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Capítulo 10. A Vida na Cidade Grande

PELOS CAMINHOS DA VIDA

Capítulo 10 A Vida em BH

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CAPÍTULO 10 - A VIDA EM BH

Depois que comecei a ganhar meu dinheirinho as coisas começaram a ficar mais fáceis, pois podia variar as minhas alternativas de aproveitar a vida. Deixei de ficar só assistindo a treinos e jogos do Cruzeiro e comecei a dar voos mais altos.

O Beto, meu primo, estudava e trabalhava no colégio Santo Agostinho. Ficava o dia inteiro ocupado. À noite geralmente ia treinar basquete no Atlético. Passei a ir com ele algumas vezes. Lá fiquei conhecendo alguns de seus amigos, dentre eles o Oberdan. Como ele morava na Rua Paracatu, perto de nossa casa, sempre encontrávamos para ir para frente do cine Roxi, na Av. Augusto de Lima, dar umas paqueradas nas meninas que iam ao cinema. De vez em quando íamos para a casa dele tomar umas “biritas” do pai dele que tinha uma verdadeira coleção de bebidas.

Com o dinheiro que comecei a ganhar no BDMG comprei o meu primeiro carro: um fusquinha branco, ano 1961. Acho que foi em 1967. Este carro me deu autonomia para rodar por BH. No final de semana não parávamos. Sempre juntos, passamos a frequentar diversos botecos, principalmente o Beb´s, onde vendiam caipiríssimas variadas, e a girar por lugares nunca antes vistos. Tinha também o Ted´s, Sacy e o Tip Top, mas sempre terminávamos no botequim do seu João, na Rua Araguari quase esquina com Amazonas. Ali que sempre comíamos o nosso PF – prato feito da madrugada. O garçom era sempre o Paninho que já conhecia os nossos pedidos. Era só chegar e dizer o mesmo de sempre e logo estava na mesa. De vez em quando, para variar, íamos também à Espaguetelândia, na Praça Raul Soares.

Também fazíamos algumas viagens ao Rio de Janeiro. Ficávamos o dia inteiro na praia de Copacabana, comendo sanduíches, tomando chope e jogando bola. À noite sempre arranjávamos algum programa para assistir, quase sempre no Canecão. Foi uma fase muito boa.

Como já disse, fui muito à praia; principalmente em Guarapari, considerada a praia dos mineiros. E como tinha mineiros, sobretudo na praia central de Castanheiras ou na praia do Morro. Perdi até a conta de quantas vezes estive lá. Quase todas as férias. Também fui a Meaípe e Sepetiba, todas bem próximas. Cansei de comer a moqueca capixaba e camarão. Comprei uma cota do clube campestre do Cruzeiro e também uma cota do Minas Tênis Clube. Aos finais de semana, não perdíamos as horas dançantes. Ora no Cruzeiro, no Barroca, no DCE da Ciências Econômicas, de Direito, e de vez em quando de outras faculdades (medicina, veterinária, odontologia, etc).

Gosto muito de música, música boa, mas nunca fui muito ligado em guardar as letras. Mas cantores estrangeiros bons para mim foram o Frank Sinatra,

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Tony Bennet, Freddie Mercury, Elvis Presley, Ray Charles, Ray Connif, Julio Iglesias, Steve Wonder, Nat King Cole, Beatles e mais recentemente Bruno Mars e Andrea Bocelli, além de outros. A música “She” cantada por Charles Aznavour, gosto muito, acho muito linda. Lindíssima. Fez parte inclusive das músicas tocadas em meu casamento.

No Brasil, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Elis Regina, Jair Rodrigues (show de alegria), Milton Nascimento, Fafá de Belém, Rita Lee, Marisa Monte, Jorge Ben e outros. É evidente que tem muitos mais cantores bons, mas foram estes que lembrei no momento. Um sambazinho bem tocado também é muito bom, não é?

Mas vocês podem perguntar: e o Caetano Veloso e o Chico Buarque? Gosto deles como compositores. Mas não aguento a “bicheza” do Caetano e a “metideza” do Chico, sobretudo depois que ficaram ricos.

Hoje em dia nada presta, para mim. Só Funk e Pagode. E quem aguenta esta tal de Anitta. Coisa horrível. Só gosta de mostrar o bumbum.

Em BH acompanhei o surgimento e o crescimento da Jovem Guarda, todos os sábados pela TV. Gostava de ver, era a novidade da época. Tinha muita gente boa. Também não perdia os programas do Chacrinha, que deu oportunidade para muita gente. Depois os concursos de novos talentos, na TV Globo (Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Wanderley Cardoso e Jerry Adriane e muitos outros).

Depois vieram os novos sertanejos: Zezé de Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Bruno e Marrone. Mais recentemente, Luan Santana, Paula Fernandes e, mais recentemente a Bruna Viola, que conheci na casa do Ivan. É bonita, toca bem e canta bem. Aliás as duas são lindas. Gosto muito desta turma. Da velha guarda gosto do Sergio Reis e do Almir Sater. Mas tem muita gente boa espalhada por aí.

Mas, para mim, quem revolucionou a música mundial, na forma de se apresentar, tocar e vestir foi realmente o Elvis Presley. Sensacional!!!. Não perdia um filme dele. Depois dele é que todos passaram a vestir roupas mais coloridas. Antes somente preto, cinza, branco e azul.

Também nunca fui de ir ao teatro e shows, embora tenha visto alguns muito bons. Leitura, gosto muito mais de livros que retratam a realidade do que de romances, principalmente de ficção. Por exemplo, “Dedique-se de Coração, de Howard Schultz, sobre a Starbucks Coffee”, muito bom, já li pela segunda vez.

Também gostava muito de ir ao cinema. Como em Diamantina a gente ia até três vezes por semana, comprei um caderno pequeno e passei a anotar

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todos os filmes que assistia. Cheguei a anotar mais de cem, mas depois não sei onde o deixei. Também no Serro não perdia nenhum faroeste ou filmes do Tarzan. Aqui, fui a todos eles: Cine Roxi, Candelária, Brasil, Acaiaca, Metrópole e Palladium. Já aos domingos era no Mineirão. Compramos nossas cadeiras cativas e não perdíamos os jogos do galo. Todos os finais de semana lá estávamos nós torcendo.

O objetivo era aproveitar a vida. Quase sempre arranjávamos uma namorada, mas que durava pouco. Tudo sempre sem compromisso, pois já na outra semana já arrumávamos outra e esquecia a anterior ou acumulava duas e até três. No final, tudo terminava em pizza.

E a vida foi passando, até que o Beto começou a se firmar com uma das namoradas e a coisa foi ficando mais séria. Eu e o Oberdan começamos a ficar sem a sua companhia. O Oberdan também começou a engatar um namoro que foi ganhando corpo. Passamos a encontrar menos, mas a amizade permanecia.

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