Jornal da Praia | 0549 | 19.07.2019

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QUINZENA

19.07 A 01.08.2019 Diretor: Sebastião Lima Diretor Adjunto: Luís Moniz

Nº: 549 | Ano: XXXVII | 2019.07.19 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

TORNEIO NACIONAL MINIBASQUETE

www.jornaldapraia.com

JOEL NETO VENCE PRÉMIO APE LITERATURA | P. 9

EVENTO | P. 8 Foto: Mário Picanço Ataíde

Foto: António Araújo

4 ZONAS BALNEARES DA PRAIA ENTRE A

ELITE NACIONAL EM TERMOS DE QUALIDADE NO CONCELHO | P. 3

GRUPO MUNICIPAL REDUZ PASSIVO AUTARQUIA | P. 5

PROPOSTA DO BE APROVADA

“BAIRROS AMERICANOS” A RENDAS ACESSÍVEIS HABITAÇÃO | P. 7 PUB

FUTEBOL: ÉPOCA 2019/20

CAMPEONATO DE PORTUGAL MANTÉM PLAY OFF DESPORTO | P. 10

ARTESANATO

AÇORES PREMIADOS EM FEIRA INTERNACIONAL CULTURA | P. 11


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OPINIÃO | JP

2019.07.19

OS AÇORES NA COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CONTINENTE

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Silveira de Brito

o ver os telejornais, ao ouvir os noticiários das rádios e ao ler os jornais, pergunto-me muitas vezes pelo critério que levou à escolha do editor: por que é que a selecção das notícias foi esta e não outra? Muitas vezes parece não haver critério, ou então que o critério é totalmente subjetivo, é a preferência de quem está encarregado da edição. Dando um exemplo: ao ver, na RTP1, os programas “Portugal em Directo” e o telejornal das 20 horas, pergunto-me frequentemente pelo critério que levou à selecção das notícias para um e outro serviço noticioso.

Durante um bom par de anos ensinei “Ética” a alunos de “Comunicação Social”. Nesta licenciatura, como é frequente, leccionavam vários jornalistas. Um dia dirigi-me a um deles, de quem sou amigo, e perguntei-lhe pelo critério que permitiria a distinção que tanto me intrigava. Respondeu-me, sorrindo: “é o valor notícia!” e explicou imediatamente que é um conceito difícil de definir porque marcadamente subjectivo; acrescentou ainda que à minha pergunta costumam dar aquela resposta, mas que, em termos práticas, não ajudava muito, reconhecia. Sempre tive essa impressão; não há dia em que eu veja os dois programas noticiosos referidos que não discorde da selecção ou hierarquização das notícias; vejo notícias no “Portugal em Directo” que me parecem indicadas para o Telejornal das 20, e outras apresentadas neste que, pela sua falta de relevância nacional, deveriam ser apresentadas no primeiro. Há certas notícias sobre Lisboa cuja inclusão no telejornal

das 20 só se explica por falarem de Lisboa. Eu bem sei que, na área metropolitana da Capital vive quase um terço da população do país, mas isto não explica tudo. Como também não explica algo muito frequente: o pivot apresenta um assunto, segue-se uma reportagem de rua em que ouvem algumas pessoas sobre a questão e, terminada a reportagem, o pivot afirma: “sobre esta questão o povo português pensa…” e repete-se o que alguns lisboetas disseram. Parece até que Portugal é Lisboa! A minha perturbação, que acabo de explicar, é ainda maior quando olho para a presença das Regiões Autónomas, concretamente a dos Açores, na Comunicação Social do Continente. O que vejo perturba-me, irrita-me, até porque, como repito muitas vezes, “sofro de açorianite aguda, doença que se agrava com o andar do tempo”. Creio poder dizer, sem grande exagero, que os Açores só aparecem na comunicação social do Continente, principalmente nas televisões, quando há escândalo ou

houve ou se prevê tragédia. É certo e sabido que, se IPMA previr uma tempestade tropical para os Açores, imediatamente a RTP, a SIC e a TVI pegam no assunto e nunca mais o largam. Recorrem a jornalistas da Região ou mandam repórteres, não há serviço de notícias em que não se fale do tema, do que está a ocorrer e do que vai ocorrer, mesmo que a informação do serviço de Meteorologia fale em “previsões”. Pode acontecer que o comunicado do IPMA diga que o grupo mais atingido será o Ocidental, e os jornalistas reportarem a partir de Ponta Delgada; pode ser que o Grupo em que se preveem mais estragos seja o Central, e alguns jornalistas falem de São Miguel, mas as cores das reportagens serão sempre carregadíssimas; às vezes fica-se com a impressão de que a ânsia para mostrar a maior tragédia possível é tal, que parece nem se aperceberem de que as vítimas são ou serão as pessoas e que, por isso, seria de desejar que as consequências fossem as menores possíveis. (Continua na próxima edição)

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INTENÇÃO BOA E SEDE DE PROTAGONISMO MAIOR

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Joana Leal

oje, decidi falar-vos sobre algo que vemos acontecer diariamente na comunicação social, nos serviços públicos e de saúde, nas nossas experiências pessoais, na observação do que se passa na sociedade, quando alguém ousa falar da vida alheia sem qualquer filtro. Se estivermos atentos ao nosso redor presenciamos frequentemente situações deste género, onde quer que existam pessoas. Muitas vezes, descuram a ética e profissionalismo, e ainda assim, fala-se deste ou daquele problema de saúde, desta ou daquela situação familiar, desta ou daquela toilete (se fica bem, muito bem, mais ou menos ou pessimamente). O povo adora falar dos outros, não é assim? Também se diz que “quem conta um conto, acrescenta um ponto” e

nem sempre esses pontos são verdade. Também há quem afirme que onde há fumo há fogo, logo, é fácil perceber que os boatos vão longe e chegam até onde a raça humana quiser... Às vezes, a vontade de partilhar histórias que não são nossas parece ser mais interessante do que a nossa própria vidinha. Amamos saber tudo sobre o vizinho do lado e nessa ânsia de “fofocar”, despimos a nossa integridade e razão e tomamos os nossos direitos e deveres (aquilo que nos torna pessoas) como algo passageiro, volátil e mesquinho.

seu íntimo, a sua privacidade, o seu sexo, direta ou indiretamente, real ou metaforicamente.

Vivemos numa época de intenções… Algumas delas vestem-se de cores absurdas de uma preocupação pálida de empatia. Fala-se de tudo, do que se pode e do que não se deve, é o querer e os valores morais a guerrearem por um lugar na peça da luxúria. De boas intenções, está o inferno cheio!

Agora há um programa na televisão que pretende pôr as nossas mentes e corações a funcionar como um só, trabalhando aspetos básicos e, repito, básicos, da consciência humana. Trata-se do programa “E se fosse contigo?”e a competência, embora natural, não é obviamente tida como garantida. Pelo menos assim se passa com grande parte dos seres, que, cheios de boas intenções, acabam por se desviar do verdadeiro cerne da questão, ansiosos por protagonismo. Não compreendo, e espero nunca o aceitar, como é que se pode falar tão brejeiramente de assuntos tão profundos como a integridade de uma pessoa. Como se pode alegar preocupação genuína quando tudo no trato é disfuncional e aleatório?!

Quando falamos dos outros, temos de ter cuidado para não deturpar os factos, inventar e criar razões onde só existem suposições. Tratando-se da vida e integridade dos seres humanos mais tacto temos de ter, sob penalização de ferir substancialmente aquilo que de mais seu têm: o

Diz-se que não há amor como o de mãe... Será então necessário, por exemplo, inventaram calúnias sobre os nossos filhos, para que compreendamos (sentindo) que há coisas que não se declaram e aspetos que não se mencionam sobre os filhos dos outros?!

Se há situação que me incomoda deveras é esta atitude. Mexe-me com as entranhas, torcendo e contorcendo-as. A atitude de falta de empatia, mascarada de uma preocupação flácida de dever moral… Todos temos a nossa função e a de uns não é a dos outros… cada macaco no seu galho e cada palavra ou omissão no tempo certo. Há palavras que marcam para sempre e, em coro, audíveis se tornam e levam à loucura. Transformadas em vozes internas, a esquizofrenia entra em erupção com o mundo externo. A vida dos lesados torna-se demasiado desconfiada e a luta interna é imensa. Depois admiram-se que... Concluo com reticências para cada um de nós continuar a “frase” da melhor forma que quiser, mas ainda antes de me despedir, gostaría que pensassemos no seguinte: se fossem os nossos filhos, gostaríamos que se inventassem histórias que pusessem em causa a sua integridade ou a nossa educação? Permitiríamos que se expusessem detalhes íntimos de histórias traumáticas, de decisões tomadas ou experiências vividas? Seríamos capazes de trair a sua confiança e o seu amor?... n

JP | FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Luís Moniz (diretor.adjunto@jornaldapraia.com) ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz ANTIGO DIRETOR ADJUNTO: Francisco Ferreira EDIÇÃO/REDAÇÃO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (editor@jornaldapraia.com; noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com) CHEFE DE REDAÇÃO: Francisco Soares, CO-523A COORDENADORA “MARÉ DE POESIA”: Carla Félix (maredepoesia@jornaldapraia.com) REPÓRTER DE IMAGEM: Rui Sousa JP | ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; Silveira de Brito; José Ventura; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Nuno Silveira DIFUSÃO INFORMATIVA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO

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“PRAIA ZERO POLUIÇÃO”

PRAIA DA VITÓRIA NO PÓDIO NACIONAL

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ão quatro as zonas balneares do concelho da Praia da Vitória (Porto Martins, Prainha, praia dos Sargentos e Biscoitos) que constam da lista nacional de “Praia Zero Poluição” em 2019, distinguidas pela ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável. Ao todo constam desta lista 44 estâncias balneares, sendo que a Praia da Vitória lidera a lista dos concelhos açorianos com distinções “Zero Po-

luição” e encontra-se em terceiro lugar a nível nacional. Acresce que nesta lista, apenas mais duas zonas são dos Açores, ambas localizadas no concelho vizinho. A ilha Terceira e particularmente o concelho da Praia da Vitória, junta-se assim, à elite nacional dos concelhos com zonas de veraneio que primam pela qualidade ambiental que oferecem. “Esta é mais uma distinção que nos orgulha e que faz jus ao traba-

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Foto: GP-MPV

lho que a Câmara Municipal tem desenvolvido nas zonas balneares que são polos de atração do concelho e da cidade para locais e para turistas. O nosso Concelho e os praienses podem orgulhar-se de usufruir de uma rede de zonas balneares de excelência, que marcam a nossa paisagem e a nossa oferta turística”, salienta a vereadora com o pelouro do Ambiente na autarquia praiense, Raquel Borges. Ser uma “Praia Zero Poluição” significa que não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas às águas destas zonas balneares, ao longo das três últimas épocas balneares. Esta análise da Associação ZERO tem em conta os parâmetros da legislação em vigor, a partir de dados solicitados à Agência Portuguesa do Ambiente. Assim, Porto Martins, Prainha, Sargentos e Biscoitos, ao longo das três últimas épocas balneares (2016 a 2018), não só tiveram sempre classificação “Excelente” como apre-

sentaram valores zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises efetuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (Escherichia colie Enterococosintestinais). Isto é, em todas as análises efetuadas não houve sequer a deteção de qualquer unidade formadora de colónias. Segundo os critérios que estão na base desta distinção, consideram-se os últimos três anos por corresponder ao período mínimo habitualmente requerido pela Diretiva 2006/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de fevereiro de 2006, relativa à gestão da qualidade das águas balneares, para se proceder à classificação da qualidade da zona balnear. Com os resultados agora alcançados, segundo a Associação ZERO, os concelhos de Portugal com maior número de “Praias Zero Poluição” são Torres Vedras (10), Vila do Bispo (5), Praia da Vitória (4) e Tavira (3).

GC-MPV/JP n

PRAIA DA VITÓRIA ASSINALA

INDEPENDÊNCIA DOS EUA

Foto: RS/JP

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s comemorações locais do “4th of July” – Dia da Independência dos Estados Unidos da América, decorreram, este ano, na cidade da Praia da Vitória, com um espetáculo promovido pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Portugal, através do Consulado dos Açores e com o apoio logístico do Município praiense.

atracou no molhe norte da baía, popularmente conhecido como “porto americano”, o veleiro USCG Barque Eagle, navio-escola da Guarda Costeira norte-americana, o qual recebeu por dois dias visitas do público.

No âmbito destas comemorações,

JP n

Depois da atuação da Filarmónica União Praiense e dos On the Road, o espetáculo culminou com fogo de artifício sobre a baía.


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EFEMÉRIDE | JP

2019.07.19

JOÃO MONIZ CORTE-REAL, O MIGUELISTA HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRA

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á exatos 234 anos, a 23 de julho de 1785, nascia o terceirense João Moniz Corte-Real, um militar, defensor acérrimo dos ideais absolutistas e miguelistas. João Moniz Corte-Real nasceu em Angra, filho de Francisco Moniz Corte-Real e de D. Mariana Josefa do Rego. Jovem, com 16 anos, a 3 de outubro de 1801, alistou-se como voluntário no Batalhão de Angra. Passou depois para a 2ª Divisão da Brigada da Marinha. Começava então a carreira militar de Moniz Corte-Real. Um ano depois, em 1802, já era cadete. Em 1809, João Moniz Corte-Real foi promovido a Alferes. Participou na Guerra Peninsular, lutando contra as invasões napoleónicas. Nestes anos, em 1813, foi promovido a Tenente. Com a derrota francesa nas campanhas da Guerra Peninsular, Moniz Corte-Real foi condecorado com a cruz de ouro nº 6 e feito cavaleiro das ordens de Cristo e de Avis. Foi promovido a capitão, em 1820, reformando-se da sua carreira militar como Major de Infantaria. Em 1820, no Porto, iniciava-se uma revolução de cariz liberal à qual João Moniz Corte-Real aderiu em Lisboa, contudo, pouco tempo depois, acabou por abraçar fortemente a defesa da causa absolutista. Francisco de Borja Garção Stockler, um absolutista, foi convidado para governador e capitão general dos Açores em plena Revolução Liberal. A 18 de outubro de 1820, Stockler chegava à Terceira, com o intuito de manter o status-quo nos Açores, fazendo com que os ideais liberais não se difundissem pelo arquipélago. Já as Cortes

Constituintes queriam aproximar as novas ideias do povo. Em Angra, a 2 de abril de 1821, houve um levantamento à maneira constitucional, sob a chefia militar do antigo governador e 7º capitão-general Francisco António de Araújo, apoiado por diversas personalidades. Foi logo criada uma Junta Provisória para o Governo da Capitania-Geral, que integrava o capitão-general Araújo, João Bernardo Rebelo Borges, Alexandre Gamboa Loureiro, José Leite Botelho de Teive, Coronel José Francisco do Canto e Castro e D. Manuel, bispo de Angra e ilhas dos Açores. Esta mesma Junta jurou obediência a D. João VI, à Igreja Católica e às Cortes Constituintes. Em 1823, ainda em Lisboa, João Moniz Corte-Real tentou ter apoio absolutista para chefiar ou o governo de São Miguel ou o do Faial, o que que lhe foi negado. D. João VI quando morreu, a 10 de março de 1826, deixou uma Junta de Regência, chefiada pela sua filha D. Isabel Maria. Esta regência prevaleceria enquanto o legítimo herdeiro e sucessor da coroa de Portugal, D. Pedro, que no momento era Imperador do Brasil, não desse as providências a tal respeito. D. Pedro IV, por decreto de 26 de abril, confirmou a Regência. D. Pedro IV outorgou a Carta Constitucional, uma constituição, a Portugal, a 29 de abril de 1826. A 2 de maio, D. Pedro IV abdicou dos seus direitos à coroa portuguesa em nome de sua filha, D. Maria da Glória, com 7 anos, a qual deveria casar com seu tio, o infante D. Miguel. Contudo, em 1828, quando D. Miguel chegou a Portugal, proclamou-se como Rei Absolutista. O Liberalismo caía e o miguelismo ia ganhando apoios. João Moniz Corte-Real festejava com o regresso do Absolutismo a Portugal. Em S. Miguel, o Comandante Militar aliou-se às tropas absolutistas, contudo a Ilha Terceira tornou-se no último baluarte do Liberalismo, passando a atrair Vila Flor, o futuro Duque da Terceira, um liberal convicto, que

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/JornalPraia/

pretendia continuar a sua luta contra o absolutismo. O Duque de Saldanha, próximo de Vila Flor, partiu para a Ilha. Os Liberais, embora fossem fortes na Terceira, encontraram alguma contestação à sua política na Ilha. Data deste período, 4 de outubro de 1828, o combate do Pico do Seleiro (que tomou o nome do dono daquele lugar, André Dias Selleiro), entre Absolutistas (da própria Ilha) e Liberais. A chegada de Liberais à Terceira levantou um problema sério de abastecimento e alimentação da Ilha. Os Miguelistas não deixavam a ilha ser abastecida e os Liberais consumiam muito, por isso, os absolutistas conseguiram dinamizar alguns descontentes a seu favor. A batalha aconteceu no Pico do Seleiro. Fala-se de 3 000 a 4 000 absolutistas contra 150 Liberais, com estes últimos a serem recebidos com o fogo das espingardas dos absolutistas, emboscados na colina. Esse fogo foi respondido pelas “peças de campanha” liberal. A batalha, segundo algumas fontes, deve ter durado 1h30 sem vantagem de parte a parte, contudo os oficiais liberais Sá e Borges conseguiram flanquear os adversários, vindo a desbaratá-los. Os miguelistas debandaram em direção à Terra-Chã, aos Biscoitos e aos Altares, sendo perseguidos noite a dentro pelos liberais. João Moniz Corte-Real organizou a resistência de guerrilha contra os Liberais, chegando a criar sérios problemas a estes. Os liberais, embriagados pela vitória, avançaram colina abaixo espingardeando os adversários em retirada pelas costas. Mesmo assim, grande parte da população acabou por aderir à causa liberal. Angra tornara-se sede da Junta Provisória em nome de D. Maria da Glória, filha de D. Pedro. Com a perda de apoio que o Miguelismo vai tendo na Ilha, Moniz Corte-Real passou a ser perseguido fortemente pelos liberais, acabando por sair da Terceira.

Moniz Corte-Real passou, primeiro por São Miguel, onde esteve com o com o capitão-general absolutista, Henrique da Fonseca Sousa Prego. O Duque de Palmela, outro liberal, nomeou Vila Flor Capitão-General dos Açores. Quando este chegou à Terceira, a sua primeira ação foi terminar com as discórdias e divisões locais, aproximando-os para a defesa da causa liberal. A seguir, organizou-se a resistência aos ataques de D. Miguel. Conseguiu-se então a restauração da Carta Constitucional, em 1828. João Moniz Corte-Real, quando chegou a Lisboa, foi recebido pelo rei D. Miguel, a quem explicou a situação da Ilha Terceira e a necessidade de derrubar o Liberalismo da Ilha açoriana. Quando a 11 de agosto 1829, o exército miguelista tentou desembarcar na Praia, com os seus 4 000 homens, 340 peças de artilharia e 6 barcas canhoneiras, João Moniz Corte-Real, vinha juntamente com a Armada, como ajudante-de-ordens do coronel José António de Azevedo. A batalha da Praia iniciou-se com os bombardeamentos miguelistas sobre os Forte de Santa Catarina e o de Espírito Santo. Durante 4 horas, os miguelistas foram responsáveis por 5 000 tiros, mas este ataque não assustou nem desmoralizou as tropas liberais. Com a linha de Fortes reforçada, passou-se ao ataque. A partir do Forte de Santa Catarina, disparou-se contra a fragata Diana e conseguiu-se assim, evitar o desembarque. O exército absolutista saiu derrotado. Era a primeira vitória liberal contra os absolutistas. Iniciava-se uma nova fase na História do país. Moniz Corte-Real acabou por assistir à derrota miguelista no barco, não tendo desembarcado na sua terra natal. João Moniz Corte-Real, em 1832, escreveu uma espécie de relatório: Fatalidades do Povo da Ilha Terceira na sua política contenda contra os rebeldes, onde faz uma descrição das suas atividades e do que se passava na Ilha durante aquele tempo. Casou-se duas vezes, primeiro com D. Joaquina do Carmo Moura Portugal e depois com D. Maria Carolina de Oliveira. Morreu, em Angra, a 9 de janeiro de 1860. A vida de João Moniz Corte-Real mostra-nos que devemos defender os ideais em que acreditamos, mesmo que estejamos a ir contra a maré, que estejamos em minoria. O mais importante é não sermos corrompidos pelos outros, sobretudo quando achamos que as suas ideais não são as melhores, mas temos medo de defender as nossas. Não há que ter medo em ser a voz discordante em um coro em uníssono. Remar contra a maré é difícil, mas com garra e força, é possível.

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JP | AUTARQUIAS

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NOTA DE IMPRENSA DA CMPV DESTACA

CONTENÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS FINANÇAS Em 2018, grupo municipal reduziu passivo bancário em cerca de dois milhões de euros, informa a Autarquia.

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edução de despesas de funcionamento, amortização de passivo bancário, libertação de meios para realização de mais investimento municipal e execução orçamental superior a 85% são as notas dominantes das Contas Consolidadas de 2018 do Grupo Municipal da Praia da Vitória, segundo uma nota de imprensa da Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV) enviada às redações a 04 de julho. Tiago Ormonde, vereador a tempo inteiro com competência em matéria de finanças e economia, citado na referida nota, realça “o esforço de contenção e consolidação das contas do Grupo Municipal em 2018”, constituído pela Câmara Municipal, empresa Praia Ambiente e Cooperativa Praia Cultural, as quais foram aprovadas na última reunião ordinária da Assembleia Municipal. Ainda segundo aquele responsável, há a registar em termos gerais “uma taxa de execução do orçamento de 2018 em 85% – os restantes 15% dizem respeito a candidaturas de obras a fundos comunitários que, por motivos alheios à Autarquia, não foi possível concretizar – um saldo positivo líquido do exercício anterior

de 104 mil euros e amortização da dívida bancária em cerca de 2 milhões de euros”. Em termos globais o grupo municipal registava a 31 de dezembro de 2018, “um ativo patrimonial total de 90 milhões de euros, um passivo bancário de médio e longo prazo de 14 milhões de euros e, fruto da gestão de contenção implementada, uma margem de endividamento de 6 milhões de euros”, informa a nota da autarquia. Das contas do universo municipal referentes ao ano transato, nota para os 104 mil euros de saldo positivo que, segundo Tiago Ormonde, “resultam de um esforço levado a cabo na diminuição das despesas de funcionamento – diminuição que, em 2018, foi de 566 mil euros – e para a redução de mais de 50 mil euros nos encargos com juros bancários, resultantes da reestruturação do endividamento feita pela empresa Praia Ambiente e pela Cooperativa Praia Cultural”. Com estas reduções verificou-se um aumento da liquidez permitindo a amortização das despesas e a realização de investimentos que não são cofinanciados por fundos europeus, que, em 2018, segundo

adianta Tiago Ormonde citado na nota, “foram na casa dos 3 milhões de euros”, bem assim como “para a amortização da dívida superior a 2 milhões de euros que o Grupo Municipal conseguiu”. Conforme noticiado na edição anterior deste quinzenário, a Assembleia Municipal da Praia da Vitória, aprovou por unanimidade a 14 de junho, a proposta do executivo camarário de suspensão do Plano de Ajustamento Financeiro, iniciado em 2012, no âmbito do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL). Segundo frisa Tiago Ormonde, uma

vez mais citado na dita nota, esta suspensão é “fruto desta gestão rigorosa, criteriosa e deste esforço na contenção de despesas”. “Na prestação de contas de 2018 ficou claro que o Município cumpriu o definido na lei para efeitos de limite de dívida total e, por isso, solicitou a suspensão deste Plano de Ajustamento Financeiro, uma vez que apresentamos um valor abaixo do limite à dívida, cumprindo assim com o propósito de consolidação orçamental, sem qualquer penalização para a população”, elucida o autarca. GP-MPV/JP n

LAJES: VILA HÁ DEZASSETE ANOS

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freguesia das Lajes foi elevada à categoria de vila, pelo Decreto Legislativo Regional n.º 28/2002/A, de 12 de junho, o qual define como limites territoriais da PUB

nova vila os correspondentes à antiga freguesia. A efeméride foi assinalada a 23 de junho, com uma Sessão Solene, na Sociedade Recreio Lajense – a “Sociedade Velha” – como po-

pularmente é conhecida pelos locais. Na ocasião, Carlos Armando Costa, vice-presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, reafirmou o com-

promisso da Câmara para com a vila, tendo em vista o crescimento e desenvolvimento das suas instituições. Evidenciando que “muito se tem feio, mas que muito mais há a fazer”, deixou claro a vontade da autarquia em “fazer tudo o que estiver ao seu alcance, a bem desta parcela do concelho, sabendo que o seu crescimento e desenvolvimento se refletirá em toda a Praia da Vitória”. Carlos Armando Costa deixou também o desejo de as gerações mais novas continuarem a alimentar a dinâmica social e a integrar a vida da sua terra, “para que a vila das Lajes continue a ser um exemplo na Praia da Vitória, porque só assim a memória de cada geração continuará a ser respeitada e homenageada”. Segundos os Censos de 2011, a vila das Lajes tem uma população de 3.744 habitantes, distribuída por uma área de 11,15 Km², apresentando uma densidade populacional de 335,8 hab/ km². Sabendo-se tratar-se de um dos povoados mais antigos da ilha Terceira, é desconhecida a data de promoção a freguesia independente, porém, os registos históricos mais antigos dão conta da sua existência desde 1507. JP n


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SAÚDE | JP

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o Cantinho do Psicólogo 215

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asta olhar para o ambiente para se perceber que as coisas estão interligadas, e que para se prosseguir no bom caminho é recomendável Aurélio Pamplona que se estude não (a.pamplona@sapo.pt) só essas interligações, mas também o que se passa estruturalmente em cada um dos seus elementos. A nível pessoal acontece algo de semelhante. Ou seja, ninguém se conhece verdadeiramente, e é capaz de tomar decisões ajustadas, se não assentar bem os pés no chão. Daqui a importância de apresentarmos mais alguns elementos sobre meditação, nomeadamente os seus quarto e quinto passo. Quarto: consiste em libertar a tensão, o stress e até a dor que se possa ter acumulado, seja qual for a posição em que se encontre: deitado, sentado ou de pé. É preciso convencermo-nos de que quando ao inspirarmos torna-se possível estarmos cientes do nosso corpo, e que ao expirarmos é mais fácil libertar a tensão do corpo, mesmo que se esteja parado num sinal vermelho. E que ao libertar-se a tensão em si mesmo torna-se fácil encontrar a paz nas mais variadas situações, seja no local de trabalho, ou quando se dirige um carro, se cozinha, se rega o jardim ou se tira o leite às vacas. Finalmente o Quinto Passo, que diz respeito à Meditação Ambulante, ou Caminhada Consciente, em que se deve encontrar sem esforço, e com alegria, em cada passo, a diversão, as maravilhas da vida. Como refePUB

Interligações re o autor que estamos seguindo, o verdadeiro milagre não é voar ou andar em chamas, é andar em qualquer momento na terra, com a mente no corpo, vivo e consciente. Sintetizando todos os passos referidos diríamos que, com a meditação é possível mudar a atenção da pessoa para o interior de si própria, evitando que o espirito vagueie pelo exterior.

razão da sua felicidade, embora algumas pessoas contribuem para isso, não obstante a verdadeira razão está no próprio; (5) evite a comparação com os outros, visto que ninguém consegue imaginar os seus contornos; (6) evite o exagero de preocupações, dado que ninguém desfruta de todas as respostas; (7) entretanto sorria e alegre-se, tanto mais que não está sobrecarregado com todos

mesmo, e assim melhorar o moral, induzir a relaxação, enfim educar a imaginação. Ao inserir-se certas ideias no subconsciente, a parte da mente que nos controla, mas à qual não temos acesso directo, é possível fazer com se acredite que elas são verdadeiras. Segundo Coué (1922), enquanto habitualmente damos Auto-sugestões inconscientes a nós próprios, o que temos de fazer é apresentá-las conscientemente, consistindo o processo em: 1º - pesar na própria mente as coisas que serão objecto da Auto-sugestão, e conforme o assunto merecer uma auto-afirmação ou negação repeti-la várias vezes, sem pensar noutra, e independente do sentimento de que isso está ou não a suceder; 2º se o inconsciente aceita a sugestão e a transforma em Auto-sugestão aquilo acontecerá em cada caso. Por meio da Auto-Sugestão é possível impôr uma ideia ao próprio cérebro, capacitando o subconsciente para o trabalho ou acção, valorização das motivações, a par de nos libertarmos dos nossos reflexos, compulsões e velhos hábitos inoportunos. A Auto-Sugestão põe em ação o subjetivo da mente e reproduz a realidade da coisa imaginada. Entretanto esclarece-se que a aplicação da técnica parece estar cada vez mais em desuso.

Entretanto esclareça-se que qualquer que seja o pior que passe pela mente é sempre possível fazer uma reflexão sobre a vida, de que se apresentam alguns exemplos: (Terrazas, 2019): (1) faça as pazes com o seu passado, para que nada estrague o presente; (2) o que os outros pensam de si não tem a menor importância; (3) o tempo cura quase tudo e, por isso, dê tempo ao tempo; (4) ninguém é a

os problemas do mundo. Referências: Enfim, é altura de passarmos à quarta técnica que podemos adoptar para lidar com o stress na própria pessoa, a Auto-sugestão. Com o seu uso é possível alcançar o relaxamento mental e físico, através da concentração nos processos corporais, da repetição vagarosa de frases, da criação de crenças positivas em si

Terrazas, S. (2019) Salvado em 06 Jan. 2019, de Fonte: Mensagens; Tema: Sete Belas Lógicas da Vida: https://www.Mensagens10.com. br/mensagem/10790. Coué, E. (1922). Self-mastery through conscious autosuggestion. New York: American Library Service. Foto: A. Pamplona n


JP | HABITAÇÃO

2019.07.19

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BAIRROS DOS AMERICANOS: PROPOSTA DO BE COLOCA CASAS COM

RENDAS A CUSTOS CONTROLADOS Fase inicial da bolsa de arrendamento arranca com 20 casas.

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or iniciativa do Bloco de Esquerda (BE) na Assembleia Legislativa dos Açores, foi aprovado a colocação de parte dos antigoa bairros norte-americanos, “Beira-Mar” e “Nascer do Sol” ao arrendamento social com valor inferior à média dos preços de mercado praticados na ilha Terceira. Para já, são 20 as casas destinadas a este fim, mas o número poderá aumentar anualmente conforme as necessiddes habitacionais da ilha. A determinação foi aprovada a 02 de julho, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta, com os votos favoráveis de todas as bancadas parlamentares com execeção do deputado do Partido Popular Monárquico, eleito pela ilh do Corvo, Paulo Estevão, que votou contra. Segundo escreve o BE, em comunicado de imprensa, a proposta inicialmente apresentada “previa que após a recuperação e disponibilização das primeiras 20 casas, anualmente fossem afetadas, no mínimo 4 casas, com esta finalidade”, mas a maioria socialista revelou-se desfavorável a tal pretensão. Mesmo assim, Paulo Mendes, deputado bloquista eleito pelo círculo elitoral da Terceira, não deixou de sublinhar a importância desta solução, que na prática dá início à constituição de uma bolsa de arrendamento a custos controlados nos Açores e impulsiona um novo paradigma na politíca de habitação do arquipélago.

Foto: JEdgardo Vieira

vado”. “É um sistema novo, o qual passa por ter casas, propriedade da Região, para que esta as rentabilize através de rendas acessíveis e com contratos de longa duração”, disse Paulo Mendes ao interverir perante a Assembleia, acrescentando, “esta modalidade procura dar resposta a um estrato da população que se encontra num limbo: são famílias que não cumprem os critérios para aceder a habitação social, mas também não têm rendimentos suficientes para aceder ao crédito à habitação nem suportar os preços praticados pelo mercado de arrendamento pri-

Em termos gerais, acreditam os bloquistas oçorianos que, a sua proposta, vai beneficiar não só as famílias que forem contempladas diretamente com estas casas, mas, de forma indireta, todas as restanstes, ao permitir e determinar uma redução no preço médio de arrendamento no concelho da Praia da Vitória e na ilha Terceira. A proposta agora aprovada não compromete o projeto “Terceira Tech Island”, que prevê a utilização destas casas - como já noticiado em

edições anteriores do JP - para alojamento de quadros superiores das tecnológicas com centros operacionais na Praia da Vitória. Os bairros “Beira-Mar” e “Nascer do Sol”, nas imediações da Base das Lajes, são constituídos por 450 habitações, e são agora propriedade da Região, depois de terem sido cedidos pelos EUA ao Estado Português. Após o abandono por parte dos americanos as casas entrarm em natural estado de degradação e também foram alvo de pilhagens diversas, pelo que carecem de avultadas obras de restauração e reconversão. JP n

ALEXANDRA MANES: PS NÃO QUIS IR MAIS LONGE

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coordenadora da Comissão de ilha do Bloco de Esquerda (BE) Terceira, Alexandra Manes, candidata bloquista à Câmara da Praia nas últimas eleições autárquicas (2017), em artigo de opinião, publicado recentemente na imprensa regional, congratula-se com a decisão do Parlamento e lamenta a postura do Partido Socialista (PS). “À semelhança da resolução do problema que impediu despejos no Bairro de Santa Rita, mais uma vez, PUB

o BE deu o passo necessário para ajudar a Câmara da Praia da Vitória. Queríamos ir mais longe, mas foi o próprio partido que suporta a autarquia da Praia da Vitória que assim o limitou”, escreve a bloquista em artigo de opinião publicado a 04 de julho na edição online deste periódico. Em concreto, e segundo escreve no referido artigo, que intitulou “Os molhos de chaves dos bairros americanos”, o PS impôs um limite de 20 casas daqueles bairros para a fase

inicial da bolsa de arrendamento a custos acessíveis. “Apesar destes limites impostos pelo PS para aprovar a proposta, o BE conseguiu abrir caminho para o futuro, ao dar início a uma bolsa de arrendamento público que vai contribuir para regular o mercado e baixar os preços do arrendamento de uma forma geral”, escreve Alexandra Manes. A coordenadora terceirense do 3.º

partido mais votado nas últimas eleições europeias, recorda que já em 2017, aquando da sua candidata à autarquia praiense, teve “a coragem de apresentar e defender uma proposta concreta relativamente aos bairros”, numa altura em que estes “estavam a degradar-se de dia para dia à espera da resolução do imbróglio entre o Governo Regional e o Governo da República para ver quem ficaria com o molho de chaves das 450 casas destes bairros, que nenhuma das partes parecia querer assumir”. JP n


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EVENTO | JP

2019.07.19

PROMOVITO PELA ABIT

TORNEIO NACIONAL DE MINIBASQUETE Competição contou com a participação de 20 equipas, movimentando cerca de 250 minibasquetebolistas.

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ilha Terceira acolheu de 28 de junho a 02 de julho, o Torneio Nacional de Minibasquete, que se realiza anualmente em sistema de rotatividade entre as quatro associações da modalidade da Região Autónoma dos Açores. Assim, este ano, coube à Associação de Basquetebol da Ilha Terceira (ABIT) a organização do mesmo. Participaram no encontro um total de 20 equipas, representativas de 12 clubes e associações, quer de índole regional como nacional. A ilha Terceira fez-se representar por 3 clubes: Associação Amigos D´Angrabasket, Clube Juvenil Boa Viagem e da Praia da Vitória, o único emblema que pratica a modalidade no concelho – o Clube Desportivo Escolar “Os Vitorinos”. Da ilha verde (São Miguel) apresentaram-se também 3 clubes: Clube União Sportiva, Micaelense Basket Clube e Operário. Ainda do Grupo Oriental, mais concretamente da ilha branca (Santa Maria) vieram até à Terceira 2 clubes: Clube Ana e Gonçalo Velho. Do Faial, marcaram presença 3 formações, duas representativas de emblemas da ilha (Clube Desportivo Escolar da Horta e Fayal Sport ) e uma seleção com atletas da ilha do Faial e do Pico. De Portugal continental, veio até esta ilha de “bravos”, um dos grandes do desporto nacional – Futebol Clube do Porto. A competição decorreu no Pavilhão da Escola Tomás de Borba, em

Foto: Mário Picanço Ataíde

Angra do Heroísmo, onde as comitivas ficaram igualmente alojadas e realizaram as refeições, e também, no Pavilhão da Escola Secundária Vitorino Nemésio, na Praia da Vitória. Ainda na Praia da Vitória, mais precisamente no extenso areal da Praia Grande, decorreram um conjunto de atividades lúdicas. Integrado no programa das festas “Sanjoaninas 2019”, que por esta altura decorriam na cidade património mundial da UNESCO, o Torneio Nacional de Minibasquetebol, deslocou-se até ao centro da cidade, onde foram realizados diversos jogos com a presença do BLITZ – mascote da Federação Portuguesa de Basque-

tebol, que simboliza o Lince-Ibérico, alertando para a premente necessidade de preservação da espécie. Ao todo, o torneio colocou cerca de 250 atletas a disputar uma competição cujos resultados apresentavam-se secundários, face à comunicação, convívio, amizade e partilha entre os diversos participantes. As arbitragens estiveram a cargo dos árbitros e oficiais de mesa do conselho de arbitragem da ABIT. Para levar por diante esta magnifica jornada de convívio, a organização contou com a imprescindível colaboração de vários voluntários,

na sua esmagadora maioria, atletas de formação das agremiações locais. Integrado no programa do evento, realizou-se o “Clinic Internacional de Formação ABIT 2019”, destinado aos treinadores de basquetebol, creditado com 1,2 UC (Unidades de Crédito), para o currículo do título profissional de treinador de desporto. A formação foi ministrada por Bill Cardarelli (Estados Unidos da América/ Blue Jays Athletic), Rui Alves (formador da Escola Nacional de Basquetbol/ FPB) e Nuno Rodrigues (Treino do AngraBasket) e contou com a presença de 39 formandos.

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JP | LITERATURA

2019.07.19

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GRANDE PRÉMIO APE

JOEL NETO JUNTA-SE A JOÃO DE MELO E NATÁLIA CORREIA Quase três décadas depois, a Associação Portuguesa de Escritores volta a distinguir um autor açoriano.

O

escritor terceirense Joel Neto, com o diário A Vida no Campo, editado em 2016, com a chancela da Marcador Editora, foi o vencedor da 6.ª edição do Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (APE), na categoria de Literatura Biográfica, anunciou a direção daquela associação a 03 de julho, indicando que o galardão o foi atribuído por unanimidade. Os Grandes Prémios da APE nasceram há quase 40 anos e ao longo deste tempo já distinguiram grandes vultos da literatura portuguesa como José Cardoso Pires, Agustina Bessa-Luís, António Lobo Antunes, Vergílio Ferreira ou José Saramago. A última vez que foi galardoado um escritor de origem açoriana foi há quase três décadas. Em 1991, Natália Correia, conquistou o Grande Prémio de Poesia com Sonetos Românticos e em 1989, João de Melo, ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela com Gente Feliz Com Lágrimas. Agora, Joel Neto, junta-se a eles e acrescenta uma nova categoria – Literatura Biográfica. Na lista de galardoados do prémio de Literatura Biográfica, que distingue obras biográficas, autobiográficas, memorialistas e diarísticas, Joel Neto sucede a nomes como J. Rentes de Carvalho, Eugénio Lisboa e Marcello Duarte Mathias. A eleição teve

como jurados Artur Anselmo, Cândido Oliveira Martins e Paula Mendes Coelho, que avaliaram 51 obras de alguns dos mais destacados escritores portugueses da atualidade, todas elas publicadas em primeira edição no triénio 2016-2018. Sobre o prémio, escreve o autor no seu Blog pessoal: “Estou muito comovido. Um prémio desta magnitude tem sempre um grande significado. E deixa-me duplamente feliz que me tenha sido atribuído por um livro que, no fundo, é sobre o meu avô e a casa do meu avô, sobre o lugar da minha infância, sobre a minha família, os meus amigos, os meus vizinhos, os açorianos – sobre tudo aquilo que tem feito da minha vida uma celebração”. A atribuição do Grande Prémio APE de Literatura Biográfica a A Vida no Campo surge poucas semanas após a publicação do segundo volume do diário, que traz o nome A Vida no Campo: Os Anos da Maturidade. O volume foi editado no final do mês de maio, com chancela da Cultura Editora, e, tal como aconteceu com o antecessor – agora premiado – chegou aos tops de vendas nacionais. Joel Neto nasceu na ilha Terceira em 1974. Mudou-se para Lisboa aos 18 anos, para estudar Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Depois de década e meia de trabalho como repórter, editor e chefe de redação na maior parte dos grandes jornais e revistas portugueses, voltou à ilha natal em 2012, determinado a dedicar-se inteiramente à literatura.

Foto: www.joelneto.com

o país. Vive desde então no lugar dos Dois Caminhos, freguesia da Terra Chã, na companhia da mulher, a tradutora Catarina Ferreira de Almeida, e dos dois cães. Aí, tem uma horta, um pomar, um jardim de azáleas e toda uma panóplia de vizinhos de modos simples e vocação filosófica. Colunista de alguns dos principais jornais nacionais, nomeadamente Diário de Notícias e O Jogo, publica regularmente em revistas e antologias literárias portuguesas e estrangeiras. Tem livros e contos traduzidos e/ou publicados em países como Reino Unido, Espanha, Itália, Polónia, Brasil ou Japão. O seu diário, A Vida no Campo, foi adaptado ao teatro pela Companhia Narrativensaio, num espetáculo que percorreu

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500 ANOS DE BEM FAZER

O prémio obtido por Joel Neto não passou despercebido ao Governo dos Açores que, através do secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, fez questão de o felicitar por tão prestigiado prémio, considerando que se trata de um “reconhecimento da qualidade” de todo o seu trabalho literário. “Ao felicitar Joel Neto, felicito também o júri que, por unanimidade, lhe concedeu esta distinção, que é o reconhecimento da qualidade do trabalho, no caso literário, deste açoriano, autor, entre outros títulos, de A Vida no Campo’ obra agora distinguida”, disse Avelino Meneses.

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DESPORTO / OPINIÃO | JP

2019.07.19

FUTEBOL: CAMPEONATO DE PORTUGAL 2018/2020

PLAY OFF CONTINUA A DECIDIR PROMOÇÃO Sobem os finalistas do play off de apuramento de campeão.

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Campeonato de Portugal, organizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em seniores masculinos, mantém, na próxima temporada (2019/2020), o modelo competitivo da época transata, conforme estipula o Regulamento da prova disponível no sítio Web da FPF que Jornal da Praia consultou. Assim, o play off final disputado por 8 equipas, 1.º e 2.º de cada uma das quatro séries, continua a ser decisivo para determinar os dois clubes que sobem ao futebol profissional, conforme determina os números 6, 7 e 8 do Artigo 11.º do referido regulamento.

Apesar de apenas 2 equipas verem reconhecido o seu mérito, são 20 as equipas a despromover, respetivamente do 14.º ao 18.º classificado em cada uma das 4 séries, o que poderá levar muitos leitores, legitimamente, a pensar que a competição destina-se mais a castigar o demérito do que propriamente a premiar o mérito. Ainda no que diz respeito à Organização Técnica da competição, a alínea a) do número 2 do Artigo 11.º, determina que os clubes da Região Autónoma dos Açores devem “ser agrupados nas séries mais a sul”, porém, e contrariamente ao sucedido na época anterior (série “D”), os clubes dos Açores (SC Praiense; SC Ideal e GD Fontinhas) foram agrupados na série “C”, que reúne clubes das regiões centro e centro interior do país como Leiria, Aveiro e Castelo Branco. Outras das regras a manter-se na temporada que se avizinha é a dos

“golos fora” para desempatar as eliminatórias disputadas a duas mãos (ponto 4 do Artigo 12.º). Regra essa, que na época passada afastou o Praiense da final do Jamor, ditando o falhanço da almejada subida ao futebol profissional.

putado por 72 equipas agrupadas por 4 séries (A, B, C e D) de 18 clubes. Os primeiros dois classificados de cada grupo classificam-se para o play off de acesso, enquanto os 5 últimos classificados de cada série descem aos campeonatos organizados pelas associações regionais.

O Campeonato de Portugal é dis-

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era mais uma instituição pela qual valia a pena lutar, nesta Praia que foi berço de grandes figuras das letras (Nemésio, Gervásio Lima, Frederico Lopes) onde, outrora, já tantos jornais e periódicos tinham saído à luz do dia. Foi por ela que o Chico tratou de entusiasmar aqueles que viriam a encabeçar as sucessivas direções do quinzenário, pessoas que, tal como ele, se entregaram altruisticamente a exercer o cargo. Foi por ela que o Chico impediu a queda do nosso jornal quando se deu o afastamento de dois ativos companheiros da fundação. Foi por ela que, em vésperas de cada edição sair, recrutava uns quantos voluntários para acomodar os exemplares, etiquetá-los e acomodá-los em sacos de plástico para os deixar na madrugada seguinte à porta dos Correios a fim de chegarem aos assinantes. Foi por ela que ele angariava os anunciantes, os verdadeiros suportes do milagre que é

cada edição. Foi por ela que o Chico aceitou a alteração da linha editorial que reduz à escala autonómica a ação do nosso periódico, abrindo, com destacado ênfase, a possibilidade da discussão, divulgação e defesa (por vezes em tom abertamente panfletário e apoiado pela direção).

‘IN PRINCIPIUM ERAT CHICO’

In principium erat verbum” e, na verdade, era de ‘verbum’ que se tratava quando nos reuníamos para acertar ideias quanto ao jornal que queríamos fundar. ‘In principium erat Chico’. Era ele que preparava a sala, abrindo as janelas para arejar o ambiente e as mentes de todos, que a quase todos bem conhecia desde tempos juvenis. Não participava muito, ficava mais atrás a ver o desenrolar das falas de cada um. Umas reuniões houve que decorreram cordatamente, outras, porém, realizaram-se debaixo de ‘forte temporal temperamental’, com rajadas palavrosas. E ele, o Chico, qual Nosso Senhor despertado pelos seus discípulos assustados com a tormenta, acalmava as águas discordantes, e dizia: Ai que a porca come o jornal! Lá retornávamos a uma paz anti ciPUB

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clónica que nos permitia ir avançando na fixação de prioridades como, por exemplo, a criação de um grupo de amigos. E o jornal? Que nome há de ter? De tanto se falar em um jornal da Praia... pois ficou assim mesmo: Jornal da Praia. Consensuou-se uma linha editorial que assentava da defesa dos interesses da Praia, da Terceira, dos Açores (Região Autónoma), de Portugal, da Europa, enfim, do Mundo. Da Praia para o Mundo, do Mundo para a Praia. Sim, esta Praia que, de todos os ‘conjurados’ naquelas reuniões, ninguém mais amava do que o Chico. Por ela, ele haveria de se empenhar com a máxima diligência na manutenção das velhas instituições e na criação de novas, para honrar e glorificar um passado ilustre da primeira capitania-donatária da Terceira de Jesus. E um jornal na Praia

É por esta Praia do século 21 que o nosso Chico busca soluções para a manutenção da edição em papel. É por ela que ele incute na juventude a responsabilidade de dar continuidade a esta instituição de 37 anos. É, também, por esta sua tão querida Praia de Santa Cruz, que o Chico vai permanecer a velar pela longevidade do Jornal da Praia. Da sua casa à Boa Vista, o nosso amigo Francisco Ferreira continuará a ter uma boa vista sobre a Praia. João Rego

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JP | CULTURA

2019.07.19

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ARTESANATO

AÇORES PREMIADOS EM FEIRA INTERNACIONAL Evento decorreu de 29 de junho a 07 de julho, na capital portuguesa.

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Artesanato dos Açores foi distinguido com duas menções honrosas na FIA – Feira Internacional de Artesanato, que decorreu de 29 de junho a 07 de julho, em Lisboa, onde estiveram patentes trabalhos de 12 unidades produtivas artesanais da Região. Esta participação foi promovida pela Vice-Presidência do Governo dos Açores, através do Centro Regional de Apoio ao Artesanato (CRAA), possibilitando aos artesãos concorrer ao Prémio FIA nas categorias de “Melhor Peça de Artesanato Tradicional” e de “Melhor Peça de Artesanato Contemporâneo”. Deste modo, a artesã Isabel Silva Melo, de São Miguel, foi premiada com uma menção honrosa na modalidade de “Melhor Peça de Artesanato Tradicional. A artesã foi distinguida pela peça “Coroação do Espírito Santo”, concebida com grés, madeira de faia e vidro acrílico.

Fotos: GaCS-CRAA

Na categoria “Melhor Peça de Artesanato Contemporâneo”, o artesão Adolfo Mendonça, da ilha Terceira, foi premiado pela peça “Recife”, produzida em faiança.

Artesanato Tradicional” participaram também os artesãos Fátima Freitas, do Pico, com uma peça em patchwork, e António Barreto, de São Miguel, com um presépio de lapinha.

Na categoria de “Melhor Peça de

O Prémio FIA é uma iniciativa anual

que pretende distinguir os artesãos portugueses, privilegiando as suas competências técnicas e profissionais, bem como a sua capacidade estética, assumindo-se igualmente como um fator de valorização social e cultural de todos os artesãos.

GaCS-CRAA/JP n

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EDITORIAL / OPINIÃO | JP

2019.07.19

NO RESCALDO DE … 3 DIAS… DUAS DATAS

E DITORIAL As vinhas do Porto Martins

“Você nunca vai chegar ao seu destino se parar de atirar pedras em cada cão que late” Winston Churchill Povo.

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esde o século XV, que os primeiros habitantes desta ilha de Jesus se dedicam à actividade vitivinícola no Lugar do Porto Martins, actualmente freguesia do concelho da Praia da Vitória, e para o efeito utilizaram o chão rochoso, pedregoso e vulcânico inaproveitável para a pastorícia, culturas hortícolas e sementeiras agrícolas, construindo “vinhas” ao longo dos tempos, criando uma paisagem única e de beleza deslumbrante, que impressionam qualquer visitante que a contemple, nomeadamente do miradouro do Pico do Capitão. Foi um trabalho hercúleo ao longo de muitos anos, partindo a pedra basáltica, tapando travessas, muros, paredes, construindo currais com covas para o plantio das videiras, produzindo-se um “precioso néctar dos Deuses”, no inicio vinho verdelho, e que devido ao míldio e à escoriose da videira que grassou no século XIX, praga essa que obrigou os vinhateiros a substituir a casta de verdelho pela casta do vinho de cheiro, proveniente da América, bem mais resistente às doenças da vinha e que se adaptou com facilidade ao nosso clima. O vinho de cheiro é imprescindível nas festas do Divino Espírito Santo, muito enraizadas nas nossas tradições, nomeadamente nos festejos do bezerro e nas funções, costumes que felizmente se mantém bem vivos.E é com grande mágoa que nestes últimos tempos assistimos infelizmente, ao desaparecimento das vinhas que devido ao abandono por parte dos proprietários, estão sendo infestadas de matagal, e é de “cortar a alma” assistir à morte da paisagem da cultura da vinha no Porto Martins. Não devemos deixar desaparecer esta “mais valia paisagística e histórico-cultural edificada desta paisagem impar, aliada ao seu caracter único e universal” e conscientes deste valor inegável, cabe a todos nós ligados directa ou indirectamente ao Porto Martins, “desmembrado da vizinha freguesia do Cabo da Praia no dia 9 de Maio de 2001, com a publicação do Decreto Legislativo Regional N.º 11/2001/A de 16 de Maio” da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, data em que foi elevado a freguesia, altura em que ressurgiu novamente o desejo de preservar as suas paisagens. A iniciativa da preservação da paisagem das vinhas plantadas entre rochedos e estendidas sobre pedras, no seu cerne deve estar a Junta de Freguesia do Porto Martins, a Câmara Municipal da Praia da Vitória, a Universidade dos Açores e os proprietários, lutando-se pela sua importância, promovendo-se o desenvolvimento sustentado, o turismo e a qualidade de vida das suas gentes, trazendo-se à tona de água a importância da cultura da vinha do Porto Martins como área protegida e mesmo ser classificada de “Paisagem Protegida de Interesse Regional”, pois será certamente o caminho necessário a percorrer para se salvar as vinhas situadas na graciosa costa ocidental da Ilha Terceira, banhada pelas água azuis e amenas do oceano que abençoa os vinhedos, únicos e invulgares, marca prestigiante de um dos lugares mais lindos dos Açores, e que o transforma na rainha das freguesias açorianas, imortalizado na poesia do Professor Vitorino Nemésio que desde sempre defendeu a conservação da rede de vinhas estendida sobre pedras e protegidas por muro de pedra espaçados entre si, muros estes levantados com o único objectivo de proteger as videiras do vento e da ressalga marítima, e para a conservação desta paisagem é necessário trabalho, muito trabalho “não só muitos dias, e muitos anos, mas sempre”.

O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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José Ventura*

“Dia 6 de Junho”; o Dia 10 de Junho; “O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas” e, o “Dia da Região Autónoma dos Açores” (hoje, amanhã e depois) conforme a calendarização da segunda-feira do Espírito Santo).

Porquê o “3 dias … duas datas” porque ao “Dia” referimos aquele em que algo sucedeu que se transformou numa data especial ou muito ansiada (internacionalmente temos O DIA “D”). Geralmente é o mesmo, instituído como feriado de uma Nação. “Data” definição de um certo momento no tempo, indicando o dia, o mês e o ano de algum acontecimento histórico na vida de uma Nação ou País. “Dia 6 de Junho”; data celebrada como “Dia dos Açores”, que juntou para a celebração do seu 44º aniversário um apreciável grupo de independentistas, apoiado por muitos outros que os acompanharam pelas redes sociais e por alguma comunicação escrita e televisiva, trouxeram à ribalta política, o factor histórico da grandiosa manifestação deflagrada no dia 6 de Junho de 1975 e, à qual, se deve quer queiram ou não a ”mitigada” Autonomia concedida pela Constituição de 1976. Durante as intervenções havidas ao fim do jantar do encontro em referência, esteve presente o significado da data e do dia “6 de Junho” bem como o apelo ao sentido da açorianidade. O reconhecimento dos açorianos como Povo, e dono dos seus destinos. A acção desenvolvida pelo Movimento FLA no exterior, nomeadamente em encontros com movimentos e partidos, que lutam pela autodeterminação dos seus territórios quer na Europa, na África e outros continentes. Rui Medeiros líder actual e presidente do Directório da FLA afirmou: “Nos Açores, tem-se verificado um retrocesso na Autonomia, enquanto o normal seria o contrário, tal como se verifica noutras regiões europeias. Isto acontece porque, por esta Europa fora, são os independentistas que defendem as suas regiões contra os desejos centralistas dos seus governos.” Reafirmamos que o “Dia 6 de Junho” tem a o seu capítulo na História dos Açores, tal como muitos outros acontecimentos, e a luta de muitos açorianos durante os séculos da nossa existência, na defesa da liberdade e da autodeterminação do nosso

Do Dia 10 de Junho; “O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas” já depois de ter sido “O Dia de Festa Nacional e de Grande Gala” por decreto das Cortes Reais datado de Abril de 1880. E que então o Rei D. Luís I acedeu a que se assinalassem os 300 anos da data apontada para a morte de Luís de Camões 10 de Junho de 1580. Com a implantação da República em 1919, na primeira lista de feriados nacionais ainda não há lugar para o 10 de Junho o que sucede a 29 de Agosto do mesmo ano., a coberto do Decreto 17.171. Com o golpe de 28 de Maio de 1926, aparece o 10 de Junho com especial relevância como o “Dia da Raça” epiteto do agrado de muitos até de Cavaco Silva que ao usá-lo em 2008 alevantou o “Carmo e a Trindade” entre as esquerdas. Note-se que embora já assinalado pelos portugueses, o Dia de Portugal, só surge fixado “10 de Junho”, por decreto-lei de 04 de Janeiro de 1952. ‘Dia de Camões, de Portugal e da Raça’ (este último epíteto criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional, em 1944), tem o seu fim com a revolução do 25 de Abril d2 1974 que risca a Raça” e dá relevância a “Camões”. Daí a nova designação para o dia 10 de Junho como o” Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas” como decretado a 04 de Março de 1977. Ficou assim expresso a “representação do Dia de Portugal, como harmoniosa síntese da Nação Portuguesa, das comunidades lusíadas espalhadas pelo Mundo e da emblemática figura do épico genial”. (atente-se ao termo do épico genial) Quem sabe se ainda não haverá mais alguma mudança na composição da nomenclatura para o 10 de Junho como por exemplo: “Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades Portuguesas e dos DDT (os Donos disto Tudo). Veja-se como na Comemoração dessa data, no ano passado em Ponta Delgada o sumiço que deram à Bandeira da teimosamente chamada Região Autónoma dos Açores bem assim ao seu Hino. Não esquecer a demonstração de força com a presença do contingente militar com que se fez acompanhar na afirmação de que, aqui também é Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa tomou o gosto às excursões no “Dia de Portugal” com a vulgarização da sua celebração, “este ano aqui pró ano acolá”, de manhã no País, à tarde ou à noite conforme o fuso horário, na estranja para contentamento dos emigrantes. Este ano, teve S.Exa. azar na escolha do “chefe de cerimónias” que no

seu discurso, não esteve com meias mediadas nem paninhos quentes, irritou q.b. a esquerda, entusiasmou a direita (que não tem razão para tal) e, quase ponha o discurso do presidente da república em segundo plano. O Homem com (H) desancou à direita, ao centro e à esquerda. Apontou o dedo à classe política pela sua conivência com a situação real da governação do país, à corrupção da mesma e inoperância no seu desempenho. A distância que o mesmo assemelha ao atlântico, entre os políticos e os cidadãos é a realidade tanto lá como infelizmente cá. Se um João Miguel Tavares incomoda tanta gente, quantos não incomodarão dois ou mais alguns, da mesma têmpera? Dia da Região Autónoma dos Açores; Foi a Segunda-feira do Espírito Santo, como celebração religiosa e cívica dos Açores pelo dia e não pela data, (pois a mesma é como se chama uma festa móvel), escolhida para comemorar a institucionalidade da Autonomia Político Administrativa do arquipélago vulgarizando a mesma como o “Dia dos Açores” criado pelo Decreto Regional nº 13/80/A, aprovado pela Assembleia Regional dos Açores a 26 de Junho de 1980, assinado pelo seu Presidente Álvaro Bonjardino e posteriormente com o “publique-se” do então Ministro da República Henrique Afonso Silva Horta, como indicação à publicação no Diário da República – 1ª Série – nº 192-21-8-1980 (passados que são 40 anos ainda estamos sujeitos a uma série de ”publique-se” agora não de um ministro mas, de um embaixador que intitulado por Representante da República continua a fiscalizar as poucas leis que nascem na ALRAA. Assim, há 38 anos se vem oficialmente a celebrar o “Dia da Região Autónoma dos Açores” que não o “Dia dos Açores” como se quer fazer passar a ideia. Numa organização conjunta da Assembleia Legislativa e do Governo dos Açores, esta cerimónia restringe-se aos seus organizadores, e convidados que depois dos discursos e da distribuição de insígnias honorificas q.b. (são sempre superiores a duas dezenas), vem o repasto chamado de “Sopas do Espírito Santo”. Ao contrário do que seria de esperar e no espírito da sua existência - “A distribuição do pão na Festa do Espírito Santo tem a sua origem na dádiva de comida aos pobres pela Rainha Santa Isabel”. Por tradição a sopa do Espírito Santo, com carne e legumes que é distribuída com pão, a todos os que não pertencem ao império local. No caso presente o Imperador será o “Poder” instituído na Região que deixa o Povo do lado da fora da Festa. Urge repensar a “Festança” levando-a aos açorianos sejam eles crentes ou não, até porque sendo a Festa do Espírito Santo uma celebração por essência religiosa (Continua na página seguinte)


JP | OPINIÃO

2019.07.19

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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (LVI)

COMEMORAÇÕES DOS 38 ANOS DA PRAIA DA VITÓRIA CIDADE O programa comemorativo das efemérides do 38º aniversário da elevação da Praia a cidade e dos 175 anos de vida do jornal Açoriano Oriental (A.O.), o mais antigo de Portugal e um dos dez mais idosos do Mundo, contou a presença do Dr. José Pacheco Pereira, natural do Porto, licenciado em Filosofia, professor, historiador, investigador, antigo embaixador na UNESCO e ex-deputado do Parlamento Europeu. no Oriental (A.O.), o mais antigo de Portugal e um dos dez mais idosos do Mundo, contou a presença do Dr. José Pacheco Pereira, natural do Porto, licenciado em Filosofia, professor, historiador, investigador, antigo embaixador na UNESCO e ex-deputado do Parlamento Europeu.

António Neves Leal

N

o âmbito desta efeméride foi dado especial enfoque ao importantíssimo tema da Educação. A autarquia praiense tem vindo a pôr em execução um conjunto exaustivo de visitas a escolas e a todas as valências educativas do concelho da Praia da Vitória, mantendo também contactos próximos com a comunidade escolar, nomeadamente professores, pais, alunos e pessoal não docente, como se pode ler, na nota de imprensa enviada aos órgãos de comunicação social, citando palavras de Tibério Dinis, o Presidente da Câmara. Entre as várias formas de comunicar, deve ter-se em atenção a imprensa e, mormente, a publicação dos jornais impressos em papel, actualmente numa constante descida das tiragens e com desaparecimento de títulos que, até ao passado recente, prestavam consideráveis serviços aos seus leitores e à sociedade em geral. A sua função é tanto mais importante quanto menor é o índice de literacia da comunidade que pretende servir. Estas iniciativas têm por objectivo dar maior proximidade à comunidade escolar do concelho e realizar uma agenda para uma urgente Educação para o futuro, que vá ao encontro das necessidades e dos desafios, condições essenciais para o desenvolvimento do ser humano e particularmente para a ilha Terceira e os Açores, neste momento situados em posição incómoda a nível nacional, como é sabido. O programa comemorativo das efemérides do 38º aniversário da elevação da Praia a cidade e dos 175 anos de vida do jornal Açoria-

Como ilustre convidado proferiu uma notável conferência no Auditório da Escola Profissional, numa organização do A.O. e da rádio TSF, em colaboração com o Município praiense, a qual foi transmitida pela TSF, e também com tratamento jornalístico, ocupando duas páginas inteiras do mais antigo jornal português, agraciado em 1989 com o título «Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique». Nessa conferência, José Pacheco Pereira (JPP) abordou com grande à-vontade, sentido de humor, sagacidade e competência, uma temática de premente actualidade, factos que despertaram a atenção do numeroso público, constituído por uma moldura humana diversificada de convidados e dos homenageados do concelho (individualidades, colectividades e o Comandante da Zona Aérea dos Açores), que se mostraram muito interessados ao longo de toda a exposição, bem como no período reservado às perguntas finais. Vários foram os pontos altos da conferência do cronista do jornal «Público» e da revista «Sábado» e um dos principais intervenientes do programa «Quadratura do Círculo» e agora, na TVI, com a designação de «Circulatura do Quadrado». Enumeramos alguns dos mais relevantes e pertinentes. CONFERÊNCIA HISTÓRIA E MEMÓRIA «Estamos num período muito complicado de destruição da memória e de muitos aspectos da nossa cidadania» que fazem com que a sociedade futurista e prepotente, imaginada por George Orwell, no seu livro «1984», publicado em 1949, não esteja longe da realidade nos nossos dias, infelizmente.

Ao longo da sua brilhante intervenção, JPP recordou o escritor e jornalista britânico que, apesar de ter vivido na primeira metade do século XX, numa era pré-internet, pré-redes sociais e pré televisão, deixou-nos um conjunto de textos escritos e o seu célebre «1984», nos quais revela uma visão pessimista sobre um futuro controlado por forças autoritárias invisíveis, personificadas na figura do Big Brother, tantas vezes utilizado, hoje em dia, das mais diversas formas e até em programas televisivos de grande audiência (de baixíssima qualidade, não apenas em Portugal). José Pacheco Pereira referiu-se depois à definição que os Jesuítas tinham das várias formas de mentir, que passavam pela mentira propriamente dita e por duas outras mais complexas e difíceis de desconstruir: a «sugestão» da falsidade e a omissão da verdade. Estes três conceitos ainda são muito actuais e a sua conjugação ou entrosamento estão na origem das chamadas «Fake News» e de diversos mecanismos de controlo social. (*) O palestrante deu outro exemplo de uma sociedade orwelliana— a utilização de grandes quantidades de informações pessoais (Big Data), recolhidas pelas grandes plataformas da internet e que são vendidas para fins comerciais e de publicidade dirigida, que podem também ser usadas para manipulação eleitoral, como aconteceu na campanha para as eleições presidenciais que deram a vitória a Donald Trump ou no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Outro tópico a assinalar da conferência foi o empobrecimento da língua. O Big Brother todos os anos diminuía o número de palavras, o que limitava fortemente a capacidade expressiva dos falantes, retirando-lhes poder de intervir e persuadir. Esta restrição lexical é, na opinião do investigador, «muito relevante nos nossos dias, quando se assiste à progressiva substituição de um vocabulário mais rico para um vocabulário muito primitivo e rudimentar», usado principalmente pelos adolescentes nos SMS e aplicações como o

whats-App. Para JPP, o excessivo uso do telemóvel e das redes sociais é um factor que «encolhe» as pessoas, não por eles serem maus em si mesmos, mas porque «a sociedade está a encolher-nos». As relações interpessoais são mais importantes do que as conversas no facebook ou quando as amizades são menos importantes do que os «likes». O orador designa esse fenómeno como um universo de «substituições», de muito barulho e pouco silêncio, onde tudo passa vertiginosamente e muita coisa acontece «contra o nosso sentido colectivo». Pacheco Pereira salientou, outrossim, que hoje «estamos num mundo muito hostil à argumentação racional, muito hostil à separação entre o que é emotivo e o que racional, muito hostil ao silêncio e muito hostil ao tempo lento que é preciso, por exemplo, para ler», realçando ainda a sua preocupação com o rumo seguido pela sociedade hodierna, a qual está empobrecer as relações humanas, como constatamos cada dia que passa. Outro tópico da sua intervenção a reter da sua muito interessante conferência foi o pseudo- igualitarismo das redes sociais, nas quais todos os usuários se sentem de um momento para o outro cheios de vasta sapiência, aptos a falar de tudo e mais alguma coisa, pondo em causa «o saber e a universidade» ou mesmo «o papel de instituições que são fundamentais para a democracia como os partidos políticos ou os sindicatos» e como se já não fosse bastante até a função «da escola e da família». Em suma, um falso igualitarismo que é necessário combater, valorizando o papel das mediações, isto é, de quem tem conhecimento e «investiga para falar sobre determinadas matérias». CONTINUA (*) Sobre este assunto, leia-se no JP nº 538, de 8.02.2019, a nossa crónica Populismo Mentira e Desinformação.

n

NO RESCALDO DE … 3 DIAS… DUAS DATAS (Conclusão da página anterior)

esta vertente não tem qualquer presença na celebração oficial do “Dia”, respeitando-se o conceito e Laico do Estado. No passado dia 10 de Junho com a infeliz coincidência da sobreposição do Dia de Portugal…blá, blá, blá… não foi muito diferente do costume, o figurino manteve-se. Só que no

discurso do Presidente do Governo saiu a ideia já por diversos cidadãos comentada de uma “prenda” aos que bem-comportados venham a cumprir o “voto” ou seja como disse António Costa aqui por estas bandas “o que interessa é o “votinho” dentro da urna”. Agradou-nos isto sim, a referência “titubeante” de Vasco Cordeiro às relações institucionais com o gover-

no central que, na nossa modesta opinião devem merecer uma actuação da parte dos “Açores” mais radical quando nos apercebemos que o governo central, cada vez mais se prepara para substituir as nossas instituições constitucionalmente garantidas. Os “assuntos” são tão diversos e, aqui já a muitos deles nos temos referido. Para terminar exemplificamos a última visita da ministra da justiça (?) e ao anúncio de que

o projecto para a “cadeia de Ponta Delgada” será apresentado em Lisboa no próximo mês de Julho. Pedindo desculpa pela extensão texto, com a inocente pergunta: Em Lisboa porquê? 2019-06-20

(*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. n


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MARÉ DE POESIA | JP

2019.07.19

O

que motiva o poeta a escrever? A poesia é um estado de alma ou simples dar aso à criatividade e /ou à capacidade de escrever segundo um estilo livre ou de rima. Os poetas/ as poetisas poderão ter diversas fontes de inspiração e um campo vasto de temas nas suas obras

Alma fervente Vallda no silêncio do ego ventanias em riste nada mais se ouve nada menos qu’isso há um mar revolto inundando histórias levando p’ra longe aves migratórias os Deuses se ebulindo pelas portas seladas em cadáveres náufragos e almas penadas é este o cenário de minh’alma fervente que bem disfarçada não diz o que sente EXISTÊNCIA Joaquim Filipe Vieira 1974 Se a mágoa é um dom de uma vontade traída humilhada e coloria, que a experiência vivida nos oferece com desdém… Se a mágoa é tudo isto, Eu não quero ser diferente! Prefiro não ser ninguém. Não me importo de ser mágoa que me chamem melancolia e digam ser terra fria, porque me recuso decidido a simular descontraído um sorriso inexpressivo, suficiente para esconder um amor aniquilado. Apenas a razão procuro consciente a um raciocínio adulto desenho com convicção. Quero ser ternura um olhar aberto que o teu rosto acaricia prometendo a felicidade. Elisa Lopes Pai filho e Espírito Santo Três pessoas da Santíssima Trindade Suaviza meu pranto... És caminho, és verdade Verdadeira mensagem Triunfo Solenidade Que nesta viagem Sejas meu refúgio

poéticas. É na interação entre o ser poético e o leitor/a que vai evoluindo. É pois algo que acontece nos tempos de hoje em que quem escreve e quem lê tem uma relação próxima, tornado o mundo da escrita realista.

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Oh divindade O pão e o vinho Sejas o sustento Neste mês meu e teu Do teu erguido altar, O santo cheiro me deu Força e alento a chegar. Ceptro Omnipotente Croa devoção Filho sofrimento Pai... paixão Deus... perdão ... Jorge Morais como quem espera por barco que tarda e traga noticias de gente embarcada pergunta à gaivota em pensamento se lá fora está muito vento para lá do horizonte nada avista vê o sol deitar-se como se retratasse numa revista embarcação que não vem maré que não sobe tolda-lhe o pensamento que a penumbra encobre Perdido José Gabriel Oliveira Perdido dentro de mim Farto-me de me procurar, Não me acho em nenhum lugar Que seja diferente de ser assim. Perdido ando por defeito De me não saber encontrar, Se me encontre logo enjeito Pois aí julgo, perdido estar. Mas que destino de perdição De um labirinto sem fim, Onde tantas vezes digo sim Quando devia dizer não. Se ando perdido na razão, De um mundo perdido e ruim Prefiro dos que achados são, Ficar perdido dentro de mim. Boa noite! Fernando Mendonça Boa noite mãe Boa noite filha Luzente estrelinha Que lá no céu brilha!

Boa noite pai Boa noite avô! Aos quais tanto devo Daquilo que sou!... Boa noite avó Boa noite tias Do bolo que havia Últimas fatias... Olho para o céu E fixo as estrelas Vejo vossos rostos Em cada uma delas! O vento não surge Mas por ele aguardo... Para que vos leve Um abraço apertado! O MAR Laudelino Salvador Oh mar tão extenso Com beleza e perigo Geras o bom senso E és divino abrigo Berço de muita espécies De inúmeras variações Origem de intempéries Originando as aflições És fonte de alimento com alguma destreza E algum sofrimento Poem o pão na mesa. Que fogo Sandra Fernandes Que fogo é este que trazes em ti Que me arrepia só de o contemplar Que me derrete e prende a ti Que me incendeia só de o sonhar… Que fogo é este que te veste a pele E faz estes olhos brilhar Que me enche de fome e de sede Numa contínua vontade de me saciar… Que fogo é este teu que me seduz Deixando no ambiente cheiro de sedução Que me transforme em ponto de luz Corpo a arder de paixão. Suspiros de amor Pedro Rodrigues Mesmo que o lume se apague Na cinza fica o calor Mesmo que o amor naufrague No coração fica a dor Os teus olhos são a luz Que ilumina o meu dia a dia O teu coração é o que conduz Toda a minha alegria

Cabelos longos ao luar Naquela noite escura Mas os olhos a brilhar Com toda a sua doçura Entro na rota do amor Rota que nos leva à paixão É ele o grande autor Das feridas do nosso coração Feridas incomparáveis Feitas com a lava do vulcão Unem duas pessoas inseparáveis Com uma bonita razão Um encanto do meu poema Em que eu vou escrevendo A flor mais bonita do meu lema Que no meu jardim vai crescendo. Que fogo é este teu que me seduz Deixando no ambiente cheiro de sedução Que me transforme em ponto de luz Corpo a arder de paixão. Amo-te Carina Fortuna Amo-te sem saber porquê uma forma simples de amar única, leve e genuína Amo-te e eu não sei explicar-te esta primavera de paixão perfumando o meu coração Amo-te amarro a noite, serenamente ao teu sorriso e às estrelas uma ancora de momentos onde me és um céu infinito de luz.

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Carina Fortuna; Elisa Lopes; Fernando Mendonça; Joaquim Filipe Vieira; Jorge Morais; José Gabriel Oliveira; Laudelino Salvador; Pedro Rodrigues; Sandra Fernandes; Vallda PAGINAÇÃO Francisco Soares/JP NOTA: As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetisas. Para participar envie o seu poema para:

maredepoesia@jornaldapraia.com

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Telefone 295 543 501


JP | INFORMAÇÃO

2019.07.19

| 15

18h30 Largo da Fonte São Sebastião Tourada não tradicional Eliseu Gomes 18h30

20 JUL Caminho da Cidade Porto Judeu Tourada não tradicional 18h30 Grota do Medo Posto Santo Tourada não tradicional António Lúcio; Francisco Pereira 21h00 22 JUL Grota do Medo Posto Santo Tourada tradicional António Lúcio; Francisco Pereira 18h30 24 JUL Rua de Baixo São Pedro Tourada não tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30

HOJE (19/07)

31 JUL Á Igreja Fontinhas Tourada tradicional Humberto Filipe; Herd Ezequiel Rodrigues 18h30

27 JUL Cruz das Almas Feteira Tourada não tradicional Francisco Pereira 18h30 Largo da Fonte São Sebastião Tourada não tradicional Humberto Filipe 21h00 29 JUL Rua da Fonte São Sebastião Vacada Humberto Filipe 14h00 Conjunto Habitacional Terra Chã Tourada não tradicional Eliseu Gomes 18h30 30 JUL Á Igreja Fontinhas Tourada tradicional Rego Botelho; Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 Regatos São Bartolomeu Tourada tradicional Herd. Ezequiel Rodrigues

SEXTA-FEIRA (19/07)

SÁBADO (20/07)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

DOMINGO (21/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEGUNDA (22/07)

Largo da Fonte São Sebastião Tourada não tradicional Ezequiel Rodrigues 18h30

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TERÇA (23/07)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Caminho da Igreja Doze Ribeiras Tourada não tradicional Humberto Filipe 18h30

QUARTA (24/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

31 JUL Santo António Fontinhas Tourada tradicional Humberto Filipe; Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30

MISSAS DOMINICAIS

SEXTA (26/07)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

3HP AC Hora: 22:00 Local: Praia da Riviera

SÁBADO (27/07)

SÁBADO (20/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

FUN2DJ Hora: 20:00 Local: Praia da Riviera

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TRIPL3TE Hora: 22:00 Local: Praia da Riviera

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TRIBUTO ROCK PORTUGUÊS Hora: 24:00 Local: Praia da Riviera

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (20/07)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

V ROCKFEST

NO CONCELHO

15:30 - Lajes; 16:00 - Fontinhas (1) ; 16:30 Casa da Ribeira; 17:00 - Cabo da Praia; 17:30 - Matriz Sta. Cruz; 17:30 - Vila Nova; 18:00 Fontinhas (2); 18:00 - São Brás; 18:00 - Porto Martins; 18:00 - Sta Luzia, BNS Fátima; 18:00 - Quatro Ribeiras; 19:00 - Lajes; 19:00 - Agualva; 19:00 - Santa Rita; 19:00 - Fonte do Bastardo; 19:30 - Biscoitos, IC Maria (3); 19:30 -

Biscoitos - São Pedro (4) (1) Enquanto há catequese; (2) Quando não há catequese; (3) 1.º e 2.º sábados; (4) 3.º e 4.º sábados

DOMINGOS

08:30 - São Brás; 09:00 - Vila Nova, ENS Ajuda; 10:00 - Lajes, Ermida Cabouco; 10:00 - Cabo da Praia (1); 10:00 - Biscoitos, S Pedro; 10:30 - Agualva; 10:30 - Casa Ribeira (1); 10:30 -

Santa Rita 11:00 - Lajes; 11:00 - São Brás; 11:00 - Cabo da Praia (2); 11:00 - Porto Martins; 11:00 Casa da Ribeira (2); 11:00 - Biscoitos, IC Maria; 12:00 - Vila Nova; 12:00 - Fontinhas; 12:00 - Matriz Sta. Cruz (1); 12:00 - Quatro Ribeiras; 12:00 - Sta Luzia; 12:15 - Fonte Bastardo; 12:30 - Matriz Sta. Cruz (2); 13:00 - Lajes, ES Santiago; 19:00 - Lajes; 19:00 - Matriz Sta. Cruz (3); 20:00 - Matriz Sta. Cruz (4)) (1) Missas com coroação; (2) Missas sem coroação; (3) De outubro a junho; (4) De julho a setembro

n

TAXIS

ANGRA DO HEROÍSMO Ladeira de São Francisco 295 212 004 / 295 212 005 Alto das Covas 295 213 088 / 295 212 404

PRAIA DA VITÓRIA

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

UZOHMS CONCERTO RAM Hora: 22:00 Local: Praia da Riviera

Fonte: Sites da CMAH e CMPV

SÁBADOS

QUINTA (25/07)

V ROCKFEST

n 26 JUL Caminho da Vila Porto Judeu Tourada não tradicional Herd. Ezequiel Rodrigues 18h30

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

Praça Francisco Ornelas da Câmara 295 512 092 / 295 512 654 Posto Um: 295 512 151 n

DOMINGO (28/07)

SEGUNDA (29/07)

TERÇA (30/07)

QUARTA (31/07)

V ROCKFEST

FUN2DJ Hora: 20:00 Local: Praia da Riviera

QUINTA (01/08)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TOM HAMILTON TRIO Hora: 22:00 Local: Praia da Riviera

BISCOITOS

TERÇA-FEIRA (23/07) TEATRO O PAÍS QUE CABIA NA ILHA: INTRIGAS DE ANGRA EM TEMPO DE AFONSO VI Hora: 21:30 Local: Museu de Angra do Heroísmo

QUARTA-FEIRA (24/07) CINEMA ZAMBÉZIA (VERSÃO PORTUGUESA) Hora: 22:00 Local: Jardim Duque da Terceira

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

VILA NOVA Farmácia Andrade

QUARTA-FEIRA (31/07) CINEMA A ABELHA MAIA: O FILME (VERSÃO PORTUGUESA) Hora: 22:00 Local: Jardim Duque da Terceira

n

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00 Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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