Jornal da Praia | 0546 | 07.06.2019

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QUINZENA

07 A 20.06.2019 Nº: 546 | Ano: XXXVII | 2019.06.07 | € 1,00

Diretor: Sebastião Lima Diretor Adjunto: Luís Moniz

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

www.jornaldapraia.com

CIDADE, VISTA DE

SANTA CRUZ TERRITÓRIO | P. 5

EXPOSIÇÃO

“SOU ÚNICO” SOCIEDADE | P. 7

FUTSAL: JUNIORES A

CASA DA RIBEIRA FAZ ÉPOCA D’OURO Foto: FS/JP

CAMPEONATO INESQUECÍVEL LUÍS VASCO CUNHA

DESTAQUE | P. 8 E 9 PUB

DESPORTO | P. 10

BOM APETITE OU BOM PROVEITO? Por: João Ornelas Rego OPINIÃO | P. 10


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CANTO DO TEREZINHA / CONTO | JP

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SERÁ? Não se sabe ao certo, mas parece (isto é só um ‘parece’) que no seio do PAN se está a gerar uma forte discussão à volta de uma prática no âmbito do ritual do culto ao Divino. A coisa está a aquecer porque o núcleo duro do partido, conhecido entre nós pela sua sanha anti touradas, quer aplicar a sua ideologia em defesa do Bezerro.

As poucas pessoas que ouviram falar desta ideia panista recordaram o que se passou no século passado quando o prelado da diocese se intrometeu no culto popular de tanta tradição e que levou um homem sábio da nossa Praia de Santa Cruz a afirmar: a nossa religião é tanto forte, tanto

forte, que nem o bispo consegue acabar com o Espírito Santo. Começa a surgir um certo temor perante a possibilidade de um partido político conseguir, agora, o que um bispo não conseguiu então. Será que a nossa religião já não é tanto forte? n

UMA RETICÊNCIA... O correspondente do Canto do Terezinha em Lisboa esteve presente no evento noticiado na página 7 da edição nº 544, de 10 de maio de 2019. E, apesar de Manuel Lamas Furtado de Mendonça se encontrar muito atarefado a conceder autógrafos, conseguiu o nosso correspomdente chegar à fala, ainda que muito brevemene,

com o autor da monumental obra naquela livraria então apresentada. Para tal, a oportunidade surgiu após a compra dum exemplar da obra e a solicitação do autógrafo do festejado autor. Tendo-lhe sido recordada a sua permanência na Terceira como Diretor Regional dos

Assuntos Culturais e os amigos por aqui então deixados, Manuel F. Mendonça esboçou um sorriso e disse que procurava ser amigo de todos mas... Quem estará referido nesta reticência misteriosa?

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CONTO DO MARQUÊS DE NADA E DE COISA NENHUMA

O ILUSTRE PARRECAS

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sol ainda não adormecera quando o Albuquerque chegara a casa do Ramires. Já estava presente quase todo o grupo. Estudantes de todas as faculdades trocavam diferentes pontos de vista em nome da cultura e da sabedoria. Um aluno de pintura conversava sobre Alexandre Dumas com uma aluna de filosofia. Outros comentavam a situação cultural decadente do país. Todos mostravam um pouco da sua área: uns apresentavam ideias e pensamentos, outros projetos e ambições. Falava-se até em fundar um jornal. O Ramires também fizera o seu papel, comprara jornais nacionais e internacionais, fizera gin tónicos, decorara as paredes com Vermeer e Velázquez e expôs a sua grande biblioteca. Num pequeno apartamento, circulavam grandes ideias. Surgiria uma nova corrente daquela gente? – Oh! Se não é o nosso Rafael de Albuquerque! O nosso escultor! Folgo em saber que estás presente. Vai mostrando e explicando os teus rabiscos ao grupo. Não tarda chega o novo membro de medicina. – dissera o Ramires, todo empolgado, no seu melhor fato de tweed. – Excelente, meu caro Ramires. Mereces os meus parabéns. O sarau está incrível! Uma verdadeira tertúlia! – respondera.

Parte: XI (Continuação da edição anterior)

– Obrigado, obrigado. Já falo contigo, Albuquerque. Vou ali cumprimentar os estudantes de Letras e já volto. Aproveita a noite! De facto, aquele encontro estava delicioso. Sentia-se um aroma a fado e uma melodia a pintura barroca. Carlos do Carmo cantava aos estudantes, enquanto um fumo de tabaco enevoava a sala. Rafael de Albuquerque bebericava melancolicamente no seu gin tónico, sentado de perna traçada numa poltrona de veludo verde. O seu bigode de ares modernistas despertava as atenções, atraindo rapidamente uma multidão sedenta de arte. Explicava poeticamente a sua paixão pelos capitéis jónicos das colunas. Analisava os corpos contorcidos da escultura “O Rapto da Sabina” de Giovanni da Bologna. Escarnecia da Igreja como Voltaire há tempos fizera. Apontava o dedo à sociedade, como a estátua de César Augusto. – Enquanto um pai optar por levar um filho a um jogo do Benfica ao invés de o levar a uma exposição de Amadeo de Souza Cardoso, o desejo de Camões não se concretizará. – desabafava o Albuquerque. Estes comentários eram blasfémias na sua terra. Doidices de um jovem. Ali, naquele apartamento, eram encarados como fortes possibilidades. – Meus amigos! Apresento-vos o ilus-

tre Parrecas! Dedicado estudante de medicina e ferozmente inteligente! – interrompia o Ramires. Estava maravilhado com a presença do jovem na sua festa de cultos. – Sabias que ele é da mesma ilha que a tua, Albuquerque? Não se conhecem? Não? Já te falei dos grandes feitos do Parrecas, meu caro Rafael. Quanto ao Parrecas, penso que não tenha ouvido falar do Albuquerque. Pois bem, é um artista fantástico! Será o melhor escultor português! E veste-se muitíssimo bem, já agora. – Creio que já nos tenhamos encontrado. É mesmo estudante de artes? Pensei que esses cursos fossem mitos urbanos. O país não precisa desses profissionais para nada. São completamente inúteis. Já pensou em seguir um verdadeiro curso, meu caro Albuquerque? – atirava o génio do Parrecas. – Vejo que tem uma mente muito confusa. A precisão das ciências que estuda devem estar a atrofiar-lhe a cabeça – respondera, muito divertido com a situação. A pequena multidão de estudantes cercava, agora, os dois intelectuais. Rafael de Albuquerque falava com uma presunção encantadora. O genial Parrecas falava agitado e desconcertado. Vinha com um fato que lhe assentava mal. Não tinha postura, não tinha a atitude de um eloquente. O seu rosto estava chocado. Nunca antes tinha sido verdadeiramente con-

frontado pela verdadeira cultura. – Como ousa? O que estudo é extremamente necessário para o desenvolvimento do país! A minha causa é nobre! A sua é perfeitamente inútil! – Citando Camões: “Porque quem não sabe arte, não na estima.” Tenho dito. – Nunca precisámos de artistas! Porque o povo português é bravo de natureza! “Que eu canto o peito ilustre Lusitano” – dizia, orgulhosamente, o Parrecas. – Penso que não entendeste Os Lusíadas na sua totalidade. Deves ter saltado algumas partes, meu caro. – escarnecia Albuquerque - “Dá a terra Lusitana Cipiões, / Césares, Alexandros, e dá Augustos; / Mas não lhe dá, contudo, aqueles dões / Cuja falta os faz duros e robustos. / Octávio, entre as maiores opressões, / Compunha versos doutos e venustos.” Isto é, somos uns ignorantes sem arte. Uns brutos, uns saloios, tal como Vossa Excelência. Analise o Canto V com mais atenção, meu caro. – Seu insolente! Basta! Recuso-me a ser insultado por um artista de terceira categoria! – berrara o Parrecas. Retirou-se grosseira e rapidamente. Atirou o gin tónico e abandonou o apartamento. (Continua na próxima edição) n

JP | FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Luís Moniz (diretor.adjunto@jornaldapraia.com) ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz ANTIGO DIRETOR ADJUNTO: Francisco Ferreira CHEFE DE REDAÇÃO: Francisco Soares, CO-523A REDAÇÃO: Carla Félix; Rui Marques COORDENADORA “MARÉ DE POESIA”: Carla Félix REPÓRTER DE IMAGEM: Rui Sousa EDITOR: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (editor@jornaldapraia.com; noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com); JP - ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; Silveira de Brito; José Ventura; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Nuno Silveira DIFUSÃO INFORMATIVA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO

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PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO ATIVO

XIII TORNEIO DE SUECA SÉNIOR

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nserido nas atividades desenvolvidas pela Câmara Municipal da Praia da Vitória através da Cooperativa Praia Cultural, a fim de reforçar o bem-estar e os momentos de convívio social dos idosos do concelho, realizou-se na tarde do passado dia 21 de maio, na sede do Sport Clube Vilanovense, a XIII edição do Torneio de Sueca Sénior. A dupla João Santos e Manuel Lima, do Centro de Convívio da Vila

Nova, foram os grandes vencedores. Em segundo lugar ficaram Lourenço Leal e Hélio Pereira, do Centro de Convívio das Fontinhas. O terceiro lugar pertenceu a Jorge Lemos e Rosa Lourenço, provenientes também do Centro de Convívio da Vila Nova. Manuel Ferreira e Noé Pereira, representantes do Centro de Convívio das Fontinhas, ocuparam o quarto lugar. Aos quatro primeiros classificados foram atribuídos troféus, tendo sido entregues certificados de participa-

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Foto: GP-MPV

ção a todos os restantes envolvidos. Esta ação que visa contribuir para melhorar a qualidade de vida dos seniores, promovendo um envelhecimento bem-sucedido, através da manutenção da sua participação ativa na sociedade e a integração social, foi organizada pelo Departa-

mento de Ação Social da Cooperativa Praia Cultural, e contou com a participação de oitenta idosos de todo o concelho. O torneio contou com o apoio do Sport Clube Vilanovense e da Casa de Benfica da Ilha Terceira.

GP-MPV/JP n

V GALA DO JD LAJENSE

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ecorreu na noite de domingo, 19 de maio, no Auditório do Ramo Grande (ARG), na cidade da Praia da Vitória, a V Gala do Juventude Desportiva Lajense (JDL), evento comemorativo da passagem do 61.º aniversário daquela coletividade da vila das Lajes. Na cerimónia foram premiados os atletas do clube que mais se destacaram ao longo da época, nas mais diversas modalidades. O JDL pratica atualmente três modalidades: Futebol; Dança Desportiva e Ciclismo. No futebol, no escalão sénior masculinos, os “amarelos” das Lajes, disputaram na época finda o Campeonato da Ilha Terceira, tendo-se classificado na 3.ª posição com 24 pontos, fruto de 8 vitórias e 8 derrotas. Marcaram 31 golos e viram as suas redes violadas por 22 vezes.

O clube assume grande pujança ao nível do futebol de formação, com a realização anual, do “Ramo Grande Azores Cup”, torneio que coloca o concelho da Praia da Vitória, por ocasião da Páscoa, ao mais alto nível do desporto de formação nos Açores e no país, fazendo do clube um exemplo a seguir. Ainda no futebol, para além da formação e do escalão sénior, o clube também tem uma equipa de veteranos. Em fevereiro passado, a Academia de Dança do clube, participou pela primeira vez na sua história no Campeonato Nacional de Dança Desportiva, tendo arrecadado duas honrosas medalhas de Bronze. A V Gala do JDL encheu por completo o ARG, num espetáculo cheio de ritmo e tingido de amarelo. JP n

EDUCAÇÃO PARA O FUTURO

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o âmbito da iniciativa municipal “Agenda para a Educação do Futuro”, o Conselho Local de Educação, reuniu a 15 de maio, na Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira, a fim de analisar as perspetivas relativamente às diferentes valências e respostas na área da Educação no concelho praiense. Nesta reunião estiveram presentes diversos representantes das escolas do concelho Praia da Vitória. Na sequência deste encontro, o Executivo Municipal iniciou a 17 de

maio, um conjunto de visitas aos estabelecimentos de ensino, pretendendo averiguar junto dos representantes escolares os desafios pertinentes nas mais diversas temáticas alusivas à Educação. Terminadas as visitas, o executivo camarário conta apresentar no dia das comemorações do “Dia da Cidade” (20 de junho) as principais conclusões do périplo bem como as linhas de ação a adotar no quadro das suas competências autárquicas.

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EFEMÉRIDE | JP

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MATEUS ÁLVARES – O FALSO D. SEBASTIÃO HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRA

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á exatos 434 anos, a 13 de junho de 1585, Mateus Álvares, o falso D. Sebastião, subia ao patíbulo (cadafalso) e morria a mando das tropas de D. Filipe II. Mateus Álvares nasceu na Praia da Vitória e era filho de um pedreiro. Ingressou na vida religiosa, indo posteriormente para o Continente, primeiro em Óbidos e depois no Convento de Santa Cruz, em Sintra. Contudo, Mateus Álvares não se ambientou à vida conventual, fugindo e refugiando-se em uma gruta em S. Julião, cerca de 3kms a sul da Ericeira. Ganhou o epíteto do Ermitão. Nesta época da nossa História, Portugal vivia um momento muito conturbado. D. Sebastião tinha “desaparecido” em Alcácer Quibir, sucedendo-lhe o seu parente mais próximo, neste caso, o tio-avô Cardeal D. Henrique, já idoso, que morreu, em 1580, sem herdeiros diretos, abrindo, assim, uma crise de sucessão. Havia 3 principais herdeiros, D. Catarina de Bragança, D. Filipe II de Espanha e D. António, Prior do Crato. Este último foi aclamado Rei em Santarém, contra a vontade da Alta Nobreza, apoiante de D. Filipe II. O Rei espanhol acabou por enviar o seu exército, que mais bem preparado venceu os apoiantes de D. António. O Prior do Crato acabou por refugiar-se na Terceira, o único ponto do país que ficou do seu lado. D. Violante do Canto, que herdara uma grande fortuna em 1577, apoiou a causa de D. António, sustentando as tropas anglo-francesas estacionadas na ilha. D. António desembarcou em São Sebastião em dia de Sant’Ana, onde era esperado, depois da derrota contra a armada do marquês de Santa Cruz, ao largo de Vila Franca. Foi recebido com arcos triunfais e uma

ponte de cedro. Depois passou a Angra, recebendo um discurso de receção cheio de portugalidade por Frei António de Merens, onde foi aclamado Pela Graça de Deus, António I, Rei de Portugal e dos Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. O Prior do Crato foi morar nos palácios onde vivia o Conde Manuel da Silva, um homem de sua confiança, nomeado novo corregedor dos Açores, substituindo Ciprião de Figueiredo, por estarem suficientemente mobilados os edifícios. A Terceira passou a ser, então, alvo das atenções espanholas. A pressão espanhola e o desembarque da Baía das Mós, com a sua vitória, um ano depois da chegada de D. António, entre os dias 26 e 27 de julho de 1583, o afastamento de D. Violante do Canto, principal financiadora do Prior do Crato (e o seu exílio para Madrid a mando de D. Filipe II) e o afastamento dos apoios estrangeiros, com as consecutivas vitórias espanholas, obrigaram o pretendente ao trono português a partir da Terceira e de Portugal. Os seus objetivos lograram. Nos anos seguintes, vai tentar conquistar Portugal, mas sem resultados, uns por motivos circunstanciais, outros pela força militar das tropas filipinas e ainda alguns apenas pela importância de D. Filipe II para a Cristandade. Foi neste contexto, de domínio espanhol, que os portugueses fizeram nascer a lenda que “ num dia de nevoeiro apareceria D. Sebastião na Ericeira”. Era a forma de manter viva a esperança pela independência. Assim, surgiram alguns falsos D. Sebastiões. Mateus Álvares era considerado um homem bonito e alourado e como apareceu na altura do desastre de Alcácer Quibir, passou a ser visto pelo povo como o regressado D. Sebastião. A população afirmava que D. Sebastião tinha envelhecido com as privações que tinha passado na batalha e por ter-se enclausurado na gruta. Assim, de palavra em palavra, Mateus Álvares virou D. Sebas-

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tião, sobretudo após ser interrogado sobre a veracidade da história e de nunca ter negado que era o Rei português. Nascia, assim, a lenda do Rei da Ericeira. Em pouco tempo, espalhou-se a notícia da chegada do Rei para reclamar o seu trono. Um lavrador da Ericeira, que tinha uma filha, Ana Susana, ofereceu-se para ajudar Mateus Álvares, com a condição deste se casar com a sua filha e torná-la rainha de Portugal. Assim, poucos dias depois, Ana Susana casou com o “Rei” e foi aclamada rainha com a coroa da Nossa Senhora.

da Forca”, que ainda hoje existe na Ericeira. D. Filipe II acabou por dar carta geral de perdão aos “rústicos do concelho de Sintra”. Terminava, assim, a história de Mateus Álvares, o terceirense que foi Rei de Portugal. A aventura do Rei da Ericeira foi rápida, mas deixou marcas nas populações locais em redor de Sintra. Foi o D. Sebastião que mais apoiantes obteve e o que melhor soube dinamizar o povo. Com o seu grito de esperança, deu novo ânimo ao espírito nacionalista.

Com o surgimento de Mateus Álvares foram organizados vários grupos nos arredores de Lisboa para entrarem na cidade e derrubarem o governo filipino. Contudo, alguém avisou o Rei espanhol, que mandou um exército entrar na Ericeira. O terceirense Mateus Álvares foi preso a 12 de junho, sujeito a tortura, confessou que aproveitara a semelhança com o Rei desaparecido para levantar o espírito nacional contra o jugo espanhol. Mateus Álvares foi, então, levado à presença do rei, que mandou cortarem-lhe a mão direita pela qual assinara alvarás reais, que foi posteriormente, pendurada numa porta para que todas a vissem e ficassem a saber o que lhes podia acontecer caso se revoltassem contra D. Filipe II. Mateus foi levado para o cadafalso e, pronto para morrer, gritou bem alto que “estais livres, portugueses! Olhai bem para mim, não sou D. Sebastião, mas sou um homem bom, um bom português que vos libertou do jugo castelhano. Agora sois livres, escolhei e proclamai rei quem quiserdes!”. Foi enforcado a 13 de junho de 1585, com ele morreram o seu sogro e a maior parte dos homens de sua confiança no “Alto

O terceirense Mateus Álvares foi um fervoroso nacionalista que defendeu, até ao último momento, a independência de Portugal, combatendo contra o exército espanhol. Falta, atualmente, mais terceirenses “com fibra”, que defendam o melhor para a Região e para a Ilha e que não desistam do objetivo maior, salvar a Terceira da crise. Também precisamos de “homens bons”, que façam crescer a açorianidade.

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JP | TERRITÓRIO

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PRAIA DA VITÓRIA

ÁREA GEOGRÁFICA DA CIDADE O porto oceânico localiza-se na cidade da Praia da Vitória ou na freguesia do Cabo da Praia?

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ão muitos os praienses que confundem a área geográfica da cidade da Praia da Vitória com os limites fronteiriços da freguesia de Santa Cruz, mas, em boa verdade, nem toda a freguesia é cidade e esta até compreende parte de freguesias vizinhas. Quando popularmente se designa como porto da Praia da Vitória à infraestrutura portuária existente a sul da baía, contrariamente ao que muitos eventualmente possam pensar, não se comete qualquer imprecisão geográfica, pois, de facto, o mesmo está localizado na área geográfica correspondente à cidade da Praia da Vitória. A imagem à direita consta do Jornal Oficial número 24, I Série, de 7 de julho de 1981, onde se publicava o Decreto Regional n.º 7/81/A, de 20 de junho, que eleva à categoria de cidade a então vila da Praia da Vitória. Nesse mesmo decreto, o artigo 2.º, descreve exaustivamente as áreas e respetivos limites da recém-criada cidade, ilustrando a descrição com um mapa onde se traça a negro carregado as suas fronteiras para melhor compreensão de toda a sua área. Da observação da imagem é fácil perceber que o território citadino não engloba toda a freguesia de Santa Cruz e incorpora parte das freguesias das Fontinhas, do Cabo da Praia e da entretanto criada freguesia do Porto Martins. Conclui-se, pois, que

a área geográfica da cidade da Praia da Vitória é menor do que a da freguesia de Santa Cruz, pese embora, englobe parte de freguesias confinantes. Dessa configuração resultam algumas curiosidades: A Santa no miradouro do Facho, localizando-se na freguesia de Santa Cruz está fora do perímetro citadino, assim como toda a Serra do Facho, Amoreiras, Santa Rita, Posto 1 e a igreja de Santa Luzia; Para quem desce a estrada 25 de Abril em direção à rotunda do Bairro Nossa Senhora de Fátima, as moradias à esquerda localizam-se na cidade da Praia da Vitória, já as da direita, apenas na freguesia de Santa Cruz; Quem caminhando no Caminho Joaquim Alves em direção às Fontinhas, virar à esquerda para o Vale Farto, atravessa a freguesia das Fontinhas, mas continua a circular na cidade da Praia da Vitória; Parte da Casa da Ribeira e do Belo Jardim estão na malha urbana da Praia da Vitória, mas a Canada dos Pastos e os Álamos dos Bravos estão fora dela; O porto oceânico tendo uma das suas entradas pela freguesia do Cabo da Praia está efetivamente implementado na área geográfica da

cidade da Praia da Vitória;

tadina;

A igreja do Cabo da Praia, à direita, para quem segue pela estrada de Santa Catarina em direção ao Caminho do Meio, encontra-se fora da área territorial da cidade, já à esquerda, o império, a casa do povo e a zona Industrial integram a zona ci-

Concluindo, é correto afirmar: a Santa do Facho de Santa Cruz; o porto comercial da Praia da Vitória; o império do Cabo da Praia na cidade da Praia da Vitória; a zona industrial da Praia da Vitória.

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AGRADECIMENTO A família de Francisco Andrade de Medeiros vem por este meio agradecer a todos quantos nos acompanharam neste momento difícil do seu falecimento.

O “cabo-de-mar Xatinha” foi e será sempre motivo de grande orgulho para todos nós e é reconfortante perceber o quanto era estimado por todos.

A todos o nosso Obrigado


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SAÚDE | JP

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elaxe e tenha calma porque isto de relaxar, por um lado leva algum tempo, e por outro é sempre possível lá chegar utilizando diferentes méAurélio Pamplona todos, por si pró(a.pamplona@sapo.pt) prio ou com a ajuda de um profissional. E não é preciso ir à Madeira, ou a outro local, para relaxar, tanto mais que o recarregar de energias não se pode limitar às férias, antes deve ser feito todos os dias, com propósito, a melhor garantia de conseguir controlo da vida e equilíbrio entre o corpo e o espírito. Convém ter presente também que os problemas de saúde contemporâneos mais prementes estão relacionados com os tensores da sociedade moderna. E que, com o relaxamento, pode-se pensar com maior clareza, avaliar melhor as situações e mais facilmente encontrar soluções para os problemas. Embora quando nos movemos através dos grupos musculares do corpo nos tornamos proficientes no reconhecimento da tensão, e no seu alívio, vale a pena sublinhar que podem ocorrer dificuldades. Ou seja, à semelhança do que sucede com a aspirina que por vezes é usada indiscriminadamente, devido à noção ingénua que é boa para tudo, e para todos, esquece-se de assumir que qualquer técnica que possua tais benefícios potenciais contém também potenciais prejuízos. Isto a verificar-se deve-se à circunstância de o treino de relaxação, bem como os procedimentos relacionados também poderem aumentar a ansiedade, alterar as PUB

Relaxe necessidades de insulina, e a instabilidade diabética, gerar a hipotensão nos idosos e mergulhar a pessoa em pensamentos e impulsos intrusivos (Belar, Deardorff, & Kelly, 1987). Quando se está com dor, preocupação, ou até stress, o melhor que podemos fazer é analizar o que se passa. Naturalmente que os outros podem prestar ajuda. No entanto, e como refere Grippo (2013), ninguém poderá dizer como, quando, onde ou durante quanto tempo é que se vai precisar de nutrir esses sentimento.

-se-ia. Justifica-se assim que se realce alguns pontos que a literatura sobre o relaxamento recomenda: (a) o relaxamento é uma aprendizagem de aptidão, à semelhança do dirigir um carro, ou aprender a praticar um novo desporto; (b) é frequente aparecerem sentimentos não habituais como entorpecimentos nos dedos, e sensações de flutuação, pelo que não convém alimentar-se o medo ou preocupação; (c) realça-se a importância de adoptar a ideia de ir com

laxamento ganhamos consciência do controlo que temos sobre o corpo, emoções e tensões. E o soltar a tensão facilita a capacidade de pensar, e de ser mais capaz de atender às actividades que são importantes para a pessoa. Ou seja, ganha-se consciência do controlo sobre o corpo, e sobre sentimentos e tensões. Porquê? Porque a tensão muscular está estreitamente associada ao estado de espírito (Payne & Donagly, 2003). Os músculos que podem estar tensos sem qualquer necessidade, refletem essa tensão na mente. E ao eliminar essa tensão a pessoa naturalmente sentir-se-á mentalmente muito mais calma. Entretanto, na prática dos exercícios corporais de relaxação, sugerem-se: a visualização, como por exemplo imaginar que está agradavelmente deitado na praia, sentido o calor apetecido do sol, ou que se dá um passeio por um jardim, parque ou campo, e se presta atenção ao que se vê, nomeadamente plantas, árvores, flores, céu e nuvens. Mas também se pode proceder á análise dos pensamentos espontâneos que apareçam, e à sua substituição por pensamentos alternativos agradáveis, menos causadores de stress. Referências:

Na realidade o que precisamos é de digerir os problemas à nossa maneira, e ao nosso próprio ritmo, não obstante, como refere o mesmo autor: (1) «o movimento ajuda, sobretudo, quando estamos tensos ou preocupados»; (2) «o exercício eleva a moral e liberta a tensão»; (3) «uma actividade tão simples como a caminhada tem um forte poder curativo»; mas igualmente o relaxamento, acrescentar-

o processo, i. e., de deixar as coisas acontecerem; (d) convém também que o participante não perca a cabeça, com o receio de lhe faltar o controlo; (e) a pessoa pode mover-se na cadeira a seu gosto, adoptando a posição de sentado, recostado ou até deitado, conforme se sentir mais confortável. Ao deixamos ir os músculos no re-

Belar, C. D., Deardorff, W. W. & Kelly, K. E. (1987). The practice of clinical health psychology. New York: Pergamon Press. Grippo, D. (2013). Uma ajuda para corações perturbados. Lisboa: Paulinas editoras. Payne, R. A. & Donagly, M. (2003). Técnicas de relaxamento: Um guia prático para profissionais de saúde. Loures: LUSOCIÊNCIA – Edições Técnicas e Científicas,LDA. Foto: L. Pamplona n


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NA AJAIT, EXPOSIÇÃO

“SOU ÚNICO” UNE DIVERSIDADE Mostra serviu para alertar para as especificidades do autismo e apelar a uma sociedade mais inclusiva.

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o âmbito do Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, que ocorre anualmente, a 02 de abril, desde que, a 18 de dezembro de 2007, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), esteve patente, na Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira (AJAIT), de 13 de maio a 06 de junho, a exposição fotográfica “Sou Único”. A mostra que contou com o apoio do Município da Praia da Vitória, insere-se numa iniciativa de consciencialização do autismo, e destinou-se a alertar para a importância das especificidades das pessoas com autismo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A exibição assentou na caraterização e registo fotográfico de seis jovens, tendo por base as áreas de interesse de cada um. Na cerimónia de inauguração, que ocorreu no passado dia 13 de maio, Tibério Dinis, presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, afirmou que “o momento que hoje se assinala é especial e único, pois uma sociedade assente na diversidade é, sem dúvida, uma sociedade mais rica. A exposição “Sou único” salienta as especificidades e capacidades de cada um destes jovens, até porque a beleza de tudo é podermos contribuir, precisamente pelas nossas diferenças, para uma sociedade mais igualitária”. PUB

Foto: GP-MPV

“Enriquecer a comunidade, através da integração pela diferença é precisamente o nosso objetivo. Estas são pessoas igualmente capazes e válidas, no contributo e partilha de experiências, para a evolução da sociedade. Trabalhar em prol da igualdade de oportunidades profissionais, salvaguardando as especificidades de cada ser humano é uma função que pertence a todos nós”, acrescentou.

O edil praiense agradeceu também o empenho e dedicação de todas as pessoas que apoiaram esta iniciativa, nomeadamente os empresários, as pessoas responsáveis pela caraterização e registo fotográfico dos jovens, assim como familiares e responsáveis escolares. “A prova da envolvência da sociedade neste projeto é estarem aqui reunidos empresários locais, políticos, famílias, fotógrafos, artistas e representantes de estabelecimen-

tos de ensino em prol de uma maior consciencialização da comunidade, indicando que estamos num bom caminho. O meu muito obrigado pelo trabalho desenvolvido”, disse. A exposição “Sou único”, cujo registo fotográfico é de Ricardo Caetano, esteve patente até ao passado dia 02 de junho, na AJAIT e foi possível visitá-la das 09:00 às 17:00. O Autismo é um distúrbio neurobiológico complexo que afeta o paciente geralmente ao longo de toda a vida. Este transtorno, apresenta-se como a mais séria e célere incapacidade de desenvolvimento em todo o mundo. Estima-se que 67 milhões de pessoas em todo o planeta sejam afetadas pelo Autismo, e em vários países, esta doença é mais comum que o cancro, o HIV e a diabetes. Em Portugal, a FPDA – Federação Portuguesa de Autismo, dedica-se à defesa dos direitos das pessoas com perturbações do espetro do autismo e das pessoas com elas significativamente envolvidas. Foi fundada em 2003, mas só iniciou as suas atividades em janeiro de 2004. Tem âmbito nacional e substitui a organização nacional APPDA, Associação Portuguesa para a Proteção aos Deficientes Autistas (anteriormente denominada Associação Portuguesa para a Proteção às Crianças Autistas), fundada em 1971, membro da Associação Internacional Autisme-Europe desde 1988.

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DESTAQUE | JP

2019.06.07

LUÍS VASCO CUNHA, SENTE-SE ORGULOSO POR

“MAIS UMA VEZ, ESTARMOS REPRE Campeonato Nacional de Trauma e Desencarceramento decorreu pela primeira vez nos Açores. Por todos considerado um sucesso, agora, os olhos estão postos no mundial.

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Praia da Vitória acolheu de 17 a 19 de maio, o VII Campeonato Nacional de Salvamento e Desencarceramento e VI Campeonato Nacional de Trauma, com a participação de 25 equipas envolvendo mais de três centenas de bombeiros de todo o país. O certame que pela primeira vez se realizou nos Açores, foi organizado pela Associação Nacional de Salvamento e Desencarceramento (ANSD), representante da World Rescue Organization em Portugal, em parceria com a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória (AHBVPV), contando com o apoio do Governo dos Açores através do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, do Município da Praia da Vitória e de várias entidades e empresas locais. Por três dias a capital do Ramo Grande foi o epicentro do socorro em Portugal, um orgulho, não só para o concelho e ilha, mas também para toda a Região Autónoma dos Açores. No rescaldo do evento, Jornal da Praia esteve à conversa com Luís Vasco Cunha, presidente da Direção da AHBVPV, que muito naturalmente revela-se satisfeito pelo sucesso alcançado, por todos reconhecido, como lança as sementes de uma nova ambição, porque “o sonho comanda a vida”, e acrescentamos nós, socorrendo-nos da canção, “e sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança”.

Jornal da Praia (JP) – Aquando da Sessão de Abertura, afirmou que a realização deste Campeonato Nacional aqui na Praia da Vitória era a materialização de um sonho. Quais os obstáculos que foram necessários vencer para a sua concretização e, no seu entender, o que levou a Associação Nacional de Salvamento e Desencarceramento (ANSD) a alinhar neste sonho? Luís Vasco Cunha (LVC) – Não tivemos de ultrapassar obstáculos, uma vez que a dedicação e o empenho de todos os envolvidos na organização deste evento foi inexcedível. Todos os Bombeiros desta Associação, o Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, a Vereadora com o pelouro da Proteção Civil e todo o seu pessoal, assim como um grande número de entidades diversas, todos se esforçaram para que se atingisse o sucesso. A ANSD é parceira do sonho, desde a primeira hora, pela prestação que tivemos em 2017, na organização do Regional, e também pela forte ligação pessoal e institucional que mantemos. JP – Após estes três dias de competições, onde a Praia da Vitória esteve no foco do socorro, salvamento e desencarceramento em Portugal, em termos gerais, que avaliação faz da forma como decorreu o evento? LVC – O Presidente da ANSD disse, no jantar de encerramento, que este Campeonato é inesquecível. Não me parece que se possa fazer melhor descrição. O público aderiu, contan-

Foto: RS/JP

LUÍS VASCO CUNHA: novo executivo camarário olha para os

bombeiros de forma “completamente diferente do passado”. do com várias escolas, o espaço do evento esteve sempre movimentado e num clima de confraternização, entre as equipas, merecedor de realce. É verdade que corremos o risco de sermos juízes em causa própria, mas não hesitamos em dizer que foi excelente a todos os níveis, da abertura ao encerramento. JP – Na vertente de Trauma a prova foi dominada pelas equipas dos Açores, com as dos bombeiros da Praia a sagrarem-se vice-campeões e campeões nacionais. Que comentário lhe oferece esta factualidade e

quais as perspetivas para o Campeonato do Mundo a decorrer no mês de setembro em França? LVC – O comentário que podemos fazer, face aos resultados alcançados pelas nossas duas equipas em prova, é de profundo agradecimento para o esforço e dedicação que puseram nos imensos treinos que tiveram ao longo de meses e também de indisfarçável orgulho por, mais uma vez, estarmos representados ao mais alto nível mundial. As perspetivas são sempre as mesmas, neste tipo de competições, fazer o melhor possível, mostrarem o que sabem,

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ESENTADOS AO MAIS ALTO NÍVEL” aprenderem com as outras equipas e criarem laços com outros participantes. O momento em que soubemos que estávamos selecionados para representar Portugal no Mundial, é por si só um momento de vitória. Evidentemente que depois de termos obtido um 4º, um 1º e um 2º lugar, nos campeonatos anteriores, vamos com a esperança de que podemos obter boas classificações, mas sempre com a certeza de que isso é uma incógnita e que num campeonato deste nível a classificação diferencia-se com base em pequeníssimos detalhes. JP – Esta é uma competição com cenários simulados, mas na verdade, o que aqui se faz corresponde a um trabalho de aprendizagem e aperfeiçoamento para o dia-a-dia das corporações de bombeiros. Entende que as entidades oficiais e a população em geral reconhecem e dão o devido valor ao papel dos bombeiros enquanto agentes essenciais de proteção civil? LVC – A população acarinha os seus Bombeiros e acompanha o esforço diário que estas mulheres e homens fazem para salvaguardar os bens de todos, incluindo a saúde, que é o bem mais precioso de todos. Da parte da Câmara Municipal, desde que este executivo tomou posse que os Bombeiros passaram a ser olhados de uma forma completamente diferente do passado, com efeitos práticos que se notam diariamente, e, sobretudo com uma vontade constante de, progressivamente, ir fazendo mais e melhor. No Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, existe um Vice-presidente que conhece os Bombeiros e que é secundado por uma equipa, com especial destaque para os seus Inspetores, que está sempre disponível para ajudar. O Secretário Regional da Saúde, que tutela o SRPCBA, tem sido incansável para os Bombeiros.

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COMPETIR PARA SALVAR

enericamente designado Campeonato Nacional de Trauma e Desencarceramento, o evento reuniu na ilha Terceira, cidade da Praia da Vitória, duas competições distintas: VII Campeonato Nacional de Salvamento e Desencarceramento e VI Campeonato Nacional de Trauma. Por estes dias (17 a 19 de maio) estiveram na Praia da Vitória mais de três centenas de bombeiros oriundos dos mais diversos pontos do país, que competindo por uma qualificação para o mundial de França, no próximo mês de setembro, demonstraram o resultado de muitas horas, ao longo de vários meses, do seu esforço e dedicação nos treinos, para na hora “H” socorrerem de forma rápida e eficaz todos aqueles que deles precisam, salvando-os a vida. No VII Campeonato Nacional de Salvamento e Desencarceramento participaram um total de 9 equipas, não havendo qualquer equipa representante de corporações de bombeiros dos Açores. No final dos três dias de prova, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa classificou-se em 1.º lugar, sagrando-se Campeão Nacional. A 2.ª posição (vice-campeão) foi ocupada pelo Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto. Remata os qualificados para o mundial, a formação dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Eis a classificação final: 1° RSB Lisboa 2° BSB Porto 3° BV Cacilhas 4° BV São Brás de Alportel 5° Camarate Rescue Avengers 6° BV Sul e Sueste 7° BV Algés

Foto: GaCS/MS

8° BV Minde 9° BV Mira Já no que diz respeito ao VI Campeonato Nacional de Trauma, participaram 4 equipas da Região Autónoma dos Açores, num total de 16 equipas em competição. Os bombeiros da Praia da Vitória entraram com duas equipas: “A” e “B”, às quais se juntaram, uma equipa dos bombeiros voluntários de São Roque do Pico e do Nordeste. Nesta competição, as provas são agrupadas por duas categorias: simples e complexa. Na prova simples, simula-se a existência de uma vítima e na complexa a de duas. A classificação foi dominada pelas equipas açorianas que alcançaram os 3 primeiros lugares de acesso ao mundial, com os bombeiros da Praia a sagrarem-se campeões e vice-campeões nacionais, conforme tabela classificativa abaixo:

01° Equipa “B” – BV Praia da Vitória 02° Equipa “A” – BV Praia da Vitória 03° BV São Roque do Pico 04° BV Covilhã 05° AFSS Trauma Team 06° BV Odivelas 07° Equipa “A” RSB Lisboa 08° BSB Porto 09° BV Nordeste 10° Equipa “B” BV Mira 11° BV AZAMBUJA 2 12° Team “A” BV Alcabideche 13° BV Algés 14° BV Vila Velha de Ródão 15° BV Minde 16°BV Alcoentre Os bombeiros da Praia terminam assim este Nacional a pensar no Mundial. Na ambição de voltarem a sagrar-se Campeões do Mundo e na vontade de o fazer acontecer nestas paragens, na convicta certeza, que o mais valioso de todos os troféus, são as vidas salvas. JP n


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DESPORTO / OPINIÃO | JP

2019.06.07

FUTSAL: ESCALÃO JUNIORES A

CASA DA RIBEIRA VENCE TODAS AS PROVAS

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Associação Desportiva, Recreativa e Cultural da Casa da Ribeira, conquistou, no passado dia 25 de maio, a Taça da Ilha Terceira de Futsal, no escalão de Juniores “A” masculinos, ao receber e vencer o SC Lusitânia por 21-1. No conjunto da prova, os rapazes da Casa da Ribeira disputaram 12 jogos, dos quais, lograram vencer 11 e empataram apenas 1, apontando 128 golos e sofrendo 34.

Termina assim uma época de “ouro” para estes jovens, que acumulam agora a Taça da Ilha Terceira, aos títulos já averbados, na presente temporada, de Campeões da Ilha Terceira e Campeões dos Açores. Os juniores “A” da Casa da Ribeira terminam a época sem registar qualquer derrota. Nos 28 jogos efetuados, venceram 26 e empataram 2. No conjunto, festejaram golo por 259 vezes e por 94 viram o adversário fazer o mesmo. JP n

Foto: ADRCCR

BOM APETITE OU BOM PROVEITO?

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uando o empregado de mesa nos serve o prato que escolhemos deseja-nos “Bom Apetite”. Ora, parece que não é necessário formular tal desejo uma vez que, quando nos sentamos numa mesa de restaurante, lá não estamos para outra coisa senão para satisfazer o nosso apetite, isto é, a nossa vontade de comer. Então, não será mais lógico formular um voto de “Bom Proveito”?

rio de conceder ao organismo humano um certo período de tempo para se recompor usando a sua própria capacidade de regenerar-se.

Veio-me à memória uma estória que se contava de certo sujeito que, tendo decidido casar, se apresentou, com a sua noiva no Registo Civil. Quando o oficiante, seguindo os trâmites, lhe perguntou se era da sua livre e espontânea vontade contrair matrimónio, respondeu: eh senhor, eu não vim cá para outra coisa.

À parte a situação de doença, ao ‘animal’ humano não lhe advém nenhum mal, antes pelo contrário, se se conceder períodos de tempo em que o seu organismo ponha em marcha o mecanismo de auto regulação. Na prática, trata-se de aproveitar o período de repouso (sono), durante o qual possa estar liberto da tarefa de digerir os alimentos. Isto consegue-se optando pela não ingestão de alimento nas horas prévias ao ir para a cama. Trata-se de uma prática seguida noutros tempos em que se jantava muito cedo e antes de ir para a cama se tomava apenas um... quase nada.

A falta de apetite é um dos primeiros sintomas de doença, causando justas preocupações nos pais e educadores. Resta saber se se deve de imediato proceder à sua pronta recuperação. É que há quem seja partidá

Também conhecida por “fastio”, a aversão ou repugnância pela comida é um estado do organismo adotado pelos animais quando são atacados por alguma doença. Se esta não é grave, o animal em pouco tempo recupera o apetite.

Hoje em dia, advoga-se a ingestão de alimento segundo um esquema que privilegia a refeição mais substancial logo pela manhã (que devia passar a chamar-se ‘grande almoço’), seguindo-se uma mais ligeira (um pequeno almoço, na verdade) para terminar, no fim da tarde com uma pisca de nada, só para enganar o estômago. Isto soa bem, parece lógico: é preciso fornecer a adequada energia para aguentarmos um dia de trabalho. (Aqui caberia considerar que há trabalhos que requerem muita energia e outros nem tanta). Afim de seguir estas ideias é preciso uma boa dose de disciplina para fazer as escolhas acertadas dos alimentos e saber ‘tourear’ algumas técnicas de mercado de consumo. De todas os grupos da sociedade o que melhor pode seguir estes conceitos é o dos que já estão libertos de horários de trabalho, como é fácil de entender: dispõem de tempo para procurar informação e, por ausência de atividade física e mental intensa,

não carecem de tanta energia. Um ponto muito importante a reter é o açúcar. É o verdadeiro inimigo público número um. E não o é apenas pela sua relação com a Diabetes; tem a ver sobretudo com o seu enorme potencial viciante. Experiências realizadas demonstraram que o açúcar vicia mais do que a cocaína. Daí que em muitos alimentos e bebidas ele esteja presente em quantidades exorbitantes. O açúcar pede sempre mais e mais açúcar. Portanto, fugir dele como o diabo da cruz. Outro ponto não menos importante: para enganar a sensação de fome basta beber água. É que o sensor da fome está muito próximo do da sede. Este texto não passa de um resumo dos muitos ensinamentos que têm sido divulgados através da Internet. Resta-me desejar um Inteligente Apetite e um muito Bom Proveito.

João Ornelas Rego

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JP | OPINIÃO

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O QUE SE PASSA COM O PORTO DA HORTA? ele provocados. Isso eu percebia; o que não entendia era que, ao comentarem a tragédia, acrescentavam: “pode ser que seja bom para o turismo! (no sotaque típico da Terceira)” Eu, na minha cabeça de miúdo terceirense, ficava a pensar: “o que é que os “touros” vêm para aqui fazer?” “Turismo” era termo que ainda não fazia parte do meu vocabulário.

Silveira de Brito

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isitei o Faial pela primeira vez no começo de Agosto de 1958, a bordo do “Terra Alta”, numa viagem com a Filarmónica União Praiense, da Praia da Vitória, que nesse ano foi tocar às Festas do Bom Jesus, em São Mateus, no Pico. O passeio foi organizado de modo a proporcionar também a visita às ilhas do Faial e São Jorge. Na altura o vulcão dos Capelinhos ainda estava em actividade, embora fraca; extinguiu-se em Outubro desse ano. Lembro-me perfeitamente da viagem. Depois de desembarcarmos na Horta, a Filarmónica desfilou pelas ruas da cidade e foi cumprimentar as autoridades, o Governador Civil e o Presidente da Câmara. À noite, houve baile no Amor da Pátria. No dia seguinte, fomos ver o vulcão aos Capelinhos; a actividade era pouco intensa, mas claramente observável. Dessa visita ficou-me uma memória que nunca mais esqueci. Eu via as pessoas a olhar com ar pesaroso para o vulcão e para os grandes estragos por

Foi nessa viagem que vi pela primeira vez ao vivo um porto de mar como o da Horta: uma doca, com uma marina com veleiros e outros barcos atracados; apercebi-me, então, da importância do porto para a Ilha e para os velejadores que atravessavam o Atlântico. Depois desta primeira viagem, passei várias vezes pela Horta, uma delas, também com a Filarmónica da Praia, numa segunda ida às Festas do Bom Jesus, em 1962. Dessa vez foram as lanchas Espalamaca e Monte da Guia que nos foram buscar à Praia da Vitória. A última vez que vi essas lanchas, estavam varadas, a apodrecer, no Porto da Madalena. Na última passagem pela Horta, contrariamente ao que tinha acontecido até aí, para embarcar para o Pico fui apanhar o ferry no cais Norte. Durante essa estadia, não me apercebi de nada especial; era Agosto, o tempo estava esplêndido, tudo me pareceu normal. Com o andar do tempo, contudo, foram-me chegando informações sobre as consequências das obras do novo cais e das alterações que

tinham provocado no comportamento do mar. Até que há dias, no dia 5 de Abril, na RTPAçores, no programa “Conselho de Redacção” moderado por Osvaldo Cabral (pode ver-se aqui: https://www. rtp.pt/play/p2127/e399627/Conselhoredacao), foram analisadas várias questões de interesse regional, sendo a primeira a do porto da Horta. Foi então que me apercebi da dimensão do problema, que se tornou mais evidente quanto, passados uns dias, vi no Facebook um vídeo de um veleiro lá atracado que, em movimentos bruscos, ora bate contra o cais ora se afasta dele, ora se desloca no sentido da proa ora no da ré (https:// www.facebook.com/jose.h.azevedo/videos/2229857567101587/UzpfSTEwMDAw MTg0MjU4OTI4MjoyNjQ1ODM1MDQ1NDg 3ODg5/?id=100001842589282). Da conversa entre os jornalistas, fiquei claramente com a impressão de que em muitas áreas, inclusivamente no que respeita às obras nos portos da Região, quem decide não se baseia em estudos prévios e competentes, nem ouve quem, como um saber de experiência feito, tem opiniões que não podem deixar de ser tidas em conta. E nesta questão de portos, é fundamental ouvir com atenção quem está ligado ao mar. Dando um exemplo: lembro-me das primeiras obras que os americanos fizeram no porto da Praia da Vitória, no começo dos anos 50 do século passado. Pouco tempo depois do início das obras, os pescadores, as gentes da “Ribeira mar” na linguagem

de Vitorino Nemésio, disseram que tudo aquilo iria desaparecer com o primeiro temporal; foi o que aconteceu. Como entender que se façam obras como as que foram realizadas no porto da Horta sem os estudos necessários para não prejudicar tudo o que há muito tempo está ligado ao iatismo, concretamente como porto de escala dos veleiros que atravessam o Atlântico, actividade de importância capital para a economia da ilha? Depois de ver o programa da RTPAçores, li um depoimento de um mergulhador que trabalhou no porto que dizia existirem fortes correntes nas águas fundas. Aliás, nas imagens vistas no site indicado acima, vê-se que à superfície o mar está calmo, mas o veleiro, que está atracado, não pára. Então fazem-se obras sem estudos? No mesmo programa, para lá do porto da Horta, foi dito que se enterrou imenso dinheiro no porto de Rabo de Peixe, em São Miguel, e o resultado deixa muito a desejar, e que, também devido às obras feitas no cais da Madalena, no Pico, tinham dado cabo do porto. Como é evidente, os jornalistas intervenientes no programa são gente séria, não são pessoas que se dedicam à maledicência! Será que por razões políticas (eleições para breve, compromissos assumidos), dinheiro que existe para gastar (falou-se em milhões de euros), se vai voltar a mexer no porto da Horta sem as devidas cautelas? Espero que não. n

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E DITORIAL Director Adjunto

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EDITORIAL / OPINIÃO | JP

2019.06.07

Jornal da Praia tem um novo Director Adjunto, o Sr. Engenheiro Luís Moniz, que é também o actual Presidente da Direcção do Grupo de Amigos da Praia da Vitória, Associação Cultural, proprietária do Jornal da Praia, o que é para nós um sinal de esperança no futuro deste periódico, que irá certamente continuar a desempenhar a sua função crucial, que está no seu ADN, isto é o direito à defesa e divulgação dos valores da democracia, da autonomia, da transparência e acima de tudo da liberdade dos Praienses em especial e dos Açorianos em geral. O Jornal da Praia durante 37 anos de história ao serviço deste povo, tem sido o único periódico da cidade capital do Ramo Grande a perpetuar tais valores, a propor uma transformação cultural e social no nosso dia-a-dia, num tempo difícil que urge discutir as causas e os pressupostos que servem de alavanca ao desenvolvimento e bem-estar da sociedade, porque a negação desta realidade é um atentado ao Estado de Direito, fruto do 25 de Abril de 1974. Não podemos esquecer o nosso Director Adjunto, Sr. Francisco da Silva Ferreira, ao cessar funções, por sua própria iniciativa, e que ao longo de 37 anos procurou sempre a valorização do Jornal da Praia, promovendo a sua divulgação e consolidação junto dos leitores e colaboradores, procurando sempre defender escrupulosamente a linha editorial, assegurando a qualidade do mesmo, contribuindo assim para que este jornal seja um espaço de divulgação de opiniões e de registo dos acontecimentos mais relevantes do concelho e da região, enriquecendo o debate entre os nossos colaboradores, abrindo o jornal a todos. O Sr. Francisco Ferreira, nasceu durante o Estado Novo, onde se defendia e assimilavam-se princípios absurdos, por exemplo “para cada braço uma enxada, para cada família um lar, e para cada boca o seu pão”, mas apesar disso soube superar tais escolhos, num tempo de difícil incerteza e insatisfação para os Portugueses, lutando sempre por um mundo diferente, justo, solidário e fraterno, e fê-lo de forma convicta de que o bem-estar é para todos, quer económico, quer cultural. Nunca desanimou perante uma governação tirânica, que nos “desgovernou” durante 48 anos, onde proliferava a pobreza cultura e material, cultivando-se de forma autodidática, aprendendo a discernir e a valorizar a liberdade, a fraternidade e a democracia de forma ímpar. Amigo de todos, delicado e extremamente educado, vivendo sempre para servir a comunidade onde está inserido, sempre esteve ao serviço da sua comunidade, das suas instituições pugnando pelo desenvolvimento e bem-estar, por isso é respeitado e admirado por todos os seus conterrâneos e a Praia da Vitória jamais poderá esquecer tão ilustre filho, que sempre se preocupou com os problemas das pessoas mais frágeis, procurando ajudá-las a encontrar soluções, que para ele não existem “coisas irresolúveis neste mundo”. Sr. Francisco Ferreira esteve sempre de forma altruísta ao lado de inúmeras instituições da nossa cidade, a Filarmónica União Praiense, União Desportiva Praiense, Lar D. Pedro V,

CIRCUS “PORTUCALE” “Todas as palavras são mentirosas até que as atitudes provem o contrário” (desconhecido)

José Ventura*

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m circo é comumente uma companhia em colectivo que reúne artistas de diferentes especialidades, malabaristas, palhaços, acrobatas, contorcionistas, equilibristas, ilusionistas, e muitas outras habilidades. O circo como se conhece hoje, só começou a tomar forma durante o Império Romano. O primeiro a se tornar famoso foi o Circus Maximus, que teria sido inaugurado no século VI a.C., com capacidade para 150 mil pessoas. Começou o mesmo, com as corridas de Bigas (antigo carro romano puxado por dois cavalos). Com o tempo foram sendo introduzidas outras atracções, as lutas de gladiadores, apresentação de animais selvagens, pessoas com habilidades fora do comum, entre execuções públicas. Conta a história que os gladiadores lutavam na arena e que o Coliseu, era o lugar onde os cristãos eram lançados aos leões, perante o júbilo a festança. Os espectáculos de luta no Coliseu eram gratuitos. As dezenas de milhares de espectadores dividiam-se nas arquibancadas em cinco diferentes sectores

sociais. Enquanto os senadores de Roma sentavam-se bem próximos da arena, as pessoas de baixa renda, a plebe, a populaça. Em camarote de primeiríssima, o imperador ouvia dos gladiadores perfilados ante ele, uma saudação que se tornaria famosa: “Salve, César! Aqueles que vão morrer te saúdam” (também ontem como hoje). Nos tempos de crise, e descontentamento do povo, para além dos espectáculos referidos, aplicavam a “política do Pão e circo” (panem et circenses, no original) que consistia na distribuição de cereais, que permitiam a plebe não morrer de fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e apaziguada e, a popularidade do imperador entre os mais humildes ficava consolidada. Este, o aperitivo para nosso o artigo de hoje. O Circo “Portucale” acaba de dar um dos seus grandes espectáculos que durou 10 dias, anunciado no dia 3 do corrente mês, com a declaração de António Costa o primeiro ministro de Portugal, de um possível pedido de demissão, perante um “quid pro quo” existente na votação da lei que prometia devolver o tempo integral do serviço dos professores. Ai! “Caiu o Carmo e a Trindade” que grande surpresa que grande confusão. Saem em desfile os artistas circenses. As “trupes” que são seis e compõem o grande círculo onde se debatem os melhores na arte da

política e, “do bem cavalgar a toda a sela” especialidade equestre num espectáculo de circo. Surge a confusão generalizada em que todos tentam chamar a atenção do público anónimo. Dizem e desdizem o então combinado, dão cambalhotas, uns à frente outros atrás. Em uma das trupes até surge diferendo entre o “patrão” e o “gerente da banca”. No público interessado no espectáculo, dividem-se as opiniões. Daquele que tal “imperador” sentado na primeira tenda “circense”, e tão habituado a comentar a situação do Circus “Portucale”, silêncio absoluto. Tal situação surge num momento em que o “Circus Portucale” entra na corrida à sua representação no hemiciclo europeu. Barraca das barracas no dizer do povo, na propaganda de rua para chamar o apoio do seu público, os assuntos misturam-se dando-se ênfase a uma pré-campanha para a formação do próximo hemiciclo nacional. Dia 10 do corrente, “rejubilai-vos”, povo, rejubilai-vos. Os responsáveis máximos da “Trupe Rosa” anunciaram, que a “montanha tinha parido um rato” só que ainda não sabiam como o registar na conservatória pois, a sua paternidade está duvidosa. Uma coisa tem a certeza o recém-nascido é um “resultado clarificador” e uma “vitória da responsabilidade”. Será? 2019-05-15 (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. n

QUANDO A CABEÇA NÃO TEM JUÍZO… imortais! Com base nesses testemunhos, fomos moldando o nosso tempo e espaço, as nossas prioridades e interesses a essa forma de vida.

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Joana Leal uem já não se sentiu esgotado, cansado de suar, trabalhar e nada gozar?

Acredito que muitas vezes nos sentimos imponentes e capazes de fazer tudo. Afinal de contas, os heróis da nossa infância favoreciam essa construção mental: o Super-homem, o Popey (o Marinheiro), as Tartarugas Ninja, o Jackie Chan… Todos seres endeusados que, contrariamente à realidade humana, conseguiam superar todas as fragilidades e alcançar todos os objetivos a que se propunham. Além disso, tinham sempre mais vidas do que um gato na sua melhor esperança média de vida… Como eram “os bons”, venciam sem(Continua na página 13) pre os maus e por sinal tornavam-se

Achamo-nos o máximo! Até que um dia, por causa da mente, o corpo é que paga as favas. É um bocadinho como antigamente no bolo-rei: se a fava te calhava na rifa, no ano seguinte pagavas tu o bolo; se te calhava o brinde, na melhor das hipóteses guardavas numa caixinha para coleção (como eu fazia) ou partias um dente… Parece que, segundo reza a história, foi à custa de (novamente) uma dorzinha no corpito, que essa tradição desapareceu. De certeza que conhecem alguém que é extremamente empreendedor e criativo e energético, envolvendo-se em todos e mais alguns projetos, todos os dias, várias vezes, de dia e de noite… Um dia chegará que, com toda a convicção, o seu corpo adoecerá. O mesmo acontece quando somos viciados no trabalho. Ou ainda se somos híper responsáveis e

cumpridores… (e uma manhã acontece que fazemos gazeta!). Os trabalhos mais exigentes em termos de stress e possibilidade de rutura são, precisamente, aqueles em que se tenta reproduzir, à velocidade da luz, aqueles feitos que só mesmo na televisão os nossos amigos “personagens” conseguiam fazer! Quando esticamos muito a corda do nosso corpo, o mesmo gasta elasticidade e quando a cor dos nossos olhos se perde, na imensidão dos deveres ou dos compromissos, sentimo-nos apáticos, hipotónicos e sem vida. Como bonecos marionetas, ficamos sem controlo dos nossos membros e os nossos órgãos começam a ressentir-se. Surgem as dores nas articulações, as dores nas costas, acumula-se uma tensão cerrada no pescoço, deixamos de ser livres para dormir e os sonhos aliam-se ao partido da misericórdia (quando vêm em forma de algodão doce, sem preocupações empastadas como slime, é uma vitória!). No entanto, quando não descansamos o cérebro, o corpo cheio de cicatrizes grita para ser (Continua na página seguinte)


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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (LIII)

MARIA VIEIRA MÁRTIR DOS AÇORES: UMA OBRA ÚNICA COM 20 ANOS Espero que o livro continue a ser divulgado e a espalhar, ao longe e ao largo, não só o ideal da santidade como também o nome dos Açores, da Ilha Terceira, através do conhecimento desta sua filha ilustre, na sua inocência e simplicidade, João Caniço, SJ Outubro de 1999, com lançamento na Casa do Povo das Lajes, a 11 de Novembro. E uma 3ª edição, de quinhentos exemplares, em 2015, num total de 2500 livros, custeados totalmente a expensas do autor.

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António Neves Leal

oi precisamente, no dia 4 de Junho de 1999, que foi lançado o meu primeiro livro por minha conta e risco. As portas a que bati não se abriram como eu esperava. Talvez por alguns responsáveis políticos considerarem que não valia a pena subsidiar o trabalho, porventura não pela qualidade ou falta dela, pois que a desconheciam ainda, mas certamente pela pessoa do seu autor, o qual não era digno de apoio por ser um antigo dissidente do P.S. Com excepção da Direcção Regional das Comunidades e da Junta de S. Sebastião, que adquiriram 20 exemplares cada, a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo limitou-se a ceder o espaço para a cerimónia do lançamento, por sinal com casa cheia e bem representada socialmente, e a Direcção Regional da Cultura também não deu qualquer apoio financeiro nem comprou uns exemplares para oferecer a eventuais convidados ou a organismos sob sua tutela. As desculpas foram as lengalengas do costume e as crónicas faltas de verbas. Curiosamente, a situação mantivera-se sempre igual durante o decurso dos vinte anos, enquanto o livro percorria o seu caminho sem promoções espaventosas, esgotando os primeiros mil exemplares da 1ª edição, em apenas três meses, somente na Terceira, e exigindo uma 2ª edição com a mesma tiragem, no mês

A primeira teve lugar no Salão Nobre do Município angrense, gentilmente cedido para o efeito, sendo prefaciador e apresentador o comendador Pe. Júlio da Rosa, mais tarde nomeado monsenhor (falecido em 2016). A ele devo o incentivo que me deu na sua carta remetida a 15.05.1999, após a leitura do meu texto. «Não tenha receio. O seu trabalho está muito bom. Vai ser um sucesso. Tenha calma e confiança». No dia 5 de Junho, escrevia do Faial, com um efusivo abraço de felicitações pelo êxito do lançamento, agradecendo as atenções recebidas. «Não poderei esquecer tudo o que fez e espero que continue a promover o culto à Maria Vieira, obra que lhe ficará a dever—a Diocese e os Açores». Por amabilidade, foi portador de 10 exemplares do livro para os seus paroquianos e recomendou-o aos colegas. Na Praia da Vitória, a apresentação esteve a cargo do Dr. Luís Filipe Cota Moniz, que também fez a apresentação da 2ª edição na Vila das Lajes, dissecando com grande pormenor e sagacidade as facetas mais marcantes da obra. Foi um notável trabalho que teve a grande gentileza de mo deixar como recordação e prova de grande amizade, tal como fizera monsenhor Júlio da Rosa. A 3ª edição teve lugar na Casa do Povo da antiga Vila, no dia da Freguesia (9.06.2015), sendo orador convidado o Prof. Doutor Avelino de Meneses, antigo Reitor da Universidade dos Açores e eminente Historiador, que teceu várias considerações sobre o livro e a escrita do

mesmo, com a competência e saber que todos lhe reconhecem, e a que já nos habituou. O salão estava apinhado de sebastianenses e convidados, como era de esperar, porque era dia de festa, e também porque a apresentação da obra, integrada nas Festas de Sant’Ana 99, e anunciada para o dia 27 de julho, às 21 horas, não teve público suficiente, acabando num encontro informal com amigos e uma sessão de autógrafos, como previsto no programa. Após as quatro apresentações na Ilha de Jesus, «Maria Vieira Mártir dos Açores» foi lançado, no 13º Ciclo de Cultura Açoriana, em Toronto (Canadá), na sede do Lusitânia, com uma enorme moldura humana e muitos interessados pelos escassos livros disponíveis que restaram da 1ª edição. Houve mesmo alguém a propor que o livro fosse adaptado à rádio e transmitido em episódios. Além deste caso, mais três interessados sugeriram uma publicação mais reduzida, tipo livro de bolso, o que está a ser ponderado neste momento. Neste contexto, foram feitas duas importantes entrevistas: uma para a Rádio Renascença, a cargo do Pe. António Rego (hoje, monsenhor), responsável pelo «Programa 70 vezes 7», e uma entrevista para o canal português da Rádio multilingue de Toronto, destinada aos imigrantes lusos. E agora permitam que manifeste a minha estranheza pela não concretização de uma proposta para um lançamento na Casa dos Açores de Lisboa, da qual nunca recebi resposta, atitude bem diferente e destoante do que se observou no Canadá. Em Portugal, o livro ganhou grande visibilidade nos jornais Público, 24 horas, Crime, e sobretudo no

programa televisivo «SIC 10 horas», de Júlia Pinheiro, tendo sido muito anunciado na véspera e antevéspera da emissão difundida no dia 12 de Junho de 2000, na sequência da trasladação dos restos mortais de Maria Vieira, de Angra para S. Sebastião sua freguesia natal. A nível dos Açores, merecem registo a entrevista da VITEC, por Sónia Bettencourt e duas de Pedro Moura, no programa «Bom Dia» da RTP-Açores. Como curiosidades, saliente-se que a biografia de Maria Vieira tem sido muito divulgada no Youtube, em representações teatrais, danças de espada e canções, totalizando dezenas de milhar de visualizações, o que pode ser comprovado na referida rede social. O livro e outros documentos sobre a mártir, que o autor compulsou, integraram a «Exposição dos Santos e Devotos», inaugurada no dia 22.11.2011, no Museu de Angra do Heroísmo. Inspirou um trabalho académico de final de curso, da estudante Sara Mota, cuja videocassete que me foi ofertado, ficou à guarda do Dr. José Olívio do citado museu. Foi ainda tema de uma homilia do Pe. Domingos Graça Faria, romeiro e grande impulsionador do culto de Maria Vieira. O texto dessa homilia seria postado na página de Maria Vieira do Facebook. E como corolário final, o livro em 2018 foi objecto de rigorosa análise pela Comissão Histórica Diocesana, com vista ao ansiado Processo de Beatificação da Serva de Deus Maria Vieira da Silva. Das páginas do vasto Relatório da Comissão Histórica relativas ao livro, muito em breve será dado conhecimento público do que foi considerado e redigido por dois dos três membros, em total liberdade de opinião, e sem a presença do autor do livro, um dos membros da mesma. n

QUANDO A CABEÇA NÃO TEM JUÍZO… (Conclusão da página anterior)

auscultado e obriga-nos a parar, de uma maneira ou de outra… Quantas vezes não presenciamos situações de pessoas superativas que, de um momento para o outro, partiram uma perna, apanharam uma virose, ou esqueceram-se do lume aceso e sofreram uma intoxicação?! É o corpo a pedir que o oiçam,

da única forma que por vezes nos permitimos sentir: através da dor… O pior é que a dor também se transforma em prazer: daí as automutilações, as tatuagens, piercings, alargadores… A anorexia ou obesidade… Tudo isto sintomas de uma sociedade stressada e tóxica! Também caracteriza pessoas que podem estar doentes e que transportam dentro de si sensações intrínsecas de incompreensão, não aceitação, ingratidão,

dever e responsabilidade para consigo, para com o mundo e o advir. O álcool, as substâncias psicoativas, o tabaco… A onicofagia, a tricolomania, a hiperatividade e ânsia de emoções fortes, o sexo desenfreado…ergue-se a bandeira: a cabeça à procura de algo e o corpo, que é só um, é que paga.

O leitor, tem tal crença? Eu gosto de acreditar que sim, que há algo para além do corpo que regenera… Mas o meu corpo, só tenho este, nesta vida. É importante estimá-lo e cuidar bem dele, da melhor forma que conseguir. E isto porque, tal como diz o título do artigo e na sapiência do Sr. António Variações: quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga!

Há quem acredite na reencarnação.

n

co Ferreira, que deixa de desempenhar as funções de Director Adjunto, mas que não nos abandona, porque manifestou querer continuar a colaborar com o seu periódico, porque todos somos poucos para o manter vivo e incólume.

Por fim, também cabe-nos desejar ao novo Director Adjunto, Engenheiro Luís Moniz os maiores sucessos e felicidades no desempenho das suas novas funções. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com n

DIRECTOR ADJUNTO (Conclusão da página anterior)

auscultado e obriga-nos a parar, de uma maneira ou de outra… Rotary Clube da Praia da Vitória, Bombeiros Voluntários e é actualmente o Provedor da Santa Casa da

Misericórdia, viveu sempre e continua vivendo em prol dos outros, aliás como é seu timbre, e por isso não podíamos deixar de homenagear esse “perfeito homem de bem” e o papel que teve na criação, e consolidação do Jornal da Praia, daí o nosso muitíssimo obrigado ao Sr. Francis-


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MARÉ DE POESIA | JP

2019.06.07

M

aré de Poesia foi contatada por o Sr. Olegário Paz, solicitando contacto de alguns dos poetas e poetisas que partilham os seus poemas nesta página de poesia, após ter acedido ao Jornal da Praia na Casa dos Açores de Lisboa.

Heroísmo e ocupa os seus tempos livres partilhando a poesia desde 28 de Novembro de 2009. Por via de email o Sr. Olegário envia milhares de versos de açorianos, naturais ou de afeição acompanhados de registo escrito e registo áudio de declamação.

Olegário Paz é um jorgense radicado na Amadora, que também estudou no Seminário de Angra do

Que a poesia continue a partir daqui e se faça sentir no rasgar da leitura… n

Palavras que não foram ditas... Cecília Gomes

Olhar Carla Félix

Palavra que se acalenta na separação, Palavra não pensada e dolorida... Aparentemente fica-se sem saber o que sentes... Palavras sentidas Devem ser pronunciadas Mesmo que tu digas Não quero mais nada! A luta da minha vida Era o amor por ti Deite amor, por onde passamos Palavras de amor Que tu tanto precisavas Que na verdade não serviram de nada Palavra amiga, para levantar... Um amor que se fez despertar Amor que não tem essa consideração Deixando no vácuo, uma relação. Laudelino Meneses Terceira de Jesus Que me viu nascer Serás a minha luz Na vida até morrer Olá linda e bela ilha Que me enche o coração És a minha maravilha Com carinho e emoção Tu és minha linda flor No pensamento guardei Criaste me com amor Jamais te esquecerei Leonel Purple Eu sou o que sou, Sem gostar de ser quem sou, E gosto de ser quem sou, Sem aceitar ser o que sou… Contudo, eternamente serei quem sou e o que sou, Sem nunca chegar a ser o que todos querem que eu seja!!!

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Procurei no olhar As palavras que descreves Em versos de encantar... Não encontrei uma única palavra Era tudo tão vazio Oco de sentido Apenas um vácuo silêncio Entre versos Procurei e feri uma asa Em compassos de ilusão No olhar morreu a inspiração Sedente de admiração Alma Sandra Fernandes Ai, os teus cabelos, Os teus olhos, A tua pele, As tuas mãos, Os teus lábios, As tuas bochechas, As tuas pernas, As tuas costas, A tua barriga, O teu umbigo, O teu peito… Ai, a tua voz, O teu sorriso, As tuas lágrimas, O teu olhar, A tua respiração… Ai, o teu coração! Ai, o teu coração, Que quando parar de bater Todo o resto irá desaparecer E eu vou sofrer E só encontrarei (alguma) calma Nas memórias que criamos Enquanto (nos) amamos Com alma… Carina Fortuna nunca saberás como os teus olhos foram casa e os teus braços o baloiço onde embalei os meus sonhos nunca saberás quantas flores tinhas para colher

na primavera do meu coração eu sei que abril é liberdade e que o amor é a porta. ”Sou Açoriano” João Barreiros A minha sentida Homenagem aos Açores e a todos os Açorianos! Sou terra em oceano Ilha no mar Sou ilhéu humano Com fé no nosso amar Sou pedra dura De negro basalto Sou relação pura Mesmo que alcance o alto Sou filho das canadas E dos cerrados Sou asas de açor enfunadas Pelos nossos ventos enrolados Sou brisa do mar salgada Bruma das ilhas misteriosas Sou salpico e ressalga Nessas paisagens maravilhosas Sou Açoriano Nascido no continente Sou teu eterno amo Ilha isolada na minha mente Marta Cardoso Marés Vivas de Poesia Um sonho tornado realidade Um ano meu bebe Como cresce São tantas as vozes que dão alma A esta página Este escrito Este grito de alma de tanta gente Marés Vivas! Marés de Poesia O silêncio se apaguem as luzes Se acendem as vozes No silêncio se fecham os corações E falam as almas Soam canetas Tlintam papéis Escritas tão lindas De quem as deseja e as sente Marés, marés de poesia Bebe de um ano Com tanta alegria Que cresça meu menino Que sejas sempre marés vivas E nunca cales as Poesias! Injustiça Vallda Por querer eu, tanto, displicente, esta fonia se aqui, perplexa, conquisto apenas, meio mundo! O outro meio, não me inspira! Ou invejo ou confundo! É este um mundo pouco justo de poetas e poesia!

Dizem, não ser este o lugar dos meus poemas que têm alma, que têm asas mas estão presos que são versos insalubres, destemidos, indefesos e dotados, manobrados de conluios e de esquemas... Quando a rima, é deveras, saborosa, aplaudida quando a rima, por si só, é fulcral, bem conseguida sou cobiçada e bajulada para o que der e vier! Mas se os poemas são libertos e dispersos “Desrrimados’, eloquentes e longos versos Não são nada, mas hão de ser o que eu quiser! ... Jorge Morais mentes fechadas encarceradas se sentem por demais acorrentadas pensamentos contidos por serem positivos se quiseram aprisionados mundos diferentes se querem ausentes igualdades pensadas ideais atrofiados fechadura encerrada chave sumida obrigam que se viva isto que chamam de vida

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Carina Fortuna; Carla Félix; Cecília Gomes; João Barreiros; Jorge Morais; Laudelino Meneses; Leonel Purple; Marta Cardoso; Sandra Fernandes; Vallda PAGINAÇÃO Jornal da Praia NOTA: As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetias. Para participar envie o seu poema para:

maredepoesia@jornaldapraia.com


JP | INFORMAÇÃO

2019.06.07

| 15

Tourada tradicional Humberto Filipe 18h30 – 20h30 Largo da Igreja Raminho Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 20h30

08 JUN Largo da Igreja São Mateus Tourada não tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 20h30 10 JUN Largo de São Luís São Bento Tourada não tradicional Manuel João Rocha 18h30 – 20h30 Ao Lugar Altares Tourada tradicional Herdeiros de Ezequiel Rodrigues 18h30 – 20h30 Terreiro Terra - Chã Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 20h30 11 JUN São Luís e Reguinho São Bento Tourada tradicional Rego Botelho / Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 20h30 12 JUN Terreiro São Mateus Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 20h30 13 JUN Rua Santo António do Rossio Santa Cruz Tourada não tradicional Herd. Ezequiel Rodrigues 18h30 – 21h00 14 JUN Rua Santo António do Rossio Santa Cruz Bezerrada Herd. Ezequiel Rodrigues 18h30 - 21h00 15 JUN Rua Santo António do Rossio Santa Cruz Tourada tradicional Herd. Ezequiel Rodrigues 18h30 - 21h00 Corpo Santo Conceição Tourada não tradicional António Lúcio 18h30 – 20h30 17 JUN São João de Deus Santa Luzia

HOJE (07/06) Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (08/06)

SÁBADO (08/06)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

18 JUN Terra Alta Tourada não tradicional Humberto Filipe 18h30 – 20h30

DOMINGO (09/06)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEGUNDA (10/06)

São Luís e Reguinho São Bento Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 20h30

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TERÇA (11/06)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Largo da Fonte São Sebastião Tourada tradicional Humberto Filipe 18h30 – 20h30

QUARTA (12/06)

19 JUN Rua da Igreja Ribeirinha Tourada tradicional José Gaspar (Pai); Manuel João Rocha; José Gaspar (Filho) 18h30 – 20h30

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUINTA (13/06) CONCERTO FESTIVAL SOL MENOR Local: Auditório do Ramo Grande Hora: 21:00 Entrada Livre

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SEXTA (14/06)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SÁBADO (15/06)

Terreiro São Mateus Tourada tradicional Manuel João Rocha; Humberto Filipe 18h30 – 20h30 20 JUN Caminho do Concelho Quatro Ribeiras Tourada não tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 - 21h00 À Praça Vila Nova Bezerrada à corda Humberto Filipe 18h30 – 21h00

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (16/06)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SEGUNDA (17/06) INICIATIVA “VERÃO É NA PRAIA” NOITE BRASILEIRA 21:00 - Praia Summer Flash Delight - Passagem de Modelos 00:00 - Dj Adrix GARDEN SOUNDWAVES 21:30 - Rui Melo & Antonnella Barletta 23:00 - Trio Sacoba 00:30 - Sónia Pereira Trio

DOMINGO (09/06)

Cantinho São Mateus Tourada tradicional Rego Botelho 18h30 – 20h30

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (18/06)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUARTA (19/06)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUINTA (20/06)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Terreiro do Paço Ribeirinha Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes; Manuel João Rocha 18h30 – 20h30

BISCOITOS

Terreiro Porto Judeu Tourada tradicional Humberto Filipe 18h30 – 20h30

Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

VILA DAS LAJES

VILA NOVA

21 JUN À Praça Vila Nova Tourada tradicional Humberto Filipe 18h30 – 21h00

Farmácia Andrade Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

CINEMA A APARIÇÃO Local: Recreio dos Artistas Hora: 18:00 Classificação: M/12

Fonte: Sites da CMAH e CMPV

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Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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