Jornal da Praia | 0551 | 23.08.2019

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QUINZENA

23.08 A 05.09.2019 Diretor: Sebastião Lima Diretor Adjunto: Luís Moniz

Nº: 551 | Ano: XXXVII | 2019.08.23 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

www.jornaldapraia.com

QUANDO SE AMA A PRAIA Por: Paulo Ribeiro

FESTIVIDADES | P 7 Foto: © FS/JP

ALOJAMENTO LOCAL

PRAIA DA VITÓRIA APOSTA NOS HOSTELS TURISMO | P. 8 PUB

LAR D. PEDRO V

NOVA CARRINHA DE APOIO DOMICILIÁRIO AÇÃO SOCIAL | P. 9

CONCERTO

“SE FOSSEMOS SÓ UMA ILHA...” Por: Clélio Meneses CULTURA| P. 10


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CANTO DO TEREZINHA / SOCIEDADE | J

2019.08.23

“... Que me perdoem as restantes ilhas, algumas das quais com inegáveis belezas naturais como as Flores, São Jorge ou Pico, ... “Palavras de Nuno Rodrigues na página 4 da EDIÇÃO 465 - SEXTA-FEIRA DIA 26 DE JULHO DE 2019 do CORREIO DOS AÇORES. Portanto, vistas as coisas a partir do entendimento de N. Rodrigues, podemos dividir as ilhas do arquipélago em dois grupos: 1 - o das ilhas com inegáveis belezas naturais, como, além de S. Miguel, as Flores, São Jorge ou Pico, e 2 - o grupo das ilhas sem belezas naturais, como Santa Maria, Terceira, Graciosa, Faial e Corvo. Também é possível ver as ilhas que in-

NEGÁVEIS E INEGÁVEIS

tegram o grupo 2 como tendo, também, belezas naturais, mas que não são ‘inegáveis’. Ou seja, são ‘negáveis’, portanto, pode quem quiser negar que são belezas naturais. Um micaelense muito viajado por todo o arquipélago parece não ter essa visão tão redutora de Rodrigues. Eis suas palavras: Estas ilhas são de uma beleza de encher a alma. Nunca me canso delas. Saio de uma ilha para outra não com desejo de seguir em frente mas de me deixar ficar por mais tempo a explorar ainda mais e rever o que já vi montes de vezes. Certamente que este comentário foi motivado pelas belezas naturais de todas elas.

Nuno Rodrigues invoca as belezas naturais de São Miguel como responsáveis pelos quase dois terços do número de dormidas em toda a região em 2018. Mas falta saber se algumas dessas dormidas são ‘obrigatórias’, visto que são fruto dos horários dos transportes aéreos. E, também, se esses horários são ou não estrategicamente elaborados para esse fim. Mas este Nuno, no final da sua análise, escorrega um bocadinho ao pretender que se invista em promover o fim do ano nas ‘míticas’ Portas da Cidade, as quais dificilmente poderão ser consideradas como uma beleza natural. n

ANO DE 1979

JANTAR DE FINALISTAS DO LICEU DE ANGRA

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o passado dia 27 de Julho do corrente ano, realizou-se no Restaurante Quinta do Castanheiro, situado na Terra Chã, Angra do Heroísmo, o jantar convívio,

com finalistas do Liceu de Angra do Heroísmo de 1979, onde participaram um número muito significativo de antigos estudantes, muitos deles naturais desta ilha, e nomeadamen-

POEMA AO LAR D. PERDRO V

O LAR TEM BONS AUXILIARES ENFERMEIROS E MEDICINA TODOS REPRESENTAM OS LARES DOS IDOSOS QUE OS ILUMINA. O LAR EVOLUIU TANTO, TANTO DE TUDO DE BOM LÁ TEM QUE O DIVINO ESPIRITO SANTO ABENÇOE QUEM FAZ ESTE BEM. Á QUEM CRITIQUE NA PRAÇA ATÉ EU JÁ O FIZ SEM RANCOR NO ENTANTO SÓ QUEM PASSA É QUE SABE DAR O DEVIDO VALOR. Á DOZE ANOS TENHO CUIDADO COM MINHA ESPOSA TAMBÉM DE MEU SOGRO ACAMADO

O LAR TEM A DOÇURA DO MEL O CHEIRO A LINDO JASMIM QUEM ENTRA PARECE UM HOTEL DE CINCO ESTRELAS DE QUERUBIM. OS IDOSOS DA SABEDORIA A SORRIR PARA QUEM ESTÃO A SER TRATADOS COM AMOR, CARINHO E A SENTIR O CALOR HUMANO QUE SÃO DADOS. O LAR TEM DIVERTIMENTOS POSSUI VÁRIAS DISTRAÇÕES E PESSOAS DE BONS SENTIMENTOS A PRESTAR TODAS AS ATENÇÕES.

te do concelho da Praia da Vitória.

LICENCIATURA No dia 26 de Julho de 2019, licen-

MINHA SOGRA E MINHA MÃE. ESTÁ LEVE A MINHA CONSCIÊNCIA O MEU CARINHO E MEU AMOR AO PASSAR POR ESTA EXPERIÊNCIA APRENDI A DAR O DEVIDO VALOR. QUEM TRATA DE UM DOENTE FORA DO SEU LEITO DE ABRIGO NO SEU CORAÇÃO MUITO SENTE AO VER UM SORRISO TÃO AMIGO. O LAR QUE É CASINHA E MANTO DE QUEM CUIDA COM SIMPATIA PEÇO AO DIVINO ESPIRITO SANTO A TODOS DEIA FORÇA E COMPANHIA. OS IDOSOS NO LARGO DA LUZ A VER O CORTEJO A PASSAR

ciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Sebastião Ribeiro de Meneses Pires de Lima, natural de Santa Cruz, Praia da Vitória. SL/JP n

A FANTASIA OS ALEGRA E SEDUZ OS SORRISOS E AS PESSOAS ACENAR. FORÇA PARA QUEM ESTÁ A DIRIGIR FORÇA PARA QUEM ESTÁ A TRATAR FORÇA AO IDOSO PARA ELE SORRIR NA CASA EM QUE ESTÁ HABITAR. Ó LAR MUITO VALOR TU TENS POSSUIS REMÉDIOS PARA TRILHOS MERECES OS SINCEROS PARABÉNS PELO DESEMPENHO COM BRILHOS REPRESENTAS AS PURAS MÃES QUE ACOLHE COM AMOR OS FILHOS. O IMPROVISADOR, Paulo Jorge Ávila

JP | FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Luís Moniz (diretor.adjunto@jornaldapraia.com) ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz ANTIGO DIRETOR ADJUNTO: Francisco Ferreira EDIÇÃO/REDAÇÃO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (editor@jornaldapraia.com; noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com) CHEFE DE REDAÇÃO: Francisco Soares, CO-523A COORDENADORA “MARÉ DE POESIA”: Carla Félix (maredepoesia@jornaldapraia.com) REPÓRTER DE IMAGEM: Rui Sousa JP | ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; Silveira de Brito; José Ventura; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Nuno Silveira DIFUSÃO INFORMATIVA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


J | NO CONCELHO

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SENSIBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE PARA

RIQUEZA AMBIENTAL DOS PAUIS

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o âmbito das Festas da Praia 2019, que decorreram de 02 a 11 de agosto, a Câmara Municipal da Praia da Vitória sensibilizou a população para a riqueza da Fauna e Flora dos pauis locais (Pedreira, Belo Jardim e Praia da Vitória), promovendo um conjunto de ações.

No Centro de Interpretação Ambiental, situado no Paul da Pedreira, Cabo da Praia, esteve e continua patente duas exposições alusivas à

diversidade e riqueza ambiental local, dando a conhecer as diferentes espécies de aves, plantas, peixes e insetos que caracterizam a Infraestrutura Verde Húmida Costeira da Praia da Vitória, reconhecida a nível nacional com o Prémio Município do Ano. Um trabalho desenvolvido pela equipa do projeto LIFE Coastal Wetland Restoration (CWR). Integrado no programa das festividades, realizou-se visitas guiadas

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Foto: © GP-MPV

ao local e realizou-se ainda um percurso que envolveu visitas aos três pauis do Concelho com observação de aves e paragens em pontos de interesse ambiental e histórico, culminando no Paul da Pedreira. As exposições “Ink Birds” e “Bio. Diver.Cidade” encontram-se patentes até 30 de agosto, no Centro de

Interpretação Ambiental – Paul da Pedreira, e podem ser visitadas de segunda a sexta-feira, entre as 09:00 e as 12:00 e das 13:00 às 16:00. A primeira tem por base ilustrações assentes na técnica do “Pontilhismo” e a segunda, por sua vez, consiste na mostra de diversas espécies existentes nos pauis.

GP-MPV/JP n

GREVE NA PRAIA AMBIENTE, EM

TROCA DE ACUSAÇÕES

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egundo uma nota de imprensa do conselho de administração da empresa municipal Praia Ambiente, EM, enviado às redações, a greve dos dias 05 e 06 de agosto marcada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), “registou uma adesão de 10%“ pelo que “todos os serviços operacionais e administrativos da empresa mantiveram o seu normal funcionamento, não prejudicando a vida dos munícipes praienses”. Já a responsável sindical, Benvinda Borges, em declarações ao JP, apresenta outros números e fala numa “adesão de 15 por cento”, acrescentando que ao longo deste processo “foram violadas pela empresa várias disposições legais, as quais motivaram queixas à senhora Inspetora Regional do Trabalho”. Em concreto, afirma a sindicalista, foi apresentado a 26 de julho, uma queixa “sobre a nota de serviço que a empresa faz aos trabalhadores, por violação do disposto nos artigos 405º e 406º do Código do Trabalho e contra o seu Administrador Executivo por prática do crime de violação de autonomia e independência sindical, ou por ato discriminatório”. Em causa, está um artigo do novo Acordo de Empresa (AE), firmado entre a empresa e o SINTAP – Sindicado dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos, no qual o AE aplica-se aos associados do SINTAP e aos não associados que pedirem a sua aplicação, desde que se

sindicalizem ou paguem a título de custas 1% do vencimento. A segunda queixa, continua Benvinda Borges, foi apresentada no primeiro dia de greve (05 de agosto), “por violação do Direito à Greve por parte da Praia Ambiente, E.M., nomeadamente do artigo 535º do Código do Trabalho, sob a epígrafe ‘Proibição de Substituição de Grevistas’”. Ora o conselho de administração da Praia Ambiente, EM, rejeita todas estas as acusações e salienta que os números da greve “demonstram o empenho dos colaboradores numa solução justa e equilibrada para as suas reivindicações, espelhando a recusa em posições extremadas e sem a devida e ponderada negociação”. “O conselho de administração rejeita todas as acusações de pressão e incumprimento das responsabilidades legais e laborais feitas pela representante do STAL, lamentando a irresponsabilidade e impunidade com que foram produzidas, o que não dignifica o meritório trabalho realizado pelos sindicatos ao longo da democracia portuguesa”, lê-se na referida nota, que conclui, “tal como concretizado com todas as estruturas sindicais representadas na empresa, o conselho de administração da Praia Ambiente sempre demonstrou e continuará a demonstrar total disponibilidade e recetividade para encontrar as melhores soluções para os seus colaboradores e a empresa, num contexto de negociação sensata”.

FS/JP n


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EFEMÉRIDE | J

2019.08.23

O PADRE FRANCISCO ROGÉRIO DA COSTA – CÓNEGO HONORÁRIO DA SÉ HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRA

O Padre Francisco Rogério da Costa nasceu em Angra. Pouco ou nada se sabe da sua infância e juventude, contudo quando se tornou padre, ficou conhecido pelos seus dotes de oratória, tornando-se professor em temas teológicos. trabalho continua por estudar e publicar. Trabalho que esperemos que seja feito logo que se possa, para não se perder a memória deste ilustre açoriano. A 2 de junho de 1867, o Padre Francisco Rogério da Costa organizou uma grande procissão na sua paróquia de Nossa Senhora da Conceição para acalmar o medo da população com a crescente atividade sísmica ao largo da Serreta desde 1866, mas que ganhava novos registos vulcânicos em maio/junho de 1867. Segundo a tradição, a 31 de maio de 1867, realizou-se, na Serreta, a Procissão dos Abalos, na qual foram transportadas as coroas do Divino Espírito Santo dos Altares até à freguesia vizinha do Raminho, juntando-se as coroas de ambas as localidades. Uma procissão idêntica foi organizada na freguesia das Doze Ribeiras e na Serreta, encontrando-se ambos os cortejos em direção ao Cabo do Raminho, onde se organizou uma missa campal, no local onde hoje foi erguido um cruzeiro a assinalar o evento.

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á exatos 197 anos, a 5 de setembro de 1822, nascia o terceirense Francisco Rogério da Costa, pregador régio, orador sacro e cónego honorário da Sé Catedral, foi vigário da paróquia da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Angra do Heroísmo. O Padre Francisco Rogério da Costa nasceu em Angra. Pouco ou nada se sabe da sua infância e juventude, contudo quando se tornou padre, ficou conhecido pelos seus dotes de oratória, tornando-se professor em temas teológicos. O seu poder de incentivar e inflamar a população em termos religiosos levou a que se tornasse o primeiro orador sagrado açoriano, sendo ouvido em muitos dos púlpitos das Igrejas e Ermidas da Ilha Terceira, assim como em outras ilhas açorianas. Depois de uma passagem pela Graciosa, em 1856, o Padre Francisco Rogério da Costa tornou-se vigário da Igreja de Nossa Senhora da Conceição. A 1 de novembro de 1858, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição recebeu a visita do Infante D. Luís, irmão do então rei D. Pedro V, o Esperançoso. Apenas 3 anos depois, em 1861, o Infante D. Luís tornava-se Rei de Portugal. Durante a visita do ainda Infante, o Padre Francisco Rogério da Costa procurou que se mostrasse a grandiosidade das festividades locais. Foi com ele que se criou as festividades da Primeira Comunhão, assim como de Nossa Senhora de La

Salette, que rapidamente chegaram a outras ilhas. A 31 de maio de 1862, Francisco Rogério da Costa criou a Arquiconfraria do Coração de Maria na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, ou seja, tornou-se o primeiro padre a estabelecer o culto do Mês de Maria nos Açores, devoção que atingiu todo o arquipélago açoriano. Foi feito cavaleiro da Ordem de Cristo, da Imperial

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MAIS EFEMÉRIDES NA NOSSA PÁGINA DE

/JornalPraia/

Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo (Brasil) e de Nossa Senhora da Conceição. Tornou-se Pregador Régio. O Padre Francisco Rogério da Costa foi também um homem da Cultura e da Escrita, tendo trabalhado para vários jornais angrenses. Entre 1866 e 1869 escreveu no periódico A Trombeta Açoriana, já entre 1876 e 1886 esteve n’O Católico. Muito mais deixou escrito mas quase todo este

A 1 de junho deu-se novo tremor de terra, mas este mais violento, durante o qual ficou destruído vários muros e muitos dos edifícios que ainda não tinham caído ao longo do ano de atividade sísmica. Daí se percebe o medo da população e daí ter-se organizado a procissão do Padre Francisco Rogério da Costa em Angra do Heroísmo para acalmar os locais e sossegá-los, que estavam protegidos por Deus. Uns anos depois, na ilha de São Jorge, no concelho das Velas, na freguesia de Manadas (também chamada de Santa Bárbara), o Padre Francisco Rogério da Costa celebrou missa, a 9 de setembro de 1880, na recém-recuperada ermida da Fajã das Almas. O Padre Francisco Rogério da Costa morreu a 28 de agosto de 1886, pobre, depois de ter dado todos os seus bens para os que mais necessitavam. Uma placa em sua memória encontra-se na Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Atualmente a História de Francisco Rogério da Costa é conhecida por alguns. Devemos incentivar para que a sua vida deixe de estar apenas no memorial da Igreja da Conceição e passe para a memória de todos os terceirenses. São os feitos destes grandes homens, que não tiveram medo de lutar pelo que acreditaram, para quem devemos olhar e com devemos “aprender”. É na crise que se encontra soluções para os problemas tal como fizeram muitos dos nossos antepassados, é tempo de fazermos o mesmo e continuarmos a ajudar a Terceira a crescer e a evoluir.

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J | FESTAS DA PRAIA

2019.08.23

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ABERTURA DA 20.ª

FEIRA DE GASTRONOMIA DO ATLÂNTICO Feira de Gastronomia do Atlântico é “umas das feiras com mais dignidade a nível nacional”, afirmou Tibério Dinis, ao discursar na cerimónia de abertura do evento.

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20ª edição da Feira de Gastronomia do Atlântico das Festas da Praia 2019 apresenta-se como “um momento alto da gastronomia portuguesa nos Açores, sendo uma das feiras com mais dignidade a nível nacional”, prova da “qualidade do trabalho” desenvolvido pelo Vice-presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Carlos Armando Costa, e pela Escola Profissional da Praia da Vitória, liderada pelo professor Domingos Borges. Quem o disse foi o Presidente do Município praiense, Tibério Dinis, que falava na sessão de abertura da Feira de Artesanato e da Feira de Gastronomia do Atlântico, que decorreu na tarde de 02 de agosto, sexta-feira, dia em que se iniciaram as festividades que terminaram no passado dia 11 de agosto. Na ocasião, o autarca agradeceu também a todos emigrantes da Diáspora que “apoiam e suportam estas festas e que fazem questão de regressar esta semana à sua terra natal, muitas vezes trazendo os seus filhos e netos para conhecerem a cidade dos seus pais e avós”. Para além desta relação da Praia da Vitória com a Diáspora, Tibério Dinis adiantou que “tem muito orgulho na nossa Diáspora, que para além do PUB

Foto: © RS/JP

importante contributo que dá para o turismo, têm também um papel importante a nível económico”, evidenciando a sua vontade de “diversificar esta ligação, especialmente do ponto de vista económico, de modo a que no regresso à sua terra haja também um regresso com investimento para o concelho, promovendo o seu desenvolvimento”.

O responsável municipal deixou também o seu agradecimento a todos aqueles que colaboraram para a realização das maiores festas concelhias, “desde os voluntários, aos patrocinadores, aos trabalhadores da Praia Ambiente, da Cooperativa Praia Cultural, da Câmara Municipal, assim como, da Escola Profissional”. O Presidente da Câmara Municipal

da Praia da Vitória destacou também a presença do Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Sérgio Ávila, pela “forma como sempre manteve uma presença assídua no dia da abertura da feira de gastronomia, demonstrando a forma como encara as Festas da Praia, nomeadamente através da mostra de produtos açorianos, reforçando a aposta e o investimento nesta festividade”. O autarca praiense destacou também a parceria com o Governo dos Açores, através da Vice-presidência, “na implementação e desenvolvimento do projeto ‘Terceira Tech Island’, que tem sido um projeto impulsionador demonstrativo do potencial da Praia da Vitória”, finalizou Tibério Dinis. A “Venda Açoriana” (cujo objetivo passa pela divulgação de produtos produzidos nos Açores) e a Feira de Artesanato foram organizadas por duas entidades tuteladas pela Vice-Presidência do Governo, nomeadamente pela SDEA – Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, e pelo Centro Regional de Apoio ao Artesanato. O espaço “Venda Açoriana”, que tem marcado presença ao longo das últimas edições da feira, apostou este ano, num conjunto de novas dinâmicas, promovendo várias sessões temáticas, workshops de cozinha e múltiplas degustações, permitindo aos visitantes saborear e apreciar a inequívoca qualidade dos produtos destas ilhas, potenciando exponencialmente a sua venda.

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SAÚDE | J

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o Cantinho do Psicólogo 217

Castelos no Ar

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ão há dúvida que a construção de muralhas e de fortificações, resultado da necessidade do homem se proteger e defender do seu Aurélio Pamplona semelhante, e até (a.pamplona@sapo.pt) da expansão da humanidade, foi uma actividade ligada às carências de segurança que se estenderam por todo o mundo, dando origem a estruturas específicas, nomeadamente povoados fortificados, acampamentos militares e castelos amuralhados. Entretanto não podemos confundir o que se passa no ambiente que nos rodeia, e que até está também em constante evolução, com o que se acontece em nós. E o que se passa em nós, e que merece a nossa melhor atenção, é que é fundamental em cada momento abrirmos as portas aos outros, não nos isolarmos, e sermos capazes de nos guiar pela proactividade, i. E., a capacidade de ser capaz de ter boas relações e iniciativas eficazes e responsáveis. Justifica-se assim que se esclareça um pouco mais sobre a importância da recorrência ao TIS, referido no Cantinho anterior, para nos tornarmos mais capazes de enfrentar as situações difíceis e inesperadas. Para começar afirme-se que o TIS abrange habitualmente três fases, interligadas e sobrepostas: (1) uma fase conceitual, educacional e de preparação para enfrentar o stressor, onde se toma conhecimento da variedade de técnicas, défices a ultrapassar, e estilos de respostas característicos a utilizar; (2) a fase de PUB

aquisição e consolidação de aptidões de enfrentamento, e de lidar com as situações pessoais e interpessoais que recaem sobre nós, em paralelo com a remoção das barreiras sistémicas que possam existir nestes campos; e (3) fase de treino, e de aplicação, que inclui as oportunidades para a desenvolver as capacidades de enfrentamento, de forma gradual, em níveis cada vez mais exigentes de stress.

lecer um plano para lidar com o problema; (3) pensemos somente no que temos de fazer acerca disso, o que é melhor do que ficar ansioso; (4) recusemos a utilização de auto-afirmações negativas, antes empenhemo-nos somente em pensar racionalmente; (5) nada de aborrecimentos, visto que estes não ajudam nada; e (6) possivelmente, o que pensamos que é ansiedade é ânsia de nos confrontarmos com o stressor.

nos lembrarmos do que sentimos, uma lembrança para utilizarmos nos exercícios de lidar; (f) a tensão pode ser um aliado, um sinal para enfrentar o problema; e (g) vamos relaxar para nos controlarmos, e respirarmos profunda e lentamente. Terceiro – lidar com os sentimentos de estar a ser sobrecarregado: (1) quando o medo chegar fazemos uma pausa; (2) conservemos a focalização no presente, naquilo que temo de fazer; (c) classifiquemos o nosso medo numa escala de 1 a 10, e observamos a mudança; (d) não devemos esperar que o nosso medo suba; e (e) não vale tentar eliminar o medo totalmente, mas sim conservá-lo manejável. Quarto - reforço de auto-afirmações: (a) funcionou, nós fizemos isso; (b) esperemos, até que possamos apregoar isto; (c) não foi tão mau como estávamos à espera; (d) fizemos mais do que era previsto, com base no nosso medo, (e) o problema reside nas nossas ideias desajustadas, dado que quando as verificamos, controlamos o nosso medo; (f) fica tudo mais fácil quando repetimos estes procedimentos; e (g) vamos ficar contentes com o progresso que estamos fazendo.

Antes de pormenorizarmos mais alguns elementos sobre estas três fases apresentam-se alguns exemplos de auto-afirmações de enfrentamento que são habitualmente treinadas nos ensaios para a inoculação de stress, sobre os quatro temas que se indicam a seguir (Meichenbaum, 1977). Primeiro - preparação para um stressor: (1) necessitamos de saber o que temos de fazer; (2) é sempre possível estabe-

Segundo – confrontação e domínio do stressor: (a) precisamente avaliemo-nos pelo máximo, visto que somos capazes de enfrentar este desafio; (b) podemo-nos convencer a fazer isso, e a raciocinar sem medo; (c) podemos dominar a situação, dando um passo de cada vez; (d) não pensemos no medo, mas somente no que devemos fazer, no que é relevante; (e) a ansiedade é o que os doutores dizem para

Naturalmente que estas afirmações de enfrentamento deverão ser acompanhadas doutras técnicas, nomeadamente dos treinos de asserção e de relaxação. Referências: Meichenbaum, D. (1977). Cognitive Behavior Modification. New York: Plenum Press. Foto: L. Pamplona n


J | FESTIVIDADES

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FESTAS DA PRAIA 2019

QUANDO SE AMA A PRAIA Por: Paulo Ribeiro

O cortejo de abertura foi muito bom. Recuperou-se a alma destas festas. Recuperou-se o orgulho praiense..

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a sexta-feira à noite, quando acabava de jantar pela primeira vez na Feira de Gastronomia deste ano e me preparava para fazer o pagamento, numa conversa de circunstância com o proprietário do restaurante, falámos sobre a perspetiva de sucesso da feira nestas festas. Esperava que fosse melhor do que a do ano passado, é a sua vontade. Pede-me a minha opinião: quais as suas perspetivas? Boa pergunta, pensei eu. Realmente, o que faz com que, antes de começar, se possa prever que uma feira ou uma festa possa ser boa ou má? O programa? Os artistas convidados? Pensei rápido e respondi-lhe: amanhã já lhe digo. Como assim? Reage surpreso o meu interlocutor. Sabe uma coisa, se o cortejo de abertura for bom, as pessoas vêm à festa e toda a gente falará bem dela. Se o cortejo não prestar, o resto até pode ser uma maravilha, mas as festas serão sempre faladas como tendo sido más. Olhou para mim com estranheza e disse: é capaz de ter razão, lembro-me bem o que aconteceu no ano passado.

Fotos: © FS/JP

Não é daqui natural, mas adotou esta terra como sendo sua. Gosta da Praia e faz tudo para que a nossa cidade cresça culturalmente, seja grande e não desista de si própria.

Quando escrevo este artigo, a festa ainda nem vai a meio, mas a minha teoria, mesmo com a chuva e o adiamento da corrida de toiros, parece comprovada. Depois de sábado à noite, o espírito é outro. O cortejo de abertura foi muito bom. Recuperou-se a alma destas festas. Recuperou-se o orgulho praiense. Nós, os que vivemos deste lado da ilha, andávamos meio cabisbaixos com esta coisa dos festejos concelhios. Levámos um ano à espera deste dia, angustiados, na expectativa e na esperança de que o enguiço se quebrasse.

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Agora, graças a Santa Cruz, à Santa do Facho e à Santa Madalena do Pico, quebrou-se o feitiço. PUB

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Aurélio Pamplona

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Fernando Fradique Professor Associado

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O Cantinho Cento e Vinte e Sete do Psicólogo no Cravo

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evagar, “conto a “conto”. É um livro que pode, e deve, , a vizinha. É um livro que nos interessa a todos e É um livro construído através da experiência vivida, tor não procura apresentar soluções universais, ormas de ver, de sentir, de agir, deixando para cada essário, de alfaiate ou de costureira, pois só assim que passamos tenham mais sentido. çando pelo fim, pelo princípio, pelo meio, por onde meada”.»

Aurélio Pamplona

Cento e Vinte e Sete no Cravo

-me que perdi um dos maiores eventos culturais que alguma vez se fez nas Festas da Praia. Paciência. Há de ficar para uma próxima. Não quero

Se gostamos da nossa terra, como dizemos que gostamos, mesmo com os seus defeitos e que tantas vezes é madrasta, não podemos desistir. Antes pelo contrário. Devemo-nos empenhar arduamente para que a cidade não morra, para que se desenvolva e ocupe o espaço que lhe é devido e merece. Este cortejo de abertura é disso um exemplo. A Madalena Pereira devolveu à Praia o seu orgulho. Obrigado Madalena!

A Madalena entregou-se a este projeto como se fosse a sua vida. Aliás, é sempre assim em tudo por onde

Antes de terminar, uma nota final para o Luís Bettencourt. Infelizmente, por questões de ordem familiar, não pude estar presente no Auditório do Ramo Grande no domingo à noite. Contudo, pelo que fui vendo nas redes sociais, pelos comentários que me têm chegado, o que ali aconteceu foi um sucesso e dizem-

ser repetitivo, mas repito, quando se ama a Praia, tudo se faz por ela. O Luís Bettencourt é disso também um bom exemplo. Não te vás embora Luís. A Praia precisa de ti! A Praia precisa de vós!

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LIVRO DE PSICOLOGIA DA SAÚDE

À venda no Jornal da Praia

Cento e Vinte e Sete no Cravo Aurélio Pamplona

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O Cantinho do Psicólogo

O Cantinho do Psicólogo

passa. Ama esta cidade e, quando se ama de verdade, faz-se tudo. Dá-se tudo e o resultado está à vista.

AURÉLIO V. M. PAMPLONA, natural da Praia da Vitória, casado, de 78 anos, coronel de infantaria na reforma, licenciado em psicologia e psicoterapia, mestre em psicologia da saúde, honra-se de ao longo da vida se empenhar fortemente na diversificação de tarefas, e na sua valorização pessoal, tanto a nível físico como mental. Não é por acaso que gosta de cavar, caminhar e fazer meias maratonas semanais. Após a instrução básica passou a ajudar o pai na lavoura, que necessitava da sua colaboração, até conseguir ir para o liceu e ingressar na Academia Militar. Mais tarde já major e coronel do Exército, empenhou-se na frequência da Universidade de Lisboa, naturalmente nos turnos da noite. Como militar cumpriu três comissões no ex-Ultramar, prestou serviço em diversas localidades do Continente e Ilhas, e terminou a carreira como director do Centro de Psicologia Aplicada do Exército, após a “Lei dos Coronéis” que não aceitou, lhe cortou a carreira, e o obrigou a mais 5 anos de serviço. Como psicólogo militar participou em diversas acções de formação, selecção, apoio psicológico e encontros, fundou e dirigiu a Revista de Psicologia Militar, coordenou a Divisão de Psicologia Militar da Associação dos Psicólogos Portugueses, e dedicou-se à escrita de artigos diversos, alguns publicados em revistas nacionais e internacionais, nomeadamente nas Actas dos International Applied Military Psychology Symposiums. Como psicólogo civil, tem-se dedicado a palestras, à docência, ao apoio de jovens, adultos e idosos, e à publicação de artigos no Jornal da Praia, visando a sensibilização para a importância da psicologia, os primeiros dos quais incluídos no presente livro. Actualmente apoia psicologicamente os combatentes, no âmbito dos cuidados de saúde da Liga dos Combatentes.

É um livro que nos interessa a todos e que a todos, de uma forma ou de outra, diz respeito.

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TURISMO | J

2019.08.23

PRAIA DA VITÓRIA VAI DISPOR DE TRÊS HOSTELS No espaço de pouco mais de um ano, a cidade da Praia da Vitória ficará dotada de três Hostels. Depois do “Royal Beach Hostel” e do “ZigZag Hostel”, em setembro, abre portas o “Hostel da Palmeira”.

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o espaço de pouco mais de um ano, a Praia da Vitória que não dispunha de qualquer alojamento do tipo albergue prepara-se para oferecer a quem procura esta forma de alojamento local 3 unidades. O primeiro hostel a abrir portas

Foto: © RS/JP

entrada da Primavera os clientes aumentaram e neste momento [Festas da Praia] temos a lotação esgotada”. Quanto ao futuro, apesar de otimista, Marlene Bettencourt revela-se prudente. “Daqui a pouco entraremos de novo na chamada época baixa e é sempre difícil prever o que irá acontecer, mas estamos confiantes,

ZIGZAG HOSTEL inaugurado a 26 de julho. O “ZigZag Hostel” tem capacidade para 30 pessoas e dispõe de quartos com diferentes tipologias, 7 suites, 2 camaratas de 6 pessoas, uma feminina e uma masculina, e uma camarata de 4 pessoas com WC privativo, ideal para famílias ou amigos. Dispõe ainda de quartos com condições para pessoas com mobilidade reduzida. Este é o terceiro investimento na área do turismo e dos serviços deste

casal emigrante na Praia da Vitória, que tem funcionado como impulsionadores do investimento vindo da diáspora para o concelho. Segundo apurou o JP junto de fontes ligadas à empresária Clélia Vicente, em setembro, abrirá novo hostel na cidade da Praia da Vitória: O “Hostel da Palmeira”.

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Foto: © RS/JP Foto: © RS/JP

ROYAL BEACH HOSTEL abriu portas a 12 de julho de 2018. foi o “Royal Beach” a 12 de julho de 2018. Propriedade de Sandra Bettencourt e correspondente a um investimento de cerca de 550 mil euros, a unidade apresenta capacidade para 30 pessoas em sistema misto. Para além de 3 camaratas com 6 beliches, o empreendimento dispõe de 6 quartos duplos com WC privativo. A gestora Marlene Bettencourt, diz ao JP, que “muito embora as camaratas sejam para os dois sexos, sempre que possível, fazemos agrupamentos por géneros”. Relativamente às taxas de ocupação, a gestora afirma, “com a

pois temos um bom espaço, muito bem localizado e com um excelente serviço”. Mais recentemente, 26 de julho, foi inaugurado o “ZigZag Hostel”, propriedade de Celestino e Manuela Aguiar, com gestão da “Amazing Azores Properties, Lda”, de Marcos Fagundes e Diana Parreira Mendonça. O investimento de cerca de 1 milhão de euros, consistiu na reabilitação da antiga residencial Zig-Zag, tornando-a num novo espaço turístico personalizado e moderno.

HOSTEL DA PALMEIRA a abrir em setembro.

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J | AÇÃO SOCIAL

2019.08.23

LAR D. PEDRO V

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VIATURA ADAPTADA AO APOIO DOMICILIÁRIO Viatura está homologada segundo as normas HACCP, assegurando um serviço de qualidade.

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Serviço de Apoio Domiciliário do Lar D. Pedro V passou a estar dotado, desde do passado mês de junho, de uma viatura adaptada com as regras do HACCP, no sentido de prestar um serviço de maior qualidade à comunidade, mas também proporcionar melhores condições de trabalho aos colaboradores da instituição que o prestam. Segundo Andreia Vasconcelos, Diretora Técnica do Serviço Social, o Lar D Pedro V é uma instituição consciente das necessidades da comunidade onde está inserido, e preocupado “em desenvolver um trabalho de qualidade e que consiga colmatar as necessidades dos seus utentes/clientes”. “Nos últimos anos, esta instituição tem desenvolvido o serviço de apoio ao domicílio dotando o mesmo de mais equipas, horários alargados e serviços extraordinários, de forma a dar resposta aos que nos procuram”, diz a Diretora Técnica. Pelo que a aquisição desta nova viatura vem da necessidade de melhorar a frota automóvel no sentido de melhorar ainda mais o serviço de apoio domiciliário da instituição. Andreia Vasconcelos salienta ainda que “o Lar D Pedro V tem feito um esforço para fazer parte do leque de instituições com capacidade de proporcionar respostas sociais de qualidade no concelho e na ilha”, pelo que esta ação é mais uma das muitas que tem sido desenvolvidas tendo em conta este desiderato. Fotos: Lar D. Pedro V | FS/JP

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500 ANOS DE BEM FAZER


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CULTURA | J

2019.08.23

FESTAS DA PRAIA 2019

“SE FOSSEMOS SÓ UMA ILHA...” Por: Clélio Meneses

Foto: © GP-MPV/FP

O que foi produzido naquele palco é digno de ficar nas memórias da vida cultural desta terra...

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oi o que o Luís disse na segunda-feira, perante um Auditório do Ramo Grande cheio, em dia e hora de muitas solicitações. O que estava em cima do palco da Praia da Vitória era uma Filarmónica de São Miguel e outros músicos da Terceira. Não é despiciendo lembrar que um desses músicos, o Nuno, daqui saiu em pequeno para o mundo da música onde é conhecido, outro, o Antero, aqui chegou vindo do Pico espalhando arte por onde passa e onde toca, a Maria vai-se afirmando para lá das fronteiras da ilha como uma nova e vibrante voz do rock nacional, o André estuda em Lisboa e lança carreira de virtuosismo nas teclas, o Fábio e o João Pedro aqui vivem e fazem da música parte essencial das suas vidas e o mentor de tudo isto, o Luís, vai vivendo e fazendo viver por onde toca, canta e cria, daqui saindo e aqui voltando... O que foi produzido naquele palco é digno de ficar nas memórias da vida cultural desta terra e um exemplo para tantos que se dizem açorianos e para todos aqueles que se julgam artistas. Colocar uma filarmónica de São Miguel a tocar num palco da Terceira, dirigida por um terceirense e envolvendo-se, musical e intensamente, com terceirenses, não acontece todos os dias. Tenho, até, para mim que apenas já tinha acontecido no ano passado. Ver e ouvir uma estrela do rock PUB

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mundial, como é o Nuno Bettencourt, tocar ao lado de músicos amadores de uma banda de uma freguesia destas ilhas, não é coisa para facilmente imaginarmos. Presenciar tudo isto de forma sentida e arrebatada por todos estes artistas foi, por isso, uma dádiva de musicalidade, açorianidade e humildade. O responsável pelo acontecimento, não foi nenhum Governo, com os imensos meios humanos, técnicos e financeiros e, sobretudo, responsabilidades ao dispor e a cumprir, foi, sim, uma humilde quanto grandiosa filarmónica e o músico de maior

dimensão açoriana que já conheci. Juntar e dar brilho a tudo isto só podia ser obra do Luís que, literalmente, de Santa Maria ao Corvo tem promovido, criado e musicado estas ilhas. A grandiosidade do momento deve-se à proporcional humildade do Nuno Bettencourt que vibrou como se estivesse nos maiores palcos do planeta que normalmente pisa e fez vénias aos parceiros de palco como se eles fossem os artistas principais. Nada disto é para todos, por só alguns terem o desígnio da criatividade, da alma e da humildade.

Não sendo um momento político, também o foi, no seu verdadeiro e nobre sentido, na carga de liberdade e açorianidade que assumiu. Quando o Luís dizia “se fossemos só uma ilha...”, estou certo que não estava a pensar numa ilha geográfica, porque as nossas, lindas quanto diferentes, não as podemos dispensar como elas são, mas numa única ilha de vontades e propósitos, sem preconceitos, bairrismos, complexos e outras miudezas. Obrigado, como te disse no momento e, agora, publico.

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J | DESPORTO

2019.08.23

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NATAÇÃO: TRAVESSIA CANAL FAIAL/PICO 2019

MANUEL ALVES FOI O GRANDE VENCEDOR Jovem nadador do Clube Naval da Praia da Vitória, perfez a distância de 4 milhas náuticas em 2 horas, 21 minutos e 55 segundos.

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ascido na Praia da Vitória, Manuel Landeiro Alves, de 17 anos, sagrou-se na manhã do dia 02 de agosto, sexta-feira de abertura das Festas da Praia 2019, o vencedor absoluto da edição deste ano da emblemática travessia do canal Faial/ Pico. Para tal, o atleta do Clube Naval da Praia da Vitória (CNPV), percorreu em 2 horas, 21 minutos e 55 segundos a impressionante distância de 4 milhas náuticas (7,7 Kms). A partida foi dada entre Montes (Monte Queimado e Monte da Guia) com chegada à escaleira do cais Norte do porto da Areia Larga, na Madalena, onde havia um ponto de acolhimento, com águas, sumos, fruta e secos, oferecido pela Câmara Municipal da Madalena do Pico. Encontravam-se algumas pessoas no ponto de chegada, incluindo Mário Silva, Vereador da edilidade madalenense. A travessia do canal Faial/Pico é uma organização do Clube Naval da Horta, que a vem organizando há 4 anos,

Foto: © Artur Filipe Simões/CNH

contando com a participação dos melhores nadadores quer da região como do continente português. Manuel Landeiro Alves tem vindo

a revelar-se um nadador promissor, acumulando um conjunto de conquistas assinaláveis, às quais, junta agora, mais este admirável feito, que também é fruto do excelente traba-

lho que o CNPV vem desenvolvendo ao nível dos escalões de formação na modalidade.

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Formação avançada gratuita durante 4 meses em programação. Alojamento gratuito na ilha Terceira para quem reside noutra ilha

FS/JP

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EDITORIAL / OPINIÃO | J

2019.08.23

E DITORIAL

PARA PENSAR E, REPENSAR... Nego-me a fazer parte de um sistema autonómico que está moribundo.

Da Praia para todos: Obrigado!

rianos por uma madeirense, senão também, por situação a todos os responsáveis inimputável, a perda do único açoriano eleito.

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s Instituições renovam-se, e o Jornal da Praia também o faz no mesmo espírito de servir. Assim, o Grupo de Amigos da Praia alterou parcialmente a equipa directora, à frente da qual permanece, aliás, o Dr Sebastião Lima e, na circunstância, é nossa convicção que a primeira palavra terá de ser de reconhecimento e gratidão.

José Ventura*

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O associativismo e voluntariado andam em crise há muito tempo, havendo quem diga que é por causa do materialismo, outros devido à subsidiação, e ainda outros que por culpa da dita geração à rasca, na qual se incluem os mais novos. Sem certezas a esse respeito, o que podemos relembrar é que o JP está vivo desde a década de 80 graças ao tempo e suor de muitos voluntários associados ou não do Grupo de Amigos da Praia (GAPV). E porque ainda hoje é assim, sentimo-nos na obrigação de agradecer a todos os que colaboram dalguma maneira com o JP. Para não correr o risco de esquecer alguém apenas realço em geral todos os colaboradores, jornalistas e voluntários administrativos e de logística que garantem a publicação periódica do nosso Jornal, o mais duradouro de sempre do Ramo Grande. Bem hajam todos! Muito obrigado!

onge do nosso pensamento, servimo-nos do doloroso desaparecimento do jovem e promissor político açoriano André Bradford, para o desenvolvimento desta nossa redacção.

Também um profundo agradecimento a todas as empresas que mantêm a sua publicidade nas nossas páginas, permitindo assim a nossa sustentabilidade e funcionamento. O nosso sucesso depende de vós, e esperamos contribuir para o vosso.

Após a sua eleição para deputado dos Açores ao Parlamento Europeu, num fugaz encontro à saída da Clínica do Bom Jesus, felicitando-o pela sua eleição, pusemo-nos à sua inteira disposição para qualquer assunto que entendesse sermos úteis tendo recebido dele o seu sempre modesto “obrigado” Infelizmente não teremos tal prazer.

Não podemos ainda deixar de registar o apoio do Governo dos Açores e da Câmara Municipal de Praia da Vitória a este órgão da comunicação social, fundamental para a informação, liberdade de expressão e crítica numa sociedade cada vez menos participativa. A saúde do JP é seguramente um indicativo da vitalidade da nossa comunidade. Resta agradecer do fundo do coração a todos aqueles que fundaram o GAPV, na sequência do qual vieram a ser criadas Instituições como os Bombeiros Voluntários e o próprio JP. Contribuíram para fazer da Praia da Vitória o que ela hoje é, essencial à dinâmica da Ilha Terceira e dos Açores. Geração que viveu o tempo das guerras ultramarinas e a transição para a III República, acumula décadas de dedicação à nossa cidade, ao concelho e suas instituições. E é neste espírito, ainda com os sabores das “Lendas de Maresia” bem presentes, que incluímos neste abraço de gerações os nosso Emigrantes e Forasteiros que conosco estiveram e sempre estarão. Do Jornal da Praia, da Terra de Nemésio, o abraço de sempre à nossa Praia da Vitória. O Diretor Adjunto Luís Moniz diretor.adjunto@jornaldapraia.com n

Será esta, isso sim, uma forma singela de o homenagearmos e, com ele, outros que foram exemplo de determinação, de coragem e de luta pelo progresso dos Açores, a caminho de uma autodeterminação com que sonhamos. À cerca de André Bradford e após o seu inesperado desaparecimento, já tudo foi dito quanto às qualidades humanas e sócio-políticas. Recordo com prazer as vezes que, institucionalmente como líder do PDA nos encontramos.

Com desaparecimento do André, ficaram os Açores sem voz no Parlamento Europeu. Por muito tempo, ficarão os parlamentares europeus sem ouvir a nossa “pronúncia” visto que o nº. 5 da lista do PS foi substituído por uma bracarense, candidata nº 10 da mesma lista.

Com o sucedido, ficarão os “Açores” à disposição dos “humores” e aos “interesses” dos partidos portugueses representados no hemiciclo europeu e não só, porque” ninguém dá nada a ninguém” sem uma troca que aliás, sempre está a favor do mais forte. À pressa e a terminar a legislatura europeia, o acordo de livre comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul (Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina) que estava a ser negociado há 20 anos, foi fechado no final de Junho. Desconfiamos que o mesmo, traga algo de positivo para os Açores. Segundo consta, decorrerá ainda um longo caminho até à sua implementação. Mas será que, se algum “mal” houver, estará a tempo de o curar? Não sendo de todo antieuropeísta, pergunto-me algumas vezes, se a nossa grande Natália Correia, não tinha razão quando afirmava: “A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista”. Do Livro “Botequim da Liberdade”. Aqui, e em outros artigos de Opinião voltaremos a citar essa grande figura da nossa cultura, em conformidade com o tema que tratarmos na ocasião. Cuidemo-nos. Vozes se continuam a erguer em “loas” aos Açores. Hoje ouvimos e lemos “Sinto um gosto enorme em estar nos Açores, onde a Europa começa”, diz Carlos Moedas comissário europeu acrescentando: “Os Açores são um laboratório vivo da ciência, único na Europa devido aos seus recursos”.

PARA PENSAR E, REPENSAR...

Não bastou aos Açores, a afronta de Rui Rio em substituir o candidato natural dos sociais democratas aço-

Da situação criada, pela intróito

composto pelos primeiros 7 parágrafos desta redacção, têm sido inúmeras as intervenções, quer nos órgãos de comunicação social e redes sociais. “Depois de casa roubada, trancas à porta”. Defendem os articulistas que temos lido, que só a constituição de um círculo eleitoral próprio ao Parlamento Europeu, pode dar resposta a imprevistos como o que foi criado agora com os Açores em outsider no jogo de interesses próprios do seu Povo. Onde estavam vocês, senhores articulistas e açorianos convictos dos Direitos de um Povo, que o centralismo português continua teimando em manter como uma Região com um Estatuto de Autonomia que minguada ao nascimento está cada vez mais diminuída pela presença constante dos DDT? Onde estavam, quando o PDA – Partido Democrático do Atlântico “dava cartas” com a sua luta pela alteração da Constituição? A extinção do então cargo de ministro da república, a criação de um círculo eleitoral para o parlamento europeu, a defesa do voto do emigrante, a extinção do artigo que proíbe os partidos regionais. “Uma proposta de revisão Constitucional que, como responsável do partido, a apresentava à comunicação social, como a criação de uma auto-constituição para o arquipélago” Porque se aproxima mais rápido do que imaginamos, as próximas eleições para a Assembleia da República, continuaremos a vir à vossa presença através de “PARA PENSAR E, REPENSAR... I” Nego-me a fazer parte de um sistema autonómico que está moribundo. Não gostaria um dia, de publicar algo com o título de “DESILUDIDO” 2019-07-25

(*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. n

A LEI DE MURPHY

Joana Leal

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uantos de nós fomos já confrontados com a Lei de Murphy? Quando queremos que tudo corra muito bem e, azar dos azares, não só corre mal como pessimamente?!

Acontece quando a torrada cai no chão com a parte da manteiga virada para baixo, quando temos uma ocasião especial e, noutra qualquer, tudo corre com tranquilidade e naturalidade, mas no tal momento tudo sai ao contrário. Contratempos, erros, cuidados a mais ou a menos… É como aquela expressão “pior a emenda que o soneto”. Na verdade, a Lei de Murphy parece ter alguma base científica, pois o pensamento atrai o que acontece à nossa volta. Se pensarmos positivo e assim agirmos, tudo (ou quase tudo)

será como queremos. Por outro lado, se formos pessimistas e negativistas… Ups! Acontece o que não é suposto. Esta lei assenta na premissa de que “se alguma coisa pode falhar, assim será” e deriva do nome do engenheiro aeroespacial Edward Aloysius Murphy que, em 1949, descobriu que os elétrodos de um equipamento que media os efeitos da aceleração e desaceleração em pilotos estavam mal conectados e, logicamente, o equipamento não poderia funcionar bem ou ter os resultados desejados. (Continua na página seguinte)


J | OPINIÃO

2019.08.23

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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (LVIII)

SOBRE OS FORTES DA ILHA TERCEIRA De um espólio riquíssimo já pouco resta e não se percebe o desinteresse das entidades públicas... o fluxo emigratório dos Açores para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e para a costa leste dos EUA, no auge da baleação, bem como para o continente africano em meados do século XX.

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António Neves Leal

ltimamente, muito se tem dito e escrito sobre os Fortes da Ilha Terceira. Gostaria de recordar que este problema me vem interessando desde há mais de 35 anos, altura em que fui convidado pelo Dr. Manuel Baptista de Lima para aderir à “Associação Amigos dos Castelos e Fortalezas”. Sobre este assunto, para além do artigo «As pedras que falam na Terceira», publicado em A União (14.09.1991), proferi uma conferência intitulada «Açores 500 anos de História—Os Fortes da Ilha Terceira», em Toronto, Canadá, no ano de 1999, aquando do 13º Ciclo de Cultura Açoriana. Trata-se de um trabalho de treze páginas A 4, do qual reproduzo «ipsis verbis» as últimas três, pelo interesse e oportunidade que continuam a ter as afirmações aí registadas. Para melhor compreensão da transcrição, segue um pequeno resumo da conferência, que foi distribuído aos OCS: «O autor partindo duma citação do Corsário das Ilhas, de Vitorino Nemésio, segundo a qual os Açores são um porta-aviões de seiscentos quilómetros, sublinha a vocação histórica que tornou o arquipélago num entreposto e traço de união entre povos e continentes, desde as primeiras expedições quatrocentistas para o Novo Mundo até à actualidade. Frisa o papel da cidade de Angra como escala das grandes frotas da carreira das Índias e das Américas, mormente do Brasil. É sublinhado também

Centrando a exposição na grande importância geoestratégica, aborda a história dos Açores em três períodos, nos quais desempenharam um papel singular as fortalezas militares açorianas, com especial destaque as da Ilha Terceira. Esses períodos são as primeiras incursões dos corsários e piratas, que afectavam não só o comércio mas também punham em sobressalto as populações das ilhas e as tripulações dos barcos. Mas os dois períodos mais desenvolvidos são o século XVI e o séc. XIX. Neles são analisados os sistemas das fortificações, a indicação dos fortes e sua relevância nas lutas contra os castelhanos, e, mais tarde, contra os miguelistas, sobretudo os fortes da Praia da Vitória. Na terceira parte, é enfatizada a riqueza desse enorme espólio do qual pouco resta, devido ao desinteresse das entidades públicas e dos cidadãos, sendo deixadas algumas sugestões pelo conferencista. Termina a sua intervenção com várias considerações sobre a importância da nossa história insular, que contribuirão para aprofundar a essência da realidade-arquipélago, cuja premissa primeira é a ilha e só depois a região». PATRIMÓNIO PERDIDO E RECUPERÁVEL Embora a grande maioria dos históricos Fortes da Terceira não seja de possível recuperação, por deles já nada existir, outros há que poderiam ser reabilitados e constituir um património histórico, militar e turístico. Conviria evocar, aqui e agora, os casos das Pirâmides do Egipto e dos Castelos e Fortes de França, que constituem grandes trunfos turísticos. No caso do litoral, veja-se o que fizeram os Franceses em Saint- Malo com a sua cidade corsária, atente-se na importância desempenha-

da pelo «Conservatório do Litoral» na preservação do património natural e cultural das costas francesas. Infelizmente em Portugal muito há ainda a fazer. É preciso sensibilizar o grande público e os jovens. Não basta publicar artigos em revistas da especialidade que poucos lêem. Os órgãos de comunicação social de massas poderiam dar uma ajuda inestimável na preservação do nosso património. Alguns têm-no feito ainda que episodicamente. Contudo, é necessário abordar essas questões de forma contínua e com objectivos pedagógicos e cívicos. Não sei se foi há 15 anos que preenchi uma ficha de adesão a uma associação intitulada Os Amigos dos Castelos e Fortalezas, quando dirigia um periódico nos Açores. O convite foi-me feito pelo saudoso Dr. Baptista de Lima que, durante três décadas e meia, desempenhara proficientemente as funções de director do Museu de Angra do Heroísmo. Em Setembro de 1991, abordei através das páginas de A União, vespertino centenário angrense, a questão dos Fortes, essas pedras que falam. Desse longo artigo, extracto as seguintes passagens: «Mas voltando aos nossos monumentos litorâneos, devo dizer que é confrangedor vermos o estado de total abandono dos nossos Fortes: o situado a oeste da baía das Mós ou da Vila, como aparece nalguns mapas, foi derrubado pela fúria das ondas e lá continua emborcado sobre a areia, como quem sofre de dores intestinais. Hoje, o seu único préstimo é servir para os banhistas e alguns surfistas apanharem os apetecíveis banhos de Sol; o situado a sul, junto à Poça dos Faroleiros, o histórico Forte de Santa Catarina, serve de abrigo e até de retrete a alguns campistas…». De um espólio riquíssimo já pouco resta e não se percebe o desinteresse das entidades públicas e dos cidadãos que, inconsciente ou distraidamente, não têm exigido das autarquias locais e departamentos governamentais a condigna defesa do que é nosso e que

deveríamos preservar para os nossos vindouros… Os nossos fortes estão a seguir o exemplo dos nossos moinhos de vento e das azenhas, a morrerem ingloriamente apesar dos milhões e milhões de contos concedidos pela CEE e pela Base das Lajes. Felizmente, no meio de tanto desleixo, incúria e ingratidão, repetidos e consentidos durante décadas e séculos, ainda alguma coisa se poderá fazer, se houver vontade e determinação. Sublinhe-se a boa conservação dos dois Castelos de Angra, do Forte de Santa Catarina, da Praia da Vitória, ou do Negrito». Exceptuando meia dúzia de pessoas interessadas pela problemática das Fortalezas e Castelos, entre as quais Valdemar Mota e o Tenente Coronel Manuel Faria, que ultima uma longa monografia dos Fortes da Ilha Terceira, a ser publicada muito brevemente no Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, o grande público ainda não assimilou a importância da temática que aqui trouxemos a este 13º Ciclo Açoriano de Cultura. Mais grave ainda, é a posição de alguns que alimentam discussões estéreis, à volta da marina de Angra, e da utilização do Castelinho como unidade hoteleira das Pousadas de Portugal, ou espaço cultural para a cidade património. Passaram-se longos meses, em explorações subaquáticas, para gáudio e proveito de uns poucos. Tem-se falado, e bem, acerca do património baleeiro dos Açores, para o qual o Executivo de Carlos César concedeu recentemente 15 mil contos, destinados à reparação de 15 botes baleeiros e seis lanchas nas ilhas Terceira, Faial, Pico e S. Jorge. A arte da baleação, como actividade económica, foi extinta há já alguns anos, registando-se, actualmente, a promoção de roteiros turísticos para a observação de cetáceos (Whale Watching) nos mares das nossas ilhas. Não haverá maneira de se fazer algo em prol dos Fortes açorianos? (CONTINUA). n

A LEI DE MURPHY (Conclusão da página anterior)

Desde então vários são os exemplos desta lei. Por exemplo, enquanto escrevia este artigo, imaginem, o computador bloqueou e não consegui imediatamente dar seguimento ao que queria escrever. Na minha vida, como nas vossas certamente, há marcos que foram sem dúvida efeitos deste processo… Há 8 anos atrás, a escalar na rocha caí e fiz uma entorse no pé direito por inversão e eversão. Lindo! Não parti o pé, não fiz uma “simples” entorse, mas sim uma dupla. Se é para ser, que seja aos pares e, assim, fiz esta lesão grave e não muito comum. Isto passou-se duas semanas antes das férias do Natal, pelo que, como podem perceber, fiquei de perna estendida, inapta e sem autonomia em termos de locomoção durante todo esse período.

Nessa altura, numa das vezes em que ia de carro à fisioterapia, conduzida pelo meu pai, ao fechar a porta do carro… esta ganhou vontade própria e fechou-se-me mesmo em cima da unha do polegar esquerdo. “Sinceramente” – pensei – “alguém fez vodu comigo! O que mais me irá acontecer??” Se eu sentia que as massagens na planta do pé eram dolorosas, acreditem que as da unha (que ficou roxa e, obviamente, caiu algum tempo mais tarde), eram agudas, de cortar a respiração (literalmente). Antes desse mês fatídico, o do Natal (que normalmente é o da festa da família), o anterior foi psicologicamente pior, muito sofrido e doloroso, pois a minha grande amiga felina, companheira fiel, morrera de uma doença prolongada. Acompanhei-a em todo o processo e estava com ela aquan-

do do seu último suspiro. Nesses meses, como podem imaginar, não tenho dúvida de que tudo o que tinha para correr mal, correu efetivamente. Às vezes, sentimos também que as coisas não estão perfeitas o suficiente e a nossa tendência é fazer, treinar e exigir mais. O que acaba por acontecer é que o que estava bom (mas não ótimo, aos nossos olhos) torna-se medíocre. São os extremos a funcionar… Tudo ou nada! É como a história da Gata Borralheira cuja metamorfose originou a Cinderela. Mas neste caso, é mais ao contrário, pois existe tudo para correr bem e ainda assim as coisas correm mal. É importante contrariar esta tendência pessimista e acreditar que tudo vai correr bem, mesmo que não seja o que tínhamos idealizado. O importante mes-

mo é invisível aos olhos e à crítica ou avaliação alheia. O que merece atenção é o sentimento puro que nos une a todos, independentemente da situação. De entre os leitores alguns haverá, com certeza, que já tiveram a experiência de participar num bailinho de Carnaval, numa atuação musical, numa apresentação profissional… Quantas vezes o ensaio geral corre mal e no “tal dia”, na “tal ocasião”, as coisas correm lindamente? Recordemos esta memória, mais do que aquelas de Murphy, pois a força do nosso pensamento pode ser usada tanto para o yin (escuro), como para o yang (luminoso). E que consigamos aplicar esta ideia no nosso quotidiano, sobretudo quando “aqueles insetos” de nome “contratempos” nos picarem, procurando envenenar o nosso final feliz.n


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MARÉ DE POESIA | J

2019.08.23

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página de Maré de Poesia alimenta-se de poemas escritos por poetas e poetisas que desejam ver publicados os seus poemas em suporte de papel, viajando no Jornal da Praia além-fronteiras. A cada quinzena preparamos uma página diversificada de poesia entre a rima e o

ILHA DE VERDE ESPUMA Orlando Diniz Gomes Um misto de, verde e poesia, Espairecendo sobre o mar, Talvez, encanto ou magia Ou, simplesmente um olhar. De dia, uma gaivota Paira no verdejar dos prados. À noite, uma chacota Um Cagarro com seus brados. Um bezerro, uma viola, Um rochedo, uma festança, Coabitam numa cantarola, Do porco reina “ a matança “. Lá longe... um barco! Vendavais de esperança... Na adega, um charco, Um trago suaviza a lembrança. Califórnia, Continente, Canadá, Venezuela, Talvez nos façam olhar em frente, Destroçar a saudade, essa triste mazela! O azul bravio, deste mar, Contrastando c´o verde campestre, Me enebria, um doce e negro olhar, Tirana, que foste agreste! O dançar de um pézinho, Em ritmo acelerado e constante, Sapateia no caminho, Com o samacaio vibrante. Que mais te posso cantar, ó Ilha?! O teu sorriso, me induz, De verde vestida, de manto vulcânico, Espumante de maravilha, Capeado pelo aroma, da tua luz, Que tanto me encanta e seduz. BERÇO DE LAVA VIVA José Duarte Tavares Soares Olho a serra fico deslumbrado Olho o mar que parece cansado De tanto a areia namorar, Da serra vejo a sua verdura Do mar sinto a sua frescura Onde por vezes me vou banhar. Fico entre esta serra e este mar Onde nunca me canso de olhar Sou Ilhéu, já nasci apaixonado, Sinto nas veias correr este basalto No coração cada vez bate mais alto Os sons deste Torrão abençoado. Sinto o cheiro destas ilhas de bruma Rodeadas pelo mar e pela branca espuma

verso livre. Pretendemos inovar e trazer um novo ciclo dinâmico com desafios que façam desenvolver a criatividade e o poder de criação literária. Assim sendo, convidamos a enviar um poema com a temática: “ De volta às aulas” até dia 8 de Setembro!

Nas notas trago esperança De um olhar a transbordar Com o som que se alcança Na mística do meu tocar Nas belas melodias Que invento para o amor Fingo as minhas alegrias Quando estou a compor

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Renascidas dos vulcões do Atlântico, Onde dos vulcões escorre incandescentes Lavas de lágrimas e suspiros transparentes Do coração ilhéu, mas sempre romântico. Somos embalados pelo tremer da terra Cobertos pelo manto de nevoeiro da serra Na cama de Basalto onde o ilhéu se deita, É valente, corajoso, hospitaleiro e astuto Onde depressa se torna basalto bruto Negro e retalhado pela lava desfeita. Cada Ilhéu é como um vulcão Que transporta no seu coração O cheiro da lava destas ilhas de Bruma. Vive e dorme em cama de lava Onde o mar a sua campa cava Onde a paixão de cada Ilha se apruma… Na cidade da Praia da Vitória.. Leonel Purple Das 9 ilhas dos Açores, Quer você discorde ou não queira, A mais acolhedora de todas É, indubitavelmente a Ilha Terceira... Nessa ilha tão acolhedora, De gente afável e hospitaleira, A Praia da Vitória espera por si, Na histórica ilha Terceira! Numa cidade notável, Circundada pelo mar, Com festejos incessantes e Exultante animação, Delicie-se com a boa gastronomia regional, E nas férias opte pelo Turismo de habitação! Música deitada no meu berço. Pedro Rodrigues Refúgio do meu sonhar Berço de puro algodão Contigo eu sei amar As profundezas do coração

A música se expressa Nos sons bonitos e atacados É nela que confesso Todos os meus pecados Música que és minha Nesta vida dás alegria És aquela que me acarinha Dando notas de sinfonia Flores do meu presente No caminho da minha ilusão Tu entras na minha mente E dentro do meu coração Deitada na saudade Adormecida no tom Com grande amizade Dando ao músico o dom.. Nas ondas Sandra Fernandes Nas ondas do teu cabelo grisalho Vivi as noites mais inspiradoras de luar Enquanto na minha pele, as tuas gotas de orvalho Fizeram de mim, brisa do mar… No caramelo da tua pele bronzeada Conheci novas terras, fiz descobrimentos Fui tantas vezes naufragada Resgatada na bonança dos teus sentimentos… Nas ondas do teu cabelo, as mãos minhas Passeiam sem nunca se cansarem Aguardando que escrevas nas minhas linhas Poemas dos nossos corpos, a se amarem. A Lenda da Praia em Maresia João de Deus Melo Minha Praia Teu areal compus em poesia. Embalaste-me na tua maresia. Teu ar jovial e fresco me conquistou. Teu arrojo e espírito festivaleiro. Amor de verão namoradeiro. Dormi estendido e aconchegado. Sonhei acordar ao teu lado. E olhar para a tua cara. A melhor coisa do dia. Ganhar a vitória.

Que mais podia pedir eu? Escrevermos a nossa lenda. Montarmos a nossa tenda. Construirmos a nossa fazenda. Minha maré. Vamos avante e à ré. Nosso álbum de memórias. ... Jorge Morais venham moças venham moças venham moças ao terreiro eis como diz a cantiga do nosso cancioneiro pois no centro é que se dança um dançar verdadeiro inibidos de medos mesmo que não seja o primeiro a chamar pela menina que o deixe pela metade pois o trinar das violas deixam o ouvido cheio e que os mais atrevidos ocupem o lugar do meio A poesia! Fernando Mendonça A poesia não é sustento do corpo, mas sim da alma! Não é dos vencidos nem dos vencedores, mas sim dos crentes!... A poesia é aquele fortificante sedativo que nos acalma... Sempre que nos sintamos desolados ou carentes! A poesia pode ser encarada como louca, desalinhada... Mas construtora de sonhos e da própria fantasia, Reflectora de palavras, de sentires, que do nada... Dão forma ao poema, do poeta o seu pão de cada dia!

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Fernando Mendonça; João de Deus Melo; Jorge Morais; José Duarte Tavares Soares; Leonel Purple; Orlando Diniz Gomes; Pedro Rodrigues; Sandra Fernandes PAGINAÇÃO Francisco Soares/JP

NOTA: As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetisas. Para participar envie o seu poema para: maredepoesia@jornaldapraia.com

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Telefone 295 543 501


J | INFORMAÇÃO

2019.08.23 Eliseu Gomes 18:00 Campo de futebol Raminho Variante taurina popular Humberto Filipe 18:00

23 AGO Canada de Santo António Posto Santo Tourada não tradicional António Lúcio 18:00 24 AGO Rua do Regelo Fonte do Bastardo Tourada tradicional Herdeiros de Ezequiel Rodrigues 18:00 Às Pias São Brás Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18:00 25 AGO Rua do Biscoito Fonte do Bastardo Tourada tradicional Eliseu Gomes 18:00 Bairro do Bravio São Mateus Tourada não tradicional Humberto Filipe; Casa Agrícola José Albino Fernandes; José Gaspar (filho); AA 18:00 Zona Industrial São Bento Tourada não tradicional Humberto Filipe; José Gaspar (filho); Francisco Pereira; Manuel João Rocha 18:00 26 AGO Cerrado no Caminho do Meio Velho Cabo da Praia Bezerrada Humberto Filipe 12:00 27 AGO Cerrado no Caminho do Saco Cabo da Praia Vacada à corda João Gaspar Filho 18:00 Á Praça Vila Nova Tourada tradicional Humberto Filipe 18:00 Terreiro da Ladeira Grande Ribeirinha Variante taurina popular Casa Agrícola José Albino Fernandes 18:00 São João de Deus Santa Luzia Tourada não tradicional

28 AGO Rua das Pedras Cabo da Praia Tourada tradicional Humberto Filipe 18:00 Terreiro Vila Nova Tourada tradicional Herd. Ezequiel Rodrigues 18:00 Terreiro da Ladeira Grande Ribeirinha Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18:00

| 15

18:00 Outeiro do Galhardo Ribeirinha Tourada não tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18:00

HOJE (23/08) Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

Largo da Igreja Santa Bárbara Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes; Humberto Filipe; Ezequiel Rodrigues; Rego Botelho 18:00

SÁBADO (24/08)

Fonte: CMPV e CMAH

SEGUNDA (26/08)

n

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (25/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290 Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

TERÇA (27/08)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUARTA (28/08)

SEXTA-FEIRA (23/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (29/08)

Estrada Regional Raminho Tourada tradicional Humberto Filipe 18:00

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA (30/08)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Ladeira do Martinho Santa Bárbara Tourada tradicional Francisco Pereira 18:00

SÁBADO (31/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGO (01/09)

29 AGO Rua das Pedras Cabo da Praia Tourada tradicional João Gaspar Filho 18:00

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEGUNDA (02/09)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Á Praça Vila Nova Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18:00

VERÃO É NA PRAIA COMÉDIA NA PRAIA STAND UP AÇORES + HELFIMED Hora: 22:00 Local: Palco Principal

Rua do Açougue Santa Bárbara Variante taurina popular Francisco Pereira 14:00

DJ FERNANDO ALVIM Hora: 00:00 Local: Palco Dj’s

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA-FEIRA (30/08)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Estrada Regional Raminho Tourada tradicional Rego Botelho 18:00 30 AGO Grota Francisco Vieira Raminho Tourada não tradicional Humberto Filipe 18:00 Ribeira Seca São Sebastião Tourada não tradicional Humberto Filipe 21:00 31 AGO Rua das Pedras Cabo da Praia Tourada não tradicional Manuel João Rocha

TERÇA (03/09)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUARTA (04/09)

QUINTA (05/09)

VERÃO É NA PRAIA NEVERENDING SUMMER WACK Hora: 22:00 Local: Palco Principal

BISCOITOS Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

DJ ROD’ÁVILA Hora: 00:00 Local: Palco Dj’s

n

TAXIS ANGRA DO HEROÍSMO Ladeira de São Francisco 295 212 004 / 295 212 005 Alto das Covas 295 213 088 / 295 212 404

PRAIA DA VITÓRIA

Praça Francisco Ornelas da Câmara 295 512 092 / 295 512 654 Posto Um: 295 512 151 n

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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