REVISTA DO LÉO 104 - OUTUBRO 2025

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REVISTA DO LÉO

REVISTA LAZEIRENTA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536

NÚMERO 104 – OUTUBRO – 2025

MIGANVILLE – MARANHA-Y

“águas revoltas que correm contra a corrente”

REVISTA DO LÉO

REVISTA LAZEIRENTA

Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Prefixo Editorial 917536

vazleopoldo@hotmail.com

Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076 98 9 8206 7923

CHANCELA

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 20 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor das “Revista do Léo”, “Maranha-y”, e “Ludovicus”; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

NAVEGANDO COM JORGE BENTO

O QUE HÁ PARA LER

TALENTO DO JUDÔ MARANHENSE BRILHA RUMO AOS TATAMES DO JEB’S 2025

OS DESAFIOS E PERIGOS DE CORRER EM SÃO LUÍS

JORNAL PEQUENO – MURAL DA ALL

O PROFESSOR – RAIMUNDO VIANA

EU E O REGGAE – ROBERTO FRANKLIN

ESPERANDO O DIUA, ESOERANDO O SOL NASCER – ROBERTO FRANKLIN

O CABELO DO POETA = ROBERTO FRANKLIN

CONDE KOMA – LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

O IO DAS PORTAS FECHADAS – ROBERTO FRANKLIN

SOCIEDADE DOS POETAS DESCONHECIDOS – LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Finalmente, chegou!!!Mês de comemorações do aniversário de 50 anos de formatura. Comemorada nos dias 25 e 26, em Curitiba, com a presença de colegas. Na realidade, o mês da formatura será em dezembro,masdesdeo25ºaniversáriodamesma écomemoradaemutubro,poismuitosestãodeviagem em dezembro, devido as festas final e início de ano. Mantemos a tradição. Ruma ao 100º aniversário.

jorge-olimpio-bento.pdf (up.pt)

JORGE BENTO COM MANUEL CONSTANTINO

NAVEGANDO COM

JORGE OLIMPIO BENTO

"As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido. Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.

Professor Catedrático Jubilado da Universidade do Porto jorge-olimpio-bento.pdf

O QUE HÁ PARA LER

TATAMES DO JEB’S 2025

Moradora da Prainha, comunidade do Cajueiro, Rayara viaja nesta segunda-feira (13) com a comissão maranhense, acompanhada pelo Sensei e um familiar

Reprodução

Por: Da Redação10 de Outubro de 2025

O Maranhão será representado nos Jogos Escolares Brasileiros (JEB’s) de 2025 em Uberlândia (MG) por um talento descoberto no projeto social “Farol dos Campeões”, mantido pelo Porto São Luís. A atleta Rayara Rocha Ferreira, de apenas 14 anos, que garantiu sua vaga ao medalhar nos Jogos Escolares Maranhenses (JEM’s), integrará a seleção de judô do estado na Categoria Sub 15 Infantil. A competição nacional reúne os melhores atletas escolares do país e acontece até 28 de outubro.

Moradora da Prainha, comunidade do Cajueiro, Rayara viu sua vida transformada em menos de dois anos após ser convidada para participar da escolinha de judô. Em clima de JEB’s, a jovem viaja nesta segundafeira (13) com a comissão maranhense, acompanhada pelo Sensei e um familiar, tendo o patrocínio completo do Porto São Luís. A coordenadora socioambiental da empresa, Lívia Cândice, também acompanhará a viagem e elogiou a dedicação da judoca. “O eixo do esporte está integrado ao Programa Social do Porto São Luís, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida e de saúde a crianças e jovens; e também, incentivando a educação, a disciplina e a formação desses jovens,” destacou Lívia. Ela ressaltou que as famílias estão integradas ao projeto e que a empresa acompanhará de perto a primeira participação de Rayara no JEB’s, reconhecendo sua franca evolução.

Criado e mantido pelo Porto São Luís, o Projeto Social “Farol dos Campeões” utiliza o esporte como ferramenta de inclusão e transformação. A iniciativa beneficia 60 crianças e jovens com idades entre 7 e 18 anos, moradores das comunidades do Cajueiro (Praia do Cajueiro, Andirobal, Sol Nascente, Guarimanduba, Egito e Rua Principal), Mãe Chica, Vila Maranhão e Alto da Esperança. As aulas de judô, que são gratuitas, acontecem duas vezes por semana nas instalações do porto e são ministradas pelo Sensei Witaçuci Bezerra. As conquistas de Rayara Rocha Ferreira simbolizam o potencial transformador de projetos sociais apoiados pela iniciativa privada. Tais ações demonstram o poder de alterar positivamente trajetórias de vida e de revelar e formar talentos em comunidades em situação de vulnerabilidade.

OS DESAFIOS

E PERIGOS DE CORRER EM SÃO LUÍS

Driblando o medo pelas ruas, parques e avenidas da capital, corredores encontram na coletividade uma grande fonte de resiliência

Reserva do Itapiracó é dos principais locais para a prática de corrida na ilha (Foto: Reprodução)

Por: Rodrigo Santos, Especial para O Imparcial10 de Outubro de 2025

Os ludovicenses têm cuidado cada vez mais da saúde física. O crescimento do engajamento em práticas como corrida e caminhada é prova disso; o baixo custo e a liberdade de horários atraem pessoas de diferentes idades e perfis. No entanto, à medida que os passos ganham ritmo nas ruas e parques da cidade, uma preocupação constante acompanha os corredores, principalmente as mulheres: a sensação de insegurança.

Para compreender como esse sentimento impacta o cotidiano das corredoras em São Luís, O Imparcial ouviu Stefany Sodré, assistente social e entusiasta da corrida, e Francisca Oliveira, coordenadora do Projeto Percorrendo, grupo voltado ao incentivo da prática esportiva. Ambas compartilham o mesmo desejo: poder correr sem medo.

Vencendo o medo

Francisca Oliveira, que há vários anos treina em diferentes pontos da cidade de São Luís, descreve a rotina de quem precisa planejar cada passo com cautela. “Principalmente para nós mulheres, a gente não consegue correr só. […] Se for, por exemplo, duas mulheres, a gente também não se arrisca. Porque o risco de assalto, e até outro tipo de violência também, é muito grande”

Ela explica que, mesmo em locais populares como o Parque do Rangedor, a sensação de vulnerabilidade persiste. “Quando a gente vai praticar a corrida, ou a caminhada, a gente não tem policiamento. No Rangedor, ainda tem o pessoal que toma de conta, mas tem áreas desertas, mato dos dois lados… é uma insegurança muito grande. Eu não me arrisco a correr num horário mais tranquilo”.

Brasileiras têm medo de se deslocar sozinhas

Ainda assim, a paixão pela corrida fala mais alto. “A prática logo cedo, tipo 5h da manhã, 4h30, aumentou muito. A gente só quer isso: fazer nosso treino em paz, voltar em paz pra casa, vir em segurança”.

Francisca Oliveira treina há muito tempo e em vários pontos da capital

O relato de Francisca reflete uma realidade nacional. Segundo o Instituto Patrícia Galvão, 97% das mulheres brasileiras têm medo de se deslocar sozinhas, e 71% já sofreram algum tipo de violência durante o trajeto. Assim, a corrida acaba se tornando um exercício de coragem.

“Tá tudo bem, é bom quando tem um maior número de pessoas correndo, mas isso não garante, não nos dá segurança. […] Todo mundo tá ali, fazendo suas atividades; de repente, aparece alguém armado, a gente não consegue fazer nada. Fica todo mundo à mercê da situação”, completa Francisca.

Avenida Litorânea: entre o movimento e a vigilância

Considerada um dos principais pontos de prática esportiva da capital, a Avenida Litorânea é, para muitos corredores, um refúgio de segurança relativa. O fluxo constante de pessoas e a presença do mar criam uma sensação de acolhimento.

Stefany Sodré conta sua experiência indo treinar no local. Apesar do horário, o movimento ajuda a aliviar a tensão. “Já fui na Litorânea cedo, tipo 4h da manhã. Só que fui com um amigo, então não me senti tão insegura […] lá tem muita gente fazendo exercícios físicos. Fica lotada, a Litorânea”

Segundo nota enviada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), a região conta com patrulhamento 24 horas realizado pelo 1º Batalhão de Polícia de Turismo (1º BPTur), com equipes a pé, viaturas e motocicletas em ação contínua, inclusive nos fins de semana e feriados.

A pasta informou ainda que a avenida e seu entorno são monitorados por câmeras do Cercamento Digital, sistema que utiliza tecnologia inteligente com leitura de placas e reconhecimento facial, ampliando a capacidade de resposta em caso de ocorrências.

Além da Litorânea, o policiamento também é reforçado em áreas verdes como o Parque Estadual do Rangedor e a Reserva do Itapiracó, sob responsabilidade do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). De acordo com a SSP-MA, o patrulhamento é contínuo, com rondas a pé, viaturas e ações educativas voltadas à segurança dos visitantes.

Stefany Sodré já treinou por volta das 4h da madrugada

Corrida e Resiliência

Mesmo diante das dificuldades, o que motiva corredores e corredoras a continuarem é a busca por uma vida mais saudável e pela sensação de pertencimento. Stefany reforça que o ato de correr em grupo é uma forma de proteção e também de encorajamento. “Quando estou perto de outros corredores, me sinto mais tranquila. A gente acaba se cuidando mutuamente”, disse.

No final, todos compartilham o mesmo objetivo: o ponto de chegada. O caminho pode ser perigoso, mas, ao olhar para o lado, encontram histórias parecidas, medos semelhantes e a certeza de que a força para continuar pode ser compartilhada.

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