Jornal da Praia | 0548 | 05.07.2019

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QUINZENA

05 A 18.07.2019 Diretor: Sebastião Lima Diretor Adjunto: Luís Moniz

Nº: 548 | Ano: XXXVII | 2019.07.05 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES

www.jornaldapraia.com

JP ENTREVISTA

OSÓRIO SILVA

CÉSAR TOSTE

DESTAQUE | P. 8 E 9

AGENDA PARA A EDUCAÇÃO DO FUTURO NO CONCELHO | P. 3

38.º ANIVERSÁRIO DA CIDADE

COLETIVIDADES E INDIVIDUALIDADES HOMENAGEADAS EFEMÉRIDE | P. 5

DIA DOS AÇORES

CLÉLIA VICENTE AGRACIADA com a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico.

AUTONOMIA | P. 7 PUB

CMPV SUSPENDE AJUSTE FINANCEIRO iniciado em 2012 ao abrigo do PAEL.

FINANÇAS PÚBLICAS | P. 10

FRANCISCO AGATÃO

PRAIENSE É “JOGUETE” DE EXPERIÊNCIAS FEDERATIVAS DESPORTO | P. 11


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CANTO DO TEREZINHA / ELEGIA | JP

2019.07.05

VITORINO ABORDA FRANCISCA VAN DUNEM E REIVINDICA NOVO JUÍZO

A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, visitou recentemente o Palácio da Justiça da Praia da Vitória. À sua espera, estavam o presidente da Comarca dos Açores, juiz desembargador, Moreira das Neves, o presidente da Câmara da Praia, Tibério Dinis, o presidente da Câmara de Angra, Álamo Meneses, magistrados e oficiais de justiça e, claro, o Rei daquelas paragens – galo Vitorino.

Assegura o repórter do CT destacado para o local, que Vitorino esteve à fala com a ministra e depois das saudações da praxe reivindicou a instalação de um novo Juízo especializado na Praia da Vitória. Ao que CT apurou, Vitorino não se conforma com o assalto a que aquele espaço tem estado sujeito nos últimos tempos. Para além da invasão por uma nova ave, a paisagem tem vindo a ser radicalmen-

te alterada, pelo que Vitorino reivindica a criação e imediata instalação de um novo Juízo Misto do Território e Siso. Com esta iniciativa, o galo Vitorino pretende restabelecer a ordem por aquelas bandas, expulsando definitivamente o jovem galináceo intruso e colocando algum tino na cabeça dos responsáveis municipais para que acabam de vez com esta fixação por rotundas. n

O 14 DE MAIO DE 2019 FICA GRAVADO NO CORAÇÃO DAS QUATRO RIBEIRAS PELA GRANDE TRAGÉDIA QUE DEIXOU A FREGUESIA DE LUTO AS PESSOAS DE VELAS ACESAS A REZAR A NOSSA SENHORA EM SEGUNDOS SURGE SURPRESAS E UMA DOR TÃO FORTE AS DEVORA. O TERÇO ESTAVAM A REZAR DO FUNDO DO SEU CORAÇÃO A NOSSA SENHORA NO OLHAR A PEDIREM AJUDA COM EMOÇÃO. CAMINHAVAM NO SEU SOSSEGO A DEBULHAR O TERÇO NA MÃO RÁPIDO SURGE O DESASSOSSEGO E TODOS SE ESPALHAM NO CHÃO. PERNAS PARTIDAS E BRAÇOS DUAS MORTES REPENTINAS FERIDOS EM DOR E PEDAÇOS CHOROS NAS MÃOS DIVINAS. FLORES PELO CHÃO CAÍDAS

ANDOR CAÍDO NA ESTRADA AS PESSOAS COM DORES FERIDAS TODAS NUM HORROR DO NADA. O QUE CHAMA MUITO ATENÇÃO NOSSA SENHORA CAIU DO ANDOR BATEU COM FORÇA NO CHÃO E FICOU INTACTA COM ESPLENDOR. REZO DO FUNDO DO CORAÇÃO JUNTO DOS QUE PADECERAM PARA A ETERNA SALVAÇÃO ÀS VÍTIMAS QUE A VIDA PERDERAM. AOS FERIDOS RÁPIDAS MELHORAS QUE DEUS OS AJUDE NESTA DOR NESTAS TRISTES TRÁGICAS HORAS TODO O CONFORTO É MERECEDOR. ÀS FAMÍLIAS ENLUTADAS MUITA FORÇA E VIRTUDE

ESTEJAM DE MÃOS DADAS QUE DEUS LHES DÊ SAÚDE. QUE O MEU POVO TORNE A SER FELIZ E NUNCA PERCA A SUA ENORME FÉ REZE Á PADROEIRA SANTA BEATRIZ A JESUS, MARIA E SÃO JOSÉ. AOS QUE AS DORES SENTIRAM PELOS INESPERÁVEIS MOTIVOS REZEM PELO QUE PARTIRAM E RÁPIDAS MELHORAS AOS VIVOS. AO CONDUTOR DEVEMOS REZAR PELO SEU SUSTO REPENTINAMENTE AO PONTO DE SE QUERER SUICIDAR E SER INTERNADO PSIQUICAMENTE. UM JOVEM QUE SEM QUERER FICOU COM A ALMA DOLORIDA E ACABOU A ALEGRIA DE VIVER

PARA O RESTO DA SUA VIDA. QUANDO NÓS NASCEMOS DO VENTRE DA NOSSA MÃE NO MUNDO NUNCA SABEMOS O QUE A VIDA PARA NÓS TEM. PARABÉNS AOS NOSSOS BOMBEIROS PROTEÇÃO CIVIL E POLÍCIA IGUALMENTE FORAM COMO SEMPRE GUERREIROS E APARECERAM RAPIDAMENTE. PARABÉNS MÉDICOS, ENFERMEIROS E TODOS O MEMBROS DO HOSPITAL PELOS CUIDADOS DADOS CERTEIROS AOS QUE CHEGARAM MUITO MAL. Paulo Jorge Filho das Quatro Ribeiras. 14 de Maio de 2019

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JP | FICHA TÉCNICA PROPRIETÁRIO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512014914), Fundado em 26 de Março de 1982 REGISTO NA ERC: 108635 FUNDAÇÃO: 29 de Abríl de 1982 ENDEREÇO POSTAL: Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz, Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA, Ilha Terceira - Açores - Portugal TEL: 295 704 888 DIRETOR: Sebastião Lima (diretor@jornaldapraia.com) DIRETOR ADJUNTO: Luís Moniz (diretor.adjunto@jornaldapraia.com) ANTIGOS DIRETORES: João Ornelas do Rêgo; Paulina Oliveira; Cota Moniz ANTIGO DIRETOR ADJUNTO: Francisco Ferreira EDIÇÃO/REDAÇÃO: Grupo de Amigos da Praia da Vitória (editor@jornaldapraia.com; noticias@jornaldapraia.com; desporto@jornaldapraia.com) CHEFE DE REDAÇÃO: Francisco Soares, CO-523A COORDENADORA “MARÉ DE POESIA”: Carla Félix (maredepoesia@jornaldapraia.com) REPÓRTER DE IMAGEM: Rui Sousa JP | ONLINE: Francisco Soares (multimedia@jornaldapraia.com) COLABORADORES: António Neves Leal; Aurélio Pamplona; Emanuel Areias; Francisco Miguel Nogueira; Francisco Silveirinha; Silveira de Brito; José Ventura; Rodrigo Pereira PAGINAÇÃO: Francisco Soares DESENHO NO CABEÇALHO: Ramiro Botelho ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Nuno Silveira DIFUSÃO INFORMATIVA: Jorge Borba IMPRESSÃO: Funchalense - Empresa Gráfica, S.A. - Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50 Morelena - 2715-029 PÊRO PINHEIRO ASSINATURAS: 15,00 EUR / Ano - Taxa Paga - Praia da Vitória - Região Autónoma dos Açores TIRAGEM POR EDIÇÃO: 1 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL: DL N.º 403003/15 ESTATUTO EDITORIAL: Disponível na internet em www.jornaldapraia.com NOTA EDITORIAL: As opiniões expressas em artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal e do seu diretor.

Taxa Paga – AVENÇA Publicações periódicas Praia da Vitória


JP | NO CONCELHO

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TIBÉRIO DINIS APRESENTA

“AGENDA PARA A EDUCAÇÃO DO FUTURO”

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sessão solene comemorativa do 38.º aniversário de elevação da Praia da Vitória a cidade, que decorreu a 20 de junho, na Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira, ficou marcada pelo anúncio de um conjunto alargado de medidas e investimentos no âmbito da iniciativa do executivo municipal “Agenda para a Educação do Futuro”. Tibério Dinis, apresentou mais de PUB

uma dezena de medidas, porque “a Educação, sendo um desafio estratégico é um assunto de crucial importância”, apesar de ter “total e perfeita noção que o tempo do mandato que o Povo nos atribuiu não será suficiente para colher os frutos”, não obstante, mostrou-se convicto que “este é o rumo certo para as gerações futuras da Praia da Vitória”. Assim, ao abrigo da “Agenda para a Educação do Futuro”, segundo dis-

se, será instituído o “Dia Municipal da Educação”, com a realização de uma sessão de atribuição de distinções de mérito a alunos, pais, docentes e não docentes. Proceder-se-á à revisão dos regulamentos do Conselho Municipal de Educação, Segurança e Juventude, de modo a possuírem verdadeiramente um papel ativo no desenvolvimento de estratégias para a educação do futuro na Praia da Vitória. Também será revista a Carta Educativa do Concelho da Praia da Vitória e o Regulamento de Bolsas de Estudo, de forma a reforçar os apoios e a responder de forma mais eficaz e célere às necessidades dos alunos do Ensino Superior. Será instalado na escola da freguesia da Agualva um Centro de Atividades de Tempos Livres, e vai ser iniciada a elaboração de um projeto para a ampliação da escola da freguesia do Cabo da Praia, permitindo a inclusão futuro do Centro de Atividades de Tempos Livres. Adiantou ainda o edil que os parques infantis escolares vão ser dotadas de mais e melhores equipamentos e será incluído no Plano e Orçamento Municipal para 2020 um extenso plano de investimento na modernização das escolas, quer infraestrutural e humanizante, como, pedagógico e tecnológico. Ao nível dos transportes escolares, irá ser implementado um circuito de transporte citadino de minibus, o qual fará a ligação urbanização Nossa Senhora de Fátima – Escola Básica Integrada da Praia da Vitória. O novo circuito citadino também dará uma resposta na área do turismo já que

Foto: GP-MPV

chegará ao aeroporto. O presidente revelou ainda que vai “dotar o Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta de instalações definitivas”, “criar um Centro de Estudos Municipal, totalmente gratuito, para explicações aos anos letivos 10º, 11º e 12º nas disciplinas de português e matemática”, “colaborar com o Governo dos Açores, na instalação do Conservatório Regional na Escola Básica e Integrada da Praia da Vitória, permitindo uma resposta do Ensino Artístico aos alunos do Concelho da Praia da Vitória” e “criar o evento ‘Educação do Futuro’, uma mostra de boas práticas educativas implementadas no concelho da Praia da Vitória - à semelhança do Prémio Fundação Ilídio Pinho ‘Ciência na Escola’, no qual, a ‘Divertiláxia’ tem sido um excelente representante da Praia da Vitória e dos Açores”.

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VISITA DA MINISTRA DA JUSTIÇA

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rancisca Van Dunem, ministra da Justiça e a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, estiveram a 12 de junho, no Palácio da Justiça da Praia da Vitória, no âmbito de uma visita de 2 dias aos Açores. Esta visita enquadra-se nas recentes alterações ao mapa judiciário que levou à instalação na Praia da Vitória, a 23 de abril corrente, de um novo Juízo Misto de Família, Menores e Trabalho com jurisdição de ilha. Após a visita às instalações e uma breve reunião à porta aberta com o presidente da Comarca dos Açores, juiz desembargador, Moreira das Neves, os presidentes das duas edilidades terceirenses e elementos do tribunal, a ministra disse aos jornalistas que que este novo Juízo “era uma carência sentida há muito tempo”, mas que só agora foi possível concretizar. Sobre as instalações que acabara de visitar e as condições de trabalho oferecidas, a ministra considerou tratar-se de instalações “perfeitamen-

Foto: RS/JP

te adequadas para as necessidades de trabalho”, elogiando as soluções “engenhosas e inteligentes” encontradas para articular e fazer conviver no mesmo espaço secções diferentes.

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HISTÓRIA | JP

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A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRA

O Agora tem de ser entendido como o efeito, o resultado do Antes.

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oje em dia, num momento em que tudo é fugaz, em que a Internet e as redes sociais permitem que a informação chegue a qualquer parte do Mundo em segundos, não há quase necessidade de explicar o que nos rodeia, a nossa sociedade, o nosso património, porque todos os dias há sempre uma nova notícia para apagar a anterior. A Memória do que fizemos não é alimentada e isso é um grande erro. Um povo sem Memória é um povo sem Cultura. É essencial saber de onde viemos, para compreendermos quem somos e entendermos o que se passa à nossa volta. Ao longo destes meus anos como Historiador, uma das perguntas que mais me fazem é o porquê de precisarmos de estudar História, de saber sobre o nosso passado. Os jovens são os que mais me questionam sobre a importância da História para a nossa vida. A resposta é simples: muito importante. A História ensina-nos muito. Ao estudarmos as ações dos nossos egrégios avós, conseguimos compreender o porquê do agora, o porquê de estarmos aqui. Não há um hoje sem um ontem. É impossível tentar estudar um determinado acontecimento, evento ou personalidade, sem saber o seu contexto, o seu passado. O entender o percurso de vida de uma pessoa, o desenrolar de um acontecimento, deixa-nos perceber o porquê das suas ações. Aquele acontecimento não aconteceu sem pelo menos a sua preparação e esta é feita antes.

Desde jovem sempre tive fascínio pelo estudo, a pesquisa, a análise, a investigação de como as coisas se passaram. Enquanto terceirense, açoriano, português, a curiosidade em saber mais do passado do meu país, da minha região, do meu local, foi-se tornando uma necessidade quase essencial à minha vida, Não consigo me entender, sem relacionar a minha vida ao meu amor pela História. Uma das coisas que oiço de muito jovem é a falta de interesse e de criatividade dos professores, neste caso, os de História em ensinar as matérias. Temos de nos lembrar que existe um programa e este tem de ser cumprido, e esta exigência limita muito a “criatividade” do professor, mas não deve extingui-la. É cada vez mais importante aproximarmos os acontecimentos nacionais da História local. Falar do meio que nos rodeia, dá uma noção de proximidade com os jovens. Ao contar aquele acontecimento que se passou ali ao lado, os jovens ficam mais entusiasmados em saber mais sobre o que se passou na sua terra e que importância teve para o contexto da História regional e da História de Portugal. Um bom equilíbrio entre História nacional e local era, para mim, um ingrediente chave para aproximar mais os jovens da História, do seu passado e na necessidade de preservá-lo. Outro tema ligado à História que muita gente fala comigo é o Património histórico. A minha resposta é a mesma: salvaguarda das “testemunhas” do passado. O Património histórico faz parte do que nos rodeia e são vestígios da nossa História. Preservar, defender, recuperar, reabilitar monumentos, edifícios, espaços que fizeram parte das estórias da

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MAIS EFEMÉRIDES NA NOSSA PÁGINA DE

/JornalPraia/

nossa História é algo essencial à perpetuação da nossa Memória. Dar a conhecer, ou seja, divulgar, o nosso Património é manter vivo o legado dos nossos egrégios avós. A História dos Açores tem de ser bem incluída nos programas das escolas açorianas e tem de haver necessidade de fazer os alunos quererem saber mais sobre o que se passa à sua volta, com mais visitas de estudo, pesquisas para trabalhos, isso é, trazer o passado para o hoje. Já se deu vários passos neste sentido, com o programa a incluir a História e a Geografia do arquipélago, mas ainda há muito mais a fazer. E não devemos de ter medo de contestar e pedir mais apoio para “reavivar” a História, pois é essencial para a criação de cidadãos conscienciosos e preparados para o futuro. Uma ideia que existe em outros países e que já tive a honra de assistir a verdadeiros e bons trabalhos é a reencenação de acontecimentos da nossa História. Sei que é algo que necessita de investimento, de pessoas, que haja vontade política e fi-

nanciamento público e privado para se concretizar, contudo era algo que iria abrir os horizontes dos locais ao passado da sua terra e trazer mais turistas às nossas terras. Não seria deveras interessante assistir a uma “Batalha da Salga”? As Sanjoaninas nos últimos anos tem trazido temas históricos ao seu desfile de abertura e isso tem “obrigado” os locais e os visitantes a saber mais sobre a História, o que é ótimo e relevante para se divulgar não só local, mas nacionalmente momentos indeléveis do passado da Terceira. Espero que haja mais ideias neste sentido e que se lute com garra para se divulgar a nossa História e Preservar o nosso Património. A aposta em centros de interpretação em muitas das nossas localidades, era um caminho para fazer o local e o visitante viajarem pelas estórias da nossa História. Uma ideia que se vai falando em vários pontos da nossa Ilha, mas que espero que ganhe mais força nos próximos tempos. Salientar, realçar a nossa História é muito importante pois como sempre digo um povo sem Memória, é um povo sem Cultura e temos de começar cedo a incutir a vontade de saber mais e querer procurar saber mais das estória da nossa História. Até a divulgação de lendas é uma forma de “acender” a chama do conhecimento e, sobretudo, da curiosidade. Se temos um vestígio da nossa História tão perto de nós, porque não o divulgamos mais? Eu tenho feito a minha parte e espero contribuir com mais trabalho e mais projetos, desde que haja financiamento e apoios neste sentido. Espero que surgem mais oportunidades para fazermos “realçar” a nossa grandeza, o nosso ADN terceirense, trazendo o ontem para hoje. A pesquisa, a investigação e a divulgação do nosso passado, assim como a preservação do nosso Património são lemas da minha vida. n


JP | EFEMÉRIDE

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PRAIA DA VITÓRIA: SESSÃO SOLENE DO DIA DA CIDADE

COLETIVIDADES E PERSONALIDADES HOMENAGEADAS

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Praia da Vitória assinalou no passado dia 20 de junho, o seu 38.º aniversário de elevação a cidade, com uma sessão solene que decorreu na Academia de Juventude e das Artes da ilha Terceira, onde foram homenageadas 3 entidades e 2 individualidades. Assinalando um quarto de século de atividade, foi atribuída a Medalha de Mérito Municipal Valor Cultural em Bronze ao Centro Social de Santa Bárbara da freguesia da Fonte do Bastardo, à Paróquia de Santa Margarida – Porto Martins e à Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos. Com a Medalha de Bons Serviços Municipais em Prata Vermeille, foi distinguido o Padre Abílio de Morais e o Brigadeiro-General Eduardo Faria, comandante da Zona Aérea dos Açores.

CENTRO SOCIAL SANTA BÁRBARA O Centro Social de Santa Bárbara da freguesia da Fonte do Bastardo foi fundado a 20 de novembro de 1993, por Leonor Costa, Salomé Lopes e Fátima Sequeira, completando este ano 25 anos de existência. Com cerca de meia centena de sócios e mais de três dezenas de utilizadores habituais, esta valência social da freguesia da Fonte do Bastardo mantém-se em atividade graças à voluntária colaboração de várias pessoas lideradas por Lina Martins, funcionando como centro privilegiado de convívio para os seniores. Nos últimos anos, para além de todos os trabalhos artesanais realizados pelos utentes que o frequentam, este Centro de Convívio tem-se destacado pela participação no chamado CarnaPUB

val Sénior, através da exibição, nos salões da Ilha Terceira, de uma dança de carnaval, assim como pela realização de convívios semanais e passeios anuais.

PARÓQUIA SANTA MARGARIDA Na sequência do desmembramento canónico do então Curato do Cabo da Praia, a 21 de janeiro de 1994, é criada, pelo bispo de Angra, D. Aurélio Granada Escudeiro, a Paróquia de Santa Margarida do Porto Martins. A elevação a Paróquia era uma aspiração de longa data dos habitantes locais, tendo contribuído para o feito a existência de 500 habitantes e de mais de 250 fogos, assim como, a mobilização da população local para o justo reconhecimento religioso, do então Lugar do Porto Martins. Desde então, a Paróquia de Santa Margarida assumiu um papel preponderante no desenvolvimento da comunidade pertence desta paróquia, dando impulso à posterior elevação do Lugar do Porto Martins a freguesia, que acabou por acontecer sete anos depois, em 9 de maio de 2001.

CONFRARIA VINHO VERDELHO A 10 de março de 1993, foi constituída no Cartório Notarial de Angra do Heroísmo, a Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos. Entidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos, é a Confraria Báquica mais antiga da Região Autónoma dos Açores, criada com o objeto primordial de defender, promover, valorizar e divulgar o Vinho Verdelho dos Biscoitos e o demais vinho de qualidade da Região.

Foto: GP-MPV

A Confraria tem vindo a desenvolver um trabalho, reconhecido por todos, em prol do Vinho Verdelho dos Biscoitos, da sua divulgação, desenvolvimento, progresso e reconhecimento como valor cultural, económico e de identidade, quer da freguesia, quer do concelho, como da Ilha Terceira e dos Açores. Ao longo de vinte e cinco anos de história e no âmbito das suas atividades, mantem um importante acervo de memórias sobre a produção vínica nos Biscoitos, promove o Dia do Vinho Verdelho dos Biscoitos e aposta na comemoração do Dia Europeu do Enoturismo.

PADRE ABÍLIO DE MORAIS Abílio de Morais, nasceu a 25 de maio de 1941, na Fajã dos Vimes, na ilha de São Jorge. Cedo rumou à ilha Terceira para frequentar o Seminário Maior de Angra do Heroísmo, tendo

sido ordenado Sacerdote no dia 15 de agosto de 1964, por D. José Pedro da Silva, Bispo de Viseu. O Padre Abílio de Morais, além do seu contributo como pároco, foi responsável pela criação e desenvolvimento de diversas estruturas coletivas e comunitárias na freguesia de São Brás, sendo reconhecido como nome incontornável da história recente desta Freguesia do concelho da Praia da Vitória. Atualmente, Padre Emérito da Freguesia de São Brás, ao longo de toda a sua vida, especialmente, ao longo dos 35 anos de serviço sacerdotal, sempre manifestou dedicação e empenho ao desenvolvimento social e cultural do concelho da Praia da Vitória.

BRIG.-GENERAL EDUARDO FARIA Eduardo Jorge Pontes de Albuquerque Faria, atual Comandante da Zona Aérea dos Açores, nasceu em Barcelos – Distrito de Braga. A sua relação com a Ilha Terceira e com a Praia da Vitória inicia-se em 18 de setembro de 2001 com a chegada à Base Aérea n.º 4. A Força Aérea Portuguesa tem sido, ao longo dos anos, um parceiro fundamental das entidades locais na resposta a situações de emergência e na implementação e desenvolvimento de projetos estruturantes, que resulta numa profícua colaboração e constante disponibilidade da Força Aérea Portuguesa, especialmente, do destacamento da Base N.º4, com a Câmara Municipal da Praia da Vitória. No âmbito das suas funções na Força Aérea Portuguesa, o Brigadeiro-General Eduardo Faria, tem mantido ao longo dos anos uma franca e leal cooperação com o concelho da Praia da Vitória, na percussão da segurança das populações, na salvaguarda do património e na identificação de soluções para desafios conjuntos, numa constante manifestação de disponibilidade e proximidade para com a Praia da Vitória.

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SAÚDE | JP

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o Cantinho do Psicólogo 214

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Meditação e Atenção Plena

ara além do olhar inteligente que referimos no Cantinho 204 acredita-se hoje em dia que dependente do tipo de animal, e em grau diferenAurélio Pamplona ciado os animais, (a.pamplona@sapo.pt) nomeadamente as vacas, pensam, têm sentimentos, ou seja, são capazes de se emocionar e até de aproveitar a vida. Das vacas até se diz que são fofoqueiras, passam às vezes por momentos tristes, têm amigas e inimigas, e são capazes de guardar rancor por diversos anos (Faria, 2018). No entanto não há conhecimento que existam animais que sejam capazes de meditar, de habituar a mente a quando necessário, e frequente tanto quanto possível, se empenhar em objectivos que sejam correctos e compensadores, em que não haja sofrimento, e em que a pessoa se regule pela sua consciência. A meditação tem sido considerada por algumas celebridades o melhor exercício para o cérebro, na medida em que desperta uma reacção que é o oposto da resposta de stress, por se associar com a diminuição significativa dos sintomas psicológicos e com o aumento dos sentimentos de relaxação. De acordo com Murphy (1996) pode ser adoptada uma versão em que se escolhe para a focalização mental, em vez das palavras mantra, controlo, proteção, aquilo que a pessoa de fé sentir apropriado. Isto deve ser repetido sempre após se contrair um músculo se permitir que ele relaxe, em simultâneo com o sentimento da diferença ente a tensão e o estado relaxado. Ao sistematicamente a PUB

pessoa se mover pelos maiores grupos de músculos do corpo é possível tornar-se proficiente no reconhecimento da tensão de cada músculo e no alívio compensador desse estado. Na outra versão, e seguindo o mesmo autor, a repetição de um som não está sistematicamente ligada a cada expiração, sendo permitido a cada um proceder ao seu ritmo, não obstante poder ser ensinado por um qualificado instrutor. Enfim, diferen-

ou Atenção Plena, em que há provas que aquela quietude, precisamente porque se tem visto que com a sua prática é possível o aumento da capacidade de observar os nossos processos mentais, e consequentemente de limitar os acidentes perturbadores. Justifica-se assim que se apresente alguns pormenores da sua prática, seguindo de perto Hanh (2018). Assim, segundo este autor, a nossa verdadeira casa não está no passado, nem no futuro, mas sim no

deiro lar, que como se compreende não é o passado, nem o futuro, mas sim o momento presente. Os passos do exercício de Atenção Plena são simples. Primeiro: após estarmos assentes confortavelmente importa concentrarmos na respiração, identificando a inspiração e a expiração. Quando se inspira sabe-se o que isso é, e igualmente quando se expira. Segundo: seguir a inspiração e a expiração durante todo o percurso, quer seja longo ou curto, do princípio ao fim, sem interrupções. Na continuidade do treino, e sem esforço, a respiração se tornará mais lenta e profunda, ao mesmo tempo que se sente o ar a sair pelas narinas e o movimento do abdómen, a subir e a descer. Terceiro: tornar-se consciente do seu corpo e da mente, que são coisas inseparáveis. Isto acontece quando se inspira, e também quando se expira, O respirar consciente gera a energia para se reconhecer o corpo, a pessoa, com paz e harmonia. Mas há mais. Referências:

te da relaxação progressiva, os métodos da meditação focalizam-se mais na quietude mental ou na emoção do que na relaxação física ou mental. E isto é fundamental para as funções executivas, em que frequentemente se exige um maior intervalo entre o impulso e a acção. Por isso não se pode deixar de realçar a importância da prática da meditação tipo Mindefulness, também conhecida por Consciencialização,

aqui e agora. Quando se respira e se está consciente da inspiração, toca-se o milagre de estar vivo. E estar vivo é não ter a mente presa em preocupações, no medo, na raiva, nos seus arrependimentos, no passado e no futuro, esquecendo-se de viver a vida profundamente como ela merece. Enfim, o fundamental é ser capaz de dar os passos essenciais para se chegar ao estado de alerta, ao nosso verda-

Hanh, T. N. (2018). The Miracle of Mindfulness: An Introduction to the Practice of Meditation. Boston: Beacon Press. Faria, F. (2018). Salvado em 10 Dec. 2018, de Fonte: Eu Sem Fronteiras; Tema: Animais. Website: https://www.eusemfronteiras.com.br/os-animais-pensam-e-tem-sentimentos/. Murphy, L. R. (1996). Stress management techniques: Secondary prevention of stress. Em Schabracq, M. J., Winnubst, J. A. M. & Cooper, C. L., Handbook of Work and Health Psychology. Chichester: John Wiley & Sons. Foto: A. Pamplona n


JP | AUTONOMIA

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DIA DOS AÇORES

CLÉLIA VICENTE AGRACIADA A empresária e mecenas foi distinguida com a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico.

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lélia Vicente, empresária e mecenas da Associação de Jovens da Fonte do Bastardo, foi uma das individualidades este ano homenageadas no dia da Região Autónoma dos Açores, que decorreu na vila da Calheta, ilha de São Jorge, como habitualmente na segunda-feira de Pentecostes. A empresária que atualmente reside em Lisboa, foi agraciada com a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico, que reconhece todos aqueles que, em resultado de uma compreensão nítida dos deveres cívicos, contribuíram, de modo relevante, para os serviços à comunidade, nomeadamente, nas áreas da ação social e cultural. Clélia de Fátima de Brito Nunes Vicente, nasceu na freguesia da Fonte do Bastardo, a 20 de março de 1962. Estudou no Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, onde concluiu o 12.º ano. Na Universidade Católica de Lisboa, completou o curso de Formação em Línguas, Inglês, Francês e Alemão e o curso de Formação Complementar em Administração e Gestão de Empresas. Como atleta federada de Voleibol, representou a Associação de Jovens da Fonte Bastardo, assim como a seleção da ilha Terceira e dos Açores.

Residente em Lisboa desde 1986, desenvolve a atividade de empresária sendo membro do Conselho Geral de Supervisão do Grupo NUVISA. É sócia fundadora da empresa Luís Vicente SA, uma das maiores empresas de frutas portuguesas criada em 1989. A empresa exporta para todo o continente europeu, para o Brasil, Canadá e vários outros países. Ainda no setor da fruta, investiu numa das maiores herdades de Portugal, em Ferreira do Alentejo, no negócio de fruta desidratada (snack FRUBIS) e na fruta fresca cortada, chamada de IV Gama (NUVIFRUTIS). Foto: JEdgardo Vieira

É também sócia fundadora da REFRIANGO, liderando um projeto de investimentos em Angola, hoje, com uma unidade industrial instalada na cidade de Luanda. Ainda em Angola, investiu nos negócios KINDA HOME ANGOLA (lojas de mobiliário e decoração), na REVIVA (indústria e distribuição) e na MEGACASH – Cash & Carry (grossista de produtos alimentares). O grupo detém também investimentos em Marrocos, Brasil, Portugal continental e insular, Espanha e Holanda. Paralelamente à sua atividade empresarial, sempre manteve uma forte ligação à sua terra natal. A grande

paixão pelo Voleibol e pela terra que a viu nascer, fizeram-na mecenas da Associação de Jovens da Fonte do Bastardo, possibilitando a obtenção de grandes e meritórios feitos, tais como a conquista de um Campeonato Nacional da 2.ª Divisão, dois Campeonatos Nacionais da 1.ª Divisão e uma Taça de Portugal, projetando e honrando o nome da Fonte do Bastardo, da Praia da Vitória, da Terceira e dos Açores além-fronteiras. O seu contributo constante e determinante, faz parte integrante da história da Associação de Jovens da Fonte de Bastardo.

“É uma honra receber esta Insígnia de reconhecimento cívico, o que me incentiva a continuar a trabalhar e a ter uma participação cada vez maior”, disse Clélia Vicente ao JP, após a condecoração. “O que fiz e vou fazendo, tem a ver com amor... Amor à nossa terra, aos Açores, à Praia da Vitória, à Fonte do Bastardo”, acrescentou. “Esta é uma celebração muito importante porque é feita com os açorianos, valorizando o seu trabalho e convocando-nos para uma causa maior que é os Açores”, finalizou referindo-se ao do Dia da Região. JP n

SOPAS DO DIVÍNO ESPÍRITO SANTO

À MODA DA RIBEIRA SECA – SÃO JORGE

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ementa do almoço do Dia da Região foi como manda a tradição constituída por sopas do Espírito Santo, carne cozida, carne assada e arroz doce. Todo o cardápio, servido para cerca de 700 pessoas, foi confecionado por Armando Sequeira, um jorgense de 79 anos, que por 5 anos trabalhou como chefe de cozinha no Iraque, tendo cozinhado para o ex-presidente Suddam Hussein. Segundo explicou ao Jornal da Praia, todas as carnes do cozido são salpicadas pelos menos 12 horas antes. Depois, são lavadas em 7 águas quentes e vão ao lume a levantar fervura. Ao tacho junta-se cebola, alho, louro, hortelã e pau de canela. PUB

O pão é cozido em casas particulares três ou quatro dias antes de fatiado e colocado nas terrinas. As quais são banhadas com o caldo do cozido por duas vezes. A carne assada é temperada com vinho branco, louro, sal, cebola, alho e um pouquito de colorau para lhe dar um aspeto mais vivo. Quase todas as peças de carne podem ser usadas, mas Armando Sequeira, dá preferência às peças da mão do animal e das pernas: “o ganso redondo; o ganso comprido e todos aqueles músculos por ali abaixo”. Especificidade da Irmandade da Ribeira Seca, onde decorreu o almoço, é a apresentação de dois tipos de arroz doce. Um levando gemas de ovo

e outro não. São confecionados da mesma forma, nas proporções de 1

kg de arroz para 5 lt de leite e 5 de açúcar. JP n


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DESTAQUE | JP

2019.07.05

OSÓRIO SILVA: DESENVOLVIMENTO DA PRAIA DA VITÓRIA

MAR, LOGÍSTICA E NOVAS TECNOLOGIAS PS/Praia quer colaborar com os órgãos de ilha e regionais partilhando ideias e projetos, afirma o Secretário Coordenador.

O

sório Silva é desde junho de 2018 secretário-coordenador da secção da Praia da Vitória do Partido Socialista, com um mandato de 2 anos, que termina em junho de 2020. Nesta entrevista, procuramos saber quais as linhas mestras desta estrutura partidária, a avaliação que faz do rumo que tem vindo a ser trilhado, bem como, as soluções que preconiza para o futuro da Praia da Vitória. Jornal da Praia (JP) – Quais as principais linhas de orientação estratégica da estrutura partidária que lidera para este mandato? Osório Silva (OS) – A secção do Partido Socialista da Praia da Vitória elegeu as áreas da Inovação, Mar e Logística como linhas de orientação política do seu mandato de dois anos, de forma a contribuir para o reforço da implementação de políticas locais, que visem a criação de mais riqueza económica, social e cultural, salvaguardando o legado que queremos honrar na defesa do bem-estar dos cidadãos. O Partido Socialista da Praia da Vitória está focado na proximidade junto dos seus concidadãos, nas suas duas vertentes, onde se insere a freguesia de Santa Cruz – o verdadeiro parceiro ativo que contribuirá na definição das novas políticas públicas relacionadas com o poder local. Pensamos que, deste modo, esta estrutura partidária poderá dar o seu contributo às Estruturas de Ilha e Regionais, através da partilha de ideias e projetos, que devem estar congregados.

JP – Que avaliação faz do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo atual executivo camarário? OS – É importante começar por perceber que o contributo do Partido Socialista para o desenvolvimento da Praia da Vitória vai longo no tempo, tendo começado, de forma muito ativa, muito antes mesmo de assumirmos em 2005 a responsabilidade da gestão camarária. Desde 2005, com Roberto Monteiro, a Praia da Vitória passou a ter uma estratégia e um projeto balizados por uma lógica de desenvolvimento, coisa que, antes disso, claramente não existiu. Esse projeto imprimiu e voltou a imprimir um novo rumo à cidade, a qual nesse entretanto se confrontou com dificuldades conjunturais motivadas por acontecimentos externos, como a profunda crise recente e o downsizing da Base das Lajes, realidades que demandaram uma permanente adaptação da capacidade de resposta das gestões autárquicas da responsabilidade do nosso partido. Nesse sentido, o atual executivo tem vindo a desenvolver um excelente trabalho de continuidade do projeto socialista para a Praia da Vitória.

JP – Na visão do PS/Praia, quais os setores chave para o desenvolvimento económico e social da Praia da Vitória? OS – A Praia da Vitória sempre foi uma cidade aberta, tolerante e virada para o mar, e preocupada com a sua sustentabilidade. A Economia do Mar é um dos setores chave para o desenvolvimento económico, a logística, tendo em conta o porto e aeroporto que dispomos, as novas tecnologias com a sede do Air Center e as inúmeras empresas de tecnologias de Informação e Comunicação que temos vindo a receber na Praia da Vitória, no âmbito do projeto Terceira Tech Island.

OSÓRIO SILVA executivo camarário desenvolve “excelente trabalho de continuidade do projeto socialista”.

JP – Entende que as medidas previstas no PREIT estão de facto a mitigar e até a suplementar os impactos negativos na economia da Praia da Vitória e da ilha Terceira, resultante da redução do contingente militar norte-americano estacionado na base das Lajes? OS – Sim, a ideia principal subjacente ao PREIT é o de revitalizar a Economia da Ilha Terceira, em particular o impacto do downsizing da Base das Lajes no concelho da Praia da Vitória. Dou vários exemplos de medidas que efetiva e objetivamente suplantaram os impactos negativos: majoração percentual nas taxas de comparticipação no âmbito dos sistemas de incentivo à competitividade empresarial; evitámos os despedimentos diretos dos Norte-Americanos; introduzimos uma companhia Low Cost com ligações para o continen-

te; possibilidade de candidatura ao Plano Junker dos privados que invistam no Porto da Praia da Vitória; foi garantido, através do Orçamento do Estado, o financiamento e autorizada a aplicação de verbas inscritas no Fundo Ambiental na compensação de custos a assumir pelo município da Praia para monitorização especial da água para abastecimento público garantindo que tudo esteja em conformidade com as normas em vigor; foi criado o Air Center com Sede na Praia da Vitória e que está em fase de contratação de vários recursos humanos; foi aprovado um regime especial de facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento da duração de apoios sociais no Concelho da Praia da Vitória. Foi criado, pelo Governo dos Açores, o projeto Terceira Tech Island, que já instalou dez empresas tecnológicas, tendo (Continua na página 10)

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JP | DESTAQUE

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CÉSAR TOSTE: A GESTÃO SOCIALISTA

“HIPOTECOU O FUTURO DA PRAIA VITÓRIA” “O PSD da Praia da Vitória quer consolidar-se como uma alternativa para o concelho”, diz César Toste.

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ésar Toste foi eleito a 05 de abril corrente presidente da Concelhia do PSD da Praia da Vitória, para um mandato de dois anos que terminará em abril de 2021. Nesta entrevista, procuramos saber quais as linhas mestras desta estrutura partidária, a avaliação que faz do rumo que tem vindo a ser trilhado, bem como, as soluções que preconiza para o futuro da Praia da Vitória.. Jornal da Praia (JP) – Quais as principais linhas de orientação estratégica da estrutura partidária que lidera para este mandato? César Toste (CT) – As principais linhas de orientação para este mandato são: Proximidade – com os praienses, com os vereadores, assembleia municipal, juntas de freguesia e assembleias de freguesia; Articulação e União – Queremos colaborar numa estratégia para a ilha Terceira num trabalho conjunto com os militantes, a Comissão Política de Ilha e Comissão Política Concelhia de Angra do Heroísmo elevando os valores da Praia da Vitória. Construção – O PSD da Praia da Vitória quer consolidar-se como uma alternativa para o concelho, em que haja união e valorização das dez freguesias e vila e se promova uma estratégia de raiz apostando nos problemas básicos dos praienses. Queremos criar e organizar uma rede de especialistas disponíveis a melhor aconselhar e apoiar os nossos autarcas, melhorar a gestão dos recursos existentes e apostar na sua rentabilização; reforçar e reativar núcleos de

freguesia e aumentar a participação ativa partidária.

JP – Que avaliação faz do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo atual executivo camarário? CT – O executivo da Câmara Municipal da Praia da Vitória continua a demonstrar as consequências de uma governação socialista que hipotecou o futuro da Praia da Vitória. Gastou-se sem pensar e sem critérios e os praienses estão a sofrer as consequências. O resultado atinge o nível básico daquilo que são as competências de uma Câmara Municipal. À falta de meios, recursos humanos e investimento, a Câmara continua a pagar muito tarde a fornecedores quando a mesma devia dar o exemplo. O atual executivo não consegue promover a união do concelho criando divisões entre freguesias. Por diversas vezes foi feito o apelo neste mandato para o executivo camarário sentar com todas as juntas e promover um trabalho conjunto, no entanto, nunca aceitou. Tibério Dinis é o rosto de uma Câmara sem rumo e sem estratégia que tenta esconder o sol com a peneira. JP – Na visão do PSD/Praia, quais os setores chave para o desenvolvimento económico e social da Praia da Vitória? CT – Na visão do PSD os setores chave do desenvolvimento económico e social são o setor primário, o eixo Aeroporto-Porto da Praia da Vitória e o turismo com a potenciação da baía. No setor primário o concelho da Praia continua a ter uma forte presença da agricultura e lavoura. Perante os desastres no setor do leite e lacticínios dos últimos tem de desenvolver todos os esforços para que

CÉSAR TOSTE futuro da PV assenta no “setor primário”, na “potenciação da baía” e no “eixo porto-aeroporto”. este setor ganhe uma nova vida. O eixo aeroporto-Porto da Praia tem de ser potenciado. Durante anos promessas consecutivas por parte dos Governos socialistas tem atrasado o desenvolvimento da Praia da Vitória. A porta da ilha, o nosso aeroporto, com capacidade para acolher ainda mais passageiros continua à espera das promessas socialistas. Mesmo após a certificação não se constata o impacto positivo que a mesma deveria causar no desenvolvimento económico da Praia da Vitória e da ilha. O Porto da Praia, a porta aberta para o mar no centro do Atlântico, continua à espera da criação de uma Zona Económica Especial, do Cais de Cruzeiros, da abertura de um concurso internacional para a concessão da exploração do Porto da Praia da Vitória.

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JP – Entende que as medidas previstas no PREIT estão de facto a mitigar e até a suplementar os impactos negativos na economia da Praia da Vitória e da ilha Terceira, resultante da redução do contingente militar norte-americano estacionado na base das Lajes? CT – O Plano de Revitalização Económica não está a resolver o problema económico da Ilha Terceira. Foi um conjunto de promessas arrastadas no tempo, materializadas consecutivamente no papel e que hoje não apresentam resultados práticos. A Ilha Terceira continua á espera dos milhões de investimento e de revitalização! O Governo Regional afirma que já executou 82% da sua parte. Esquece-se dos milhões exigidos aos norte-americanos (167 milhões) e à Repú(Continua na página 10)


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FINANÇAS PÚBLICAS / DESTAQUE | JP

2019.07.05

EXECUTIVO CAMARÁRIO

SUSPENDE PLANO DE AJUSTAMENTO FINANCEIRO

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Câmara Municipal da Praia da Vitória (CMPV) aprovou a suspensão do Plano de Ajustamento Financeiro iniciado em 2012 no âmbito do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL). A proposta foi submetida a votação na Assembleia Municipal no dia 14 de junho, tendo sido aprovada por unanimidade. Segundo Tibério Dinis, esta suspensão decorre do cumprimento rigoroso das medidas inerentes ao plano e, particularmente, pelas sólidas evidências de consolidação orçamental e recuperação financeira. “Na prestação de contas de 2018, fica claro que o Município cumpre o definido na lei para efeitos de limite de dívida total e, por isso, pode solicitar a suspensão do plano do PAEL. A 31 de dezembro de 2018, o Município apresentava um valor abaixo do seu limite à dívida, tendo uma margem bruta disponível por utilizar de 6.2 milhões de euros. Este dado é a prova do extraordinário trabalho realizado ao nível da consolidação orçamental, do rigor no controlo e na recuperação financeiro da Autarquia. Nos últimos dois anos deu-se

um abate de 2,5 milhões de euros na dívida bancária. Tal como sempre afirmamos, cumprimos com o nosso propósito de consolidação orçamental, sem qualquer penalização para a população e mantendo o Município como sujeito ativo na vida económica e social do Concelho”, sublinha o presidente da CMPV. O Plano de Ajustamento Financeiro na Câmara da Praia da Vitória foi implementado em 2012, possibilitando o acesso aos apoios no âmbito do PAEL. Na altura, perante, por um lado, a quebra nas receitas globais, no montante de dois milhões de euros, decorrente dos cortes nas transferências do Orçamento do Estado, da diminuição de 40 por cento das receitas próprias e a retração económica decorrente da crise nacional; e, por outro, do imperativo da Autarquia em garantir e continuar com os programas de apoio às famílias, em particular nas áreas social, educativa e habitacional, de estimular a atividade económica, de aproveitar os fundos comunitários e de promover o desenvolvimento harmónico do Concelho, os órgãos municipais

ENTREVISTA: CÉSAR TOSTE (Conclusão da página 9)

blica que por diversas considerou o documento como “vale zero”. A aposta do futuro da Praia da Vitória não se pode resumir à reação de acontecimentos ou ao projeto Terceira Tech Island, mas um plano estratégico e sólido de desenvolvimento do concelho.

JP – O que lhe oferece dizer, relativamente à atuação das diversas entidades envolvidas no processo de descontaminação de solos e aquíferos da Praia da Vitória? CT – Falar de PREIT é também falar do Processo de Descontaminação dos Aquíferos e solos da Praia da Vitória.

ENTREVISTA: OSÓRIO SILVA (Conclusão da página 8)

gerado cerca de 100 postos de trabalho, etc. O sucesso deste projeto superou as nossas expetativas. JP – O que lhe oferece dizer, relatiPUB

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vamente à atuação das diversas entidades envolvidas no processo de descontaminação de solos e aquíferos da Praia da Vitória? OS – Quer o Governo da República, quer o Governo dos Açores, tem efe-

decidiram aproveitar o Programa de Apoio à Economia Local, apresentado pelo Governo da República. Este programa permitia acesso a financiamento, mediante a aplicação de um plano rigoroso de consolidação orçamental e recuperação económica gerido pela Direção Geral das Autarquias Locais. O atual Executivo municipal, ao longo deste mandato, garantiu, por diversas vezes, que a rota da consolidação orçamental era uma evidência e que o seu cumprimento não

implicaria quaisquer aumentos nos impostos e taxas municipais. “É um compromisso que honramos e continuaremos a honrar. A suspensão do plano do PAEL é mais uma prova desse empenho. Ao permitir libertar mais meios para investimentos, podemos continuar a estratégia municipal de dinamização local, sempre com rigor orçamental e financeiro, respondendo às necessidades dos praienses e garantindo que vale a pena investir, viver e visitar este concelho”, frisa Tibério Dinis. GP-MPV/JP n

Entre todos os intervenientes continua a haver falta de transparência nas ações de descontaminação. A pegada ambiental necessita uma melhor informação dos praienses e de todos os açorianos. Este é assunto de Estado que deve ser tratado com a devida importância. É demasiado grave que nos corredores da diplomacia este assunto

arraste-se sem resultados concretos à vista de todos. Foi aprovado por unanimidade uma resolução na Assembleia da República (n.º 129/2018) de março de 2018 que recomenda a descontaminação total da ilha Terceira. A Ilha Terceira continua sem ver os seus resultados.

tuado o seu trabalho, que muitas vezes se desenvolve fora dos holofotes mediáticos, colocando sempre em primeiro lugar os principais interesses da Praia da Vitória e da ilha Terceira. Tem sido um trabalho respon-

sável e sério, no sentido oposto ao de muitos agentes políticos da nossa praça que tem tentado, a todo o custo, retirar dividendos políticos a este respeito que muito tem prejudicado a ilha. JP n

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JP | DESPORTO

2019.07.05

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CAMPEONATO DE PORTUGAL

SC PRAIENSE FALHA SUBIDA À LEDMAN LIGA PRO

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Sport Clube Praiense depois de uma época absolutamente fantástica falhou por um golo a subida à 2.º Liga de futebol profissional, ao não conseguir virar a eliminatória frente ao Casa Pia AC no jogo da segunda mão das meias-finais do playoff de apuramento de campeão do Campeonato de Portugal, disputado a 16 de junho, no Estádio Municipal da Praia da Vitória.

Curiosamente o Casa Pia que veio a sagrar-se campeão de Portugal ao vencer na final o Vilafranquense por 4-2 no desempate por grandes penalidades, ficou a 7 pontos do Praiense e nos 4 jogos efetuados (2 na fase regular e 2 no playoff) venceu o Praiense apenas por uma vez, precisamente no jogo da 1.ª mão da eliminatória que ditou o afastamento dos vermelhos da Praia.

Os da casa até venceram por 2-1, mas o golo dos forasteiros obtido fora de portas colocou a eliminatória empatada depois de terem vencido o jogo da 1.ª mão por 1-0. Aplicou-se então a regra dos golos fora, curiosamente pela derradeira temporada, para apurar o vencedor e desta forma o Praiense viu cair por terra todo o árduo trabalho de uma longa época, e falha uma vez mais, a tão desejada promoção ao escalão secundário do sistema de ligas profissionais do futebol português.

Há entre as gentes da Praia da Vitória um sentimento de profunda injustiça face a um figurino de prova que não premeia o mérito desportiva e disso mesmo deu conta o “mister” Francisco Agatão na conferência de imprensa após o fatídico jogo.

Das 72 equipas em prova, divididas por 4 séries (A, B, C e D) do Campeonato de Portugal, o Praiense foi ao longo da fase regular a melhor de todas tendo somado 77 pontos, fruto de 24 vitórias, 5 empates e 5 derrotas. Marcou 57 golos e sofreu 21.

“Este é um regulamento que não é digno de crédito. Não dá mérito a quem faz um percurso como nós fizemos e como outros fizeram. Não premeia quem é mais regular, mais consistente, melhor durante toda a época”, lamentou Francisco Agatão. Sem querer tirar qualquer mérito ao adversário, Francisco Agatão acrescentou, “o Casa Pia ficou a 7 pontos, foi apurado por uma decisão federativa e acaba por subir de divisão, enquanto nós que fomos grande parte da época os líderes do cam-

peonato acabamos por ficar pelo caminho - é o que temos”. Recordou que há dois anos atrás o Praiense foi obrigado a disputar um playoff com duas equipas da 2.ª liga, e de seguida disparou: “O Praiense anda sempre a ser um pouco ‘joguete” – infelizmente para nós – daquilo o que são as experiências federativas, de uns senhores que se sentem à mesa e decidem, sem compreen-

der que este de facto não é o melhor regulamento para uma competição de 72 equipas”. Francisco Agatão continuará na próxima época a comandar a equipa técnica do Praiense e promete não baixar os braços. Como é seu apanágio irá lutar, com todas as suas forças, uma vez mais, pela desejada promoção.

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EDITORIAL / OPINIÃO | JP

2019.07.05

E PORQUE NÃO… UM SAQUINHO DE SUSPIROS?

E DITORIAL

“Quando é preciso escolher entre liberdade e erudição, quem não dirá que prefere mil vezes a primeira?” Mahatma Gandhi

Salvar refugiados, não é crime

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ste mês de Junho, fica marcado pela notícia de um cidadão Português, Miguel Duarte, de 26 anos, voluntário em acções humanitárias no Mar Mediterrâneo, que têm por fim salvar emigrantes que se veem forçados a abandonar os seus países à procura de outras terras prósperas e seguras, que fugindo à guerra, à fome, às rivalidades étnicas, às violações dos direitos humanos mais elementares, às perseguições religiosas, às catástrofes naturais, aos desastres ecológicos causados pelo homem, nomeadamente dos países do Norte de África e do Médio Oriente, e têm como destino países Europeus, afim de procurarem melhores condições de vida em paz e estabilidade. Miguel Duarte, foi constituído arguido por suspeita de auxílio à emigração ilegal pelo Ministério Público da República Italiana, ele e mais nove jovens, todos membros da tripulação da embarcação IUVENTA, que já salvaram milhares de vidas no Mar Mediterrâneo, acusação que poderá implicar uma condenação em pena de 20 anos de prisão, toda esta situação além de absurda é infame. Todos nós enquanto defensores do Estado Social de Direito, não podemos ficar alheios ou indiferentes a esta injusta situação, a este grave atropelo aos direitos humanos e ao princípio da juridicidade que está na base da salvaguarda dos direitos fundamentais das pessoas. A Itália tem todo o direito em controlar as suas fronteiras, os fluxos de refugiados e o exercício da acção penal na ordem jurídica interna, mas como país fundador da União Europeia, das Nações Unidas e Membro do Conselho da Europa e de demais organizações humanitárias internacionais que promovem a defesa da vida, sobretudo através de um diálogo profícuo, para a consolidação de vínculos de fraternidade e garantir a estabilidade e o respeito pelo bem fundamental e primordial “o mais precioso para qualquer Estado de Direito Democrático, salvar de perigo eminente de morte dezenas de refugiados à deriva no Mar Mediterrâneo”. Infelizmente o populismo politico e governamental tende a alastrar-se na Europa e no Mundo, por isso representa um aviso extremamente sério para todos os países da terra retornarem à essência da democracia, à defesa dos direitos humanos, nomeadamente o direito à vida, pois não se podem criminalizar actos que lutam pela defessa de objectivos tão nobres e sublimes, ou seja: a vida, porque o lema de um bom governo deve ser servir o homem e não a ideologia. Portugal através do Presidente da República, da Assembleia da República, do Governo e de inúmeras instituições já alertou e exigiu internacionalmente “a garantia de respeito, protecção e realização da dignidade da pessoa humana que fundamenta o ordenamento jurídico das comunidades políticas do nosso horizonte civilizacional e arvora os indivíduos em sujeitos autónomos de direito internacional”. Este movimento de protesto contra tão barbara acusação alastrou-se já por inúmeros países, o que nos anima e por isso esperamos que a acusação pendente sobre Miguel Duarte caia por terra, pois a protecção do direito à vida é um valor fundamental e permanente que jamais verga perante qualquer forma de populismo, pois o direito à vida é condição de todos os direitos, por exemplo direito à saúde, habitação, cultura, trabalho, família, daí a sua inviolabilidade. O Diretor Sebastião Lima diretor@jornaldapraia.com

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José Ventura*

egunda Feira do Espírito Santo. Um “Dia” muito especial nos Açores e na diáspora açoriana espalhada pelo mundo em especial nas Américas, do Norte e do Sul. Não de hoje, mas de há séculos que o culto da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é matéria da nossa história. Dos seus Sete Dons, Fortaleza, Sabedoria, Ciência, Conselho, Entendimento, Piedade e Temor a Deus, tiram os açorianos grande parte do caderno de encargos na sua prestação de cristandade e cidadania. Porque agnósticos há muitos nas fileiras políticas, (embora presentes em muitos actos de índole religiosa) deixaremos de parte a apreciação, e o sentido religioso dos “Dons” acima referidos debruçamo-nos, no que os mesmos nos poderão dizer quanto à prestação da nossa cidadania. Da Fortaleza - recebemos a coragem necessária para enfrentamos vulnerabilidade diante das circunstâncias da vida e, também firmeza de carácter nas perseguições e tribulações causadas pelo nosso testemunho. Na Sabedoria - permite-nos a mesma entender, experimentar e saborear as coisas que nos rodeiam julgando-as correctamente. Pelo da Ciência - tornar-nos-emos capazes de aperfeiçoar a inteligência, onde as verdades reveladas e as ciências humanas perdem a sua inerente complexibilidade. Do Conselho - tiraremos o discernimento correcto e as atitudes certas em determinadas circunstâncias. Hoje, mais do que nunca está em foco a educação dos jovens a importância do ensino para a perfeita formação da criança.

Pelo Entendimento - entender intuitivamente as verdades reveladas e naturais, de acordo com o fim sobrenatural que possuem. A sabedoria não trás consigo o entendimento por consequência (ou vice-versa). Existe uma clara distinção entre um e o outro. Procuremos por tal o entendimento das coisas que nos são oferecidas. Da Piedade - ´´e sob a influência deste dom que advém a caridade, a obediência, a solidariedade com o próximo. Coloquemo-la na nossa vida como sendo a solidariedade que deve existir na correlação dos poderes em prol da humanidade. O Temor de Deus – deste, não podemos abstrairmo-nos do seu sentido que está imbuído na espiritualidade do nosso Povo que sempre que atingido pela “desgraça” clama pelo Espírito Santo. Não admira que o Hino do Espírito Santo composto em finais do século XIX para ser tocado pelas bandas e ser cantado durante as coroações, é o mais reverenciado de todos os hinos, sendo sempre escutado nos Açores com grande emoção e respeito. Alguns dos acordes estão patentes no Hino dos Açores. Interrogar-se-ão os nossos leitores o que tem a ver a extensa catequização deste intróito com título do texto. Limitar-nos-emos a dizer: pensamos que muito. Embora defensor de uma data (dia fixo) como Dia dos Açores, no decorrer de 10 anos que estivemos à frente dos destinos do PDA, porque convidados nesta condição, sempre assistimos à celebração do Dia da Região com excepção do realizado em 2008, por oposição à distinção de que Altino de Magalhães “responsável máximo pelas prisões” da manifestação de 6 de Junho de 1975, foi alvo por parte da Assembleia Legislativa dos Açores com Insígnia Autonómica de Reconhecimento. Sempre, antes e depois, do período referido, assistimos pela TV e acompanhamos pela comunicação social escrita, a Cerimónia em ques-

tão, apreciando os discursos na mesma proferidos. Concordando ou discordando dos seus conteúdos, mas sempre no respeito pela diferença de opiniões a que obriga a postura num estado democrático. Este ano não foi diferente. Confesso que sempre dediquei mais atenção à oratório dos presidentes do governo do que à do/da presidente do Parlamento. Repito, Este ano não foi diferente. A “abstenção” foi matéria obrigatória do discurso entre “Maria vai Ana” e, vislumbra--se certo descontentamento no relacionamento institucional entre o poder central e o poder autonómico. Por entre linhas, confirma-se o que temos vindo a denunciar. Os DDT mantêm as suas nuances colonialista sobre o que por direito pertence ao Povo açoriano perante o titubear hesitante e tímido do poder constitucionalmente dito regional. As soluções apresentadas são autênticas miragens pois por mais inocentes que pareçam passarão sempre por uma malfadada revisão constitucional. E, entretanto, a prometida CEVERA continua pelas “Calendas Gregas”. Entretanto, pasmai açorianos, Vasco Cordeiro um gesto mágico tira da “cartola” uma solução inédita para a solução do “absentismo”. A criação de benefícios para quem apresente um “curriculum” cívico “MB” (muito bom) comprovado pela participação no exercício eleitoral. Como lá chegar? Naturalmente com a criação de uma comissão especialista no “assunto”. Até lá e naturalmente muitos actos eleitorais decorrerão continuem com o os estímulos que têm dado até à data, mas que parece já não resultam muito. Uns saquinhos de cimento, uns transportes com lanche pelo caminho ente a Junta de Freguesia e localização das mesas de voto, e alguns empregos de favor para alguns mais esforçados, mas também mais “espertos”. Sugerimos se nos permitem, o que faziam os mordomos depois da coroação, em outros tempos: - Um saquinho de suspiros… porque não? 2019-06-13

(*) Por opção, o autor não respeita o acordo ortográfico. n

PEIXE DO MEU QUINTAL

O CONTROLO DA PARTIDOCRACIA

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m Portugal, paraíso da amnésia, é muito fácil escapar a qualquer responsabilidade. Basta declarar falta de memória. Em tribunal, ou diante de qualquer comissão parlamentar. Falta de memória. Quem pode ser condenado por isso? Seja ex-primeiro-ministro de grande retórica, com um sem número de casos por resolver perante o país; Sejam ministros, secretários, sub-secre-

tários, seja o que for. Governa mal ou em falcatruas, não há problema. Se for apanhado seja em que crime for, só tem que declarar que não se lembra de nada.

fábrica mafiosa.

José Sócrates, político hábil a escorregar por entre os dedos da Justiça, também não se recorda de muitas coisas e os seus casos com a Justiça estão ainda nos primórdios. Nem Portugal tem capacidade suficiente para chegar ao fim de tão complexa

Eleger personalidades que usam e abusam impunemente do poder que lhes é conferido pelo povo?

E ainda perguntam aos portugueses, porque razão não vão às urnas votar. Para quê?

Eleger sempre a mesma elite, já viciada em governar “governando(Continua na página seguinte)


JP | OPINIÃO

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CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (LV)

A ENORME IMPORTÂNCIA DO JORNALISMO A sua função é tanto mais importante quanto menor é o índice de literacia da comunidade que pretende servir. tante preocupação dos agentes do nosso sistema educativo, por ser a literacia fundamental ao desenvolvimento individual e social. O poder de ler é força e ferramenta inestimável para a formação das pessoas e sua inserção social, evitando-se assim novos problemas sobejamente conhecidos.

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António Neves Leal

a voragem do tempo que passa inelutavelmente por nós, ou pelo qual tantas vezes distraidamente por ele passamos, a comunicação social assume enorme relevância nos nossos dias, a qual merece ser sublinhada cada vez mais. Entre as várias formas de comunicar, deve ter-se em atenção a imprensa e, mormente, a publicação dos jornais impressos em papel, actualmente numa constante descida das tiragens e com desaparecimento de títulos que, até ao passado recente, prestavam consideráveis serviços aos seus leitores e à sociedade em geral. A sua função é tanto mais importante quanto menor é o índice de literacia da comunidade que pretende servir. O termo literacia, usado frequentemente entre nós, tem paradoxalmente uma forte carga negativa. Tal conotação está ligada às taxas de analfabetismo ainda existentes e ao abandono escolar, ambos resultantes de condições economico-sociais das famílias, determinantes para os baixos níveis de leitura. Estes, inevitavelmente, levam à incultura, à ignorância, ao desemprego e à discriminação no trabalho. Durante muitas décadas, anteriores ao 25 de Abril, o analfabetismo foi uma verdadeira chaga e depois da revolução dos cravos ainda não foi extirpado, e continua uma cons-

A explosão dos «media» e as novas tecnologias informáticas proporcionam inúmeras possibilidades de enriquecimento, quando usados adequadamente. A sua utilização exige uma pedagogia e sensibilização que deviam ser praticadas nas nossas escolas e ministrada, também, aos mais velhos que não foram preparados para essas tecnologias. Algo já foi feito, mas ainda há muito por fazer. A difusão, algo caótica e vertiginosa, do digital exige uma iniciação, um cuidado e uma atenção, como acontecia outrora com a leitura nas escolas. Merece também uma abordagem crítica aos conteúdos veiculados, tal como alguns professores (um deles este vosso servidor) fizeram em relação aos meios de comunicação tradicionais, nas décadas de oitenta e noventa, com algum sucesso que resultou no surgimento de novos jornais dentro dos estabelecimentos de ensino, e no interesse crescente pelos jornais já existentes, que a elas chegavam a título de oferta ou por assinatura das mesmas. Os baixos níveis de leitura de jornais, revistas e livros, em suporte de papel, é preocupante. Está a perder-se a noção e o valor do verdadeiro jornalismo e do papel dos seus profissionais. A proliferação e atractividade das novas tecnologias estão muito em moda, mas as campanhas publicitárias, o comodismo e desígnios das mesmas nunca conseguirão substituir a qualidade da informação

criteriosa, plural profissional e duradoura, dada pelos jornais, rádio e televisão. Isto para não citar problemas de ordem sanitária, resultantes da exposição exagerada à utilização dessas tecnologias, como alguns viciados utilizadores começam a constatar. Sobretudo os das camadas mais cultas, informadas e politizadas da população, bem como os idosos. Tal situação deve ser revertida, nos próximos anos, sob pena de se perder a memória individual e colectiva dos cidadãos. Os equívocos e as ciladas poderão vir a ter consequências imprevisíveis para o futuro das nossas vidas e comunidades. O jornalismo, ao contrário do que pensam alguns, não é uma ferramenta fora de moda, ou de somenos importância científica, histórica e cultural. Ele é o melhor e mais duradouro registo que temos à mão. A sua importância e impacte junto da generalidade da população (o que não é ainda o caso dos produtos do digital) ficou bem patente, no passado dia 10 de Junho, com o memorável discurso do jornalista João Miguel Tavares, proferido em Portalegre, cidade do Alto Alentejo, tão brilhantemente cantada pelo grande professor e poeta José Régio. Nesse discurso que incomodou certos meios políticos (leia-se politiqueiros e apaniguados), ficou demonstrado o valor do jornalismo sério, atento e crítico, bem diferente das debilidades mentais de pseudo-jornalistas e de certas novelas ou narrativas ficcionadas, que nos querem impingir. Cito do discurso de J.M.T: «Os escritores costumam afirmar que os livros deixam de ser deles quando chegam às mãos dos leitores, ganhando vida própria. Isso está certo quando se trata de obra de ficção». O jornalismo não pode ir por aí como alguns gostariam.

Na verdade a sua mensagem não foi uma ficção, mas sim uma descrição realista, uma perfeita radiografia de um país gravemente doente e não aquele colorido que certos mercenários da política nos querem fazer crer, para a sua sobrevivência pessoal e familiar. E falam com tanta prosápia e arrogância como se fossem intocáveis donos disto tudo. Contudo, a melhor resposta a essas veleidades e sobrancerias foi a vergonhosa abstenção registada nas últimas eleições em Portugal. Será que a sofreguidão de alguns deles é cega ou velhaca? Ou esperam um dia serem eleitos apenas com os seus próprios votos, os de alguns familiares e compinchas? O futuro não vai ser fácil para quem se considera intocável e não gosta de ouvir as verdades, habituados que estão a ter assessores de imprensa, muito bem pagos, ao seu dispor. O orador e presidente das comemorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades preconizou que o 10 de Junho devia ser representativo dos cidadãos comuns e não das elites. Muitos dos melhores cidadãos não figuram nas listas entre os agraciados. E para os que queriam um discurso cor-de-rosa, floreado e não realista, com serviço «à la carte», incluindo os ingredientes para temperar as agruras dos portugueses, J.M.T. remeteu-os para o primeiro-ministro António Costa, porque a sua profissão é outra. «Chama-se jornalismo. E faz muita falta ao país». Corrigenda: Na crónica anterior, por lapso, saiu 9% de votantes nos Açores, devendo ler-se 19% e, em vez de 91%, é 81% a percentagem da abstenção. As minhas desculpas aos estimados leitores.

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O CONTROLO DA PARTIDOCRACIA (Conclusão da página anterior)

-se”? A ética foi varrida (por falta de memória) e o sistema não segura mais este caos de criminalidade institucional.

chegado a vice-presidente do Banco Central Europeu com tão fraca memória? Terá esquecido os cerca de 25 mil euros mensais de pensão vitalícia?

E esta epidemia está chegando aos Açores, com funcionárias e funcionários públicos condenados por desvios financeiros de milhões de euros.

“... Em 2010, ano em que errou as previsões macroeconómicas e de falhas na supervisão bancária por não ter atuado ou o fazer tardiamente nos casos BPN, BCP e BPP, e que custaram aos contribuintes portugueses um montante superior a 9.500 milhões de euros, viu todavia reconhecidos os seus méritos na União Europeia, sendo nomeado em 2010 vice-presidente do Banco Central Europeu, num mandato que durou oito anos e onde foi responsável pela supervisão bancária.

Onde vamos parar? Como pode alguém como Vitor Constâncio ter

Depois de ter sido assistente do ISEG, Constâncio é hoje professor

Até das desgraças e mortes, como foram os incêndios de Pedrogão, conseguem tirar benefícios pessoais dos cargos que ocupam, seja ao nível de presidente de Câmara, vereador e até secretária, nalguns casos.

catedrático convidado desse instituto desde 1989, apesar de nunca ter concluído o doutoramento. A 24 de Maio de 1995 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. A 8 de Junho de 2005 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.” (Wikipédia-biografia). São agraciados mutuamente. Nunca vi nenhuma ação de Constâncio que merecesse medalhas. Mas alguém decidiu calar-lhe... e as influências monetárias, convenceram Bruxelas a dar-lhe um tacho. Autorizou milhões de euros de empréstimo a Joe Berardo... mas não se lembra! Tal como confeites de carnaval, o dinheiro foi distribuído pela partidarice habitual. Isto só lembra mesmo ao Diabo!

No meio deste carnaval político, a dívida nacional aumenta e o zé povinho paga cada vez mais impostos, paga pela gestão danosa e perniciosa que não pára e muito menos diminui. Enquanto este país não forçar os políticos de todos os partidos com assento no parlamento, a alterarem a lei eleitoral, que dá aos partidos todo o poder de, através de listas pré-fabricadas por eles, poderem preenchê-las com os amigos da sua elite, podem acreditar que a abstenção só irá aumentar. A não ser que a abstenção também lhes interesse...! Quo vadis, Portugal? José Soares n


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MARÉ DE POESIA | JP

2019.07.05

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ão existe forma perfeita de escrever, existem diferentes formas de observar o mundo e criar poesia. Neste sentido, Maré de Poesia acolhe diferentes formas de escrever poesia onde o poeta/poetisa cria a possibilidade de transmitir ao leitor a sua interpretação da vida, como escreve Vinícius de Moraes:

Mário Alves Tu, ó água do mar que refrescas o meu rolar na macieza do teu espraiar, sabe, que na tua ausência, durante a curta maré, a minha saudade não é aparência, leva-me, sim, quase à demência, por não te sentir bem ao pé, por não rolar na força da tua delicadeza, na suavidade da tua firmeza… … gosto de ti, com certeza. Brazídio César Sentado além-mar, além do tempo... Mergulho-me sob o vento e as brumas salgadas. Que aos poucos seduzem as minhas emoções, Na força da esperança que sôfrega a alma, na lucidez do bater do coração. Neste lugar sagrado, mar, vento, o cheiro da terra húmida, Uma paz inefável, inexplicável! Um sossego uno poético quase um pecado não participar, Esse aroma eflúvio, alívio da alma e o ser. O olfato adocicado do nada e tudo, uma solidão devoradora de pensamentos, Eleva a alma ao céu esquecendo o ser. Uma paz de sossego indizível! Abraça as emoções e os pensamentos numa atração de sonhos. Vivendo na Esperança Leonel Purple Eu sempre tive esperança, Mas esperança de te rever. Hoje vivo na Esperança, À espera de acontecer… Se já sofro, na Esperança, Quando te quero reencontrar, Saudoso, ao fim do dia, Inda almejo te abraçar !!! Mares de Ternura Pedro Rodrigues Entre a água e a brisa

“(...) O material do poeta é a vida, e só a vida, com tudo o que ela tem de sórdido e sublime. Seu instrumento é a palavra. Sua função é a de ser expressão verbal rítmica ao mundo informe de sensações, sentimentos e pressentimentos dos outros com relação a tudo o que existe ou é passível de existência no mundo mágico da imaginação. (…)” n

Que o mar leva e nos entrega Está um menino que poetisa Aquele que a ternura carrega Sentado num banco à beira mar Vou olhando o horizonte Todas as ideias andar Como um cavaleiro no monte Navegando no oceano da saudade Sendo o mar o grande pioneiro Em que a sua maior prioridade Era ser o marinheiro Observando a aurora do sentimento Que ente ela passava as andorinhas Por instantes naquele momento Ia entrelaçando as suas linhas Os seus olhos brilham ao luar Os cabelos escurecem ao anoitecer Mas a estrelas o vão pairar Para a sua luz abastecer Destino de grandes instantes Onde ele tinha pesadelos de brancura Mas ele pensava como dantes Navegando nos mares de ternura. Laudelino Meneses Entre o céu e a terra Há maldade e guerra Em vez de paz amor E falta de humildade Infelizmente é verdade As pessoas amam terror A terra é um belo paraíso Pois tem o que é preciso Para ser lugar fenomenal Basta haver amor e união Alegria e paz no coração Com harmonia universal. S. JOÃO FOI À PRAIA Orlando Diniz Cardoso Gomes S. João foi à Praia Tomar banho à beira-mar Encontrou uma catraia Nas ondas a navegar Como era forte a neblina

Disse-lhe, vai mais devagar Toma cuidado menina Não vá a barca afundar! Vieram as moças nadar E pedir-lhe compreensão Porque queriam namorar Na noite de S. João Fez uma fogueira na areia Bem pertinho, junto ao mar E em noite de lua cheia Todos a queriam saltar Surgiu uma onda tão forte Que logo a quis apagar Mas S. João teve sorte Com o vento sempre a soprar Faz falta o silêncio Sandra Fernandes As pessoas falam umas com as outras já com a arma pronta a disparar. Atropelam-se para defenderem a sua opinião. Quase que se matam em uníssono. Faz falta o silêncio, para ouvir o que o mundo nos tenta dizer. Faz falta o silêncio para tentarmos compreender a voz dos nossos pensamentos. Faz falta o silêncio que repara a calma, acalma a alma e estabelece a paz. As pessoas gritam para se fazerem ouvir. Gritam para não ouvirem os outros. Gritam apenas porque acreditam que gritar valida o argumento. Faz falta o silêncio, um simples momento, sem ruído, que oferece harmonia e devolve a capacidade de sentir e a energia… Faz falta o silêncio de uma casa à luz de velas e aromas renovadores… O silêncio calmante de mãos dadas, de olhos cúmplices, de almas que se tocam… Faz falta o silêncio para confirmarmos as nossas certezas e ouvirmos os nossos interiores, curarmos os nossos vazios, tratarmos das nossas dores… Faz falta o silêncio de um abraço sem pressa, dado sem preço, sem hora marcada… Faz falta o silêncio de um beijo interminável e restaurador… Faz falta o silêncio para ouvirmos as folhas lá fora a cair, ou a chuva a pedir permissão para nos regar… Faz falta o silêncio que cura os nossos vazios, que acende em nós a capacidade de sermos resilientes, de regressarmos à coerência, silêncio que nos traz à razão sem prejuízo da emoção, faz falta o silêncio que destaca a nossa essência, que suprime a nossa carência e faz de nós finitos seres de imensidão…

(silêncio…) O Berço de São João João de Deus Melo Cidade iluminada. Festa abençoada. Varandas engalanadas. Colchas aprumadas. Beleza rara. Alegria contagiante. Tradição imemorial. Magotes de emigrantes. Sorrisos balançantes. Passos atempados. Coreografias animadas. Rostos realizados. Danças inebriantes. Sonhos embalados. Energia revitalizadora. Retratos sentidos. Talentos desmedidos. Receções infinitas. Abraços misteriosos. Viva o São João! Não há igual emoção. Melodia nos Versos Carla Félix Melodia dita a harmonia Às palavras que deleito nos versos Quando brinco com as palavras Que desfilam em poemas Sentindo o mundo a pulsar Dentro do peito Em constante delírio Musicalizando letras Conjugadas inesperadamente Em versos que voam.

DESAFIO POÉTICO “Praia em Festa” Envie o seu poema com a temática “Praia em Festa” até dia 8 de Julho, com tamanho limite de 20 linhas, para: maredepoesia@jornaldapraia.com

FICHA TÉCNICA: COORDENAÇÃO Carla Félix COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Brazídio César; Carla Félix; João de Deus Melo; Laudelino Meneses; Leonel Purple; Mário Alves; Orlando Diniz Cardoso Gomes; Pedro Rodrigues; Sandra Fernandes PAGINAÇÃO Jornal da Praia NOTA: As participações aqui presentes são da responsabilidade dos poetas/poetisas. Para participar envie o seu poema para: maredepoesia@jornaldapraia.com

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Telefone 295 543 501


JP | INFORMAÇÃO

2019.07.05

| 15

Rego Botelho; Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 HOJE (05/07)

Corpo Santo Conceição Tourada tradicional António Lúcio 18h30

05 JUL Largo de São João Fontinhas Vacada à Corda Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 Casa Saúde São Rafael Conceição Tourada não tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 06 JUL Largo de São João Fontinhas Tourada não tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 Boa Hora Terra Chã Tourada não tradicional Humberto Filipe 17h00 Largo da Igreja Santa Bárbara Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes; Eziquiel Rodrigues 18h30 Caminho da Salga Porto Judeu Tourada não tradicional Humberto Filipe 18h30 07 JUL Largo de São João Fontinhas Tourada tradicional Casa Agrícola José Albino Fernandes 18h30 08 JUL Boa Hora Terra Chã Tourada tradicional Humberto Filipe; Rego Botelho 18:30 12 JUL Corpo Santo Conceição Tourada não tradicional António Lúcio 18h30 13 JUL Terreiro do Paço Ribeirinha Tourada tradicional Manuel João Rocha 18h30 Largo da Igreja Cinco Ribeiras Tourada tradicional Humberto Filipe; Ezequiel Rodrigues;

SÁBADO (06/07)

SÁBADO (06/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

14 JUL Ribeira Manuel Vieira Santa Bárbara Tourada tradicional Humbeto Filipe 18h30

DOMINGO (07/07)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

SEGUNDA (08/07)

Zona de lazer das Cales Altares Tourada tradicional 18h30

VERÃO É NA PRAIA PRAIA 80’S & 90 CONCERTO RAM Local: Palco Av. Álvaro Martins Homem Hora: 22:00

15 JUL Caminho do Concelho Biscoitos Tourada não tradicional Rego Botelho 18h30 – 21h00

DJ NOÉ BRANCO Local: Palco Dj’s Hora: 00:00

Rua da Igreja Ribeirinha Tourada não tradicional João Gaspar 18h30

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

TERÇA (09/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

QUARTA (10/07)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUINTA (11/07)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

SEXTA (12/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

17 JUL Bairro de São Pedro Biscoitos Tourada tradicional Herd. Ezequiel Rodrigues 18h30 – 21h00

SÁBADO (13/07)

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

DOMINGO (14/07)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Rua da Igreja Ribeirinha Tourada tradicional 18h30

SEGUNDA (15/07)

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

18 JUL Rua Longa/Caminho do Concelho Biscoitos Tourada tradicional Rego Botelho 18h30

TERÇA (16/07) CONCERTO III ANGRA WORLD SOUND FEST 2019 Local: PCais da Alfândega - Angra do Heroísmo Hora: 21:30

20 JUL Grota do Medo Posto Santo Tourada não tradicional António Lúcio; Francisco Perreira 18h30

SÁBADO (13/07)

Fonte: Sites da CMAH e CMPV

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TAXIS

Ladeira de São Francisco 295 212 004 / 295 212 005 Alto das Covas 295 213 088 / 295 212 404

PRAIA DA VITÓRIA Praça Francisco Ornelas da Câmara 295 512 092 / 295 512 654

n

Farmácia Silva Largo Conde da Praia da Vitória, 26 ( 295 512 905

QUARTA (17/07)

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

VERÃO É NA PRAIA LET’S GET FUNKY TRIBUTO RED HOT CHILLI PEPPERS Local: Palco Av. Álvaro Martins Homem Hora: 22:00

QUINTA (18/07)

DJ MARY-JANE Local: Palco Dj’s Hora: 00:00

Posto da Misericórdia ( 295 908 315 SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00

DOMINGO (14/07)

ANGRA DO HEROÍSMO

Posto Um 295 512 151

Farmácia da Misericórdia Avenida Paço do Milhafre, 18 ( 295 540 290

Farmácia Cabral Praça Francisco Ornelas da Camâra ( 295 512 814

BISCOITOS

VERÃO É NA PRAIA 10.º ANIVERSÁRIO DA REVOLTA DO VINYL - AÇORES DJ RICARDO GERRA Local: Palco Av. Álvaro Martins Homem Hora: 18:00 - 21:00

VILA DAS LAJES

VERÃO É NA PRAIA ATIVIDADES DESPORTIVAS

VILA NOVA

08 A 12 DE JULHO 16:00 - 22:00 AREAL De segunda a sexta-feira, das 16:00 às 22:00 - Kid Fun; Fitness Center; Futebol de Praia (Juvenil e Empresarial); Voleibol de Praia; Sunset. n

Caminho Abrigada ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

Farmácia Andrade Rua Dr. Adriano Paim, 142-A ( 295 902 201 SEG a SEX: 09:00-18:30 SÁB: 09:00-12:30

Farmácia Andrade

Farmácias de serviço na cidade da Praia da Vitória, atualizadas diáriamente, em: www.jornaldapraia.com


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