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Capítulo 7. A Mudança para BH
PELOS CAMINHOS DA VIDA
CAPÍTULO 7 - A MUDANÇA PARA BH
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No final do curso, voltamos para o Serro e logo no começo do ano de 1964 fomos para BH, com a finalidade de trabalhar e dar continuidade aos estudos. Fomos morar primeiramente na casa da minha avó Julita, na Rua dos Guajajaras, no Barro Preto.
Uma “vovozona”, pois lá também já moravam minha tia Aneta com toda a sua família (o marido Gualter e os filhos Heleninha, Marilene, Beto, Marisa e Sandra. Também morava a tia Inah e uma irmã dela, a Celina). Evidentemente, que meu pai pagava uma pensão mensal para ela.
A casa era muito grande e tinha uma boa estrutura na parte de trás onde ficavam a tia Aneta e a família. Tinha também um bom espaço entre as estruturas, com dois grandes canteiros nas laterais e um bom espaço no meio onde a gente sempre batia uma bolinha (eu, meu primo Beto e o Ivan). A Dinha não gostava nada por causa dos canteiros ao lado, pois a bola sempre ia parar lá e sempre tinha algum produto de horta plantado.
O local era privilegiado: tinha tudo muito perto. Além disso, naquela época podia-se andar a pé por toda a cidade. Íamos e voltávamos para o centro, passando pela Praça Raul Soares, na maior tranquilidade e totalmente despreocupados. Não havia assaltos, não havia roubos. Era tudo muito tranquilo. BH ainda era muito pequena em relação à hoje. Tinha menos de 1,0 milhão de habitantes (hoje são mais de 2,5 milhões). Como não tínhamos transporte próprio a alternativa era de andar a pé por todos os lados. De vez em quando pegávamos o Trolleybus (ônibus elétrico que saia da praça 7 e ia até o cine Amazonas) ou o Pradinho vermelho (micro-ônibus que ia para o bairro do Prado).
Foi em BH que pela primeira vez conheci a TV ainda em preto e branco. Quem adquiriu primeiro foi o meu tio Villas, que morava no Gutierrez. De vez em quando íamos para lá assistir algum programa ou jogo de futebol. Era muito longe e mesmo assim íamos caminhado até lá passando pelo brejo que existia logo depois da Av. Amazonas.
A casa ficava em frente à sede/campo do Cruzeiro, estádio JK. Como lá tinha campo de futebol e salão e era só atravessar a rua, adivinha o que eu fazia quase o dia inteiro? Assistia aos treinos do Cruzeiro, sobretudo do júnior (hoje Sub-20), dirigidos pelo Crispim, e acabei fazendo amizade com quase todos os jogadores (Pedro Paulo, Batista, Natal, Geraldino e outros). Durante os jogos deles, no final de semana, lá estava eu. E todos sabiam que eu era atleticano, mas nessa categoria torcia para eles.
Como sempre tinha que ter um acidente comigo, numa pelada de futsal, em dia de chuva, escorreguei e bati a cabeça no cimento. Quando acordei
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estava tontinho de tudo, sentado na arquibancada. Aos poucos fui melhorando. Os jogadores (acho que foi o Piazza e o Raul) sabiam que eu morava em frente e me levaram para casa. Conhecia a maioria deles (Natal, Dirceu Lopes, William, Hilton Oliveira, etc.).
Pouco tempo depois, em 1966, meu pai e minha mãe vieram para BH. Inicialmente, fomos morar na Rua Contria, na Barroca. Depois de um tempo mudamos para a Rua Nepomuceno, no Prado e, definitivamente, em apartamento próprio, para a Rua Xavier de Gouveia, 88/101, no Grajaú, onde minha mãe morou até março deste ano.