicialmente, foi uma solução com sucesso e com valor interessante, contudo, hoje constitui um desafio a rever e a percecionar a sua eficácia.

Vivemos na atualidade momentos de grandes desafios e questões relativamente à área formativa. A baixa adesão e pouca disponibilidade das pessoas até para serem formadoras, pese embora a influência na avaliação de desempenho profissional, são uma realidade que importa investigar e compreender.

Manifestamos estar atentos e continuar a procurar soluções formativas que nos permitam promover o benefício nesta área profissional, como garante de qualidade, eficiência e desenvolvimento de competências profissionais na atividade pré-hospitalar, procurando a inovação e retenção de qualidade profissional na VMER

A formação simulada in Situ, realizada de forma informal mas planeada através de guião, em cada turno de trabalho pelos elementos presentes, pode ser um desafio a considerar brevemente como inovação nesta área

Olhamos para o futuro com entusiasmo, mas sempre conscientes das dificuldades e desafios que aí estão.

Vozesda Comunidade

Uma rubrica especial que comemora o legado da VMER de Faro

Ao longo dos últimos 25 anos, a VMER de Faro tem sido um farol de esperança, rapidez e excelência no socorro de quem mais precisa. Nesta nova rubrica da LIFESAVING, "Vozes da Comunidade", celebramos não só uma data marcante, mas também as vidas que se entrelaçaram com o trabalho desta equipa incansável Aqui, acolhemos os testemunhos sentidos e autênticos das pessoas que, em momentos de emergência, encontraram na VMER de Faro a resposta certa, imediata, o cuidado de excelência e profissional que fez toda a diferença Cada voz partilhada nesta rubrica é um tributo à dedicação, à coragem e à humanidade dos médicos e enfermeiros que fizeram e fazem parte desta missão

Junte-se a nós nesta viagem de gratidão e reconhecimento, ouvindo as estórias reais de quem teve a sua vida tocada, e muitas vezes salva, por esta equipa que há um quarto de século escreve, todos os dias, novas páginas de esperança na nossa comunidade.

E desta forma, damos o pontapé de saída nesta viagem de memória, gratidão e reconhecimento, inaugurando oficialmente a rubrica "Vozes da Comunidade". Que cada estória aqui partilhada inspire outras e reforce o valor inestimável da VMER de Faro junto de todos nós.

André Abílio Rodrigues

Enfermeiro VMER,, SIV

25anosdaVMERdeFaro

“Era Agosto, um domingão escaldante, eu, tranquilo, em casa vendo um filme em família, escondido do calor, debaixo do ar condicionado.

Uma pressão no peito incomoda-me, um engulho, como dizia o meu avô, bebo água, lavo a cara, continua, piora, digo à minha mulher que algo grave se passa, será melhor ligar para o 112.

Mandam-me deitar, para não me mexer e aguardar pelo VMER.

Ui, agora é que vai ser, pensei, meia hora pelo menos.

7 minutos depois tinha a equipa médica a entrar pela minha porta, tal e qual super heróis (sem capa nem nada), ligam-me à máquina, confirmase, um enfarte

Espetam-me com morfina, ligam para a central, para o hospital, 15 minutos depois já estão a fazer-me um cateterismo

Numa época que é demasiado fácil falar mal, não me canso de contar a história, agradecendo tanto a qualidade como a rapidez de actuação

Em lugar nenhum do mundo seria atendido mais rapidamente do que fui e com isso, não só me salvaram a vida, como foram responsáveis por sobreviver sem sequelas.

Muito obrigado, serei sempre grato.

(#Nem todos os heróis usam capa) “

2000-2025

“Ainda era noite quando me dirigia para a paragem de autocarro, local onde tinha combinado com um colega para ir de boleia para o trabalho. De repente, reparei nas sombras das minhas pernas a moverem-se, de um lado para ou outro e senti um impacto de um automóvel e perdi a consciência. Acordei numa valeta submersa pela água, só tinha a cabeça de fora, ouvi vozes que aparentavam ser das pessoas envolvidas no atropelamento, mas que posteriormente abandonaram o local deixaram-me sozinha Sentia muitas dores e não conseguia mexer-me, acabando por perder a consciência novamente Posteriormente, ouvi outras pessoas a conversarem próximas a mim, sem distinguir se eram profissionais de saúde (médicos, enfermeiros ??), não percebi o que diziam, eram termos técnicos. E perdi os sentidos novamente e fui transportada para o hospital de Faro.

Fiquei dois meses e dezassete dias em coma no hospital, a situação era crítica e tinha muitas lesões e ossos partidos.

Recordo o momento de voltar a ter consciência de mim, foi quando um enfermeiro ia administrar um medicamento através de um cateter E do momento da minha mãe receber a noticia e informar o meu pai sobre o meu estado, e da felicidade deles

Posteriormente, deu-se início a um extenso e duro processo de reabilitação, durante o qual permaneci internada no CMRSul A fisioterapia foi um processo muito difícil mas consegui Eu tinha de ficar boa por mim, pelas pessoas que me socorreram e fizeram tudo para me salvar a vida.

Se não fossem eles não estava aqui.

Por isso, agradeço muito às equipas que me salvaram. O Estado devia dar mais valor aos profissionais de saúde.

Não devemos desistir, devemos de nos agarrar à vida e não desistir tão facilmente.

Deus dá as maiores batalhas aos seus melhores guerreiros

Agradeço a todos que me salvaram e que Deus os proteja sempre ”

REVISTADEEMERGÊNCIAMÉDICA

SCIENTIFIC

SEPARATA ESPECIAL 9º ANIVERSÁRIO

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