Jornal da Praia | 0547 | 21.06.2019

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QUINZENA

21.06 A 04.07.2019 Diretor: Sebastião Lima Diretor Adjunto: Luís Moniz

Nº: 547 | Ano: XXXVII | 2019.06.21 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

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LAR D. PEDRO V

RECEBE DONATIVO DE DEZASSEIS MIL DÓLARES NO CONCELHO | P. 3

BANDEIRA AZUL

ABELHAS DO FUTURO DESTAQUE | P. 8 E 9

AMBIENTE | P. 5

JOVEM JÉSSICA REGO REALIZA SONHO NO XXXVIII RALI SICAL AVENTURA | P. 11

VI BIOFEIRA RECITAL AGRICULTURA | P. 7 PUB

“MARÉ DE POESIA”

CULTURA | P. 10


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CANTO DO TEREZINHA / CONTO | JP

2019.06.21

PROBLEMÁTICAS As irmandades do Senhor Espírito Santo, ante os resultados das mais recentes eleições, estão a pensar em formas de atuação que respeitem as opções político partidárias dos irmãos. A problemática surgiu logo no dia 27 quando se verificou que em muitas mesas eleitorais se apurou um certo número de eleitores do PAN. Conhecidas que são as linhas programáticas deste partido, gerou-se uma compreensível preocupação.

Algumas irmandades pensam que se pode respeitar os irmãos ‘panistas’ se, em vez da esmola ser dada em carne, ela for, por exemplo, em hortaliças, talvez um mugango ou uma abóbora. Também tem sido abordada a ementa a disponibilizar na função ou jantar. Além da tradicional sopa, cozido e alcatra, pensa-se em oferecer algum tipo da chamada ‘vegan food’.

Os irmãos mais velhos têm muita esperança em que o Senhor Espírito Santo sopre muito juízo na cabeça de quem tem que decidir estas coisas. Veni, Sancte Spiritus, / et emitte caelitus / lucis tuae radium. Amen.

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CONTO DO MARQUÊS DE NADA E DE COISA NENHUMA

O ILUSTRE PARRECAS

Parrecas! Não vás, por favor! Suplico-te! – implorara o Ramires, que via o seu encontro arruinado. Na verdade, a situação fora adorável para os convidados. Presenciaram a fúria de um artista, na maior das calmas. Todos se riam daquela situação hilariante. O ilustre estudante de medicina fora completamente humilhado e envergonhado, diante de uma plateia de cultos e sábios. – Qual foi a tua ideia, Albuquerque? Passaste-te completamente? Acabamos de perder o melhor estudante de medicina de Lisboa! – dizia o Ramires, muito aflito com a cena que se sucedera. – Tenha calma, meu caro. Só respondi segundo os valores deste clube. Acordar os ignorantes. Chamá-los à razão. Esse cavalheiro é que se comportou como uma criança mimada. Agora que o vi já me recordo de semelhante figura. Foi fortemente aplaudido na sua escola. Era o ídolo da sua aldeia. O único, creio eu. Foi ganhando uma gabarolice irritantemente enfadonha. Não te apoquentes, Ramires. Só faz falta quem cá está! – argumentara o artista – E para além do mais, o gin tónico está fantástico, nada pode estragar o sarau! – Acho que tens razão. Brindemos, então! – propusera o anfitrião. Depois daquela reunião de cérebros e daquele gin tónico terrível, o Albuquerque apercebeu-se da quantidade de estudantes que havia como o Parrecas. O que não conse-

Parte: XII (Continuação da edição anterior)

guia compreender era como aquele jovem era tão aclamado. A sua ignorância era megalómana! Porém, todos o adoravam. Até os que tinham conhecimento da sua falta de cultura. Os anos foram-se passando. Os dois jovens terminaram os seus cursos e seguiram as suas vidas. Rafael de Albuquerque tornou-se, de facto, num escultor brilhante. O seu trabalho era reconhecido a nível internacional. Convivera com as mentes mais criativas do globo. A sua carreira não podia ter sido melhor. Contudo, os problemas do país eram os mesmos. Os causadores desses problemas eram os mesmos. O Parrecas também seguira uma vida de brilho e glória. Fora deputado de um partido de direita e era, agora, o primeiro ministro de Portugal! Um génio! Um humilde! Um intelectual do nosso tempo a governar a pátria! Sim! Esse que despreza as artes e glorifica a ignorância governando um país! Bravo, diria o povo português! Viva a ignorância! Viva! Saudemos aqueles que afundam a pátria! Bravo! E a ideologia do Parrecas fora ainda mais impressionante! Dizia-se social-democrata e era, no fundo, um fascista. Dizia-se republicano e era, no fundo, um monárquico. Dizia-se visionário e era, no fundo, um conservador. Um ditador! Um tirano! Um déspota! Mas o pior de tudo isto fora o povo lusitano! Sim! O Parrecas fora aplaudido, fora honrado! E ganhara diplomas, certificados e prémios! Mas como? Em que estado está a

nossa pátria? A que ponto chegamos nós? Num desses dias gloriosos de verão, Rafael de Albuquerque encontrara-se com o seu amigo Ramires no Chiado. – Já viste, meu bom caro Ramires? Em que estatuto chegou o Parrecas? Não percebo como! Como é que aquele verme pestilento chegou onde chegou? Aquele canalha! – interrogava-se o Albuquerque, franzindo a testa ao café que lhe fora servido. – O nosso Camões é que conhecia este país! Sempre soube os problemas deste povo! “Os bons vi sempre passar/ No Mundo graves tormentos;/ E pera mais me espantar,/ Os maus vi sempre nadar/ Em mar de contentamentos.” Ele sabia! – respondia energicamente o amigo. – Ah! Como os bons morrem neste país! Entristece-me saber que um dia também morrerei! – Não desanimes, Albuquerque! Não fora a geração de Orpheu considerada um simples grupo de loucos? A história encarregou-se de reescrever os erros do passado! A história reescreverá também os erros que comete hoje! A revolução chegará um dia! – Assim espero, meu caro. Assim espero. E assim foi. Os artistas finalmente perceberam que tinham uma causa e um propósito em comum. As palavras e as imagens geniais foram cantadas por todo o país. E Albuquerque também contribuiria com alguns

versos. A sua reinterpretação do “Manifesto Anti-Dantas e por extenso” foi aplaudida em cafés, tertúlias, encontros de intelectuais e por todo o povo lusitano. As injúrias foram um choque, mas nada que o nosso ilustre Parrecas não merecesse. Então o poeta declamava o seguinte: «Vós, que tendes fato, gravata e monóculo. Vós, que tendes licenciaturas, cursos e formaturas. Vós, que tendes um génio adormecido há um milénio. Vós, que tendes a honestidade de um Judas meigo. Vós, que tendes Q.I de leigo e simplicidade de aristocrata. Vós, que tendes cara de beata e intenções diabólicas. Vós, que tendes maneiras católicas e jeitinho de gabarola. Vós, que tendes uma escola com o vosso nome ranhoso. Vós, que tendes um ar seboso e um corpo horrivelmente borbulhoso. Vós, que tendes livros de história honrando a vossa vil memória. Vós, que sois um merdoso, um estercoso e um inglorioso. Vós, que sois um pestilento verme pior que um doentio germe. Vós, que com todo este talento, transformastes Portugal em excremento. E vós, que com toda esta sabedoria, transformastes Portugal num país de última categoria. Basta! Digo eu. Basta de escravidão e tirania! Morra o Parrecas, morra, PIM!» n

JP | FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Luís Moniz (diretor.adjunto@jornaldapraia.com) ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz ANTIGO DIRETOR ADJUNTO: Francisco Ferreira EDIÇÃO/REDAÇÃO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (editor@jornaldapraia.com; noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com) CHEFE DE REDAÇÃO: Francisco Soares, CO-523A COORDENADORA “MARÉ DE POESIA”: Carla Félix (maredepoesia@jornaldapraia.com) REPÓRTER DE IMAGEM: Rui Sousa JP | ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; Silveira de Brito; José Ventura; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Nuno Silveira DIFUSÃO INFORMATIVA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO

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LAR D. PEDRO V RECEBE

DONATIVO DE DEZASSEIS MIL DÓLARES

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cidade de Lowel, no condado de Middlesex, estado de Massachusetts, na costa leste dos Estados Unidos da América, acolheu no passado dia 27 de abril, o 2o.º convívio anual dos naturais do concelho da Praia da Vitória. O convívio que teve lugar no Salão da Sociedade do Divino Espírito Santo de Lowel, é anualmente organizado por uma comissão de praienses liderada por Hélio Melo, e destina-se, PUB

a dar nota dos mais recentes projetos e iniciativas do executivo municipal, assim como para divulgar as Festas Concelhia anuais e endereçar um convite para que todos praiense visitem a sua terra natal. Para o efeito, o evento ocorre aquando da visita da comitiva da Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV) às comunidades da diáspora e conta com a presença desta. Este ano, participaram no encontro o presidente e vice-presidente da CMPV, respetivamen-

te, Tibério Dinis e Carlos Armando Costa.

Um dos momentos mais significativos do encontro, consiste na imposição de medalhas de homenagem a um conjunto de personalidades e instituições que, segundo a organização, se destacaram pelo seu desempenho em prol da Praia da Vitória. No decurso do evento, a organização apelou aos participantes a entrega de donativos para o Lar D. Pedro V, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) da Praia da Vitória, que asseguram “merece todo o apoio pelo trabalho meritório que desenvolve em prol dos idosos e da comunidade”. Deste apelo resultou a angariação de 16 mil dólares, cerca

de 14,3 mil euros. Em declarações ao JP, a Direção do Lar D. Pedro V, presta “o seu agradecimento ao Sr. Hélio Melo, a toda a organização do 20º. Convívio dos Naturais do Concelho da Praia da Vitória e a todos que deram o seu contributo, pelo gesto, apoio e reconhecimento apresentado a esta instituição que tem como objetivo ser um modelo de referência na ilha, no desenvolvimento humano e de valorização do indivíduo”. Acrescenta ainda, que o donativo será revertido “na aquisição de um ar condicionado para a IPSS, com a finalidade de assegurar o bem-estar e a qualidade de vida dos nossos idosos”.

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NADADORES-SALVADORES

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concelho da Praia da Vitória tem uma carência de cerca de 30 nadadores-salvadores qualificados para garantir em plena segurança todas as suas zonas balneares. Este número foi avançado por Tibério Dinis, presidente do Município da Praia da Vitória, no decorrer da cerimónia nacional de hasteamento da primeira bandeira azul da Europa em praia costeira, que decorreu, no passando dia 01 de junho, em frente ao monumento dos pescadores, no areal da Praia Grande. Estima-se que na ilha Terceira, seja necessário um total de 60 profissionais para garantir total segurança às

diversas zonas balneares espelhadas ao longo da orla costeira da ilha. Recorde-se, a propósito, que este ano, os dois concelhos com mais bandeiras azuis da Europa nos Açores são a Praia da Vitória e Angra do Heroísmo, fazendo da ilha Terceira a segunda ilha com mais bandeiras (13), logo a seguir a São Miguel com 15. “É necessário que as entidades competentes, de entre as quais a Câmara Municipal, diligenciem esforços para atrair pessoas para esta prática, garantido uma maior abrangência e segurança nas zonas balneares, até porque este é um dos critérios necessários à atribuição de um galardão desta natureza”, alertou na ocasião, Tibério Dinis. JP n

BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS

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Câmara Municipal da Praia da Vitória foi, no passado dia 05 de junho, distinguida pelas boas práticas e pela qualidade e sustentabilidade ambientais, recebendo do Governo dos Açores, uma menção honrosa no âmbito da cerimónia de entrega dos prémios “Espírito Verde” 2018, que decorreu no Teatro Faialense, na cidade da Horta, ilha do Faial. A menção, deveu-se ao projeto “Restauro Ecológico e Conservação

da Infraestrutura Verde Húmida Costeira”, integrado na categoria “Recursos Naturais”, cujo vencedor foi o projeto “LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas”. Os prémios “Espírito Verde” são atribuídos a empresas, instituições e personalidades que se distingam pelas boas práticas ambientais, bem como pela investigação, ativismo, voluntariado ou mecenato ambientais.

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EFEMÉRIDE | JP

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MANUEL INÁCIO PAMPLONA CORTE REAL – O COMBATENTE HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRA

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á exatos 259 anos, a 3 de julho de 1760, nascia Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real, o 1º Conde de Subserra, em Angra. Este foi uma figura de proa do Liberalismo em Portugal. Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real era descendente de duas estirpes fundadoras da nossa Ilha, os navegadores Corte-Reais e de Gonçalo Álvares Pamplona, o portuense que, no século XVI, se tornou no 1º morgado da Casa da Salga. Figura indelével da História do nosso país. Manuel Pamplona Corte Real era filho de André Diogo Martins Pamplona Corte Real, o 8º morgado da Casa da Salga, e de sua mulher Josefa Jacinta Merens de Távora, da família Merens, responsável pelo governo da cidade de Angra desde o início da colonização dos Açores. Pamplona Corte Real estudou em Angra, partindo depois para a Universidade de Coimbra, onde obteve o bacharelato em Matemática. Iniciando, então, uma profícua carreira militar, como cadete no Regimento de Cavalaria de Santarém, mais tarde elevado, neste mesmo regimento, a oficial. Pamplona Corte Real tinha um forte espírito de aventura, por isso, pediu licença para abandonar o exército português e tornou-se mercenário, partindo, em 1787, para a Europa de Leste, com Gomes Freire de Andrade. O primeiro teatro de combate foi na Guerra da Crimeia, como voluntário pela Rússia de Catarina II, a Grande contra o Império Otomano. Continuando, em 1790 e 1791, às ordens da Czarina, foi agraciado com a grã-cruz da Ordem de Alexandre Nevsky e feito cavaleiro da Ordem

de São Vladimir. Em 1791, Pamplona Corte Real regressou a Portugal, onde permaneceu por pouco tempo. A Santa Aliança (Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia) iniciou uma guerra contra a França, onde entretanto rebentara uma Revolução e Pamplona Corte Real alistou-se pelos aliados, comandados à época pelo Duque de York. Em 1793, participou na tomada da cidade francesa de Valenciennes. De regresso a Portugal, Pamplona Corte Real foi chamado para ajudante general da Divisão Auxiliar Portuguesa à Coroa de Espanha na Campanha do Rossilhão (1793-1795), em que Portugal participou ao lado do país e da Inglaterra contra a França. Portugal enviou 5 400 homens, que ficaram sob o comando do tenente-general britânico John Forbes. Pamplona Corte Real foi agraciado, pelo seu brilhante desempenho, com a Granada de Ouro, com a Ordem de Cristo, recebendo ainda a grã-cruz da Ordem Militar da Torre e Espada. Foi também nomeado tenente-coronel e 2º comandante da Legião de Tropas Ligeiras. Em 1801, Pamplona Corte Real tornou-se coronel do Regimento de Cavalaria n.º 9 e assistiu, em finais de 1807, à desmobilização do exército nacional, em virtude da I Invasão Francesa. Foi integrado na Legião Portuguesa, sob as ordens do exército francês, partindo, de imediato, para Salamanca. Deixou-nos o seu diário, infelizmente grande parte já se perdeu, com as suas aventuras e desventuras ao serviço da França napoleónica. A 1 de agosto de 1808, Pamplona Corte Real foi nomeado Comandante dos Caçadores a Cavalo da Legião Portuguesa e a 22 de abril de 1810 ficou encarregado de comandar uma brigada portuguesa. Tornou-se, também, Governador militar de Coimbra. Foi ainda nomeado Comandante do 2º Regimento Português da 6ª Divisão do 2º Corpo do exército francês

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/JornalPraia/

na Rússia, tornando-se membro da Legião de Honra. Depois da queda de Napoleão continuou em França e serviu o novo Rei (Luís XVIII), que o fez barão e foi promovido a tenente-general honorário a 24 de abril de 1822. Pamplona Corte Real entrou, deste modo, em contacto com os ideais da Revolução Francesa e tornou-se, assim, maçon. De regresso a Portugal, onde se tornou um liberal da ala mais conservadora do vintismo, foi amnistiado pelas Cortes, iniciando a sua vida política. Foi Ministro da Guerra, depois tornou-se deputado pelo círculo eleitoral dos Açores, eleito pela Terceira, defendendo a unidade açoriana. Aproximou-se de D. João VI, regressado do Brasil, e esteve ao seu lado durante o golpe da Vilafrancada, defendendo a integridade do Rei, entrou, então, em confronto com D. Miguel. Foi, assim, feito 1º Conde de Subserra e gentil-homem da câmara de D. João VI e seu conselheiro de Estado. Nomeado, entretanto, para a pasta da Marinha e depois para Ministro assistente ao despacho, ou seja, 1º ministro. Este governo, apelidado de governo dos inauferíveis direitos de El-Rei, era constituído maioritariamente por defensores do Rei na Vilafrancada. Pamplona Corte Real foi nomeado embaixador de Portugal em Espanha, entre 1825 e abril de 1827, altura em que regressou definitivamente ao país. Tornou-se também vegetariano e fez alguma propaganda em defesa dos direitos dos animais. Contudo, em 1828, com o retorno de D. Miguel e a instauração de uma Monarquia Absolutista, Pamplona Corte Real foi preso por ordem direta do novo Rei, que se recordava da derrota na Vilafrancada. Foi guardado em isolamento na Torre de Belém, depois em São Julião da Barra, passando depois para São Lourenço do Bugio e, por fim, no Forte da Graça de Elvas, onde morreu a 16 de outubro de 1832, poucos meses depois

do desembarque dos Bravos do Mindelo, que partiram da sua terra natal rumo ao Continente, em defesa do Liberalismo. Quanto à sua vida familiar, Pamplona Corte-Real casou-se, a 19 de março de 1806, aos 45 anos, com a viúva Isabel Lemos Carvalho e Menezes, da família dos senhores da Trofa, e herdeira de vasta fortuna que incluía a Quinta da Subserra, em São João dos Montes, concelho de Vila Franca de Xira. Foi da sua Quinta da Subserra que D. João VI originou o título para o seu amigo, Conde de Subserra. Não tiveram filhos, mas Pamplona Corte-Real criou a sua enteada como filha. O casal, após o seu regresso a Portugal, em 1821, introduziu diversos melhoramentos na Quinta, a qual viria, já na dos seus descendentes, a tornar-se num dos lugares mais afamados de encontro da alta nobreza portuguesa. Maria Mância de Lemos Roxas Carvalho e Menezes viria a ser, por herança do padrasto, a 2ª condessa de Subserra e, depois de casada, marquesa da Bemposta, senhora do mesmo lugar onde Pamplona Corte-Real tinha defendido D. João VI na Vilafrancada. A História tem desses acasos… Pamplona Corte Real foi um liberal, combatente pelos seus ideais e como poucos deixou a sua marca junto dos inimigos. Após o fim da Guerra Civil (1832-1834), onde a sua fação venceu, os seus restos mortais foram trasladados para a Ermida de Santa Catarina, na freguesia dos Biscoitos, junto de seu antepassado Gonçalo Álvares Pamplona, no panteão de sua família. Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real é um exemplo para todos os terceirenses e portugueses em geral, pois foi alguém que defendeu ferozmente aquilo em que acreditava e não se deixou abater pelas conjunturas, mesmo quando se viu preso pelos inimigos, não renunciou aos seus princípios. Exemplos desses devem ser divulgados! Não podemos, nem devemos deixar-nos enfraquecer pelos nossos rivais, mas “empenhar” a nossa espada e ir para a luta. Podemos não conseguir ganhar todas as batalhas, mas com força, garra e princípios, venceremos a guerra.

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JP | AMBIENTE

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ÉPOCA BALNEAR 2019

BANDEIRA AZUL DA EUROPA A Praia da Vitória lidera a lista de concelhos açorianos com mais bandeiras azuis da Europa. O galardão é símbolo de qualidade ambiental, segurança e informação, sendo reconhecido por todos os banhistas.

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Praia da Vitória é o concelho dos Açores com mais bandeiras azuis da Europa, na época balnear 2019, que se iniciou oficialmente no passado dia 01 de junho. Das 8 zonas candidatas ao galardão, 7 foram distinguidas, após validação pelo júri nacional à luz de apertados critérios de gestão ambiental, segurança, conforto, informação e sensibilização ambiental. Dos 19 concelhos açorianos, 10 ostentam bandeiras azuis da Europa, num total de 38 praias costeiras e 1 centro azul (Lagoa). Por concelhos, a Praia da Vitória lidera, como já foi referido, com 7 bandeiras, seguindo-se Angra do Heroísmo (6), Ponta Delgada (5), Horta e Vila do Porto (4), Ribeira Grande e Vila Franca do Campo (3) e São Roque do Pico, Lagoa e Povoação (2). No concelho praiense as 7 bandeiras azuis estão localizadas nas zonas balneares dos Biscoitos, Quatro Ribeiras, Escaleiras na Vila Nova, Prainha, Praia da Riviera, Praia Grande e na zona balnear do Porto Martins. Já em Angra do Heroísmo, as zonas contempladas são: Cinco Ribeiras, Negrito, Salgueiros, Silveira, Baía do Refugo e Salga. A Bandeira Azul da Europa é um galardão atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), que anualmente distingue não só a qualidade ambiental e paisagística, PUB

mas também a segurança oferecida às populações. O galardão é anualmente atribuído a praias (costeiras e fluviais), marinas e embarcações de ecoturismo. Na presente época balnear, a ABAE distinguiu 352 praias, 7 marinas e 9 embarcações de ecoturismo. Portugal é o país da Europa com melhor rácio de bandeiras designadas/atribuídas, cerca de 60%, assumindo particular destaque os Açores e a Praia da Vitória. Nos Açores, das 69 praias designadas, 39 foram contempladas (56%), enquanto no concelho da Praia da Vitória o rácio sobe para a invejável marca de mais de 87%, constituindo um caso ímpar e revelador do profícuo trabalho que há 20 anos a esta parte vem sendo desenvolvido, ano após ano, em prol da segurança e da sustentabilidade ambiental nas zonas de veraneio concelhias.

HASTEAR DA BANDEIRA A cerimónia nacional de hasteamento da Bandeira Azul da Europa em praia costeira, decorreu, este ano, na “Praia Grande”, Praia da Vitória, a 01 de junho, e contou com a presença do presidente da direção da ABAE, José Archer. No uso da palavra, José Archer, começou por felicitar todos aqueles que com o seu esforço, empenho e dedicação contribuíram para a ban-

deira que acabavam de hastear, sublinhado que a mesma é a congregação “do querer, do compreender, do

convencer e do reconhecer“ de muitas pessoas e entidades envolvidas, desde responsáveis autárquicos aos seus colaboradores diretos e demais forças vivas. “Esta bandeira não é oferecida. É ganha, é merecida”, enfatizou José Archer, “e no fim, o que estamos aqui a fazer é reconhecer de forma simbólica que esse trabalho, esse percurso, esse caminho de sustentabilidade, que é o caminho do futuro, vem sendo feito ao longo dos últimos 20 anos na Praia da Vitória, assento numa base de colaboração e confiança”, realçou. Intervieram também, o presidente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, Luís Vasco Cunha, o diretor regional dos Assuntos do Mar, Filipe Porteiro e o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Tibério Dinis.. Na ocasião, o edil praiense anunciou um investimento estratégico por parte da autarquia de 350 mil euros nas zonas balneares do concelho, envolvendo as áreas da segurança, da manutenção e promovendo a valorização das mesmas.

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o Cantinho do Psicólogo 213

À

semelhança dos caminhantes que para chegarem ao cimo estromboliano do Pico do Gaspar, uma elevação Terceirense de Aurélio Pamplona origem vulcânica, (a.pamplona@sapo.pt) resultante da erupção secundária da Serra de Santa Bárbara, utilizaram trilhos pertencentes à cumeada, o que os levaram a se projectarem no horizonte, conforme a fotografia nos dá uma linda imagem, também quando se medita é necessária a focalização num tema, pensamento ou actividade que seja significativa, pela sua clareza mental e emocional. Mas se ao caminhar pela cumeada a beleza da paisagem impressiona, não se ficaria menos agradavelmente surpreendido se descêssemos à cratera do pico que se destaca mais à frente, devido ao autêntico oásis de plantas endémicas da floresta Macaronésia que a preenche. Quanto à meditação registe-se que surge como a terceira técnica que podemos lançar mão para nos ajudar a enfrentar o stress. Segundo os autores recentemente mencionados as pessoas recorrem à meditação por várias razões, nomeadamente para: (1) encontrar a paz; (2) alcançar um estado de consciência de si; (3) obter o que se poderia chamar de estado de “iluminação; (4) descobrirem-se a si próprias; (5) esvaziar a mente; e (5) experimentar a verdadeira realidade. Entretanto, e de acordo com Davich (1998), que vamos seguir de perto, o significado da palavra meditação vai para além das palavras, uma vez que, verdadeiramente, só pode ser compreendida se meditarmos. E isto interessa porque, quando meditamos, PUB

SAÚDE | JP

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Medite estamos a utilizar uma arte que consiste em abrir cada momento da vida à consciência da tranquilidade. O objectivo da meditação, o ponto fulcral da atenção que mantemos quando meditamos pode revestir natureza e formas diversas, e ser: (a) um objecto físico, como seja uma vela incandescente; (b) um acontecimento corporal, como respirar, ouvir, ou ver; (c) uma tarefa do espírito, como pensar; (d) um movimento particular, como passear; (e) um processo, como comer; e (f) uma frase, um

diferentes práticas da meditação do mundo ocidental ou asiático compartilham características básicas, como sentar ou descansar sossegadamente, frequentemente com os olhos fechados, executar exercícios mentais que visam relaxar o corpo e focalizar a concentração. Acresce que a meditação necessita de treino, nomeadamente porque no início é habitual a pessoa sentir-se confusa, frustrada, e francamente irritada, o que, acentue-se, é normal. Entretanto, antes de lançar mão da

reacções; e (7) os erros que cometem. De qualquer forma, face às situações, nomeadamente contratempos stressantes, revela-se também fundamental que cada um de nós seja capaz de utilizar os modos de reacção que se indicam a seguir (Labrador, 1992): Confrontação: acções directas e até certo ponto agressivas para alterar a situação; distanciamento: esforços para se afastar de uma situação; auto-controlo: esforços para regular os seus próprios sentimentos e acções; busca de apoio social: acções de busca de conselho, informação, ou simpatia no problema; aceitação de responsabilidades: reconhecimento da responsabilidade no problema; fuga-evitamento da situação de stress;planificação: esforços para alterar a situação, o que implica uma aproximação analítica; e reavaliação positiva: esforços para criar significado positivo entrando-se num desenvolvimento pessoal. E o autor conclui que não existe um modo de reacção óptima em todas as ocasiões, visto que diferentes reacções podem ser eficazes na mesma situação, na medida em que dependem dos diferentes objectivos das pessoas.

som, ou uma cantiga. Entretanto, à medida que continuamos a meditar, sentimos que o nosso espírito vagueia constantemente de objecto de meditação. Trazer ao espírito a consciência da calma, e manter o tema da meditação, capacita-nos a desenvolver a concentração, a atenção plena e a focalização que, por sua vez, enriquecem fortemente a qualidade da vida. Ou seja, de forma geral todas as

meditação temos de ter consciência de que, embora existem coisas que estão sob o nosso controlo, como as palavras, acções, ideias, papel, esforços, erros e comportamento, acontecem outras em que isso não se verifica. Estão neste caso (Pin, 2018): (1) as atitudes das outras pessoas; (2) as palavras que pronunciam; (3) o papel que desempenham; (4) o comportamento que revelam; (5) as ideias que lhe passam pelo espírito; (6) os sentimentos que acompanham as suas

Referências: Davich, V. N. (1998). The best guide to meditation. Los Angeles: Renaissance Books. Labrador, F. J. (1992). O stress: Novas técnicas para o seu controlo. Lisboa, Temas da Actualidade. Pin (2018). Salvado em 12 Ago de Pinterest. Tema: Psicologia Pin. Website: https://br.pinterest.com/pin/5982751317230 89450/?lp=true. Foto: M. Fagundes n


JP | AGRICULTURA

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VI BIOFEIRA

EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS BIOLÓGICOS Três dias de divulgação, promoção e reflexão sobre o modo de produção biológico.

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uma organização da Cooperativa Bio Azórica com o apoio do Município da Praia da Vitória e do Governos dos Açores através da SDEA – Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, decorreu na zona do Paul, Praia da Vitória, de 07 a 08 de junho, a 6.ª edição da BioFeira. Esta feira tem como principal propósito a divulgação, promoção e reflexão sobre o modo de produção biológico. Nesse sentido, é fomentada a importância da agricultura biológica, através de um espaço de partilha e encontro entre produtores, distribuidores e consumidores. Ao longo de 3 dias, vários produtores exibiram e comercializaram os seus produtos de origem biológica, assim como foi possibilitado aos visitantes assistir a palestras, “shocookings” e conhecer alguns locais de produção. O evento contou ainda com um espaço de restauração biológica, atuações musicais e atividades para os mais novos. A Cooperativa Bio Azórica – Produtos de Agricultura Biológica CRL, foi fundada em março de 2007, com o objetivo de incentivar a produção e consumo de produtos biológicos, respeitando o ambiente e promovendo a conservação da natureza e da biodiversidade, utilizando de forma integrada, durável e racional os recursos naturais. Um ano depois, a Cooperativa inicia atividade comercial com dois pontos de venda: Forte de São Mateus e BioFontinhas. Dado o seu carácter temporário, foram, entretanto, inaugurados dois espaços permanentes, o Mercado de Produtos Biológicos na Praia da Vitória e a Casa do Jardim em Angra do Heroísmo, em outubro de 2012 e agosto de 2014, respetivamente. Na sessão de abertura que decorreu ao final da tarde de sexta-feira, 07 de junho, Mónica Oliveira, presidente da cooperativa Bio Azórica, não deixou de felicitar a coragem, persistência e tenacidade de todos os cooperantes, que ao longo dos últimos 8 anos enveredaram por um caminho difícil e que exige muiPUB

Foto: RS/JP

BIO AZÓRICA CRL Cooperativa nasceu em março de 2007, com o lema “ao serviço do Homem e da Natureza”. Mónica Oliveira é a atual presidente. tos sacrifícios, mas dia após dia, vai solidificando-se cada vez mais com o aparecimento de novos produtores e consumidores.

Terceira como em todos os Açores, tem vindo a registar, nos últimos anos, um crescimento digno de registo.

“Esta é uma feira muito suada, que é possível graças ao árduo trabalho da nossa família bio e ao incansável apoio de todas as equipas da Câmara Municipal da Praia da Vitória, que já vem de longa data”, começou por dizer Mónica Oliveira. “Uma palavra de agradecimento para a nossa família bio – as camisolas verdes – que de ano para ano, são cada vez mais. Vai-se juntando o marido, o companheiro, o namorado, ou seja, a família vai crescendo, e isto é muito bom, porque é esse o nosso objetivo. Entendemos que enquanto região verde e riquíssima em recursos naturais, a agricultura biológica serve-nos em absoluto, tanto na valorização da nossa oferta turística, como indo ao encontro da nossa essência de região predominantemente agrícola”, disse.-

Disso mesmo deu nota José Élio Ventura, diretor regional da Agricultura, ao discursar na sessão de abertura.

Na realidade a produção agrícola em modo biológico, não só na ilha

“Em 2012 existiam 53 produtores registados e uma área total em conversão ou já em modo de produção biológico de 428 hectares. Presentemente, existem 121 produtores certificados ou em conversão, a explorar uma área total de cerca de 1.200 hectares, e registam-se ainda 26 preparadores e distribuidores certificados de produtos biológicos”, revelou. José Élio Ventura anunciou que, ainda este ano, deverá entrar em fase de comercialização o leite biológico, que resulta de uma “decisão estratégica acertada das indústrias, que permitirá uma maior notoriedade e valorização” do leite açoriano, além de ser “uma oportunidade para captar novos mercados, mais rique-

za para os agricultores e para a indústria”. Também na carne bovino, acrescentou, já ocorreram avanços importantes e estão reunidas condições para a sua comercialização a breve prazo. “Estou convicto que, nesta área do biológico, tudo o que se produz é bem remunerado pelo mercado e totalmente absorvido”, afirmou o Diretor Regional, sublinhando que “as reais dimensões que este segmento de produção pode alcançar estão por calcular”. O diretor regional revelou ainda que, à semelhança de 2019, o Governo dos Açores pretende continuar a majorar positivamente as ajudas do POSEI em 2020 nas produções em modo biológico e, no futuro, introduzir melhorias nos apoios existentes à manutenção da agricultura biológica, que devem estar preferencialmente associados à efetiva comercialização de produtos obtidos.

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DESTAQUE | JP

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NA E.S. VITORINO NEMÉSIO

ALUNOS DE GERIATRIA APRENDEM A CUID O que aconteceria se as abelhas desaparecessem? – Alunos respondem com ambição de mudança positiva para o mundo e criam “Jardim Amigo dos Insetos Polinizadores”.

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s alunos do Curso de Técnico/a de Geriatria (PROFIJ Nível IV) - 10ºG, da Escola Secundária Vitorino Nemésio, no contexto do Projeto Pedagógico “Abelhas para o Futuro” (desenvolvido a partir de um acelerador construído no âmbito do Projeto IDiverSE - Islands Diversity for Science Education e integrante do Portal OSOS Open Schools for Open Societies), desenvolveram, entre finais de abril e o início de junho, um conjunto diversificado de atividades que permitiram que passassem a conhecer melhor o mundo das abelhas e que os motivou a empreender uma ação comprometida com a biodiversidade e de ajuda aos insetos polinizadores. A partir das questões “Gostas de abelhas? Achas que elas são importantes? O que aconteceria se desaparecessem?”, foram desafiados a pesquisar, a discutir, a encontrar-se com diferentes especialistas na área, como apicultores, agricultores biológicos e investigadores, e, assim, a tomarem consciência de uma realidade que, até à data, lhes passava despercebida e a tornarem-se motores de uma mudança positiva no mundo. De entre as atividades desenvolvidas, é de destacar a exploração de jogos pedagógicos, a visualização de vídeos temáticos, a participação numa visita de estudo a um apiário da empresa Ávilas Apicultura (intitu-

ABELHAS PARA O FUTURO Ação de formação “Abelhas dos Açores”. lada “A Vida das Abelhas” e orientada pelo técnico de produção agrária Diogo Ávila), a frequência de duas ações de formação (“Abelhas e Sustentabilidade”, pelo agricultor biológico Avelino Ormonde, e “As Abelhas dos Açores”, pela doutora Ana Picanço, do Grupo da Biodiversidade dos Açores) e a utilização de uma plataforma colaborativa para recolher os dados da sua comunidade e compará-los com dados de outras comunidades. No entanto, para além de aprenderem conceitos importantes sobre a morfologia e a vida das abelhas, a polinização, a sustentabilidade, a biodiversidade e a proteção das

teias da vida, também desenvolveram vários momentos de reflexão e de discussão, visando desenvolver competências fundamentais, como o pensamento crítico, a resolução de problemas e o desenvolvimento de um plano de ação. Assim, os alunos resolveram colocar “mãos à obra” e construir um Jardim Amigo dos Insetos Polinizadores e vários abrigos para insetos polinizadores (pensando, sobretudo, nas abelhas solitárias, que necessitam de abrigos para sobreviver), colaborando para o enriquecimento da Horta Pedagógica da sua Escola e como forma de chamar a atenção para a necessidade de se preservarem as 19 espécies de abelhas conhecidas dos Açores

(incluindo 1 endémica). Se tivermos em conta que alguns estudos indicam que as abelhas são responsáveis pela polinização de 70% das culturas agrícolas (o seu desaparecimento levaria a que o nosso alimento começasse rapidamente a escassear, bem como a biodiversidade) e que a sua mortalidade está a aumentar de forma dramática (sobretudo devido ao uso de pesticidas e fungicidas), mais importantes se tornam as ações desenvolvidas no sentido de proteger as abelhas e os outros insetos polinizadores. Façamos como estes alunos!...

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DAR DAS ABELHAS E DA BIODIVERSIDADE

ABELHAS PARA O FUTURO Metodologia “Design Thinking” -

ABELHAS PARA O FUTURO Construção do jardim amigo dos

ABELHAS PARA O FUTURO Colocação de um abrigo para inse-

ABELHAS PARA O FUTURO Como um dos “steakholders” valo-

desenvolvimento do plano de ação.

tos polinizadores, na Horta Pedagógica da Escola.

insetos polinizadores, na Horta Pedagógica da Escola.

rizou o Projeto.

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500 ANOS DE BEM FAZER


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DESTAQUE / CULTURA | JP

2019.06.21

JP CONVIDA PROFESSOR AUGUTO VILELA A FALAR DO ROJETO

“ABELHAS PARA O FUTURO” E A SUA RELEVÂNCIA PEDAGÓGICA

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orrespondendo ao convite que me fizeram, começo por referir que a inspiração para o desenvolvimento do Projeto “Abelhas para o Futuro” encontrou o seu solo de enraizamento numa oficina de formação em que tive a oportunidade de contactar com novas metodologias de aprendizagem colaborativa, inspiradas no modelo de escola aberta e orientadas para a educação científica. Estruturalmente, assentou num percurso em que a aprendizagem começou com um problema (“O que aconteceria se as abelhas desaparecessem?”) e desenvolveu-se a partir de diferentes modos de os alunos procurarem os necessários conhecimentos para o resolver. No final, como se espera de um projeto orientado para a criação e partilha de soluções, o empowerment individual e da turma proporcionou ações enriquecedoras da comunidade (Não é isto a cidadania?). Considerando as múltiplas experiências que vivenciei enquanto professor facilitador, considero que este Projeto foi marcado por vários pontos de sucesso que o tornaram uma experiência pedagógica com relevância, no sentido de que o pensamento e a ação dele derivada permitiram, de forma objetivamente percecionada,

o desenvolvimento pessoal e social dos seus intervenientes. De entre eles destaco o trabalho colaborativo entre professores (alicerce da verdadeira interdisciplinaridade) e entre os alunos e os steakholders (aproveitando-se como oportunidade a experiência e o conhecimento local); a diversidade de atividades implementadas (incluindo algumas orientadas para o “aprender fazendo”); a consideração dos interesses dos alunos e a constatação, por eles, da utilidade dos conhecimentos em causa; os cuidados tidos em termos de diferenciação curricular (a regulação, pelos professores, do percurso de cada aluno no sentido de que todos tenham equitativamente acesso ao saber essencial, o que envolve conhecer e considerar as geografias pessoais); a introdução de atividades metacognitivas, através das quais os alunos passaram a perceber como aprenderam e como podem aprender melhor (para que também melhor possam aprender ao longo da vida). Relevância que é confirmada pela avaliação que os alunos fizeram do desenvolvimento do Projeto: 86% dos alunos considera que participaram em mais atividades práticas do que o costume; 100% considera que a participação de convidados tornou as atividades mais interessantes e fa-

ABELHAS PARA O FUTURO Um desejo para o futuro... cilitou a aprendizagem; 57% considera que o relacionamento com os seus colegas foi melhor e que com os seus professores foi mais gratificante; em resultado disso, 86% sentiu-se mais motivado e mais concentrado; daí

que 100% considera que foi mais fácil aprender. É tão bom quando os professores e os alunos aprendem juntos!...

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1.º ANIVERSÁRIO

“MARÉ DE POESIA”

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Salão Nobre da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, acolheu na noite de 01 de junho, sábado, um recital de poesia comemorativo do 1.º aniversário de publicação da rubrica “Maré de Poesia” deste quinzenário.

Carmo, Mena Santos, Marta Cardoso e Vallda.

Numa organização do Jornal da Praia com o apoio da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, participaram no evento Angélica Borges, Carla Félix, Carina Fortuna, Catarina Valadão, Fernando Mendonça, Luís

A rubrica “Maré de Poesia” é coordenada por Carla Félix e constitui uma janela de oportunidade aos poetas e poetisas para divulgação das suas criações.

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O sarau contou ainda com a presença do autor, compositor e cantor Joel Moura que o abrilhantou musicalmente.

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Foto: RS/JP


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38.º RALI SICAL

JOVEM JÉSSICA REGO REALIZA SONHO

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38.º Rali Sical, que decorreu na ilha Terceira, de 07 a 08 de junho, ficará para sempre gravado na memória da jovem Jéssica Rego, que aos 16 anos, concretiza o enorme sonho de pilotar um carro de rali em plena competição. A jovem fez dupla com Victor Brazil, um veterano nestas andanças, a bordo de um Ford Escord 1.6. Foi precisamente o navegante, Victor Brazil, quem lhe despertou mais convictamente o “bichinho” das velocidades e do volante, e foi colocando em prática as instruções e ensinamentos de Victor Brazil que Jéssica Rego se fez à estrada. Mas toda esta aventura deve ser contada. Desde cedo, a jovem Jéssica vem revelando um especial gosto pelas quatro rodas e frequentava com regularidade, aos domingos, o extinto Centro de Desporto Motorizados da Praia da Vitória (CDMPV). Quanto mais via mais se sentia fascinada, até que há 3 anos atrás, começou a acompanhar de forma direta todos os ralis da ilha. À passagem dos carros, dizia para os seus próprios botões, “o que eu realmente gostava era de estar ali dento”, e com este pensamento lançava-se a semente desta grande aventura.

Certo dia, partilha com o pai esse seu desejo. O pai, sabiamente, aconselha-a a experimentar no CDMPV e desse modo averiguar da real efetividade dessa sua intenção. Quis o destino que se cruzasse com Victor Brazil, que a convida, a dar uma voltinha ao volante. “Então, eu fui ao volante e, desde então, percebi que era mesmo isso que eu queria”, conta Jéssica Rego. Nesta sua primeira grande aventura na estrada, Jéssica pretendia sobretudo terminar a prova intacta e com “o carro inteiro” – o que felizmente aconteceu – e também demonstrar a aquisição dos ensinamentos que lhe foram transmitidos pelo seu orientador e também navegante Victor Brasil, para além de muito naturalmente, “viver com muita intensidade a maravilhosa concretização deste sonho, divertindo-me ao máximo.“, e acrescenta “estou muito feliz, pois, nunca pensei que pudesse realizar este sonho tão cedo e espero que este seja o início de um longo caminho na busca do sucesso”. Para os automobilistas juniores (dos 16 aos 20 anos), no qual Jéssica Rego se integra, na ausência de um

Foto: RS/JP

centro de provas motorizados, as provas oficias, mais que uma competição, constituem uma oportunidade de aprendizagem e aperfeiçoamento. Para lá estarem, muitos esforços são despendidos, quer pelos próprios, quer pelas famílias e patrocinadores. É de lamentar, que na ceri-

mónia de encerramento do 38.º Rali Sical, este esforço não tenha sido devidamente reconhecido, pois são os jovens praticantes que asseguram o futuro de esta ou de outra qualquer modalidade e, ao esquecê-los, não só os desmotivam como inibem outros de lhes seguir os passos. n

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Formação avançada gratuita durante 4 meses em programação. Alojamento gratuito na ilha Terceira para quem reside noutra ilha


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EDITORIAL / OPINIÃO | JP

2019.06.21

ELEIÇÕES EUROPEIAS: E A CHAMADA

E DITORIAL

DE “INSOLÊNCIA” AOS QUE OPTAVAM PELA ABSTENÇÃO

A Pobreza nos Açores

“A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista”. (Natália Correia in “O Botequim da Liberdade” de Fernando Dacosta)

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ovamente veio à liça factos inegáveis relacionados com a pobreza e ou risco de pobreza a que os Açoreanos estão sujeitos, e os Açores são a região do país onde “os cidadãos estão mais expostos ao risco de pobreza”. José Ventura* Factos espelhados nos indicadores do Instituto Nacional de Estatistica, que se confirmam e não há volta a dar a tão nefasto quadro, que nos deve envergonhar, nomeadamente os representantes dos orgãos decisórios regionais, que apesar de se esforçarem para mitigar esta situação não têm conseguido ultrapassá-la.

O fosso entre ricos e pobres acentua-se, a pobreza e exclusão social consolidam-se, o trabalho é muitas vezes precário e mal remunerado, as desigualdades na destribuição dos rendimentos são enormes, portanto o risco de pobreza está patente e de difícil remoção para as pessoas que diariamente se defrontam com os problemas suscitados pela violação de direitos elementares, como seja o bem estar familiar e social, isto é a uma vida condigna.

É triste e vergonhoso assistirmos no dia a dia a um sem abrigo de nacionalidade Belga a pernoitar dentro de um saco cama junto ao Palácio da Justiça da Praia da Vitória, e que além de desumano, anormal em pleno século XXI, nada foi feito pelas instituições públicas e sociais para resolução de tão grave problema que se arrasta há mais de um ano sem que seja resolvido, a fim de se põr termo a tão triste espectáculo, não só para as pessoas da cidade, mas também para quem nos visita.

Estas situações inadmissíveis dos deserdados, geram quadros tão negros que em nada abonam a favor da nossa terra, e não é de admirar que a abstensão aumente cada vez mais aquando dos actos eleitorais, tudo isto não passa de um atentado ao Estado de Direito.

Precisamos de novas politicas, novas atitudes para trilharmos caminhos decisivos que nos conduzam a uma saída eficaz e positiva na construção de uma sociedade melhor, cuja estatistica deixe de ser negativa quanto às condiçoes de vida no arquipélago dos Açores, e não basta querer é preciso actuar de forma altruista para se conquistar o sucesso em prol dos Açores.

O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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izem os dicionários que “insolência” refere: Manifestação do orgulho das pessoas que se elevam acima da sua condição, desaforo, arrogância excessiva. Destes adjectivos, pensamos só um deles nos servir. O que refere “excesso de orgulho”, orgulho de sermos quem somos, e de sermos açoriano. Fomos dos que declaramos ser pela “abstenção” como forma de repúdio, ao tratamento com que os açorianos são impedidos de livremente escolherem os seus representantes ao Parlamento Europeu independentemente de ser europeísta ou não pois que, da maneira como a lei estabelece o circulo eleitoral a estas eleições como um circulo único “nacional” não permite que, o “voto” democrático dos Açorianos, caiba nas urnas portuguesas e europeias, deixando-os à porta da rua, de mão estendida e chapéu na mão à

espera de que seja considerado verdadeiramente e por direito próprio, Povo e Região dita periférica mas, senhora de várias condições geopolíticas e económicas que lhe permitem uma à autodeterminação há séculos desejada.

num dos partidos portugueses, dependente que é da vontade política do partido nacional em colocação elegível ou não do mesmo, continuaremos muito provavelmente a abster-nos conforme certos condicionalismos de ocasião.

Como esperávamos, a abstenção nas eleições para o Parlamento Europeu do passado dia 26, foi recorde merecedor de fazer parte do Guiness. Tanto lá como cá, (e “lá”, não foi domingo do Senhor Santo Cristo), o resultado foi como um jogo de modalidade desportiva, com muito pouco interesse para o público.

Continuamos isso sim, na afirmação de que só com a constituição de Partidos de “gene açórica” enquanto a existência dos Açores como Região Autónoma, mas com um círculo eleitoral” próprio, até termos o previsto na Carta dos Direitos do Homem e no que respeita ao estatuto de Povo Livre e Independente.

Vejamos, o quadro dos resultados no que diz respeito aos Açores: 1. Eleitores inscritos na RAA = 229.046 (100%); 2. Votantes (incluindo brancos e nulos) = 42.851 (18,71%); 3. Abstenção = 186.195 (81,29%).

Entretanto no respeito pelas opções políticas e entendimento da verdadeira Democracia, desejo a André Bradford as maiores felicidades na prossecução do seu mandato enquanto representante dos açorianos que, lhe exigem que imponha a divisa da Região do que “antes morrer livres que em paz sujeitos” se assim o permitirem os DDT.

81,29% abst. + 7,5% brancos + 2,24% nulos = 91,03%., verifica-se que, votaram nos partidos uma minoria = 8,97 % do eleitorado. Representando (os +/- 40% do PS) em 3,6% do eleitorado e (os +/- 20 % no PSD, 1,8% do eleitorado). Perante apreciação do resultado das Eleição para o Parlamento Europeu nos Açores que leva apenas por favor, um representante eleito

Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela. (George Bernard Shaw) 2019-05-29 (*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. n

PEIXE DO MEU QUINTAL

6 DE JUNHO - UMA MEMÓRIA SEM DATA tinua atravessado na garganta de muitos políticos de São Bento e que, se pudessem retroceder no tempo, hoje já não seria concedido. O presente estatuto político-administrativo açoriano, está caduco quase desde que nasceu.

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José Soares

ais um 6 de junho foi comemorado por aqueles que decidiram estar presentes num jantar ocorrido na cidade de Lagoa, em São Miguel, organizado pelo espírito independentista açoriano, este por sua vez composto de várias fações e opiniões sobre a soberania dos Açores. Para além do simbolismo, da confraternização e amizade, paira sempre em redor de todos e cada um, a certeza de que a presente autonomia concedida por Lisboa - a presente situação política - não existiria se o 6 de junho não tivesse acontecido. Esta réstia de esperança que teima em não morrer. O regime autonómico que con-

Lisboa naquela altura não teve outra alternativa para apaziguar os ânimos insulares. «Não lhes damos qualquer independência, mas fazemos de conta que terão uma autonomia que, obviamente, não poderá ser ampla em coisa alguma. Ou isso, ou os canhões das corvetas apontados para Ponta Delgada e Angra Heroísmo». E aceitamos esta espécie de autonomia fantasma, falida de Direitos e Liberdades e contrariada nos mais básicos direitos democráticos de qualquer povo. “Se a Constituição da República Portuguesa, enquanto Lei fundamental do País, no nº 1 do Artigo 51.º (Associações e partidos políticos) do Capítulo II – “Direitos, liberdades e garantias de participação política”,

consagra: “A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO COMPREENDE O DIREITO DE CONSTITUIR OU PARTICIPAR EM ASSOCIAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS E DE ATRAVÉS DELES CONCORRER DEMOCRATICAMENTE PARA A FORMAÇÃO DA VONTADE POPULAR E A ORGANIZAÇÃO DO PODER POLÍTICO” porque será então que no nº 4 do mesmo Art.º reza o seguinte: “NÃO PODEM CONSTITUIR-SE PARTIDOS QUE, PELA SUA DESIGNAÇÃO OU PELOS SEUS OBJECTIVOS PROGRAMÁTICOS, TENHAM ÍNDOLE E OU ÂMBITO REGIONAL” (José Ventura, Jornal da Praia - julho 2017). “...este facto constitui uma flagrante violação do direito de livre associação dos cidadãos, nomeadamente os reconhecidos na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia e na Convenção Europeia dos Direitos do Homem”. (deputado do PPM Paulo Estevão). Nesta questão dos partidos insulares, até o atual Presidente da República, reconhece que “...não se justi(Continua na página seguinte)


JP | OPINIÃO

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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (LIV)

NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS Depois de uma campanha eleitoral que mais obscureceu do que esclareceu já se esperava o cataclismo que não podia deixar de acontecer.

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António Neves Leal

epois de uma campanha eleitoral que mais obscureceu do que esclareceu já se esperava o cataclismo que não podia deixar de acontecer. Os partidos confundiram os eleitores e revelaram uma ignorância crassa arrepiante sobre a União Europeia. Misturaram as cartas do jogo e nalguns países mais parecia uma partida de boxe do que um debate político. Ideias novas foi coisa inexistente. Ficou célebre o combate maniqueísta entre E. Macron do movimento «A França em marcha» e Marine Le Pen da «União Nacional», o primeiro defendendo ideias mais progressistas mas socialmente injustas da globalização, e a segunda mais centrada na vida das classes populares, no mundo rural, nas realidades locais, regionais, nos problemas internos, estes últimos fortemente contestados pela extrema- direita, nacionalista, xenófoba, racista, ao arrepio de uma concepção moderna, democrática e pluralista da Europa e do mundo actual. Duas visões antagónicas que deram a vitória a Marine le Pen, que contou com o apoio de 33% dos «coletes amarelos», o que foi uma boa ajuda. Tal facto que, por duas vezes, já pôs os cabelos em pé aos franceses, agora vem criar uma grave perturbação no xadrez do Parlamento Europeu, porque os dois partidos tradicionalmente mais votados, O PPE (conservadores) com 175 deputados e o PSE (sociais-democratas) com 148 perderam o estatuto de hegemonia, não podendo nenhum dos dois, sozinhos, dirigir o funcionamento do Parlamento de Estrasburgo.

Como se sabe, o Eixo franco-alemão, até agora o motor da U.E., com os actuais resultados obtidos, no dia 26 de Maio, vai sentir dificuldades não só ao nível da Presidência da Comissão Europeia, mas também na condução dos trabalhos do P.E., que nunca esteve tão fragmentado como desta vez. De salientar que a Extrema -Direita tem 115 deputados, vindo à frente dos Centristas e Liberais, com 109. A grande revelação foi a votação dos Ecologistas e Regionalistas, com 77 eleitos. Esta família política vai exercer um papel muito importante neste contexto. Pelas votações das famílias europeias constata-se que a dita Esquerda está a perder influência de forma preocupante e acelerada. Recordo que em 1987, quando concorri ao P.E, a família socialista era a maior. Nesse tempo havia mais idealismo, e os candidatos não se digladiavam como no tempo presente, nem havia escaramuças por causa da seriação de candidatos nas listas nacionais concorrentes. Esta fraqueza da Esquerda na Europa e no Mundo (Veja-se o caso dos EUA, do Brasil, da Índia, a maior democracia mundial) é sinal de que algo vai mal no campo democrático. Os eleitores sentem-se ludibriados, traídos pelas práticas seguidas, e depois queixam-se muitos da criação de novos movimentos de cariz revolucionário e fascista, das suas baixas votações, e da vergonhosa taxa de abstenção verificada no Continente e, sobretudo, nos Açores com 91% dos inscritos. Aqui e em Portugal Continental, houve/há várias causas para isso: confusão deliberada das eleições europeias com as próximas legislativas, bem patente na forma como António Costa se comportou e no golpe palaciano que montou. Também foram culpados os partidos da oposição pela ingenuidade e cedência que assumiram no caso

dos professores. O próprio Presidente da República não esteve bem na fotografia, ele que até adora tirar «selfies», esquecendo-se, contudo, que já não é comentador avençado da TV, nem pode falar em excesso, como tem acontecido em assuntos que não são da competência presidencial. No caso dos Açores e exceptuando o PSD, os eleitores não tiveram acesso às listas completas dos candidatos das diferentes forças políticas concorrentes, e no caso do PS, só distribuíram a lista do candidato oriundo dos Açores, insinuando ser um candidato que sozinho iria defender o nosso arquipélago, e um folheto das realizações do governo regional que nada tinha a ver com o acto eleitoral para as europeias. Uma pergunta se impõe fazer acerca desta minimização da U.E, e deste encobrimento, que uma e outro mais não visam do que tentar esconder dividendos enormes dos fundos europeus, com cofinanciamentos que atingem 85/º dos investimentos. Mas isto não convém dizer-se publicamente, e então tenta-se, ardilosamente, mostrar que o que é bom depende só da sua eficiente e benéfica acção governativa regional. Só que nem todos os eleitores são parvos ou desatentos, e os mais curiosos, mesmo em letra miudinha, conseguem ler os nomes dos organismos da U.E. Ao invés, se acontece algum problema ou surgem atrasos desagradáveis a culpa é sempre de Bruxelas. Por vezes, até se procura, por puro ilusionismo, fingir que uma vergonhosa torna-se em grande vitória, como ouvimos da boca do Presidente do Governo Regional dos Açores. «Foi uma grande e saborosa vitória do PS/Açores, uma vitória clara, inequívoca e expressiva do Partido Socialista a nível nacional, tendo sido ainda mais clara, mais inequívoca e mais expressiva ainda a nível regional.».

E noutro passo, Vasco Cordeiro, em contraponto ao que se escreveu acima, confirmado pela campanha feita nos Açores, disse: «Esta vitória deve ser encarada com toda a humildade e sem qualquer leitura eleitoral que não diga respeito às eleições europeias». Será que com apenas 9% dos votantes açorianos e com uma perda de mil votos em relação ao último acto eleitoral, é razão para que o PS venha embandeirar-se em arco. Por este andar, qualquer dia temos uma estrondosa vitória votada somente pelos próprios candidatos, seus familiares e amigos. Assim, entraremos numa monarquia endogâmica, onde todos serão felizes e rejubilarão, usufruindo das grandes e exaltantes maravilhas do paraíso celeste, e escutarão os anjos e arcanjos em seus cânticos triunfais. Outras razões mais profundas e justificativas dessa chaga devem ser enumeradas: o desrespeito frequente da ética e da moral, que um burro um dia as comeu, e agora substituídas pelo chico-espertismo; os escândalos de ministros e outros altos detentores de cargos públicos que deviam ser servidores e respeitadores exemplares da «res-publica», e não senhores absolutos e transgressores das leis. Alguns deles andam nos tribunais a contas com a justiça (volumosas contas com tantos e tantos milhões desviados do erário público, e outros para lá caminham no decurso dos anos. A corrupção e a manipulação das leis aprovadas pelos deputados para seu proveito ou de amigos e familiares, tanto no governo central como nos regionais e autarquias, o desprezo e desdém pelas populações com dificuldades de emprego ou de poucos recursos são outros tantos motivos que minam a democracia e contribuem para esta muito revoltante situação de descrédito dos agentes políticos. E de todos os que ainda têm um pingo de vergonha. n

6 DE JUNHO - UMA MEMÓRIA SEM DATA (Conclusão da página anterior)

fica a manutenção da proibição de partidos regionais...” Marcelo Rebelo de Sousa, ele próprio um constitucionalista, atribuiu a inclusão daquela proibição no texto da Constituição a Vital Moreira, já no momento da redação final, “sem ter sido precedida de debate e sem ter por base qualquer projeto ou discussão e como que caída do céu.”. Alguns escritores, especialmente Daniel de Sá (que dizia que Gustavo Moura e o jornal Açores “era uma espécie de órgão oficioso da FLA” ou Cristovão de Aguiar, enquanto ferrenhos opositores de qualquer argumento soberanista açoriano, atribuíram o “separatismo como forças da extrema-direita” e reduzia toda a questão separatista a mero grupo de interesses financeiros.

Por um lado reconhecem a longa história das aspirações açorianas a um qualquer regime autonómico, esquecendo que uma autonomia profunda concretiza-se pela soberania. Uma é sinónimo da outra. As Ilhas de Cabo Verde, ou as Ilhas de São Tomé e Príncipe, eram despovoadas quando os portugueses as ocuparam. O mesmo aconteceu com a Madeira e os Açores. Das primeiras, a independência foi levada e efeito. A Madeira foi impedida de o fazer, porque o interesse de Portugal era estratégico e nisso só contava os Açores. Os argumentos mais variados continuam acesos e a comemoração dos 45 anos do 6 de junho, só provam que aqueles acontecimentos continuam a projetar no futuro os gritos de muitos açorianos através dos séculos:

“A Livre Administração dos Açores pelos Açorianos”.

pelos ‘ilustres’ opositores de qualquer forma de açorianidade política.

“... o Decreto de 1895, com 115 anos, portanto, leva-nos a referenciar Arístides Moreira da Motta, Advogado, Professor e Político. A sua obra mais importante na sua vida política está consagrada na Autonomia Administrativa dos Açores, com a aspiração “ da livre administração dos Açores pelos açorianos “, tendo como companheiros de luta o Conde da Fonte Bela, Jácome Correia, José Maria Raposo do Amaral, Gil Mont ´Alverne de Sequeira, Luís Soares de Sousa, entre outros.

O pensamento de que os Açores são “pertença inquestionável de Portugal”, sem qualquer direito à sua própria identidade, faz parte das clássicas e ultrapassadas interpretações classificadas pelo pensamento moderno como atentatórias do direito ao reconhecimento de qualquer povo à sua liberdade plena de convivência entre as nações.

O Decreto foi apresentado nas Cortes pelo então deputado Engº. Diniz da Motta e deu origem a um Decreto descentralizador, datado de 2 de Março de 1895.” (RTP, 2 de março de 2010). Até estes distintos nomes acima mencionados, seriam apelidados de extrema-direita

A férrea soberania portuguesa sobre os Açores, com proibição de partidos e referendos insulares, é pura demonstração de exercício colonial, com exclusivos fins exploratórios dos seus recursos naturais e financeiros, de resto, rivalizando com o antigo regime no procedimento e atitudes colonialistas. Sendo o Tempo senhor de todas as coisas, o futuro se encarregará de nos dar razão. n


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MARÉ DE POESIA | JP

2019.06.21

O

ser poético navega no pensamento ao sabor das suas emoções. A sua poesia eleva-nos ao patamar da alegria ou refugia-nos nos pensamentos de reflexão da existência. É assim, a poesia de quem sente as palavras dentro de um mar que navega

A maré de poesia Angélica Borges A maré trouxe de volta A recordação dos amantes Que outrora aos seus pés Jurarem amar eternamente No silêncio da noite estrelada E a bênção da lua imaculada Concebeu-se o matrimónio E liar um amor tão puro A maré tro de volta Todas as cartas e poemas Sepultados no fundo do mar As orações que criaram Para nunca mais desprender A maré trouxe de volta O paladar salino dos beijos E a calidez dos seus corpos A veracidade nos seus olhares A maré trouxe de volta O amor minha gente o amor Que pareceu fenecer lesto Com a inquietude dos anos A maré trouxe de volta O romance a nossa poesia O amor o pulcro do sentir Trouxe- nos de volta a maré. Marta Cardoso São João saiu a rua, Com cheirinho a rosmaninho, São João foi a tasquinha p’ra beber uma pinguinha. São João é popular e a todos sabe agradar, Vamos malta para a rua Na tua noite pular. São João és vida louca, São dez dias sem parar Nesta terra tão bonita Que te preza ao festejar! São João Veio a Cidade! Fernando Mendonça São João, Santo festeiro Deixa do Porto o terreiro Desembarca na Terceira E anima a Ilha inteira! Enfeita as ruas de balões Que se enchem de multidões! Pra ver as marchas passar Ou as fogueiras saltar!... Sobe ao Alto das Covas Saúda idosas e novas! Assim como os cavalheiros Quer casados ou solteiros!

nas páginas do Jornal da Praia! Convidamos a continuar a abrir gavetas e a partilhar poemas com os/as leitores/as, sabendo que quem as recebe por vezes renasce na leitura.

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Desce pela Rua da Sé Dançando, batendo o pé! Passa a que seu nome espelha E descansa na Praça Velha! É assim o nosso São João Da Ilha, secular tradição! Grita-se em unicidade: São João veio à cidade! João Mendonça Sento-me em silêncio na pedra de basalto, Conspurcada pelo vulcão que talhou os Ilhéus. Fito o horizonte d’oiro bem aceso no alto, Que me dificulta a vontade de olhar os céus. O Sol abrasado é o escudeiro de Deus. Protege-o dos sórdidos lanços da Humanidade. Acredito que para lá do Sol os anseios meus, Ser-me-ão anuídos por perfilar a verdade. Persisto calado envolto em pensamentos. Nítidas memórias, relíquias, momentos De alegria e boémia que Deus não condena… Os olhos emudecem e eu aqui sentado, Agradecendo a Deus pelo meu Passado… Ter nascido e amar-te já valeu a pena. Mário Alves E tu ó negra pedra, causadora do sentimento que em mim, por ti, medra, que te deixas acariciar pelo meu constante vai e vem, que rolas no meu caminho inundado de carinho que a minha espuma por ti tem… és a minha paixão, o meu porto seguro, o meu chão, onde perduro e não respeitando as normas, vou contornando as tuas formas

de onde brota a tua negrura a tua solidez, a tua lisura que resplandecem na minha maresia. És, na verdade, a minha única saudade… nas horas de maré vazia.

morre, e que viverá sempre e eternamente: Espiritualmente, permanecerei entre vós, e habitarei no coração de muito boa gente.

Mui Nobre e Leal Vallda

Apraz-me ter sido celebrizado, pelo empenhamento, à vossa causa, pela minha contagiante dedicação, Pelo voluntariado que, com amor abracei, ao entregar-me de corpo, alma e coração.

Desfilam sorrisos sob a passadeira vermelha e há um misto no ar de gestos, luz e trovas! Vê-se olhares acesos lá do Alto (das Covas) fazendo gente feliz, rumo à Praça Velha. Marchas marchando, na saudade vingada! Um emigrante é saudoso d’alma e afeição quando bebe memórias da ilha e do são João e quando pisa, ardente, as pedras da calçada! E desta minha Terceira, tão minha capital! Patrimônio dos bravos, tão nosso! Mundial! Sentida! É pura poesia n’uma veia que sangra! E eu, recordo que vestida a rigor, era’inda catraia! No passado, houv’um dia, que deixei de ser Praia... e nesse dia, indelével, desfilei os sonhos em Angra! Não deixes morrer a minha obra Leonel Purple Eu fui morrendo muito gradualmente, um pouco mais a cada dia: Sucumbi nos meus tão sentidos versos, assim perecendo na vossa poesia. E morri, mui lenta e prematuramente e por vós, a minha passagem foi aprazada e pequena… Em Testamento, deixo-vos toda a minha Obra, para que me recordeis, em cada poema. Deixo-vos agora os meus escritos, todos os trabalhos que vos escrevi e dediquei… Eis que hoje eu parto para a Eternidade: de pó eu sou feito, e assim ao pó voltarei. Eu bem sei que o Espírito jamais

Eis que agora o meu tempo muito urge, quando pouco mais tenho para vos escrever: Fazei menção do meu nome, e a minha obra nunca deixes morrer!!! Brazídio César Sentado além-mar, além do tempo... Mergulho-me sob o vento e as brumas salgadas. Que aos poucos seduzem as minhas emoções, Na força da esperança que sôfrega a alma, na lucidez do bater do coração. Neste lugar sagrado, mar, vento, o cheiro da terra húmida, Uma paz inefável, inexplicável! Um sossego uno poético quase um pecado não participar, Esse aroma eflúvio, alívio da alma e o ser. O olfato adocicado do nada e tudo, uma solidão devoradora de pensamentos, Eleva a alma ao céu esquecendo o ser. Uma paz de sossego indizível! Abraça as emoções e os pensamentos numa atração de sonhos.

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Angélica Borges; Brazídio César; Fernando Mendonça; João Mendonça; Leonel Purple; Mário Alves; Marta Cardoso; Vallda PAGINAÇÃO Jornal da Praia NOTA: As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetisas. Para participar envie o seu poema para: maredepoesia@jornaldapraia.com

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JP | INFORMAÇÃO

2019.06.21

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Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h00 – 20h00 HOJE (21/06)

Rua do Desterro Conceição Tourada não tradicional António Lúcio; Manuel João Rocha; Francisco Pereira; Humberto Filipe 18h00 – 20h00

21 JUN À Praça Vila Nova Tourada tradicional Humberto Filipe Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 21h00 24 JUN Alto das Covas Sé Espera de gado Ezequiel Rodrigues 13h00 – 15h00 25 JUN Rua de São João Sé Espera de gado para crianças António Lúcio 12h00 – 14h00 Santo Amaro Ribierinha Tourada tradicional Rego Botelho; Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h00 – 204h00 26 JUN Laginha Estrada Regional - Feteira Tourada não tradicional Francisco Pereira; Francisco Sousa; Humberto Filipe 18h00 – 20h00 27 JUN Bicas de Cabo Verde São Pedro

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SÁBADO (22/06)

29 JUN Caminho da Igreja Doze Ribeiras Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes; Ezequiel Rodrigues; Humberto Filipe; José Gaspar Pai 18h00 – 20h00 30 JUN Porto das Pipas Angra do Heroísmo Tourada não tradicional Eliseu Gomes; António Lúcio; Manuel João Rocha; José Gaspar Pai Domingo, 30 de junho às 17h00 18h00 – 20h00 01 JUL Porto de Pescas Vila Nova Tourada não tradicional Rego Botelho 18h30 – 20h30

SANJOANINAS 2019 DESFILE DE ABERTURA Local: Alto das Covas, Rua da Sé, Rua de São João, Rua dos Minhas Terras, Rua Direita e Praça Velha Hora: 22:00

SÁBADO (22/06) SANJOANINAS 2019 DESFILE DA ETNOGRAFIA Local: Alto das Covas, Rua da Sé e Praça Velha Hora: 22:00

DOMINGO (23/06) SANJOANINAS 2019 DESFILE DE MARCHAS DE SÃO JOÃO ETNOGRAFIA Local: Alto das Covas, Rua da Sé, Rua de São João, Rua dos Minhas Terras, Rua Direita e Praça Velha Hora: 21:00

DOMINGO (23/06)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEGUNDA (24/06)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

TERÇA (25/06)

QUINTA-FEIRA (27/06) SANJOANINAS 2019 DESFILE DE CARROS CLÁSSICOS, MOTARDS E JIPES Local: Alto das Covas, Rua da Sé e Praça Velha Hora: 21:00 SANJOANINAS 2019 DESFILE DAS CHARANGAS Local: Alto das Covas, Rua da Sé e Praça Velha Hora: 22:00 SANJOANINAS 2019 CANTORIA Local: Praça Velha Hora: 22:30

02 JUL Senhora da Ajuda Vila Nova Tourada tradicional Rego Botelho 18h30 – 20h30 05 JUL Largo de São João Fontinhas Vacada à Corda Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 – 20h30 Fonte: Sites da CMAH e CMPV

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SANJOANINAS 2019 DESFILE DE MARCHAS DE SÃO JOÃO ETNOGRAFIA Local: Alto das Covas, Rua da Sé, Rua de São João, Rua dos Minhas Terras, Rua Direita e Praça Velha Hora: 21:00

TERÇA-FEIRA (25/06) SANJOANINAS 2019 DESFILE DAS FREGUESIAS Local: Alto das Covas, Rua da Sé e Praça Velha Hora: 21:00

QUARTA-FEIRA (26/06) SANJOANINAS 2019 DESFILE DO DESPORTO: DESFILE OLÍMPICO Local: Alto das Covas, Rua da Sé e Praça Velha

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUARTA (26/06)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUINTA (27/06)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEXTA (28/06)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SÁBADO (29/06)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEXTA-FEIRA (28/06)

SEGUNDA-FEIRA (24/06)

HOJE (21/06)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (30/06)

SANJOANINAS 2019 NOITE DA CRIANÇA As ruas irão encher-se de insufláveis para os mais novos! Hora: 19:00

SÁBADO (29/06)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

SEGUNDA (01/07)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

TERÇA (02/07)

SANJOANINAS 2019 DESFILE INFANTIL Local: Alto das Covas, Rua da Sé, Rua de São João, Rua dos Minhas Terras, Rua Direita e Praça Velha Hora: 21:00

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

QUARTA (03/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

DOMINGO (30/06) SANJOANINAS 2019 DESFILE DE FILARMÓNICAS Local: Alto das Covas, Rua da Sé e Praça Velha Hora: 21:00

QUINTA (04/07)

SANJOANINAS 2019 FOGO DE ARTIFÍCIO Local: Baía de Angra do Heroísmo Hora: 00:00

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

BISCOITOS

VILA DAS LAJES Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

CONSULTE O PROGRAMA COMPLETO DAS SANJOANINAS 2019

VILA NOVA

https://www.sanjoaninas.pt/

Farmácia Andrade

Desfile do Desporto: Desfile Olímpico Data: Quarta-feira, 26 Junho Hora: 21:00 26-jun | Desfiles | Desporto Hora: 21:00

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

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Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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