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Capítulo 14. A Vida a dois

PELOS CAMINHOS DA VIDA

Logo antes de casar, alugamos o apartamento que o Hélio tinha, na Serra, à Rua Capivari, e o deixamos pronto para ser habitado. Acho que moramos lá por uns dois anos.

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Como havíamos programado não ter filhos, a Angela resolveu continuar os estudos e foi fazer o curso de inglês no ICBEU - Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos. Também aprendeu a dirigir, para facilitar as coisas. Como a mãe dela havia ganhado mais uma filha (a Valéria), totalizando sete filhos, ela sempre ia para o nosso apartamento e ficava com a gente, fazendo companhia para a minha esposa.

Como ficamos longe da família e já tendo um dinheirinho a mais, decorrente de um acordo que fiz com o Banco, decidi por comprar meu primeiro AP, ainda em fase construção, pela Construtora Rio Negro. Não pesquisei muito. Sabia que dois conhecidos haviam também comprado lá. Todos também recém-casados.

Antes de terminar o acabamento do prédio a construtora faliu e nos deixou na mão. Não terminou a escadaria, a portaria e um muro de arrimo. Tivemos que acabar nós mesmos.

Em meados de 1975, nasceu o Fred (14/07/75). Totalmente inexperientes, apanhamos à beça. Eram noites sem dormir. Qualquer barulhinho nos preocupava. Afinal éramos marinheiros de primeira viagem. Ainda mais depois que ele teve uma desidratação e teve que ser internado para recuperação.

Em 30/03/1978 nasceu a Pat. Agora já eram dois para nos preocupar. Tivemos que arranjar uma empregada e também um babá para nos ajudar. Nessa época já havia mais crianças no prédio, quase todas da mesma idade, e como o prédio não possuía nenhuma estrutura para elas, a alternativa era brincar na garagem.

Por descuido, nasceu o Leo, em 18/06/1979. Agora eram três e as coisas começaram a complicar. A casa começou a ficar pequena. Em uma reunião de condomínio, propus ao vizinho comprar a parte da cobertura em cima do meu apartamento, pois na escritura toda a cobertura pertencia ao apartamento. Além disso, como não tinha cobertura no telhado, sempre tínhamos problemas com infiltrações e vazamentos. Com a negociação realizada, contratamos um construtor para realizar a obra. Tudo pago por mim, conforme a nossa negociação.

O apartamento dobrou de tamanho com a incorporação do terraço. Tinha mais uma sala grande, um barzinho e um bom espaço externo, onde colocamos uma piscina para a meninada. O local passou a ser um ponto de encontro e de farra da família. Era muito bom, mas dava um trabalho danado. Mesmo impermeabilizando tudo sempre apareciam vazamentos e isso foi nos desgastando e só trazendo aborrecimentos, pois de ano em ano, no período das chuvas, tínha-

CAPÍTULO 14 - A VIDA A DOIS

mos que arrumar a cobertura.

Gostávamos sempre de viajar com os filhos nas férias. Quando não era para a praia íamos ao sul de Minas. Poços de Caldas, São Lourenço, Caxambu e Cambuquira foram alguns dos lugares onde estivemos com eles.

Certa vez quando voltávamos de um passeio no Rio de Janeiro e estava quase chegando ao viaduto das almas, chovia muito, tentei cortar um ônibus e houve uma “aquaplanagem”. Foi um sufoco, tentei segurar o volante com firmeza e o carro foi derrapando de lado até bater no barranco do outro lado. Cheguei até a fechar o olho por que viam dois carros de frente que acabaram desviando do meu. Um deles parou e foi me dar socorro; só que o carro não teve danos e seguimos em frente. Vim de lá até BH tremendo os braços e as pernas. Que dureza! Os meninos estavam todos dormindo no banco de trás e acordaram assustados. Não era para menos. Ao invés de ir para casa fomos direto à igreja agradecer por não ter havido nada de sério.

Em 1982, depois de vender o lote do Morro do Chapéu, apareceu a oportunidade para comprarmos um apartamento devolvido para a Líder Construtora por um comprador que não honrava os pagamentos. Quem nos avisou foi a Marisa, minha prima, casada com o Kangussu, que morava no apartamento ao lado.

Foi uma negociação demorada, mas finalmente, em dezembro de 1982, adquirimos o apartamento onde residimos até hoje, que possui uma área útil de 170 m². Era e continua sendo um dos bons apartamentos construídos pela empresa.

Os condôminos continuam sempre investindo no prédio que permanece conservado até hoje. O local é muito tranquilo, com uma enorme mata ao lado, pertencente ao Mosteiro de Nossa Senhora das Graças, tudo muito bem conservado pela irmandade.

Outra atividade que desenvolvemos em conjunto foi a nossa participação no Encontro de Casais com Cristo – ECC. Fomos convidados pelo Kanga e Mariza. Acho que foi o segundo em nossa região e foi realizado no Noviciado da Santíssima Trindade, aqui próximo de casa. Depois disso, participamos como coadjuvantes por um longo período até que resolvemos dar oportunidade para outros.

Depois disso o Padre Danilo nos convidou para integrar o grupo de apoio formado por ele para construção da igreja do bairro. Fiquei responsável pela área financeira. Foram muitas atividades visando a arrecadar recursos, festas, churrascos, e uma série de outras atividades. No final, lá estava ela que, contou com o apoio do dono do Pitágoras para concluir a obra. Foi uma luta, mas finalmente concluída com êxito. Recebeu o nome de Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja.

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