MARANHAY - Revista Lazeirenta - 62 - JUNHO 2021

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A PRESENÇA DA MULHER NA LITERATURA MARANHENSE Maria Firmina Presente! DILERCY ADLER Inicialmente quero dizer da imensa alegria por estar, mesmo que virtualmente, neste Simpósio de Literatura Maranhense-A Produção Maranhense em foco: a escrita, o espaço e o tempo. Ao mesmo tempo agradeço o amável convite dos organizadores deste importante evento, na pessoa do Prof. Dino Cavalcante. Saúdo também as queridas companheiras de mesa, a Profa. Dra. Dinacy Mendonça Corrêa e a Profa. Dra. Regia Agostinho Silva e a todos que nos acompanham nesta tarde.

No tocante ao tema, A PRESENÇA DA MULHER NA LITERATURA MARANHENSE, eu o adotei como título da minha apresentação e elegi como subtítulo “Maria Firmina presente!” Essa escolha resulta do meu entendimento de que esta ilustre escritora se firma como representação da mulher maranhense no cenário da Literatura. Trago como subsídio de reflexão desta minha breve análise duas afirmações, que, à primeira vista, parecem antagonistas, mas que de fato integram dois vieses da mesma situação: A primeira afirmação está no meu “Elogio à Patrona Maria Firmina dos Reis: ontem, uma Maranhense; hoje uma missão de amor!”: Presto, desse modo, esta homenagem à Maria Firmina dos Reis, uma bela representante das filhas de Eva, habitante do panteão da Mulher, que abriga todas as mulheres da História da humanidade, as deusas, as humanas [...], as reveladas ou as silenciadas [...] que ousaram e ousam ainda quebrar os paradigmas opressores do seu tempo, e destemidamente fizeram da “fragilidade feminina” a sua força, o seu escudo, a sua lança nos embates indispensáveis da vida, sem esquecer o amor e o erotismo, forças geratrizes de vida e de criação (Adler, 2014,p. 19). A segunda afirmação extraí do bojo de um projeto de autoria da professora e escritora Anna Liz, Presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB-Coordenadoria Maranhão, que neste mês de março de 2021 programou, no decorrer dos seus 31 dias, uma homenagem a todas as Mulheres. Nesse projeto a cada dia uma ajebiana publicou sua homenagem às mulheres em cards individuais. Todas as mensagens, muito primorosas, mas uma delas, a de Regiliane Maceno, me chamou a atenção, pelo seu teor à primeira vista incomum: “Não sou, nem pretendo ser uma mulher guerreira, aquela que sempre precisa estar na ‘guerra’ pelo espaço que é meu. O espaço é meu. Pronto.” Daí me vi frente à tão enfatizada e indispensável luta que a mulher, como categoria humana, e em respeito à sua condição humana vem empreendendo, de forma diferenciada, em momentos sociais distintos. E me deparei, ao fim da leitura das duas afirmações, com uma “luta” e uma “não luta”. Esta última pautada na plena consciência de propriedade do próprio espaço do feminino, em todas as suas formas de ser mulher, o que me remete também a um pequeno poema publicado no meu primeiro livro em 1991, há trinta anos: Crônica & Poemas Róseos-Gris: ESPAÇO FEMININO Espaço mulher mulher no espaço espaçonave espaço cósmico cômico espaço...


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