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Capítulo 11. Uma Longa História no BDMG
PELOS CAMINHOS DA VIDA
Capítulo 11 Uma Longa Vida no BDMG
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CAPÍTULO 11 - UMA LONGA VIDA NO BDMG
Iniciei no BDMG informalmente, no dia 31 de março de 1965. Fui trabalhar como datilógrafo no Departamento Jurídico. Era responsável por datilografar todos os contratos de financiamento e fazer a distribuição das cópias. De tanto repetir esta atividade cheguei a decorar todas as cláusulas contratuais, o que facilitava o meu trabalho. Mas tinha que tirar várias cópias, tudo no papel carbono, então não podia errar, porque ficava difícil limpar cada uma.
O BDMG, nesta época, estava localizado no prédio do BEMGE, Banco do Estado de Minas Gerais, na esquina entre a Av. Amazonas e Rua Rio de Janeiro. Ocupava apenas dois andares. Tinha cerca de uns 30 funcionários.
Tempos depois as atividades do banco foram crescendo e foi necessária sua transferência para uma área maior. Fomos para a Av. Carandaí. Lá passamos a ocupar quatro andares e como continuou crescendo a parte da área financeira foi para o térreo, na esquina de Afonso Pena com Carandaí. Nesta época, já estava na faculdade de economia e um colega estudava direito. Foi quando fizemos a troca, eu fui para o departamento de Planejamento e ele foi para o meu lugar no Jurídico.
No DEP – Departamento de Estudos e Planejamento tinha uma equipe altamente qualificada e que foi responsável pela elaboração do 1º Diagnóstico da Economia Mineira, estudo que despertou as pessoas públicas por iniciar uma grande transformação na economia mineira. O idealizador do estudo, Dr. Fernando Reis, assumiu a Secretaria da Fazenda e iniciou uma verdadeira revolução em Minas Gerais. Depois foi transferido para a CVRD onde também iniciou uma grande revolução na empresa.
A partir daí o BDMG também deu um grande salto na sua participação nos grandes negócios e empreendimentos instalados em Minas Gerais e também apoiando os pequenos e médios negócios. Para continuar dando o apoio que lhe era exigido o Banco teve também que se preparar. Daí iniciou a construção de sua sede na Rua da Bahia, 1600, onde funciona até hoje.
Conforme mencionei, iniciei no banco em 30/3/1965, mas fui nomeado interinamente em 07/07/1965. Em 01/09/1970, após concluir o meu curso de economia fui contratado pelo banco como economista. Iniciei minhas atividades na área no DCA – Departamento de Controle das Aplicações e viajava constantemente pelo interior do Estado visitando e controlando os recursos liberados. O Banco pagava uma boa diária e quilômetros rodados e com isso dava para fazer uma boa economia, complementando o salário mensal. Também recebíamos gratificações trimestrais, o que nos possibilitava fazer um bom pé de meia.
PELOS CAMINHOS DA VIDA
Foi quando comecei a investir, conciliando os investimentos com o prazer. Comprei um lote no Condomínio Morro do Chapéu, um dos melhores loteamentos da região metropolitana de BH. Frequentamos o local por um longo período, sempre aos finais de semana. Quando já tinha o projeto para construir minha casa no local, recebi uma proposta irrecusável e vendi o terreno.
Depois de longa experiência no DCA fui transferido para a área operacional onde, tempos depois, passei a exercer atividades como gerente de projetos e depois como gerente de departamento, em diversas áreas, com destaque para as de siderurgia e não metálicos e a de agroindústria. Agora as viagens deixaram de ser para o interior e passaram a ser para as capitais, principalmente Rio de Janeiro, sede do BNDES e São Paulo, onde havia muitos clientes.
Reconheço que o Banco foi mais que uma escola para mim. Como aprendi trabalhando em conjunto com os colegas. Sempre tive uma equipe técnica muito competente e também um apoio administrativo muito dedicado. Além de aprender fiz muitas amizades e algumas perduram até hoje. Afinal, foram 35 anos dedicados ao Banco. Uma vida. Mas valeu!
Não poderia esquecer de que participei e fiz parte da criação da AFBDMG – Associação de Funcionários e da DESBAN, nossa fundação de seguridade social e que nos garante boa parte de nossa aposentadoria. Tive também a satisfação de ser um dos seus dirigentes. No início de 1999, fui designado para exercer o cargo de diretor financeiro, onde fiquei até o final de 2000. Aprendi muito, mas também dei a minha contribuição, sobretudo no sentido de tornar mais transparente todas as operações realizadas. Contei sempre com a contribuição de todos. Foi mais um período que considero muito bom na minha carreira profissional.
A AFBDMG administrou por muitos anos o clube campestre do Banco, onde eram constantes as atividades esportivas, principalmente de futebol e peteca. Foram diversos torneios e quase todos participavam e as disputas eram acirradas. Todos os sábados e domingos lá estávamos com os filhos sempre presentes. A turma que ficava debaixo de uma árvore, onde nos reuníamos para jogar conversa fora e tomar umas e outras foi apelidada de “a turma da árvore”. Sempre presentes, Teodomiro, Fernando Pena, Eu, José Luiz, Otto, Wagner, Ney, Zé Tadeu e muitos outros. Quem nos servia de um bom tira-gosto era a Dona Margarida, e uma que nos servia na mesa (esqueci o nome), muito tranquila e paciente com as crianças.
Além das farras no clube, fizemos muitas viagens de férias juntos, sobre-
CAPÍTULO 11 - UMA LONGA VIDA NO BDMG
tudo para Cabo Frio onde as crianças aproveitavam para valer e nós também. Tempo bom!
Em 1974 fiz um acordo judicial com o Banco, deixando de ser celetista e fazendo opção pelo FGTS. Recebi um bom “dindin” que me possibilitou fazer alguns negócios extras. Perdi e ganhei, mas mais ganhei do que perdi.