REVISTA DO LÉO 80 - DEZEMBRO DE 2022

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REVISTA DO LÉO REVISTA LAZEIRENTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536 NÚMERO 80 – DEZEMBRO – 2022 MIGANVILLE – MARANHA-Y “águas revoltas que correm contra a corrente”

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

REVISTA

DO LÉO REVISTA LAZEIRENTA Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076 98 9 8328 2575

CHANCELA

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 415 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, a que esta substitui (2017-2019), hoje MARANHAY – Revista Lazeirenta, já voltando ao antigo título de “Revista do Léo”; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Aos poucos, vamos perdendo nossas referencias do moderno esporte maranhense: desta vez foi Biguá quem nos deixou...

Este último mês será um pouco prejudicado, pois estive na estrada por 17 dias, compromissos familiares e visita ao neto... acompanhar os acontecimentos esportivos em São Luís ficou difícil, pois nossos jornalistas esportivos só têm olhos para o futebol, dito profissional, e os demais esportes ficam à mingua de notícias; além do que, estamos no final de temporada\ano...

Trago mais uma luta tradicional portuguesa – Os pauliteiros de Miranda/Trás-os-Montes; na sua descrição, como na luta dos paus, podemos encontrar a raiz de nosso maculelê ou mesmo o uso do cacete na capoeiragem.

Damos continuidade ao desvendamento da memória da Capoeiragem, “quando a capoeiragem iniciou”, buscando nos jornais de época inserções sobre essa luta/arte, nos diversos estados. Ao final, um livro...

Li, nesses dias, diversos artigos sobre a Capoeira(gem) e seu início – registros – de diversos autores e todos teimam em não reconhecer que São Luís está entre as cidades em que essa manifestação tem seu início; só se referem ao Rio de Janeiro, Salvador, alguns Recife... o que esse pessoal tem contra o Maranhão? Bairrismo? Preconceito? Falta de estudo mais profundo?

Até o momento, depois do Rio de Janeiro – Corte – vem o Maranhão, com registro em jornais da época: os primeiros relatos se referem à Punga dos Homens, uma Capoeira primitiva, e outras manifestações, como o Batuque, ainda na década de 1820, muito embora o maior de todos os historiadores maranhenses traga uma manifestação no início dos 1700, o que certamente os distúrbios daquela época, causados pelos escravos do Bispo, do Governador, e da população certamente não eram golpes de capoeiragem... mas quem sabe?

O que temos, efetivamente, que a entrada de escravos, provenientes da África, nesses anos dos 1600/1700 deramse por quatro portos, principalmente: Pernambuco, então capital do Estado Colonial do Brasil, depois, Salvador, nossa segunda Capital, e Rio de Janeiro, nossa terceira Capital... E São Luís, seguido do de Belém, então as capitais do Estado Colonial do Maranhão e Grão-Pará... Devemos lembrar, também, que quando da (re)conquista das possessões portuguêsas em África, naquele momento sob domínio holandês, foram maranhenses os comandantes da conquista, após a expulsão dos batavos do Maranhão, e levaram com eles mais de 5.000 índios Timbira no exército “português” então formado. Os Gingas, aliados dos holandeses, fugiam quando viam as tropas portuguesas, com os Timbiras à frente, devido à capacidade de luta de nossos índios... quem sabe??? Não se sabe se esses índios retornaram ao Maranhão, depois da reconquista... Os Gingas, capturados, foram trazidos como escravos...

E Pelé morre... aos poucos vamos perdendo nossas referencias no Esporte...

E temos uma Ministra ... JoãoZinho teceu loas, cheio de esperança, vislumbrando dias melhores para o Esporte brasileiro... pergunto: vão deixa-la trabalhar? Fico na expectativa de quem serão os Secretários... Temos vários profissionais competentes, ligados ao PT, que poderiam voltar... será? Aguardemos o próximo mês...

UM PAPO
LEOPOLDO

EXPEDIENTE 2

EDITORIAL 3 SUMÁRIO 4

ESPORTE(S) & EDUCAÇÃO FÍSICA & LAZER

LUIS LINZMAYER GUTIERREZ

5

HABLANDO DE EDUCACIÓN FÍSICA 6 CONGRESSO RETOMA EXIGÊNCIA DE AVAL DO MEC PARA DIPLOMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 7 MORRE BIGUÁ, UM DOS ÍCONES DO ESPORTE MARANHENSE 8 ENTREVISTA COM BIGUÁ - 2001 9 Algumas notas /resultados 30

OSMAR GOMES DOS SANTOS

VAI TE CATAR! 36 OSMAR GOMES DOS SANTOS

ALGUNS CAEM DE PÉ, OUTROS... 37 AUREO MENDONÇA

O VIANENSE CAMPEÃO BRASILEIRO. 39 DIMAS 41 LEO LASAN

BOLAS NO BREJO 70. 42 ÁUREO MENDONÇA

JOÃO BATISTA MELO 45 ÁUREO MENDONÇA

FUTEBOL DA BAIXADA MARANHENSE DE LUTO! 47 REI ZULU A PROCURA DE ADVERSÁRIOS 48 LÉO LASAN

UM POUCO DA HISTÓRIA DO CAMPO DE BOLA DE PARAIBANO. 49 54

KATIA RUBIO

SOBRE A DERROTA EM TEMPOS DE COMPETIÇÃO 55 KATIA RUBIO

O DIA EM QUE O BARÃO CHOROU 57 RAFAEL CASTELLANI ABELEZADOJOGO,DOFUTEBOL,E SUAIMPREVISIBILIDADE 58 ALBERTO MURRAY NETO

SUMÁRIO
E OS CLUBES
LEOPOLDO GIL DIULCIO VAZ QUANDO A CAPOEIRAGEM COMEÇOU... 61 ATLASDOESPORTENOMARANHÃO 210 NAVEGANDO, COM JORGE OLIMPIO BENTO 212 ACONTECENDO: 219 219 HISTÓRIA(S) DO MARANHÃO 220 OS ÍNDIGENAS QUE AJUDARAM PORTUGAL NA CONQUISTA DO CEARÁ PAULITEIROS DE MIRANDA: OS GUERREIROS DANÇANTES DE TRÁS-OS-MONTES 221 FRAN PAXECO: MEMÓRIAS & RECORTES 223 ACADEMIA MARANHENSE DE CULTURA JURÍDICA, SOCIAL E POLÍTICA OUTORGA MEDALHA FRAN PAXECO A PROFESSORES DE DIREITO Por Aquiles Emir 226 números publicados 228/ 232
SYLVIO DE MAGALHÃES PADILHA
EM SÃO PAULO 60

ESPORTE(S) & EDUCAÇÃO FÍSICA & LAZER

LuisLinzmayerGutierrez

RETOMA EXIGÊNCIA DE AVAL DO MEC PARA DIPLOMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Da Agência Senado | 15/12/2022, 15h27

Proposições legislativas

• PL 2486/2021

• VET 38/2022

O Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira (15) um veto parcial do presidente da República à Lei 14.386, de 2022, que trata da regulamentação da profissão de educação física. Esse veto retirava da lei a exigência de que os detentores de curso superior tenham seus diplomas oficialmente autorizados ou reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

A Lei 14.386/2022 teve origem no PL 2.486/2021, projeto de lei que foi aprovado no Senado no mês de junho.

Quando apresentou o veto, o Executivo argumentou que o dispositivo contrariava o interesse público ao indicar apenas o Ministério da Educação como entidade competente para validar essa diplomação, o que causaria prejuízo aos detentores de diplomas emitidos pelos demais sistemas de ensino que compõem a educação nacional.

“Ressalta-se que os cursos superiores oferecidos por universidades estaduais, distritais ou municipais, incluídos os de educação física, não se submetem à autorização ou ao reconhecimento do Ministério da Educação. (...) As IES [Instituições de Ensino Superior] públicas criadas e mantidas pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios serão vinculadas ao respectivo sistema de ensino, sem prejuízo do credenciamento para oferta de cursos à distância pelo Ministério da Educação”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro na justificativa do veto.

Além dos detentores de diploma de educação física, podem atuar na área os formados em cursos superiores de tecnologia conexos à educação física (como os cursos de tecnólogo em educação física ou de tecnólogo em gestão desportiva em lazer) e os que tenham comprovadamente exercido atividades próprias dos profissionais de educação física até a entrada em vigor da Lei 9.696, de 1998.

Lista

Por outro lado, o Congresso manteve a parte do veto que não reconhece a competência do Conselho Federal de Educação Física (Confef) de estabelecer, mediante ato normativo próprio, a lista de atividades e modalidades esportivas que exigem a atuação desse profissional.

Ao justificar esse veto, o presidente alega inconstitucionalidade em tal incumbência: “O dispositivo viola a previsão de que somente a lei pode limitar o exercício profissional, conforme o disposto no inciso XIII do caput do artigo 5º da Constituição, o qual assegura o livre exercício de qualquer profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Também haveria, segundo o Poder Executivo, reserva de mercado que privilegiaria esses profissionais em detrimento de outros. Além disso, diz o presidente, a Lei 9.696, de 1998, que regulamenta a profissão, já estabelece as competências dos educadores físicos.

Tanto os itens mantidos como os rejeitados pelo Congresso (citados acima) faziam parte do veto parcial 38/2022

Conselhos

O projeto que deu origem à Lei 14.386/2022 foi apresentado pelo Executivo para sanar controvérsias judiciais sobre a criação dos conselhos federal e regionais de educação física que haviam sido criados por iniciativa do Congresso Nacional por meio da Lei 9.696/1998, apesar de tal incumbência caber ao governo federal.

CONGRESSO

Ficou determinado que caberá aos conselhos regionais registrar os profissionais e expedir suas carteiras de identidade profissional, arrecadar taxas e anuidades, julgar infrações e aplicar penalidades, além de fiscalizar o exercício profissional como um todo, dentre outras obrigações. Enquanto o Conselho Federal de Educação Física ficará com os valores pagos pela inscrição dos profissionais e das pessoas jurídicas e com 20% das anuidades, os conselhos regionais terão 80% das anuidades.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

1955 - 2022

Perdemoshoje,umdosresponsáveispelodesenvolvimentodedesportomaranhense: EdivaldoPereira Biguá, chegou ao Maranhão como atleta, fez sucesso e passou a treinar equipes campeãs. Daí a evolução foi constante; árbitro, técnico, dirigente e ultimamente, desenvolvendo com sucesso o trabalhodejornalismonogrupoMirantedecomunicação.Tevecomocompanheiraaatletaejornalista TâniaBiguá.Obiguá,foiumgigante,emproldoesportemaranhense,emespecialoVoleibol,esporte onde,comodirigentechegouatéaCBV,ondeexerciaafunçãoderelaçõespúblicas.Segueempaz meuamigo,oesportemaranhense,ficaemdébitocontigo!

Laercio Elias Pereira BiguáfoimeuestudantenoginasioeatletadehandeboldaGMeseleçãodeSãoCaetano.Quandofui proMaranhão, nocomeçode1973, puxei oBiguápraapitarosJogosEscolaresemsetembroeelejá ficou,comaforçadoClaudioVaz. Aindaatleta viroutreinador, depoisjornalistaeoficialmente, com todasashonras.CidadãoMaranhense.ADeus!

ENTREVISTA COM

EDIVALDO PEREIRA

BIGUÁ,

REALIZADA NA

SEDE DA FEDERAÇÃO MARANHENSE DE VOLEIBOL, NO GINÁSIO COSTA RODRIGUES, NO DIA 04 DE JULHO DE 2001 COM INICIO ÀS 10:07HS.

L- Nome?

E- Meu? Edivaldo Pereira Biguá.

L- Idade?

E- 46.

L- Data de nascimento?

E- 25 de setembro de 1955.

L- Local?

E- Pernambuco. Caruaru – Pernambuco.

L- É... Pernambuco!?

E- (risadas) de nascimento. Com meses, com questão de seis meses, sete meses de idade, eu fui para São Paulo e a minha família me criou lá.

L- Filiação?

E- José Guilhermino Pereira da Silva e Maria Pereira da Silva.

L- Formação?

E- Terceiro grau, em andamento.

L- Fazendo o curso de... ?

E- Direito.

L- Você fez ...?

E- Jornalismo.

L- Curso profissionalizante?

E- Não, fiz jornalismo, desculpa jornalismo e direito em andamento e técnica de esporte, né.

L- De onde vem o apelido Biguá?

E- interessante, vem de São Caetano do Sul, em São Caetano do Sul com mais ou menos 8, 9 anos de idade, que eu comecei a me envolver com esporte, com Basquetebol, naquela época ... não me recordo bem, na época do Beatles, 70, 71, aí - eu tinha um professor de basquete láJoão Francisco Brás -, que era o professor da seleção brasileira de basquete inclusive, e eu usava o cabelo todo franjinha tipo os Beatles né, e ele olhou para mim assim, no meio de toda a turma e disse: "você tem algum parentesco com índio ?" – Não sei, eu precisava sondar. - Aí, ele disse, procura saber com seus pais, porque você parece um biguazinho. Aí o pessoal já começou dali, já pegou o apelido de Biguá, né. Aí eu cheguei em casa e conversei, realmente com a minha mãe, e minha mãe disse que era, sim, era neta de índia e o meu pai é descendente de português, então ficou caracterizado e depois, no treino seguinte eu confirmei para ele que tinha essa ligação e ele disse na frente de todo mundo que Biguá, na língua Tupi, era Pequeno Índio; por isso que

ele botou esse apelido em mim, um apelido que já se tornou nome, já é acoplado ao do meu filho, à Tânia, a minha mulher, já se tornou nome, já deixou de ser apelido, tanto é que meus próprios pais, se você entrar em contato com eles em São Paulo e procurar o Edivaldo, vai ser difícil deles saberem (risos), mas Biguá com certeza! (risos).

L- Como se deu o envolvimento com esportes?

E- Então... deu mais ou menos assim, eu sempre fui, por ser arrimo de família e por ser de família muito pobre, retirante, vinda do interior de Pernambuco para capital de São Paulo ,,, eu, desde os 7, 8 anos de idade eu sempre trabalhei, então nessa época eu me recordo bem, eu engraxava sapato, eu mantinha um ponto perto de uma padaria na minha casa em São Caetano e eu engraxava sapato e ganhava a minha grana legal, dava para eu ir para minhas matinês, eu ajudava a minha mãe, meu pai. E eu, engraxando sapato de uma pessoa, essa pessoa começou a me falar de esporte, perguntando se eu não praticava nenhum esporte. Todo mundo sabia que eu jogava muito bem futebol, era uma coisa assim de sangue, os meus tios jogavam, eles me levavam para assistir jogo deles e eu gostava de jogar futebol, aí uma pessoa disse, olha lá no Lauro Gomes de Almeida, que é um ginásio, que hoje se chama Rubens Feijão, no Complexo Esportivo da Cidade de São Caetano, estavam abrindo assim uma série de escolinhas, né, aí o cara disse, porque você não vai tentar lá jogar, jogar basquete, joga alguma coisa... Taí ... interessante, eu fui, fui com essa pessoa, a gente chegou lá me inscreveram na escolinha de basquete e para você ter uma idéia, interessante, agora uma coisa que vem assim na minha cabeça ... quem era primeira técnica que eu tive ? foi a Norminha. Norminha é o maior nome do basquetebol feminino, né, Norminha segurou a barra de toda uma geração e eu não sei te dizer, coisa de Deus, Deus foi quem me botou no esporte, é menos de um mês, eu era o chodozinho delas, elas tinham um time. Elas tinham um time lá em São Caetano, era a Norminha, Marlene, Delci, Elzinha, essa duas técnicas hoje, que estão trabalhando no Vasco, né e a Simonne, essa cantora, então eu passei a ser mascote desse time, aonde elas iam, aonde iam, em qualquer lugar, elas me levavam, era o mascote delas, né, e eu fique, eu vivi basquete assim 8 anos de idade, eu vivi intensamente basquete até os 14 anos.

L- Apesar da altura?

B- É, mas nessas categorias de base ... eu fui convocado pela Seleção Brasileira Pré- Mirim, até 12 anos de idade, nessas alturas eu tinha saído de São Caetano, esse seu Brás ..., seu João Francisco Brás que era, a Norminha já era técnica das escolinhas, técnico das equipes do São Caetano Esporte Clube, era o Brás que era ligado também ao Pinheiros em São Paulo, então quando o pessoal se destacava em São Caetano, ele levava para o Pinheiros, em São Paulo; e assim ele me levou, me levou para lá, eu fui o primeiro camarada, chamado do interior, a ser convocado para uma seleção paulista de basquetebol; isso foi interessante, eu com 11 anos de idade estava na fase pré-mirim, quando eu voltei da seleção tinha faixas, tinha faixas e mais faixas na minha cidade parabenizando Biguá. Já era Biguá, Biguá já era conhecido, a marca Biguá já estava bem clara, né, ai aconteceu um fato interessante, quando eu sai do Pinheiros, eu... Você conhece São Paulo, tem um clube Esperia, tem um rio que é o rio Tietê, que separa os dois clubes, o Esperia e o Tietê, né, e o camarada do Esperia queria me levar para lá e o Pinheiros Clube me liberou, naquela época, eu sei hoje como funciona o basquete, você podia até não ter a autorização do clube para transferir, mas você tinha que cumprir um estágio, era coisa assim de dois anos, eu ia para o Esperia, batia a minha bola, fazia tudo, ganhava meu dinheiro, mas não jogava oficialmente, aí interessante que nesse intercâmbio, veja como as coisas acontecem, eu, paralelo ao basquete, continuei jogando futebol em São Caetano; tinha dois clubes grandes que trabalhavam com base, na época era dente de leite, era Cerâmica São Caetano, clube que funciona até hoje e General Motors, clube que funciona até hoje, meus primeiros passos com o futebol, com o General Motors, em, em ... eu joguei no General, eu era meia esquerda, com o dez nas costas, né e era o destaque no time e a rivalidade era São

Caetano e General Motors, calhou do Corinthians ir fazer uma apresentação em São Caetano, Corinthians - Federação Paulista de Futebol -, contra o então SAAD - SAAD era uma empresa que tinha em São Caetano e era o time da cidade, que hoje é o São Caetano Esporte Clube -, ai, na preliminar botaram para decisão do campeonato dente de leite, General Motors e Cerâmica São Caetano, nós ganhamos de 2 X 0, dois gols meus, e existia um camarada no Corinthians, chamado Pardinam, capitão Pardinam, era o preparador técnico do Corinthians, ele me convidou imediatamente para ir para o Corinthians, nasci grande no futebol.

L- Daí é que vem tua paixão pelo Corinthians?

B- Sim, já era, né (risos), então essa foi forte demais, ai eu fui para o Corinthians e fui treinar em..., e o meu treinador na época era o Luisinho, aquele pequeno polegar que entrou na história do futebol do Corinthians e eu fiquei assim, uns 13 anos, 12 anos, até uns 2 meses, 3 meses até deu completar os 17 anos, aí paralelo, como eu tinha parado o basquetebol, eu jogando futebol, eu acabei conhecendo Laércio Elias Pereira.

L- Não foi da época da GM ? Laércio era funcionário da GM ... ( conversação confusa entre os dois)

B- É isso que eu estou te falando, paralelo a isso, paralelo ao futebol, paralelo ao futebol, eu conheci o Laércio de nome, porque a Nádia (Pereira, foi professora da UFMA, hoje vive na Suíça), a mulher dele dava aula no Colégio em que eu estudava, a Nádia dava aula, Moacir (Moraes da Silva, também foi professor da UFMA, hoje aposentado), esse nosso companheiro Moacir dava aula lá para gente, no Instituto Educacional onde eu estudava, coincidentemente os dois grandes nomes do esporte que saíram desse colégio, foi eu e Hortênsia, Hortêncinha do basquete. Hortênsia tem uns 2 anos, 3 anos a menos do que eu, e era assim, fã de carteirinha nossa, e fazia atletismo, depois optou pelo basquetebol...

L- Mas ela fez handebol, também...

B- Mais o primeiro esporte dela, foi o atletismo...

L- E o técnico era Laércio...

B- É, ela fez handebol, ela fez handebol, porque eu era a estrela naquela época, aonde eu quero chegar, aí o Laércio disse: - Por ter um cara habilidoso aí que sempre jogou basquete. Laércio estava montando a General Motors de Futebol, aí deram o meu nome para ele, Marcão ... Marcão, Marcão velho, Marcão barbudo ... (Marcos Antônio Gonçalves, trabalhou no antigo DEFER e hoje, na SEDEL - ver entrevistas), Marcão me pôs nos jogos escolares daqui ... tem um baixinho que desarruma, né, no meio batendo bola, aí ele me chamou para ir. Aí aconteceu outro fato interessante, em menos de um ano de treinamento na General Motors, eu fui o único cara do Interior de São Paulo, convocado para a seleção Paulista de Futebol, aí eu me destacava. Ah sim, eu sempre tive, assim muita garra e determinação, eu era muito atento, esperto, eu para você ter uma idéia, minha mão até hoje não pega uma bola de handebol, eu jogava com ela solta, mas eu fazia passes assim , então inclusive no livro que ????? colocou tem uma foto minha que eu comecei a criar alternativas de arremesso, já que eu não tinha altura para arremessar, não tinha potência no arremesso, né, eu matava esses caras em colocadas, eu comecei a inventar o arremesso por trás, eu ia na projeção dos três primeiros e no terceiro passo, eu virava, ali no início eu comecei a correr dois riscos, o primeiro risco era que se a bola batesse no, no defensor, eu não sabia na verdade o rumo que ela tomaria, eu poderia pegar um amarelo, advertência ????, isso criou, quer dizer foi criado um estilo ????, - Cara tem que tomar cuidado que ele vira com facilidade! Eu comecei a me aperfeiçoar, aperfeiçoar, aperfeiçoar, eu fazia até no ar, eu pulava e virava assim????, foi um sucesso, em São Paulo foi um sucesso; em São Luís, quando eu cheguei, então foi um Deus nos acuda, esse ginásio aqui inteiro batia palma para jogada que

eu fazia, então eu paralelo conheci ele (Laércio); então, me envolvi no esporte muito cedo, nessa época também conheci, Vítor Matsudo (Médico, especializado em Medicina Esportiva, Presidente do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul, o maior especialista brasileiro na área); Vítor estava no Colégio Brasileiro Ciências de Esporte e ele tem uma participação fundamental na minha vida, porque o seguinte: Meus pais nunca puderam estar muito tempo comigo, meu pai tinha que se virar, meu pai trabalhava no lixo, trabalhava num caminhão de lixo da minha cidade, recolhia lixo na minha cidade, lá em São Caetano, e minha mãe, analfabeta, era de ficar em casa, coitada, não tinha idéia! Meus tios que levaram os meus pais para lá, meu tio inclusive foi vereador 16 anos lá na minha cidade, meu tio dizia assim: "Toma cuidado com esse menino, esse menino vai tender para a malandragem".

L- Futebol, estilo futebol.

B- Futebol, aquela coisa toda, porque você deixa esse menino muito solto e tal, então eu fiquei com aquilo guardado em mim: por eu não vou ser, eu não vou ser, não quero, não é por esse lado, nunca me envolvi, nunca fumei, nunca me envolvi com tóxico, nunca fiz esse tipo de ... eu tenho assim a cabeça extremamente limpa, aí hoje eu sou exemplo da família, né, até para o lado dos meus tios mesmo, hoje eles me paparicam para cacete.

L- Como entrou ... tomou contato com o Maranhão, convite de quem?

B- Laércio Elias Pereira, eu não ... em 1973, dez de ... para ser preciso ele contatou comigo no dia 08 de setembro de 1973, foi contato maluco, nessa época paralelo atividades políticas eu sempre pensei 15 anos na minha frente, impressionante, eu sempre visualizei coisas adiante, então como é que eu podia ganhar dinheiro com 15, 16 anos sem ser empregado; só existia uma forma de eu conseguir fazer... essa foi interessante, Leopoldo, a FAAP, Fundação .... Penteados, lá em São Paulo super conhecida, eu comecei a ir para lá com um amigo, que o amigo faltava demais as aulas e ele ficava num desespero para pegar cópia, para pegar não sei o quê, que perder aula não dá. Eu disse, pôr, porque a gente não vai ganhar grana? A gente vai, pede para os professores o material e a gente transforma em apostila e a gente vende semanalmente todas as aulas da semana, aí nós mantivemos um convênio, para você ter uma idéia, esse meu amigo era uns 2 anos mais velho do que eu, ele já tinha uma visão empresarial até melhor do que eu, ele foi na direção da FAAP, no Centro Acadêmico da FAAP, conversou com os caras e fez um acordo financeiro, que os Centros ganhariam e nós também, só que a responsabilidade era nossa, nós...ele entrou com dois mimeógrafos, na época era em mimeógrafo mesmo, não tinha esse negócio de cópia não, a gente começou a pegar material dos professores, transformava isso em apostila e toda Segunda-feira, a gente soltava todas as aulas da semana anterior, com isso nós ganhamos muito dinheiro, mas não foi pouco não, era muito dinheiro, era tanto dinheiro que a gente se dava o luxo de sair do Pacaembú, que a FAAP fica lá do lado do Pacaembú, até São Caetano de taxi, por que a gente tinha grana. Eu, para você Ter uma idéia, eu mudei todos os móveis da minha casa, primeiro que eu morava num cortiço, cortiço, literalmente um cortiço, era um... eles chamavam lá em São Paulo, quarto-cozinha, um banheiro fora de casa com tudo, aí eu consegui convencer o meu pai de alugar uma casa, bem melhor na mesma rua, ele alugou essa casa, eu era o responsável para pagar essa casa, mas já uma casa decente, uma casa com um mínimo de conforto, banheiro interno, quarto, cozinha, aí eu nesse serviço, eu consegui mobiliar a minha casa inteira, inteira, cada vez que eu chegava com um presente para minha mãe, era uma coisa assim fantástica, quando todo mundo pensava pôr dentro, o meu espirito sempre foi dinheiro, eu não queria nada de ficar ali, eu queria era aventura, né, eu queria conhecer, eu tinha assim paixão, loucura para conhecer, viajar, eu sempre tive. Aí paralelo Laércio virou, dia 08 de setembro, virou para mim e disse: "Quer ir para o Maranhão no trem?" - Virei, como? - Vai Ter os jogos, primeiros JEM’s 73 e eu preciso levar uns caras para apitar, ai tu vai apitando handebol, tu queres ir? - Aí eu disse, quando? ele disse: depois de amanhã nós teremos que tá lá, não dá nem tempo de tu pensares! Ai eu disse: tô nessa. Eu nunca tinha andado de avião, nunca! Eu disse:

como é que nós vamos? não, o cara vai mandar passagem, tudo de avião. De avião!? Porra eu não queria nem saber quanto eu ia ganhar, se eu não ia, eu queria era andar de avião, né. Eu digo tô no clima, aí que é interessante ... foi que eu cheguei em casa, ai eu disse para minha mãe, para minha mãe e meu pai. – "Olha eu vou embora, vou passar 15 dias no Maranhão, lá, 15 dias". Não, pelo amor de Deus, não faz isso, teu emprego? Pô eu quero mesmo e é isso que eu quero e foi o meu primeiro ato como homem, foi ai que eu cresci, que eu cresci, só de pensar em ir para o Maranhão, eu cresci.

L- Você tinha quantos anos na época?

B- 17.

L- 17! Era menor de idade?

B- Menor, meu pai teve que dar autorização para mim e tudo, né. Meu pai nessa época, como nordestino já, é aqueles caras assim valentes, ele conseguiu ser delegado na minha cidade, indicado! Não era delegado formado, o cara já botou ele lá, ele tomava conta do policiamento toda noite da minha cidade, sabe ele venceu também na vida, por conta própria, aí eu disse: "Meu pai, quantos anos o senhor tem?" Ai ele disse: tantos. Minha mãe...? minha mãe aos berros: tantos. Eu disse: vocês já viveram, deixem eu viver um pouco, eu quero descobrir a vida, me deixem fazer isso. Ai meu pai disse assim: meu filho pode ir, você cresceu. Não pode ficar tranqüilo, eu não vou lhe dar trabalho, nunca o senhor vai ter uma reclamação minha, o senhor não, não vou me envolver em toxico e eu sempre toquei um pouquinho de violão, ai eu disse: não se preocupe, em qualquer lugar que eu chego, eu com o meu violão, qualquer lugar que eu chegue, sozinho eu não fico, porque se você chegar em qualquer lugar e começar a tocar um violão para você, alguém vai querer encostar, vai querer cantar alguma coisa com você, vai pegar o violão, né. Aí ele disse: legal. Eu sei que no dia 10, eu estava aqui com o Laércio, desceu eu, Laércio ... eu, Laércio, o rapaz, o professorzinho de ... Milton, usava uns óculos pequeninho. L- Não lembra o nome completo dele?

B- Não, o nome completo dele, eu não lembro. Milton, Laércio, eu, Milton, Laércio... uns três, nós três, ai descemos a primeira cara que manteve contato comigo, foi o J. Alves (José Faustino Alves, jornalista esportivo, aposentado - ver entrevistas), chegamos lá, lá estava J. Alves com um fusquinha da Difusora, fazendo reportagem, já dando em primeira mão, que nós tínhamos chegado, ai chegamos aqui, coincidentemente eu fazia aniversário no dia 25 de setembro e o JEM’s estavam rolando, foi a primeira demonstração de carinho do Cláudio Vaz, comigo, aí o Ginásio Costa Rodrigues lotado, lotado, lotado, ai ele parou o jogo e me deu um agasalho completo do Maranhão, me fez de presente, o ginásio inteiro cantando parabéns à você e eu, eu comecei a me agradar desde o começo, porque eu vim apitar handebol, mas de tanto eu me envolver com esporte, os caras chegavam aqui, pôr tem que colocar o Biguá, porque eu estava, eu impunha respeito, mas respeito não era imposição, eu apitava independente, eu não sabia o que falavam A ou B ou C, para mim eu estava lá apitando, colaborando com todo mundo, eu acabei apitando as 3 finais de handebol, final de basquete e final de voleibol.

L- Se diz que você veio para jogar handebol, na realidade você veio para arbitrar o JEM’s?

B- Não, eu não vim para jogar handebol, eu vim para arbitrar o JEM’s em setembro, ai aconteceu o fato interessante, no último dia de JEM’s...nós tomamos conhecimento que iria ter o primeiro Campeonato Brasileiro de Juvenil de Handebol, até então - presta atenção -, em julho deste mesmo ano que eu cheguei. Ai é que quando o Laércio disse assim, pô vai ter o primeiro campeonato brasileiro de handebol juvenil, vai ser em Niterói, vai ser final de novembro, em Niterói. Nós estávamos em setembro. -Aí, por, tu queres ficar para jogar?

L- Ai que Viché vem?

B- Não, deixa eu acabar de concluir ... Ai o Laércio disse, você não topa ficar? - Não, Laércio, eu trouxe pouca roupa, eu não trouxe nada para ficar aqui, eu não tenho nada para ficar aqui. Ai Alemão - Cláudio Vaz -, disse, "não seja por isso, eu te dou toda roupa, te dou tudo, vamos te dar tanto por mês, te damos comida, tudo o que quiser a gente te da". "Pô, mais eu tenho que voltar para São Paulo, eu não avisei meus pais". Não se preocupe, o que você precisar nós faremos. Eu falei - tá legal; ai Laércio disse: "Só que nós temos que trazer mais, só você não vai dar para segurar essa barra, porque o seguinte, em julho no JEB's em Brasília, a Seleção Paulista foi campeão Brasileira e o Maranhão foi 18o com todos os gatos que você possa imaginar, com os Rubinhos da vida (Rubem Teixeira Goulart Filho), Gafanhoto (José de Ribamar Silva Miranda), Paulão (Paulo Roberto Tinoco da Silva), Carlos (Carlos Roberto Tinoco da Silva, irmão de Paulo) e Hermílio (Nina), todos os gatos que você possa imaginar, nós conseguimos 18o lugar; ai Laércio disse: Como é que a gente faz? Eu disse: Faz o seguinte, me arruma passagem e vou até São Paulo, eu vou conversar com meus pais e eu trago o Turco e Dugo que eram meus companheiros na General Motors. Laércio disse: Porra, bem pensado. O Viché (Vicente Calderoni, professor de handebol. Da UFMA, hoje), nessa época jogava no Juvêncio, não jogava com a gente não. Ai Laércio disse: Legal, legal. Ai, eu fui para São Paulo, contei a história para meu pai e minha mãe, eu vou voltar para o Maranhão, convenci o Turco e Dugo.

L- ????????

B- Turco e Dugo, eram dois colegas.

L- Não lembra o nome dele? Só apelido?

B- Não..., só apelido - Turco e Dugo, não lembro não -. Ai o que acontece, o seguinte, eu vim na frente e eles ficariam de vir depois, eles estavam estudando, nós estudávamos no mesmo colégio, era no Colégio Barcelona, já nessa fase, aí eles vieram, aí nos fomos para o Brasileiro. Laércio, técnico né, e nos fomos árbitros do brasileiro, quando nós chegamos lá para nossa belíssima surpresa, nós conseguimos o 3o lugar do Brasil. Você sai do 18o em julho, em novembro você em 3o lugar no Brasil, né, ficou São Paulo, Minas e Maranhão, daí que começou a ... a força do handebol no Maranhão, ai onde entra o Laércio com o Viché, eu fui para, para... eu sai daqui, antes de ir para o Campeonato Brasileiro, para encontrar com os caras em Niterói, eu fui para São Paulo, pô precisamos arrumar um cara para trabalhar para gente, como técnico, porque o Laércio sempre foi uma pessoa de idéias, sempre foi uma pessoa de execução, então ele nunca gostou de ser técnico de handebol, ele sempre em todo lugar que ele passou, o seguinte, ele monta uma equipe de handebol, ele vê quem é o liderzinho, quem é o cara que pode botar para frente, ele larga e vai embora, ele sempre foi de projetos, né, ai eu estava conversando com ele, ele disse: "Porra a gente podia trazer Viché para cá, aquele cara do Juvêncio, aquele cara sabe, conhece as coisas"; "Quando eu for agora em São Paulo, eu convido ele". E quando eu fui para São Paulo, para me encontrar com a Seleção lá em Niterói, ai eu falei com Viché, falei olha: "É assim, assim, ... nós vamos disputar um campeonato, agora, você esta a fim de ir para o Maranhão?"; Viché vinha passando por uma serie de problemas, lá na família dele e com ele próprio também, nessa época e foi interessante ele ter saído de São Paulo, ele estava envolvido em barras pesadíssimas em São Paulo, pesadíssimas a ponto de matar, de morrer; aí surgiu exatamente o lido, ele falou porra eu vou, aí ele veio comigo para Niterói; ele já começou a ajudar o Laércio na parte técnica, e em Niterói ele já veio com delegação do Maranhão para cá e eu e Laércio fomos para São Paulo; fomos para não voltar mais, eu fui para não voltar mais, já conhecia a Tânia, com cinco dias que eu estava aqui, já eu estava namorando Tânia, mas eu tinha dito para ela...

L- Época depois, Santa Teresa?

B- Mas eu tinha dito para ela - "Olhe, não sou daqui, não pretendo ficar aqui" - mas eu deixei bem claro - eu acho que por isso ate que ela gostou da minha sinceridade ... acredito ..."não pretendo

ficar aqui, agora, se você quiser que a gente fique namorando, a gente vai namorar, agora não tem, não posso de dar esperança nenhuma", ai, quando chegou nessa época que eu fui para São Paulo. RISOS. Ai já não era mais a minha praia, RISOS. Ai não era, não era, nem eu tinha telefone na época na minha casa, nem Tânia tinha. Quando começamos a trocar, é... dezembro inteiro, ai veio janeiro cara não dá é mais isso para mim, ai eu já achava. Já não tinha nada haver comigo. Eu saia para conversar com meus colegas e eu achava que o papo era muito vazio, eu já não era mais aquele negocio para mim. Ai de repente Cláudio Vaz me liga, ele ligou, ele ligou, eu tinha desse meu tio que era vereador que ficava uns 400 metros da minha casa, então a pessoa ligava para lá e dizia - "Olha, fala para ele estar ai dentro de uns 10 minuto que eu ligo de novo", né, eu lembro ate o numero do telefone ate hoje 442-6778, hoje não existe mais esse numero, ai foram me avisar e eu fui lá, esperar o telefonema dele. Ele disse, "Olha, nos estamos com um projeto aqui de trabalhar firme no handebol, estamos querendo que você venha, você vai trabalhar com as escolinhas" - e era tudo que eu queria né, só que eu, eu não sei to passando por dificuldade, e ele de novo abriu, me favoreceu tudo.

L- Ai, já se estava em 1974?

B- Já, inicio de 74, inicio de 70...

L- Você lembra quem era os jogadores daquele time que participou do juvenil em Niterói?

B- Lembro sim, eu lembro até do time titular, era, como é Chicão esse que era o goleiro, esse que é do Tribunal de Justiça Esportiva do Maranhão, Chicão eu era o armador, Chicão, Tião, eu , Chicão, Tião e Zeca, Zeca irmão de Hermílio, né.

L- Zeca?

B- Zeca, ai era o Phil, Phil, Roberto Carlos, Phil, Roberto Carlos esse era o time de base né, porque os outros todos eram gatos, jogaram no juvenil de julho, mas não tinham idade, o Laércio nesse ponto, eu aprendi bastante com ele, não abria mão mesmo, entendeu, tem idade, tem, não tem, não joga, acabou vamos partir para outro. Agora interessante que em 74, ai caminha com grande força o handebol, né, 74 quando nós, eu cheguei aqui de novo, já o Viché já estava aqui, morava aqui no Costa Rodrigues, eu passei a morar ainda um tempo com ele e eu trouxe, há não desculpa, era Horácio, eu trouxe o Horácio comigo.

L- Lembra o nome dele completo?

B- Não, era Horácio...

L- Ninguém lembra o nome completo do Horácio!

B- Era Horácio ...

L- Nem Sidney, Laércio, ninguém, ninguém, ninguém, nem Marcão ...

B- Não, era Horácio...

L- Horácio era aquele que teve um tempo envolvido com droga, né?

B- Teve tudo, todo tipo que você possa imaginar. Houve uma época que ele era tão maluco -, ele e Viché - tão malucos a nível de drogas, tão malucos, a gente morava aqui e eles estavam já procurando formas de misturas de cogumelo com não sei o que, eles criavam, quando não tinha grana para ficar comprando drogas né, eles criavam e Laércio..., o Horácio, o pai dele era vicepresidente do General Motors, cara, grana para caralho, ele tirou atestado de pobreza, aqui quando viajou, vinte e poucos países, depois que a gente tomou conhecimento aonde ele estava. Ele chegou um dia em casa, de volta de uma dessas viagens malucas dele, descalço e cheio de bicho de pé, nós pés, ele era um cara assim, completamente pirado, agora diferente de Viché. Viché sempre foi, é... eu defino... arrogante, né assim. Ele não, ele era completamente passivo,

para ele estava tudo bem, pô, se tem comida esta ótimo, se não tem tudo bem. A gente foi várias vezes ...

L - Várias vezes????

B - várias vezes a gente só tinha grana ou para ir ou para voltar, da Cohama para cá, Costa Rodrigues, então normalmente a gente vinha andando para voltar de ônibus.

L- Moravam naquela casa do Marcão, lá perto da caixa d’água ?

B- É, morava Laércio, eu ...

L- Já não estavam mais aqui, na São Pantaleão?

B- Não, não, São Pantaleão foi em 76, não, São Pantaleão foi em 76, foi depois, nessa época morava Nádia, Laércio, eu Viché e Horácio.

L- E Lino na esquina, depois...?

B- Não, isso foi depois...

L- Ah! Isso foi depois?

B- Foi depois....

L- Ah! Então vocês tiveram duas vezes na Cohama?

B- Duas vezes, duas vezes, mas isso foi depois, isso já foi em 77, em 76, 77. Isso já foi bem depois e o interessante que nessa época, só para você ter uma idéia, junto com os dois caras que eram caretas dentro de casa, completamente caretas, era eu e o baixinho, Laércio, a Nádia, o Viché e o Horácio, eles começaram a se voltar contra mim, mais não é se voltar no sentido maldoso não, eles não começaram a me aceitar no grupo, porque eu não compactuava, eu não compactuava com as atividades, entendeu? Eu achava, por exemplo, que se eles quisessem fazer, como acho até hoje, quem quiser fazer que faça, pode fazer perto de mim, faça o que quiser, contando que não me force a fazer uma coisa que eu não ... eu fui doutrinado mentalmente, eu me doutrinei mentalmente a antes de mais nada, bloquear qualquer coisa que fizesse mal para o meu organismo, naquele tempo eu não pensava jamais em outra coisa, ai começou haver uma reação, uma reação dos três, ai eu disse - olha! esta na hora de eu pular fora, até para pular fora eu fui inteligente. Ai nós começamos, resolvemos a dividir um apartamento, interessante, dividimos um apartamento ali no Oscar Frota, eu com o Gil (Gilmário Pinheiro), ai eu comecei a me separar, é comecei a ter vida própria, né, viver independentemente, é e se existia uma mulher que eu queria assim, fosse minha, era a Nádia, a Nádia para mim era modelo de mulher, né, aquela mulher que aparentemente era, era carinhosa, era dengosa e ao mesmo tempo, dez minutos depois precisava desmontar um motor de um fusca, ela desmontava e montava, ela para mim era um tipo de mulher que eu gostaria de ter como companheira o resto da vida. Só que a convivência vai fazendo com que você veja os defeitos das pessoas que estão próximas de você ... que você né, ai eu comecei realmente a me separar, eu não concordava com algumas atitudes, principalmente dela estar com o Laércio, eu achava que ele não merecia as atitudes que ela tomava e eu sempre fui, eu tenho uma profunda gratidão, um profundo respeito pelo Laércio, nem ele tem idéia, ele não tem idéia do elo sentimental que une a minha pessoa a ele, ele próprio não tem idéia, ele já tomou as vezes, tomou alguns partidos contra, contra mim, favorável a outras pessoas, mas que nem isso, em hipótese alguma desmancha o sentimento que eu tenho por ele, de gratidão, de amizade, de reconhecimento, do cara fantástico que eu acho que ele é. Nós somos politicamente hoje, hoje não de uns tempos para cá, politicamente nos somos completamente diferentes (risos), ele segue na linha dele, eu sigo na minha, mas eu respeito ele, como era diferente a relação dele com Viché, a relação dele com outros caras.

L- Bom, você já falou como foram os primeiros tempos. E como foi a aceitação do pessoal da terra, Phil, Luís Fernando, Paulo, Carlos, Gafanhoto?

B- Interessante, interessante, essa foi interessante. Eu sempre tive muita facilidade de fazer amizade, eu entendo que o ser humano não pode viver sozinho em situação alguma. Eu jamais poderia viver sozinho na minha vida, eu sinto a necessidade de tratar bem as pessoas, como adoro ser tratado bem, né, então uma das, uma das formas em que... para você ter uma idéia, minha aproximação com o grande líder da época, era o Phil, houve uma época em ... já isso foi em, Meu Deus do Céu! Houve uma época em que o Phil..., o Laércio, levou o Phil para passar um tempo lá em São Paulo, tá, o Phil se relacionou muito bem comigo, eu que levava ele para o meu colégio para treinar, eu que era ..., então a gente já tem uma amizade formada desde São Paulo né, mas aqui chegando, ele era o rei, tanto é que ele entrava por último nos jogos, tinha uma musiquinha em cima daquele Phil Maravilha, né, ele era o grande, a torcida cantava, ele, ele era um dos caras mais ricos da cidade né, a mãe dele tinha aquele... um Centro de Línguas "John Kennedy Center, ele era, sempre foi uma pessoa muito bonita né, era um partidão né e era um destaque no esporte, em tudo que ele fazia, não era só no handebol não, ele era muito bom no basquete, o problema que ele teve na mão dele foi jogando tênis de mesa no Jaguarema né, que ele caiu por cima dos vidros, para tentar pegar um saldão na bola, ele sempre foi muito bem em todas as modalidades. Ai começaram a criar um clima, quem é melhor, Biguá ou Phil? E eu não queria essa competição, nunca quis essa competição, nunca quis. – Porra Phil a gente não tem nada de ver, que provar quem é o melhor, queremos jogar na seleção, mas foi-se criando essa expectativa, foi se criando e Laércio então fez aqui uma olimpíada no ????? Bastos, ele pegou a seleção de handebol e colocou dois caras para ser cabeça de cada equipe e nivelou as equipes e nesse time ficou eu e Tião e nós acabamos formando o Tupan, o Tupan ???? a gente, nós pegamos e juntamos mais os meninos das escolinhas e outras meninos formamos nosso time e assim cada qual formou o seu, menino, que teve no Jogo Biguá contra Phil, finalmente Biguá contra Phil ia acontecer e um aué na cidade, imprensa não sei lá, não sei o que lá e eu já estava com a Tânia, já estava de volta, ai Tânia: pó não tem nada a ver. Ai eu disse: minha filha hoje eu vou jogar, porque eu sei um pouco mais, eu nunca quis esse confronto, mais já que aconteceu, eu vou jogar o que eu sei e com certeza um pouco mais. Meu amigo, eu acho que Deus em iluminou demais naquela noite, eu fiz o que você... e com um detalhe - Tião bêbado do meu lado, trebebado no vestiário no Costa Rodrigues, eu dizia, Negão, porra, porque você fez isso, cara ?, hoje, cara, você podia fazer qualquer dia, mais hoje cara, hoje cara, você podia fazer qualquer dia, mais hoje que eu estava..., eu precisava demais dele (risos), hoje, ai eu comecei, como eu o conhecia desde o tempo das seleções, eu sempre fui capitão da seleção, eu porque você sabe que tem jogares se você abre a boca com ele, reclama no mínimo que por ele se apaga e tem outro que as vezes você tem que mexer no brio do cara, para o cara né e Tião era desses..., Tião até hoje é desses cara que você disser assim, eu duvido que você faça isso, ele vai se esborrachar mais ele vai querer mostrar para você que ele é capaz de fazer, é uma forma de suprir todas, todas as deficiências dele de pele, de pobreza, de né. Ai eu disse para ele - "filho da puta (risos), tu vais ter que jogar, porque tu não vai me deixar nesse sufoco sozinho, olha como é que esta esse ginásio assim porra", ai eu comecei, tudo que eu podia agredir ele, eu fiz, rapaz ai ele virou para mim e disse - "vou te mostrar". - eu digo: "não mostra porra nenhuma, tu é um fuleiro rapaz." Meu amigo, o que nós dois jogamos, foi um absurdo, nós ganhamos..., conquistamos a competição, saímos aplaudidíssimos, de pé, o ginásio inteiro aplaudindo a gente. O próprio Phil veio conversar comigo, Luís Fernando jogava no outro time, também vaio conversar comigo, o Rubinho. Eles tinham um time forte, mais assim mesmo a amizade continuou distante, eu continuei dando as minhas alinhas de handebol, eu dava aula no Colégio Santa Teresa e fui jogar com o time no Liteiro no domingo de manhã, contra o Colégio Batista que era dessa corriola, menino não é que chegou um determinado momento lá que os dois árbitros lá do Colégio Batista, um até já morreu, irmão de Chico Neto, Otávio ele até morreu, ai não sei o que aconteceu, eu me exaltei com Tadeu, Tadeu quis bater em mim, eu não, eu nunca fui... isso daí

eu sou boníssimo, agora eu não presto zangado, eu zangado..., hoje não, hoje eu tenho outra filosofia. E ele veio me agredir e eu agredi ele, quando eu agredi ele, veio São Luís inteiro para me agredir, agora era porrada de tudo quanto era lado e eu sem saber de onde receber essas porradas e Rubem, Rubinho Goulart, sempre foi muito zangado, por trás assim... me deu uma porrada que abriu o meu lado e eu não vi, eu só vi ele, quando eu passei a mão aonde estava sangue, eles estavam tomando cerveja assim né, eu sai correndo, peguei duas garrafas de cerveja, quebrei as garrafas, agora cômico, chegou até a ser cômico, eu sozinho com duas garrafas quebradas na mão correndo atrás daquele monte de gente (risos), mais era um monte de gente correndo, eu ali queria matar alguém, eu fiquei possesso quando eu vi sangue, isso foi no domingo. Ai, interessante que todo mundo dizendo, São Luís inteira, na praia, na, na segundafeira Rubinho disse; que a hora que te encontrar vai te encher de porrada e ele é, sempre foi forte, sempre foi zangado, sempre foi..., Ah meu Deus, não se tu te lembra, aqui tinha um goleiro chamado Chico, Chico é um pessoa extremamente conhecida ai, era do Marista. Eu estava..., segunda-feira á noite eu tinha que dar aula, aqui na minha escolinha de handebol, eu estava na casa de Tânia, aqui na rua do Outeiro, quando eu to saindo para vim para cá, Chico chega lá ... pelo amor de Deus, não vai no ginásio que Rubinho esta lá e disse que hoje tu não escapa, que ele só vai se contentar na hora que ele te quebrar (risos), ai eu digo rapaz, eu só tenho duas alternativas, ou eu vou embora para São Paulo, ou eu vou lá enfrentar a fera e já. Eu já tinha um certo domínio da casa da Tânia né, que eu vivia lá, e o pai dela tinha um revolver que ele deixava sempre num mesmo lugar no banheiro, eu tinha uma taça da Federação Paulista de handebol, grande numa sacola, eu fui lá peguei o revolver e botei dentro da taça, sem ninguém saber, segunda quando eu cheguei bem aqui na porta, Viché estava aqui. Ai Viché foi lá na porta, rapaz vai te embora que os caras querem te matar; rapaz os caras vão te encher de bolacha. Ai eu disse: Viché eu não posso, eu tenho que vim, porra. Ai quando Viché esta falando comigo, vem uma turma, Luís Fernando, Rubinho, Rubinho na frente, Rubinho assim...(risos), foi interessante que ele chegou e disse assim: O que é que tu andaste dizendo ai? Porque como estava ouvido muito boato, eu realmente disse; olha eu não tenho medo de nenhum deles, se vier um por um, eu vou na porrada, não pode vir é de muito, porque não tem como, mais um por um, pode enfileirar, eu vou brigando com um, brigo com outro e eu brigava mesmo , era danado de briga. Ai ele disse: o quê que tu andaste falando? Ele veio em direção a mim e eu meti a mão dentro da minha bolsa, né. Eu digo olha, eu digo o seguinte: que se vier um por um, pode enfileirar, pode enfileirar que nós vamos para o pau, agora se entrar mais de um, eu meto e botei o revolver assim, na testa dele, eu meto uma bala na tua cabeça rapaz (risos), do jeito que ele estava assim, ele... sabe quando você da aquela esfriada, eu digo e não estou brincando, professor parece que... é dedo de Deus, não teve mais briga, não me perturbaram nunca mais, Rubinho hoje, até hoje tem uma consideração fortíssima por mim, já aconteceu em outros anos passados os JEM’ s e eu como técnico do Batista, ele também ligado ao Batista, de gente querer me ofender verbalmente e ele brigar com as pessoas. Quer dizer, eu acho que foi coisa de Deus, dedo de Deus, assim para um doido, tem que chegar um doido e meio, tanto é que posteriormente eu cheguei a ser técnico das Seleções, principalmente a adulta né e todo mundo dizia assim: rapaz só pode ser tu o técnico da Seleção, porque Rubinho só respeita a ti, todo mundo ele esculhambava, gritava, não sei o que lá, como técnico... qualquer um, se tirasse ele do jogo então, Ave Maria, antes dele sentar, ele esculhambava tanto o técnico, como a comissão técnica, mas quando era eu não, eu digo é dedo de Deus, foi assim que eu me aproximei (risos).

L- Como é que você deu essa passagem de atleta para técnico?

B- Eu vejo o seguinte, mais um vez eu invoco o baixinho, o Laércio, é, é... naquele momento em que nos estávamos aqui, a missão nossa não era só jogar, era propagar a nossa modalidade e espalhar o handebol pelo Brasil, a oportunidade surgiu aqui no Maranhão, ai um pouco de história de Dimas, quando Dimas trouxe para cá o handebol e que foi bem aceito pela comunidade, que Laércio quando chegou encontrou esse movimento, ele se sentiu responsável para poder

propagar isso. Qual seria a melhor forma? - Que você jogasse, atraísse o público e que você trabalhasse isso e ai vem, porque que deu certo aquele trabalho e hoje não dá certo? Hoje não dá? – eu vou dizer claramente, eu sempre tive mesmo limitações técnicas e não conhecimento, o meu conhecimento didático, eu não era formado, eu era um ex-atleta, eu não tinha, eu não estava preocupado, eu dizia sempre dizia isso, até disse isso, até a ultima vez para o Victor lá em São Caetano, a minha preocupação enquanto técnico de escolinha, não é professor! É como técnico de escolinha, em primeiro plano era fazer com que o atleta, a pessoa que procurasse o handebol, gostasse de handebol, eu sempre discuti isso com eles, depois que ele gostasse da modalidade, que um profissional fosse trabalhar a parte física, a parte...você entendeu? Eu continuo achando até hoje isso, eu acho que quem vai para uma escolinha, a primeira intenção dela é ver se gosta da modalidade, qualquer que seja ela, ai sim, gostou da modalidade ? decidiu - É isso que eu quero!? Ai eu acho que essa pessoa deva partir para uma... fazer teste físico, fazer uma avaliação, teste de não sei o quê, então eu por ter essa facilidade de fazer amizade, de conquistar as pessoas, eu sempre gostei de trabalhar com escolinhas. Inicialmente quando um garoto ou uma garota se destacava na minha escolinha, nós tínhamos um técnico, que é o técnico até hoje, que é o Viché, Viché é detalhista, Viché é aquele cara que o pivô, tem que ficar com um pé todo plantado no chão e o outro só na ponta do pé, para ganhar mais intuição, ele tinha esses detalhes que eu não tinha e o Laércio não era nenhum, nem outro, era de organização, Laércio era daquele cara que você ia para o Estádio Nhozinho Santos, para preliminar de Sampaio e Moto, com jogadores de handebol de campo, naquela época e em 15 minutos se montava um campo de handebol dentro do Estádio, se jogava, todo mundo aplaudia, a gente tirava tudo e voltava o segundo tempo, começava e disso ele mandava a noticia para folha de São Paulo, para o Jornal do Brasil, de repente o Maranhão começou a aparecer com a grande cidade... São Luis como a grande cidade do handebol do nível nacional, ai então, ai é que ainda naquela época, não era só na tua época, tinha que existir, eu por exemplo fui responsável direto por implantação do handebol no Colégio Zoe Cerveira, no colégio Rosa Castro, no Colégio Santa Teresa, vários colégios pequenininhos entendeu? Eu fui responsável por implantar, ai comecei a dar uma de Laércio, que eu era instruído por ele, aonde você ia, passava seis meses no colégio, ai você pegava aquela pessoa e deixava, por exemplo Zoe Cerveira? Ficou o Mangueirão que até hoje sobrevive do handebol, No Luís Viana, ficou o Rubilota. Cada lugar a gente foi deixando um, criando um técnico, o que aconteceu até chegar de a gente conquistar o campeonato brasileiro.

L- Técnico, para jornalista esportivo?

B- Ah! Esse foi interessante. 1976, para ser exato em 1975. Em 1975 veio jogar aqui uma equipe de basquete do interior, Franca. Que hoje é Franca Marantã, era Franca na época não me lembro qual é..., basquete masculino e Magno Figueiredo trabalhava na rádio Timbira. ai Magno Figueiredo queria transmitir esse jogo, mais não sabia como transmitir esse jogo, não saia mesmo. Ai ele conversando aqui, Cláudio Vaz disse para ele – Porque você não pega o Biguá para te ajudar? Biguá conhece? Porra então eu vou chamar ele para comentar, porque nesses jogos de basquete e handebol se você tem um cara que conhece a modalidade, a cesta do esporte, esse negócio, você acaba sabendo. Se valeu ou não é outra história, deixa com o comentarista, então essa foi a primeira experiência no rádio, rádio timbira com Magno, nessa transmissão do basquete. Ai aconteceu um fato interessante, em 76 eu fui para São Paulo, 76 eu fui para São Paulo, quando eu voltei em 77, ai o Magno continuava na rádio Timbira e Edvan Fonseca também, o Edvan Fonseca foi o companheiro de ????, ai eles disseram, porque a gente não faz, não era criar um programa de esporte amador, era dentro do programa dele, reservar lá três, quatros minutos para falar do esporte amador, só que o amador que eu entendia naquela época, que eles até hoje ainda relutam, eu entendia que fosse de A à Z, nos esportes, eles entendiam como futebol amador, era Rio do Cachorros ganhando do São João e isso eu não queria fazer, eu queria colocar o esporte..., as outras modalidades e eles começaram a me abrir

espaço e eu comecei a usar esse espaço... usar espaço, ai da Rádio Timbira; me convidaram para fazer o Jornal Imparcial, ai foi a primeira página do esporte amador surgindo, só do esporte amador, exceção do futebol, já misturando várias modalidades, tinha uma coluninha que era de futebol amador, ai começou essa coisa do jornalismo esportivo, ai eu, eu era diretor de esportes do Colégio Batista, nessa época em 82, a rádio, a TV Cidade ia inaugurar, 82 então a família toda de Vieira da Silva, todas as filhas, estudavam no Colégio Batista, eu tinha sempre acesso á Fabiano (Vieira da Silva), mais o Fabiano. Ai o Fabiano disse - "olha eu tô inaugurando uma televisão e eu quero que você vá fazer um programa de esporte amador, só amador, não fala nada de futebol". Pô mais eu não sou jornalista, eu não tenho... eu não sei nem falar em microfone, pelo amor de Deus! Ele disse - "não, nós estamos fazendo um curso na TVE, qualificando o pessoal para poder trabalhar"; ai eu fui fazer o curso na TVE para ganhar a condição de radialista, ai fui. Ai quando chegou, interessante o único pior momento que eu passei na minha vida financeiramente em São Luís. O pior momento que eu passei e foi aonde eu, eu também nunca mais tive dificuldade. Nesse momento eu estava tão entregue ao Colégio Batista, tão entregue que o Colégio Batista estava falindo, só para você ter uma idéia, o próprio Lino, companheiro nosso comprou telefone meu, eu tinha dois carros, vendi, eu tinha..., eu não tinha nada, eu estava acabando com tudo e endividado. Uma vez no domingo de manhã um cara passou lá na frente da minha casa e disse: "sabe aqui quem quer vender uma casa? Ai eu falei olha..., ai mostrei a casa para ele, se você se interessar eu vendo essa. Ele disse, quanto? Eu disse trezentos cruzeiros, sei lá. Ele disse, posso dar a resposta amanhã? Pode! Isso foi no domingo, na segunda-feira de manhã, Fabiano me leva para a televisão. Olha, vai começar o JEM’s, faz tudo que você imaginar, faz do JEM’s..., da uma cobertura no JEM's, esta aqui um cinegrafista, esta aqui um carro, esta aqui não sei..., te vira e eu fiz de tudo nesse JEM’s, tudo, tudo, a gente botava jogo na íntegra na televisão, a gente fazia tudo e o cara voltou no final da tarde lá em casa. Ai ele disse, olha quero lhe fazer uma proposta, eu lhe dou 150 mil cruzeiros agora e lhe dou um cheque para 30 dias, 150 mil. Eu digo, não vamos fazer o seguinte, 30 dias passam rápido, você no final de trinta dias, você vem aqui e me dá os 300mil reais e eu passo a casa para você, perfeito? Tranqüilo, o cara concordou, tal e eu fui para o JEM’s, trabalhei 15 dias no JEM’s, quando acabamos de fazer a cobertura do JEM’s, era Elir Gomes, primeiro ano de GEDEL, SEDEL, Fabiano disse assim: vem cá vamos comigo, me botou no carro dele, entramos lá na SEDEL era ali na rua de São João, por ali. L- Isso foi em 79?

B- 79, não 82, foi o ultimo ano de ... L-???????

B- ????? inaugurou em 82, ai chegamos entramos lá com Elir. Ai ele disse, Fabiano disse: Elir, gostou do trabalho do garoto? Ai ele, poxa que bom e tal, Oh foi ótimo Dá uma gratificação para o menino, rapaz, a televisão não quer nada não, da gratificação para ele, o menino trabalhou muito. Ai ele disse: Quanto? Rapaz eu não sei chama seu Vinhais, (aquele velhozinho de cabeça branca), seu Vinhais vamos dar uma gratificação ai para o Biguá, pelo trabalho que ele fez, ai na televisão e tal. Ai Fabiano disse assim..., ele disse assim, quantos? Fabiano disse assim... juro por Deus, Fabiano disse assim: Ah! dá 400 cruzeiros para ele. Ora eu queria vender a minha casa por 300? Dá 400 cruzeiro para ele. Professor, eu estava na cadeira assim... eu nem engolia, eu dizia Jesus meu, por dentro né, será que isso é meu, é verdade! Professor eu saí da Sedel com um saco de Lusitana de dinheiro e Fabiano, ele fez que antigamente se pagava no Banco do Estado, através de uns boletos, assim grande, você ia no banco do Estado, você sacava o dinheiro né. Fabiano disse não rapaz, manda um continuo ir buscar essa porra desse dinheiro. E não é que foram buscar rapaz!? Ai quando eu voltei que eu cheguei para o Fabiano. Eu disse: Fabiano? Ele disse: É teu, você mereceu, eu não quero um tostão. Imagina! Por isso que eu to te falando, eu sai da pior fase da minha vida, reconstruir a minha vida, continuo na casa que eu

moro até hoje e Deus foi tão bom comigo, para você ter uma idéia que até no Colégio Batista... Que ai o Fabiano disse: agora você vai trabalhar comigo. Ai nós criamos o "Esporte no Seis", um programa semanal, ai eu fui lá no Colégio Batista e falei para o professor Figueiredo, contei a história para ele. Professor olha, senhor me perdoa mais eu to indo, to interessando em outra área, Fabiano disse assim, assim... E ele disse: para mim é o seu ramo. Figueiredo disse:, é o seu ramo, você tem que trabalhar é com isso, você, você se dar bem com as pessoas, você se relaciona e eu vou lhe ajudar. - Eu digo ótimo! O que o senhor vai fazer? Ele me deu tudo..., em demitiu, me demitiu. - Olha! Eu vou lhe demitir, você tem direito a tudo, vá reconstruir a sua vida. Ele me demitiu, eu fiz tudo de lá para cá e nunca mais passei dificuldade nenhuma, você vê que coisa!?

L- Dimas ... Qual foi sua vivência com ele desde que chegou, teve alguma influência na sua vida de atleta? E depois como profissional de esporte?

B- na minha vida de atleta não, não porque eu já tinha uma...

L- A vida de atleta, aqui no Maranhão, pegou a fase de Laércio, Dimas já tinha saído do handebol?

B- Não, não, a vida de atleta aqui, ele, ele se admirava de ver eu jogar, mas eu to te falando, ele não me influenciou em nada, eu não fiz handebol aqui por causa do professor Dimas, agora com absoluta certeza eu convivi muito tempo com ele, aprendi muito com ele, é, é até a forma simples, humilde que ele sempre se direcionou aos atletas, eu nunca vi, o tempo que eu convivi com o Dimas, eu nunca vi ele destratar um atleta, nunca, nunca vi ele chegar e, e se..., ficar zangado com o atleta; poxa você errou, que absurdo, não nunca, eu fiquei abobalhado de ver, nesse JEM’s ele trabalhar no banco de dois colégios, ele era o técnico dos dois colégios, técnico do Batista e técnico do Marista e não ter confusão, não ter nada, quer dizer ele sempre foi uma pessoa assim, que eu vi, que dá forma como eu vi, muito simples, uma pessoa tranqüila, uma pessoa que mereceu e merece até hoje a minha consideração, os meus respeitos por ele, não vi ele trabalhando com o handebol, não vi, eu te digo, não..., ele nunca deu um treino para mim, eu nunca vi ele dando um treino, quando eu vi o Dimas, já foi em, em confronto, colégio contra colégio, não sei o trabalho dele como era desenvolvido, sei de histórias, sei de histórias, sei até das limitações dele, porque ele, ele não trouxe uma técnica do handebol. Handebol é assim, assim, como fez com a ginástica olímpica né, mas para ele, para o handebol foi importante nossa chegada aqui, porque acrescentou em cima do movimento que ele havia provocado, do nascimento do handebol, nós conseguimos colocar a vitória, porque ninguém se espelhou em perdedor, né, exemplo taí, o rumo da nossa vida, então quando a modalidade passou a se destacar no Brasil, ela passou a ter um número de adeptos absurdo, nós chegamos, isso não é nenhum absurdo, nós chegamos a ter campeonato de rua de handebol, tudo quanto era bairro se praticava handebol, mas porque? Porque tinha uma geração vencedora, uma geração que todo mundo se espelhava né, hoje infelizmente o handebol não está nesse patamar, você vê que hoje no país o segundo esporte mais bem visto pela federação, pela própria população é o voleibol, vai para uma olimpíada, bem ou mau ganha cinco medalhas. O voleibol é campeão da liga mundial, voleibol, quer dizer, ai você começa a ver o Guga, o Guga é um espelho, tirou o tênis da penúltima colocação, ????, quarta, quinta colocação do cenário nacional, hoje as pessoas falam de tênis com...,não com tanta desenvoltura, mais pelo menos conhecem né, então eu acho que teve essa importância da implantação dele e o segundo grande passo foi ele permitir humildemente como sempre foi, que chegasse um grupo e que desse continuidade ao trabalho dele, ele percebeu que nós não estávamos aqui para é... derrubar qualquer coisa que mesmo de errado ele tenha colocado na modalidade, evidentemente que ao implantar, ele não implantou da forma mais correta possível, ele teve as falhas, mas nós não chegamos em nenhum momento a confrontar com o pensamento dele, no lugar a gente estava tão preocupado, a gente estava tão preocupado de mostrar que nós não estávamos aqui para atrapalhar ninguém, muito pelo

contrário, que nós não mostrávamos os erros, nós mostrávamos o que seria o ..., se a gente fizer assim vai ser legal, não é que esta ruim, mas se a gente fizer assim vai dar resultados e deu né, Graças a Deus, deu resultado ai de sobra, nós lançamos umas regras desse tamanho, dessa tua fita ou menor, foi uma coisa assim, um gênesis no país. Aonde o Maranhão chegava, você dava uma regrinha de handebol, eu consegui..., isso foi uma idéia minha, eu consegui provar mesmo nas minhas competições escolares e acho até hoje que deva ser feito isso que antes de você praticar o esporte, você tem que conhecer o esporte que você quer praticar, então eu ganhei vários JEM’s aqui com meu time feminino, que eles chamavam as formiguinhas, que eram só meninas de famílias abastardas, famílias ricas, mas todas franzidinhas, mais elas tinham aulas de regras, quando o juiz fazia assim, a outra equipe estava procurando saber o que era, a minha já estava batendo, indo para o gol e entendo que deveria ser feito isso até hoje, entendeu, então nós chegamos nos lugares assim. Você tirava da rata aqui ou dava a regra para os caras, os caras ficavam assim..., não acreditavam, não se tu já ouviu falar de um tal de Santo Baldaci, Santo Baldaci era o nome do handebol do Brasil e era de Pinheiros, Seleção Brasileira e quando eu fui em 76 para São Paulo, o pessoal da Prefeitura de São Caetano me chamou para montar um time de handebol lá e eu sem formação nenhuma, leigo, leiguissímo e Santo Baldeci estava querendo montar uma equipe lá em São Caetano e formado, especializado e o cacete, com estágio na Alemanha, com estágio não sei o que lá, ai num curso que a Federação Paulista estava dando lá, essa foi interessante, estava eu e o Laércio, Laércio também assistindo o curso e o Santo começou a falar, o Santo era de, de, de corrente contrária ao Laércio e o Santo começou a falar tal, tal, porque tem muito nego na área, porque não sei o quê, porque não sei o quê, não sei o quê, por exemplo, São Caetano, São Caetano tem tudo para montar uma estrutura e não sei o quê lá e contratam um nego e eu levantei a mão e deixa ele falar, foi a besteira que ele fez, não deveria ter deixado eu falar, ai eu simplesmente ousado né, eu disse: "Olha, enquanto você se preocupa em ir para Alemanha, ir para não sei aonde e não transferir teus conhecimentos para cá, da no que dá, você adora se trancar, agora se você quiser aprender handebol, vai passar três anos no Maranhão, como estou, onde lá você se faz handebol na rua, onde lá se de um extensor ????, lá se faz de borracha com paralelepípedo é isso que você tem que ir, não adianta você ir para Alemanha e ficar com teus conhecimentos trancados, você tem que ir para o Maranhão, passar três anos e espalhar isso para todo mundo, lá a gente tem regras, a gente tem... a gente esta preocupado em divulgar o handebol para todo o mundo". ???? não podia ter deixado eu falar (risos),mais foi interessante.

L- Cláudio Vaz?

B- Meu Deus! Um pai, um tio, um irmão, um dirigente...um amante do esporte, acabou a vida dele por causa de tudo, o esporte, audacioso, sonhador, é...

(FITA 2)

B- Ele reuniu o pessoal e disse olha: eu não posso pagar vocês mais do que vocês ganham, infelizmente eu vou ter que cortar 50% do salário de cada um, mais vocês estão livres para trabalhar aonde vocês quiserem. Ninguém saiu.

L- É ele falou na entrevista dele.

B- Ninguém saiu, mas ninguém saiu. Você sabe porque, porque você tinha certeza que, o que ele estava fazendo não era uma coisa..., era uma coisa para ficar na história mesmo, entendeu ?. Ele tinha essa consciência, eu acho que ele tinha consciência de que ele pudesse ser prejudicado na vida particular dele diante do que ele fazia, mas ele fazia com tanto prazer, com tanta satisfação, com..., tão despojado entendeu? O objetivo dele era tanto servir a comunidade maranhense, a

servir a população que ele não media esforços, ele não tinha..., nunca ninguém se aproximou dele, que ele dissesse um não, quando muito ele dizia assim, - vamos atrás. Pôr ele se fazia coisas assim absurdas, eu nunca vi na história do Maranhão, você alugar dois Boings para você ir para um JEB’s, fretado dois Boings para você ir para o JEB’s, mas era coisa assim, - pô eu tô precisando de três passagens para fazer não sei o que lá, quando você mau acaba de falar, ele já estava ligando para não sei quem, para conseguir as passagens para ele, você entendeu? Ele dava completo apoio – (Alô! ... atendendo ao telefone)

L- E o Laércio Elias Pereira?

B- Meu Deus do Céu! Meu Deus do céu! Para mim é um ... eu não te digo hoje, com a minha filosofia hoje não é mais meu ídolo, porque o meu ídolo é Deus, né, mais ele foi muito marcante na minha vida, muito, muito, muito! Eu tenho certeza que ele contribuiu fundamentalmente para minha formação como pessoa, como ser humano. Eu me lembro muito, eu me lembro como se fosse hoje, que a preocupação dele comigo era tanta que tanta, que ele dizia estuda, da um jeito, você é inteligente, estuda, eu me lembro depois que ele saiu, que eu fiquei aqui sozinho, um grande tempo, eu comecei a escrever em jornal, eu comecei a escrever em jornal e quando ele pegava as minhas matérias, ele não acreditava que eu estava escrevendo. – "Como é que um menino que tem o 2o grau, escreve dessa forma, com facilidade de escrever!" Eu achava... graças a Deus isso eu tenho até hoje, se você disser assim para mim, olha o tema é ...., claro eu tenho que conhecer o tema. O tema é Descobrimento do Brasil, você tem duas laudas para fazer, eu não fico medindo lauda, eu escrevo o suficiente para duas laudas é, é inexplicável isso. Agora ele quando chegava, ele dizia assim, tu escreveste isso, ele perguntava para Tânia, ???? não acreditava. Dizia Tânia ????, ele que tá escrevendo isso mesmo? Tânia dizia, é. Como é que tu pode fazer isso ? Eu digo, não sei Laércio, eu, eu.... Ele disse, você tem que estudar, você tem que... você tem um texto bom, você tem que fazer isso, ele sempre, todo tempo me incentivando e eu não tenho, qualificar, qualquer coisa que eu diga dele é pequeno perto do que eu sinto por ele, é uma relação, eu acho que é até extra, uma relação assim, de décadas, de vidas passadas, de ...acho que nós temos alguma coisa assim mais forte, do que simplesmente conhecimento né, a única coisa que me deixa muito emocionado até, até quando eu falo dele, bastante é que ele deixa isso bem claro, ele deixa isso bem claro em relação ao sentimento dele comigo também.

L- Marcão?

B- Vichi Maria, Marcão, Marcão (risos), grande Velho, Marcão. O seguinte é, eu conheci o Marcão desde a época do SESI de Santo André, desde a época do SESI, a gente jogava salão juntos, era assim, era Toninho, lembra de Tonhinho? Moreninho que também veio para cá, é eles tinham um time de salão que eu ia para lá, eu ficava invejando eles jogarem salão né, Meu Deus! Como esses caras jogam e não mais que de repente, eu comecei a jogar no meio deles, era garoto no meio deles, mas ele já estava... ele já tinha uma pequena fama, jogava no Corinthians, aquela coisa toda, ai ficou fácil, eu conheci o Velho desde aquela época e também fui um dos responsáveis pela vinda dele para cá, quando me procuraram... eu, Laércio, um cara, o perfil que a gente imaginava naquele momento, o perfil era ele, tinha que ser ele né, nós fomos tão também apegados que houve uma época em que ele foi para o Iraque, que eu ia também, que eu e a Tânia íamos com ele, nós chegamos a fazer todos os testes na Mendes Júnior, nós não fomos por um único empecilho na época, porque eles não quiseram nos dar uma casa para ficarmos juntos, eu e a Tânia, eles queriam que eu ficasse por algum tempo num lugar e a Tânia em outro, ai nós não concordamos, nós estávamos iniciando a nossa vida naquela época quando Marcão foi para lá, mais é uma pessoa fantástica, uma pessoa que merecia muito mais do que tem hoje, eu acho entendeu? Infelizmente ele não conseguiu graduação em nada e hoje se você não tiver uma graduação no mínimo, você..., a concorrência é completamente desleal, não há mais espaço para o prático.

B- Lino, Lino, Lino, grande figura, Lino Castellani, eu sempre analisei o Lino, assim; o Lino se apegou muito a parte política do esporte... ele e outra coisa, como todo Petista é radical (risos), extremamente radical, hoje existe uma ala do PT que já conversa, já escuta, já expõe, mas ele sempre foi muito veemente nas colocações dele.

L- Mudou muito ultimamente.

B- É né ? é o que eu to te falando, eu to com pouco contato com ele, pouco contato, eu me recordo bem do nosso inicio, mas é uma figura também muito assim, que nós ficamos muito próximos, muito próximos mesmo, muito próximo, é eu , ele, a esposa dele, a Sandra na época, os filhos, o Márcio com os amigos, muito... nós temos assim, eu lembro bem César Bragança, eu não sei se tu ouviu falar desse César Bragança, morreu recentemente, foi até homenageado, ???????, ele dizia sempre que era a dupla tipo assim; Batman e Robin, onde estava Lino, Biguá estava perto, onde estava o Biguá, o Lino estava bem próximo, nós tivemos um período muito próximo. Depois ele se afastou, foi para São Paulo, eu, eu perdi esse contato, eu sempre fui muito mais contato com ele, do que ele com a gente. Bem recentemente mesmo eu procurei muito contato com ele, uma das ultimas vezes que ele veio aqui, foi eu que trouxe, foi eu quem o trouxe, a Sandra ainda estava aqui, e eu consegui traze-lo aqui, através de um projeto que eu montei na SEDEL, a SEDEL???? E eu trouxe ele para passar uns dias aqui, depois perdi o contato com ele completamente.

L- Phil Camarão?

B- Phil, menino levado, menino mimado (risos), é o Phil aquela... o Phil como amigo, como amigo pessoa interessante, a primeira pessoa quando ele foi Secretário de Esporte e Lazer, a primeira audiência como Secretário de Esporte e Lazer, ele me convidou, ele disse que o primeiro a falar com ele seria eu, devido... todo nosso passado e eu fui, eu fui, você sabe o que ele disse? O que é que você quer? Desse jeito que eu to te falando. Escolha o que você quer. E eu disse, só quero que você não me dê motivo para falar mal de você ... e ele não acreditou, eu digo, na sua cara para você não der motivos para eu falar mal de você, se você fizer isso para mim esta ótimo. Eu no auge da minha carreira jornalística, programa no SBT direto, ai ele ficou..., pasmo, ele não acreditou que eu fizesse isso, ele disse: "Pó, e ai o que é que eu faço?" Nada, eu, eu sou o único ou um dos pouquíssimos ou raríssima exceção que não é contratado nem do Estado, nem do Município, eu não tenho vinculo com ninguém empregatício, nem com o Estado e nem com o Município, daí talvez essa minha liberdade um pouco mais de expressão, a grande maioria esta vinculada. Mas ele poderia ter feito um grande governo, teve o apoio todo do governo da época, do governo Lobão, era protegido de dona Nice, dona Nice sempre gostou muito dele, ele perdeu a oportunidade de realizar um grande governo, perdeu, poderia ser melhor.

L- Luís Fernando?

B- Luís Fernando Figueiredo, artilheiro do Brasil, Luís Fernando, Luís Fernando é um grande atleta, não sou um grande amigo dele, nem ele é o meu grande amigo, nós nunca fomos tão íntimos, como eu fui do Phil, como eu fui com Rubinho, com Luís Fernando sempre houve um distanciamento, um pouco maior é ... até hoje, hoje já existe uma aproximação bem maior, mesmo eu trabalhando no colégio Batista há nove anos de idade, a minha ligação... ele passou muito tempo no Rio também, ele era mais ligado por exemplo, ele tinha mais aproximação com Viché, do grupo talvez quem tivesse mais aproximação com Viché era ele, ao paço que os outros tinham mais aproximação comigo né e era, sempre foi uma coisa assim, meio desencontrada, porque ele sempre teve uma religião, é mau resolvida, né, o pessoal era Igreja Batista e ele não sabia se ficava, então essa, essa coisa me distanciou um pouco dele, eu confesso a você que dele eu só tenho boas lembranças dentro daquela quadra, é não resta dúvidas, era uma pessoa que usava muito o porte físico na hora que precisava, não tinha muita técnica, mais tinha uma potência boa de arremesso e quando a gente criava jogadas, principalmente abria a defesa

adversária, ele rompia com facilidade, não era um rompedor, se existisse um bloqueio na frente ele parava a jogada ali, mas quando a gente preparava tudo direitinho, que formava as jogadas para ele passar, ele passava e deixava na cara do gol. É uma pessoa que gosta muito de esporte, ajuda muito, nunca virou as costas para ninguém, ninguém, até hoje como dono de clínica, hoje como presidente da Federação, ele nunca virou as costas para nenhum atleta, sempre esta pronto para resolver, apenas a relação, a amizade deu com ele não foi tão forte como com essas pessoas que eu to te falando.

L- Tânia?

B- (risos). Ah, meu Deus do Céu. Minha vida, minha paixão, meu amor, meu tesão, minha mulher, minha companheira, é minha felicidade, minha loteria. Eu digo sempre que ganhei na loteria quando casei com ela e ganhei na Sena sozinho quando ganhei meu filho, eu sou muito família, entendeu?, não acredito em nada que não possa surgir da família, ai eu digo babacamente, tantos quantos queiram ouvir. As minhas colegas de escolas, as minhas, as minhas, os meus companheiros lá na faculdade, eu digo, eu sou um cara extremamente feliz, sou um cara babacamente apaixonado pela minha esposa, então a gente tem um... a gente namora até hoje, namora mesmo, namora de mãozinha dada, de estar junto, de ter necessidade de conversar, entendeu, de tirar dia para gente, vamos passear, vamos conversar nós dois, vamos... não interessa o que tem ao redor da gente, vamos parar, vamos conversar, a gente não discute o mínimo; lógico que ao longo desses 28 anos nós tivemos algumas discussões, mas a gente entende que as discussões só podem vir, ser resolvidas imediatamente, entendeu? Tem que ser resolvidas as rápidas, não pode ser esse negócio de ficar 3, 4 dias sem se falar, não existe e outra coisa, eu não produzo se eu tiver brigado com ela e ela não produz se tiver brigada comigo, nós , nós somos realmente um elo, coincidências ou não, ela nasceu dia 19 de abril, dia do Índio (risos), ai casou com um pequeno índio (risos), quer dizer, isso são coincidências da vida ??? mais é isso.

L- Dimas?

b- É uma figuraça, né. Eu estou falando para você, é espelho, é referência, né? e simboliza uma geração, simboliza o nosso esporte, é impossível você falar do esporte do passado e você não atrelar o nome do Dimas, completamente impossível, é aquilo que eu falei para você ainda há pouco, eu desconheço alguma, qualquer que seja pessoa que tenha falado dela, dele enquanto pessoa eu desconheço, convivi bastante com ele só aprende com ele, não sou tão íntimo dele, não sou, poderíamos até ser um pouco mais, só por diferença de idade, de mundos, fui mais amigos dos filhos, das filhas, fui mais próximo deles do que dele propriamente, da própria mulher dele, que trabalhei com ela no Colégio Batista, simpática, muito linda por sinal ????, não podia ser diferente, eu ... reverencio ele com certeza, reverencio como uma das pessoas chaves da educação física do esporte .

L– Valeu a pena?

b- Meu Deus do céu, já me parei perguntando isso várias vezes, com certeza, sim! é com certeza absoluta e se eu faria tudo de novo, faria, faria sim, claro com outra conotação, o que eu lamento nessa estória nesse processo todo e aí é até um desabafo, eu lamento que o trabalho iniciado vinte , trinta anos atrás, vinte e oito, trinta anos atrás, o trabalho ... não surtiu efeito hoje, quer dizer nós estamos hoje trabalhando em piores condições do que e quando não tínhamos ninguém formado e quando nós não tínhamos espaço, depois nós não tínhamos mais nós tínhamos naquela época uma coisa que hoje sou eu que vou dar pode até ser no futuro que é a vontade política, antigamente pelo menos a vontade política, hoje nós não temos isso, nós não temos um plano direcionado à educação física do desporto do estado. Nós temos um Prefeito hoje que não gosta de duas coisa na vida para mim: que é esporte e música, ele não gosta de fumar, ele gosta de pegar uma ... uma estrada e botar asfalto em cima, isso não sensível a cultura, isso não é

sensível ao esporte e você tem uma governadora hoje, que é o que se disse ser atleta, foi de voleibol, mas nunca foi ferrenha, nunca gostou a ponto de hoje se esquecer que foi atleta e de infelizmente não ter uma política voltada para o esporte, eu lamento muito, eu confesso a você e já disse isso a algumas pessoas quem quiser prestar alguma homenagem para mim que preste agora porque depois que eu acabar a minha ... o meu curso de Direito, eu jamais vou entrar em um lugar de esporte, quando eu acabar o meu curso, eu receber o meu canudinho, eu nunca mais vou entrar em um lugar de esporte aqui no Maranhão mesmo, eu vou, eu posso até continuar trabalhando na imprensa mais eu não vou, vai ter um repórter meu que vai estar lá, mais eu não vou, por eu acho isso um descaso que fazem com as pessoas que trabalham na área de esporte e educação física aqui em São Luís, acho um descaso. Evidentemente de que a culpa na área de educação física é dos próprios profissionais, os profissionais que não almejam nada e acham que o suficiente é se formar e arrumar ... passar no concurso publico e montar uma academia, é o objetivo fim da vida deles, que acham que pagar cinqüenta ou investir em ir até o Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo é custo, não cabe isso como investimento não se reciclam, não lêem, não tem uma área hoje em que você não tiver, que você não leia você está desatualizado a cada segundo, a cada minuto o nível de informação é muito grande e constantemente se mudando de direcionamento você imagina aquele profissional que se formou em 1960 e se quer ler um romance não te digo nem da área dele, um romance é muito difícil, a culpa é deles. Agora a parte das Federações, eu acredito, tenho certeza a culpa é dos governantes, os caras não tem idéia, a idéia que se tem de dirigentes esportivo hoje, que é ladrão, ninguém tem idéia que possa tá fazendo um trabalho perfeito, ai eu continuo o questionamento, de que forma um presidente pode roubar, porque eu quero descobrir essa forma, porque se você vai fazer uma competição no futebol, você abrir inscrição, você alcançar lá dez clubes, que vão participar da competição, você, os dez clubes sentados na mesa no Congresso Técnico, eles distinguem a forma de disputar o que eles querem. Dois clubes, você chega lá e chega o número final de jogos do primeiro ao ultimo, 20 jogos, você multiplicar esse número de jogos pelo valor da arbitragem, R$ 50 reais então você tem Mil reais é o custo da arbitragem. Quantos times tão participando? – Dez, divide esse Mil reais por dez, cada um entra com R$ 100 reais, aonde é que eu posso roubar? Me dê uma forma? – Não existe. Há porque você pode ganhar da Federação! Não ganha, eu não ganho, o voleibol ganha da federação, a única talvez, a única modalidade que ganhe R$ 800 reais por Mês, mas porque foi uma reivindicação das federações, alegando que nós precisamos manter a federação, para manter a federação tem que Ter no mínimo, secretária e uma conta de telefone, baseado nessa secretária e nesse telefone, que se chegou nesse valor de R$ 800 reais, então você, é assim que se mantém, vai para o campeonato Brasileiro não tem ajuda, quando muito, o voleibol hoje está precisando disso, competição acima de 800 Km, eles dão R$ 3,500 reais de ajuda de custo. Ah, o Sebrae ??? agora para o Rio Grande do Sul, vai dar R$ 20 Mil e pouco. 20 ..., quase 25 mil reais de passagem, 15 passagens para o Rio Grande do Sul, da para ter uma idéia de quanto é que sai, você vai para lá no Rio Grande do Sul, a confederação da 3Mil reais, o resto tem que conseguir no mercado. Como é que vou roubar? Não tem, há no caso do voleibol especificamente, há teve o Poupa Ganha na mão, mais eu tive o poupa ganha, eu joguei as condições para ter o poupa ganha na mão para todas as filiadas. Eu digo olha: as condições para gente, voleibol ficar com o poupa ganha é a seguinte; primeiro existe um cara a frente disso que é o ... o irmão de Roseana que está na frente, que está fazendo isso porque é meu amigo, confia em mim, agora ele disse que vai ser o seguinte; R$ 15 mil por mês, mês tiver 5 semanas, você ganha 3 mil por semana, mês que tiver quatro semanas, você ganha R$ 3.750 por semana, para dá os 15 mil por mês, ‘só que esse dinheiro, ele vai servir para outras entidades, para outros fins que não é o voleibol, vocês querem que eu pegue isso, eu não, você ???? agora vocês sabem que os valores são esses, vocês querem que eu faça isso?? Pô, isso é sacanagem, quando o futsal estava com Zé Raimundo com tudo ... Não, não, espera ai, Zé Raimundo com o futsal é outra história, me foi dado uma condição para que eu entrasse no poupa ganha, a condição é

essa vocês topam, agora eu posso simplesmente ... Ai o que acontece, eu joguei aberto com eles desde o primeiro dia. Ai eles disseram: não, tudo bem, então pode fechar com o voleibol. Eu fechei com o voleibol, eu fechei com o voleibol e sobraram, para você ter uma idéia, na primeira prestação de conta do voleibol, que é de seis em seis meses, eu peguei R$15 mil por mês, quanto é que eu ganho no final do Mês? R$ 90 reais, o.k.? Sabe quanto de doação, R$ 82 mil, sobrou para o voleibol R$ 8 mil reais em seis meses, agora é um puta dinheiro, porque eu tenho problema de premiação até hoje, eu tenho premiação acumulada que eu comprei, que eu comprei não, eu dei o crédito, eu peguei dei um valor para Mendonça em grana e disse; porra eu vou ficar usando isso daqui, nesse usar até hoje não acabou, porque até isso a premiação é pequena, você gasta dois troféus desse tamanho, compra 500 medalhas, você deixa lá R$ 4 ou 5 mil reais, como eu deixei de depósito, olha ai na conta quanto eu ainda tenho, né, então é a coisa assim como foi feita aqui, esta aqui R$ 90mil, você ??? e olhem, foi R$ 3mil reais para cantor não sei o quê, 2 mil para não sei quem, 3 para basquete, 6 mil para o futebol de salão, era assim, então eu sempre briguei com Fernando. Fernando é o seguinte, eu achava que ... Eu sempre briguei com Fernando, Fernando isso não é justo, Fernando você, tem um bingo e o bingo ficar só em uma entidade, olha eu acho muito, por ai então. Isso foi 2, 3 anos eu falando isso para ele, quando houver essa inversão, o polpa ganha acabou comprando tudo de José Raimundo que eu tenho minha amizade por ele, pela proposta que eu tinha oferecido à ele à algum tempo, eu disse; porra isso que é, esse é o cara. E realmente nós fizemos tudo isso, eu ajudei, eu só não ajudei, eu vou te dizer qual foi a federação, só não ajudei duas federações, atletismo, três, atletismo, handebol e natação por motivos óbvios ou não. Atletismo, Mesquita está fazendo bingo de manhã, de tarde e de noite, no interior não sei o quê lá, se deu certo ou não, não é problema meu, mas todo bingo que batia na SEDEL, seria de atletismo. Futebol de salão, é futebol de salão não, handebol porquê estava com dois bingos, fixos na cidade, não é, estava com um aqui na rua da Paz e outro lá no São Francisco. E natação porque, eu acho que natação não é esporte, hoje não é, é negócio, é negócio, então você pegar o ??? da Viva Água manda e mandou algumas vezes aqui, projeto para patrocinar um atleta, não era um projeto bem visto, diante do grupo do poupa ganha, nem de Fernando, nem de ninguém, porquê? Porque a idéia que se tem, pode até não funcionar como tal, mas a idéia que se tem é que aquilo até é um negócio e como negócio tem que se autopatrocinar e que na verdade quem pai-trocinar né, acaba o pai patrocinando, mas você entendeu, deu tudo certo, o poupa ganha passou, ao contrário, preste bem atenção ai é que vem, agora principalmente agora, que os caras tão dando valor pelo trabalho que eu fiz “claro” com eles, quando o futebol de salão tinha toda coisa para se, ele começou a trabalhar com algumas irregularidades, começou utopicamente, comprou uma Kombi, comprou 4, 5 pares de sapatos para cada jogador, mandava buscar técnico de fora à preço de ouro e jogadores de fora a preço de ouro para montar seleção e pagava muitíssimo bem todo mundo. Acabou e agora? Não tem tênis, os caras querem, não tem técnico, os caras querem, não tem Kombi os caras querem, ao passo que eu continuei trabalhando na minha realidade, acabou com ??? ao passo que o voleibol continuou, voleibol continuou sem um pingo de processo de decadência na área, mas porque foi trabalhando administração aberta, Leopoldo é aberta! O cara vem aqui, o cara do Maranhão, olha eu perdi o estatuto pode me arrumar? Tira agora cópia. Ah, eu quero a prestação de conta do ano passado, tira tudo ai. Aqui não existe ordem para ... você só não vai mexer nos documentos da federação, você não pode chegar e dizer, professor me dá todos os documentos da Federação. Não eu até passo, mas tem que ser com um funcionário meu aqui do lado, dando cópia para você. A Federação não existia, foi legalizada toda comigo, legalizada, constituída, é empresa, tudo comigo, registrada em cartório, tudo comigo, isso aqui não existia, agoira já dois mandatos que eu não quero ir, mais para me reeleger e não aparece ninguém.

L- O brigado! Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

B- Eu não, não, não ... apenas eu acho esse trabalho fantástico e vou te dar uma outra dica que vou precisar muito de você, muito, acho que temos que ficar mais próximos cada vez mais daqui

para frente, isso é uma dica de primeira mão para você. É, ontem, eu tive contanto com Fernando, Fernando é quem me segura aqui e ficou fechado da gente lançar o projeto da Agenda Você, o livro vai sair em fascículos no Jornal o Estado, nós vamos fazer paralelo ao livro de exposição das fotos antigas e exposição das páginas já publicadas e o que mais interessante, nós estamos dando largada ao Museu do Esporte no Maranhão, o que nós temos já na mão, já nos credencia a dar o ponta pé inicial, o que nós vamos precisar, vamos precisar de pessoas, pesquisadores para que a gente possa ao falar da história da Educação Física do Maranhão, a gente possa Ter dados na área, possa ter ... evidentemente que nesse projeto você também está bem entrosado, bem encaixado e no projeto de televisão, quero você mais próximo da gente, daqui por diante. Obrigado você!

L- muito obrigado, encerrado às 12hs.

No passado...
BICAMPEÃONACIONAL
IFMA
DOSJOGOSDOSINSTITUTOSFEDERAIS.
AnaLuizaAlmeidaFerro Quinta especial em SP. Conquistamos, pela seleção maranhense, o 3° lugar no Campeonato Brasileiro Interclubes - TMB Platinum, categoria Absoluto C Feminino.
Marlon NossoCampeão,maisumaveznomaisaltodopódio,hojenoCHI5*GPROLEXemGenebra.

23ªParalimpíadasEspeciaisdasAPAES.@feapaesmafoicampeãonohandebolfeminino,vice-campeã nohandebolmasculino@apaedesaoluisejogaafinaldofutsalmasculinonosábado10/12/2022.

Osmar Gomes dos Santos

Nos moldes para inglês ver, se deu a abertura do mundial de seleções do Catar. Muito brilho, um alto investimento, toda uma “parafernália” de luzes e efeitos. Isso, efeitos visuais, nada mais.

Em um mundo de fantasias, as imagens valem mais que um milhão de palavras, gestos, atitudes. Desde que esteja ali, nas telas, nas tv’s que pactuam com todo o jogo de bastidores, e, sigam um enredo discriminatório.

A copa do Catar, me referirei ao evento com “c” minúsculo, pois mais que isso não merece, já dá péssimos exemplos ao mundo. Sob o regime dos petrodólares, os valores humanos são colocados de lado, vale o “money” e uma instituição ajoelhada às cifras.

Além das diversas restrições impostas em princípio, inventaram decisões de última hora, afrontando aquilo já pactuado previamente e gerando prejuízos a patrocinadores. Eu posso, eu mando, obedeça. É o patriarcalismo prevalecendo sobre o patriarcalismo. Do oriente ao ocidente.

Mas o maior prejuízo visto, sem dúvida, é aquele à espécie humana. É natural que cada país tenha suas crenças, religiões, tradições. Entretanto nada pode se sobrepor aos direitos humanos universais.

O país da copa trata a homossexualidade como crime, pena de 8 anos de prisão, ou pode chegar à pena de morte, conforme as leis islâmicas que regem aquela nação. Também não é permitido defender ou propagar atos relacionados ao movimento LGBTQIA+, sob pena de até 10 anos de cárcere. Onde está o fair play? Onde a entidade esqueceu que o futebol é linguagem universal que a todos une e que é um instrumento para quebra de barreiras?

Os direitos humanos são universais e indivisíveis, a dignidade cabe a todos e não a alguns, aqui ou no Catar. Jogadores de várias seleções, cientes de seu poder de representação perante o mundo, tentaram se expressar, porém foram duramente reprimidos, inclusive pela própria entidade promotora do espetáculo. Parabéns para a Alemanha que posou para foto com bocas tapadas. Censura!

No país da copa, além de cobrir-se da cabeça aos pés, mulheres precisam de autorização do homem para casar, estudar, trabalhar e viajar. É crime até ser vítima, isso mesmo! Uma mulher que sofre violência sexual pode chegar a pegar 100 chibatadas e até 7 anos de cadeia em razão da violência da qual foi vítima.

Isso mesmo. Exatamente o que ocorreu com Paola Schietekat, mexicana que estava morando em Doha, a serviço do governo na organização da copa de 2022. Ela denunciou ter sido vítima de violência sexual, mas, em vez do apoio, foi acusada de “sexo extraconjugal” e recebeu a pena máxima.

Como alternativa ao não cumprimento da pena, foi dada a opção de se casar com o seu algoz. É de se pasmar, não?

Sobre a abertura? Sinceramente não tive “estômago” para assistir até o fim. Pregar a pluralidade, respeito e igualdade, onde? Sugerir que as nações vivem em comunhão? Ah, vai te catar!

*Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís.Membro das Academias Ludovicense drela Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.

VAI TE CATAR!

ALGUNS CAEM DE PÉ, OUTROS....

Há uma expressão muito dita em disputas, sejam elas quais forem, que dignifica todo o esforço realizado pelo derrotado. Ela está relacionada a perder de cabeça erguida após ter envidado todos os esforços, utilizados todas as forças e meios morais possíveis, dentro das regras do jogo

Como ainda estamos em clima de copa do mundo, não custa estender um pouco mais o assunto para refletir sobre um grande aprendizado que a competição traz, também, para nossas vidas. Sun Tzu já dizia nos ensinamentos milenares, acerca da guerra, que em um campo de batalha há dois requisitos básicos que se resumem na máxima: conhece-te a ti e a teu inimigo.

Longe dos campos de batalhas propriamente dito, mas tomando de forma figurada a batalha que se trava dentro das quatro linhas, este paralelo cai bem para a análise proposta. A diferença é que do outro lado não há inimigos, mas tão somente adversários.

Sobre este tópico, não tem como não falar em Brasil. As maiores estrelas, jogadores badalados, atletas extremamente valorizados no mercado da bola. A seleção mais cara em valores atuais, mais de R$ 6 bilhões, somados os valores dos jogadores.

Há, inclusive, aqueles que tomavam o Brasil por comparação para dizer que a Amarelinha sozinha valia mais de uma dezena de seleções juntas. Acontece, como diz um ditado no futebol, que dentro do campo de batalha - nas quatro linhas - são onze contra onze.

Não adianta ter estrelas, oferecer tratamento vip, possuir contratos milionários, ser uma marca mundial. Para honrar uma camisa de tanta história é preciso ter comprometimento, dedicação, entrega e, sobretudo, amor à sua nação, algo passou foi longe.

Vimos um futebol apagado, sem emoção, com raros lampejos de técnica, logo associada a uma forma de jogar burocrática, cheia de táticas que amarram o time em um futebol horizontalizado e pouca profundidade. Esse foi o retrato da seleção brasileira, inclusive no segundo tempo daquele jogo contra a Coreia do Sul, que pode ter sido o melhor do nosso plantel.

Por algum motivo, ainda não entendo qual, o Brasil rumou ao país da copa como franco favorito, após uma fase eliminatória em que saiu invicto diante de adversários bem abaixo de sua qualificação técnica. Jogadores contestados, outros que mereciam estar relacionados e sequer marcaram presença em amistosos anteriores ou uma lista prévia de convocados.

Sendo muito sincero e em respeito à minha consciência, tomando pelo ângulo de que torcemos pelo nosso país, esta foi a copa mais sem emoção que já pude acompanhar. A Amarelinha já não parecia a mesma. Jogos sem emoção, sem “agressão”, sem efetividade, sem se impor.

A Amarelinha certamente sente saudades do suor, até a última gota, de jogadores como Ademir da Guia, Leônidas, Didi, Bellini, Nilton Santos, Junior, Gerson, Vavá, Rivelino, Amarildo, Sócrates, Djalma Santos, C. A. Torres, Tostão, Zagalo, Jairzinho, Zico, Garrincha, Bebeto, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Leão, Gilmar, Tafarel... Pelé!

Diferentemente dos temidos esquadrões anteriores, vimos em campo jogadores mais preocupados com o corte moderno, as luzes no cabelo, a unha bem feita, o estilo e grife da roupa. Ao contrário do que fazem nos clubes, muita “mídia” e pouca bola. Mas cabe voltar ao ponto inicial, para falar daquela queda em que se pode aplaudir.

Em uma copa são trinta e duas seleções, apenas uma sai vitoriosa. Cada jogo é uma batalha, que em alguns casos se estende pela prorrogação ou mesmo pênaltis. São disputas intensas, nas quais todos querem, com direito, ganhar. Porém, há derrotas que são dignas; outras, nem tanto.

Entre grandes seleções e aquelas as quais cabem papéis de coadjuvantes, muito futebol foi visto nesta copa. Dentro de seus limites, brilharam Coreia, Senegal, Gana e Japão. Destaque para Croácia, apesar do futebol mais defensivo. Mas o que dizer da excepcional "S"eleção de Marrocos. E que Seleção!

Apesar das baixas no elenco, lutou contra a poderosa França até o último minuto. Atacou, defendeu-se, foi aguerrida e mostrou valor em honrar um país, um continente. Em momento algum se acovardou. Em seu caminho a temida Bélgica, a badalada Espanha e a sempre pesada camisa de Portugal.

Marrocos alegrou o amante do futebol. Sucumbiu sim, mas “caiu de pé”, com graça, com raça, com honra, com glória. A nossa, em contrapartida, jogou um futebol que não mereceu sequer avançar às quartas. Para algumas, aplausos, para outras, melhor mesmo fazer igual o seu comandante: virar as costas e (tentar) esconder a vergonha.

*Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís.Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.

O VIANENSE CAMPEÃO BRASILEIRO.

AUREO MENDONÇA

Há 50 anos atrás, o vianenses Djalma dos Santos Campos, jogador de futebol do Sampaio Corrêa e futuro deputado estadual e prefeito de Viana conquistava o título nacional de campeão Brasileiro da Série B de 1972, pelo Sampaio Corrêa. A decisão Sampaio Corrêa X Campinense-PB, foi no estádio municipal Nhozinho Santos e o Sampaio ganhou nos pênaltis. Texto completo estará no meu segundo livro "Eu Vi-Ana" com lançamento em 2023.

Encerramentodasatividadesde2022 CentrodeExcelênciaLoteriasCaixaJovemPromessadeGinástica-NúcleoMaranhão

BOLAS NO BREJO 70.

LEO LASAN

Estou desenhando a memória da nossa cidade. Aqui um esboço do antigo campo de bola dos idos 70. O local é onde hoje se localiza o Hospital, Secretaria de Educação, Câmara de Vereadores, e adjacências. Daquele tempo só ficou o cemitério e as antigas casas, muito poucas.

O sábado e domingo no Brejo, naqueles tempos, era de esporte no campo de bola, que depois conto a história de como foi construído e dos primeiros times de futebol de PARAIBANO.

Ali naquele espaço tinha usina de arroz, bares como do seu Luís feito com ripas que sobrou da construção da caixa d'água da CAEMa, tinha o bar, que o povo chamava de "Cabaré Cantim do Céu" por ficar no canto do cemitério e portanto os cabras iam ao céu (kkk) onde as "meninas" animavam os torcedores que gostavam de futebol com "musgas", marofa, cafuné e de enfiar as "bolas" em outro lugar que não eram as traves.

São muitas histórias.

Quando eu pintar o desenho conto outros "bucadins" de prosa.

Quem souber de alguma conta nos comentários.

ÁUREO MENDONÇA

O vianense João Batista Melo, nasceu em 19 de janeiro de 1942, Filho de Pedro de Assis Melo e Mariana Matos Melo, ficou conhecido na cidade de Viana como "Coquinho" e alguns amigos mais próximo o chamavam de "Manjá" foi casado com a Sra. Maria do Carmo Soeiro Melo e tiveram um casal se filhos, João Batista Melo Filho e Mariana Carla Soeiro Melo.

Na época da minha infância ainda cheguei a presenciar o zagueiro jogando futebol, pois o mesmo jogou nas décadas de 1960/1970. Lembro-me que o estimado conterrâneo trabalhava no Banco do Estado do Maranhão (BEM) era um grande ser humano, honrado, respeitado e um bom pai de família e fez muitas amizades em Viana, se tornando um cidadão bastante conhecido por todos e além de atleta foi um grande desportista.

Na sua juventude aprendeu a profissão de sapateiro. E teve a sua grande contribuição ao esporte na cidade como jogador de futebol e desportista.

No futebol sempre destacamos os gols, as jogadas de habilidade, os lances bonitos, mas uma coisa é muito importante a defesa. A dupla de zagueiro que marcou o futebol vianense e ficaram marcados para sempre na história futebolística da baixada maranhense foram os dois irmãos João Batista Melo, conhecido como Coquinho e Zé Melo que formaram o sistema defensivo da seleção de Viana Bi campeã do torneio intermunicipal de futebol 1966/1967 essa dupla de zagueiro era difícil de serem vencidos pelos adversários. Os mesmos também foram vice campeão do mesmo torneio em 1965, se tornando a maior e melhor dupla de zagueiros do futebol vianense de todos os tempos.

João Batista Melo também participou de eventos culturais na cidade de Viana. Na década de1960 junto com os irmãos Manoel e José Soeiro e um grupo de amigos os quais se tornaram sócios fundadores se reuniram para fundar no dia 06 de abril de 1969 o clube União Recreativa Vianense que ficou conhecido em Viana como Jaguarema que se tornou o clube mais popular da cidade onde eram realizadas festas nos finais de

JOÃO BATISTA MELO

semana e no período do Carnaval era bastante frequentado pelos vianenses. No movimento cultural também participou de vários eventos da cultura popular vianense e no Carnaval fundou o bloco "Amigos da Matriz" Após se aposentar João Batista Melo continuou contribuindo ao esporte vianense se dedicando a garimpar jovens atletas para descobrir talentos, trabalho esse que fez com muito exito pois descobriu vários bons jogadores. Em 1981 fundou o time de futebol Vera Cruz Futebol Clube, agremiação onde alguns amigos de infância e de escola faziam parte nessa época. No ano 2000 fundou outro time de futebol o Tenório Futebol Clube. Por coincidência os dois times fundados por João Batista Melo disputaram a final do campeonato vianense de 2019, onde o Vera Cruz sagrou-se campeão vianense de 2019.

João Batista Melo faleceu no dia 06 de setembro de 2017 aos 75 anos de idade em São Luís, o seu velório e sepultamento ocorreu na cidade de Viana onde parentes, amigos, atletas e a população em geral prestaram a sua última homenagem ao ilustre vianense, uma multidão acompanhou o cortejo que seguiu pelas ruas estreitas da cidade histórica de Viana até o cemitério São Sebastião onde foi sepultado. Esse texto fará parte do meu segundo livro "Eu Vi-Ana". E está aberto a contribuições.

ÁUREO MENDONÇA

Faleceu hoje aos 82 anos de idade Lobé que foi o maior goleiro da baixada maranhense.

O jogador de futebol Expedito Cunha Mendes que foi goleiro conhecido como Lobé o maior goleiro de futebol penalvense de todos os tempos. Aos 16 anos de idade já era titular da seleção de Penalva e na época do torneio intermunicipal a rivalidade entre as seleções de Penalva e Viana era bastante acirrada. Se Viana tinha o craque Chucho maior goleador da seleção de Viana e da baixada maranhense que foi Bicampeão do torneio intermunicipal de futebol, Penalva tinha Lobé o maior goleiro da baixada maranhense de todos os tempos e que tinha uma elasticidade incrível, pois pegava a bola com as mãos na costa, esse grande goleiro Lobé já na década de 1960 já fazia o que o goleiro colombiano Rene Higuita fez anos depois em copa do mundo, ou seja, segurar a bola com as mãos pelas costas.Tempos depois o goleiro Lobé atuou também pela seleção de Viana.

Lobé mudou-se para o município de Pedro do Rosário onde foi um dos primeiros moradores na época que ainda era um povoado se tornando comerciante e uma grande liderança política.

Foi eleito vice-prefeito do município de Pedro Rosário na chapa com o prefeito Adailton Martins no período de 2005 a 2008.

O corpo de Lobé será sepultado na cidade de Pedro do Rosário MA.

FUTEBOL DA BAIXADA MARANHENSE DE LUTO!
Ano 1989\Edição 22181 (1) O Liberal (PA) - 1946 a 1989

UM POUCO DA HISTÓRIA DO CAMPO DE BOLA DE

PARAIBANO.

LÉO LASAN

Agora nas férias, espero continuar desenhando alguns pontos da nossa cidade dos anos 65 a 80. Como fotos da época são difíceis de encontrar, resolvi tirar da memória as imagens da infância e trazer aos leitores que viveram nos tempos bons em que o futebol era o único e saudável lazer da cidade nas tardes de sábados e domingos.

Hoje trago uma ideia de como era o nosso campo de futebol que ficava por trás do cemitério municipal.

Em entrevista em 2015, com o Sr. Onildo Lira Brito, o mesmo revelou que primeiro grande campo de Paraibano, foi em um terreno medindo 120 X 90 metros, cedido pelo então Prefeito de Paraibano, Sr. José Lira Brito (Zuza), irmão de Onildo. Zuza governou o município de 1960 à 1965 e tinha Antônio Castor de Araújo como vice-prefeito de Paraibano.

De acordo com as informações de Onildo Brito, o terreno foi todo desmatado e limpo pelos jogadores, isso mesmo na mão, com ferramentas como foices, facão, enxadas, picaretas, pás, etc.

Com o terreno pronto, Onildo que era dono do segundo time fundado na cidade, o Paraibanense Futebol Club, foi com os documentos do terreno até Pastos Bons-MA e registrou o imóvel em nome do time.

O campo ainda não estava no tamanho ideal, e a partir de uma sugestão de Paulo de Tarso Carvalho, o Paulinho do Cartório, Onildo pediu uma colaboração para que os times treinassem, a ideia era com o dinheiro aumentar o tamanho do campo.

O antigo campo de bola, como os moradores chamavam, ficava onde atualmente estão os prédios do Hospital Municipal, Câmara de Vereadores, Secretaria de Educação, INSS e todo o largo que compreende o espaço. O Cemitério já existia, e nos finais de semana quando tinha jogo, sempre que um jogador dava um chute para o gol, a bola caia sobre as catacumbas, até as 18 horas tudo, bem sempre tinha alguém para ir buscar a pelota... Mas depois das 18 horas meio escuro, poucos se atreviam entrar no cemitério para buscar a bola... Dizia-se que as almas não devolviam incomodadas com tantas bolas caindo em cima das sepulturas...

A lenda só não servia para a resenha depois do jogo, que era feita no Bar Cantinho do Céu, no canto de fora do Cemitério, ali as luzes de lamparina alumiava mais que as velas do cemitério.

O campo de futebol foi auge dos anos 60 até os anos 90. Onildo afirmou em entrevista que o Paraibanense Futebol Club foi campeão regional e excursionava por várias cidades e Floriano no Piauí.

O fim do amor de Onildo pelo esporte veio com a disputa política, que sempre foi muito acirrada na cidade, as duas famílias políticas tradicionais da época travaram uma verdadeira batalha na campanha pela Prefeitura "Perdemos a política, foi indo, foi indo ai com brigas políticas, fui embora para Imperatriz,

quando voltei soube da morte do meu irmão (Zuza), fiquei mais desmotivado e aí larguei de vez o futebol".afirmou Onildo ao jornalista Leo Lasan.

Mas o campo de futebol continuou com outras pessoas investindo nos times, muitos desportistas e times fenomenais como o time do Dinizinho, filho do prefeito Antonio Diniz Barros (adm. de 1977 a 1983) e vice Pedro Sá.

O time do Dinizim foi um dos primeiros que tiverem uma estrutura profissional, com técnico, profissional da educação física e massagista pagos, e uma equipe com jogadores jovens e adultos, uniformes profissionais completos, sede, e um time de adolescente e crianças como base do time adulto.

Sobre os outros times como Comercial Futebol Clube o primeiro fundado por José Carneiro e Maranhão Atlético Clube criado por Ari Furtado, pretendo falar em outra reportagem.

Lembrando que essas informações fazem parte de uma ´serie de entrevistas que fiz com vários jogadores, técnicos e donos de times no ano de 2015 e que estão arquivadas para posterior matérias. Ilustrações, Fotos e Matéria Leo Lasan/Paraibanonews.

https://imirante.com/esporte/sao-luis/2022/12/28/com-o-skate-como-novidade-trofeu-mirante-2023-divulgalista-dos-indicados-aopremio?fbclid=IwAR3YX4yf9y6ywgeCXGbwU9lM71l7GNMWdBDNcuzOTf9URvG6UPwc1HiLLvc .

SOBRE A DERROTA EM TEMPOS DE COMPETIÇÃO

Blog da Katia Rubio 2022. Brasil. Por Katia Rubio

Competição Esportes Psicologia

Quando comecei a estudar a trajetória dos atletas olímpicos brasileiros tive como referência os medalhistas. Isso porque vários deles despontavam espontaneamente no discurso da nova geração como inspiração na busca da identidade do ser atleta. Pouco a pouco percebi que dentre os medalhistas havia aqueles que não consideravam as suas medalhas como um símbolo de mérito. Logicamente isso acontecia com quem havia conquistado uma medalha de prata ou de bronze. O ouro é incontestável! Afinal, é sobre quem ocupa esse lugar que se dirigem as luzes concretas e simbólicas da vitória.

E aqui chegamos a uma encruzilhada que não está relacionada apenas ao esporte, mas a todas as atividades que envolvem competição. Houve atletas que ressignificassem o metal das medalhas de segundo e terceiro lugares conferindo-lhes 24 quilates, mesmo sem ser ouro. Isso porque o processo de conquista dessa posição tinha um significado pessoal que não acompanhava a narrativa social sobre a derrota.

A derrota está para o esporte como a sombra social que paira sobre aquilo que é refutado em um mundo produtivista como a tristeza, a depressão, o recolhimento, a quietude, o silêncio e outras formas de subjetivação que fogem ao frenesi. Como prática discursiva, a derrota é acompanhada de adjetivações que remetem àquilo que deve ser refutado, impedido ou mesmo negado, uma vez que nenhum atleta treina e compete com a intenção de perder. Some-se ao foco pessoal de quem busca por um resultado favorável, o desejo coletivo de torcedores, patrocinadores e grupos identitários em torno de quem compete. O esporte atual é produto de uma sociedade pautada em valores associados diretamente a resultados mensuráveis a partir de categorias que valorizam o vencedor, por competências que afirmam o mérito como valor máximo do produtivismo.

Considerando que no universo esportivo o número de derrotados é infinitamente maior do que o de vitoriosos dediquei parte da minha energia de pesquisa a compreender as razões que levavam à negação de uma possibilidade tão presente e real na vida de quem se dedica a competir.

Em um primeiro momento, observei como a agonística, valor fundante da competição esportiva, representada na superação dos limites do atleta que permite a transcendência da finitude por meio da conquista de uma marca até então inalcançável, se relaciona com a valorização da vitória, renegando a derrota como uma possibilidade do competir. A razão de ser de uma prática pautada na agonística, na busca dos limites de um corpo falível cuja fronteira é a própria humanidade, desloca-se da superação das impossibilidades pessoais para a luta contra quem coloca em risco a busca de um desejo nem sempre pautado no próprio desejo, mas na necessidade de um sistema organizado e constituído para lucrar com um resultado positivo.

A condição implícita nessa discussão recai sobre aquilo que acontece com todos os demais atletas que não alcançam esse resultado. Relegados aos degraus menos nobres do pódio, ou pior ainda, distante da possibilidade de usufruir das luzes que iluminam quem nele sobe, aos derrotados restam as sombras da ignorância e do esquecimento, afinal, a derrota é o contraponto imaginário noturno de realizações não menos dignas de registro e análise.

Em trabalhos mais recentes busquei categorizar as diferentes representações da derrota. Isso vale não apenas para redimensionar um dado objetivo da competição esportiva, como também para auxiliar os atletas que vivem esse resultado como uma condição para o qual não foram preparados a lidar.

- A derrota por falta de mérito: quando não se chegou ao nível adequado para o enfrentamento daquela competição em específico.

- A derrota pelo mérito do adversário: quando se utiliza todos os recursos na competição, mas o adversário é reconhecidamente superior,

- A derrota para o imponderável: quando fatores externos à competição interferem no resultado, independentemente do mérito de quem compete. Entram aqui as questões políticas e institucionais, erros de arbitragem, atitudes anti-esportivas, doping.

As competições de futebol dos últimos dias exemplificam cada uma dessas formas de derrota e apontam para a complexidade do fenômeno esportivo. Mais do que uma simples competição, o esporte clama pela reflexão de suas representações. É muito mais do que 22 pessoas buscando superar a defesa de um espaço na busca da colocação de um objeto em uma meta nada metafórica. Nesse jogo de idas e vindas estão esboçados interesses pessoais e coletivos marcados pelo presente e pelo passado.

Quando se trata de times nacionais um encontro entre seleções faz aflorar as marcas políticas do passado que envolve colonialismo, dominação, exploração, subordinação e, por que não, genocídio. E ali, em um campo gramado, cercado por milhares de espectadores, com a bola rolando durante 90 minutos, ou um pouco mais, se desenha as diferentes dimensões da derrota.

Perder na fase de classificação pode parecer normal a quem ainda não alcançou o nível dos grandes times. Afirma-se assim a derrota pelo mérito do adversário. Surpresa é ver times campeões do passado se despedindo antes mesmo de chegar aos confrontos diretos. É a derrota por falta de mérito (ou seria para o imponderável?). E, com a entrada de equipamentos para afirmar resultados há quem tenha saído da competição, ou permanecido nela, mesmo diante das evidências da tecnologia.

Mas, o mais importante que vejo nessa Copa do Mundo é a vitória, e não a derrota, de quem era considerado coadjuvante do espetáculo, ainda que para se chegar a ele tenha sido preciso se classificar diante de outros iguais. Assistir à desclassificação daqueles que se autodefinem como a referência da excelência esportiva, justamente por nações historicamente subordinadas pelo uso da força, prova que o esporte é muito mais do que um jogo, ou melhor, que o esporte é um jogo que não se desvincula da política.

DIA EM QUE O BARÃO CHOROU

Blog da Katia Rubio 2022. Brasil. Por Katia Rubio Esportes Olimpismo Psicologia

Era quase inverno de 2022 no hemisfério norte, época pouco usual para competições previstas para a temporada de verão, e como previsto, a bola começou a rolar em campos no meio de deserto onde brota combustível fóssil. “Quanta ousadia levar o esporte nascido na terra de gentlemen para a casa daqueles que quase dominaram a Europa séculos atrás”, pensou o Barão.

Ressuscitado depois de quase 100 anos, devido à uma contenda nunca antes imaginada, ele tentava entender o que acontecera em menos de um século com o esporte que ele tanto ajudara a construir. Tudo bem que o futebol já não gozava de todo o seu respeito desde que Jules Rimet, o presidente mais longevo da FIFA, entendera que as regras do amadorismo não se aplicavam a si, levando à retirada do esporte bretão do programa olímpico dos Jogos de Los Angeles, de 1932. Incrédulo, aquele senhor de sobrancelhas hirsutas e bigode marcadamente personalizado, matutava como podia um seu conterrâneo desafiar as regras que regiam de forma tão objetiva o universo da bola. “Eu já começava a sentir o peso dos anos, a falta de recursos pessoais materiais e o frio das terras helvéticas, quando isso aconteceu”, lembrou o Barão surpreso com o impacto que aquela ousadia ainda causava em sua alma.

O mundo, naquele tempo, ainda guardava a objetividade dos séculos anteriores. Dividido entre colonizadores e colonizados, pela força das armas ou do capital, o planeta tinha no Norte a determinação gráfica de estar acima e no centro do mapa mundi. Ali se concentravam os colonizadores. Abaixo de uma linha batizada com o nome de uma nação, que curiosamente estava mais para o Sul do que para o Norte, estavam basicamente os colonizados, fornecedores de preciosas matérias-primas, denominados “Novo Mundo”, que aliás de novo só havia o desconhecimento dos “velhos” sobre limites desconhecidos por eles. Foram necessárias algumas décadas para que um sociólogo lusitano reconhecesse a importância dos saberes produzidos naquelas terras habitadas por uma humanidade chamada de selvagem, bárbara ou outros adjetivos carregados de preconceito, aos quais denominou epistemologias do Sul. Pensador reconhecidamente eclético, afinal tinha formação em história, pedagogia e filosofia, o Barão olhava para o estádio repleto de uma gente tão diversa quanto as dúvidas que lhe passavam pela cabeça. E nesse momento lembrou-se de uma conversa lá no outro plano com um pós-atleta olímpico que pouco ou nada tinha da tropicalidade de onde vinha, a começar do nome. Olhos claros, fala empolada esse brasileiro que chegou a ser o segundo dirigente mais longevo da FIFA, fazia questão de se gabar da virada de jogo que promovera na instituição depois de pôr a escanteio o inglês que havia sabotado o Brasil na Copa de 1966. E com um misto de perplexidade e lamento, emendou: “O Jean Marie bem que me explicou, mas eu não tinha condições de entender... Para se ter e manter o poder de uma instituição global era preciso incluir os países colonizados que pouco ou nada representavam para o mundo europeu esportivo do meu tempo. C’est la vie! O mundo já não é mais o mesmo, mesmo! Mas, daí a permitir que eles levantem o caneco, já é demais!”

E entre imagens e lembranças pretéritas e pretéritas mais que perfeitas, olho fixo no gramado onde a bola já rolava no jogo semifinal daquele campeonato mundial, um texto escrito em 1905 veio à mente daquele nobre defensor dos valores morais criados por Thomas Arnold, ampliados para outras instituições para além da Rugby School. Nele explicitava como a sua França via a África colonizada e estabelecia o tipo de relacionamento possível entre o norte e o sul. “A França será livre para trazer a paz com o comércio para o coração do velho Marrocos no dia em que deixar de considerá-lo como um Estado, para ver nele algo diferente de um agregado de comunidades com as quais é permitido negociar separadamente e que poder ser organizado passo a passo”.

Os anos se passaram e o futebol continuava a reservar surpresas aos nobres detentores dos poderes esportivos

O

RAFAEL CASTELLANI

Entre para nossa lista e A beleza do jogo, do futebol, e sua imprevisibilidade - Universidade do Futeboldade Texto: Rafael Castellani e João Batista Freire não reflete, necessariamente, a opinião da Universidade do Futebol.

Dezenove de dezembro, data que marcou aquela que foi, para muitos, a mais grandiosa final de Copa do Mundo de todos os tempos e, para alguns, uma das mais espetaculares partidas de futebol da história do esporte mais querido do planeta. Que belo jogo! Messi fez o milagre de conseguir que boa parte dos brasileiros torcesse para a Argentina. Algo impensável até então, diante de tamanha rivalidade com nossos “hermanos”. Torcíamos tanto que nosso desejo era para que o jogo não acabasse. Queríamos que esse jogo fosse eterno ou que todo jogo de futebol fosse assim. Mas não é sempre que os deuses visitam a Terra. Escolhem ocasiões especiais, em que podem jogar pelos pés de seus ungidos, e um deles estava em campo, defendendo a seleção Argentina.

Nem mesmo a eletrizante tensão típica de uma final de Copa do Mundo conseguiu prejudicar a beleza do espetáculo proporcionado por, ao mesmo tempo, refinados e “raçudos” jogadores argentinos, sob a batuta de Messi, e pelos moleques atrevidos da França, liderados por Mbapeé. Os argentinos foram valentes e humildes, à frente da talentosa e brilhante geração de filhos de imigrantes africanos (a maioria deles) que vestiam a camisa da seleção francesa. O futebol de rua, das quadras, da periferia, dos mais pobres, dos negros, da molecada de rua da França deu certo. Fazer frente à seleção argentina bafejada pelos deuses do futebol não é para qualquer um. Haja atrevimento! Desafiar deuses é coisa de titãs.

Um jogo que coroou mais um rei, Messi. E o futebol é tão generoso que permite vários reis ao lado de Pelé e Maradona. Como é bonito ver Messi jogar! O título, enfim, retorna à América do Sul, berço da arte do jogo de bola, do jogo forjado por pés descalços sujos de terra e lama. Mbappé sugeriu que o futebol da América do Sul é menos desenvolvido que o europeu, mas, pelo menos em parte, sua tese caiu por terra na final da Copa. Mbappé erra mais por palavras que por ações. Seu gol contra o excelente goleiro argentino foi daqueles de tirar o fôlego. Se o craque francês falasse de organização, gerenciamento, infraestrutura, tudo bem, mas se estiver falando de talento, técnica, criatividade e arte, ainda temos do lado de baixo do Equador, muito a ensinar. A fornalha donde se forja a arte de fazer futebol é mais quente deste lado do mundo que na Europa. Quanto à pedagogia, daríamos toda a razão a Mbappé se ele nos criticasse, pois que nossos meninos vão às equipes de base dos clubes e praticamente desaprendem o que aprenderam nas ruas. Nossa grande pedagogia ainda está fora das escolas e clubes de futebol. Erro persistente também entre os europeus.

Independentemente de ser este ou aquele país a praticá-lo, o futebol encanta, arregimenta multidões nos estádios ou à frente das telas de TV e computadores. A Copa do mundo masculina de futebol, realizada no Catar, um dos países que mais desrespeitam direitos humanos no mundo, deu prova desse encanto. A equipe campeã, a Argentina, começou perdendo de uma das seleções menos favoritas, a Arábia Saudita. O Brasil perdeu de duas seleções que se mostraram fracas ao longo do torneio. A Alemanha, tetra campeã mundial, não disse a que veio. A tão falada “geração de ouro” belga, também não.

Poucas vezes os profetas do futebol erraram tanto. A “zebra” correu solta pelos gramados nesta edição da Copa do Mundo. E isso devemos à imprevisibilidade. Se ela está presente em todas as ações humanas, em todos os acontecimentos da natureza, em nenhum momento está mais presente que no jogo lúdico. O lúdico é o paraíso da imprevisibilidade, é o que torna o jogo atraente. O mistério encanta, seduz, vicia, e não há jogo sem mistério. Corremos atrás do que não vemos, perseguimos o invisível e o incerto, queremos saber o fim, mas, se ele nos for contado, o jogo perde a graça. A graça do jogo está em não sabermos o que virá adiante.

A Argentina sagrou-se campeã. Mas… e se Polônia ou México tivessem empatado seus jogos contra a Argentina na fase de grupos? E se o goleiro Australiano não tivesse cometido erro inesperado nas oitavas de finais em partida contra a Argentina? E se o Brasil não tivesse tomado o gol de empate por um gravíssimo erro tático contra a Croácia? E se a bola não tivesse desviado no Marquinhos? E se Neymar tivesse batido o primeiro pênalti contra a Croácia? E se a semifinal reunisse Argentina e Brasil? E se o goleiro argentino não fizesse tão brilhante defesa no último lance da prorrogação da final? E se…? E se…?

A BELEZA DO JOGO, DO
FUTEBOL, E SUA IMPREVISIBILIDADE

A expressão intencionalmente repetida inúmeras vezes acima, “e se”, somente nos reforça o aspecto imprevisível do jogo. Por mais que busquemos estudar e analisar o futebol e, acima de tudo, controlar suas variáveis, estaremos sempre sujeitos à sua imprevisibilidade.

Há tantos “ses” para ocultar o imprevisível! Como gostaríamos que eles não existissem, como torcemos para que todo acaso deixe de ser acaso e reúna fatos em nosso favor! Mas se fosse assim, sequer seríamos torcedores, sequer estaríamos escrevendo estas linhas, sequer haveria graça e jogo, sequer a vida valeria a pena.

PADILHA E OS CLUBES EM SÃO

PAULO.

ALBERTO MURRAY NETO ·

Durante a segunda guerra mundial, o Ditador Getúlio Vargas deu uma ordem que poderia ter mudado para pior os destinos do esporte no Brasil e em São Paulo. O ditador Vargas ordenou que fossem fechados todos os clubes esportivos de origem dos países do Eixo. Ou seja, os clubes de origem alemã, italiana e japonesa deveriam encerrar suas atividades.

Quem cuidava do esporte em São Paulo naquela época era Sylvio de Magalhães Padilha, finalista Olímpico, multicampeão, líder do ranking mundial nos 400 metros com barreiras, capitão do exército e, acima de tudo, uma pessoa respeitadíssima, que defendia o esporte de todas as maneiras. O Capitão Padilha era do Diretor do Departamento de Esporte e Educação Física do Estado de São Paulo, o DEFE, atual Secretaria de Esporte.

Ao receber a ordem do ditador Getúlio, Padilha recusou-se a cumprí-la. Em hipótese alguma iria determinar o fechamento dos clubes esportivos, cujos associados e esportistas radicados no Brasil, não poderiam pagar o preço da guerra insana iniciada por Hitler na distante Europa.

A solução do Capitão Padilha foi reunir os clubes atingidos pela ordem do ditador e sugerir a mudança dos nomes. Assim, desmontaria as prestensões desastradas de Getúlio Vargas. E assim foi feito. O Espéria virou Floresta. O Palestra Itália virou Palmeiras (aliás, o nome Palmeiras foi sugestão do próprio Padilha). O Germânia virou Pinheiros. O Clube Alemão virou Yatch Clube Santo Amaro. E o mesmo ocorreu com diversos clubes japoneses, que fomentavam várias modalidades, notadamente o beisebol.

Padilha reapondeu ao ofício do ditador Vargas informando sobre a mudança dos nomes e dando ciência ao presidente da República que, em São Paulo, nenhum clube seria fechado. Vargas viu aquilo como um ato de ousadia, mas teve que engolir a decisão do Capitão Padilha, o mais destacado atleta brasileiro daquela geração. Imagine o que teria havido com o esporte de São Paulo e do Brasil se esses clubes tivesse fechado.

O Capitão Padilha tornou-se sócio honorário, ou benemérito, de todos esses clubes, que ficaram eternamente gratos por essa decisão corajosa.

Essa não foi a única vez em que o Major Sylvio de Magalhães Padilha contrariou as ordens de governantes que tentaram prejudicar o esporte. Padilha nunca hesitou em defender o esporte e os atletas. No link abaixo, você poderá ler na matéria da ESPN BRASIL, um pouco mais da história do Major que, atleta, dirigente, peitou Getúlio e outros mais.

O orgulho que sinto do meu avô é ime so

SYLVIO DE MAGALHÃES

Segunda parte

LEOPOLDO GIL DIULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras Academia Poética Brasileira Centro Esportivo Virtual Professor de Educação Física (aposentado) IF-MA; Mestre em Ciência da Informação Dando continuidade ao resgate da memória da Capoeiragem, por estado...

GOIÁS

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

A história de Goiás remonta ao início do século XVIII, com a chegada dos bandeirantes vindos de São Paulo, atraídos pela descoberta de minas de ouro. Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, liderou a primeira bandeira com a intenção de se fixar no território, que saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722. A região do Rio Vermelho foi a primeira a ser ocupada, onde fundou-se Vila Boa (mais tarde renomeada para Cidade de Goiás), que serviu como capital do território durante 200 anos. O processo de independência de Goiás se deu gradativamente, impulsionado pela formação de juntas administrativas. O desenvolvimento e povoamento do estado deu-se, de forma mais intensificada, a partir da mudança da capital para Goiânia, na década de 1930, e com a construção de Brasília, em 1960. é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situa-se na Região Centro-Oeste do país, no Planalto Central brasileiro. O seu território é de 340 257 km², sendo delimitado pelos estados de Mato Grosso do Sul a sudoeste, Mato Grosso a oeste, Tocantins a norte, Bahia a nordeste, Minas Gerais a leste, sudeste e sul e pelo Distrito Federal a leste. Goiânia é a capital e maior cidade do estado, assim como sede da Região Metropolitana de Goiânia, a única no estado. Outras cidades importantes, fora da região metropolitana de Goiânia, são: Anápolis, Rio Verde, Itumbiara, Catalão, Luziânia, Águas Lindas de Goiás, Valparaíso de Goiás, Formosa, Jataí, Caldas Novas, Goianésia, que também são as maiores cidades em população do interior do estado. Seus municípios situados a leste formam a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, uma das duas RIDES no país. Ao todo, o estado possui 246 municípios.Com 7,2 milhões de habitantes, é o estado mais populoso da Região Centro-Oeste e o 11º mais populoso do país Possui, ainda, a nona maior economia entre as unidades federativas brasileiras. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, em 2016 registram-se 4 464 442 eleitores. Goiás – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Os registros históricos mais antigos encontrados na região do atual estado de Goiás, foram datados de cerca de 11 mil anos atrás, o que indica que a ocupação humana na área se iniciou há milhares de anos. Grande parte dos sítios arqueológicos presentes no estado estão situados em Serranópolis, Caiapônia e na Bacia do Paranã, abrigados em rochosos de arenito e quartzito, além de grutas de maciços calcários. Além destes, há fortes indícios de ocupação pré-histórica nos municípios de Uruaçu e Niquelândia que, juntos, abrigam abundante material lítico do homem pré-histórico, conhecido como "homem Paranaíba". Por conseguinte, o

QUANDO
A CAPOEIRAGEM COMEÇOU...

"homem Paranaíba" é tido como o primeiro representante humano que viveu na área, pertencente ao grupo caçador-coletor. Outro grupo caçador-coletor que viveu na região foi o da "Fase Serranópolis", cujo comportamento foi influenciado por mudanças climáticas, o que fez com que este passasse a se alimentar de moluscos terrestres e dulcícolas, além de uma quantidade maior de frutos.[13] Populações ceramistas também ocuparam o território goiano, em uma época em que o clima e a vegetação eram, supostamente, semelhantes aos atuais. Estas populações ceramistas viveram há cerca de dois mil anos, e eram divididos em: Una, Aratu, Uru e Tupi-Guarani.[

A cultura ceramista da tradição Una, a mais antiga, habitava abrigos e grutas naturais. Alimentavam-se sobretudo de vegetais, e cultivavam milho, cabaça, amendoim, abóbora e algodão. Também foram responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia da produção de vasilhames cerâmicos. Os Aratus habitavam grandes agrupamentos, situados em ambientes abertos, principalmente em matas próximas a rios ou riachos. São os primeiros aldeões conhecidos. Assim como os Una, cultivavam milho, feijão e algodão. Eram responsáveis pela produção de vasilhames cerâmicos de diferentes tamanhos e, confeccionavam rodelas de fusos, utilizados na fiação do algodão, dentre outros artefatos oriundos da manipulação da argila. Já a população da tradição Uru só veio chegar ao território do atual estado, muito tempo após os Aratus. Sua passagem pela pré-história goiana tornou-se conhecida através dos sítios arqueológicos localizados no vale do Rio Araguaia e seus afluentes, datados do século XII. A mais recente das populações, os Tupi-Guaranis, é datada de 600 anos atrás. Estes viviam em aldeias super populosas, dispersas na bacia do Alto Araguaia e na bacia do Tocantins.[13]

Período colonial Aos tempos do descobrimento do Brasil pelos portugueses, a região do atual estado de Goiás era habitada pelos índios Avás-canoeiros, tupi-guaranis e tapuias.[14] A ocupação do território goiano teve início com Catarina Silva e as expedições de aventureiros (bandeirantes) provenientes da Capitania de São Vicente. As Bandeiras objetivavam procurar metais preciosos e capturar índios que, por sua vez, serviam como mão de obra escrava no desenvolvimento da agricultura e minas, tanto no "território dos Goyazes" quanto na Capitania de São Vicente. Além destas, outras expedições saíam do Pará, nas chamadas Descidas com vistas à catequese e ao aldeamento dos índios da região. Todas essas expedições tinham como rota o território do atual estado, mas não se dava a criação de vilas permanentes e nem a manutenção de um notável número de população na região. Com a descoberta de ouro na área, a ocupação efetiva se consolidou, tornando-se propriamente dita. Devido à descoberta de ouro em Minas Gerais (próximo à Ouro Preto) e em Mato Grosso (próximo à Cuiabá) entre 1698 e 1718, acreditava-se que a região também possuía abundância em minérios, ideia que ganhou força com a crença, de origem renascentista, de que o ouro era mais abundante quanto mais próximo da Linha do Equador e no sentido leste-oeste. Assim sendo, a busca por ouro no território se intensificou cada vez mais, fazendo deste o foco das expedições dos Bandeirantes pela região.[15]

Umas das Bandeiras mais importantes recebida pelo território goiano foi a liderada por Francisco Bueno, a primeira a encontrar ouro nestas terras, em 1682, embora em pequena quantidade. A região explorada por essa Bandeira estendeu-se das margens do Rio Araguaia até a região do atual município de Anhanguera. Bartolomeu Bueno da Silva, filho de Francisco Bueno e conhecido por Anhanguera (Diabo velho), também fazia parte desta Bandeira. Segundo registros, Bartolomeu Bueno da Silva interessou-se pelo ouro que adornava algumas índias de uma tribo, mas não obteve sucesso em obter informações confiáveis sobre a localização exata desse ouro. Para descobrir a localização, Anhanguera resolveu ameaçar por fogo nas fontes e rios da região, utilizando aguardente para convencer os índios da tribo de que tinhas "poderes" e meios para fazer isto acontecer. Apavorados, os índios levaram-no imediatamente às jazidas, surgindo assim o apelido "Anhanguera" (Diabo Velho ou Feiticeiro).[15]

O filho de Anhanguera, também chamado Bartolomeu Bueno da Silva , tentou retornar aos locais onde seu pai havia passado, 40 anos após o acontecido. Bueno da Silva tinha como objetivo encontrar a “Serra dos Martírios”, um lugar fantástico onde grandes cristais aflorariam, tendo formas semelhantes a coroas, lanças e cravos, referentes à “Paixão de Cristo”. Esse lugar, místico, nunca foi encontrado, mas este acabou chegando às regiões próximas ao rio Vermelho, onde encontrou ouro em maior quantidade em 1722.[15] Bartolomeu Bueno da Silva acabou fixando-se na vila de Sant'Anna, em 1727, que mais tarde viria a se tornar a Vila Boa de Goyaz.[15]

Depois de seu retorno a São Paulo, onde apresentou os achados em terras goianas, Bueno da Silva foi nomeado capitão-mor das "minas das terras do povo Goiá". Apesar disso, sua influência foi sendo diminuída a medida que a administração régia se organizava na região. Acusado de sonegação de rendas, Bueno da Silva perdeu direitos obtidos junto ao rei, falecendo pobre e sem poder em 1740. O ouro explorado na área era retirado principalmente da superfície dos rios, através da peneiragem do cascalho, se tornando escasso após 1770. A região passou a viver basicamente da pequena agricultura de subsistência e de algumas atividades relativas à pecuária. Nesta época, as principais regiões de Goiás exploradas pela Capitania de São Paulo eram o Centro-Sul (proximidades dos limites com São Paulo). o Alto Tocantins e o Norte da capitania, até os limites da cidade de Porto Nacional (hoje pertencente ao Tocantins). Estas regiões, entretanto, só viriam a receber ocupação humana intensamente a partir dos séculos XIX e XX, como resultado da ampliação da pecuária e agricultura.[15]

Separação da Capitania de São Paulo

O atual estado de Goiás foi administrado, no período colonial, pela Capitania de São Paulo, na época a maior delas, estendendo-se do Uruguai até o atual estado de Rondônia. Todavia, seu poder não era tão extenso e proeminente, ficando distante das populações e, também, dos rendimentos.[15]

Depois da descoberta de ouro em Goiás, em 1722, os portugueses buscaram aproximar-se da região produtora, como uma forma de controlar melhor a produção de ouro e evitar o contrabando, além de servir como uma resposta mais imediata aos ataques dos índios e controlar os conflitos e revoltas entre os mineradores. Assim sendo, foi criado através de alvará régio a Capitania de Goiás, desmembrada de São Paulo em 1744, com a divisão efetivada em 1748. O primeiro governador da então Capitania de Goyaz foi Dom Marcos de Noronha, que passou a residir em Vila Boa de Goyaz.[15]

Divisão administrativa do Brasil após a Guerra dos Emboabas.

Durante a maior parte do período colonial e imperial, os limites territoriais entre as capitanias e províncias não eram demarcados com exatidão, estando quase sempre definidos pelos limites das paróquias ou através de deliberações políticas oriundas do poder central. Nesse período, Goiás foi uma das administrações a sofrer maiores perdas de território, com diversas divisões. Duas perdas significativas de território marcaram Goiás na época colonial: O Triângulo Mineiro e o Leste do Mato do Grosso.[15]

A região que hoje corresponde ao Triângulo Mineiro pertenceu à capitania de Goiás, desde sua criação, em 1744, até 1816, pouco antes da independência brasileira. A região foi incorporada a Minas Gerais devido a pressões pessoais de integrantes de grupos dirigentes da região. Apesar de ter passado à hegemonia mineira, o Triângulo continuou sofrendo influência goiana nas suas mais variadas ações, sobretudo na questão política. Em 1861, a Assembleia Geral sediou uma das maiores discussões políticas à época, entre parlamentares de Minas Gerais e de Goiás, por conta da tentativa mineira de ampliar ainda mais o território de Minas Gerais, incorporando áreas do Sul Goiano e próximas ao Rio São Marcos, administradas pela Capitania de Goiás.[15]

As capitanias de Mato Grosso e Goyaz começaram as discussões acerca de seus limites territoriais em 1753. Como resultado das discussões, ficou definido que os limites entre as duas capitanias seria a partir do Rio das Mortes até o Rio Pardo, sendo que este último seria usado como o último limite entre as duas, por sua localização quase na fronteira do Brasil com Bolívia. Em 1838, Mato Grosso reiniciou as movimentações de contestação de limites territoriais, criando a vila de Sant'Ana do Paranaíba, próximo ao limite pré-

estabelecido com Goiás. O caso foi tratado pela Assembleia Geral apenas em 1864, que criou uma legislação específica para o entrave. A situação perdurou até a República Velha, com a criação do município de Araguaia em 1913 por parte de Mato Grosso, e criação de Mineiros por parte de Goiás, o que culminou no agravamento do conflito. A questão ficou em suspenso até 1975, quando uma nova demarcação foi efetuada, durante o Regime militar. A decisão final veio em 2001, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) demarcou, por definitivo, a nascente "A" do Rio Araguaia como ponto de partida das linhas demarcatórias entre os dois estados, resultando em perda territorial para Goiás.[15]

Império - De 1780 em diante, a Capitania de Goiás iniciou um processo de ruralização e regressão a uma economia de subsistência, devido ao esgotamento das jazidas auríferas, o que causou graves problemas financeiros, pela ausência de um produto básico rentável. Os portugueses agiram ativamente para tentar reverter essa situação, incentivando e promovendo a agricultura na região. Todavia, a ação não gerou resultados positivos, já que os agricultores temiam o pagamento de dízimos. Outros motivos que contribuíram para o fracasso da iniciativa foi a ausência de um mercado consumidor, dificuldade de exportação - sobretudo pela ausência de um sistema viário - e a falta de interesse dos mineiros pelo trabalho agrícola, pouco rentável. Quando o Brasil conquistou a independência, em 1822, a Capitania de Goyaz foi elevada à categoria de província. Porém, essa mudança pouco alterou a realidade socioeconômica de Goiás, que ainda enfrentava um quadro de pobreza e isolamento geográfico. Poucas mudanças ocorreram, sendo a maioria de ordem política e administrativa. A expansão da pecuária em Goiás alcançou relativo êxito nas três primeiras décadas do século XIX, resultando em um significativo aumento populacional, principalmente no sul da província.[16] A maioria dos migrantes que chegavam ao estado, vinham de outras províncias próximas, como Grão-Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Com essa migração, surgiram novas localidades, que logo tornaram-se cidades: no sudoeste goiano, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Caiapônia (então Rio Bonito), Quirinópolis (então Capelinha), entre outras. O norte da província também mudou consideravelmente com o aumento populacional. Além do surgimento de novas cidades, as que já existiam (Imperatriz, Palma, São José do Duro, São Domingos, Carolina e Arraias, ganharam novo impulso.[16]

Mapa da Província de Goiás, 1874. Arquivo Nacional.

O poder central, apesar de distante, ainda exercia amplo poder sobre a região, pois detinham a livre escolha dos presidentes de província e outros cargos de importância política - todos de nacionalidade portuguesadescontentando os grupos locais. Após a abdicação de D.Pedro I, Goiás experimentou um movimento nacionalista liderado pelo padre Luiz Bartolomeu Marquez, pelo bispo Dom Fernando Ferreira e pelo coronel Felipe Antônio. De imediato, o movimento recebeu o apoio das tropas, conseguindo depor todos os portugueses que ocupavam cargos públicos em Goiás, entre eles, o presidente da província.[16] Vários partidos foram fundados na província por grupos locais insatisfeitos com a influência exercida pelo governo central. Nas últimas décadas do século XIX, surgiram os partidos O Liberal, em 1878, e o Conservador, em 1882. Jornais também foram fundados, usados principalmente como meio de difusão das ideias destes partidos, entre eles Tribuna Livre, Publicador Goiano, Jornal do Comércio, Folha de Goyaz e O

Libertador. Com isso, representantes próprios foram enviados à Câmara Alta, fortalecendo grupos políticos locais e lançando as bases para as futuras oligarquias.[16]

O jornal O Libertador havia sido fundado pelo poeta goiano Antônio Félix de Bulhões, e usado por este como meio de divulgação de seus ideais abolicionistas. Félix de Bulhões também promoveu festas para angariar fundos, com o objetivo de alforriar escravos, e compôs o Hino Abolicionista Goiano. Com a sua morte, em 1887, várias sociedades emancipadoras se uniram e fundaram a Confederação Abolicionista Félix de Bulhões. Aproximadamente 4 mil escravos viviam em Goiás, à época da promulgação da Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888 [16]

O ensino educacional em Goiás foi regulamentado em 1835, pelo presidente da província, José Rodrigues Jardim. Em 1846, foi criado na então capital, Cidade de Goiás, o Liceu, que contava com o ensino secundário. À época, jovens do interior de família classe média-alta e alta concluíam seus estudos em Minas Gerais e faziam curso superior em São Paulo, e os de família menos abastada, encaminhavam-se para a escola militar ou seminários. No entanto, a maioria da população permanecia analfabeta. Somente em 1882 foi criada a primeira Escola Normal de Goiás, na capital deste.[16]

República O Brasil passou ao regime republicano em 15 de novembro de 1889, fazendo de Goiás um estado. Entretanto, pouco se modificou na unidade administrativa em termos socioeconômicos, em especial pelo isolamento resultante da carência dos meios de comunicação. Aliado a isso, a ausência de centros urbanos e de um mercado interno, além de uma economia de subsistência, também contribuíram para os problemas enfrentados pela população goiana. Apenas mudanças administrativas e políticas foram vistas. A primeira fase da República no Brasil, que durou desde sua proclamação até 1930, acentuou a disputa entre as elites oligárquicas de Goiás pelo poder político. Os principais grupos de elite eram os Bulhões, os Fleury, e os Jardim Caiado, que exerciam influência nas mais diversas atividades do estado. Os Bulhões apresentaram forte influência sobre a política do estado até por volta de 1912, com sua liderança maior em José Leopoldo de Bulhões, sucedidos pela elite oligárquica dos Jardim Caiado, liderada por Antônio Ramos Caiado, com seu poder exercido até 1930.[17]

Um dos meios de desenvolvimento advindos da mudança para o período republicano, de forma imediata, foi a instalação do telégrafo em 1891, usado para a transmissão de notícias.[17] Posteriormente, a estrada de ferro em território goiano, que chegou no início do século XX, também foi de grande importância para a urbanização na região e a ligação com outras partes do país, facilitando a produção de arroz para exportação.[17] Entretanto, a estrada de ferro não se estendeu até a cidade de Goiás, capital estadual à época, assim como não se prolongou ao norte do estado, devido principalmente a falta de recursos financeiros. Essas regiões permaneciam praticamente incomunicáveis. A pecuária, predominante na parte sul, passou a ser o setor mais importante da economia.[17]

Com a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas à Presidência do Brasil, foram registradas alterações no cenário político estadual. Getúlio Vargas destituiu os governadores e nomeou um governo provisório composto por três membros. O Dr. Pedro Ludovico Teixeira foi nomeado em Goiás, passando a ser interventor do estado dias após sua primeira nomeação.[17] Outra iniciativa surgida como resultado da revolução foi um plano de ação adotado pelo governo nacional, para levar desenvolvimento a alguns estados interioranos do país, entre os quais Goiás, que recebeu investimentos nas áreas do transporte, educação, saúde e exportação. O plano de ação de desenvolvimento em Goiás previa uma outra medida para alcançar o objetivo: A mudança da capital estadual e construção da futura capital.[17]

Construção de Goiânia

Os ideais de "progresso e desenvolvimento", levantados durante a revolução de 1930, foram os principais impulsionadores da mudança da capital goiana, proposta que já havia sido pensada em governos anteriores, mas que nunca havia sido habilitada em parte por falta de apoio do governo nacional. A região onde se encontra a atual capital foi escolhida por apresentar melhores condições hidrográficas, topográficas, climáticas e pela proximidade da estrada de ferro.[17]

No dia 24 de outubro de 1933, lançou-se o projeto de construção e mudança da sede do governo do estado de Goiás, sendo que dois anos depois, em 7 de novembro de 1935, a mudança provisória da nova capital foi

iniciada. Para escolher o nome da nova capital, foi promovido um concurso, administrado pelo semanário "O Social". O nome escolhido foi "Goiânia", conforme sugerido pelo professor Alfredo de Castro.[17]

Em 23 de março de 1937, a mudança da capital para Goiânia foi finalizada. O município de Goiás perdeu o posto de sede estadual por meio do Decreto 1.816 daquele ano. Cinco anos após sua instalação definitiva como capital, Goiânia já registrava 15 mil habitantes, atraídos principalmente do norte de Goiás e de estados próximos, como Minas Gerais, Piauí, Bahia e Maranhão.[17]

Goiás experimentou um crescimento acelerado em vários setores, a partir de 1940, resultado de políticas adotadas tanto pelo governo estadual quanto pelo governo nacional, como o desbravamento do Mato Grosso Goiano, a campanha nacional de "Marcha para o Oeste" - com a finalidade de povoação de áreas do interior do Brasil - e a construção de Brasília, que viria a ser a nova capital nacional, assim como ocorrido com Goiânia.[17]

A imigração no estado se intensificou, a urbanização e o êxodo rural foram estimuladas, e a agropecuária se espalhou para outras partes do território, que não fossem apenas o sul. Entretanto, assim como outras partes do país, a industrialização ainda era recorrente e a economia era quase que integralmente dependente do setor primário (agricultura e pecuária), com a vigência do sistema latifundiário.[17]

Em contrapartida, como meio de estimular o desenvolvimento de outras áreas econômicas no estado (principalmente a industrialização), foram criados o Banco do Estado e a Centrais Elétricas de Goiás (CELG), na década de 1950.

A continuação dessa inciativa se deu no governo de Mauro Borges Teixeira, que governou Goiás entre 1960 e 1964. Mauro Borges Teixeira também procurou descentralizar a economia, elaborando outro projeto, chamado de "Plano de Desenvolvimento Econômico de Goiás", que funcionou como uma diretriz onde se abrangia áreas de agricultura e pecuária, transportes e comunicações, energia elétrica, educação e cultura, saúde e assistência social, levantamento de recursos naturais e turismo.

Ano 1881\Edição 00022 (1) A Tribuna Livre : Orgão do Club Liberal de Goyaz (GO) - 1878 a 1884 Ano 1882\Edição 00284 (1) A Tribuna Livre : Orgão do Club Liberal de Goyaz (GO) - 1878 a 1884

Ano 1885\Edição 00027 (1) O Publicador Goyano (GO) - 1885 a 1889

Ano 1886\Edição 00082 (1) O Publicador Goyano (GO) - 1885 a 1889

Ano 1955\Edição 01567A (1) O Estado de Goiaz (GO) - 1951 a 1955

Ano 1956\Edição 00096 (1) Jornal de Noticias (GO) - 1952 a 1959

Ano 1959\Edição 00452 (1) Jornal de Noticias (GO) - 1952 a 1959
Ano 1980\Edição 00062 (1) Jornal do Tocantins (GO) - 1979 a 1987 Ano 1984\Edição 00030 (1) – 8 DE JUNHO Voz de Luziânia (GO) - 1982 a 1985 Ano 1985\Edição 00045 (1) Voz de Luziânia (GO) - 1982 a 1985 (99+) MESTRE SABÚ: Memória Social e práticas culturais da capoeira em Goiás (2015). | Tatiana TucunduvaAcademia.edu

Está localizado na região Centro-Oeste. Tem a porção norte de seu território ocupada pela Amazônia Legal, sendo o sul do estado pertencente ao Centro-Sul do Brasil. Extensas planícies e amplos planaltos dominam a área, sendo que a maior parte destes (cerca de 74%) se encontra abaixo dos seiscentos metros de altitude. Juruena, Teles Pires, Xingu, Araguaia, Paraguai, Rio Guaporé, Piqueri, São Lourenço, das Mortes, Rio Vermelho e Cuiabá são os rios principais. Tem como limites os estados do Amazonas, Pará (norte); Tocantins, Goiás (leste); Mato Grosso do Sul (sul); Rondônia e a Bolívia (oeste), país vizinho. Ocupa uma área equivalente à da Venezuela e não muito menor do que a vizinha Bolívia. Mato Grosso está organizado em 22 microrregiões e cinco mesorregiões, dividindo-se em 141 municípios, sendo os mais populosos e importantes: a capital Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Barra do Garças e Cáceres. Pelo Tratado de Tordesilhas (de 7 de junho de 1494), o território do atual estado de Mato Grosso pertencia à Espanha. Os jesuítas, a serviço dos espanhóis, criaram os primeiros núcleos, de onde foram expulsos pelos bandeirantes paulistas em 1680. Em 1718, a descoberta do ouro acelerou o povoamento. Em 1748, para garantir a nova fronteira, Portugal criou a capitania de Mato Grosso e, lá, construiu um eficiente sistema de defesa. O Tratado de Madri, de 1750, reconheceu as conquistas bandeirantes na região de Mato Grosso, para dirimir questões de limites entre Portugal e Espanha. Com a chegada dos seringueiros, pecuaristas e exploradores de erva-mate na primeira metade do século XIX, o estado retomou o desenvolvimento. Em 1977, a parte sul do estado foi legalmente desmembrada, formando, assim, um novo estado, Mato Grosso do Sul, o que na prática só se daria em 1979. Mato Grosso – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Ano 1861\Edição 00153 (1) A Imprensa de Cuyabá : Periodico Politico, Mercantil e Litterario (MT) - 1859 a 1865

MATO GROSSO

Ano 1880\Edição 00083 (1) O Iniciador : Jornal Commercial, Noticioso e Litterario (MT) - 1879 a 1881 04 DE OUTUBRO

Ano 1881\Edição 00035 (1) O Iniciador : Jornal Commercial, Noticioso e Litterario (MT) - 1879 a 1881

Ano 1882\Edição 00006 (1) ) O Iniciador : Jornal Commercial, Noticioso e Litterario (MT) - 1879 a 1881

Ano 1893\Edição 00712 (1) O Matto-Grosso (MT) - 1890 a 1937

Ano 1903\Edição 00027 (1) A Reacção : orgão do Partido Republicano de Matto Grosso (MT)1902 a 1903

Ano 1925\Edição 00010 (1) O Pharol (MT) - 1902 a 1926

Ano 1936\Edição 09365 (1) Tribuna (MT) - 1925 a 1949 –

Ano 1936\Edição 01263 (2) A Cruz : Orgão da Liga Social Catholica Brasileira de Matto-Grosso (MT) - 1910 a 1969 Ano 1941\Edição 00626 (1) O Estado de Mato Grosso (MT) - 1939 a 1972 21\12
1973\Edição 06558 (1) O
(MT) - 1939 a 1972
Ano
Estado de Mato Grosso
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Ano 1985\Edição 02185 ( 11 DE MAIO

(wordpress.com)

Na década de oitenta, os rondonopolitanos tinham o contato com a Capoeira através de um rapaz chamado Sinézio (José Fernandes). Ele fazia o jogo da Capoeira na Praça Brasil e na Praça dos Carreiros, onde as pessoas se aglomeravam em passeios na praça como programa familiar aos domingos e feriados. Segundo entrevista do professor Machado, Sinézio era o único que lutava Capoeira na época, não havia academia.

No dia vinte e sete de setembro de 1985, às 18h00min h Carivaldo chegou a Rondonópolis. Foi para um hotel onde pediu informações sobre as academias existentes na cidade. Foi informado sobre a academia Líder de Artes, do professor Venâncio.

A academia Líder de Artes funcionava na esquina da Avenida Dom Pedro II com a Avenida Amazonas no centro de Rondonópolis. (atualmente é uma sorveteria)

Ao chegar à academia Líder de Artes o mestre Carivaldo se apresentou à secretária que pediu que ele esperasse, pois o professor Venâncio estava dando aula. Após longa espera conseguiu falar com ele. Venâncio o atendeu e ficou de dar uma resposta.

Aconteceu na cidade, no ginásio Marechal Rondon, um campeonato de artes marciais, onde o mestre Carivaldo conseguiu fazer demonstração de Capoeira sozinha. Ligou sua radiola com um disco de músicas da Capoeira e fez sua apresentação. Na semana seguinte foi trabalhar na Academia Líder de Artes.

A fama do mestre Carivaldo se espalhou na cidade. Em pouco tempo a grande maioria dos alunos da academia eram os praticantes de Capoeira.

Diante da repercussão do seu trabalho e de ecoar pelos quatro cantos da cidade o quanto o “mestre é bom em lutar Capoeira”, Sinézio foi até a academia para saber se tudo era verdade chamando o mestre Carivaldo para a roda de Capoeira. Começaram a disputa como brincadeira, mas quando as coisas esquentaram, o Carivaldo deu-lhe um golpe que o deixou no chão. “Não é nada. Isso é para você ver que está lidando com profissional”, disse mestre Carivaldo massageando seu abdômen para que recobrasse as forças. A partir daí, Sinézio passou a ser também, aludo do mestre Carivaldo na academia.

Arquivo M.C. – 1986 Arquivo M.C. – 1986

Arquivo pessoal do Mestre Carivaldo – 1985

Em 28 de Setembro de 1986 aconteceu em Rondonópolis o 1º Campeonato Mato-grossense de Capoeira, onde mestre Carivaldo foi campeão no peso médio e Sinézio (José Fernandes) ficou em 2º lugar no peso leve.

Em 1986 o mestre Carivaldo dava aula na academia e trabalhava na Sadia.

A Capoeira alcançou grande prestígio em Rondonópolis e todo o Mato Grosso. Havia aqui um campeão! Houve grande divulgação da Academia e da Capoeira. Cada vez chegava mais alunos para “o mestre”.

“Em dois meses tinha mais de cem alunos”, segundo mestre Carivaldo. Sucederam-se apresentações em eventos e nas praças.

1985 - MESTRE
CARIVALDO E A CAPOEIRA EM RONDONÓPOLIS, POR IRENILDE WINGERT [1] MESTRE CARIVALDO E A CAPOEIRA EM RONDONÓPOLIS | HETEC - HISTÓRIA, EDUCAÇÃO & TECNOLOGIAS

CHIBATA

Em 1987, o mestre Carivaldo saiu da Academia Líder de Artes e funda a Academia Chibata, na Avenida Fernando Correa da Costa, Vila Aurora, próximo à cadeia pública. Foram tempos difíceis. Poucos alunos tinham possibilidades de pagar a mensalidade. Com cerca de 50 alunos e poucos pagando, o mestre andava a pé de porta em porta pedindo patrocínio. Pouco conseguia. Pedia ajuda na feira para sustentar esposa e os quatro filhos que trouxera de São Paulo após seis meses de ter se estabelecido em Rondonópolis. Nos dias de feira faziam a roda de Capoeira e após a apresentação passavam o chapéu para ganhar algum dinheiro.

Para participarem de um campeonato em Cuiabá, mestre Carivaldo ganhou um saco de “pão dormido” da padaria do Léo Rabelo. Comprou mortadela e pôs no meio do pão. Era o que tinham para comer na viagem. Só com o dinheiro da passagem, chegaram a Cuiabá e foram dormir na porta da Igreja Matriz de Cuiabá. O padre os viu e mandou o mestre e seus quinze alunos entrarem e se abrigarem dentro da igreja, onde passaram a noite. No dia seguinte ganharam café da manhã e em agradecimento os garotos limparam todo o mato que havia ao redor da igreja e ganharam também o almoço. Participaram do campeonato em Cuiabá e saíram vice-campeões da competição mato-grossense.

MESTRE EDSON

Em 1987 chegou à cidade e entrou na academia dizendo: “Eu sou o mestre Edson”. Ao que o mestre Carivaldo respondeu: “Pode entrar que a casa é sua”. Edson chegou à academia fardada, pois era policial militar. “Eu vim de São Paulo sou professor Edson e vim fazer uma visita”. Então o mestre Carivaldo falou: “Tire o revólver”. Ele tirou e disse: “vamos jogar Capoeira”. Ao entrar na roda o mestre Carivaldo percebeu que estava diante de um bom capoeirista. Jogaram por algum tempo e se despediram.

Do ano de 1988 ao ano de 1993, a Academia Chibata realizava apresentações no desfile de 7 de setembro em Rondonópolis.

Diante das dificuldades na época, mestre Carivaldo e mestre Edson trabalhavam juntos ministrando aulas e divulgando a Capoeira. Sem o apoio dos meios de comunicação, faziam apresentações nas praças, faziam caminhadas e corridas nas ruas com os alunos para chamar a atenção das pessoas. Conforme entrevista do mestre Edson, “aos poucos as pessoas foram falando: olha aquilo lá é Capoeira. É uma luta, é uma dança, tal, aos poucos as pessoas começaram a conhecer e aí nós começamos a proliferar nosso trabalho através do boca a boca na cidade”.

Edson abriu sua academia a Afro Brasil. Inicialmente os alunos da Chibata e do Afro Brasil tinham rivalidade apenas na roda de Capoeira. Ao saírem dali, eram bons amigos. Com o passar do tempo, os alunos começam a fazer disputas, longe de seus mestres, para ver qual academia ira melhor e o que começava no jogo de Capoeira, terminava em pancadaria.

A
Primeiro Grupo de Capoeira da Academia Chibata – 1987 Desfile de 7 de setembro de 1993 – Arquivo Mestre Carivaldo.

Em 1989, chegou a Rondonópolis o Wellinton, que veio de Brasília (DF) formando do mestre Cal, da Ave Branca, Academia de Capoeira de Brasília, um dos maiores grupos de Capoeira do Brasil. Cal foi menino de rua e hoje é um grande mestre que tem alunos dando aula de Capoeira até nos Estados Unidos, segundo mestre Carivaldo.

“O Wellinton era bom de Capoeira e metido a valentão. Enxergava só de um olho, era alto e forte”, disse mestre Carivaldo. Chegou à academia Chibata e falou ao mestre Carivaldo: “Eu sou Wellinton, contra mestre, sou de Brasília”. “O mestre Carivaldo falou: Pode chegar que a casa é nossa”. Ele então perguntou: “posso jogar?” E o mestre respondeu: “pode”. Ele colocou o abadá (roupa de jogo) e entrou na roda.

“O jogo começou na academia minha tinha o Edson, um negão que era o carrasco da minha academia. Aí os dois se pegaram”. Se pegava eu ia lá e tirava de novo, se pegava eu ia lá e tirava de novo, só que o Edson não dava moleza não pra ele, sabe? Aí pronto! Ele foi, jogou com nós. Aí falei pra ele: olha vai devagar com os moleques aqui, que os moleques são novos. Aí joguei com ele, era bom capoeirista também. “Aí ele foi e abriu a academia lá no bairro da Coophalis, no salão do São Cristóvão”. Esta foi à narrativa do mestre Carivaldo sobre a vinda do mestre Wellinton para Rondonópolis. A partir daí os alunos foram chegando para a academia de Wellinton e aumentou a rivalidade entre as três academias existentes em Rondonópolis. Sempre que se encontravam nas ruas da cidade, os alunos queriam medir forças para ver quem era o melhor no jogo da Capoeira e acabava em pancadaria.

Foi um período de bastante crescimento e divulgação da Capoeira, porém havia muita rivalidade entre as academias, principalmente por parte dos alunos que acabavam envolvendo seus mestres. Houve muitas brigas entre as academias.

Wellinton ficou na cidade de Rondonópolis até 1992. Ele foi embora e seus alunos não entraram em academia nenhuma. “Ficaram por aí”, segundo mestre Carivaldo.

Em 1991 o Edson formou oito alunos que ficaram aqui mesmo. O Edson foi embora depois de alguns anos e hoje o Jeguinho segue com os “Filhos do Quilombo”, que são os que saíram da formação do grupo do mestre Edson.[2]

MESTRE CARIVALDO PERDE A MÃO EM ACIDENTE NA SADIA

Após dez anos de trabalho na Sadia, como classificador de soja, mestre Carivaldo perde a mão direita em um acidente. Ele conta que seu colega saiu para tomar água. A máquina embuxou e ele desligaram para arrumá-la. O colega ao voltar ligou a máquina sem perceber que mestre Carivaldo estava mexendo nas engrenagens que prenderam sua mão. Com o acidente continuou dando aulas falando para os alunos como teriam que fazer.

Em sua entrevista de 26 de Janeiro de 2007, mestre Jeguinho diz que seu “início na Capoeira foi péssimo, porque eu treinei durante cinco anos da minha vida, eu treinei escondido da minha mãe, minha mãe não podia saber. Porque naquela época quem praticava o pessoal falava que era malandro”. Esta realidade não era só a da família do mestre Jeguinho, muitas outras mães se opuseram a participar dos seus filhos nas academias ou grupos de Capoeira. Quando os grupos de diferentes mestres se encontravam nas ruas, e começavam a disputa para mostrar a superioridade na roda de capoeira e acabava em pancadaria. Seus mestres eram severos ao tratar a questão dentro das academias, porém seus alunos tinham a necessidade de provar aos rivais a superioridade da sua luta, muitas vezes longe dos olhos do seu mestre.

Em seu relato na entrevista de 26 de Janeiro de 2007, mestre Edson fala que após algum tempo houve uma divisão na cidade: “Então nós tivemos uma negociação no qual ele ficava depois da ponte da Vila Aurora e eu ficava pra cá da ponte da Vila Aurora. Então eu não invadia o espaço dele e ele não invadia o meu… “ Cada mestre de Capoeira tinha seu território definido para conseguir seus alunos e trabalhar com a Capoeira.

Segundo Domingos André dos Santos, mestre Di Mola, que tem 47 anos e 40 de Capoeira “quando a fama de um capoeirista habilidoso corria pelas regiões, sempre tinha quem queria desafiá-lo. Só que não era de um pra um. Eram cinco ou seis que vinham pra cima”.

A rivalidade existente na capoeira vem de longa data. Cada capoeirista na luta com seu adversário. Quer mostrar suas habilidades e malícia pra superioridade de seus golpes. Eles têm orgulho em exaltar o nome de quem foi seu mestre. Deixando de lado a violência, podemos dizer que o desafio faz parte do jogo. O ser humano tem a necessidade de mostrar a que veio. Ele precisa desafiar e ser desafiado para crescer e buscar novas formas, no caso da Capoeira, novos golpes, novo jeito, maior conhecimento para o desempenho no jogo e nas lutas. Podemos perceber que hoje os capoeiristas buscam a capoeira arte, a cultura, o jogo seguro, onde o desafio é chegar em todas as camadas da sociedade. Saindo da senzala para a casa grande.

Eles querem conquistar seu espaço, viver a liberdade tão sonhada. Em sua entrevista, o professor Machado afirma que a classe média ainda é um objetivo a ser alcançado pela Capoeira. Por que tanta resistência uma vez que a capoeira é o segundo esporte em movimentos do corpo e nossa sociedade busca cada vez mais fazer esporte para obter uma vida saudável? Será que a capoeira ainda é “coisa de preto malandro?”

Em todas as entrevistas realizadas podemos aplicar aos capoeiristas a celebre frase: “Capoeira não e explica, se sente.” Sentir e viver a capoeira é o que todos fazem. Mas que se possa dizer, o capoeirista deixa toda a sua emoção fluir ao falar da Capoeira. Como dizia mestre Bimba, “Capoeira é capoeira”. Não importa se Angola, Regional ou Contemporânea, é Capoeira.

Principais Característias da Capoeira Rondonopolitana

Inicialmente em Rondonópolis houve uma mistura da Capoeira Angola com a Capoeira Regional, segundo o professor Machado (professor de Capoeira, aluno do mestre Carivaldo da 1º turma de Capoeira em Rondonópolis). O som do berimbau era de Angola e os golpes, a luta da Regional. Denominava-se Capoeira Regional, mas com o toque de Capoeira Angola. Não se diferenciavam os toques e os fundamentos dos dois segmentos da Capoeira. Com o tempo o mestre Carivaldo foi esclarecendo os alunos, que por sua vez também buscaram esclarecimentos fazendo cursos e participando de simpósios e encontros de Capoeira, onde foram aprendendo a diferenciar a Capoeira Angola e a Regional. Hoje, os professores de Capoeira em Rondonópolis estão seguindo a Capoeira Contemporânea, difundida pelo mestre Camisas na década de 90. Ele propôs a unificação da Capoeira. Daí surgiu a ABADÁ (Associação Brasileira de Desenvolvimento e Apoio a arte e Capoeira). Passados dez anos a abadá cresceu e é o maior grupo do mundo. O mestre Camisa fez um resgate do jogo de Benguela, Juna e outros. Ele resgatou o que Bimba fez de maneira mais dinâmica e para os novos tempos. Os movimentos foram modificados de maneira que não haja lesão nos nervos e tendões dos praticantes da Capoeira. Os movimentos foram melhorados para não prejudicar as articulações. Houve maior envolvimento com professores de educação física e outras áreas que colaboraram para o melhoramento de exercícios que machucavam o joelho, os nervos, por serem movimentos muito abertos. Hoje todos seguem o ABADÁ, segundo o professor Machado.

A filosofia da Capoeira do Grupo Chibata, é “resgatar o mestre de Capoeira como educador, como a pessoa que vai ajudar um cidadão e contribui para a formação de um cidadão crítico e participativo”, segundo professor Machado.

As academias têm cada uma a sua formação, a sua filosofia individual. A Federação Mato-grossense faz a avaliação dos alunos para emitir os Certificados de graduação.

As características técnicas da Capoeira em Rondonópolis diferem de academia para academia por muitos anos não evoluiu. Ficou muito aqui dentro, sem sair em busca de aprimoramento e renovação. Ela veio evoluir há pouco tempo, com a chegada do Cavalo e do professor Machado, que saíram em busca de novas técnicas e novos conhecimentos trazendo para Rondonópolis o que aprenderam. Encontraram aqui resistência por parte de membros do grupo que dizem que eles estão “querendo colocar algo na Capoeira que não existe”, conforme entrevista do professor Machado. Até então o nível técnico da Capoeira era muito ruim. Mas está melhorando. Os capoeiristas professores estão buscando novas informações e formações na capoeira, pois ela está sempre evoluindo. Mestre Bimba dizia que a Capoeira é assim: o mestre ensina o golpe de uma maneira, mas o jeito e o corpo de executar o golpe são da pessoa que está aprendendo. Ela vai colocar aí todo o seu potencial, a sua maneira de ser e fazer o movimento, então, o

movimento nunca será exatamente igual ao que o mestre ensina. Na Capoeira há esta dinâmica, há esta possibilidade.

Os mestres e professores de Capoeira em Rondonópolis estão buscando uma forma de trabalho em conjunto. Hoje é possível encontrarmos numa roda várias academias, sem brigas, sem desavenças, apenas o jogo, a luta, a arte se sobrepõe a qualquer resquício do que tenha acontecido no passado. Segundo a professora de Capoeira Vudu, há um “intercâmbio entre os grupos, pra tentar cada vez mais crescer”. (…) isso aí é a melhor forma. “Os grupos de Capoeira estão percebendo que a união entre eles os fortalece e aumenta a possibilidade de renovação, de crescimento e divulgação da Capoeira”. Eles querem mostrar para toda a sociedade o valor do seu trabalho, da cultura capoeirística e todas as possibilidades de melhoria de vida que ela oferece.

A Capoeira rondonopolitana busca atingir a classe média-alta da sociedade, como forma de aceitação, reconhecimento e demonstração de que a Capoeira não é só coisa de “preto”, marginal e malandro. Mestre Bimba do alto de sua sabedoria fez esta ligação da Capoeira com as classes elevadas na Bahia. Seus alunos eram médicos, advogados, filhos de coronéis, entre outros.

Na periferia, a capoeira está crescendo juntamente com os movimentos populares como o Hip Hop, que se utiliza dos movimentos e da capoeira para ajudar na dança do Hip Hop. A aceitação da Capoeira na periferia é muito boa.

O trabalho está sendo desenvolvido no sentido de levar a Capoeira para as universidades, escolas particulares e para as academias do centro da cidade. Das academias da cidade, segundo professor Machado, apenas a Centauro, que é academia de artes marciais e funciona no prédio da academia Chibata, trabalha também com a Capoeira. Em algumas escolas particulares já foram ministradas aulas de Capoeira, mas não estão sendo realizadas no momento. Segundo a professora Vudu, há cinco anos ela trabalha na Escola Ramiro e continuará neste ano com aulas de Capoeira.

Fica bem caracterizado que a Capoeira rondonopolitana ainda é bem aceita na periferia. No centro da cidade esteja começando um trabalho para atingir as classes médias e altas, que ainda oferecem resistência na aceitação e principalmente na mudança da maneira de pensar e agir em relação ao negro, ao pobre, à cultura que vem do popular, do povão e que de certa forma os amedronta, até por falta de melhores esclarecimentos.

A Capoeira rondonopolitana está em fase de crescimento, de renovação, de transformação. Seus integrantes estão buscando o seu jeito de ser Capoeira.

Problemas na Capoeira em Rondonópolis

Durante muitos anos a Capoeira foi relacionada à violência, à negros vagabundos e a uma luta perigosa. Era coisa de negro pobre. Em Rondonópolis não foi diferente. Houve resistência, porém o principal problema é a aceitação da Capoeira pelo próprio negro que por sua vez também a considera “coisa de malandro”.

“Outro problema é entre os capoeiristas também, pois até pouco tempo os capoeiristas não podiam se encontrar que saía baderna, isso ainda existe um pouco, é preciso para”. Os professores estão buscando maneiras de conviver pacificamente e que a disputa seja apenas na roda, no jogo, na diversão e na arte da Capoeira, conforme entrevista com professor Machado.

O grupo Chibata, formado por mestre Carivaldo sofreu várias facções. Os alunos saíam da academia Chibata e formavam outra academia. Com o tempo a formação de alguns capoeiristas ficou sem consistência, num processo muito rápido de formação, onde não se levava em conta os fundamentos da Capoeira.

Segundo o professor Machado, “tem muito professor de Capoeira aqui em Rondonópolis de formação duvidosa.”

Os professores e mestres de Capoeira em Rondonópolis estão buscando junta uma maneira de crescimento na formação dos novos capoeiristas. Fomenta a capoeira arte, a cultura, o resgate do cidadão,

fazendo um trabalho social em suas academias. Até pouco tempo, dois anos atrás o nível técnico dos capoeiristas não era o melhor, não havia busca de conhecimentos, informação e melhor formação dos capoeiristas. Segundo professor Machado em sua entrevista: “era uma sarobeira só”.

A Secretaria de Cultura dispõe de verba para eventos culturais e segundo o professor Machado, houve erro na construção do projeto ou no preenchimento do projeto por falta de experiência dos capoeiristas, a verba não saiu integral, e o pouco que recebeu foi graças à intervenção de um deputado. Alguns capoeiristas alegam a falta de recursos como um dos grandes problemas da Capoeira, porém, o que está faltando é esclarecimento quanto às leis e as possibilidades de viabilização de recursos.

Mestre Edson em sua entrevista falou da falta de reconhecimento, uma vez que ele e mestre Carivaldo já trouxeram títulos brasileiros e estaduais para a cidade. Falta de valorização dos atletas da Capoeira.

Condicionantes Tendências e possibilidades da Capoeira em Rondonópolis.

A tendência da Capoeira em Rondonópolis é de grande transformação. A Capoeira Contemporânea dá abertura para que haja criação e inovação nos golpes. Mestre Nenel diz que se mudar um movimento na maneira de executar um golpe, já não é mais capoeira Regional e sim Contemporânea. A Capoeira não é estática. Está sempre em transformação.

As possibilidades da Capoeira são diversas: pode ser arte e ofício. Através da Capoeira vive-se a cultura brasileira, resgata-se a origem do povo brasileiro. No ofício da Capoeira conquista-se a cidadania.

Existe a possibilidade de a Capoeira fazer parte do currículo de algumas escolas em Rondonópolis, como a André Maggi, Ramiro, Renilda ela já existe; já houve em algumas escolas particulares.

A academia Chibata está preparando um grande evento para o mês de outubro de 2007, será um encontro de capoeiristas do Brasil.

O lançamento de um CD também está nos projetos da Chibata para 2007.

Fazer cursos de capacitação para os professores é uma meta a ser alcançada dentro da Capoeira.

A tendência da Capoeira rondonopolitana é de crescimento e integração entre os vários grupos existentes na cidade, eliminando as antigas rivalidades que relutam por vezes e persistem ainda hoje. A busca de novos conhecimentos na prática dos golpes e da maneira de jogar, lutar e difundir a arte e a cultura capoeirística, vai tirar a Capoeira da sarobeira, dando-lhe uma nova face.

Mestre Carivaldo (Antonio Lopes dos Santos).

Nascido aos 20 de Março de 1955, em Souto Soares (BA) (antigo distrito de Oricuri). Bisneto de escravos, filho de Maria Etelvina de Jesus e de Antonio Lopes dos Santos, tem 5 irmãos (sendo 2 falecidos).

Em entrevista no dia 31 de Janeiro de 2007, mestre Carivaldo relatam sua infância, até os doze anos:

“Eu nasci no ano de 55, né, quando eu tinha 12 anos de idade fui trabaiá na roça, nos canaviais e minha mãe era mulher muito pobre, trabalhava também na roça, meu pai morreu, deixo nós tudo pequeno e aí pra sustenta eu tive de ajuda minha mãe. Eu não tive uma infância, hoje que nem os menino, eu não tinha carrinho de brincadeira, não tinha nada, minha brincadeira era a enxada na mão, né, nós passava fome, viajei não tinha nada pra come em casa. Eu tive de pedi aos vizinho, minha mãe mando, era uma vida muito difícil. Então, chegava de noite ia dormir cansado, pra no outro dia trabaiá. Minha mãe era analfabeta, meu pai também era. A minha mãe não colocava nós na escola, que não tinha, ta entendendo? Que a escola era longe. Era quase 40 km da minha cidade, minha cidade tinha 4.000 habitantes, era uma cidade muito sofrida. Com doze anos perdi meu pai. Meu pai foi pra roça, chegou lá ele foi corta madeira, caiu uma árvore em cima dele.”

Após a morte de seu pai, sua mãe casou-se novamente.

Seu padrasto tinha um bar, mexia com alambique e jogava um pouco a Capoeira e ensinou ao Carivaldo os primeiros movimentos da Capoeira.

Sua mãe vendia acarajé, coxinha e outros salgados em Salvador nos finais de semana, na praia, onde o Carivaldo conheceu melhor a Capoeira. Em entrevista para o livro Valores Culturais da Nossa Terra, mestre Carivaldo declara ao falar da Capoeira que assistia na praia acompanhando sua mãe: “Apaixonei-me na hora. Aquilo me marcou muito. A dança, a música, o berimbau. Coisas da África. Parecia que tinha estado. Havia uma coisa dentro de mim que me chamava para a Capoeira.”

Aos doze anos Carivaldo conhece mestre Caiçara e fica oito meses na sua academia.

Aos quinze anos vai com um Tio para São Paulo para trabalhar na construção civil. Chegando lá, hospedouse na casa de Dona Ivone que era a patroa de sua tia e dona da construtora em que iria trabalhar. Dona Ivone vendo que o rapaz era muito jovem, o deixou ajudando nos serviços da casa como jardineiro, lavador de carro, cuidador dos cachorros, enfim, tudo o que fosse necessário, e depois ia para a escola. Aí aprendeu várias coisas entre: “Comer direito, as horas, atravessar a rua, comprar pão e depois de dois meses fazia a compra do mês no mercado sozinho”, conforme sua declaração em entrevista no dia 19 de Janeiro de 2007.

Estudou no Mobral, na Escola Regina o Mundo, escola particular. Ganhou uniforme camisa branca, calça azul, gravata borboleta e sapato preto. O mestre Carivaldo se emociona ao relatar sua história. “Dona Ivone era como uma mãe pra mim.” Estudou nesta escola por 3 anos. Aprendeu a dirigir e muitas outras coisas.

Parou de estudar na 5º série porque começou a trabalhar de ofice boy para a construtora e não dava mais para chegar no horário das aulas.

Em 1976, Carivaldo conheceu a academia Capitães de Areia no Parque Dom Pedro. Onde os professores eram de Salvador e Almir das Areias era conhecido de sua mãe, que recomendou eu ele ficasse com eles. Começou a trabalhar de “orelha” no SESC.

De 1977 retorna para a Bahia para se formar na Capoeira com seu mestre lá na Bahia. Ao chegar à Bahia, o mestre queria muito dinheiro para formá-lo, não tendo como pagar a alta quantia, volta para São Paulo. Começa treinar e dar aula na academia do mestre Ferreira. Ficou aí por três anos. Formou-se em 1979.

Em 1983 abriu sua academia “Senhor do Bonfim”, no bairro Ipiranga.

Em 1984, com o registro da Academia entra na Federação Paulista.

Mestre Carivaldo participou em 1984 do Campeonato Paulista, ficando em 3º lugar. Foi Campeão do Festival de Verão e de inverno em São Paulo.

Em 1985, veio para o Mato Grosso. Havia muita academia em São Paulo. Tinha esperança de ganhar mais dinheiro em Mato Grosso. Segundo o relato de um amigo caminhoneiro que o mestre Carivaldo encontrou no Mercado Municipal de São Paulo, no Mato Grosso ele nunca tinha visto Capoeira. Indicou ao mestre Carivaldo que fosse à rodoviária e pegasse o ônibus para Cuiabá. “Aí eu me invoquei, eu acho que eu vou lá mesmo. Oh pessoal! Sem eu me perder… aí no dia 26 de setembro de 1985 peguei o ônibus lá da Andorinha e vim parar aqui.” Dentro do ônibus um passageiro que vinha ao seu lado disse que em Rondonópolis não havia Capoeira. Então lhe pediu que indicasse quando da chegada à Rondonópolis que ia descer lá.

“No dia 27 de setembro de 1985 eu cheguei aqui na rodoviária, dez horas da manhã, na rodoviária velha. Sol quente! E eu com o cabelão desse tamanho! Calça jeans da bocona, com uma bolsa de couro, menina oh! Cabelão aqui assim. Camisa jeans, sol quente, eu forte. Aqui assim cheio de colocar tudo sapatão. Falei meu pai do céu. Olhei a lua assim. Que sol quente é esse meu pai do céu. Aonde que eu to? O povo olhando em mim assim, aquele sol quente. Aí eu desci e vi o hotel Sumaré, fiquei lá dois dias.”

Em seguida perguntou como fazia para chegar ao centro. Chegou à praça Brasil, “feiazinha, plantinha feia, setembro , tudo sem folha, o pessoal tudo assim, meio caipira ainda. Cheguei sentei assim na praça, assim sabe? O povo olhava em mim assim sabe? Olha! Aquele negão do cabelão assim, eu era um negão forte, aí eu procurei ao povo: olha, aonde tem academia aqui? – olha, aqui ó, pega essa rua aqui que tem uma academia de karatê, o dono dela chama Venâncio.”

Mestre carivaldo relatou na entrevista que chegou na Academia do Venâncio falou com a secretaria que queria falar com o professor. Ela disse-lhe que ele estava dando aula e que ele esperasse. Depois de muito tempo de espera ele apareceu e perguntou:

V – “O que você quer falar comigo?”

C – “Eu disse, não! Eu sou mestre de Capoeira, vim de São Paulo.”

V – “Ah! É uma novidade aqui! Você espera mais um pouco que to acabando a aula.”

O mestre Carivaldo esperou mais ou menos uma hora.

O Venâncio então chegou e disse:

V – “Toda pessoa que chega aqui fala que é professor.”

C – “Não Venâncio, eu sou professor de verdade! Aí eu peguei meu documento, né minha carteirinha e mostrei pra ele.”

V – “Nem eu tenho essa carteira! Nem eu! Então me desculpe que você é um mestre de verdade.” Depois de algumas conversas, acertam-se para que o mestre Carivaldo começasse a dar aula.

O primeiro campeonato de Capoeira Mato-grossense realizou-se em Rondonópolis, no ginásio de esportes Marechal Rondon, no dia 28 de Setembro de 1986.

O mestre Carivaldo vence o campeonato representando a academia Líder de Artes.

Em 16 de junho de 1986, mestre Carivaldo funda a Academia Chibata, onde começa a dar aula, na Avenida Fernando Correa, próximo à cadeia pública, hoje é a auto-escola Dourado.

Hoje, a Chibata tem mais ou menos 400 alunos e é o 2º grupo de Capoeira em Mato Grosso.

Mestre Carivaldo foi formado pelo mestre Ferreira pela Associação de Capoeira Regional, no dia 19 de Março de 1979 em São Paulo. Possui Curso Técnico Desportista de Capoeira, pela Federação Paulista; Curso do I grau pela Federação Paulista de Capoeira em 1974.

No Registro geral dos Mestres de Capoeira do Brasil seu número é o 055 – Confederação Brasileira de Pugilismo.

Foi Bicampeão do Festival de Verão realizado no Embuí – SP, 1974/75. Vencendo também em 1975 o festival de inverno do Embuí – SP.

Em Rondonópolis a Capoeira está presente nos jogos Estudantis, graças ao trabalho incansável do mestre Carivaldo.

Uma vez por ano realiza-se o batizado da Capoeira em Rondonópolis, onde os alunos jogam a Capoeira com seus professores e mestres e recebem o cordão pela primeira vez ou trocam de cordão. Ao som do berimbau organiza-se a roda. Após a ladainha iniciam-se as palmas e o jogo começa. A cerimônia consiste no jogo do mestre com o aluno, onde o aluno é avaliado. “hoje é dia de festa

Dia de batizado

Quem não for meu amigo “É meu convidado”

Arquivo PETI – Batizado 2006

Após a luta que dura pouco instantes o aluno recebe o cordão.

No projeto em que trabalha, mestre Carivaldo dá aula para aproximadamente 350 crianças que formam 14 turmas e todas passam pela Capoeira, bem como pelas outras atividades existentes.

Em conversa com alunos que estavam em sua aula no dia 31 de Janeiro deste, podemos perceber que o envolvimento do mestre Carivaldo com seus alunos vai além do ensinamento de golpes de Capoeira. Há certa identificação delas com o mestre. Ao fazerem suas perguntas sabem exatamente do que estão falando. Sua infância embora não seja na zona rural também é sofrida.

Esperei o mestre Carivaldo terminar sua aula. As crianças que estavam fazendo sua aula têm entre 7 e 8 anos de idade. Comecei pedindo que ele falasse de sua infância e após seu relato todos queriam fazer-lhe perguntas. E que perguntas!

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pesquisar e estudar a capoeira, não é uma tarefa fácil, sobretudo quando se é de fora da roda.

Porém ao longo deste trabalho percebi que não estudava apenas a capoeira, mas sim a construção da sociedade, da cultura e do povo brasileiro.

Nosso conhecimento da cultura negra é bastante restrito. Encurralamos os negros nas senzalas e só os vemos a partir daí, trancados, tristes, quase sem vida. Infelizmente é esta mentalidade que mina em nossa historiografia.

Luiz Luna na obra “O negro na Luta Contra a Escravidão” diz que: “A ignorância de um lado e a ganância de outro foram os principais fatores que concorrem para que a escravidão perdurasse, atrasando o país em muitos anos de progresso.”(1976,251). Ainda somos ignorantes e a ganância nos cega. Há muitos pontos obscuros na história quando se refere aos negros. Foram queimados documentos para apagar a presença deles na história do povo brasileiro. Em nosso curso não tivemos História da África. Continuaremos ignorantes se não buscarmos por conta própria um maior conhecimento do nosso povo. A ganância é a fonte de tudo o que é ruim e o jogo de interesses a expande por todos os lados.

A capoeira, segundo o professor Machado, “é a rainha da cultura brasileira.” Sendo assim, salve, salve nossa rainha! A ti e a todos os mestres e capoeiristas e mestres, o reconhecimento do teu poder. O trono e a coroa também são teus. A Princesa Isabel apenas usufruiu da posição em que se encontrava. Tu Capoeira és a expressão plena da liberdade. Em ti o negro encontrou refúgio e força para continuar vivendo. Os mestres de capoeira ainda hoje são reverenciados e respeitados. O mestre Carivaldo do alto da sua sabedoria deixa à sociedade rondonopolitana o seu maior legado: a Capoeira. A luta-arte que expressa à cultura e a ânsia de liberdade do povo brasileiro. A roda da vida nos lembra sempre que a força de uma nação está no seu povo e na sua cultura. Desta todos fazemos parte, não importando a cor da pele, a religião ou qualquer atitude que queiramos apresentar para provar o contrário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DECANIO FILHO, Ângelo. A. A herança de Pastilha. 2ª ed. Salvador. Editoração Eletrônica do texto, 1997.

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GOMES, Flávio dos Santos. Negros e Política (1888 – 1937) Rio de Janeiro. Jorge Zahar. Ed. 2005.

LUNA, Luiz. O negro na luta contra a escravidão. 2ª ed. Revista. Rio de Janeiro. Catedral, Brasília, INL, 1976.

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MOURA, Clóvis. Dicionário da escravidão negra no Brasil. SP. Ed da Universidade de SP, 200004.

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SANTOS, Valdenor Silva dos. Conversando nos bastidores com o capoeirista. 1ª ed. Editora Parma Ltda. 1996.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 19ª ed. SP. Cartaz Editora, 1995.

SILVA, Gladson de Oliveira. Capoeira de Engenho à universidade 2ª ed. SP. CEPE USP, 1995.

VIEIRA, Maria do Pilar de Araújo; PEIXOTO, Maria do Rosário Cunha; KHOURY, Yara Maria Aun. A pesquisa em história. 4ª ed. SP. Atica, 2002.

[1] É formada em história UFM/CUR, especialista em Geo-História e professora da Rede Estadual de Ensino.

[2] A academia dos Filhos do Quilombo funcionava no Parque Universitário.

Ano
21 DE FEVEREIRO Ano 1986\Edição 02436 (1) 14 DE MARÇO
1986\Edição 02418 (1)
Ano 1986\Edição 02453 (2) 05 DE ASBRIL
Ano 1986\Edição 02469 (1) 28 DE ABRIL
Ano 1986\Edição 02470 (1) – 27 DE ABRIL
Ano 1986\Edição 02507 (1) 12 DE JUNHO

Parte integrante do universo cultural afro-brasileiro, a capoeira hoje é aceita, ensinada e praticada em diversos espaços educacionais de Mato Grosso. Mas nem sempre foi assim. O histórico da manifestação e sua chegada no Estado são relatados por mestres pioneiros no livro “Capoeira: da senzala a imaterialidade”, da pesquisadora Adinéia Leme

A obra será lançada neste sábado (04), na Livraria Janina do Shopping Pantanal, em Cuiabá. Conforme a descrição do trabalho, será o primeiro material publicado sobre o assunto no Estado.

Durante a pesquisa, a autora se debruçou na história oral, utilizando as narrativas e memórias dos mestres da capoeira mato-grossense. Entre os achados do estudo, o livro mostra, um nascimento “espontâneo e pautado no prazer da prática”, durante a década de 1960.

“Os mestres são os principais atores dessa história, e, portanto, detentores do conhecimento de sua própria trajetória e do início em Mato Grosso. Pioneiros na arte de ensinar e perpetuar a capoeira. As narrativas revelam o mundo da simbologia da arte afro-brasileira em músicas, movimentos, histórias e tradições, onde o corpo e a alma se fundem em um só”, destaca a escritora.

Compartilham seus testemunhos os mestres Eron, Sombra, Lindomar e os professores Biro, Coral e Veto; todos escolhidos diante da representatividade reconhecida no Estado.

2019 Pesquisadora lança livro sobre a história da capoeira em Mato Grosso - Para elaborar a pesquisa, escritora utilizou relatos dos mestres Eron, Sombra, Lindomar e os professores Biro, Coral e Veto Maria Clara Cabral maria.clara@olivre.com.br

- História da capoeira em Mato Grosso é tema de palestra - O evento é gratuito e é voltado para professores, historiadores, pesquisadores e público geral interessado no tema. As inscrições são feitas online. Graciele Leite | Assessoria Secel

A palestra será proferida por Adinéia da Silva Leme, autora do livro - Foto por: Christiano Antonucci | Secom MT . Para difundir e preservar a memória dos mestres da capoeira no Estado, a Biblioteca Pública Estadual Estevão de Mendonça promove no dia 25 deste mês a palestra ‘Capoeira: da senzala à imaterialidade’. O evento é gratuito e é voltado para professores, historiadores, pesquisadores e público geral interessado no tema. Ao todo são 50 vagas, e as inscrições podem ser feitas online. A palestra será proferida por Adinéia da Silva Leme, autora do livro ‘Capoeira: da senzala à imaterialidade. As vivências dos mestres e a história da capoeira em Mato Grosso’, lançado este ano pela editora CRV. Os participantes terão direito a certificado, e o evento será realizado no dia 25, das 8h às 12h, no Palácio da Instrução. O evento integra o trabalho de divulgação do livro, que aborda a capoeira como uma arte que une povos e culturas diferentes. “O início da história da capoeira no Brasil se funde com a história da resistência dos negros no país. Pois, mesmo com o fim da escravidão, os capoeiristas tinham a capoeira como uma das formas de manter o ideal de liberdade e resistência”, destaca a sinopse. Como método de apuração, a autora conversou com mestres para captar significados, memórias e sentimentos deles. A proposta da pesquisadora foi contar a história pela perspectiva das pessoas para estimular o sentimento de pertencimento, perpetuação e valorização da capoeira às gerações futuras.

A exposição conta com mais de 250 itens e pode ser visitada até o dia 14 de agosto - Fonte: Secom/VGReporter: Fred Nogueira

Os admiradores e praticantes da capoeira terão a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre este esporte visitando a exposição “Capoeira, uma viagem pela história em Mato Grosso”, que foi aberta na noite de ontem, 14, no segundo piso do Várzea Grande Shopping. A exposição é o resultado de uma parceria entre a Prefeitura Municipal, por meio da Superintendência de Cultura da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer com o Instituto Semente Brasil e o VG Shopping. A exposição, que é gratuita, pode ser visitada até o dia 14 de agosto. De acordo com o superintendente Joilson Marcos da Silva, a exposição conta com mais de 250 itens, entre cartazes, quadros, fotografias, pinturas, ilustrações, documentos antigos, revistas especializadas, vídeos, livros, vestuário e muitos outros objetos que contam um pouco da trajetória do esporte, criado pelos ancestrais africanos escravizados no tempo do Brasil colonial e que hoje é uma arte marcial muito conhecida, praticada e difundida pelo mundo afora.

2021 - Exposição no Várzea Grande Shopping mostra a história da Capoeira em Mato Grosso

“Essa exposição é um reconhecimento público pela característica cultural que o esporte representa e aqui neste espaço da Superintendência, podemos mostrar ao público a história da capoeira em Várzea Grande, assim como valorizar seus praticantes e homenagear nossos mestres locais” afirmou Joilson.

Representando a Assembleia Legislativa, o deputado Gilberto Cattani (PSL) disse na abertura do evento, que tramita no Poder Legislativo um projeto para tornar Patrimônio Cultural do Estado de Mato Grosso todas as artes marciais praticadas no estado, inclusive a capoeira, que poderá favorecer a captação de recursos públicos por parte de instituições que trabalham com o esporte, beneficiando assim as comunidades carentes. “A Assembleia Legislativa cumpre seu papel social e reconhece a necessidade da prática esportiva como ferramenta de inclusão social e da melhoria da qualidade de vida saudável”, declarou.

O presidente da Federação Mato-grossense de Capoeira, Everton Moreira Salgado, disse que serão 30 dias de exposição, onde o público vai assistir apresentações de capoeira de diversas vertentes, dança folclórica baiana, como o Maculelê, participar de rodas de conversas e apresentações de vídeos sobre a capoeira e seus principais mestres como Vicente Joaquim Ferreira (Mestre Pastinha), criador da Capoeira Angola e Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba) criador da Capoeira regional.

Para a subsecretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Maria Alice Barros, a exposição faz parte de uma importante parceria com o Instituto Semente Brasil que já desenvolve várias ações culturais no município. “O Instituto Semente Brasil é um dos pontos culturais de Várzea Grande onde realiza um belíssimo trabalho, levando o esporte, o lazer e a alegria para nossas crianças. Essa exposição conta a história da capoeira em Mato Grosso e vai contribuir ainda mais para o fomento dessa arte tão importante que deve ser, cada vez mais, valorizada por fazer parte da nossa cultura nacional”, finalizou.

Esporte, dança, luta ou música, seja qual for a designação, a capoeira é reconhecida como uma expressão cultural brasileira que contribuiu para o processo de resistência do povo negro no país. Sua trajetória em Mato Grosso será celebrada no Luau “Vivências da Capoeira” a ser realizado na Casa Cuiabana, no dia 14 de junho, a partir das 19 horas.

O evento busca reunir os mestres de capoeiras apontados no livro “Capoeira: da senzala à imaterialidade. As vivências dos mestres e a história da capoeira em Mato Grosso”, da historiadora e professora Adinéia Leme. Resultado da dissertação de mestrado e da tese de doutorado em Ciências da Educação, o livro é o primeiro a narrar a história da capoeira no Estado e será vendido e autografado pela professora durante a festa.

A realização do luau também oportunizará um diálogo aberto entre a Secretaria Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e o Fórum de Capoeira de Mato Grosso. Na ocasião, o secretário da Secel, Allan Kardec, vai conversar com os representantes, debatendo o papel da capoeira na história e na atualidade mato-grossense e ouvir as demandas do setor.

Para Joacelmo Borges, o mestre Biro, um dos representantes do Fórum de Capoeira, o bate-papo vai estreitar laços e, por isso, está sendo considerado um grande avanço na trajetória da prática capoeirista em Mato Grosso.

“É a primeira vez que um secretário de Estado vai sentar para nos ouvir. Ninguém nunca nos ouviu. E nesse luau vamos poder falar sobre as necessidades e demandas de interesse da capoeira em Mato Grosso. Essa possibilidade de visibilidade e de escuta é uma conquista significativa para nós”, relata mestre Biro.

Com o intuito de levar conhecimento sobre a formação da cultura afro-brasileira, o Luau vai proporcionar ao público apresentações que têm em comum a raiz africana, como o samba de roda e o maculelê, esta última uma dança que simula a luta tribal usando como arma dois bastões.

Haverá também, é claro, rodas de capoeira manifestando toda a musicalidade da arte marcial brasileira determinante para a valorização da identidade e das manifestações culturais do povo afro-descendente.

Parceria

Divulgação Secel

- Fortalecer a cultura e vivência da capoeira acontece na Casa Cuiabana - O evento acontecerá no dia 14 de junho e trará rodas de capoeira, samba de roda, apresentações de maculelê, bate-papo com mestres de capoeira e noite de autógrafos 5 de junho de 2019, 07:51 FacebookTwitterWhatsAppLinkedInMessengerCompartilhar

Tela ilustrando a prática de capoeira

Por compreender tanto o esporte quanto a cultura, a parceria da Secel para a difusão e preservação da capoeira no Estado, teve início com a palestra ‘Capoeira: da senzala à imaterialidade’, promovida em maio na Biblioteca Pública Estadual Estevão de Mendonça. A capacitação foi proferida pela autora do livro de mesmo nome, Adinéia da Silva Leme.

“Capoeira: da senzala à imaterialidade” faz uso das narrativas de memórias dos mestres de capoeira matogrossenses: Mestre Edmundo, Mestre Eron, Mestre Sombra, Mestre Lindomar e Mestre Ray Kintê e os professores Biro, Coral e Veto.

A noite de autógrafos do livro está na programação do Luau “Vivências da Capoeira”, realizado numa parceria entre a Secel e o Fórum de Capoeira de Mato Grosso.

Memória dos mestres de referência da Capoeira do estado de Mato Grosso do Sul - YouTube

Mato Grosso do Sul - Localiza-se no sul da Região Centro-Oeste Limita-se com cinco estados brasileiros: Mato Grosso (norte), Goiás e Minas Gerais (nordeste), São Paulo (leste) e Paraná (sudeste); e dois países sul-americanos: Paraguai (sul e sudoeste) e Bolívia (oeste). É dividido em 79 municípios e ocupa uma área é de 357 145,532 km², com uma população de 2 839 188 habitantes em 2021, é o 21º estado mais populoso do Brasil A capital e município mais populoso de Mato Grosso do Sul é Campo Grande Outros municípios com população superior a cem mil habitantes são Dourados, Três Lagoas e Corumbá. A extremidade ocidental do estado é coberta pelo Pantanal; o noroeste cobre as planícies;

O desejo de desmembrar Mato Grosso do Sul de Mato Grosso se iniciou nas primeiras décadas do século XX, com uma revolta sob a liderança do coronel João da Silva Barbosa, resultando que os rebeldes foram derrotados. O norte sempre teve resistência, por ter medo de que o estado se esvaziasse economicamente Por ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932, efetivou-se a adesão do sul ao movimento, sob a condição de que se fosse vitorioso seria dividido o antigo estado. No dia 11 de outubro de 1977, finalmente concretizou-se o desmembramento de Mato Grosso do Sul, que o presidente Ernesto Geisel elevou à categoria de estado em 1º de janeiro de 1979, sendo primeiro governador empossado Harry Amorim Costa, além da Assembleia Constituinte. O acontecimento das primeiras eleições deu-se apenas em 1982. Como justificativa de desmembrar o novo estado, foi argumentado pelo governo federal que a grande extensão da área do antigo estado tornava-o difícil de administrar, além da apresentação dos verdadeiros ambientes naturais diferenciados.

1980 - Mestre

Meia - Associação de Capoeira Pantanal LORIVAL ROCHA DA CRUZ

Em 1979 Meia-Noite recebeu graduação de Instrutor pelas mãos do Mestre Paulo Índio do Brasil, começando suas atividades no Bairro Tiradentes com um pequeno número de alunos. Já em 80, transferiu suas atividades para a Igrejinha São Benedito, fundando assim o Grupo. Em 1990 Meia-Noite tornou-se Mestre pela Associação Filhos de Pinatti de São Paulo, que tinha como titular o Mestre Carlos Almir Índio do Brasil (irmão do Mestre Paulo Índio do Brasil – atualmente estabelecido em Presidente Prudente/SP). Hoje, no com o Mestre Meia-Noite executa um trabalho no Bairro Tiradentes

MATO GROSSO DO SUL
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

1985 - Mestre Guerreiro 11 de setembro de 2017 Mestre Guerreiro a mais de 30 anos atua na cidade de Dourados-MS onde dedica sua vida a ensinar a arte da capoeira a comunidade douradense. Mário Alves dos Santos, conhecido no mundo da capoeira como Mestre Guerreiro, nascido em 18 de Junho de 1950, natural do Sergipe, apaixonou-se pela capoeira ainda criança, treinando na rua e em campos aquilo que assistia nas rodas de capoeira da época. Já na cidade Salvador –BA treinou com Mestre Carlinhos no bairro Cosme de Farias e Mestre Antonio Diabo. Em 1974 muda-se para a cidade de São Paulo onde começa a fazer parte da Associação de Capoeira Vera Cruz, dirigida pelo saudoso Mestre Silvestre com quem formou-se professor. Radicado na cidade de Dourados- MS desde 1985 onde Dirige a Associação de Capoeira Baiana. Em 2011 foi um dos Mestres de capoeira brasileiros a ser contemplado com o prêmio Viva Meu Mestre que buscava premiar 100 mestres com 55 anos ou mais cuja trajetória de vida tenha contribuído de alguma forma para a transmissão e a continuidade do esporte-luta no Brasil.

TRABALHO DE MESTRE GUERREIRO É RECONHECIDO PELO IPHAN 23 outubro

201111h16

O trabalho realizado por Mario Alves dos Santos, o Mestre Guerreiro, na Associação de Capoeira Baiana, em Dourados, foi finalmente reconhecido. Na última quarta-feira (19) ele foi homenageado em Brasília com o prêmio “Viva meu mestre”, oferecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O prêmio é um reconhecimento ao trabalho realizado pelos mestres de capoeira em todo o país. Em sua academia, Mestre Guerreiro dá aulas a pessoas de todas as idades, mas recebe, também, crianças e jovens carentes e indígenas. Ele foi o único sul-mato-grossense a ser homenageado. “Esse prêmio foi muito importante para mim e tenho certeza que só veio a coroar e motivar o nosso trabalho. Assim, tenho certeza de que estou no caminho certo. Ofereço o prêmio a todos os mestres, as pessoas que me ajudam e, em especial, minha família e alunos”, comemora. Sergipano, Guerreiro é mestre há 30 anos, o mais antigo do Mato Grosso do Sul. Mas, desde a infância, joga capoeira. O prêmio recebido do Iphan será usado para dar continuidade ao trabalho social que ele realiza.A ministra da Cultura, Ana de Holanda, lembrou a diversidade cultural do país e disse que o prêmio é uma celebração da iniciativa de “preservação do nosso patrimônio histórico e cultural”. O presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, vai mais além e afirma que a homenagem “reconhece “a recuperação” desse patrimônio pela sociedade.

2000 - GRUPO CAMARÁ CAPOEIRA é entidade sem fins lucrativos, fundada no ano 2000, sendo legalizada em 13 de janeiro de 2006, tem o titulo de UTILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL e ESTADUAL, é registrada e faz parte do Conselho Municipal de Cultura, Rede MS Ponto de Cultura, tem (02) CD, (06) seis DVDs gravados, é PONTO

DE CULTURA, patrocinado pela Fundação Estadual de Cultura e Ministério da Cultura, foram premio na Fundação Itaú Social – UNICEF e outros, realizou vários eventos culturais e esportivos, pelo relevante trabalho conquistou a sua própria sede, local apropriado com salas, onde é desenvolvido aulas de Capoeira, danças afro/brasileira ( macule le, samba de roda, puxada de rede), inclusão digital, palestras sócio/cultural, expandiu suas atividades para vários municípios do Mato Grosso do Sul e outros Estados do Brasil . 2008 -

Mestre Pernambuco - Instituto de capoeira Cordão de Ouro/MS LAMARTINE JOSÉ DOS SANTOS Nascido no Cabo de Santo Agostinho, litoral de Pernambuco, Iniciou com o Mestre Bem te vi (Associação de Capoeira Bem te vi - PE), depois com o Mestre Irani (Grupo Cordão de Ouro –RN), formado a Mestre de Capoeira em 2012 e atual presidente do Instituto de Capoeira Cordão de Ouro/MS, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro/MS - 2017/2018 e atual Presidente, atuou no Conselheiro Municipal de Desenvolvimento de Direitos do Negro de Corumbá/MS - 2014/2016, também atuou no Conselheiro Municipal dos Direitos do Negro de Campo Grande,Conselheiro Estadual Gestor do Fundo de Defesa e de Reparação de Interesses Difusos Lesados de MS - 2015/2017, Coordenador Geral do Fórum da Capoeira de Mato Grosso do Sul, Membro do Comité Gestor da Salvaguarda da Capoeira do Mato Grosso do Sul, Membro do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro/MS, Membro da Rede Nacional de Ação pela Capoeira, Membro do Setorial Nacional de Expressões Artísticas Culturais Afro Brasileiro e atuou no Conselho Nacional de Políticas Culturais - CNPC - 2015/2017, Fundador do Instituto de Capoeira Cordão de Ouro/MS fundado em 13 de março de 2008, constituída juridicamente em março de 2011, recebeu o Mérito Legislativo Zumbi dos Palmares conferido no dia 20 de Novembro 2009, em 19 de Julho de 2013 a CDOMS se tornou uma instituição de Utilidade Publica Municipal –Lei nº 2.331/2013 e em 29 de setembro de 2015 a Lei nº 4.726/2015 declarou de Utilidade Publica Estadual e a homenagem Amigos da Juventude de Corumbá/MS no mesmo ano r no ano de 2017 recebeu o Prêmio Aleixo Paraguassú Netto e o Prêmio Amigos dos Direitos Humanos, conferidos pela Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos da Cidade de Campo Grande/MS, em 2017 recebeu da Assembleia Legislativa, a Medalha Manoel dos Reis Machado – Mestre Bimba. Hoje o Mestre Pernambuco, desenvolve suas aulas na Capital do Mato Grosso do Sul.

2010 - O Grupo de capoeira liderado pelo Professor “Abraão” como é conhecido no município, possui 12 anos de fundação, foi criado através de um grupo de amigos que participavam de outro grupo de capoeira que atualmente foi extinto, desde então o Professor Abraão procurou se especializar na área e logo no inicio fez pareceria com o Grupo de Capoeira “Liberdade e Expressão” de Campo Grande que tem como líder o mestre “Profeta” e sob a chancela deste grupo realizou atividades de 2010 até 2013, quando recebeu a proposta de tocar seu projeto sobre a chancela de outro grupo de Capoeira de Campo Grande denominado “Roda de Bamba” do Professor Leandro Bussanelo, do qual realizou suas atividades de 2013 até 2015. Com a finalidade de criar sua própria marca foi em 2016 que o Professor Abraão criou sua marca própria “Arte Expressiva”, que realizou suas atividades de 2016 a 2017; Já de meados de 2017 até os

dias atuais o Grupo de Capoeira do Professor Abraão voltou a usar a chancela do grupo “ Liberdade e Expressão”, porém nestes 10 anos de história é um dos poucos grupos “vivos” em Aquidauana e já faz parte de seu patrimônio cultural. Abraão de Araujo Ferreira - Professor de Capoeira a mais de 12 anos em Aquidauana e Anastácio (MS), Atualmente possui uma academia de capoeira no Bairro Santa Terezinha em Aquidauana e ministra aulas de capoeira de forma gratuita na sede do Instituto Ressoarte em Anastácio MS. Mapa Cultural de Mato Grosso do Sul - Academia de Capoeira Liberdade e Expressão - Mapa da Cultura Brasileira

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2013 - Parque Cultural recebe visita de mestre e alunos de capoeira de Nova Mutum: As crianças que participaram dessa aula integrada aprenderam maculelê, samba de roda, capoeira angola, regional e contemporânea Por Ascom/Francieli Cela 26/09/2013 09:52/ Na tarde de ontem (25), o Parque Cultural realizou um Aulão de Capoeira que contou com a presença do mestre de capoeira Claudinei Paulo Ferreira, e, dos alunos do professor de Nova Mutum. As crianças que participaram dessa aula integrada aprenderam maculelê, samba de roda, capoeira angola, regional e contemporânea, e algumas informações sobre a história da capoeira e das músicas que embalam o esporte. Claudinei é natural do Mato Grosso do Sul, também trabalha como professor de danças afro-brasileiras e há 25 anos pratica capoeira. De acordo com o professor, a aula integrada entre os municípios é uma oportunidade de aumentar o conhecimento dos jovens participantes. “O capoerista precisa ser artista, precisa ter a sensibilidade em saber das potencialidades do corpo, da música, da expressão ao jogar, do elaborar e manusear os instrumentos”, destacou Claudinei. Em um mês de funcionamento, o Parque Cultural atende mais de 800 crianças nos períodos matutino e vespertino, e adultos, no período noturno. As aulas de capoeira atendem cerca de 160 alunos. Parque Cultural recebe

20142015 - Mestre de capoeira de Campo Grande comemora 25 anos de trabalho - Mestre Liminha é uma das referências na arte da capoeira no estado. Evento neste sábado vai marcar as comemorações da data.

visita de mestre e alunos de capoeira de Nova Mutum
Prefeitura de Lucas do Rio Verde

O mestre de capoeira Antônio Marco de Lima, o mestre Liminha, de Campo Grande, que é uma das referências na expressão cultural que mistura arte, esporte, cultura e música, comemora em junho 25 anos de trabalho. Para marcar a data e também seu aniversário de 40 anos, o grupo que ele criou, o Capoeira Conterrâneo, promove neste sábado (6), às 17h (de MS), no centro cultural José Octavio Guizzo, o primeiro batizado e troca de graduação. "Durante todos estes anos temos feito um trabalho sério com a sociedade e de respeito a esta arte que encanta a todos. Um dos nossos objetivos dentro do ensinamento é valorizar esta cultura genuinamente brasileira que tem papel fundamental na história do nosso país", diz o mestre Liminha, completando que a capoeira além do condicionamento físico trabalha também com a coordenação motora, raciocínio e equilíbrio dos praticantes. O grupo - O Conterrâneo Capoeira foi criado este ano pelo mestre e conta com 14 professores e 400 alunos. Atua em projetos sociais, institutos e escolas. Mestre Liminha explica que mesmo com o grupo sendo novo, o trabalho que o cerca já vinha sendo desenvolvido há mais de duas décadas e seus professores têm em média aproximadamente 15 anos de treinamento na capoeira.

2016 - Vivendo a Capoeira Camuanga de Angola UFMS Campo Grande Protocolo do SIGProj: 214468.1071.202977.30092015 De:31/01/2016 à 14/12/2016 CoordenadorExtensionista Luis Alejandro Lasso Gutiérrez nstituição UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Unidade Geral CCHS - Centro de Ciências Humanas e Sociais Unidade de Origem GAB/CCHS - Gabinete do Diretor Resumo da Ação de Extensão O projeto de vivência de Capoeira Camuanga de Angola oferece aulas e treinos permanentes de capoeira angola para a comunidade acadêmica (discentes, técnicos e docentes) e a comunidade externa (jovens, adultos e idosos) tanto dentro de Universidade, quanto em outros espaços na cidade de Campo Grande. Tem por objetivo resgatar aspectos da cultura afro, com as rodas de capoeira angola (produto da senzala), maculelê e samba de roda, expressões culturais que com custo tem sobrevivido dentro de nossa sociedade. No projeto também são abordadas questões tais como saúde, expressão corporal, musicalidade, esporte e lazer. A realização dessas atividades também leva a um debate sobre a história do escravizado afro-brasileiro e sua libertação, abrindo espaço para um estudo teórico a respeito da história e da cultura afro-brasileira. Serão realizadas ações de extensão regulares tais como duas aulas de capoeira angola por semana, às terças e quintas, das 18:00 as 20:00, na área esportiva da UFMS ministradas pelo Mestre Pequeno, e duas aulas semanais às segundas e quartas feiras no mesmo horário na Central de Comercialização em Economia Solidária no centro da Cidade. Além disso, serão realizadas atividades e eventos em espaços públicos e os três grandes eventos de vivência da Capoeira Angola com oficinas, palestras, aulas práticas e troca de experiências. Por outro lado, a proposta tem parceria com a Escola Municipal Professora Maria Lúcia Passarelli para a realização de treinos na escola com alunos do ensino básico e demais membros da comunidade escolar no bairro Aero Rancho em Campo Grande.

O mestre de capoeira Antônio Marco de Lima, o mestre Liminha, de Campo Grande, (Foto: Divulgação/Capoeira Conterrâneo)

Público-Alvo O projeto Camuanga de Capoeira Angola oferece aulas de capoeira angola para a comunidade acadêmica (discentes, técnicos e docentes) e a comunidade externa (crianças, jovens, adultos e idosos). Tem por objetivo resgatar aspectos da cultura afro com as rodas de capoeira angola (produto da senzala), maculelê e samba de roda, expressões culturais que com custo tem sobrevivido dentro de nossa sociedade. No projeto também é abordado questões como saúde, esporte, expressão corporal, musicalidade e lazer. A realização dessas atividades também leva a um debate sobre a história do escravizado afro-brasileiro e sua libertação, abrindo espaço para um estudo teórico a respeito da história e da cultura afro-brasileira. Atualmente as aulas de Capoeira Angola organizadas pela Associação Camuanga de Capoeira Angola são realizadas em três localidades: 1- Na UFMScampus de Campo Grande. As aulas de capoeira angola são realizadas duas vezes por semana, às terças e quintas, das 18:00 as 20:00, ministradas pelo Mestre Pequeno (José Leandro Leite). 2 - Na Escola Municipal Professora Maria Lucia Passarelli, Bairro Aero Rancho. As aulas são ministradas duas vezes por semana, segundas e quartas, das 18:00 as 20:00, ministradas pelo Mestre Pequeno (José Leandro Leite). 3 - Central de Comercialização em Economia Solidária, Centro. As aulas são ministradas duas vezes por semana, segundas e quartas, das 18:00 as 20:00, ministradas pelo instrutor de capoeira Adailton Xavier. - SIMPÓSIO

DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL DISCUTE

O evento acontece no auditório

Instituto Histórico e Geográfico, em Campo Grande. Compuseram a mesa debatedora Marley Sigrist, da Comissão Sul-Mato-Grossense de Folclore; Carlos Versoza, da Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial e da Cidadania (Subpirc/Sedhast); Norma Daris, superintendente do instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Caciano Lima, gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de MS; Andréa Freire, secretária adjunta de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei) e Lucimar Espíndola (Mestre Cai Duro), do Fórum Estadual da Capoeira de MS. Norma Daris, superintendente do Iphan, iniciou os trabalhos fazendo um breve resumo das ações do Iphan. Em 2014 aconteceu o Primeiro Encontro da Salvaguarda da Capoeira em Mato Grosso do Sul e em 2015, o Segundo Encontro, que gerou o Fórum Estadual da Capoeira. “O Iphan estará sempre ao lado dos mestres e estudiosos da capoeira, dando todo o apoio necessário”.

A secretária adjunta da Sectei, Andréa Freire, saudou a todos os mestres presentes e capoeiristas que ajudaram a construir “essa expressão tão genuína da cultura brasileira”. “É uma satisfação que a Fundação de Cultura esteja junto com vocês para contribuir na ampliação do espao da capoeira em Mato Grosso do Sul. Queremos agradecer ao Iphan, à professora Marley, ao Carlos Versoza, subsecretário da Igualdade Social, que é uma conquista do Estado. Que deste evento possam sair proposições positivas, que em 2017 possamos estar cada vez mais juntos”.

Marley Sigrist, da Comissão Sul-Mato-Grossense de Folclore, cumprimentou a todos os mestres que fazem com que a capoeira se mantenha viva na memória nacional. Ela falou sobre o registro, pelo Iphan, em 2008, da Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira. O Patrimônio Imaterial é composto pelas práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, junto com os

A VALORIZAÇÃO DA CAPOEIRA - Categoria: Geral | Publicado: segunda-feira, dezembro 12, 2016 as 08:53 | Voltar
Campo Grande (MS) – Teve início na manhã deste sábado (10) o III Encontro Estadual para a Salvaguarda da Capoeira em Mato Grosso do Sul e o VI Simpósio Estadual de Educação Patrimonial. do

instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. O Patrimônio Cultural foi instituído pelo artigo 216 da Constituição Federal de 1988 e nos parâmetros do Patrimônio Imaterial, criado por decreto em 2000. Suas características são: transmitido de geração a geração, o patrimônio cultural imaterial é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza. Os bens culturais imateriais passíveis de registro pelo Iphan são aqueles que detêm continuidade histórica, possuem relevância para a memória nacional e fazem parte das referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira. Segundo Marlei, o decreto 3.551, de 4 de agosto de 2000, institui o registro de bens culturais de natureza imaterial e cria o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, que implementam políticas públicas para o reconhecimento, a valorização e o apoio sustentável aos bens culturais de natureza imaterial. A salvaguarda é um conjunto de medidas no intuito de garantir a viabilidade e a revitalização de diversos aspectos da manifestação cultural eleita como patrimônio cultural imaterial.

Logo depois, o subsecretário de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial e da Cidadania (Subpirc/Sedhast), Carlos Versoza, fez um resumo das ações da subsecretaria, criada no fim de 2014. Seguiu à sua fala a palestra de Caciano Lima, gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de MS, que fez um retrospecto dos Simpósios de Educação Patrimonial já realizados. “Trazer a capoeira enquanto patrimônio cultural para o simpósio é muito importante, principalmente pelas questões que foram levantadas sobre a educação formal. Os mestres de capoeira sem curso superior ganham menos que os professores formados, principalmente em educação física. Queremos fomentar as discussões desta questão no campo formal da educação, especificamente da educação patrimonial”.

Lucimar Espíndola, o Mestre Cai Duro, fez um breve relato das ações do Fórum Estadual de Capoeira, que existe há um ano, e distribuiu aos presentes o regimento interno do Fórum. As discussões proporcionadas pelo evento, intercaladas com as palestras, foram intensas e calorosas, com ampla participação dos presentes.

Lamartine José, o Mestre Pernambuco, disse que como patrimônio cultural, a capoeira teve um reconhecimento, “para que a sociedade enxergue esta manifestação cultural com outro olhar, sem a criminalização. O Estado olhar para a arte negra é de extrema importância, pois a sociedade nos olha diferente, sem preconceito. Hoje ainda tem muito isso. Aqui em Mato Grosso do Sul temos um diferencial, pois a capoeira faz parte de alguns fóruns, como o Fórum de Educação da Diversidade Étnico-racial de Mato Grosso do Sul; o Fórum das Entidades do Movimento Negro; o Fórum de Saúde Estadual e o Fórum Estadual de Cultura. Capoeira não é só levantar a perna, estamos em busca das políticas públicas para a população negra”.

Para Mestre Pernambuco, a Sectei e a Fundação de Cultura sempre receberam os mestres capoeiristas e deu todo o apoio “para desenvolvermos nosso trabalho”. “A Sectei tem um papel importante na capacitação para elaborar projetos, nos capacita para buscar recursos não só aqui mas também em nível nacional. Os grupos de capoeira daqui de Mato Grosso do Sul são voltados para a questão pedagógica, não só como esporte. O trabalho social é muito forte, há assistentes sociais, professores de educação física, pedagogos, psicólogos… os grupos são mais bem estruturados. Isso levou um tempo para que o pessoal entendesse”.

As discussões continuam na tarde deste sábado e acontecem no domingo no período da manhã e da tarde. Os produtos a serem concretizados ao final do encontro, o Plano de Salvaguarda e a Eleição do Conselho Gestor, permitirão colocar o Estado de Mato Grosso do Sul junto às regiões pioneiras na salvaguarda da capoeira.

(Karina Lima)

2018 – FÓRUM ESTADUAL DA CAPOEIRA/MS

Mestra Léa (Pantaneira) - Instituto de Capoeira Cordão de Ouro/MS - A presença feminina na Capoeira não é novidade e as mulheres estão conquistando cada vez mais este espaço. Alguns exemplos do poder feminino na Roda de Capoeira, de acordo com relatos históricos, são: Maria Doze Homens, que ficou conhecida assim após derrubar 12 homens; Maria Salomé; Chicão e, agora no nosso estado, Léa Vieira, a Mestra Pantaneira (CDOMS). https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2610586149166436&id=1658989734326087

Mestre Amauri - Porto da Barra AMAURI OLIVEIRA SOUZA - Mestre Amauri faz parte do grupo Porto da Barra. É descendente do Mestre Bradesco, da técnica Capitães da Areia. Tornou-se Mestre em 2012. Atualmente tem um trabalho no bairro Buriti.

Mestre Pernalonga - Modelo Cidadania DOUGLAS CORRÊA DA SILVA - PARAÍSO DAS ÁGUAS Mestre Pernalonga vem da descendência Capitães da Areia, foi condecorado mestre em 2010 e filiou-se ao Grupo Modelo Cidadania em Abril de 2016 . Teve o primeiro contato com a Capoeira aos 03 anos de idade e nunca mais parou de praticar. Leva um lindo trabalho com a Capoeira na Região Norte do Estado de Mato Grosso do Sul, no Município de Paraíso das Águas - MS. Atualmente, cursa a Faculdade de Pedagogia pois acredita muito na importância da educação na Capoeira.

Mestre Caiduro - Movimento Certo LUCIMAR ESPÍNDOLA DA SILVA - CAMPO GRANDE Mestre Caiduro é fundador do grupo "Movimento Certo", vem da linhagem do Mestre Caiçara, recebendo seu cordel azul em 1983, cordel trançado em 1986 e Contramestre em 1987. Foi condecorado a Mestre em 1993. Atualmente desenvolve trabalhos na área de artesanato da Capoeira na confecção de instrumentos como atabaques e berimbaus, além de oferecer aulas de capoeira em comunidades carentes da cidade.

Mestre Ceará - Porto da Barra ALEX DAVALOS BARROS - CAMPO GRANDE Mestre Ceará é descendente da Farol da Barra, técnica Capitães da Areia. Formou-se pelo grupo Porto da Barra em 31/09/2000, sendo consagrado a Mestre em 07/11/2015. Hoje, desenvolve um trabalho voltado a crianças carentes nos bairros, denominado "Toque do berimbau nos bairros", abrangendo Coophatrabalho e Nova Lima

Mestre Corumba - Libertos da Capoeira CLÍDIO DANIEL DE LIMA VERNOCHICAMPO GRANDE Descendente do Mestre Negrande e Mestre Caçula, foi aluno do professor Terrorista, praticante da técnica Capitães da Areia. Atualmente, realiza aulas no PCAF(Projeto Crianças e Adolescentes Feliz), Cacimba da Saúde e na própria academia de Capoeira.

Mestre Liminha- Conterrâneo Capoeira ANTONIO MARCOS DE LIMA - CAMPO GRANDE Mestre de Capoeira a 25 anos, técnica Capitães de Areia. É fundador do grupo "Conterâneo Capoeira" e atualmente oferece oficinas de Capoeira gratuitamente na Plataforma Cultural. "Durante todos estes anos temos feito um trabalho sério com a sociedade e de respeito a esta arte que encanta a todos. Um dos nossos objetivos dentro do ensinamento é valorizar esta cultura genuinamente brasileira que tem papel fundamental na história do nosso país".

Mestre Ratinho - Associação de Capoeira Pantanal OSMAR ALVES DA SILVA - AQUIDAUANA – MS Associação de Capoeira Pantanal, está presente em Aquidauna pelo trabalho do Mestre Ratinho. Formado pelo Mestre Dantas (Grupo Golpe Bonito, Osasco-SP) é Mestre desde 1995.

Mestre Sadã Instituto de Capoeira Cordão de Ouro/MS Irã Oliveira da SilvaAquidauana - MS Vice-Presidente da CDOMS

Mestre Shallon - Raízes da África APARECIDO TEODORO LUIZ Mestre Shallom vem Linhagem do Mestre Pinatti do grupo São Bento Pequeno e Dois de ouro. Tornou-se Mestre em 11-02-99. Grupo Raízes da África.

Campo Grande (MS) – A capoeira está representando a cultura afrobrasileira no Campão Cultural – I Festival de Arte, Diversidade e Cidadania. Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a Roda de Capoeira é um dos símbolos do Brasil mais reconhecidos internacionalmente. Ela expressa a história de resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão.

No festival está acontecendo uma exposição de fotografias sobre a capoeira de Mato Grosso do Sul no Memorial Educativo, que tem a curadoria da artista visual Rose Borges. A exposição faz um paralelo entre os primórdios da capoeira em MS e a nova geração pujante e ativa que mantêm viva nosso patrimônio imaterial. As fotografias apresentam as duas esferas entre o novo e antigo, o saber do mestre e a roda de capoeira, as manifestações da “capoeira de rua” na década de 90 e a capoeira de rua dos anos 2000.

Mestre Cachorrão Cleyton Blanco - Jardim – MS Grupo Luanda Capoeira - CDO 2021 - Cultura afrobrasileira é representada pela capoeira no Campão Cultural com exposição de fotografias e oficinas - 29 nov 2021 Cultura afrobrasileira é representada pela capoeira no Campão Cultural com exposição de fotografias e oficinas – Fundação de Cultura (fundacaodecultura.ms.gov.br)

Pará- Está situado na Região Norte, sendo o segundo maior estado do país em extensão territorial, com uma área de 1 245 870,798 km², constituindo-se na décima-terceira maior subdivisão mundial. É maior que a área da Região Sudeste brasileira, com seus quatro estados. É dividido em 144 municípios, que possuem área média de 8 651,881 km². O maior deles é Altamira com 159 533 km², o quinto município mais extenso do mundo e o maior município do Brasil; o menor é Marituba, com 103 km². Sua capital é o município de Belém e seu atual governador é Helder Barbalho. Com 8,7 milhões de habitantes, é o estado mais populoso da Região Norte e o nono mais populoso do Brasil. Dois de seus municípios possuem população acima de 500 mil habitantes: Belém, a capital e sua maior cidade com 1,4 milhão de habitantes em 2018 e Ananindeua, com 525,5 mil habitantes. O estado é ainda, subdividido em 7 regiões geográficas intermediárias e 21 regiões geográficas imediatas. Seus limites são com o estado do Amapá a norte, Roraima a noroeste, Amazonas a oeste, Mato Grosso a sul, Tocantins a sudeste, Maranhão a leste; além do Suriname e Guiana ao extremo norte. O Pará possui uma densidade demográfica considerada baixa, sendo superado apenas por Rondônia em sua macrorregião. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018 a densidade demográfica equivalia a 6,70 habitantes por quilômetro quadrado. Existem duas regiões metropolitanas no estado: a Belém e Santarém, com população de 2,5 milhões e 335 mil habitantes, respectivamente.

A região que hoje forma o estado do Pará foi explorada, inicialmente, pelo espanhol Francisco de Orellana Orellana iniciou sua viagem partindo da foz do rio Amazonas, percorrendo todo o Vale Amazônico, enquanto descrevia em cartas as belezas e possíveis riquezas do local (como as drogas do sertão), com os fatos mais prováveis de chamar a atenção da coroa espanhola. A partir do século XVII a região foi denominada Conquista do Pará, passando a integrar a então Capitania do Maranhão da América Portuguesa. Em 1616 foi criada a Capitania do Grão-Pará e a cidade de Belém do Pará, quando os portugueses decidiram expandir seus domínios para o oeste. Posteriormente foi criando o Estado do Grão-Pará e Rio Negro, que englobava tanto o atual estado do Pará como a Capitania de São José do Rio Negro (atual estado do Amazonas). O território paraense é coberto pela maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. O relevo é baixo e plano; 58% do território se encontram abaixo dos 200 metros. As altitudes superiores a 500 metros estão nas seguintes serras: Serra dos Carajás, Serra do Cachimbo e Serra do Acari. Nos últimos anos, o estado experimentou um notável crescimento econômico, registrando um Produto interno bruto (PIB) considerado alto e uma urbanização maciça em suas maiores cidades. No entanto, o Pará ainda registra vários problemas sociais e ambientais, especialmente em seu interior. Vem do Pará o maior índice de desmatamento no Brasil, mesmo em áreas de preservação ambiental, alinhado a outras anomalias sociais. Problemas como a pobreza e criminalidade são encontrados demasiadamente e o estado possui a segunda pior educação pública do Brasil, conforme o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-Brasil), além do quarto menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da nação, com 0,698 (2017) e o município com a pior qualidade de vida em todo o país, Melgaço, situado na Ilha de Marajó Pará – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

PARÁ - 1868
Ano 1868\Edição 00031 (1) Diario de Belém : Folha Politica, Noticiosa e Commercial (PA) - 1868 a 1889 12 DE SETEMBRO

Ano 1868\Edição 00080 (1)

Ano 1873\Edição 00069 (1) O Pelicano (PA) - 1872 a 1873

Ano 1875\Edição A00163 (1) O Liberal do Para (PA) - 1869 a 1889

Ano 1876\Edição 00049 (1) A Tribuna : Periodico Popular (PA) - 1876

Ano 1876\Edição 00242 (1)

Ano 1876\Edição 00189 (1) A Constituição : Orgão do Partido Conservador (PA) - 1874 a 1886

Ano 1876\Edição 00263 (1)

Ano 1876\Edição 00274 (1)

Ano 1878\Edição 00203 (1) 11 DE SETEMBRO

Ano 1878\Edição 00210 (1)
Ano 1879\Edição 00054 (1)

Ano 1879\Edição 00145 (1)

Ano
1879\Edição 00090 (1)

Ano 1882\Edição 00156 (1)

Ano 1882\Edição 00257 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1883\Edição 00018 (1) A Vida Paraense (PA) – 1883

Ano 1884\Edição 00139 (1) A Constituição : Orgão do Partido Conservador (PA) - 1874 a 1886 19 DE JUNHO

Ano 1884\Edição 00084 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1884\Edição 00099 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898
Ano 1885\Edição 00248 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1887\Edição 00079 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1887\Edição 00117 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1887\Edição 00119 (1)

Ano 1887\Edição 00234 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898
Ano 1888\Edição 00040 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898
Ano 1888\Edição 00153 (1)
1888\Edição 00200 (1)
1888\Edição 00207 (1)
Ano
Ano
Ano 1888\Edição 00210 (1) Ano 1888\Edição 00224 (1)

Ano 1888\Edição 00011 (1) Jornal das Novidades (PA) – 1888

Ano 1888\Edição 00036 (1) Amazonia (PA) – 1888

Ano 1888\Edição 00073 (1)

Ano 1888\Edição 00081 (1)

Ano 1889\Edição 00165 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1889\Edição 00260 (1) Ano 1890\Edição 00007 (1) A Voz do Caixeiro : Orgão dos empregados do Commercio (PA) – 1890
Ano 1890\Edição 00029 (1)

Ano 1890\Edição 00030 (1) O Democrata : Orgão do Partido Republicano Democratico (PA) - 1890 a 1893

Ano 1890\Edição 00096 (1) 30 de abril

Ano 1890\Edição 00084 (1) A Voz do Caixeiro : Orgão dos empregados do Commercio (PA) – 1890 Ano 1890\Edição 00026 (1) A Republica: Orgão do Club Republicano (PA) - 1886 a 1900 19 de março Ano 1890\Edição 00135 (1) 02 de agosto
Ano 1890\Edição 00176 (1) 24 de setembro
Ano 1890\Edição 00177 (1)

Ano 1890\Edição 00184 (1) 03 de outubro

Ano 1890\Edição 00219 (1) 30 de novembro

Ano 1891\Edição 00044 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1890\Edição 00221 (1)
Ano 1891\Edição 00184A (1)

Ano 1891\Edição 00153 (1)

Ano 1892\Edição 00155 (1) Correio Paraense : Diario Noticioso, Commercial e Litterario (PA) - 1892 a 1894

Ano 1892\Edição 00117 (1) O Democrata : Orgão do Partido Republicano Democratico (PA) - 1890 a 18 31 de maio

Ano 1892\Edição 00715 (1) A Republica: Orgão do Club Republicano (PA) - 1886 a 1900 13 de agosto

Ano 1892\Edição 00733 (1) 04 de setembro

Ano 1893\Edição 00274 (1) Correio Paraense : Diario Noticioso, Commercial e Litterario (PA) - 1892 a 1894 05 de abril

Ano 1893\Edição 00309 (1)

17 de março

Ano 1893\Edição 00206 (1) Diario de Noticias (PA) - 1881 a 1898

Ano 1896\Edição 00077 (1) Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00277 (1) Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00281 (1) Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00308 (1) Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00309 (1) 04 de novembro Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00326 (1) Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00344 (1) 09 de dezembro Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00345 (1) 10 de dezembro Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00351 (1) 16 de dezembro Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1896\Edição 00359 (1) 24 de dezembro Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

Ano 1897\Edição 00015 (1) O Pará (PA) - 1897 a 1900 27 DE DEZEMBRO

Ano 1898\Edição 00031 (1) 13 DE JANEIRO O Pará (PA) - 1897 a 1900

Ano 1898\Edição 00270 (1) 22 DE OUTUBRO O Pará (PA) - 1897 a 1900

Ano 1898\Edição 00274 (1) 27 DE OUTUBRO O Pará (PA) - 1897 a 1900

Ano 1898\Edição 00319 (1) 23 DE DEZEMBRO O Pará (PA) - 1897 a 1900

Ano 1899\Edição 00439 (1) – 19 DE MAIO O Pará (PA) - 1897 a 1900

Ano 1900\Edição 00812 (1) O Pará (PA) - 1897 a 1900

Ano 1900\Edição 00505 (1) A Republica: Orgão do Club Republicano (PA) - 1886 a 1900 30 de agosto

Ano 1901\Edição 00228 (1) O Industrial (PA) - 1901 a 1903

Ano 1947\Edição 00313 (1) O Liberal (PA) - 1946 a 1989 – 03 de dezembro
Ano 1982\Edição 00001 (1) Diário do Pará (PA) - 1982 a 1990 \Edição 00419 (1) 15 DE
MARÇO
\Edição 00450 (2) 24 DE ABRIL 1984
\Edição 00452 (1) 26 DE ABRIL
\Edição 00481 (1) \Edição 00486 (1) 03 DE JUNHO \Edição 00508 (1) 30 DE JUNHO 1984 \Edição 00509 (1)
\Edição 00518 (1) 12 DE JULHO 1984
\Edição 00551 (1) 18 DE AGOSTO 1984
Ano 1989\Edição 22181 (1) O Liberal (PA) - 1946 a 1989
Ano
1989\Edição 22213 (1)

Ano 1989\Edição 22260 (2)

Ano 1989\Edição 22260 (2)

Ano 1989\Edição 22295 (1)
Ano 1989\Edição 22359 (1)

Ano 1989\Edição 22366 (1) 15 DE JULHO

Ano 1989\Edição 22371 (1)

Ano 1989\Edição 22400 (2)

2008 - CAPOEIRA, IDENTIDADE E GÊNERO - UFPA Campus Cametá - https://www.campuscameta.ufpa.br › textos › cap... PDF O resultado pode ser conferido no seu livro A política da capoeiragem: a história social da capoeira e do boi-bumbá no. Pará republicano (1888-1906).

2012 - A Capoeira no Pará: tradição, fé e resistência no tripé de uma formação cidadãlinesilva_ferreira@hotmail.com - Anderson Patrick Rodrigue rodriguesap_ufpa@yahoo.com.br

“Espetáculo de Luta”: a presença feminina na capoeira em Belém do Pará no final do século XIX e início do XX "Espectáculo de Lucha": la presencia femenina en la capoeira de Belém do Pará a finales del siglo XIX y principios del XX "Fighting Spectacle": the female presence in capoeira in Belém do Pará at the end of the 19th century and beginning of the 20th Lucenilda dos Santos Passos Luiz Augusto Pinheiro Leal 03-D02_Espetaculo-de-Luta.pdf (generonaamazonia.com)

2020 - plano_salvaguarda_capoeira_para.pdf
(iphan.gov.br)

A Paraíba - localizada a leste da Região Nordeste. Seu território é dividido em 223 municípios e apresenta uma área de 56 467,242 km². Banhada a leste pelo Oceano Atlântico, limita-se a norte com o Rio Grande do Norte, a sul com Pernambuco e a oeste com o Ceará. Com mais de quatro milhões de habitantes, a Paraíba é o 15º estado mais populoso do Brasil. A capital e município mais populoso é João Pessoa. Outros municípios com população superior a cem mil habitantes são Campina Grande, Santa Rita e Patos. Antes da colonização portuguesa, a Paraíba foi habitada por várias tribos indígenas. Em 1534, foi subordinada à Capitania de Itamaracá, adquirindo autonomia política em 1574 com a criação da Capitania da Paraíba, anexada a Pernambuco em 1756 e recuperando sua autonomia em 1799, existindo como unidade política separada desde então. No ano de 1930, Getúlio Vargas indicou o presidente do estado (hoje governador), João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, como vice-presidente do Brasil. O assassinato de João Pessoa por João Duarte Dantas foi o estopim para a Revolução de 1930 e o fim da República Velha. A Paraíba é berço de brasileiros notórios, como Epitácio Pessoa (ex-presidente do Brasil), Pedro Américo (pintor de renome internacional), Assis Chateaubriand (mais conhecido por ter fundado o Museu de Arte de São Paulo e a TV Tupi), Celso Furtado (um dos economistas mais influentes da história latino-americana), além de escritores como Ariano Suassuna, Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida, José Lins do Rêgo, dentre muitos.

Ano 1861\Edição 00040 (1) A Regeneração : Jornal Politico, Litterario, Noticioso e Commercial (PB) - 1861 a 1862

PARAIBA – 1861
Ano 1861\Edição 00002 (1) O Mercador : Folha Commercial e Noticiosa (PB) – 1861

Ano 1884\Edição 00213 (1) Diario da Parahyba : Orgão de todas as classes (PB) - 1884 a 1885

Ano 1888\Edição 00159 (2) Gazeta da Parahyba : Folha Diaria (PB) - 1888 a 1890

Ano 1888\Edição 00160 (1) 18 de novembro

Ano 1888\Edição 00161 (1) 20 de novembro

Ano 1909\Edição 00379 (1) O Norte (PB) - 1908 a 1956 30 de agosto
Ano 1915\Edição 02111 (1)

1990, Mestre Dário inicia sua aprendizagem de capoeira no Grupo de Capoeira Lua de Palmares, coordenado por Dorivan Rafael, que fazia parte da Associação Cultural de Capoeira Badauê dos Palmares, de Campina GrandePB, fundada por Mestre Sabiá, que, na ocasião, era aluno do Mestre Nô e era integrante da ABCCAP. O Grupo de Capoeira Lua de Palmares se reunia no Serviço Social do Comércio - SESC, situado na Rua Des. Souto Maior, 281, Centro, João Pessoa-PB (Entrevista com M.D., 2019).

1998 – O Grupo Capoeira Angola Palmares - Roger JP/PB, foi fundado em 17 de março de 1998, com a coordenação de Mestre Dário Pereira João (M.D)1 , que, na época, era instrutor de capoeira. Contou também com a participação de Malu Farias (Contramestra Malu), que era cordel amarelo, e com a supervisão de Mestre Lázaro e com a orientação do Mestre Norival Moreira de Oliveira (Mestre Nô), filiado à Associação Brasileira Cultural de Capoeira Angola Palmares (ABCCAP). Nessa época, foi criado o logotipo do Grupo

2012 - PDF - Flávio Lima.pdf (uepb.edu.br)

2014 - Com mais de 2 mil alunos, Campina faz a maior roda de capoeira do Brasil | globoesporte.com

2016 - Capoeira Angola Berimbau Viola Paraíba Criativa (paraibacriativa.com.br)

Notícia: I Fórum para Salvaguarda da Capoeira vai acontecer na Paraíba - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

2020 - RACIn, João Pessoa, v. 8, n. 1, p. 226-241, jan./jun. 2020 Roda de capoeira, memórias representadas: ressignificação do grupo Angola Palmares – Roger JP/PB

PROJETO NOSSAS RAÍZES: A História da Capoeira na Paraíba - Menino, Quem Foi Teu Mestre?YouTube PROJETO NOSSAS RAÍZES: A História da Capoeira na Paraíba - Menino, Quem Foi Teu Mestre?

2022 - Capoeiristas da PB falam sobre a importância do legado | Cultura (brasildefatopb.com.br)

ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO SEGUNDA EDIÇÃO – REVISTA E ATUALIZADA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LAÉRCIO ELIAS PEREIRA (ORGANIZADORES/EDITORES)
2022

NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO

"As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido.

Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.

E O CANAL NORTE-AMERICANO

RecentementeaCNNnacionaldeupalcoelantejoulasaodesgrenhadoBorisJohnson.Ajustificaçãoéóbvia efácildeperceberporquemnãotenhaentupidocompedregulhosdegranitooentendimentoeosolhos. Com o Brexit o agente inglês assestou um duro golpe na UE; a guerra na Ucrânia, cuja continuidade o tartufo tão enfaticamente advoga, desfere a estocada fatal na criatura. Morre assim definitivamente o sonho de um espaço geopolítico relevante e pletórico de protagonismo no cenário mundial. Os EUA e os seusémulostêm,pois,razõesparafestejar.

HETERÓNIMOS

Tenhoumavariedadedeheterónimosesubjetividades.Nãosãoantinomias,mastãosó complementaridades. Quandorezo,souhumildadeenecessidade. Quandofestejo,cantoerio,soualegriaeexpansividade Quandomecomovoechoro,souemoçãoesensibilidade. Quandomeabeirodaspessoaseassaúdo,soucidadaniaefraternidade. Quandodigoadeusafamiliares,amigoselugares,soufonteeformadasaudade. Nestecaminhodepluralidade,jamaisalcançareiaconclusãoeunidade;existoemlaboraçãoediversidade.

CONVICÇÕES E LIBERDADE

Asconvicçõessãoumluxo.Somenteastemeexercequemnãoérefémdanecessidade.Estacondicionaa noçãoeconcretizaçãodaliberdade.Não,amaioriadossereshumanosnãoélivre;oseuagiréditadopela luta da sobrevivência no quadro das circunstâncias que o comprimem. Aí não medram a afirmação e a convicção; aí impera a subjugação, por mais envernizada que seja a dissimulação. Não basta, pois, viver numsistemaditodemocráticoparaalcançaraliberdadeevotarlivremente.Issoéumailusãoealienação.

QUEM CHACOALHA O JARRO?

Issonãoimporta.Talcomonãoimportaonúmerodemortesnaguerra.Odossoldadosucranianosmortos ultrapassa os 100 000. A presidente da UE revelou os dados, mas foi obrigada a apagar a publicação, peranteodesagradodasautoridadesucranianas.Sóao presidenteZelenskyestáautorizadaadivulgação, quandoecomoeleacharconveniente.Saberaverdadeéinoportunoparaacontinuidadedaguerra.Estaé ofimmaior;aperdadevidasnãoconta.Háquemcontinueachacoalharojarro,indiferenteaocrescendo devítimas;osanguejáderramadonãolhebastaparalavaraconsciência.

RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

Celebra-se hoje o dia da restauração da soberania nacional, tão importante como o da independência reconhecidapeloTratadodeZamora(5deoutubrode1143).

Em 1580 Filipe II de Espanha subiu ao trono de Portugal, após comprar a maior parte dos nobres e boa partedoclero.Sobreopaísabateu-seumanoitede60anos,atéqueveioo1dedezembrode1640.Nessa dataogrupodeconjuradosnãofaltouaoapelodapátriasufocada.Quaisteriamsidoasconsequênciasda continuidade do jugo espanhol? É fácil percebê-las. Hoje a língua portuguesa seria dialeto clandestino; e nos países, onde é falada, ecoaria o castelhano. Ademais, o nome de Portugal não constaria no mapa mundi,eagestadosdescobrimentosteriaoutranarrativaeficarianahistórianãocomofeitolusitano,mas como obra de outrem. Para não falar na perda do nosso modo de ser e estar, de conviver e relacionar, traduzidopelamúsica,poesia,culináriaeportudooqueperfazanossaidiossincrasia.

Opassadoexigeserestudadoeaprendido:eleensinaquedaEspanhadeMadrid,castelhanaecentrípeta, ávidadearrasarasdiferenças,nãovembomventonemcasamento;nuncavirá.

DA POESIA

(EvocaçãodeFernandoPessoa,falecidoem30.11esepultadoem02.12.1935)

O AGENTE
INGLÊS

Asubstânciadavidaéfeitademalhafinaesubtil.Nãoatocamoseexpressamoscomasfórmulasdurase grosseirasdosdados,gráficosenúmeros;somentecomasfiligranasdosverboseversosescolhidospelos poetas.

A poesia é o campo onde o fogo da palavra está sempre aceso e levanta mais alto as labaredas da sensibilidade.Osvatessãoosmelhoresedificadoresdoespíritohumanoereveladoresdoestadodeoração permanentequeoperfaz.Ademais,sãocirurgiõesdealmasrasgadasecoraçõesenfartados.Nãodesistem de tentar perceber e preencher, em atitude de humildade e de modo imperfeito, as falhas que nos dificultam o andar atinado. Têm as portas abertas, de par em par, aos inocentes e fechadas aos imbecis. Não se fatigam em acompanhar a Humanidade para onde quer que ela vá; e em recriá-la. Tal como os artistas,sãomeiosdoidoseprojetamoolharparaalémdaaparência.Éporissoqueveemabelezadorida domundoefornecemaesteooxigénioparaenfrentaraopressãoeosufocodoquotidiano.

ERA UMA VEZ...

Jovemeávidadeescolheroseucaminho,casou-secomumfenómenoantropológico,plural,polissémicoe polimórfico; inscreveu-o na designação e tomou-o para objeto de ocupação. Firmou assim a identidade, granjeadora de apreço e atração, aquém e além-fronteiras, no espaço próximo e no distante. Tinha voz e eraescutada.Viviamuitofeliz,sentiaorgulhoerecebiachorudoproventodosfrutosdocasamento.Porém, umdiaounacaladadanoite,umbandodecontrabandistasentrou-lhepelaportaeimpôsopoderdeseita. Divorciada da missão herdada, ainda usa o nome na fachada, embora com ele não queira nada. Está entregueaodesatinoignaroeàinsanidadecelerada.Eparecenãohaverquemacudaàabandonada.

DAS NOVAS CATEDRAIS

As catedrais góticas são porventura a expressão mais subida da arte. Seja na forma, seja nos significados, configuramumnívelextraordinárioesublimedatranscendência.NãoéapenasDeusquevemao encontrodos humanosparamorarnomeiodeles.Nelasoshumanoscongregamsonhosemitosquelhesconcedemasas,os transfigurameelevamaentesquasedivinos,tentandolocalizarosentidodavidaondesóseconheceovazioda faltadela.

Quem construiu catedrais não tem, pois, que cultivar e admirar mais nada, a não ser a beleza latente na natureza e assumir a obrigação de perseverar em concretizá-la sob formas renovadas, segundo o espírito do tempo. Porisso levantarhoje catedraispassaà margem da nossa atenção. Elas nãosão significantesda lógica destaera.NãoémaisDeusqueestánocentrodanossaprocura;neméEleachavedeexplicaçãodosmalese incompletudes;nemtampoucoéatranscendênciadivinaquenosmobiliza;etambémnãoéomedodamortee doalémdelaquedeterminaoscaminhosdaexistência.

Acresce que os feitos da nossa época já não suscitam ações de graças e não é aguda a consciência das culpas pelastragédiasehorroresquesemeamospelomundo.Apósséculosdeduroeamargoexílio, oHomemestáde regressoasimesmo.Sãoavidaeasuaqualificaçãoquesurgemnocentrodaspreocupações.Aeternidadenãoé maisofimdavida.Ofimdavidaestánelaprópria,nasuaqualidadeedignidade,vinculadasestasnãoapenasa uma,masatodasasdimensõesdoSeredoseutrânsito.

Está em causa o Homemtodo e todo o Homem. Claro que continuamos a procurar dar à Pessoa a forma mais subida possível. Continuamos a tentar conformá-la à imagem e semelhança dos ideais e conceitos com que a esboçamosetecemos.Queremosesculpi-lacomoestátuabelaesublimeemtodaadiversidadedefacetasque perfazemasuacomplexidade.Almejamosquesejaunaeexcelsa,pordentroeporfora,nosinstintosereações, nas emoções e cognições, nos prazeres e paixões, no corpo e na alma, na ética e estética, na racionalidade e moralidade. Assim o quotidiano e todos os locais onde a vida se desenrola inscrevem-se num projeto voltado para a modelação artística. Visamos balizar o percurso terreno com as cores do arco-íris e com os sons do enlevoeencanto,comomeiodeiludir,fintaresublimarodramadoslimitesedafinitude.

Osestádiosepavilhõesdesportivosdãonotíciadeumtempodiferentedodascatedrais.Melhordizendo,sãoas novas catedrais destes dias. São monumento e templo erigidos a outra divindade. Àconsagração ecelebração do indivíduo de carne e osso, que procura alargar a estreitíssima faixa aberta na confluência das virtudes e defeitos,doanjoedodiabo.Nelesentraemcenaumanovaexpressãodatranscendência,nãomaispelaviada míngua e imolação da vida, mas pelo transbordar da taça em que ela é bebida. Não é o Homem Novo que finalmentedesponta;ésóarenovaçãoincessantedaliturgiasempreinconclusadeofabricar.

Aos inimigos do palco desportivo, que persistem em tentar menorizá-lo intelectual, cultural e socialmente, diremos,comoapoetisaNatáliaCorreia(1923-1993):faceàs“massificações,queassepticamentenegamavida, a massificação exaltante do futebol (…) põe em ebulição os sentimentos e as mentes” e tem “o mérito de desencadearaspaixõesquedãocoràalma.Aomenososfrenéticosdofuteboldãotudoporumacausa.Esãoos homenssemcausaquecomoseugovernodemáquinascalculadorasnosalienamoespírito”.

Aesseseatodososaviltadoresdodesportocontinuaremosarepetirqueeleeosseuscenáriossãosímbolosde causas.Sóosaleijadosdaalmaéquenãodãocontadisso.

DESRESPEITO DO TRABALHO: APELO AOS PROFESSORES

"Anovaculturacomeçaquandootrabalhadoreotrabalhosãotratadoscomrespeito",postulouoescritor russoMáximoGorky(1868-1936).

Estamoslongedaconcretizaçãodesteprincípio;nasúltimasdécadasatéandamosparatrás.Odesrespeito écrescente.Agravidadeeaindignidadedasituaçãoexigemqueosprofessoresdêemoexemploeensinem oinconformismoeanãotolerarqualquertipodecabresto.

PEDAGOGIA DO TRATO HUMANO

A vida humana decorre entre seres humanos, uma evidência tão fácil de dizer, porém tão difícil de perceber e consagrar. Para ser boa para um, tem que o ser igualmente para todos; caso contrário, a existência não será boa nem humana, nem tampouco vida. Disto decorre a premente necessidade de ensinareaprenderotratohumano dooutro.Esteéumdosalvosprimordiaisdaeducaçãoecivilizaçãoe dosmeiosaoseuserviço.

Ora a alteridade é pedra basilar do desporto. Este é essencialmente uma modalidade do relacionamento com o outro; depende dele. Sem o outro, o desporto não existiria, tal como não existiriam a vida, a sociedadeehumanidade.Logo,ooutroéumaentidadevaliosa,portadoradealtacotação,merecedorade apreço, respeito e gratidão. Muito do que conseguimos e somos vem-nos do outro, da antagónica cooperação, da desafiante e cooperante oposição, da convergente ‘com-petição’, das diferenças que são umafontedeinspiraçãoemotivação.

Os ‘competidores’ são cúmplices: buscam em conjunto e conflito cooperativo, apoiados uns nosoutros, a almejadasuperação.Porconseguinte,aéticadojogoedojogadorimplicaquecadaumdêomelhordesi,a fimdeseralcançadaumaprestaçãodenívelsuperior,socialeculturalmenterelevante.Destarteovencido tambémévencedor.Senãoforassim,ambossãoperdedores.

Emsuma,odesportoéumamaneiradeolharooutro,dá-nosbitolasparaummododeser,estarecontar com ele na via darealizaçãointerpessoal. Configura uma filosofia e pedagogia dotratohumano:ensina a projetar sobre o outro a luz da razão, da estima e consideração. Quando calcamos este preceito e ofendemosonossocontendor,traímosamissãoeosentidododesporto,faltamosa‘quem’somos.

É PRECISO ACORDAR!

Os senhores do mundo tratam-nos como animais domesticados. E nós correspondemos de bom grado. Gostamos de frequentar os verdejantes prados da alienação, para nos empanturrarmos e marcharmos alegrementeparaoabate.

Urgeacordar!Paraarealizaçãodasaspiraçõesmaisprementesdapopulaçãoeadesforradasinjustiçase humilhaçõesdesta,érelativoocontributodofutebol.Eleajudaaveraverdadedosofrimento,asublimar muitasdores,asuportarotrágicoquotidianoeatéaconsolidarauniãoeidentidade.Masnãoélícitoque lhe creditemos um papel desmesurado, nem que o sobrecarreguemos com uma finalidade alheia à sua função. De resto, nesta hora, é ele que precisa da nossa ajuda e lucidez, contra a persistente tentativa de perverter o seu sentido de jogo criado pelos humanos e também criador deles. Sob pena de perdermos uma preciosa liturgia de congraçamento e afiliação, de emoções belas e salvíficas da afiada cimitarra da aridez existencial. Saiamos da neblina que nos impede de perceber a manipulação da paixão,

instrumentalizada para envernizar as tropelias dos predadores da humanidade e sociedade e a perpetuaçãodasaberraçõesanticivilizacionais.

ESCREVER: MORRER E RESSUSCITAR

Um escritor, seja romancista ou poeta, articulista ou ensaísta, morre muitas vezes. Nos rascunhos que acabapordeitarfora.Noscortesqueéobrigadoafazernotexto,tãodolorososcomoaamputaçãodeuma partedesi,paraqueoartigoeolivronãoexcedamoslimitesimpostos.Naconclusãoeediçãodasobrase naentregadestasàleitura,àinterpretaçãoeavaliaçãodoleitor,detentordopoderdelheaumentaravida oucondenaràmorte.

Também ressuscita inúmeras vezes, sempre que volta a escrever, é lido, discutido e até censurado. Não alcançaaeternidade,masabeira-sedaperenidadeeficaparaalémdele.

O QUE É A UNIÃO EUROPEIA?

Oidealéexcelsoesublime;asuaconcretizaçãoseriaumabênçãoparaospovosdaEuropaeumafontede inspiraçãoeencorajamentoparaosdosoutroscontinentes.

E as instituições da União? Bem, essas são uma série de incontáveis ‘catargates’ abertas para extensas manjedouras e infindáveis estendais de interesses e negócios sujos. Nelas mamam bácoros e lobistas insaciáveis, e auferem ordenados escandalosos os ocupantes de cargos reais ou de ocasião. Tudo escondidodoscidadãospelonauseabundomantodacorrupção.Oqueseveránodiaemquefordestapado o alçapão?! Há quem chame democracia e sociedade livre a esta teia de gente falsa e podre, de despudorados ladrões e medonha escuridão. Até quando continuará tão apagada vileza e trágica perversão?!Amaioriaengole;algunsjamaissecalarão.

CAROS ADEPTOS DO FUTEBOL:

EstánahoradedeitarforaoazedumeeficarcomocoraçãolimpoparaascelebraçõesdoNatal. Tínhamos fundadas razões para alimentar a esperança de alcançar o cetro de campeões do mundo. A qualidade dos integrantes da seleção alicerçava essa confiança. Feitas as devidas comparações, poucas equipas se equiparavam à nossa. Mas o futebol é um jogo; como tal, a sorte e o azar são inerentes ao mesmoe,nãorarasvezes,determinantesdoresultado.Calhou-nosumdiaaziago.Caiamosnarealidade. Agora não adianta carpir mágoas,nem andar dearma em punhoà caça deculpados. De nadavale gastar tempo e energias a discutir ‘ses’. Com os diabos, figuramos entre as 8 posições cimeiras do ranking da FIFA,oqueéobradevultoparaumpaíscomadimensãodonosso!ÉnaturalqueosresponsáveispelaFPF se sintam algo frustrados, por terem desenvolvido um notável trabalho de promoção e valoração do futebol,edesejaremvê-locoroadocomaconquistadoMundial.Infelizmente,aaspiraçãonãoserealizou. Muito provavelmente odesalento vai demorar a passar, até dar lugar a outro ciclo de renovadacrença e redobrado vigor. O hiato será tanto mais curto quanto menos dermos ouvidos e olhos a incendiários mediáticos que tudo fizeram para esgaçar a seleção; vão continuar assim, porque chafurdar é a competênciamáximadasuainstruçãoeoseumodonaturaldeatuação.Porfavor,voltem-separaoNatal abençoadordavossafamília,ecuidemdavindadeumPortugaleMundomelhores!

DA POLÍTICA NESTA HORA

Abarbárieronda-nosaportaenãopedelicençaparaentrar.Omalandaporaíàrédeasolta.Odesespero avança, criando o húmus para soluções inumanas. São tempos de matança e perdição os nossos, de via abertaparaoscarniceiros,osfeiticeiroseagentesdodiabo.Omundoestáatornar-sepré-apocalíptico,um inferno.Queremosrecusá-loemudá-loouserfatorepartedele?Aopçãoaindanospertence!

A política importante nesta hora não é a que se passeia e exibe nas grandes avenidas, nos jantares faustosos, nos espetáculos e reuniões dos famosos. É a que cuida do presente por construir: o do Ser Humanoedaplenarealizaçãodadignidadehumana.

Paratantoéprecisocheiraropovomarginalizado,pobreesofredorechorarcomele, percorrerasnoites escuras, as ruas e as periferias sem a luz da esperança; praticar a bondade, a compaixão, misericórdia e solidariedade, multiplicar a Humanidade à nossa volta. Subamos aos campanários e toquemos os sinos a rebate,convocandoparaapraçadaCidadeosdeserdadosdacentralidade.

FELIZ NATAL!

Vim a Mirandela. A contemplação das iluminações do antigo Palácio dos Távoras e da Ponte Medieval levou-meparaopassadoedesatouanecessidadedasuaevocação.Outrora,osdiasenoitesdeinvernoem Trás-Os-Monteseramdeumfriocortante,detiritarebaterosdentes.Osolnãochegavaaderreteracôdea dasgeadaseocarambeloagarradoaosbeiraisdostelhadoseramosdasárvores.Earoupaeraescassae singela para enfrentar tamanho enregelamento. Por isso comovia-nos até às lágrimas o conto do nascimento do Menino Jesus numa manjedoura, envolto em palhinhas e aquecido pelo bafo do boi e da vaca.

Na altura não havia em Bragada notícias do Pai Natal, nem de cartas para lhe escrever. Aguardávamos ansiosamenteavindadoMeninoàsnossascasas,duranteanoitede24dedezembro,convictosdequeEle traria os presentes inventados pela imaginação. A minha mãe cuidava do sonho e da ilusão: enquanto dormíamos,punhanonossocalçadoum pequenobrinquedooulençodasmãos,conformeàmagrezadas possesdeentão.Quandoacordávamosnodia25edescobríamosaprendarecebida,tornávamo-nossinos chocalheiros do contentamento; e justificávamos a pequenez do recebimento com o comportamento no anoprestesafindar,prometendomelhorá-lonovindouro.

Talvez nem todos entendam: em tempos tão apertados e duros, o Natal era estação da felicidade! Sinto saudades do espírito daquela época. Projeto-asna família e nos amigos de perto e longe. Tenho-os vivos emmim;enomeio-oscomofervordeumaoração.

Vivemos hoje problemas difíceis, na Europa e no Mundo, gerados por indivíduos fáceis, que detêm as rédeas do poder, contando com a conivência daindiferença geral. Além de cúmplices, somos impotentes para elidir o desespero e tormento que alastram pela Terra. Não devíamos fechar os olhos e ouvidos da razãoe compaixão.Ossofredoressãoenteshumanos,nossossemelhantes. Acordemose encetemosa via daregeneração!

Desejo a todos vós e às vossas famílias um Santo Natal. E rogo ao Deus Menino que nos renove nesta quadra, e proporcione, em 2023, a graça da vida, do bem-estar e de um reencontro acrescido de fraternidadeehumanidade.

HORA DE AVALIAÇÃO E CONFIRMAÇÃO

Desceuopanosobreopalcodomundialdaassombração;edacorrupçãomaldisfarçadaantes,nodecurso e desenlace do evento. Aproveitemos a oportunidade para visitar os subterrâneos dos estádios. Os abomináveis atentados aos direitos humanos, cometidos durante a construção, não são nenhuma anormalidade, nem exclusivos do Catar; são a regra e os órgãos instrumentais e vitais do regime neoliberal.

Osneoliberaistêmamemóriadespertaeagemconformeaela.Sentemsaudadesdosmétodosmedievais, nomeadamenteodeobrigaratrabalharatéàexaustãoemorte.Quandochegamaopoder,apressam-sea restaurá-los,emtodaaparteeemtodosossetores.AescravizaçãoconstituioADNdoseuguião.

A SEIVA TRUPE E AS FORÇAS VIVAS DO PORTO

O Porto eram as instituições e os Homens livres, com posturas altas e firmes como a Torre dos Clérigos. Quando a IURD alimentou a veleidade de querer comprar o Coliseu, encontrou pela frente essa muralha intransponível.Estavamlá,naprimeiralinhadedefesa,aCâmaraMunicipal,oBispado,aUniversidade,as Associações, os Clubes, os Artistas, os Intelectuais, os Magistrados, os Professores e todos quantos se batem pela cultura da liberdade. Hoje parece que as entidades assistem impávidas à morte matada da Seiva Trupe. Afinal, ainda há forças vivas no Porto? Ainda há quem mantenha ateada a chama da alma portuenseeameaCidade?

DÉFICE DE ESPERANÇA

Quandomandamosatroikaembora,foisublimedisfrutarosentimentodulcíssimodevoltararespirar,de encher os pulmões e a alma com a frescura da manhã e o calor da tarde. Pensei e senti isso então. Pode parecer estranho, mas era mesmo assim de facto. Existia uma asfixia da esperança; livramo-nos da primeiraerenovamosasegunda.Logo,oregozijoirrompeucomoaáguadeumarepresaaberta. Hojeécomoseatroikativesseregressado.Eelaveiorealmente,envoltanumcenáriotrágico,semelhante aoqueprecedeuodesastredoTitanic.Odéficedeesperançatornaoquotidianoopressoreirrespirável.É preciso rezar por dentro e por fora, com a vontade e as palavras, com as emoções e ações, para que o milagrepossaacontecer.

LUX INDEFICIENS

Depedra,debarrooudemadeira,estascriaturasestãocheiasdeumaluzcomquasedoismilanosdevida einextinguível.Norestodoanoandamsumiçasouocultaspelonevoeirodanossadesatenção.Despertam noNataleiluminamomundointeiro.Talcomoaesperança,sãoimperecíveis.

NATAL CONTÍNUO

“UmaboaconsciênciaéumNatalcontínuo”,proclamouBenjaminFranklin.

O Natal não devia acabar após estes dias, nem a consciência devia sentir-se doravante em férias e desobrigadadevigiareexaminarosnossosatos.OsHumanosinventaramprincípiosevaloresparaserem observados em todo o tempo e em todas as áreas. Por exemplo, formular e enviar, urbi et orbi, votos de bem-estar e paz na quadra natalícia e ser, durante o ano, relapso, imoral e sacana na cidadania e ação política, nos negócios e no exercício de funções públicas – eis uma manifestação farisaica, avessa à consciênciadecente.

QUO VADIS, DEMOCRACIA?

OdesencantonãomepermiteacompanharPitágorasnestaformulação:"Anima-teporteresdesuportaras injustiças;averdadeiradesgraçaconsisteemcometê-las."Percebooteormoraldaproclamação,masnão creio que os autores de falcatruas e iniquidades se sintam desgraçados. Ao invés, recebem agasalho e bênçãosdasoligarquiasdonasdacoutadadosliberaisvaloresocidentais.

Enfim,a democracia foicapturadapor súciasdeladrões.Osingénuosrecusam-sea veretirar ilações. Os mentirosos e trapaceiros aproveitam a desatenção para praticar o dolo à tripa forra. Assim cresce e fica cadavezmaisfrondosaaárvoregenealógicadasfamíliasdegatunos.Eisanovaditadura,consentidacom osnossosvotoseatitudes!

HISTÓRIA(S) DO MARANHÃO

OS ÍNDIGENAS QUE AJUDARAM PORTUGAL NA CONQUISTA DO CEARÁ

A conquista do interior do Ceará, em especial a Serra da Ibiapaba não seria possível sem o auxílio dos chefes indígenas aliados dos portugueses. No início do Século XVIII os índios tabajaras da Aldeia da Ibiapaba, instruídos pelos jesuítas, derrotaram em batalha e catequizaram os últimos potiguares, seus tradicionais inimigos, a fé católica.

Os potiguares da Serra da Ibiapaba eram conhecidos pelos portugueses por sua hostilidade, sendo palco do martírio do Padre Francisco Pinto , morto pelos índios de Ibiapaba em 1607. Anos depois em 1655 Antonio Vieira ja alertava da presença de missionários calvinistas holandeses na região que teriam convertidos índios locais a heresia.

Os temores portugueses no Ceará acabam apenas cem anos depois na década de 1720 pela iniciativa dos Governadores dos Índios Tabajaras de Ibiapaba, Sebastiao Saraiva, Jose dos Vasconcelos e Felipe de Souza.

O Historiador Cearense Guilherme Studart, barão de Studart escreveu sobre os líderes tabajaras na "Notas para a historia do Ceara": "Nascidos entre os índios tupis, Felipe de Souza e Castro, Cavaleiro da Ordem de Santiago, com distinta nobreza, rendeu os índios bárbaros não apenas pela força das armas, mas pelo respeito de seu nome e sua nação que os obrigou a viver como civilizados em aldeias organizadas sob leis escritas e nos preceitos da fé cristã.

Sebastiao Saraiva, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Capitão e Mestre de Campo dos índios de Ibiapaba, foi militar e catequista, junto de seu irmão Jose de Vasconcellos pregava a fé católica aos índios bárbaros do Ceará e prometia estender o Império de Cristo naquelas terras onde os jesuítas não podiam alcançar, defendendo sua aldeia dos ataques dos potiguares."

Stuart comenta que o protagonismo dos líderes indígenas na conquista daquele território a coroa portuguesa não foi ignorado pelo Rei de Portugal Dom João V, que em 1723 concedeu aos três chefes

Diogo Gualhardo Neves
A Terra de Santa Cruz –

tabajaras o título de "Dom" tenças efetivas de 20 $ 000 réis anuais e os hábitos de cavaleiros da Ordem de Santiago, conhecida por lutar contra os invasores muçulmanos na Espanha, bem como proteger os peregrinos do Caminho de Santiago.

Dom Jacobo de Sousa um dos chefes dos índios tabajaras da aldeia de Ibiapaba, de 1680 a 1710, ficou conhecido por ser grande aliado dos portugueses e da Companhia de Jesus na Capitania do Ceará durante as Guerra dos Bárbaros contra os índios tapuias e cariris.

Sob a liderança de Dom Jacobo, os guerreiros tabajaras protegiam o gado dos fazendeiros portugueses dos ataques dos tapuias e foi agraciado com o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo, por seu papel no combate aos Tapuias na Guerra dos Bárbaros, visitou pessoalmente o Rei Dom João V de Portugal, solicitando o direito de possuir mais terras e gado para seu povo.

A partir do Século XVIII o aldeamento Jesuítico de Ibiapaba chegou ao crescido número de milhares de indígenas dando origem ao atual município de Viçosa no Ceará. Fonte: Heróis Indígenas do Brasil, memórias sinceras de uma Raça./ Notas para a historia do Ceara

PAULITEIROS DE MIRANDA: OS GUERREIROS DANÇANTES DE TRÁS-OS-MONTES

A história e a origem dos Pauliteiros de Miranda, em Trás-os-Montes, perde-se no tempo, mas acredita-se que se trata de uma dança guerreira.

Pauliteiros de Miranda: os guerreiros dançantes de Trás-os-Montes | VortexMag

Mais do que um ícone mirandês, os Pauliteiros de Miranda são hoje um ícone nacional, embora possam, muitas vezes, ser mal interpretados ou até generalizados. Por exemplo, apesar do atual nome desta dança, a verdade é que Miranda do Douro não é a origem destes grupos. O atual nome decorre de uma generalização, por ser maioritariamente neste concelho que se concentra a maior atividade dos pauliteiros.

No entanto, há outros concelhos circundantes que têm ou tiveram destes grupos, como Bragança, Vinhais, Mogadouro, Vimioso ou até Macedo de Cavaleiros. E isto falando só no território nacional, porque os pauliteiros existem ou existiram em diversas regiões de Espanha, sendo por lá conhecidos como danzadores (e a coreografia conhecida como danza de palos). É certo que a maioria se concentra hoje na parte fronteiriça ao Planalto Mirandês, mas isso não inviabiliza a sua tradição noutros locais. Existem várias teorias sobre a origem desta dança. Para alguns, trata-se da evolução de danças de armas gregas, por vezes chamadas de Danças Pírricas. Para os apoiantes desta teoria, os gregos passaram a tradição aos romanos, que a propagaram para a Península Ibérica.

Pauliteiros de Miranda

Outra hipótese é que tenha uma origem indo-europeia, vinda até nós pela mão de povos como os celtas ou pré-celtas. Para outras pessoas, esta dança tem uma origem medieval, sendo mais recente do que à partida se possa pensar.

Pauliteiros de Miranda

Seja qual for a teoria, é bem plausível que esta seja de facto uma dança de armas ou uma dança de guerra, onde os paus substituem o que outrora foram espadas. A partir daí, a dança pode-se ter desenvolvido para outros fins, como o galanteio ou de celebração de ciclos. O fato de os grupos de pauliteiros serem originalmente homens solteiros aponta exatamente para a hipótese de uma dança guerreira.

Com o tempo e com a absorção do Cristianismo, os costumes pauliteiros foram-se encaixando nesta nova liturgia, e é por isso que hoje fazem parte das celebrações de santos na região de Trás-os-Montes.

A música que acompanha o movimento destes dançadores tem um timbre guerreiro, muito graças à utilização da gaita mirandesa. A este instrumento costuma-se juntar uma caixa, um bombo e os paus. Por vezes, os próprios pauliteiros empunham também castanholas. Noutros tempos, dançava-se também ao som da flauta tamborileiro, outro ícone cultural mirandês, mas dificilmente iremos encontrar a sua presença estes dias.

As coreografias em si obrigam a que os grupos que vão ao baile sejam constituídos por 8 homens, alinhados em duas filas de 4. Os 2 pares das pontas são os guias e os 2 do meio são os peões. No entanto, ao longo da dança, vão trocando posições, numa geometria que nos faz dar voltas ao cérebro.

É claro que as coreografias variam, mas algumas são imprescindíveis, como o famoso assalto ao castelo, no qual um dos membros avança em direção a uma formação humana em forma de pirâmide, que representa um castelo. Com a ajuda de um impulso, pula e projeta-se para o outro lado.

A toda a dança está associado um traje. Assim, é tradicional vermos camisas de linho brancas, cobertas por jalecos de cor acastanhada, lenços de tons vistosos, chapéus negros decorados com flores, meias arrebitadas até cima e uma saia.

Não se sabe de onde vem o hábito de se usar saia para esta dança. Para algumas pessoas, esta é uma atualização recente ao traje original, que usava calças.

Para outros, este é um costume milenar, associado a uma marca identitária tribal, com paralelismos com outros trajes similares, como o traje tradicional escocês. O que é certo é que a saia se transformou numa espécie de símbolo dos pauliteiros, predominando largamente em relação aos trajes com calças.

Os pauliteiros de Miranda foram alvo de um processo de uniformização do folclore nacional, levada a cabo pela máquina de propaganda do Antigo Regime. É por isso que hoje podemos encontrar grupos de pauliteiros em regiões pouco prováveis.

Mas, se é um facto que, no passado século, a propagação da tradição desta dança a outros pontos do país se fez por motivos políticos, é também inegável que a facilidade e melhoria dos acessos e mesmo uma certa globalização cá dentro fez com que, nos dias de hoje, se possam criar grupos de pauliteiros onde quer que seja.

Mesmo assim, a vasta maioria dos grupos concentra-se nos concelhos do Planalto Mirandês, desta vez com um extra: a criação de grupos de pauliteiras, ou seja, grupos femininos com vestimentas e coreografias idênticas às dos seus comparsas masculinos.

Outra novidade, derivada da falta de população no Nordeste, é a existência de grupos que combinam rapazes e raparigas de aldeias diferentes, quando antes era obrigatório que cada localidade tivesse o seu próprio grupo, apenas com habitantes.

FRAN PAXECO: recortes & memórias

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

ACADEMIA MARANHENSE DE CULTURA JURÍDICA, SOCIAL E POLÍTICA OUTORGA MEDALHA FRAN PAXECO A

PROFESSORES DE DIREITO

Por Aquiles Emir

Paulo Velten, Jaqueline da Silva e Alberto Tavares

Em solenidade realizada, no auditório da SVT Faculdade, no São Francisco, a Academia Maranhense de Cultura Jurídica, Social e Política – AMCJSP, fez a outorga da Medalha Fran Paxeco e do Diploma de Reconhecimento aos professores Alberto Tavares, Paulo Velten e Jaqueline Demétrio.

A Medalha Fran Paxeco e o Diploma de Reconhecimento estão previstos nos dispositivos regimentais da Academia – em seus artigos 44 da Seção III, e 46 da Seção IV. A Medalha foi criada com o objetivo de homenagear professores que tenham se destacado na docência jurídica, através de atividades pertinentes às contribuições em favor do desenvolvimento da pessoa humana e do Estado Democrático de Direito. Ela é concedida em reunião solene, de preferência no dia em que se comemora a criação do curso jurídico no Maranhão. Este ano, excepcionalmente, ela está sendo outorgada no Dia da Justiça.

Diploma de Reconhecimento – O Diploma destina-se a agraciar personalidades físicas ou jurídicas pelo apoio e colaboração prestada à manutenção e desenvolvimento do Direito em nosso Estado. Os agraciados receberam, assim, concomitantemente, a Medalha Fran Paxeco e o Diploma de Reconhecimento.

Fran Paxeco – Manuel Francisco Pacheco (Fran Paxeco), nasceu em Setúbal, a 9 de março de 1874, e faleceu em Lisboa, a 17 de setembro de 1952. Chegou ao Maranhão, em 1900, e aqui se radicou, tendo prestado relevantes serviços no campo intelectual, em que teve papel preponderante ao lado de Antônio Lobo.

Jornalista, professor, historiógrafo, geógrafo, orador e diplomata. Foi lente do Liceu Maranhense, professor honoris causa da antiga Faculdade de Direito do Maranhão (que ajudou a fundar), sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Foi cônsul de Portugal no Maranhão e no Pará.

NÚMEROS PUBLICADOS:

REVISTA DO LÉO – O RETORNO – NÚMEROS PUBLICADOS

VOLUME 80 - DEZEMBRO 2022

VOLUME 79 - NOVEMBRO 2022

REVISTA DO LÉO 79 - NOVEMBRO 2022 por Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu VOLUME 78 - OUTUBRO 2022

REVISTA DO LÉO 78 - OUTUBRO 2022 por Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu

VOLUME 77 – SETEMBRO 2022

Issuu - Publication Volume 76 – agosto 2022

REVISTA DO LÉO - Revista Lazeirenta - 76 - agosto 2022 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu VOLUME 75 – JULHO 2022

REVISTA DO LÉO 75 - JULHO 2022 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu VOLUME 74 – JUNHO 2002

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VOLUME 73 – MAIO 2022

REVISTA DO LÉO 73 - ABRIL 2022 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu VOLUME 72 – ABRIL 2022

REVISTA DO LÉO 72 - ABRIL 2022 - Revista Lazeirenta by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu MRANHAY – REVISTA LAZEIRENTA – NÚMEROS PUBLICADOS VOLUME 71 – MARÇO 2022

MARANHAY - Revista lazeirenta 71, MARÇO 2022 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu VOLUME 70 – FEVEREIRO 2022

MARANHAY - Revista Lazeirenta 70 - FEVEREIRO 2022 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu VOLUME 69 – JANEIRO 2022

Issuu - Publication VOLUME 68 – DEZEMBRO 2021 Issuu - Publication VOLUME 67 – NOVEMBRO 2021

MARANHAY 67 - NOVEMBRO DE 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu VOLUME 66 – OUTUBRO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta 66, OUTUBRO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 65 – SETEMBRO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta - 65: SETEMBRO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 64 – AGOSTO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta - 64 - AGOSTO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 63 – JULHO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta - 63: JULHO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 62 – JUNHO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta - 62 - JUNHO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 61 – MAIO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta 61 - MAIO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 60 – ABRIL DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 60 - ABRIL 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 59 – ABRIL DE 2021

MARANHAY : Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, abril 2021 - Especial: ANTOLOGIA - ALHURES by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu

VOLUME 58 – MARÇO DE 2021

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MARANHAY 57 - MARÇO 2021: EDIÇÃO ESPECIAL - OS ATENIENSES, VOL. III by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 56 – MARÇO DE 2021

MARANHAY - (Revista do Léo ) - 56 - março 2021 - EDUÇÃO ESPECIAL: ANTOLOGIA - MULHERES DE ATENAS by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu

VOLUME 55 – MARÇO DE 2021

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VOLUME 50 – OUTUBRO – 2020

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VOLUME 48– AGOSTO - 2020

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VOLUME 46– JULHO - 2020

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VOLUME 45– JULHO - 2020

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VOLUME 44 – JULHO - 2020

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VOLUME 43 – JUNHO /SEGUNDA QUINZENA - 2020

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VOLUME 42 – JUNHO 2020

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VOLUME 41-B – MAIO 2020

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VOLUME 41 – MAIO 2020

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VOLUME 40 – ABRIL 2020

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VOLUME 39 – MARÇO 2020

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VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO

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REVISTA DO LÉO - NÚMEROS PUBLICADOS A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIGIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS:

VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: I. XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019 -_edi__o_espec

VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_-

VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed

VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-

VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20

VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/230ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201

VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra

VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_

VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b

VOLUME 28 – JANEIRO 2020

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VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 –https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019

VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019

VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 –https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019

VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 –

https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019

VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA

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VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_- edi__o_espec

VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019

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VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE

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VOLUME 22 – JULHO DE 2019

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VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed

VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019

VOLUME 20 – MAIO DE 2019

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VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-

VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019

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VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019

VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019

VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20

VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20?

VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/231ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201

VOLUME 14 – NOVEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_l_o_-_numero_14_-_novemb

VOLUME 13 – OUTUBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_13_-_outubro_2018

VOLUME 12 – SETEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_12_-_setembro_2018

VOLUME 11 – AGOSTO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_11_-_agosto_2018

VOLUME 10 – JULHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_10_-_julho_2018

VOLUME 9 – JUNHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_9_-_junho_2018__2_

VOLUME 8 – MAIO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8_-_maio__2018

VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018

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VOLUME 7 – ABRIL DE 2018

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VOLUME 6 – MARÇO DE 2018

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VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018

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VOLUME 5 – FEVEREIRO DE 2018

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VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018

https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018

VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017

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VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017

https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017

VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017
https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017
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